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Livro Texto Unidade I Recursos Materiais e Patrimoniais

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Autor: Prof. Jean Carlos Cavaleiro
Colaboradores: Prof. Santiago Valverde 
Prof. Mauricio Martins do Fanno 
Recursos Materiais 
e Patrimoniais
Professor conteudista: Jean Carlos Cavaleiro
Nascido em São Paulo-SP, cresceu na Zona Leste da cidade, no Bairro de São Miguel Paulista, sendo, hoje, 
cidadão de Itaquaquecetuba. É Bacharel em Administração de Empresas, Especialista em Administração e Mestre 
em Engenharia da Produção. Consultor In Company do Senac-SP nas áreas: Financeira e Logística. Atuando 
com controle financeiro, fluxo de caixa, contabilidade, contas a pagar, e, na área logística: produção, compras, 
estoques, transporte entre outras. Diretor proprietário da Horseman Consultoria LTDA., empresa especializada 
em treinamento na área logística. Atua como professor universitário há dez anos em universidades como: 
Universidade Cruzeiro do Sul, Unisuz, onde é professor titular e também coordenador das atividades práticas 
de gestão, e na Universidade Paulista (UNIP), em que é professor nos cursos de Gestão e coordenador do curso 
de Logística (EaD). 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C376 Cavaleiro, Jean Carlos
Recursos Materiais e Patrimoniais. / Jean Carlos Cavaleiro. - São 
Paulo: Editora Sol. 2011.
 136 p. il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-031/11, ISSN 1517-9230.
1. Gestão de Recursos 2. Estoques 3. Previsão de Demanda 
I.Título
CDU 658.7
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Geraldo Teixeira Jr.
Sumário
Recursos Materiais e Patrimoniais
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 A EMPRESA COMO SISTEMA .........................................................................................................................9
1.1 Os recursos ...............................................................................................................................................11
1.2 Gestão dos recursos ............................................................................................................................ 13
1.3 Administração de materiais ............................................................................................................. 15
1.3.1 Recursos materiais ................................................................................................................................. 15
1.4 Medida de desempenho dos recursos materiais...................................................................... 16
2 PRINCIPAIS INDICADORES .......................................................................................................................... 17
2.1 Algumas decisões a serem tomadas a partir da avaliação de desempenho ................ 20
2.2 Principais técnicas de administração de materiais................................................................. 23
2.3 Just-In-Time (JIT) .................................................................................................................................. 24
2.3.1 Princípios do JIT ....................................................................................................................................... 25
2.3.2 Kanban ........................................................................................................................................................ 26
2.4 Fornecedor preferencial ..................................................................................................................... 29
2.5 Programação de fornecedores ........................................................................................................ 29
2.6 Técnicas para gestão de recursos patrimoniais – bens e equipamentos ....................... 29
Unidade II
3 TENDÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ........................................................................... 35
3.1 Gestão de compras .............................................................................................................................. 35
3.2 Processos de compras ......................................................................................................................... 38
3.3 Seleção de fornecedores.................................................................................................................... 39
3.4 Avaliação de fornecedores ............................................................................................................... 42
3.4.1 Negociação com fornecedores .......................................................................................................... 43
3.5 Movimentação de materiais ............................................................................................................ 43
3.6 Análise do mercado fornecedor ..................................................................................................... 44
4 NOVAS FORMAS DE COMPRAR ................................................................................................................. 51
4.1 EDI – Eletronic Data Interchange .................................................................................................. 51
4.2 Decisões na gestão de recursos materiais e patrimoniais ................................................... 54
4.2.1 Comprar ou fabricar .............................................................................................................................. 54
4.3 Gestão dos recursos patrimoniais ................................................................................................. 58
4.4 Ética em compras ................................................................................................................................. 61
4.4.1 Análise ABC ............................................................................................................................................... 61
Unidade III
5 ATIVIDADES DA GESTÃO DE MATERIAIS E A LOGÍSTICA .................................................................. 72
5.1 Processamento de pedidos ............................................................................................................... 73
5.2 Planejamento e controle de estoque ........................................................................................... 75
5.3 A importância dos estoques ............................................................................................................ 78
5.4 Demandana formação dos estoques .......................................................................................... 80
6 MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA ................................................................................................. 86
6.1 Método da média móvel ................................................................................................................... 86
6.2 Método da média móvel ponderada ............................................................................................ 87
6.3 Média móvel ponderada .................................................................................................................... 87
6.4 Gráficos dos estoques ......................................................................................................................... 88
6.5 Giro de estoque e rotatividade ....................................................................................................... 89
6.6 Tempo de cobertura de estoque ..................................................................................................... 93
Unidade IV
7 CUSTOS DOS ESTOQUES .............................................................................................................................100
7.1 Custos diretamente proporcionais ..............................................................................................100
7.2 Custos inversamente proporcionais aos estoques médios ................................................107
7.3 Custos fixos ou independentes ..................................................................................................... 112
8 MÉTODOS DE CONTROLE DE ESTOQUES ..............................................................................................120
8.1 Método do inventário periódico ..................................................................................................120
8.2 Método do inventário rotativo .....................................................................................................120
8.3 Processo de inventário físico .........................................................................................................121
7
APRESENTAÇÃO
Competir no mercado de hoje é muito mais complexo do que podemos imaginar. Saímos de uma era 
de competição pela qualidade e entramos em uma era em que a qualidade é questão de obrigação, não 
mais um diferencial. A competição, então, se dará mais pelo “como se faz” do que pelo “que se faz”. E 
esse “como se faz” envolve: regular o fluxo produtivo, o fluxo de compras, de recebimento, de vendas e 
de distribuição. A empresa que for eficiente nesses processos terá algo a mais para oferecer no cenário 
competitivo.
O aluno, então, deve estar se perguntando: como esta disciplina se envolve nesse processo? Então, 
podemos responder que, para que esse fluxo citado anteriormente funcione bem, há a necessidade de 
se pensar em estoque, gerenciá-lo de maneira a custar menos e torná-lo mais eficiente, garantindo 
matéria-prima para produzir e produtos para vender.
Competição, portanto, é a palavra de ordem nas organizações na era da globalização. Ser competitivo 
é questão de sobrevivência. O processo de competição durante muito tempo focou-se no produto ou 
serviço propriamente dito. Era um período em que qualidade era o diferencial. Com a evolução da 
sociedade, o conceito de qualidade foi se ampliando, saindo da esfera do produto e sendo mais abstrato, 
mais um conceito subjetivo, que pode variar de grupo para grupo.
Com essa percepção, a inserção de serviços diferenciados para encantar o cliente passou a ser mais 
comum, quase que uma questão de sobrevivência, pois o produto com qualidade agregada passa a ser 
uma obrigação e não um diferencial, é o mínimo que o cliente espera.
Nesse sentido, esta disciplina busca demonstrar a maneira por que se dá a gestão de recursos 
materiais e patrimoniais, detalhando o papel dos estoques em uma organização. Busca, ainda, fazer 
integração com o processo de compras, além de conceituar e demonstrar formas de gerenciamento 
para que se alcancem os objetivos esperados. A disciplina abordará todos os recursos existentes em 
uma empresa como: humanos, tecnológicos, materiais, patrimoniais e financeiros, mas o foco será nos 
recursos materiais e patrimoniais.
É importante que o aluno tenha a percepção de que a empresa funciona como um sistema e, como 
tal, que ele deve atuar no sentido de contribuir como parte desse todo, ou seja, fazer com que esse 
sistema atinja seu objetivo.
A disciplina se propõe ainda a conduzir o aluno na seguinte reflexão: qual é a relação entre os recursos 
financeiros e humanos? Como um interfere no outro? Qual é a relação entre os recursos materiais e 
humanos? E entre materiais e tecnológicos?
Quando falamos de empresa como sistema, cada aluno deve se enxergar parte desse sistema e ter 
muito bem definido qual é seu papel em tal situação. 
Imagine a situação em que você é um comprador de uma empresa. Portanto, é necessário que você 
saiba o que comprar, quando e quanto, sem se esquecer dos critérios para definir de quem comprar. 
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Essa sua decisão no setor de compras vai esbarrar no estoque, deixando-o com certa quantidade de 
mercadoria que, se for em excesso, deixará a operação de estoque mais lenta, colocará os itens em 
situação de risco e criará maior dificuldade para localizá-los. Situação esse que vai esbarrar na produção, 
que terá matéria-prima de menor qualidade levando mais tempo para chegar à linha de produção, 
aumentando mais uma vez os custos.
Um gestor não pode se esquecer, ainda, da equação: Receita – Despesas = Lucro. Se os custos sobem, 
os lucros são menores, e seu papel como gestor é justamente maximizar os lucros da empresa.
INTRODUÇÃO
Esta disciplina tem como objetivo apontar para os alunos os vários recursos existentes em uma 
empresa, apontando suas respectivas formas de gerenciamento.
A disciplina apontará os conceitos de recursos materiais, patrimoniais, humanos, tecnológicos e 
financeiros para que, após isso, se possa apontar a importância de cada um desses recursos e suas 
principais técnicas de gestão.
O foco maior será em recursos materiais e patrimoniais, conhecendo formação de estoque, papel dos 
estoques, custos dos estoques e formas de aquisições.
Das competências que esta disciplina se propõe a desenvolver:
• reconhecer o processo de planejamento logístico – mais especificamente planejar necessidades de 
compras;
• gerenciar solução de problemas logísticos em ambientes com constantes mudanças;
• propor, estabelecer e gerenciar estratégias de investimento de custos, compras e estoques;
• desenvolver capacidade de reflexão, análise e síntese dos processos logísticos, por meio do 
entendimento global da cadeia de valor;
• desenvolver a habilidade de pensar e planejar estrategicamente as operações que envolvem a 
logística visando à aplicação e concretização no dia a dia dos negócios;
• conhecer os recursos necessários para a movimentação de materiais em um Centro de Distribuição 
(CD);
• definir indicadores de operação para controle dos serviços.
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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Unidade I
1 A EMPRESA COMO SISTEMA
Caro aluno, vamos iniciar esta disciplina trazendo uma visão mais ampla de organização, isso 
por existir a necessidade de reconhecermos as inter-relações das áreas de uma empresa. Como 
vamos focar nos recursos empresariais, vamos perceber que eles estão presentes em todas as 
suas áreas. Assim, faz-se necessário definir empresa como sistema, e definir sistema na acepção 
própria da palavra.Iniciemos, portanto, por definir sistema. No dicionário Aurélio, tem-se o 
seguinte:
1. conjunto de elementos entre os quais haja alguma relação; 2. disposição 
das partes e dos elementos de um todo, coordenados entre si, e que formam 
estrutura organizada; 3. reunião de elementos naturais da mesma espécie; 4. 
conjunto de órgãos interligados, que funcionam com um propósito comum, 
e que produzem resultados impossíveis de se obterem isoladamente.
Sistema na empresa
Deve-se enxergar uma empresa como um conjunto de partes em busca de um objetivo 
comum, essa é a definição mais simples para sistema. As partes buscam um objetivo comum a 
ser alcançado.
Uma empresa deve ser vista de maneira integrada, como se fosse um corpo humano, que tem como 
objetivo maior possuir saúde. Sob a ótica organizacional, cada departamento (parte) tem de cumprir seu 
papel para garantir que a empresa (corpo) seja saudável.
 Observação
Mas o que é uma empresa saudável ou feliz? Podemos dizer que é a 
empresa competitiva, e que a empresa competitiva é aquela que faz mais 
com menos.
Mas você deve estar se questionando: fazer mais o quê? E custar menos 
em quê?
Então deve produzir mais, atender a mais clientes, fazer mais entregas, 
estocar melhor, comprar melhor. Tudo isso com menos espaço, menos 
recursos, menos pessoas, e principalmente menos custos.
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Observe a figura abaixo:
Presidente
Financeiro Marketing Recursos Humanos
Produção Vendas
Figura 1
Temos aqui um organograma, ou seja, uma representação gráfica das áreas de uma empresa, que 
apresenta os departamentos existentes e a relação hierárquica entre eles. Cada um possui seu objetivo 
para fazer com que a empresa alcance o seu objetivo maior.
Cada um desses “órgãos” ou departamentos pode ficar doente, caso seus recursos não sejam utilizados com 
eficiência, ou pode contribuir para a competitividade da empresa se tiverem seus recursos bem-utilizados.
Por exemplo, quando oferecermos refrigerante para uma criança de dois anos de idade, ela dirá que não 
quer, mas se oferecermos Coca-Cola, ela aceitará. Por acaso, você, aluno, já presenciou algo semelhante?
Um cliente chega a um supermercado e pede: “Quero um Bom Bril da Assolan”. Não compramos 
palha de aço, compramos Bom Bril. Não compramos iogurte, compramos Danone. Não compramos 
aparelho de barbear, compramos Prestobarba. Por que isso acontece? Há um departamento trabalhando 
muito bem para isso: o departamento de marketing.
Outra situação interessante para analisamos é o que acontece quando algumas empresas precisam pagar, por 
exemplo, o 13° salário e não têm dinheiro em caixa. O que fazer já que funcionário não trabalha sem receber?
A maioria das empresas utilizaria a “automedicação” e correria para a “farmácia”, ou seja, iria tentar 
adquirir empréstimo junto ao banco. Esse remédio provocaria algum efeito colateral na empresa?
O empréstimo tem como princípio ativo uma droga chamada “juros” que causará efeitos desagradáveis 
na empresa, como aumento de custo, redução de lucros e redução de dinheiro em caixa. Isso forçará a 
empresa a tomar outras medidas, que afetarão outros departamentos da empresa.
Sendo a empresa um sistema, não se pode apontar qual é a parte mais importante. Em outras 
palavras, as partes de uma empresa são os departamentos, e cada departamento deve contribuir para 
que o sistema macro (empresa) alcance seus objetivos. Cada setor tem seu papel e o objetivo geral será 
alcançado se cada um fizer a sua parte.
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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Observando os fluxos do sistema (empresa), podemos enxergar de maneira simples os seguintes fluxos:
Prédios
Maquinário
Pessoas
Tecnologia
Matéria-
prima
Caixa Produção Estoque de acabados Vendas
Figura 2
Mas uma empresa não funciona de maneira simples, o processo é bem mais complexo. Resumidamente, 
uma empresa existe para comprar, produzir, vender e receber, iniciando o ciclo novamente, conforme 
o gráfico exposto. Claro, toda esta operação terá um custo, assim como terá uma receita – e “receita 
menos despesa” resultará em lucro para a organização, que, exposta, sofre custos diferenciados mesmo 
quando bem-gerenciada. Todas essas etapas citadas estão presentes em todos os recursos existentes em 
uma organização.
Esses recursos serão tratados a seguir, e é importante que o aluno enxergue que cada um dos 
recursos deve tornar possíveis as ações da empresa.
1.1 Os recursos
Observe a ilustração a seguir que expõe todos os recursos de uma empresa.
Prédios
Maquinário
Pessoas
Tecnologia
Matéria-
prima
Caixa Produção Estoque de acabados Vendas
Recurso 
financeiro
Recurso 
patrimonial
Recursos 
humanos
Recurso 
tecnológico
Recurso 
material
Figura 3
Fonte: Martins, 2006.
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Observando a figura 3, podem-se perceber cinco tipos de recursos (MARTINS, 2006):
• materiais;
• patrimoniais;
• capitais ou financeiros;
• humanos;
• tecnológicos.
Devemos nos lembrar de que o foco desta disciplina está nos dois primeiros recursos. Os demais 
recursos são imprescindíveis para o bom funcionamento de uma organização, mas não estão no escopo 
desta disciplina.
Materiais TecnológicosHumanosCapitaisPatrimoniais
Recursos
Figura 4
Fonte: Martins, 2006.
Para facilitar o entendimento do aluno, é importante definir o que são recursos: um recurso 
é tudo aquilo que gera ou tem a capacidade de gerar riqueza, no sentido econômico do termo 
(MARTINS, 2006).
Vejamos, a seguir, a definição e os exemplos de cada um dos recursos.
• Materiais:
— todo tipo de estoque, seja de matéria-prima, produto acabado ou materiais auxiliares.
• Patrimoniais:
— é o ativo fixo da empresa, como prédios, maquinários, móveis, veículos etc.
• Capitais:
— é o dinheiro investido na empresa ou disponível em caixa, sua importância está na escassez e 
no custo do dinheiro utilizado.
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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
• Humanos:
— são as maiores riquezas das organizações atuais, envolvem as pessoas que atuam na empresa 
e devem ser bem-geridos para não desperdiçar mão de obra.
• Tecnológicos
— são os recursos de gestão, software e equipamentos modernos de operações essenciais para o 
controle das operações do dia a dia.
1.2 Gestão dos recursos
A gestão desses recursos escassos tem sido a preocupação dos gestores ligados direta ou indiretamente 
às atividades produtivas, tanto na produção de bens tangíveis quanto na prestação de serviços. Com 
essa percepção, capital, terra e trabalho são recursos e, como tal, devem ser gerenciados.
Um item de estoque é um recurso que pode estar agregado a um produto em processo, pois irá 
constituir-se em produto acabado, que deverá ser vendido por um preço superior aos seus custos,gerando um ganho. E quanto menos gastar na gestão desse recurso maior será o ganho.
Da mesma forma, podemos considerar que um edifício que abriga as instalações de uma empresa é 
essencial para o seu funcionamento, e, portanto, é um recurso. O edifício deve receber atenção especial, 
desde a escolha do local, do tamanho, até o fato de ser próprio ou alugado.
Aqueles que trabalham na empresa também são considerados recursos, pois com seu conhecimento 
geram novas ideias, que são transformadas em novos produtos, novos métodos de trabalho e serviços 
cada vez mais personalizados. Trata-se, pois, de recursos humanos.
O recurso mais perceptível é o capital (dinheiro), pois é a fonte para aquisição de todos os outros 
recursos, se este faltar, afetará todos os outros.
Com a complexidade estrutural das empresas em busca de competitividade, a tecnologia é um 
recurso que ganha importância a cada dia. Pois tecnologias mais avançadas produzem um diferencial 
em relação às anteriores, normalmente resultando em menores custos ou outro diferencial que possa 
ser transformado em algum tipo de vantagem econômica.
Como exemplo de tecnologia que proporcione maior mobilidade e funcionalidade, resultando em 
ganhos, temos vários tipos de software. E o desenvolvimento desses softwares é cada vez mais intenso. 
No campo da gestão de materiais, existem softwares altamente sofisticados de simulação de estoques, 
demanda e distribuição.
Portanto, uma empresa estruturada deve ser vista como um conjunto de recursos a serem gerenciados, 
de maneira que cada recurso tenha um papel estratégico no alcance dos objetivos a serem atingidos. 
Resumidamente, pode-se dizer que uma empresa, seja ela produtiva ou de serviços, possui o seguinte modelo:
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Sequência das operações
Alocação de dinheiro (caixa)
Aquisição de estrutura física e material
Alocação de pessoas
Aquisição de estrutura tecnológica - software, computadores, 
sistemas em geral
Aquisição de matéria-prima ou material
Produção ou prestação do serviço
Estocar
Vender
Figura 5
Fonte: adaptado de Martins (2006).
Não é necessário seguir esta ordem, mas essas atividades estariam presentes em qualquer 
tipo de organização empresarial. Em cada uma das etapas podemos enxergar o que pode ser 
classificado como recursos. Sabemos que boa parte deles são recursos escassos ou de difícil 
obtenção.
 Saiba mais
Para mais informações sobre assuntos afins que ampliem e 
contextualizem os pontos até aqui discutidos, acessem: <http://guialog.
com.br>; <http://gvcelog.fgv.br/pt-br/gvcelog-artigos-cadeia-abastecim
ento> e <http://www.revistaintralogistica.com.br/index.php?conteudo=c
onsultar&encontrado=categoria_artigos.php>.
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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
1.3 Administração de materiais
1.3.1 Recursos materiais
São os itens ou componentes que uma empresa utiliza em suas operações do dia a dia, na 
elaboração do produto final ou na execução da sua atividade principal. Resumidamente, são os itens 
de estoque e, como tal, são adquiridos regularmente. Para um melhor gerenciamento, podem ser 
classificados em:
• Materiais auxiliares:
— são os itens que não se incorporam ao produto final, mas são essenciais para que eles 
existam. Como, por exemplo, podemos citar óleos de corte e materiais de escritório e 
manutenção (em algumas empresas são chamados de improdutivos – indiretos ou não 
produtivos).
Relacione, agora, alguns exemplos de materiais auxiliares presentes na empresa em que trabalha ou 
em alguma empresa que conheça, e os cuidados que a empresa deve tomar para que eles não faltem. 
Lembre-se de que não há certo ou errado, espera-se, portanto, que se estabeleça uma reflexão a respeito 
dos itens discutidos.
• Matéria-prima: materiais que se incorporam ao produto final, inclusive as embalagens. 
Também chamados de materiais diretos (ou produtivos). São os itens que se utilizam para 
produzir algo.
— Exemplo de matéria-prima em uma pizzaria:
– farinha de trigo;
– tomate;
– cebola;
– mussarela.
— Exemplo de matéria-prima em uma confecção:
– linha;
– tecido;
– botão.
— Exemplo de matéria-prima em uma fábrica de calçados:
– couro;
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– borracha;
– linha;
– solado.
 Observação
São itens cuja demanda depende do mercado consumidor, do quanto 
se pretende produzir. Nesse caso, se faltar, a produção é parada; se sobrar, 
os custos unitários são onerados.
• Produtos em processo: materiais que ainda não são produtos acabados, mas não são mais 
matéria-prima. Material que está em processo de transformação.
— Exemplo:
– o processo produtivo de veículos, por exemplo, que tem um Lead time longo: é necessário 
considerar os itens que estão em processo de transformação.
• Produtos acabados: são os materiais que agora já são produtos prontos para serem vendidos ou 
entregues aos clientes.
— Exemplo:
– camisas, calçados, veículos etc.
1.4 Medida de desempenho dos recursos materiais
Para trabalhar este tópico, vamos conceituar cada uma das partes:
• avaliar: mensurar, medir as ações de alguém, julgar algo;
• desempenho: atuação; comportamento; cumprir; executar.
 Observação
Então, avaliação de desempenho é verificar o quanto se alcançou em 
relação ao que se deveria alcançar, em outras palavras, é conhecer o Gap 
de determinada operação. É o apontamento dos resultados obtidos, se está 
de acordo com o planejado ou não.
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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
A administração de materiais tem como base de trabalho a responsabilidade de manter o material 
certo, na quantidade certa e na hora certa, para ser vendido ou utilizado. Isso pode fazer com que, quando 
haja alguma situação de emergência, a empresa não precise fazer compras em grandes quantidades ou 
a qualquer preço. Qualquer falha que ocorra nessa operação pode comprometer o bom funcionamento 
da empresa, pois o objetivo não é só produzir e vender, mas produzir e vender da melhor maneira 
possível.
Portanto, avaliar o que ocorre na gestão dos materiais é essencial, e essa avaliação é o que se pode 
chamar de “medida de desempenho”, pois é uma maneira de medir o desempenho em determinada área 
e agir sobre os desvios em relação aos objetivos traçados (Martins, 2006).
O gestor de recursos materiais deve avaliar o desempenho por alguns motivos, entre eles podemos 
citar:
• entender o que está acontecendo nas mais variadas áreas e com as pessoas envolvidas no estoque, 
armazém ou centro de distribuição (locais em que estariam os recursos materiais);
• fornecer feedback sobre desempenho, que é dar retorno aos envolvidos sobre os resultados 
obtidos;
• avaliar o impacto das mudanças propostas para as atividades ou operações rotineiras;
• comparar desempenho com o nível antigo;
• identificaro “Gap” para melhoria;
• comparar o desempenho com as exigências;
• definir metas realistas, mas apertadas;
• entender as melhores práticas;
• fornecer serviço adequado ao cliente.
No gerenciamento empresarial, podemos ver alguns indicadores de medidas de desempenho como 
exemplo.
2 PRINCIPAIS INDICADORES
Entregas e coletas no prazo
É importante ter conhecimento do valor a ser recebido e também do valor recebido de fato pelos 
fornecedores nos prazos combinados, pois atrasos nos recebimentos geram a necessidade de manter 
estoques maiores para não interromper as operações da empresa.
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Tempo de espera de veículos para descarregar
Veículo parado é igual a custo, pois envolve mão de obra, custos fixos que estarão ocorrendo mesmo 
que o veículo esteja parado, então para minimizar os custos fixos, o segredo é ampliar a utilização dos 
veículos; para tal, controlar o tempo de carga e descarga dos veículos é importante. Algumas empresas 
traçam metas de tempo para descarregar veículos. Agendar recebimento e entregas será outra medida 
para agilizar o processo de carga e descarga de veículos.
Tempo de conferência de pedidos
É o tempo para fazer a contagem dos itens recebidos e liberar para venda ou utilização. Na logística, 
é importante lembrar que cada atividade interfere na próxima, pois é um sistema integrado. Assim, se 
o recebimento da mercadoria não for agendado, não existirão informações quanto ao momento e à 
quantidade do recebimento, tampouco ao número de pessoas necessárias para realizar tal recebimento 
etc. Portanto, não haverá espaço preparado para receber e conferir, sendo realizada essa atividade no 
espaço e tempo possíveis, dificultando a operação e, por consequência, gastando mais tempo. E quanto 
mais tempo levar para conferir e liberar um item de estoque mais prejudicado ficará o giro de estoque, 
pois levará mais tempo para ser vendido ou consumido.
Incidência de erros
O erro é problemático em qualquer esfera, se as unidades recebidas não são contadas adequadamente 
na conferência, é possível haver falha de inventário. Os erros na separação de pedidos criam uma 
situação de retrabalho, o erro de armazenagem em local inapropriado ou de maneira inadequada gera 
maior dificuldade na preparação e separação de pedidos.
Tempo para localizar um item
Um estoque endereçado, bem-sinalizado, mapeado e organizado gera mais agilidade na localização 
de um item, quanto menos tempo for gasto, melhor.
Controle sobre prazo de validade dos produtos
Uma das dificuldades na gestão de materiais é a validade, pois, por questões legais e de imagem, 
produto vencido é sinônimo de perda. A falta de respeito ao FIFO (First in first out ou “primeiro que 
vence, primeiro que sai”) é uma das grandes causas de haver produtos vencidos nas empresas. Controlar 
a quantidade de produtos vencidos por período é importante, pois gera redução de custos nos estoques. 
Mesmo que a empresa decidisse fazer promoções vendendo pela metade do preço seria uma perda, pois 
perda não é somente o que se perde, mas também o que se deixa de ganhar.
Tempo de permanência de produtos no armazém
Este indicador está diretamente relacionado ao giro de estoque, pois quanto menos tempo o produto 
ficar parado no estoque, melhor.
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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Utilização de espaço, mão de obra e equipamento
Um estoque não precisa, necessariamente, ser bonito, mas sim funcional. Nesse sentido, quanto 
melhor um espaço for utilizado (aproveitamento do pé direito verticalizando o estoque, por exemplo) 
mais itens poderão ser estocados em um mesmo espaço. Esse indicador aponta o quanto é possível 
aproveitar o espaço disponível, as pessoas e os equipamentos.
Perdas de materiais
Este é um dos indicadores mais importantes, pois está atrelado ao volume de estoque. Quanto 
maior for o estoque maior será o índice de perdas, por vários motivos: roubo, avarias, vencimento, 
obsolescência etc.
Acuracidade de estoque e do pedido
Este índice aponta o grau de exatidão do estoque, o que é em relação ao que deveria ser (quanto 
maior, melhor).
Giro de estoque
Este indicador aponta a quantidade de vezes que o estoque da empresa teve que ser renovado em 
determinado período. Quanto maior o giro, melhor.
Velocidade de separação, de expedição e de recebimento
A separação de pedidos, também chamada de picking, pode ser feita de várias maneiras. O que pode 
trazer agilidade nesse processo é a escolha da separação adequada, que tornará mais produtiva a expedição, 
processando e enviando mais pedidos por dia. Da mesma maneira, ampliar a capacidade de recebimento 
possibilita e agiliza o processo de entrada de mercadoria, o que reduz o ciclo do pedido dos clientes.
Tempo de resposta ao cliente
Ao receber alguma solicitação do cliente, é importante responder com rapidez, pois o cliente se 
sentirá valorizado.
Estudo de caso
A JCC transportes e operações logísticas fez uma ampla avaliação de desempenho em suas atividades 
e observou que, de 1.800 pedidos recebidos no mês anterior, entregou 1.710 pedidos no prazo. Descobriu 
que, em média, os veículos levam duas horas para descarregar.
Quando a empresa recebe um pedido de algum cliente, percebe que a entrega, a separação e toda 
a preparação do pedido é lenta, pois leva, em média, três horas. E, quando o pedido é urgente e a 
separação é feita às pressas, a incidência de erros é grande, em torno de 7%.
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A empresa descobriu que a falta de identificação nas peças aumentava o tempo de localização. O 
sistema PEPS foi utilizado para controlar a validade e garantir 98% de exatidão.
Em média, normalmente, os produtos ficariam no estoque por cerca de 90 dias. Porém, a empresa costuma 
manter seus produto por mais tempo. Seus clientes mantêm estoques elevados por temer que haja ruptura de 
estoque. Em relação aos espaços, é possível dizer que tem boa seletividade e seu estoque ocupa 90% do espaço.
Receando perder mercadorias, a empresa investiu em equipamentos de conferência que garantiram 
uma acurácia de 98%.
O giro de estoque é de quatro vezes ao ano. Tem capacidade de expedição de 11 pedidos por hora. A 
resposta ao cliente é em tempo real, volume de estoque, prazo para entrega etc.
A partir destas informações, torna-se mais fácil avaliar cada um destes itens e propor melhorias para 
os pontos considerados mais críticos em relação ao estoque da empresa.
Como avaliar esta situação?
2.1 Algumas decisões a serem tomadas a partir da avaliação de 
desempenho
Nível de atendimento
1.710/1.800= 0.95 – corresponde ao atendimento de 95% dos pedidos no prazo. A meta poderia 
propor algo quantitativo: atingir 98% em determinado período. Para isso, deve procurar em outros 
índices os possíveis motivos para os atrasos.
Por exemplo: o tempo gasto para descarregar um veículo corresponde a duas horas, com oito horas 
diárias de trabalho seria possível descarregar somente quatro veículos por dia, o que poderia gerar 
atraso na entrada dos itens no estoque, ruptura de estoque e, por consequência,atrasos nas entregas. 
A situação pode ser amenizada com equipamentos adequados para descarga, agendamento de entrega, 
pessoal qualificado etc.
Por haver entregas sem programação, a descarga é demorada, e a organização no estoque fica 
prejudicada, fazendo com que a armazenagem seja feita em locais não definidos estrategicamente. O 
fato de não haver identificação nos itens leva ao não conhecimento de suas posições no estoque. O que, 
por consequência, eleva o tempo de preparação e separação de pedidos.
Para o gestor é relevante trabalhar com esses indicadores, pois, dessa forma, as mudanças são feitas de 
acordo com as prioridades da empresa e as ações ficam alinhadas com as suas necessidades principais.
Um giro de quatro vezes ao ano significa que os itens ficam, em média, parados no estoque por 
três meses. Portanto, é possível colocar como meta um estoque de trinta dias, prazo que reduziria os 
estoques em 1/3.
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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Veja outra aplicação
Você é o gerente da área de estoques de um grande distribuidor de cosméticos e, 
trimestralmente, apura os indicadores de performance. A tabela 1, abaixo, mostra a apuração 
do último período, as metas acordadas com os clientes e também traz o resultado da pesquisa 
publicada pela associação dos distribuidores de cosméticos feita nas principais empresas do 
mercado (concorrentes).
Tabela 1
Avaliação de desempenho
Avaliação de desempenho
Característica Peso Meta Pesquisa Resultado do trimestre
Tempo de entrega 25 5 5 4
Sistemas de controle 15 4 4 3
Acuracidade de estoque 20 5 4 4
Utilização do espaço 12 4 4 4
Produtividade da mão de obra 8 5 4 5
Erros na separação 10 5 5 4
Utilização de equipamento 5 5 4 4
Limpeza 5 5 5 4
100
Para entender a tabela 1, vamos conceituar cada coluna:
• característica: são os índices considerados relevantes pela empresa para o setor em 
questão;
• peso: é a importância dada para cada um dos fatores considerados importantes; nesse sentido, 
cada fato terá uma importância diferente, e a soma dos erros por questões de metodologia de 
aplicação deve ser igual a 100;
• meta: é a nota que a empresa deseja alcançar em cada um dos indicadores, a empresa não tem 
necessidade de ser ótima em tudo, basta ser melhor que a concorrente. É necessário, portanto, 
entender quais são as expectativas dos clientes;
• pesquisa: é a nota dos principais concorrentes em cada um dos indicadores;
• resultado do trimestre: é a nota obtida pela empresa.
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Vamos supor que esses indicadores foram pesquisados no mercado, e avaliados com nota: 3 – regular; 
4 – bom; 5 – ótimo. Posteriormente, a pesquisa foi feita com os mesmos critérios em relação à empresa, 
possibilitando fazer sua pontuação.
Quadro 1
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Tempo de 
entrega 25 5 4 5 100 125 125 25 25 1
Pesquisa de mercado apontou 
a nota do concorrente como 
ótima.
Peso atribuído 
conforme 
tabela 1
Uma avaliação 
interna apontou 
esse quesito 
como bom.
Nota que os 
clientes esperam 
que a empresa 
tenha.
• Nossa nota: foi obtida multiplicando a nota (4) pelo peso do item (25) = 100.
• Nota do concorrente: foi obtida multiplicando a nota pelo peso: 5 X 25 = 125.
• Meta: é a expectativa do cliente pelo peso = 5 X 25 = 125, essa é a pontuação que devemos ter 
como objetivo a ser alcançado.
• Gap concorrentes: aponta o quanto uma empresa está atrás da concorrência. A concorrência 
tem nota 25 e nossa empresa tem nota 100, mostrando, assim, um Gap de 25.
• Gap expectativa: aponta para o quanto estamos atrás da nossa meta estipulada.
Neste caso, o Gap com expectativa também é de 25. Como ferramenta de ação, vamos priorizar o 
maior Gap para iniciar as mudanças.
Observe a tabela 2, a seguir, os critérios serão os mesmos explicados aqui.
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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Tabela 2
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Tempo de 
entrega 25 5 4 5 100 125 125 25 25 1
Sistemas de 
controle 15 4 3 4 45 60 60 15 15 3
Acuracidade 
de estoque 20 5 4 4 80 80 100 0 20 2
Utilização do 
espaço 12 4 4 4 48 48 48 0 0
Produtividade 
da M.O 8 5 5 4 40 32 40 - 8 0
Erros na 
separação 10 5 4 5 40 50 50 10 10 4
Utilização de 
equipamentos 5 5 4 4 20 20 25 0 5 5
Limpeza 5 5 4 5 20 25 25 5 5 5
100 393 440 473
A partir da última coluna, na qual são propostas as prioridades de ações, iniciaremos a melhoria 
pelo maior Gap, que, no caso, é o tempo de entrega e, consequentemente, a acurácia de estoque. 
Tivemos um apontamento do que é mais crítico, mostrando por onde começar o processo de 
melhoria.
No que se refere ao índice de desempenho, podemos dividir nossa pontuação pelo nosso objetivo 
de pontuação:
393/473= 0,83
O que significa que teremos um índice de desempenho de 83%.
Por outro lado, a concorrência apresenta o seguinte cálculo:
440/473 = 93% de desempenho.
2.2 Principais técnicas de administração de materiais
A administração de materiais é um grupo de atividades desenvolvidas em uma empresa, que pode 
ocorrer de forma centralizada ou não, com o objetivo de suprir as necessidades de cada um dos setores, 
com os materiais necessários ao desempenho normal de suas atividades corriqueiras.
Tais atividades envolvem desde a previsão das necessidades de compras, a previsão de recebimento, 
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a armazenagem dos materiais e o fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes até as operações 
gerais de controle de estoques (como controlar volume), giro de tempo de cobertura etc.
Balou (1998) afirma que “a administração de materiais visa à garantia de existência contínua de um 
estoque organizado, de modo que nunca falte algum dos itens que o compõem, sem tornar excessivo o 
investimento total”.
Percebe-se, portanto, que a administração de materiais é uma função que tem como responsabilidade 
coordenar o planejamento e controlar o fluxo de materiais, o que se refere à movimentação dos itens em 
sua entradae saída. Esse processo se inicia no fornecedor, passa pela produção e chega ao consumidor.
Todo esse processo deve ser gerenciado de maneira a garantir eficiência e competitividade para 
a empresa; para tanto, conhecer algumas técnicas de gestão é essencial. Uma dessas técnicas é o JIT 
(Just-In-Time).
2.3 Just‑In‑Time (JIT)
O sistema JIT adota uma filosofia japonesa de produção, mais conhecida como filosofia Toyota de 
produção, que surgiu na década de 1960 após a Segunda Guerra Mundial.
JIT é uma filosofia operacional que tem como objetivo básico a eliminação de desperdícios (BALOU, 
1998).
(1) Organização produz e entrega 
de acordo com a demanda com o 
mínimo de desperdício.
(2) Atraso/demora e estoque 
interagem entre si positivamente
Menor atraso = menor estoque
Maior atraso = maior estoque
(3) Defeito e atraso 
interagem positivamente
Menor defeito = menor atraso
(4) Tempo de inatividade
• Interrupção não planejada
• Manutenção planejada
• Troca de atividade ou 
ferramentas
(5) Simplicidade e visibilidade
• Processo simples
• Fluxo lógico
• Limpeza
• Organização
• Manutenção preventiva
(6) Estoque mínimo
• Demanda puxada
• Expectativa de atrasos, 
defeitos, interrupções
JIT
1
Atraso 
mínimo
Estoque 
mínimo
Defeitos 
mínimos
Simplicidade e 
visibilidade
Tempo de 
inatividade mínima
2
3
5
5 5
6 4
Figura 6
Fonte: adaptado do livro Estratégia e gerenciamento de logística (2003).
O gráfico define bem os objetivos do JIT, que tem como foco inicial produzir e entregar de acordo 
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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
com a demanda e com o mínimo de desperdício. Nesse sentido, evitar atrasos e defeitos possibilita 
ter menores estoques. É essencial que a inatividade seja evitada, pois ela implica capacidade não 
aproveitada e mão de obra desperdiçada. Esse sistema busca simplificar os processos para evitar 
perda de tempo e, cria, ainda, a política de estoque, definindo os volumes de estoques com base nas 
demandas.
2.3.1 Princípios do JIT
Treinamento
Trabalho 
em equipe
Organização do local 
de trabalho
Adequação do 
layout
Redução do set-up
Manutenção 
produtiva
Produção 
uniforme
Sistema 
puxar
Lotes pequenos / 
ciclos curtos
Princípios 
do JITKanban
Produzir com 
qualidade
Envolver 
fornecedor
Organizar para obter êxito
Identificação de oportunidades
Figura 7
Fonte: adaptado de Balou (1998).
O JIT não é somente uma filosofia, um programa de qualidade ou um programa de produção, é 
um conjunto de princípios, no qual o envolvimento de todos é essencial. Alguns pontos necessitam de 
definição mais detalhada por ser considerado o coração do JIT. Iniciaremos pelo kanban.
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2.3.2 Kanban
Conceito: marcador, cartão.
Traduzindo para o português significa “cartão”, tem como objetivo substituir o processo de empurrar 
da produção pelo processo de puxar, ou seja, é um sistema que orienta e direciona a produção a produzir 
na quantidade necessária.
Assim, o kanban busca volume adequado, ou seja, melhorar o fluxo dos volumes de produtos, 
a sequência correta (o processo subsequente deve retirar no processo precedente os produtos 
necessários, nas quantidades e nos momentos necessários). Além de utilizar-se de engenharia de 
processos e layout (o processo precedente deve produzir nas quantidades requisitadas pelo processo 
subsequente) e de gerenciamento de capacidade e monitoramento, pois produtos com defeito não 
devem seguir seu fluxo.
Os cartões podem ser físicos ou informatizados, de produto ou de processo, e autorizar a fabricação 
ou a montagem de lotes.
Modelo e dados do cartão Kanban
A figura 8, a seguir, representa um modelo de cartão Kanban. Os títulos dos campos são apresentados 
logo a seguir na legenda.
1
3
5
8
6
9
4
2
7
10
Figura 8
Modelo de cartão Kanban
Legenda
1 – Código da peça.
2 – Nome da peça.
27
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3 – Setor onde é produzida.
4 – Setor onde é consumida.
5 – Lugar onde é estocada.
6 – Quantidade solicitada por cartão.
7 – Quantidade total do lote de produção.
8 – Tipo do contêiner.
9 – Data de emissão.
10 – Número do cartão.
Além de conhecer os conceitos, é importante salientar as vantagens proporcionadas pelo Kanban, 
algumas estão citadas a seguir:
a) Menores níveis de estoque de MP e no processo.
b) Maior disponibilidade de máquinas.
c) Melhor qualidade.
d) Menor lead time de produção.
e) Maior flexibilidade da produção para atender ao mercado.
f) Menores perdas por reprocesso.
g) Menor área de armazenamento.
h) Menor custo do produto.
i) Transportes racionalizados.
j) Maior produtividade do pessoal.
Reforçando esses conceitos, Martins (2006) afirma que o JIT contempla a redução de inventários, 
a melhoria contínua da qualidade, a redução de custos do produto e a agilização do prazo de 
entrega.
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Case ilustrativo
De acordo com Martins (20061):
uma das maiores fabricantes de carrocerias para ônibus do planeta, a 
Marcopolo, exporta para mais de 40 países. Cerca de 28% das vendas totais 
vem de fora.
Parte do sucesso da Marcopolo deve-se à verticalização de sua produção. 
Nesse sentido, ela trafega na contramão da indústria, que tem hoje na 
terceirização um dos seus pilares de sustentação. A Marcopolo Produz 
internamente aproximadamente 80% dos componentes e acessórios de que 
precisa para montar um ônibus. De poltrona a janelas, passando por painéis 
e bagageiros, quase tudo é feito em casa.
As peças utilizadas nas três fábricas brasileiras da Marcopolo (duas na 
região serrana no Rio Grande do Sul e a terceira em Duque de Caxias, no 
Rio de Janeiro) estão sendo fabricadas ao lado de cada linha, conforme a 
necessidade. Não há estoques, e essa é a filosofia JIT.
A implantação de técnicas japonesas, além de deixar as fábricas limpas e 
organizadas, não apenas fez encolher os custos com estoques como ajudou 
a reduzir o ciclo de produção dos ônibus. Até 1987, cada ônibus levava vinte 
dias, em média, para ficar pronto. Atualmente, o tempo necessário é de seis 
dias, no caso de ônibus rodoviário, e apenas quatro dias para ônibus urbanos.
Comente o case exposto
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 Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto,acesse o site da Revista Exame: 
<http://exame.abril.com.br>.
1 Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista exame/edicoes/0728/noticias/podem me chamar de dona-
flor m0053267>. Acesso em: 25 mar. 2011.
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2.4 Fornecedor preferencial
Para uma boa gestão de materiais, é fundamental um relacionamento estratégico com os fornecedores. 
Cada troca de fornecedor é uma oportunidade de aprender como cada um deles trabalha, por meio de 
testes de recebimento e de qualidade. Essa técnica de fornecedor preferencial consiste em selecionar 
fornecedores e garantir qualidade, o objetivo é assegurar que o produto final atenda às expectativas 
dos clientes, podendo evoluir para parcerias e consórcios fornecedores, como acontece na fábrica de 
caminhões da Volkswagen, em Resende (RJ).
O ponto forte é manter parcerias, com as quais se busca ter poucos, mas bons fornecedores. Como 
exemplo ilustrativo podemos citar a Gessy Lever, que tinha, em 1996, em torno de 180 fornecedores 
para a área de transporte. Em 1999 o número de fornecedores para serviço de transporte era de 58, e o 
índice de pedidos entregues no prazo combinado subiu de 26% em 1996 para 80% em 1999 (Martins, 
2006).
2.5 Programação de fornecedores
O fluxo da informação, a rapidez e a exatidão em que ocorrem é uma importante ferramenta para a boa 
gestão de materiais. Receber o item certo na hora certa e na quantidade certa requer um relacionamento 
integrado entre os participantes de um negócio, ou, pelo menos, entre os mais importantes.
O ECR (Efficient Consumer Response), ou resposta eficiente ao consumidor, é uma estratégia 
amplamente utilizada em supermercados, na qual os fornecedores trabalham em conjunto para 
proporcionar maior valor para o cliente e maior redução dos custos. Isso ocorre por saber exatamente o 
que e quanto está vendendo, informação que é transmitida para os parceiros.
Isso ocorre, por exemplo, quando compramos um xampu no supermercado, ao registrá-lo no caixa, o 
sistema aponta a saída do produto no estoque da loja, que gera uma informação ao estoque central, que 
o repõe no dia seguinte, que, por sua vez, reduz o estoque central, que gera informação para compras e 
que aciona o fornecedor, podendo abastecer a rede diariamente.
Nesse processo, os produtos são identificados por código de barras ou RFID, que é uma transferência 
de dados por rádio frequência. Há intenso uso de EDI (transferência eletrônica de dados).
Essa estrutura possibilita saber o quê, quando e quanto deve ser recebido em relação aos itens 
necessários, possibilitando menores estoques, menor volume de produção e adequação às mudanças de 
consumo.
2.6 Técnicas para gestão de recursos patrimoniais – bens e equipamentos
De acordo com a visão contábil, uma empresa é constituída de bens (direitos e obrigações). Os bens 
podem ser itens de estoques (maquinários, móveis etc). Vamos considerar bens estruturais a estrutura 
patrimonial da empresa (móveis, equipamentos). Portanto, para desenvolver uma boa gestão desses 
recursos, a seguir, listam-se alguns pontos a serem considerados:
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• o investimento deve ser justificado por sua operação, como:
— o meio de trazer redução de custos para a produção ou de desenvolvimento dos serviços, onde a 
aquisição de uma máquina ou de um equipamento pode fazer com que gaste menos matéria-prima, 
produza em maior quantidade, com variedade de produtos em uma única máquina, consuma 
menos energia etc. Tudo isso gera menor custo, e essa redução recompensará o investimento 
feito, sem contar a visibilidade adquirida no mercado. Na área de transporte, a aquisição de 
veículos novos pode reduzir os gastos de manutenção, combustível e atrasos em entregas, e, 
assim, também trazer redução de custos. Na área de logística, o foco é automatizar os estoques, o 
que pode trazer agilidade para os processos de recebimento, armazenagem, localização dos itens 
e maior rapidez na separação de pedidos, atendendo a um número maior de clientes;
— uma melhoria da qualidade: a aquisição de recurso patrimonial pode ser justificada por essa 
melhoria, pois, consequentemente, a qualidade elimina a necessidade de retrabalho, reduzindo, 
assim, custos e trazendo vantagens competitivas;
— redução do ciclo de produção: reduzir o ciclo do pedido requer gerir todas as etapas desde o 
processo de aquisição (recebimento – armazenagem – produção – estocagem de itens acabados 
– venda e entrega), portanto, adquirir recursos que reduzam o ciclo do pedido faz com que o 
tempo gasto entre a solicitação e o recebimento do item seja o menor possível. Isso implica em 
menor custo das operações, maior satisfação do cliente e amplia a vantagem competitiva pelos 
serviços;
— flexibilidade de programação: uma das vantagens competitivas importantes é ser flexível, 
oferecer o que o cliente quer, do jeito, na hora e na quantidade necessários. O recurso que 
possibilite essa flexibilidade amplia a satisfação dos clientes, justificando os investimentos;
— melhoria no ambiente de trabalho: aquisições patrimoniais também podem se justificar na 
melhoria das condições de trabalho, criando um clima que faça cada colaborador produzir 
mais e melhor, como aquisição de novos computadores, cadeiras confortáveis etc.;
— respeito às normas de qualidade e ambientais ou adequação dos prazos de entrega às 
necessidades dos clientes;
• a tomada de decisão de mudança não pode ser a esmo, deve ser com o maior grau de segurança 
possível. Por isso, entra em cena a necessidade de simulação, pois, à medida que se buscam 
fábricas flexíveis com múltiplos produtos, é necessário um balanceamento muito acurado da 
operação. Em diversas áreas, tecnologias precisas de simulação já são realidade;
• o JIT e o Kanban proporcionam redução dos estoques, mas ainda é necessário configurar o fluxo 
das operações, então o layout deve ser projetado para tirar o máximo de proveito, simplificando 
ao máximo cada etapa de cada operação. É necessário desenvolver estudos para se chegar ao 
layout ótimo em função do tipo de fábrica, e facilitar o uso dos equipamentos de movimentação 
em busca de redução do lead-time de fabricação.
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Para um melhor entendimento, vamos aceitar que recursos patrimoniais são as instalações utilizadas 
nas operações do dia a dia da empresa, e, no entanto, são adquiridas esporadicamente, como, por 
exemplo: equipamentos e veículos da empresa.
A organização para aquisição de bens patrimoniais é bem diferente da utilizada para comprar 
materiais, pois envolve muito mais recursos e atua de forma peculiar, com projetos específicos.
A organização para aquisição de equipamentos merece atenção diferenciada, pois é muito complexa e exige 
estudos detalhados. Os equipamentos a serem adquiridos podem ser padronizados e expostos em catálogos ou 
podem ser equipamentos desenvolvidos por projetos específicos para alguma empresa ou necessidade.
 Observação
Como ampliação dos estudos, é importante conhecer as técnicas de 
“Retorno do Investimento” (payback),utilizando conceitos de matemática 
financeira.
Como aproveitar bem esta unidade?
1. Fazer os exercícios propostos sem ver as respostas.
2. Discutir as atividades no Blackboard.
3. Aproxime as discussões da sua realidade.
4. Leia o material antes de ver as aulas.
 Resumo
Esta unidade objetivou abordar temas relevantes na gestão de recursos 
materiais.
Considerou-se a importância de enxergar uma empresa como um 
sistema, uma vez que as áreas de uma empresa se integram, se comunicam, 
pois os recursos estarão presentes em todas estas áreas.
Para tal visão integrada, é necessário levar em conta os conceitos de 
sistemas, diferenciando sistemas abertos de sistemas fechados. Esta é uma 
visão que auxilia na percepção de que uma empresa deve se adequar às 
mudanças do ambiente.
Também foi feita a abordagem de conceitos de recursos. Vimos que 
recurso é qualquer coisa que possa ser avaliada financeiramente e que ajuda 
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a empresa a ganhar dinheiro. Foram citados os diversos tipos de recursos: 
materiais, patrimoniais, tecnológicos, financeiros e humanos, sem esquecer 
os principais conceitos de gestão desses recursos.
Esta disciplina, como é evidenciado no próprio nome, enfatizou e 
seguirá enfatizando mais destacadamente as duas primeiras modalidades 
de recursos. Em termos de gerenciamento, seguirá acompanhando as várias 
medidas de desempenho na gestão de materiais.
 Exercícios
Questão 1. Leia o trecho a seguir:
As organizações são organismos sistêmicos em que todas as partes são igualmente importantes 
para alcançar o sucesso corporativo, devendo cada uma funcionar adequadamente para a consecução 
dos objetivos finais. Porém, na prática, ocorrem conflitos entre os objetivos individuais das principais 
funções organizacionais (produção; marketing; finanças), e a Administração de Materiais exerce um 
papel fundamental na amenização ou eliminação destes conflitos,
porque
Administrar materiais é uma função de coordenação responsável pelo planejamento e fluxo de 
materiais, com o objetivo de maximizar a utilização dos recursos da empresa e fornecer o nível adequado 
de serviços ao consumidor.
A respeito dessas duas afirmativas, é correto afirmar que:
a) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
b) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
c) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
d) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
e) As duas afirmações são falsas.
Resposta correta: alternativa b.
Análise das alternativas
Primeira afirmativa correta
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“As organizações são organismos sistêmicos em que todas as partes são igualmente importantes 
para alcançar o sucesso corporativo, devendo cada uma funcionar adequadamente para a consecução 
dos objetivos finais. Porém, na prática, ocorrem conflitos entre os objetivos individuais das principais 
funções organizacionais (produção; marketing; finanças), e a Administração de Materiais exerce um 
papel fundamental na amenização ou eliminação destes conflitos,”
Justificativa
Apesar das organizações terem objetivos corporativos que devem ser alcançados com o esforço 
sistêmico de todos os setores, funções e departamentos, na prática, as funções acabam tendo visões 
individuais que geram conflitos. Por exemplo, no que tange a estoques e área produtiva provavelmente 
irá desejar trabalhar com o maior nível possível de estoques de matérias primas, para assegurar 
continuidade e produtividade para suas atividades, enquanto que Marketing desejará ter elevados 
estoques de produtos acabados para atender a seus clientes. Já Finanças desejará que qualquer estoque 
seja o mínimo possível para reduzir capitais investidos. Esses conflitos podem ser amenizados ou até 
eliminados pela correta administração de materiais, que estabelecerá níveis tecnicamente adequados. 
Logo, esta afirmativa é correta.
Segunda afirmativa correta
“Administrar materiais é uma função de coordenação responsável pelo planejamento e fluxo de 
materiais, com o objetivo de maximizar a utilização dos recursos da empresa, e fornecer o nível adequado 
de serviços ao consumidor.”
Justificativa
Administrar materiais é realmente planejar as necessidades e o fluxo desses materiais dentro da 
organização, tendo como objetivo a utilização mais adequada dos recursos da empresa para, com isso, 
permitir que a organização atenda ao consumidor adequadamente com uma visão técnica do assunto. 
Esta afirmativa, portanto, é correta e justifica a anterior.
Questão 2. Analise as figuras que retratam duas situações de produção e distribuição 
de produtos ao mercado, de forma a atender às demandas e expectativas dos clientes/
consumidores.
Produção
Produto 
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Encomendas
Reposição do 
stock
Fornecimento
Procura
Sistema de produção-distribuição 1
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Produção Mercado
Fornecimento
Procura
Sistema de produção-distribuição 2
Sobre as situações retratadas, pode-se afirmar que:
I. A primeira retrata a produção-distribuição, seguindo a filosofia JIT – Just in Time, utilizando-se de um 
distribuidor central que regula a oferta de acordo com a demanda (procura) dos consumidores finais.
II. O primeiro e o segundo sistema de produção são baseados na produção contínua, ou seja, produzem em 
série e de forma contínua, gerando estoques para atender às solicitações dos clientes prontamente.
III. O segundo sistema de produção-distribuição é característico de uma organização que produz e 
entrega de acordo com a demanda e com o mínimo de desperdício.
IV. Na segunda figura (Sistema de produção-distribuição 2) está retratado o sistema, denominado 
“puxado”, em que a produção é baseada, de forma geral, em encomendas do cliente externo, ou 
seja, orienta e direciona a produção de forma que se produza na quantidade necessária.
V. O sistema de produção na segunda figura (Sistema de produção-distribuição 2), utiliza a filosofia 
JIT – Just in Time, contando com estoques ao final da linha de produção e no início da fase 
de distribuição ao mercado, restritos aos seus âmbitos internos, de forma a suavizar o fluxo de 
materiais e produtos que circulam no sistema como um todo.
Estão corretas somente as afirmativas:
a) I e II.
b) I, III e IV.
c) III e IV.
d) II, IV e V.
e) III, IV e V.
Resolução desta questão na plataforma.

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