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A TEORIA DA ESCOLHA
DO CO1SUMIDOR
Quando voce' entra em uma loja, confronta-se com milhares de bens que poderia
comprar. Naturalmente, como os seus recursos financeiros são limitados, voc'e
pode comprar todas as coisas que quer. Portanto, voce considera o prec;o dos varios
bens à venda e compra um conjunto de bens que, dados os seus recursos, melhor
atenda as suas necessidades e desejos.
Neste capitulo, desenvolveremos a teoria que descreve como os consumidores
tomam decis6- es sobre o que comprar. Ate este ponto do livro, resumimos as deci-
ses dos consumidores por meio da curva de demanda. Como vimos nos capitulos
4 a 7, a curva de demanda de um bem reflete a disposi o do consumidor para
pagar por ele. Quando o preo de um bem aumenta, os consumidores esto dis-
postos a pagar por menos unidades, de modo que a quantidade demandada dimi-
nui. Agora analisaremos com maior profundidade as decis .6es que estio por tras da
curva de demanda. A teoria da escolha do consumidor apresentada neste capitulo
permite um entendimento mais completo da demanda, assim como a teoria da
empresa competitiva do Capitulo 14 proporciona um entendimento mais comple-
to da oferta.
Um dos Dez Principios de Econon•a discutidos no Capftulo 1 e de que as pessoas
se deparam com tradeoffs. A teoria da escolha do consumidor examina os tradeoffs
com os quais as pessoas se deparam no papel de consumidores. Quando um con-
454 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS
sumidor compra major quantidade de urn bem, tem de comprar menos de outros
bens. Quando despende mais tempo desfrutando de lazer e menos tempo traba-
lhando, tern renda menor e pode consumir menos. Quando gasta mais de sua
renda no presente e poupa menos, ele deve aceitar urn nivel de consumo mais
baixo no futuro. A teoria da escolha do consumidor examina como os consumido-
res que se deparam corn esses tradeoffs tomam decisoes e como respondem a
mudancas em seu ambiente.
Apos desenvolver as bases da teoria da escolha do consumidor, iremos aplica-la
a fres questoes sobre as decisoes das famflias. Mais especificamente, perg,untaremos:
• Todas as curvas de demanda tern inclinacao negativa?
• Como os salarios afetam a oferta de mao-de-obra?
• Como as taxas de juros afetam a poupanca das familias?
A primeira vista, parece que essas questoes nao estao relacionadas. Mas, como
iremos ver, podemos usar a teoria da escolha do consumidor para responder a cada
uma delas.
A 7E01100 OKAMENTARIA:
0 QUE 0 CONSUNDOR PODE GASTAR
A maioria das pessoas gostaria de aumentar a quantidade ou a qualidade dos bens
que consome — tirar ferias mais longas, dirig,ir carros mais imponentes ou comer em
restaurantes melhores. ksp esso a s consomem menos do cue desejam porque suas
.,-
(1,Apesas estao restringidas, ou seja, estao limitacias por sua renqa. Comecaremos
nosso estu o da e c a do consumidor examinando essa 1ac4o entre renda e
esas.
simplificar, vamos examinar a decisdo de urn consumidor que compra
somente dois bens: Pepsi e pizza. E claro que, no mundo real, as pessoas compram
milhares de diferentcs tipos dc bens. Mas admitir que so haja dois bens simplifica
o problema sem alterar a compreensao b6sica a respeito da escolha do consumidor.
Primeiro, vamos examinar como a renda do consumidor restringe o montante
que ele gasta em Pepsi e pizza. Suponha que o consumidor tenha renda de $ 1 mil
por mes e decida gastar toda a sua renda, a cada mes, em Pepsi e pizza. 0 preco de
uma lata de Pepsi sao $ 2, e o de uma pizza, $ 10.
A tabela da Figura 1 mostra algumas das rnuitas combinacoes de Pepsi e pizza
que o consumidor pode comprar. A primeira linha da tabela indica que, se o con-
sumidor gastar toda a sua renda em pizza, podera corner 100 pizzas durante o
rnes, mas nao podera comprar qualquer quantidade de Pepsi. A segunda linha
mostra outra combinacao de consumo possivel: 90 pizzas e 50 latas de Pepsi. E
assim por diante. Cada combinacdo de consumo mostrada na tabela custa exata-
mente $ 1 mil.
0 g,rafico da Figura 1 ilustra as combinacoes de consumo que o consumidor
pode escolher. 0 eixo vertical mede o niimero de latas de Pepsi, e o eixo horizon-
tal, o numero de pizzas. Tres pontos estao marcados na figura. No ponto A, o con-
sumidor n5o comj,-)ra Pepsi e consome 100 pizzas. No ponto B, o consumidor nao
compra pizza e consome 500 latas de Pepsi. No ponto C, o consumidor compra 50
pizzas e 250 latas de Pepsi. 0 ponto C, que esta exatamente no meio da linha que
liga A e B, é o ponto em que o consumidor gasta a mesma quantia ($ 500) em Pepsi
e pizza. Naturalmente, estas sao apenas fres das muitas combinacoes de Pepsi e
Restrição oramentkia
do consumidor
50 1 00 Quantidade
de Pizza
CAPITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 455
A Restri b Orcamenthria do Consumidor
A restricao orcomentOria mostra os vOrias combinacaes de bens que o consumidor pode comprar com urna determinada rencla Aqui, o consumidor com-
pro combinacaes de Pepsi e pizza. A tabela e o grOfico mostram o que o consumidor pode compror se sua renda for de $ 1 mil, o preco de uma Pepsi
for $ 2 e o de umo pizzo for $ 10.
Latas
de Pepsi
Nmero
de Pizzas
Despesa
em Pepsi
Despesa
em Pizza
Despesa
Total
Quantidade
de Pepsi
0 100 $ 0 $1.000 $1.000
50 90 100 900 1.000 500
100 80 200 800 1.000
150 70 300 700 1.000
200 60 400 600 1.000
250 50 500 500 1.000
300 40 600 400 1.000
350 30 700 300 1.000
250
400 20 800 200 1.000
450 10 900 100 1.000
500 0 1.000 0 1.000
A A
estri0o oramenthria
o li mite das combinaces de(
„"
)
consumo de bens que o
-)___consumidor pode adquirir
pizza que o consumidor pode escolher. Todos os pontos da linha que vai de A a B
s" "o possiveis. Essa linha, chamada de restri o oNamenffi-ia, mostra as combina-
b'es de consumo de que o consumidor disp6e. Nesse caso, representa o tradeoff
entre Pepsi e pizza con-i que o consumidor se depara.
restri or_c_a_r~r-ia mede a taxa a que o cons dor_p_ocle
t,roca ro. Corno vimos no apen—dice\c16–C4itu10 2, a
entre dois pontos e calculada como a variaio da distffilcia vertical dividida pela
varia o da distffilcia horizontal ("aumento sobre distffilcia"). Do ponto A ao ponto
B, a disffincia vertical é de 500 latas e a distncia horizontal e de 100 pizzas. Assirn,
a inclinação é de 5 latas por pizza. (Na verdade, como a restri o oNamentEiria se
inclina para baixo, a inclinação e um nUmero negativo. Para nosso prop5sito, entre-
tanto, vamos ignorar o sinal negativo.)
Observe que a inclinação da restri o oNamentEiria é igual ao prep relativo dos
dois bens – o prec;o de um bem comparado ao preo do outro. Uma pizza custa 5
vezes mais do que uma lata de Pepsi, de modo que o custo de oportunidade de uma
pizza s.- o 5 latas cle Pepsi. A inclinação da restric;; .-io oNamentEiria no valor de 5 refle-
te o tradeoff que o mercado oferece ao consumidor: 1 pizza por 5 latas de Pepsi.
Teste R4ido Represente graficamente a restrick orcamentria de uma pessoa com renda de $ 1 mil,
se o preco da Pepsi for $ 5 e o da pizza for $ 10. Qual a inclinack dessa restri0o orcament a?
TMgS 1
2
Curve de
indifererica
Qua ntidade
de Pizza
456 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS
PREFERENC1AS: 0 QUE 0 CONSUM1DOR QUER
Nosso objetivo neste capitulo é ver como os consumidores fazem escolhas. A res-
tricao orcamentaria é uma parte da analise: ela mostra quais combinacoes de bens
o consumidor pode adquirir, dados a sua renda e o preco dos bens. As escolhas do
consumidor, contudo, nao dependem apenas de sua restricao orcamentria, Inas
tambem de suas preferencias em relacao aos dois bens. Portanto, as preferencias do
consumidor representam a proxima parte de nossa analise.
(--'
; curva de indiferenca
/ uma curia que mostra as
, combinacOes de consumo
( que proporcionam ao
consumidor o mesmo nivel
_de satisfacao
Representacao das Preferencias cornCurvas de Indiferenca
As preferencias do consumidor lhe permitem escolher entre diferentes combina-
cOes de Pepsi e pizza. Se voce oferecer ao consumidor duas combinacoes diferen-
tes, ele escolhera aquela que melhor atenda a suas preferencias. Se ambas atende-
rem igualmente a suas preferencias, dizemos que o consumidor é indifrrente entre
as duas combinacoes.
Da mesma forma como representamos g,raficamente a restricdo orcamentaria
do consumidor, podemos tambem representar graficamente suas preferencias.
Fazemos isso corn as curvas de indiferenca. Uma curva de indifererica mostra as
combinacoes de consumo que fazem o consumidor igualmente feliz. Nesse caso, as
curvas de indiferenca mostram as combinacoes de Pepsi e pizza corn as quais o
consumidor está ig,ualmente satisfeito.
A Figura 2 mostra duas das muitas curvas de indiferenca do consumidor. 0 con-
sumidor é indiferente em relacao as combinacoes A, B e C porque elas est.do na
mesma curva. Nab é de surpreender que, se o consumo de pizza do consumidor se
FIGURA 2
As Preferencias do Consumidor
As preferencias do consumidor sao representadas corn curios de indiferenca, que mostram as combinacbes de
Pepsi e pizza que o deixam igualmente satisfeito. Como o consumidor prefere mois de urn bem, pontos que
estejam em uma curio de indiferenca mais alto (12, nesse caso) sao preferidos em relocao aos pontos de urna
curio de indiferenca mais boixo (1,). A taxa marginal de substituicao (TMgS) mostra o taxa a quo! o consumio'or
est6 disposto o trocar Pepsi por pizza.
CAPh-ULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 457
reduzir, digamos, do ponto A para o ponto B, o consumo de Pepsi precisath aumen-
tar para igualmente satisfeito. Se o consumo de pizza for novamente
reduzido, do ponto B para o ponto C, a quantidade consumida de Pepsi precisath
aumentar novamente.
A inclinação em qualquer ponto de un-ia curva de indifereNa é igual à taxa
qual o consumidor está disposto a substituir um bem por outro. Essa taxa e chama-
da de taxa marginal de substitui o (TMgS). Nesse caso, a taxa marg,inal de subs-
titui o n-iede quanto de Pepsi o consumidor precisa, a fim de se sentir compensa-
do pela percla de uma uniclade no consumo de pizza. Observe que, como as curvas
de indiferena n5o s'a- o linhas retas, a taxa marginal de substitui o não é a mesma
em todos os pontos de uma dada curva de indifereNa. A taxa à qual o consumidor
esta. disposto a trocar um bem por outro depende da quantidade de bens que
esta' consumindo. Ou seja, a taxa à qual o consumidor está disposto a trocar pizza
por Pepsi depende de ele estar mais faminto ou mais sedento, o que, por sua vez,
depende de quanta pizza e quanta Pepsi ele possui.
0 consumidor está igualmente satisfeito em todos os pontos de uma dada curva
de indifereNa, mas prefere algumas curvas de indifereNa a outras. Como ele pre-
fere mais consumo (1que menos consumo, as cur,vas de indiferena mais—etev-a-das
sao prerenveis as maks baixas._Na , igura qualquer po
-nto na curva de indiferena
e preferivel:a qualqU---er
0 confun-to de curvas de indiferença de um consumidor nos dá uma classifica-
o conwleta das suas prefer'encias. Ou seja, podemos usar as curvas de indiferen-
ça para classificar quaisquer duas combing'6'es de bens. Por exemplo, as curvas de
indifereNa nos dizem que o ponto D é preferivel ao ponto A porque está em uma
cuiva de indifereNa mais elevada do que o ponto A (essa concluso é óhvia, já que
o 13onto D proporciona ao consurnidor mais pizza e mais Pepsi). As curvas de indi-
fereNa tambem nos dizem que o ponto D é preferivel ao ponto C porque está em
uma curva de indifereNa mais elevada. Embora no ponto D haja menos Pepsi do
que no ponto C, ele contem uma quantidade de pizza adicional que é mais do que
suficiente para fazer com que o consumidor prefira esse ponto. Vendo qual ponto
está situado na curva cle indifereNa mais elevada, podemos usar o conjunto de cur-
vas de indifererwa para classificar quaisquer combing r6es de Pepsi e pizza.
Quatro Propriedades das Curvas de IndifereNa
Como as curvas de indiferena representam as prefer'encias do consumidor, elas
tem determinadas propriedades que refletem essas prefere'ncias. Examinaremos
aqui quatro propriedades que descrevem a maioria das curvas de indifereNa:
(*, Propriedade 1: 4,.curvas de indik-enca mais elevadas . s4o .prgferiv.eis .tskmais baixas.
0,s- 9.1.4.sql:~orn=iatknente p-reerem__erTmais de a g,uma coisa a ter menos.
Essa prefer'encia po-r mafOre-s-quanti-6-des se re-flete-ri- CU- rv—as- deindiferena.
Como mostra a Figura 2, curvas de indiferena mais elevadas representam
quantidades maiores de bens do que as curvas de indifereNa mais baixas.
Portanto, o consumidor prefere estar nas curvas de indifereNa mais elevadas.
Propriedade 2: As curvas_de indiferenca se inclinam para baixo. A inclinação de uma
curv reNa reflete a taxa—a qual Q£onsumiclor est disposto—a'subStifuir
um bem _por outro. -Na -maioria dos casos, o consuMidOr ,c;bsta dos dois bens.
s."` -a--quantidaTh—fe-7--le urribeMFOr re-crt:izTd-a,Ta:.1
h Ua=rx..tidade-d—o outrey,pre-
aiitn-en-t-ar:a- firrid-e -q-u--emicons-ufrildor fique igualmente satisfeito. 'Por essa
rzãòa -ri-fffibfra- cTa-s-CTrv-as de indifei-eNa S'inclinam para-baix6":-
Propriedatic 3: As,proas de indiferenp nr7o se cruzam. Para ver por que isso
suponha que duas -Curvas e MdItereNa se cruzassem como na Figura 3.
EnUio, como o ponto A esth na mesma curva de indifereNa que o ponto B, os
taxa marginal de
/substitui(a.o
a taxa a qual um consumidor
está disposto a trocar um
bem por outro
• d...9.),(?,-14 o•Le
458 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS
A Impossibilidade da Intersecao de Curvas de Indiferenca
Uma situacao como essa nao pode acontecer. De acordo corn essas curvas de indiferenca, o consumidor estoria
igualmente satisfeito nos pontos A, B e C, embora o ponto C tenha mars dos dois bens que o ponto A.
Quantidade
de Pizza
dois pontos deixariam o consumidor igualmente satisfeito. Alem disso, como o
pont° B esti' na mesma curva de indiferenca que o ponto C, esses dois pontos
tambem dariam ao consumidor o mesmo nivel de satisfacao. Mas essas conclu-
saes implicam que os pontos A e C tambem deixem o consumidor igualmente
satisfeito, embora o pont° C tenha major quantidade de ambos os bens. Isso
contradiz nossa hipotese de que o consumidor sempre prefere mais dos dois
hens a menos. Portant°, as curvas de indiferenca nao podem se cruzar.
Propriedade 4: As . .u.,rvas de indiferen a sa convexas em relacao a origeni dos eixos. A
---
inclinacao de uma curva de indiferenca é a taxa marginal de sub-kituicao - a taxa
qual o consumidor esti disposto a trocar urn bem por outro. A taxa marginal
de substituicao (77VigS) geralmente depende da quantidade de cada hem que o
consumidor esta consumindo atualmente. De modo mais especffico, como asp.
pessoas estdo mais dispostas a trocar bens que tenham em abundancia e menos
dispostas:a trocaOpens_que-tenharn-eril'OciiiKliquanti-dad-e7a-S-C—u—rvaS-de
ferenca so -convexas em relaci ridos eixo-s-.15or exemplo, considere a
Figura 4. No ponto A, como o consumidor tern muita Pepsi e somente urn pouco
de pizza, est corn muita fome, mas nao tern muita sede. Para induzir o consu-
midor a abrir mao de 1 pizza, é precis° dar-lhe 6 latas de Pepsi: a taxa marginal
de substituicao é de 6 latas por pizza. Por outro lado, no ponto B, o consumidor
tern pouca Pepsi e muita pizza, de modo que esta sedento, mas nao tern muita
fome. Nesse ponto, ele estaria disposto a abrir mao de 1 pizza para obter 1 lata
de Pepsi: a taxa marginal de substituicao é de 1 lata por pizza. Portant°, a conve-------,_,---
xidade da curva de indiferEs_areflete a maior-4isposicao do_consumictor,para
mao do be que ere j6 tem em,g_a-iiae-
Dols Exemplos Extremos de Curvas de Indiferenca
0 formato de uma curva de indiferenca nos diz sobre a disposicao de urn consu-midor em trocar urn hem por outro. Quando os bens sao facilmente substituiveis
-
2 3
CAPfTULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR
Fith- RA 4
Curvas de Indiferega Convexas
As curvos de indiferenca costumam ser convexas. Esse formato implica que o taxa marginal de substituicao
(TMgS) depende da quantidade dos dois bens que o consumidor esta consumindo. No ponto A, o consumidor
tem pouca pizza e muita Pepsi, de modo que sera preciso muita Pepsi a mais para induzi-lo a abrir mao de
umo pizza. A taxa marginal de substituicao é de 6 latas de Pepsi por pizza. No ponto B, o consumidor tem
muita pizzo e pouca Pepst de modo que sera preciso pouca Pepsi a mois paro induzi-lo o obrir mao de uma
pizza: a toxa marginal de substituicao é de 1 lata de Pepsi por pizza.
459
Quantidade
de Pepsi
14
8
4
3
0
Curva de
indifereNa
Quantidade
de Pizza
um pelo utro, as curvas de indifereNa são menos convexas; quando é dificil subs-
tituir um bem por ou_tro, as muik-o–co-fivexaS:-Para'ver-por
Elue iss e ãde,vamš analisa—r os casos extrem--os.
Substitutos Perfeitos Suponha que alguem lhe oferea dois pacotes, cada um
deles com diferentes combing -Oes de moedas de 5 e 10 centavos. Como voce clas-
sificaria os diferentes pacotes?
Muito provavelmente, voce só se preocuparia com o valor nionet4rio total de
cada pacote. Nesse caso, voce avaliaria cada pacote com base no n mero de moedas
de 10 centavos somado ao n mero de moedas de 5 centavos multiplicado por dois.
Em outras palavras, voce sempre estaria disposto a trocar uma moecia de 10 centa-
vos por duas de 5 centavos, qualquer que fosse o n mero de moedas de 10 centavos
e 5 centavos contidas em cada pacote. Sua taxa marginal de substituição entre moe-
das de 5 e 10 centavos seria um ni:imero fixo: 2.
Podemos representar suas preferencias entre moedas de 5 e 10 centavos com as
curvas de indifereNa do painel (a) na Figura 5. Con-io a taxa marginal de substitui-
o é constante, as curvas de indifereNa ski linhas retas. Nesse caso extremo de
curvas de indifereNa retas, dizemos que os dois bens so substitutos perfeitos.
Complementos Perfeitos Suponha agora que alguen-i lhe ofere(;a lotes de
sapatos. Alguns sapatos servem no pe direito, ao passo que outros servem no
esquerdo. Como voce classificaria esses diferentes lotes?
substitutos perfeitos (,
L
' dois bens cujas curvas c1 7
indiferenca sk retas
3 Moedas de
10 Centavos
(b) Complementos Perfeitos
Sapatos para
o Pe Esquerdo
7
5 /1
0 5 Sapatos para
o Pe Direito
460 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS
Substitutos Perfeitos e Complementos Perfeitos
Quando dais bens soo facilmente substituiveis urn pelo outro, as curvas de indiferenca sao linhas retas, como mostra o painel (a). Quando dais bens sao
foriemente complementares, como as pes esquerdo e direito dos sapatos, as curvas de indiferenca apresentam urn angulo reto, como mostra o painel (b).
(a) Substitutos Perfeitos
Moedas de
5 Centavos
6
complementos perfeitos
.} dois bens cujas curvas der indiferenca formam urn
I angulo reto
Nesse caso, voce ficaria preocupado somente corn o numero de pares de sapa-
tos. Em outras palavras, avaliaria urn lote de sapatos corn base no numero de pares
qua pudesse reunir a partir dee. Urn lote corn 5 pes esquerdos e 7 pes direitos ren-
deria apenas 5 pares. Obter mais urn pe direito nao tern qualquer valor se n5o hou-
ver urn pe esquerdo para lhe fazer par.
Podemos representar suas preferencias por sapatos para os pes esquerdo e
direito por meio das curvas de indiferenca do painel (b) da Figura 5. Nesse caso,
urn lote corn 5 pes esquerdos e 5 pes direitos tern o mesmo valor que urn lote corn
5 pes esquerdos e 7 pes direitos. Tern tambem o mesmo valor que urn lote corn 7
pes esquerdos e 5 pes direitos. As curvas de indiferenca, 1.-)ortanto, tern format° de
ang-ulos retos. Nesse caso extremo de curvas de indiferenca corn angulo reto, dize-
mos que os bens sao complementos perfeitos.
No mundo real, naturalmente, a maioria dos bens nao é nem de substitutos per-
feitos (corno moedas de 5 e 10 centavos), nem de complementos perfeitos (como
sapatos para os pes esquerdo e dircito). Normalmente, as curvas de indiferenca sao
convexas, rnas nao a ponto de formar angulos retos.
Teste Rapid() Represente graficamente algumas curvas de indiferenca de Pepsi e pizza. Explique as qua-
tro propriedades dessas curvas de indiferenca.
OTIMIZA00: 0 QUE C CONSUMIDOR ESCOLHE
0 objetivo deste capitulo é entender como urn consumidor faz suas escolhas. Ja
temos os dois componentes de que precisamos para essa analise: a restricao °Ka-
mentaria do consumidor e as preferencias do consumidor. Agora vamos reunir esses
dois componentes e analisar a decisao do consumidor a respeito do qua comprar.
CAPftULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 461
As Escolhas Ótimas do Consumidor
Vamos utilizar novamente o exemplo da Pepsi e da pizza. 0 consumidor gostaria
de terminar com a melhor combina o possivel de Pepsi e pizza - ou seja, a com-
binac:. -ao na curva de indiferena mais elevada possivel. Mas o consumidor tambem
precisa manter-se na linha ou abaixo da linha de restri o oNamentaria, que mede
o total de recursos disponiveis para ele.
A Figura 6 mostra a restriO- o oNamentaria do consumidor e tres de suas mui-
tas curvas de indifereNa. A cu a mais ekvada que o consumidor pode atingir (12,
na figura) e aquela q4e tangencia a restri o 6Namentana. em que essa
-
curva de iniffereria ë5an é chamado de 6thno. 0
P-cbnsumir-T-1--et-eriria o—p-dfito A, mas riThWTY0--cre --EiTifi&- o—rq 1-5-mif6--esta
acima da sua restri o oNamentaria. 0 consumidor pode optar pelo ponto B, mas
esse ponto esta em uma curva de indifereNa mais baixa e, portanto, lhe proporcio-
na menor satisfa o. 0 (5ti,mo representa a melhor combing -ao de consumo de
Pepsi e pizza disponiverpara o consum
---------------Observe que, no OTifno, a incling - o da curva de indiferena é ig-,ual
da restrição oNamentria. Dizemos que a curva de indifereNa é tangente à restri-
o oNamentaria. A incling'a"o da curva de indifereNa é a taxa marg,inal de subs-
titui o entre Pepsi e pizza, e a iiicliiiação da restri o oNamentaria é o prew rela-
tivo da Pepsi em termos de pizza. Assim, o consumidor escolhe o constuno dos dois bens
de tal modo que t? taxa marginal de substitui(do seja igual tiO preffl relativo.
Vimos no Capitulo 7 como os prec;os de mercado refletem o valor marginal que
os consumidores atribuem aos bens. Essa analise da escolha do consumidor apre-
senta os mesmos resultados de uma maneira diferente. Ao fazer suas escolhas de
consumo, o consumidor toma como dado o pre9p relativo dos dois bens e, ento,
escolhe um Otimo ao qual sua taxa_kal l de substitui -ao sej_a_igual o
relathioT e relativo e a taxa'a qual o mercado esta _diszosto a trocar um bem
pas-so qur6 õ m-
dor esta p. trocar um beM oiTh 11=5:1\Tr timo do
que ele faz dos dois bens como me xa marginal de substitui o) e igual
FIGURA 6
Quantidade
de Pepsi
0 0timo do Consumidor
0 consumidor escolhe o ponto de sua restricao orcamentaria que
toca a curva de indiferenca mais elevada. Nesse ponto, chamado
de atimo, a taxa marginal de substitukao é igual ao preco relativo
dos dois bens. Aqui, a curva de indiferenca mais elevado que o
consumidor pode atingir é 12. 0 consumidor prefere o ponto A, que
esth na curva de indiferenca l, mas sua restricao orcamenthria o
impede de obter esso combinacao de Pepsi e pizza. Por outro lado,
o consumidor poderia escolher o ponto B, que esta dentro de suas
possibilidades, mas como esse ponto se situa em uma curva de
indiferenca mais baixa, o consumidor nao o prefere.
Quantidade
de Pizza
462 PARTE 7 TOPICOS DE ESTU DOS AVANcADOS
SAIBA MAIS SOBRE...
UTILIDADE: UMA FORMA ALTERNATIVA DE DES-
CREVER AS PREFERENCIAS E A OTIMIZAcA0
Temosutilizado as curvas de indiferenda para representar as prefe-
rencias do consumidor. Outra maneira comum de representar pre-
ferencias é par meio do conceito de utilidade. Utilidade é uma
medida abstrata da satisfacao au felicidade que urn consumidor
obtem de urn conjunto de bens. Os economistas dizem que urn
consumidor prefere urn conjunto de bens a outro se o primeiro ofe-
rece maior utilidade do que o segundo.
As curvas de indiferenda e a utilidade estao estreitamente relacio-
nadas. Como o consumidor prefere pontos que estejam ern curvas
de indiferenda mais elevadas, as conjuntos de bens que estao em
curvas de indiferenda mais elevadas proporcionam maior utilidade.
Como o consumidor fica igualmente satisfeito em todos as pontos
que estejam em uma mesma curva de indiferenda, todos esses con-
juntos proporcionam a mesma utilidade. Podemos pensar em uma
curva de indiferenda coma se fosse uma curva de "utilidade igual".
A utilidade marginal de qualquer bem é o aumento de utilida-
de que o consumidor obtern de uma unidade adicional do bem em
questa°. Supoe-se que a maioria dos bens exibe utilidade marginal
decrescente: quanta mais de urn bem o consumidor tern, menor a
utilidade marginal proporcionada par uma unidade a mais do
mesmo bem.
A taxa marginal de substituicao entre dais bens depende de
suas utilidades marginais. Par exemplo, se a utilidade marginal do
bem X e duas vezes a utilidade marginal do bem Y, entao o
duo precisaria de duas unidades do bem Y para compensar a perda
de uma unidade do bem X, e a taxa marginal de substituicao é igual
a 2. De maneira mais geral, a taxa marginal de substituicao (e, por-
tanto, a inclinacao da curva de indiferenda) e igual a utilidade mar-
ginal de urn bem dividida pela utilidade marginal do outro bem.
A analise da utilidade nos proporciona outra maneira de descre-
ver a otimizadao para o consumidor. Lembre-se de que, no Otimo do
consumidor, a taxa marginal de substituidao e igual a razao entre as
precos. Isto é,
TMgS =
Como a taxa marginal de substituicao e igual a razao das utilida-
des marginais, podemos escrever essa condic-ao de otimizacao
coma
UMgx/UMgy=
E podemos reorganizar a equadao para chegar a
UMgx/Px= UMgy/l),
Essa equadao tern uma interpretacao simples: no Otimo, a utili-
dade marginal par Mar gasto com o bem X e igual a utilidade mar-
ginal par dolar gasto corn o bem Y. (Par que? Se essa igualdade nao
se mantivesse, o consumidor poderia aumentar a utilidade gastando
menos cam o bem que he proporcionasse menor utilidade margi-
nal par dolar e mais corn o bem que !he proporcionasse maior uti-
lidade marginal par Mar.)
Quando as economistas debatem a teoria da escolha do consu-
midor, podem expressa-la usando diferentes palavras. Urn econo-
mista poderia dizer que o objetivo do consumidor é maximizar a uti-
lidade. Outro poderia dizer que o objetivo do consumidor é situar-se
na curva de indiferenda mais elevada possivel. 0 primeiro economis-
ta concluiria que, no atimo do consumidor, a utilidade marginal par
dolar e a mesma para todos as bens, ao passo que o segundo con-
cluiria que o otimo do consumidor fica no ponto em que a curva de
indiferenda e tangente a restricao ordamentaria. Na fundo, sao duas
maneiras de dizer a mesma coisa.
avaliaca-o do mercado (como medida pelo preco relativo). Como resultado clessa
otimiza0o pelo consumidor, o preco de mercado dos diferentes bens reflete o va-
lor que os consumiclores atribuem a cada bem.
Como as Variacoes na Renda Afetam as Escolhas do Consumidor
Agora que vimos como o consumidor toma a decisao de consumo, vamos estudar
como o consumo responde a variac-.5es na renda. Sendo mais especificos, suponha
que a rencia aurnente. Corn uma renda major, o consumidor pode comprar mais
dos dois bens. 0 aumento na renda, portant°, desloca a restricao orcamentaria
para fora, como na Figura 7. Como o preco relativo dos dois bens continua o
mesmo, a inclina(ao da nova restricao orcamentaria é a mesma que a inclinacao da
restricao orcamentaria original. Isto é rn aumento na renda leva a urn desloca-
mento arale10 da restricao orcament6riz (.0 
I k0,-,
Quantidade
de Pizza
0
2.... aumentando o consumo de pizza...
Quantidade
de Pepsi Nova restrição oNamentkia
1. Um aumento na renda desloca
a restri0o oramentkia para fora...
Novo ótimo
3.... e o
consumo —
de Pepsi.
2
Restrição
oramentria
inicial
CAPITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 463
FIGURA 7
Um Aumento na Renda
Quando a renda do consumidor
aumenta, sua restric -ao orcomenthria
desloco-se para foro. Se os dois bens
forem bens normais, o consumidor
responde ao aumento na renda
comprando mais de ambos os bens.
Aqui o consumidor compro mais pizza
e mals Pepsi:
A restrição oNamentkia expandida permite que o consumidor escolha uma
melhor combina o de Pepsi e pizza. Em outras palavras, o consun-lidor pode agora
ating,ir uma curva de indifereNa mais elevada. Dados o deslocamento da restri o
oNamentria e as prefefencias do consumidor, tais como representadas pelas suas
curvas de indifereNa, o Otimo do consumidor move-se do ponto indicado como
"OtiQo iniciar_za_r_a_o_pontO cor-r oTi7-11-6
Observe que, na Figura7o consumi or opta por Lonsumir mais Pepsi e mais
pizza. Embora a lOgica do modelo não exija aumento do consumo dos dois bens
em resposta a um aumento na renda, este e o resultado mais comum. Como vimos
no Capitulo 4, se um consumidor deseja mais de um bem quando sua renda
aumenta, os economistas chamam esse ben-i de bem normal. As curvas de indife-
rena da Fig,ura 7 foram desenhadas supondo que tanto a Pepsi quanto a pizza
sejam bens normais.
A Figura 8 mostra um exemplo em que um aumento na renda induz o consu-
midor a comprar mais pizza, porem menos Pepsi. Se um consumidor cornpra
menos de um bem quando sua renda aumenta, os economistas chamam esse ben-i
de bem inferior. A Fig,ura 8 foi desenhada supondo que a pizza seja um bem nor-
mal, e a Pepsi, um bem inferior.
Embora a maioria dos bens seja normal, existem alg,uns bens inferiores no
mundo real. Um exemplo está nas passagens de Onibus. Para os consumidores de
alta renda, e maior a probabilidade de que sejam proprietEirios de carros e menor a
probabilidade de andarem de Onibus do que para os consumidores de baixa rencia.
As passagens de Onibus são, portanto, um bem inferior.
Como as Variaces nos Precos Afetam as Escolhas do Consumidor
Vamos agora usar esse modelo da escolha do consumidor para ver como uma
mudaNa no 1_-)reo de um dos bens altera as escolhas do consumidor. Suponha,
mais especificamente, que o preo da Pepsi caia de $ 2 para $ 1 a lata.1\l'a"o é de sur-
bem normal
um bem para o qual um
aumento na renda eleva a
quantidade consumida
bem inferior
um bem para o qual um
aumento na renda diminui a
,quantidade consumida
Quantidade
de Pepsi
3. ... mas o
consumo
de Pepsi
cal, fazendo
da Pepsi urn
bem inferior.
Restricao
orcamentaria
inicial
0
Nova restricao orcamentaria
1. Quando urn aumento na renda
desloca a restricao orcamentaria
para fora...
Novo Otimo
Quantidade de Pizza
2.... o consumo de pizza aumenta, o que faz
da pizza urn bem normal...
464 PARTE 7 TOPICOS DE ESTU DOS AVANcADOS
FIGURA 8
Um Bern Inferior
Urn bem é urn bem inferior se o
consumidor compra menos dele
quando sua renda aumenta. Aqui, Pepsi
é um bem inferior: quando a rendo do
consumidor aumenta e sua restricao
orcamentOria se desloca para fora, o
consumidor compra mais pizza e
menos Pepsi.
efeito renda
a variacao de consumo que
ocorre quando uma mudanca
\ de preco move o consumidor
para uma curva de indiferenca
I\ mais elevada ou menos
)elevada
/elk° substituicao
v, a ariacao de consumo que!
1 i ocorre quando uma mudanca
de preco move o consumidor
ao longo de uma dada curva
de indiferencaate urn ponto
\ corn uma nova taxa marginal
cle substituicao
preender clue o menor preco expanda o conjunto de oportunidades de compra do
consumidor. Em outras palavras, Ulna queda no preso de qualquer urn dos bens
desloca a -restricao orcamentaria para f- a.
A Figura 9 mostra mais especificamente como a queda de preco afeta a restri-
(do orcamentaria. Se o consumidor gastar toda a sua renda de $ 1 mil em pizza, o
preco da Pepsi ser6 irrelevante. Portant°, o ponto A na figura permanece o mesmo.
Mas se o consumidor gastar toda a sua renda de $ 1 mil em Pepsi, podera agora
comprar 1 mil latas em vez de apenas 500. Assim, o ponto final da restricao
ment6ria desloca-se do ponto B para o pont° D.
Observe que nesse caso o deslocamento para fora da restricao orcamentaria
altera sua inclinacao (isso difere do caso anterior, quando os precos se mantiveram
os mesmos, mas a renda do consumidor mudou). Como ja foi visto, a inclinac5o da
restric5o orcamentitria reflete os precos relativos da Pepsi e da pizza. Como o preco
da Pepsi caiu de $ 2 para $ 1, enquanto o da pizza se manteve em $ 10, o consumi-
dor pode agora trocar uma pizza par 10 latas de Pepsi, em vez de 5 latas, como
ocorria anteriormente. Como resultado, knova.restric amentaria tern uma
inclinacp major.
A maneira pela qual a alteracao na restricao orcamentdria muda o consumo de
ambos as bens depende das preferencias do consumidor. As curvas de indiferenca
tracadas nesta figura mostram que o consumidor compra mais Pepsi e menos pizza.
Efeito Renda e Efeito Substituicao
0 impact° de uma mudanca no preco de urn hem sobre o consumo pode ser
decomposto em dois efeitos: o efeito renda e o efeito substituicao. Para ver o que
Quantidade
de Pepsi
Nova restrição oNamentaria
Novo 6timo 1. Uma queda do preo da Pepsi
provoca uma rota o para fora
da restrição oramentria...
ti mo inicial
100 Quantidade
2.... reduzindo o consumo de pizza... de Pizza
1.000
500
3.... e
aumentando-7
o consumo
de Pepsi.
Restrição
oramentaria
inicial
CAPITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 465
FIGURA 9
Uma Variack no Preco
Quando o preco do Pepsi cat a restri-
cao orcomentana do consumidor deslo-
ca-se para fora e mudo sua inclinacao.
0 consumidor move-se do Otimo inicial
para o novo atimo, o que muda suas
compros tanto de Pepsi quonto de
pizza. Nesse caso, a quontidode consu-
mida de Pepsi aumento e a quantidade
consumida de pizza cai.
são esses dois efeitos, imag,ine como o consumidor reagiria se soubesse que o
preo da Pepsi caiu. Ele poderia raciocinar das seguintes maneiras:
• "Grande noticia! Agora que a Pepsi esti mais barata, minha renda ten-i maior
poder de compra. Estou, de fato, mais rico do que antes. Como estou mais rico,
posso comprar mais Pepsi e mais pizza." (Este e o efeito renda.)
• "Agora que o prec;o da Pepsi caiu, posso comprar mais latas de Pepsi para cada
pizza de que eu abrir rnão. Como a pizza agora está relativamente mais cara, eu
deveria comprar menos pizza e mais Pepsi." (Este é o efeito substitui .)
Qual c-ias duas afirmac;"(5es voce julga ser a mais correta?
Na verdade, as duas afirmg -6es fazem sentido. A queda no pre9a da Pepsi deixa
o consumidor em melhor situa o. Se tanto a Pepsi quanto a pizza s' "o bens nor-
mais, o consumidor desejará distribuir seu maior poder de con-yra entre os dois
bens. Esse efeito renda tende a fazer com que o consumidor compre mais pizza e
mais Pepsi. Mas, ao mesmo tempo, o consumo de Pepsi tornou-se mais barato em
relgo ao consumo de pizza. Esse efeito suhstituição tende a fazer o consumidor
escolher mais Pepsi e menos pizza.
Considere agora o resultado final desses dois efeitos. 0 consumidor certamen-
te compra mais Pepsi, já que tanto o efeito renda quanto o efeito substitui o agem
no sentido de aumentar as compras de Pepsi. Mas não se pode dizer com certeza
se o consumidor comprará mais pizza porque os efeitos renda e substitui o tra-
balham em dire es opostas. Essa concluso e sintetizada na Tabela 1.
Podemos interpretar os efeitos renda e substitui o usando curvas de indiferen-
efeito renda é a variac, & no consunto que resulta da passagem pt7ra uma curva de
indiferent7 mais elevada. O efeito substituk
y-7o (-
5
 a variaciTh no consumo que resulta de se
estar C111 11111 ponto de uma C1117,a de indifuen-a com Unla taxa marginal de substitui(do
difereitte.
466 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS
TABELA 1
Os Efeitos Renda e
Substituick Quando o
Prey) da Pepsi Cai
Bern Efeito Renda Efeito Substituicao
Pepsi 0 consumidor esta mais rico, A Pepsi esta relativamente mais
portant° compra mais Pepsi. barata, portant° o consumidor
compra mais Pepsi.
Pizza 0 consumidor esta mais rico, A pizza esta relativamente mais
portant° compra mais pizza. cara, portanto o consumidor
compra menos pizza.
Efeito Total
Os efeitos renda e
substituicao agem no
mesmo sentido, portant° o
consumidor compra
mais Pepsi.
Os efeitos renda e
substituicao agem em
direcoes opostas, portant° o
efeito total sobre o consumo
de pizza é incerto.
A Figura 10 representa graficamente como decompor a mudanca da decisao do
consumidor em seus efeitos renda e substituicao. Quanclo o preco da Pepsi cai, o
consumidor se move do Otimo inicial, ponto A, para o novo otimo, o ponto C.
Podemos considerar que essa mudanca se de em duas etapas. Primeiro, o consu-
midor se move ao ion go da curva de indiferenca inicial I, do ponto A para o ponto
B. 0 consumidor esta igualmente satisfeito nesses dois pontos, mas no ponto B a
taxa marginal de substituicao reflete o novo preco relativo (a linha pontilhada que
passa pelo ponto B reflete o novo preco relativo, sendo paralela a nova restricao
orcamenta-ria). Em seguida, o consumidor se desloca para uma curva de indiferen-
ca mais elevada, movendo-se do ponto B para o ponto C. Embora os pontos B e
C estejam em curvas de indiferenca diferentes, eles tem a mesma taxa marginal de
substituicao. 0-u seja, a inclinacao da curva de indiferenca Li no ponto B é igual
inclinacao da curva de indiferenca 12 no ponto C.
Embora o consumidor nunca chegue a escolher efetivamente o ponto B, esse
ponto hipotetico é iitil para esclarecer os dois efeitos que determinam a decisdo do
consumidor. Observe que a passagem do ponto A para o ponto B representa uma
pura variacao da taxa marginal de substituicao sem qualquer mucianca no bem-
estar do consumidor. De forma similar, a mudanca do ponto B para o ponto C
representa uma pura mudanca no hem-estar do consumidor, sem qualquer varia-
ca-o da taxa marginal de substituicao. Portanto, o movimento de A para B mostra o
efeito substituicao, e o movimento de B para C mostra o efeito renda.
Derivando a Curva de Demanda
Acabamos de ver como mudancas no preco de um bem alteram a restricao orca-
mentaria do consumidor e, portanto, as quantidades dos dois bens que ele escolhe
comprar. A curva de demanda de qualquer bem reflete essas decisoes de consumo.
Recorde-se que a curva de demanda mostra a quantidade demandada de um hem
a qualquer preco dado. Podemos enxergar a curva de demanda de urn consumidor
como urn resumo das decisoes otimas que decorrem de sua restricao orcamentaria
e de suas curvas de inc-liferenca.
Por exemplo, a Figura 11 mostra a demanda por Pepsi. 0 painel (a) mostra que,
quando o preco de uma lata cal de $ 2 para $ 1, a restricao orcamentaria do consu-
midor desloca-se para fora. Por causa dos efeitos renda e substituicao, o consumi-
dor aumenta suas compras de Pepsi de 250 para 750 latas. 0 painel (b) mostra a
Quantidade
de PizzaEfeito substitui o
—01-
Efeito renda
Quantidade
de Pepsi
Nova restrição orcament&ia
C Novo dtimo
Efeito
renda
Efeito
substitui0o
Restrição
oNamentria
inicial
ti mo inicial
750 $ 2
Nova restrição orcamentria
(a) 0 0timo do Consumidor (b) A Curva deDemanda por Pepsi
Pre93
da Pepsi
Quantidade
de Pepsi
250
Demanda
Quantidade 0 250 750 Quantidade
de Pizza de Pepsi
Restri0o
oNamentria inicial
CAPITTULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 467
FIGURA 10
Efeito Renda e Efeito
Substituic&)
0 efeito de uma mudanca no preco
pode ser decomposto em efeito renda e
efeito substituicdo. 0 efeito substitui*
- o movimento ao longo de uma cum
de indiferenca para urn ponto com taxo
marginal de substituicO-o diferente -
representodo pela mudanca do ponto A
pora o ponto B ao longo do curva de
indiferenca I,. 0 efeito renda - o
deslocamento para uma curva de
indiferenca mais elevada -
representado aqui pela mudanca do
ponto B na curva de indiferenca I, para
o ponto C na curva de indiferenca 12.
FICIURA 11
Derivando a Curva de Demanda
0 painel (a) mostra que, quando o preco da Pepsi cat de $ 2 para $ 1, o 6timo do consumidor se move do ponto A para o ponto B e a quantidade de
Pepsi consumida aumento de 250 para 750 latas. A curva de demanda do painel (b) reflete essa relacCio entre o preco e a quantidade demandada.
468 PARTE 7 TOPICOS DE ESTU DOS AVANcADOS
rbern de Giffen
um bem para o dual urn
aumento no preco provoca
urn aumento no quantidade
demandada
curva de demanda resultante das ciecisOes desse consumidor. Dessa forma, a teoria
da escolha do consumidor proporciona os fundamentos teOricos para a curia de
demanda do consumidor, apresentada no Capitulo 4.
Embora seja reconfortante saber que a curia de demanda surge naturalmente
da teoria da escolha do consumidor, esse exercicio, por si so, na-o justifica o desen-
volvimento da teoria. Nao hd necessidade de uma estrutura analitica rigorosa ape-
nas para estabelecer que as pessoas respondem as variacoes nos precos. A teoria da
escolha do consumidor é, contudo, muito dtil. Como veremos na proxima secao,
podemos usar a teoria para investigar corn mais profundidade os determinantes do
comportamento das familias.
Teste Rapid° Represente graficamente uma restricao orcamentaria e as curvas de indiferenca de Pepsi
e pizza. Mostre o que acontece corn a restricao orcamentaria e o atimo do consumidor quando o preco da
pizza aumenta. Ern seu diagrama, decomponha a variacao em efeito renda e efeito substituicao.
TRES APLICACOES
Agora que desenvolvemos a teoria basica da escolha do consumidor, vamos usa-la
para lancar luz sobre tres questOes a respeito de como funciona a economia. Essas
tres questoes podem, de Mid°, parecer nao estar relacionadas. Mas como cada
questa° envolve a tomada de decisoes pelas farnilias, podemos aborda-las corn o
model° de comportamento do consumidor que acabamos de desenvolver.
Todas as Curvas de Demanda Tem Inclinacao Negativa?
Normalmente, quando o preco de urn bem aumenta, as pessoas compram menos
desse hem. No Capitulo 4, chamamos esse comportamento usual de lei do demon-
da. Essa lei se reflete na inclinacao negativa da curia de demanda.
Como assunto de teoria econamica, entretanto, as curvas de demanda podem,
em alguns casos, ter inclinacao positiva. Ern outras palavras, os consumidores
podem, as vezes, violar a lei da demanda e comprar major quantidade de urn bem
quando o seu preco aumenta. Para ver como isso pode ocorrer, considere a Figura
12. Nesse exen-iplo, o consumidor compra dois bens — came e batatas. Inicialmente,
a restricao orcamentaria é a linha que vai do ponto A ao ponto B. 0 Otimo é o ponto
C. Quando o preco das batatas aumenta, a restricao orcamentaria se desloca para
dentro e passa a ser a linha que vai do ponto A ao ponto D. 0 otimo é agora o
ponto E. Observe que o aliment° do preco das batatas fez corn que o consumidor
passasse a comprar uma quantidade major delas.
Por que o consumidor reage de maneira aparentemente perversa? A razao é por-
que as batatas, nesse caso, sao urn hem intensamente inferior. Quando o preco das
batatas aumenta, o consumidor fica mais pobre. 0 efeito renda faz corn que o con-
sumidor deseje comprar menos came e mais batatas. Ao mesmo tempo, como as
batatas se tomaram mais caras em relacao a came, o efeito substituicao faz corn que
o consumidor deseje comprar mais came e menos batatas. Nesse caso particular,
contudo, o efeito renda é tdo forte que supera o efeito substiwicao. No fim, o consu-
midor responde ao major preco das batatas comprando menos came e mais batatas.
Os economistas usam o termo hem de Giffen para descrever urn bem que viola
a lei da demanda (o termo vem do economista Robert Giffen, que foi o primeiro a
observar essa possibilidade). Nesse exemplo, as batatas sao urn hem de Giffen. Os
bens de Giffen sao hens inferiores para os quais o efeito renda domina o efeito
substituicao. Portanto,_suas curvas de demanda tern inc1in 4Q2,scendente.-....--
/ /1
' 2
se elas forem
um bem de
Giffen.
0
1. Um aumento no preco das
aumenta o ,---- ........... ............................ batatas provoca uma rotac-a"o
consumo da restrico orcamentkia
de batatas para dentro...
ti mo com preco alto das batatas
ti mo com preco
baixo das batatas
2.... o que
/
CAPIITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 469
FIGURA 12
Um Bem de Giffen
Neste exemplo, quando o preao das
botatas aumenta o 6timo do
consumidor desloca-se do ponto C para
o ponto E. Nesse ccso, o consumidor
responde oo maior preao das batatas
comprando menos carne e mais
batatas.
Quantidade
de Carne
Os economistas discordam sobre se ja foi descoberto algum bem de Giffen.
Alguns historiadores sugerem que as batatas foram, efetivamente, um bem de
Giffen durante a sua escassez na Irlanda do seculo XIX. As batatas eram uma parte
fao grande da dieta do povo que, quando o seu preo aumentou, o efeito renda foi
enorme. As pessoas reag,iram a redu o no seu padr"ao de vida cortando o consu-
mo do bem de luxo carne e aumentando suas compras de batatas, um alimento
basico. Assim, argumenta-se que o elevado prec;o das batatas aumentou realmen-
te a quantidade demandada de batatas.
Seja esse episOdio histOrico verdadeiro ou nceTi o, é seguro dizer que os bens de
Giffea,,s'ao muito raros. A teoria da escolha do consumidor reconhece curvas de
deman o positiva. Mas isso é tho raro que a lei da demanda e
confiavel quanto qualquer outra lei econOmica.
Como os Sal rios Afetam a Oferta de Trabalho?
Ate aqui, usamos a teoria da escolha do consumidor para analisar como uma pes-
soa decide alocar sua renda entre dois bens. Podemos usar a mesma teoria para
analisar como uma pessoa decide alocar seu ten-ipo entre trabalho e lazer.
Vamos analisar a decis'ao com que se depara Sally, uma programadora de compu-
tadores autOnoma. Sally permanece acordada 100 horas por semana. Ela gasta parte
desse ten-ipo desfrutando de algum tipo de lazer — andando de bicicleta, assistindo
estudando economia e assim por diante. Ela passa o resto do seu tempo desen-
volvendo prog,ramas em seu computador. Para cada hora que passa desenvolvendo
programas, ela ganha $ 50, gastos no consumo de bens. Assim, seu salario ($ 50)
reflete o tradeoff entre lazer e trabalho com o qual Sally se depara. Para cada hora de
lazer de que abre iiião, ela trabalha uma hora a mais e ganha $ 50 para consumo.
A Figura 13 mostra a restrição oNamentaria de Sally. Se gastar todas as 100
horas desfnitando de lazer, , ela iião tera consumo. Se passar todas as 100 horas tra-
470 PARTE 7 TOPICOS DE ESTU DOS AVANcADOS
FIGURA 13
0 60 100 Horas de Lazer
balhando, ela ganhara consumo semanal de $ 5 mil, mas nao tera tempo para lazer.
Se fizer uma jornada normal de 40 horas por semana, ter6 60 horas de lazer e con-
sumo semanal de $ 2 mil.
A Figura 13 usa as curvas de indiferenca para representar as preferencias de
Sally por consumo e lazer. Aqui, consumo e lazer sao os dois "bens" entre os
quais Sally precisa escolher. Como ela sempre prefere mais lazer e mais consumo,
sua preferenciaé por pontos em curvas de indiferenca mais elevadas. Ao salario de
$ 50 por bora, Sally escolhe un-ia combinacao de consumo e lazer representada pelo
pont° indicado como "otimo". Estee o ponto da restricao orcamentliria que se situa
na curva de indiferenca mais alta possivel, que é L.
Vejamos agora o que acontece quando o salario de Sally aumenta de $ 50 para
$ 60 por hora. A Figura 14 mostra dois resultados possIveis. Em cada caso, a restri-
cao orcamentaria mostrada no grafico a esquerda se desloca para fora, de ROi para
RO.,. Nesse process°, a restri(ao orcamentaria se torna mais inclinada, refletindo a
mudanca no preco relativo. Corn o sal6rio major, Sally obtem mais consumo para
cada hora de lazer de que abre mao.
As preferencias de Sally, como representadas por suas curvas de indiferenca,
determinam as respostas resultantes de consumo e de lazer ao major salario. Nos
dois paineis, o consumo aumenta. Mas a resposta do lazer a mudanca no salario é
diferente nos dois casos. No painel (a), Sally responde ao major salario desfnitan-
do de menos lazer. No painel (b), ela responde desfrutando de mais lazer.
A decisao de Sally entre lazer e consumo determina sua oferta de trabalho por-
que, quanto mais lazer ela desfruta, menos tempo ela tern para trabalhar. Em cada
painel, o g,rzifico ii direita da Figura 14 mostra a curva de oferta de trabalho impli-
cita na decisao de Sally. No painel (a), urn salario major induz Sally a desfrutar de
menos lazer e trabalhar mais, de modo que a curva de oferta de trabalho tern incli-
nacao positiva. No painel (b), um salario major induz Sally a desfnitar de mais lazer
e trabalhar menos, de modo quo a curva de oferta de trabalho se inclina "para tras".
A primeira vista, a curva de oferta de trabalho corn inclinacao para tr6s é enig-
matica. Por que alg-uem responderia a um salario major trabalhando menos? A res-
posta é dada pelos efeitos renda e substituicao decorrentes de urn salario major.
1. Quando o
aumenta...
Oferta de
trabalho
Consumo
1. Quando o sal&io
aumenta...
/
2
CAPITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 471
Um Aumento no Salkio
Os dois paink desta figura mostram como uma pessoa poderia reagir a um aumento no salario. Os graficos ò esquerda mostram a restriccio orca-
menthria original do consumidor, RO,, e a nova restricdo orcamentdria, RO,além das escolhas atimos do consumidor entre consumo e thzer. Os grafi-
cos à direita mostram a curva de oferta de trabalho resultante. Como as horas trabalhadas sdo iguais ao total de horas disponlveis menos os horos de
lazer, qualquer mudanco no nUmero de horos de lazer implica uma mudanca no sentido oposto na quantidade de trabalho ofertado. No painel (o),
quando o salario aumenta, o consumo aumento e o lazer diminui, resultando em uma curva de oferta de trabalho de inclinacdo positiva. No painel
(b), quando o salario aumenta, tanto o consumo quanto o lazer aumentam, resultando em uma curva de oferta de trabolho que se inclina para tras.
(a) Para uma pessoa com estas prefer&icias... a curva de oferta de trabalho tem inclina o positiva.
Consumo
Oferta de
trabalho
\o 4,- i Horas 0 -■/ Horas de
de Lazer2.... as horas de lazer diminuem... 3.... e as horas de trabalho Trabalho
aumentam. Ofertadas
(b) Para uma pessoa com estas prefer&icias... a curva de oferta de trabalho se inclina para ts.
0 --> Horas 0 Horas de
2.... as horas de lazer aumentam... de Lazer 3.... e as horas de trabalho Trabalho
diminuem. Ofertadas
Vamos tratar, primeiro, do efeito substitui o. Quando o salffiio cle Sally
s<.. aumenta, o lazer se torna mais caro em rela o ao consumo, e isso a encoraja a
Re-re,r;
rbvpe dr 
_56 116 703 F
k:
34 elt("6- 4937-
.! t4,04 6,44
•
"Chega de trabalhar per/ado
integral"
472 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANCADOS
substituir lazer por consumo. Em outras palavras, o efeito substituic5o induz Sally
a trabalhar mais em resposta aos maiores salkios, o que tende a fazer corn que a
curva de oferta de trabalho tenha inclinac5o positiva.
Vamos analisar agora o efeito renda. Quando o sakirio de Sally aumenta, ela se
move para uma curva de indiferenca mais elevada. Ela agora esti em uma situacao
melhor do que antes. Desde que lazer e consumo sejam bens normals, ela tende-
r i a usar esse aumento de hem-estar para desfrutar de mais consumo e mais lazer.
Em outras palavras, o efeito renda a incluz a trabalhar menos, o que tende a fazer
corn que a curva de oferta de trabalho se incline para tnis.
No fim, a teoria economica no nos dzi uma previsdo clara sobre se o aumento
do sakirio induzird Sally a trabalhar mais ou menos. Se o efeito substituicdo
major do que o efeito renda, ela trabalha mais. Se, para Sally, o efeito renda é major
do que o efeito substituicao, ela trabalha menos. A curva de oferta de trabalho, por-
tant°, pode ter inclina0o positiva ou pode se inclinar para tras.
ti r e Case
EFEITOS DA RENDA SOB RE A °FERIA DE TRABALHO: TEN DENCIAS
HISTORICAS, GANHADORES DA LOTERIA E A CONJECTURA DE CARNEGIE
A ideia de uma curva de oferta de trabalho que se incline para trzis pode parecer, ,s1
primeira vista, uma mera curiosidade teorica, mas, de fato, nao é. A evidencia indi-
ca que a curva de oferta de trabalho, quando considerada em longos periodos de
tempo, de fat° se inclina para trEis. H-Ei cern anos, muitas pessoas trabalhavam seis
dias por semana. Hoje, a norma é a semana de cinco dias de trabalho. Ao mesmo
tempo em que a duracdo da jomada semanal de trabalho tern diminuido, o salkio
do trabalhador tipico (descontada a inflaczio) tern aumentado.
Eis como Os economistas explicam esse padrao histOrico: corn o passar do
tempo, os avancos tecnologicos aumentam a produtividade dos trabalhadores e,
corn isso, a demanda por m50-de-obra. 0 aumento da demanda por mao-de-obra
eleva os salkios de equilibrio. A medida que os salkios aumentam, aumenta a
recompensa pelo trabalho. Mas em vez de reagir a esse aumento do incentivo tra-
balhando mais, a maioria dos trabalhadores opta por usar parte de sua maior pros-
peridade sob a forma de mais lazer. Ern outras palavras, o efeito renda dos maio-
res salkios domina o efeito substituicao.
Outra evidencia de quo o efeito renda sobre a oferta de trabalho é forte vem de
dados bem diferentes: os ganhadores de loterias. Os ganhadores de g,randes pre-
mios veem urn grande aumento ern suas rendas e, como resultado, g,randes deslo-
camentos para fora de suas restricoes orcamentkias. Entretanto, como os salkios
dos ganhadores no mudam, a inclinaciio das suas restricoes orcamentkias per-
manece a mesma. Nao 116, portant°, efeito substituic5o. Examinando o comporta-
mento dos ganhadores de loterias, podemos isolar o efeito renda sobre a oferta de
trabalho.
Os resultados dos estudos corn ganhadores do loterias sac-) dignos de nota.
Dentre os ganhadores quo receberam mais de $ 50 mil, quase 25% pararam de tra-
balhar em urn ano e outros 9% reduziram o numero de horas trabalhadas. Dentre
os ganhadores que receberam mais de $ 1 milhao, cerca de 40(Y0 pararam do traba-
Ulan 0 efeito renda sobre a oferta de trabalho dos ganhadores de 1Dremios
oTandes é substancial.
Resultados semelhantes foram encontrados em um estudo, publicado na edicao
de maio de 1993 do Quarterly Journal of Economics, sobre como o recebimento de
Consumo na
Fase Idosa Restri o
oNamentaria
$110.000
55.000
CAPftULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 473
uma heraNa afeta a oferta de trabalho de uma pessoa. 0 estudo concluiu que uma
pessoa solteira que herde mais de $ 150 mil tem quatro vezes mais probabilidade
de parar de trabalhar do que uma pessoa solteira que herde menos de $ 25 mil. Essa
conclus -ao não teria surpreendido Andrew Carnegie, um industrial do seculo XIX.
Camegie alertou que "o pai que deixa ao filho uma enorme riqueza geralmente
enfraquece o talento e a energ,ia desse filho e o tenta alevar uma vida menos útil e
de menos valor do que se daria de outra forma". Ou seja, Camegie teve a percep-
o de que o efeito renda sobre a oferta de trabalho era substancial e, do seu ponto
de vista patemalista, lamentavel. Durante a sua vida e ao morrer, Camegie doou
grande parte de sua vasta fortuna a obras de caridade. •
Como as Taxas de Juros Afetam a PoupaNa das Famflias?
Uma deciso importante com que todas as pessoas se deparam é quanto da renda
consumir hoje e quanto poupar para o futuro. Podemos usar a teoria da escolha do
consumidor para analisar como as pessoas tomam essa decisio e em que medida
o montante que poupam depende da taxa de juros que suas poupane , as renderL'io.
Considere a decisk) com que se depara Sam, um trabalhador que esta planejan-
do sua aposentadoria. Para simplificar, vamos dividir a vida de Sam em dois periodos.
No primeiro periodo, Sam e jovem e trabalha. No seg,undo, e idoso e esta aposenta-
do. Quando jovem, Sam ganha $ 100 mil. Ele divide essa renda entre o consumo cor-
rente e a pouparwa. Já idoso, Sam consumira o que poupou, incluindo os juros que
sua poupaNa rendeu.
Suponha que a taxa de juros seja de 10%. Então, para cada d6lar que Sam poupa
quando jovem, pode consumir $ 1,10 quando idoso. Podemos considerar o "consu-
mo na fase joven-i"e o "consumo na fase idosa" como os dois bens entre os quais
Sam precisa escolher. A taxa de juros determina o prev) relativo desses dois bens.
A Figura 15 mostra a restri o oNamentaria de Sam. Se ele não poupar nada,
consome $ 100 mil quando jovern e nada quando idoso. Se poupar tudo, ru-io con-
FIGURA 15
A Decish Consumo-Poupanca
A Figura mostra a restricdo orcamentaria
para uma pessoa que decide quanto
consumir nos dois periodos de suo vida,
as curvas de indiferenca representam
suas preferencias e o ponto atimo.
$50.000 100.000 Consumo na
Fase Jovem
(b) Major Taxa de Juros Reduz a Poupanca
Consumo na
Fase ldosa
02
1. Uma major taxa de juros
desloca a restricao orcamentaria
para fora...
Consumo na
Fase ldosa RO
2
Consumo na
Fase Jovem
0
2.... resultando em menor
consumo na fase jovem e,
portant°, major poupanca.
1. Uma major taxa de juros
desloca a restricao orcamentaria
para fora...
474 PARTE 7 TOPICOS DE ESTU DOS AVANCADOS
some nada quando jovem e $ 110 mil quando idoso. A restricao orcamentaria mos-
tra essas duas possibilidades e todas as possibilidades intermediarias.
A Figura 15 usa curvas de indiferenca para representar as preferencias de Sam
por consumo nos dois periodos. Como ele prefere consumir mais nos dois perio-
dos, ira preferir pontos que estejam nas curvas de indiferenca elevadas a pontos
situados em curvas de indiferenca mais baixas. Dadas as suas preferencias, Sam
escolhe a combinacao Otima de consumo nos dois periodos de sua vida, que é o
ponto da restricao orcamentaria que esti na curva de indiferenca mais elevada pos-
sivel. Nesse Otimo, Sam consome $ 50 mil quando jovem e $ 55 mil quando idoso.
Vejamos agora o que acontece se a taxa de juros aumentar de 10% para 20%. A
Figura 16 mostra dois resultados possiveis. Nos dois casos, a restricao orcamenta-
ria desloca-se para fora e se torna mais inclinada. Com a nova taxa de juros, mais
alta, Sam pode consumir mais, quando idoso, para cada dolar de consumo de que
abre mao quando jovem.
Os dois paineis mostram diferentes preferencias de Sam e a resposta ao aumen-
to da taxa de juros. Nos dois casos, o consumo na fase idosa aumenta. Mas a res-
posta do consumo na fase jovem a variacao da taxa de juros é diferente nos dois
casos. No painel (a), Sam responde ao aumento da taxa de juros consumindo menos
quando jovem. No painel (b), Sam responde consumindo mais quando jovem.
A poupanca de Sam, naturalmente, é sua renda na fase jovem menos o mon-
tante que consome quando jovem. No painel (a), o consumo na fase jovem cai
FIGURA-16
Um Aumento da Taxa de Juros
Nos dois paineis, urn aumento do taxa de juros desloca a restrict° orcomentaria part fora No painel (a), o consumo no lase jovem cal e o consumo no
lose idosa aumenta 0 resultado é urn aumento do poupanca no lase jovem. No painel (b), o consumo aumenta nos dois periodos. 0 resultado e uma
reducto no poupanct no lase jovem.
(a) Major Taxa de Juros Aumenta a Poupanca
0
2.... resultando em major
consumo na fase jovem e,
portant°, menor poupanca.
Consumo na
Fase Jovem
CAPIITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR
quando a taxa de juros aumenta, de modo que a poupana tambem aumenta. No
1.-) ainel (b), Sam consome mais quando jovem, de modo que a poupaNa deve cair.
0 caso mostrado no painel (b) pode parecer estranho à primeira vista: Sam res-
ponde a um aumento do rendimento da poupaNa poupando menos. Mas esse
comportamento n'a"o e Ca- o peculiar quanto pode parecer. Podemos entende-lo con-
siderando os efeitos renda e substitu o de uma taxa de juros mais elevada.
Vamos considerar, primeiro, o efeito substitui o. Quando a taxa de juros au-
menta, o consumo na fase idosa se torna mais barato em rela o ao consumo na
fase jovem. Assim sendo, o efeito substitu o induz Sam a consumir mais quando
idoso e menos quando jovem. Em outras palavras, o efeito substitui o induz Sam
a poupar mais.
Consideremos agora o efeito renda. Quando a taxa de juros aumenta, Sam se
desloca para uma curva de indiferenyi mais elevada. Est,:l agora em melhor situa o
do que antes. Desde que o consumo nos dois periodos consista de bens normais, ele
tendeth a querer usar esse aumento do bem-estar para aumentar o consumo em
ambos os periodos. Em outras palavras, o efeito renda o induz a poupar menos.
0 resultado final depende, e claro, dos efeitos renda e substitui o. Se o efeito)
substituiy'l- o de uma taxa de juros mais alta for maior do que o efeito renda, San-
poupará mais. Se o efeito renda for maior do que o efeito substitui o, Sam pou
-/-pani menos. Assim, a teoria da escolha do consumidor diz que um aumento da ta
de juros pode encorajar ou desencorajar a poupaNa.
..
Embora esse resultado ambipo seja interessante do ponto de vista da teoria eco-
n6mica, e desapontador do ponto de vista da politica econOmica. Ocorre que uma
questo importante da politica tributkia depende em parte de como a poupaNa res-
ponde , s taxas de juros. Alguns economistas propuseram reduzir a tributg. o sobre
os juros e outras rendas de capital, argumentando que essa mudaNa aumentaria a
taxa de juros recebida pelos poupadores apOs os impostos e, com isso, encorajaria as
pessoas a poupar mais. Outros economistas argumentam que, como os efeitos subs-
titui o e renda tendem a se anular, uma mudaNa tributkia como essa poderia n"a-o
aumentar a poupaNa, podendo ate reduzi-la. Infelizmente, a pesquisa n'a'o leva a um
consenso sobre como a taxa de juros afeta a poupaNa. Como resultado, permanece
o desacordo entre os economistas sobre se as mudanas na politica tributkia com o
objetivo de encorajar a poupanc;a teriam, de fato, o efeito desejado.
Teste R4ido Explique como um aumento no salário pode potencialmente diminuir o tempo que a
pessoa deseja trabalhar.
CONCLUSAO: AS PESSOAS PENSAM REALMENTE ASSIM?
A teoria da escolha do consumidor descreve como as pessoas tomam decises. Como
vimos, ela tem ampla aplicabilidade. Ela pode explicar como uma pessoa escolhe
entre Pepsi e pizza, trabalho e lazer, consumo e poupaNa e assim por diante.
A esta altura, contudo, voce pode estar tentado a tratar a teoria da escolha do
consumidor con-i alg,um ceticismo. Afinal de contas, voce é um consumidor. Voce
decide o que comprar sempre que entra em uma loja. E sabe que n5.o decide utili-
zando restri -cies oNamentkias e curvas de indiferenyi. Esse conhecimento do seu
pr6prio processo de ton-lada de decises n'a"o fomece uma evidencia contra a teoria?
A resposta é não. A teoria da escolha do consumidor não pretende explicar de
uma forma literal de que formaas pessoas tomam decis5es. Ela e um modelo. E,
con-to vimos no Capitulo 2, os modelos não pretendem ser completamente realistas.
475
476 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS
_VA melhor maneira de enxergar a teoria da escolhaido consumidor é como uma
metafora de como os consumiclores tomam decis5es1Nenhum consumidor (exce-
to urn ocasional economista) desenvolve as etapas da otimizac5o descrita pela teo-
ria. Mas os consumidores est5o cientes de que suas escolhas sao restritas pelos seus
recursos financeiros. E, dadas essas restricoes, eles fazem o melhor que podem para
ating,ir o nivel mais elevado de satisfac5o. A teoria (la escolha do consumiclor pro-
cura descrever esse process° psicologico implicit° de maneira a permitir uma
economica explicita.
A prova do pudim esti em come-b. E o teste de uma teoria s5o suas aplicacoes.
Na sec5o do capitulo, aplicamos a teoria da escolha do consumidor a tres
questoes pr5ticas sobre a economia. Se voce fizer cursos mais avancados de econo-
mia, \Teri que essa teoria fornece o arcabougo para muitas analises adicionais.
RESUMO
• A restric5o orcamentaria do consumidor mostra as
possiveis combinac5es de bens que ele pode corn-
prar dados sua renda e os precos dos bens. A incli-
nac.5° da restric5o orcamentaria é ig,ual ao preco
relativo dos bens.
• As curvas de indiferenca do consumidor represen-
tam suas preferencias. Uma curva de indiferenca
mostra as diversas combinacoes de bens que dei-
xam o consumidor igualmente satisfeito. Pontos
localizados em curvas de indiferenca mais eleva-
das sao preferiveis aos pontos localizados em cur-
vas de indiferenca mais baixas. A inclinacao de
uma curva de indiferenca em urn pont° qualquer é
a taxa marginal de substituicao do consumidor — a
taxa 5 qual o consumidor esta disposto a trocar urn
bem por outro.
• 0 consumidor otimiza escolhendo o ponto de sua
restric5o orcamentaria que tangencia a curva
indiferenca mais elevada. Nesse pont°, a inclinac5o
da curva de indiferenca (a taxa marginal de substi-
tuicao entre os bens) é. igual inclinac5o da restri-
c5o orcamentziria (o preco relativo dos bens).
• Quando o Few de urn bem cai, o impact() sobre as
escolhas do consumidor pode ser decomposto em
efeito renda e efeito substituic5o. 0 efeito renda é
a variac5o de consumo que ocorre porque urn
preco mais baixo deixa o consumidor em melhor
situacao. 0 efeito substituic5o é a variacao do con-
sumo que ocorre porque uma mudanca no preco
encoraja urn aumento do consumo do hem que
tiver se tornado relativamente mais barato. 0 efei-
to rencia se reflete no movimento de uma curva de
indiferenca mais baixa para outra mais elevada, ao
passo que o efeito substituic5o se reflete em urn
movimento ao bongo de uma curva de indiferenca
para urn ponto corn uma inclinacao diferente.
• A teoria da escolha do consumidor pode ser
cada a muitas situacoes. Pode explicar por que as
curvas de demanda podem, potencialmente, ter in-
clinacao positiva, por que maiores salarios podem
aumentar ou diminuir a quantidade ofertada de
trabalho e por que maiores taxas de juros podem
aumentar ou diminuir a poupanca.
CONCEITOS-CHAVE
restricao orcamentdria, p. 455 substitutos perfeitos, p. 459 efeito renda, p. 464
curva de indiferenca, p. 456 complementos perfeitos, p. 460 efeito substituic5o, p. 464
taxa marginal de substituic5o, hem normal, p. 463 bem de Giffen, p. 468
p. 457 bem inferior, p. 463
QUESTOES PARA REV'S-AO
1. Urn consumidor tern renda de $ 3 mil. 0 vinho desse consumidor. Qual a inclinac5o dessa restri-
custa $ 3 por copo e o queijo custa $ 6 por quilo. 00 orcament6ria?
Represente graficamente a restricao orcament6ria
CAPtTULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 477
2. Represente graficamente as curvas de indiferenc,a
entre vinho e queijo. Descreva e explique quatro
propriedades ciessas curvas de indiferenc;a.
3. Escolha um ponto da curva de indiferenc;a entre
vinho e queijo e mostre a taxa marginal de subs-
titui ao. 0 que nos diz a taxa marginal de substi-
4. Mostre a restric;o oNamentaria de um consumi-
dor e suas curvas de indifereNa entre vinho e
queijo. Se o pre9D do vinho s -ao $ 3 por copo e o
prey) do queijo sa- o $ 6 por quilo, qual a taxa mar-
g,inal de substitui -ao nesse ()timo?
5. Uma pessoa que conson-ie vinho e queijo ganha um
aumento, de modo que sua renda passa de $ 3 mil
para $ 4 mil. Mostre o que ocorre se tanto o queijo
quanto o vinho forem bens normais. Agora, mostre
o que ocorre se o queijo for um bem inferior.
6. 0 preo do queijo sobe de $ 6 para $ 10 por quilo,
enquanto o do vinho se mantm em $.3 por copo.
Mostre o que ocorre com o consumo de vinho e de
queijo para um consumidor com renda constante
de $ 3 mil. Decomponha a varig .ao em efeito ren-
da e efeito substitui-ao.
7. Um aumento no preo do queijo pode induzir um
consumidor a comprar mais queijo? Explique.
PROBLEMAS E APL1CAOES
1. Jennifer divide sua renda entre café e croissants
(que sa- o bens normais). Uma geada precoce no
Brasil causa um g-rande aumento no j_-)reo do cat.
nos Estados Unidos.
a. Mostre o efeito da geada sobre a restria- o oNa-
mentaria de Jennifer.
b. Mostre o efeito da geada sobre a combina-ao
(5tima de consumo de Jennifer, supondo que o
efeito substitui -ao prevalec;a sobre o efeito
renda no que diz respeito aos croissants.
c. Mostre o efeito da geada sobre a combina'ao
Otima de consumo de Jennifer supondo que o
efeito renda prevaleyi sobre o efeito substitui ao
no que diz respeito aos croissants.
2. Compare os dois pares de bens a seg-uir:
• Coca e Pepsi
• Esquis e travas para esquis
Em qual caso voc s espera que as curvas de inc-life-
reNa sejam linhas retas e em qual caso espera que
as curvas de indiferena sejam muito convexas?
Em qual caso o consumidor respondera mais a
uma variay-io no prey) relativo dos dois bens?
3. Mario conson-ie apenas queijo e bolachas.
a.Tanto o queijo quanto as bolachas podem ser
bens inferiores para Mario? Explique.
b. Suponha que, para Mario, o queijo seja urn bem
norn-ial e as bolachas sejam um bem inferior. Se
o prey) do queijo cair, o que acontece com o
consumo de bolachas de Mario? 0 que aconte-
ce com o seu consumo de queijo? Explique.
4. Jim s(5 compra leite e biscoitos.
a. Em 2003, Jim ganha $ 100, o leite custa $ 2 o litro
e os biscoitos custam $ 4 a dúzia. Represente
graficamente a restri -ao oNamentaria de Jim.
b. Suponha agora que todos os prec, os aumentem
10`)/0 em 2004 e que o salario de Jim tambm
aumente 10°/0. Represente gr, aficamente a nova
restriao oNamentaria de Jim. Compare a com-
binKo Otima de leite e biscoitos (_-le Jim en-1
2004 a cornhinação ()tima em 2003.
5. Considere sua decis -ao a respeito de quantas horas
trabalhar.
a. Represente gr, aficamente sua restri o oNan-ien-
taria supondo que voc'es na- o pague imposto de
renda. No mesmo diagrama, represente outra
restri o oNamentaria supondo que voc'
um imy.)osto de 15%.
b. Mostre como o imposto poderia leva-lo a traba-
lhar mais horas, menos horas ou o mesmo
nUmero de horas. Explique.
6. Sarah passa 100 horas por semana acordada. Usan-
do um diag,rama, mostre as restrics'.
-6es oNamenta-
rias de Sarah se ela ganhar $ 6 por hora, $ 8 por
hora e $ 10 por hora. Agora, represente gr, aficamen-
te as curvas de indiferena de tal forma que a curva
de oferta de trabalho de Sarah tenha inclinga-o
positiva quando o salario esta entre $ 6 e $ 8 por
hora e inclinação para tras quando o salario esta
entre $ 8 e $ 10 por hora.
7. Represente graficamente a curva de indifereNa
de alguém que esteja decidindo quanto trabalhar.
Suponha que o salario aun-iente. É possivel que o
478 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS
consumo da pessoa diminua? Isso seria plausivel?
Discuta. (Dica: Pense nos efeitos renda e substi-
tuicao.)
8. Suponha que voce aceite urn emprego que pague
$ 30 mil e clecida g-uardarparte desse clinheiro em
uma conta de poupanca que renda 5% de juros ao
ano. Use urn diagrama corn a restricao orcament6-
ria e as curvas de indiferenca para mostrar como o
seu consumo muda em cada uma das situagoes a
seguir. Para simplificar, suponha que voce nao
pague impost() de renda.
a. Seu sakirio aumenta para S 40 mil.
b. A taxa de juros de sua i.-)oupanca sobe para 8°/0.
9. Como vimos no texto, podemos dividir a vida de
uma pessoa em dois periodos hipoteticos: "fase
jovem" e "fase idosa". Suponha que uma pessoa
ganhe renda somente quando jovem e poupe
parte dela para poder consumir quando estiver
idosa. Se a taxa de juros sobre a poupanca dimi-
nuir, é possivel dizer o que acontece corn o consu-
mo na fase jovem? E possivel dizer o que aconte-
ce corn o consumo na fase idosa? Explique.
10. (Este problema é desafiador.) 0 sistema de hem-
estar social oferece renda a algumas famflias
necessitadas. Normalmente, o pagamento m6xi-
mo é feito a farnilias que 1150 tern qualquer renda;
entao, a medida que as familias comecam a
ganhar renda, o pagamento diminui gradualmen-
te ate desaparecer. Vamos considerar os possiveis
efeitos desse programa sobre a oferta de trabalho
de uma familia.
a. Represente gTaficamente a restricao orcament6-
ria de uma familia supondo que o sistema de
bem-estar social rid° exista. No mesmo diag,ra-
ma, represente g,raficamente uma restricao or-
camentdria que reflita a existencia do sistema de
bem-estar social.
b.Acrescentando curvas de indiferenca ao seu dia-
grama, mostre como o sistema de bem-estar
social poderia reduzir o numero de horas traba-
lhadas da familia. Explique fazendo referencia
aos efeitos renda e substituic5o.
c. Usando seu diagrama da parte (b), mostre o
efeito do sistema de bem-estar social sobre o
bem-estar da familia.
11. (Este problema é desafiador.) Suponha que uma
pessoa nao pague imposto sobre os primeiros $ 10
mil de renda e pague 15°/0 sobre qualquer renda
ganha acima de $ 10 mil (esta é uma versa° sim-
plificada do atual impost° de renda nos Estados
Unidos). Agora, suponha que o Congress° esteja
considerando duas maneiras de reduzir a carga tri-
butjTia: uma reducao na aliquota do imposto e urn
aumento da parte da renda que nao é tributada.
a. Que efeito teria uma reducao da aliquota sobre
a oferta de trabalho da pessoa, se no inicio ela
ganhasse $ 30 mil? Explique corn suas palavras,
usando os efeitos renda e substituic5o. Mao 6
precis° utilizar urn diag,rama.
b. Que efeito teria urn aumento da parte da renda
que n'ao é tributada sobre a oferta de trabalho
da pessoa? Novamente, explique corn s-uas pa-
lavras, usando os efeitos renda e substituicao.
12. (Este problema é desafiador.) Considere uma pes-
soa que esteja decidindo quanto consumir e quan-
to poupar t-)ara a aposentadoria. Essa pessoa tern
preferencias muito particulares: sua utilidade ao
longo da vida ciepende do mais baixo nivel de
consumo durante os dois periodos de sua vida. Ou
seja,
Utilidade = Minim° {consumo na fase jovem,
consumo na fase idoso}
a. Represente graficamente as curvas de indiferen-
ca dessa pessoa. (Dica: Lembre-se de que as
curvas de indiferenca mostram as combinacoes
de consumo nos dois periodos que proporcio-
nam o mesmo nivel de utilidade.)
b. Represente graficamente a restricao orcamenta-
ria e indique o otimo.
c. Quando a taxa de juros aumenta, essa pessoa
po-upa mais ou poupa menos? Explique sua res-
posta usando os efeitos renda e substituicao.
13. 0 economista George Stigler uma vez escreveu
que, de acordo corn a teoria do consumidor, "se os
consumidores ndo comprarem menos de uma
mercadoria quando suas rendas aumentarem, eles
certamente comprardo menos quando o preco da
mercadoria subir". Explique essa declaracao.

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