Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A TEORIA DA ESCOLHA DO CO1SUMIDOR Quando voce' entra em uma loja, confronta-se com milhares de bens que poderia comprar. Naturalmente, como os seus recursos financeiros são limitados, voc'e pode comprar todas as coisas que quer. Portanto, voce considera o prec;o dos varios bens à venda e compra um conjunto de bens que, dados os seus recursos, melhor atenda as suas necessidades e desejos. Neste capitulo, desenvolveremos a teoria que descreve como os consumidores tomam decis6- es sobre o que comprar. Ate este ponto do livro, resumimos as deci- ses dos consumidores por meio da curva de demanda. Como vimos nos capitulos 4 a 7, a curva de demanda de um bem reflete a disposi o do consumidor para pagar por ele. Quando o preo de um bem aumenta, os consumidores esto dis- postos a pagar por menos unidades, de modo que a quantidade demandada dimi- nui. Agora analisaremos com maior profundidade as decis .6es que estio por tras da curva de demanda. A teoria da escolha do consumidor apresentada neste capitulo permite um entendimento mais completo da demanda, assim como a teoria da empresa competitiva do Capitulo 14 proporciona um entendimento mais comple- to da oferta. Um dos Dez Principios de Econon•a discutidos no Capftulo 1 e de que as pessoas se deparam com tradeoffs. A teoria da escolha do consumidor examina os tradeoffs com os quais as pessoas se deparam no papel de consumidores. Quando um con- 454 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS sumidor compra major quantidade de urn bem, tem de comprar menos de outros bens. Quando despende mais tempo desfrutando de lazer e menos tempo traba- lhando, tern renda menor e pode consumir menos. Quando gasta mais de sua renda no presente e poupa menos, ele deve aceitar urn nivel de consumo mais baixo no futuro. A teoria da escolha do consumidor examina como os consumido- res que se deparam corn esses tradeoffs tomam decisoes e como respondem a mudancas em seu ambiente. Apos desenvolver as bases da teoria da escolha do consumidor, iremos aplica-la a fres questoes sobre as decisoes das famflias. Mais especificamente, perg,untaremos: • Todas as curvas de demanda tern inclinacao negativa? • Como os salarios afetam a oferta de mao-de-obra? • Como as taxas de juros afetam a poupanca das familias? A primeira vista, parece que essas questoes nao estao relacionadas. Mas, como iremos ver, podemos usar a teoria da escolha do consumidor para responder a cada uma delas. A 7E01100 OKAMENTARIA: 0 QUE 0 CONSUNDOR PODE GASTAR A maioria das pessoas gostaria de aumentar a quantidade ou a qualidade dos bens que consome — tirar ferias mais longas, dirig,ir carros mais imponentes ou comer em restaurantes melhores. ksp esso a s consomem menos do cue desejam porque suas .,- (1,Apesas estao restringidas, ou seja, estao limitacias por sua renqa. Comecaremos nosso estu o da e c a do consumidor examinando essa 1ac4o entre renda e esas. simplificar, vamos examinar a decisdo de urn consumidor que compra somente dois bens: Pepsi e pizza. E claro que, no mundo real, as pessoas compram milhares de diferentcs tipos dc bens. Mas admitir que so haja dois bens simplifica o problema sem alterar a compreensao b6sica a respeito da escolha do consumidor. Primeiro, vamos examinar como a renda do consumidor restringe o montante que ele gasta em Pepsi e pizza. Suponha que o consumidor tenha renda de $ 1 mil por mes e decida gastar toda a sua renda, a cada mes, em Pepsi e pizza. 0 preco de uma lata de Pepsi sao $ 2, e o de uma pizza, $ 10. A tabela da Figura 1 mostra algumas das rnuitas combinacoes de Pepsi e pizza que o consumidor pode comprar. A primeira linha da tabela indica que, se o con- sumidor gastar toda a sua renda em pizza, podera corner 100 pizzas durante o rnes, mas nao podera comprar qualquer quantidade de Pepsi. A segunda linha mostra outra combinacao de consumo possivel: 90 pizzas e 50 latas de Pepsi. E assim por diante. Cada combinacdo de consumo mostrada na tabela custa exata- mente $ 1 mil. 0 g,rafico da Figura 1 ilustra as combinacoes de consumo que o consumidor pode escolher. 0 eixo vertical mede o niimero de latas de Pepsi, e o eixo horizon- tal, o numero de pizzas. Tres pontos estao marcados na figura. No ponto A, o con- sumidor n5o comj,-)ra Pepsi e consome 100 pizzas. No ponto B, o consumidor nao compra pizza e consome 500 latas de Pepsi. No ponto C, o consumidor compra 50 pizzas e 250 latas de Pepsi. 0 ponto C, que esta exatamente no meio da linha que liga A e B, é o ponto em que o consumidor gasta a mesma quantia ($ 500) em Pepsi e pizza. Naturalmente, estas sao apenas fres das muitas combinacoes de Pepsi e Restrição oramentkia do consumidor 50 1 00 Quantidade de Pizza CAPITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 455 A Restri b Orcamenthria do Consumidor A restricao orcomentOria mostra os vOrias combinacaes de bens que o consumidor pode comprar com urna determinada rencla Aqui, o consumidor com- pro combinacaes de Pepsi e pizza. A tabela e o grOfico mostram o que o consumidor pode compror se sua renda for de $ 1 mil, o preco de uma Pepsi for $ 2 e o de umo pizzo for $ 10. Latas de Pepsi Nmero de Pizzas Despesa em Pepsi Despesa em Pizza Despesa Total Quantidade de Pepsi 0 100 $ 0 $1.000 $1.000 50 90 100 900 1.000 500 100 80 200 800 1.000 150 70 300 700 1.000 200 60 400 600 1.000 250 50 500 500 1.000 300 40 600 400 1.000 350 30 700 300 1.000 250 400 20 800 200 1.000 450 10 900 100 1.000 500 0 1.000 0 1.000 A A estri0o oramenthria o li mite das combinaces de( „" ) consumo de bens que o -)___consumidor pode adquirir pizza que o consumidor pode escolher. Todos os pontos da linha que vai de A a B s" "o possiveis. Essa linha, chamada de restri o oNamenffi-ia, mostra as combina- b'es de consumo de que o consumidor disp6e. Nesse caso, representa o tradeoff entre Pepsi e pizza con-i que o consumidor se depara. restri or_c_a_r~r-ia mede a taxa a que o cons dor_p_ocle t,roca ro. Corno vimos no apen—dice\c16–C4itu10 2, a entre dois pontos e calculada como a variaio da distffilcia vertical dividida pela varia o da distffilcia horizontal ("aumento sobre distffilcia"). Do ponto A ao ponto B, a disffincia vertical é de 500 latas e a distncia horizontal e de 100 pizzas. Assirn, a inclinação é de 5 latas por pizza. (Na verdade, como a restri o oNamentEiria se inclina para baixo, a inclinação e um nUmero negativo. Para nosso prop5sito, entre- tanto, vamos ignorar o sinal negativo.) Observe que a inclinação da restri o oNamentEiria é igual ao prep relativo dos dois bens – o prec;o de um bem comparado ao preo do outro. Uma pizza custa 5 vezes mais do que uma lata de Pepsi, de modo que o custo de oportunidade de uma pizza s.- o 5 latas cle Pepsi. A inclinação da restric;; .-io oNamentEiria no valor de 5 refle- te o tradeoff que o mercado oferece ao consumidor: 1 pizza por 5 latas de Pepsi. Teste R4ido Represente graficamente a restrick orcamentria de uma pessoa com renda de $ 1 mil, se o preco da Pepsi for $ 5 e o da pizza for $ 10. Qual a inclinack dessa restri0o orcament a? TMgS 1 2 Curve de indifererica Qua ntidade de Pizza 456 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS PREFERENC1AS: 0 QUE 0 CONSUM1DOR QUER Nosso objetivo neste capitulo é ver como os consumidores fazem escolhas. A res- tricao orcamentaria é uma parte da analise: ela mostra quais combinacoes de bens o consumidor pode adquirir, dados a sua renda e o preco dos bens. As escolhas do consumidor, contudo, nao dependem apenas de sua restricao orcamentria, Inas tambem de suas preferencias em relacao aos dois bens. Portanto, as preferencias do consumidor representam a proxima parte de nossa analise. (--' ; curva de indiferenca / uma curia que mostra as , combinacOes de consumo ( que proporcionam ao consumidor o mesmo nivel _de satisfacao Representacao das Preferencias cornCurvas de Indiferenca As preferencias do consumidor lhe permitem escolher entre diferentes combina- cOes de Pepsi e pizza. Se voce oferecer ao consumidor duas combinacoes diferen- tes, ele escolhera aquela que melhor atenda a suas preferencias. Se ambas atende- rem igualmente a suas preferencias, dizemos que o consumidor é indifrrente entre as duas combinacoes. Da mesma forma como representamos g,raficamente a restricdo orcamentaria do consumidor, podemos tambem representar graficamente suas preferencias. Fazemos isso corn as curvas de indiferenca. Uma curva de indifererica mostra as combinacoes de consumo que fazem o consumidor igualmente feliz. Nesse caso, as curvas de indiferenca mostram as combinacoes de Pepsi e pizza corn as quais o consumidor está ig,ualmente satisfeito. A Figura 2 mostra duas das muitas curvas de indiferenca do consumidor. 0 con- sumidor é indiferente em relacao as combinacoes A, B e C porque elas est.do na mesma curva. Nab é de surpreender que, se o consumo de pizza do consumidor se FIGURA 2 As Preferencias do Consumidor As preferencias do consumidor sao representadas corn curios de indiferenca, que mostram as combinacbes de Pepsi e pizza que o deixam igualmente satisfeito. Como o consumidor prefere mois de urn bem, pontos que estejam em uma curio de indiferenca mais alto (12, nesse caso) sao preferidos em relocao aos pontos de urna curio de indiferenca mais boixo (1,). A taxa marginal de substituicao (TMgS) mostra o taxa a quo! o consumio'or est6 disposto o trocar Pepsi por pizza. CAPh-ULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 457 reduzir, digamos, do ponto A para o ponto B, o consumo de Pepsi precisath aumen- tar para igualmente satisfeito. Se o consumo de pizza for novamente reduzido, do ponto B para o ponto C, a quantidade consumida de Pepsi precisath aumentar novamente. A inclinação em qualquer ponto de un-ia curva de indifereNa é igual à taxa qual o consumidor está disposto a substituir um bem por outro. Essa taxa e chama- da de taxa marginal de substitui o (TMgS). Nesse caso, a taxa marg,inal de subs- titui o n-iede quanto de Pepsi o consumidor precisa, a fim de se sentir compensa- do pela percla de uma uniclade no consumo de pizza. Observe que, como as curvas de indiferena n5o s'a- o linhas retas, a taxa marginal de substitui o não é a mesma em todos os pontos de uma dada curva de indifereNa. A taxa à qual o consumidor esta. disposto a trocar um bem por outro depende da quantidade de bens que esta' consumindo. Ou seja, a taxa à qual o consumidor está disposto a trocar pizza por Pepsi depende de ele estar mais faminto ou mais sedento, o que, por sua vez, depende de quanta pizza e quanta Pepsi ele possui. 0 consumidor está igualmente satisfeito em todos os pontos de uma dada curva de indifereNa, mas prefere algumas curvas de indifereNa a outras. Como ele pre- fere mais consumo (1que menos consumo, as cur,vas de indiferena mais—etev-a-das sao prerenveis as maks baixas._Na , igura qualquer po -nto na curva de indiferena e preferivel:a qualqU---er 0 confun-to de curvas de indiferença de um consumidor nos dá uma classifica- o conwleta das suas prefer'encias. Ou seja, podemos usar as curvas de indiferen- ça para classificar quaisquer duas combing'6'es de bens. Por exemplo, as curvas de indifereNa nos dizem que o ponto D é preferivel ao ponto A porque está em uma cuiva de indifereNa mais elevada do que o ponto A (essa concluso é óhvia, já que o 13onto D proporciona ao consurnidor mais pizza e mais Pepsi). As curvas de indi- fereNa tambem nos dizem que o ponto D é preferivel ao ponto C porque está em uma curva de indifereNa mais elevada. Embora no ponto D haja menos Pepsi do que no ponto C, ele contem uma quantidade de pizza adicional que é mais do que suficiente para fazer com que o consumidor prefira esse ponto. Vendo qual ponto está situado na curva cle indifereNa mais elevada, podemos usar o conjunto de cur- vas de indifererwa para classificar quaisquer combing r6es de Pepsi e pizza. Quatro Propriedades das Curvas de IndifereNa Como as curvas de indiferena representam as prefer'encias do consumidor, elas tem determinadas propriedades que refletem essas prefere'ncias. Examinaremos aqui quatro propriedades que descrevem a maioria das curvas de indifereNa: (*, Propriedade 1: 4,.curvas de indik-enca mais elevadas . s4o .prgferiv.eis .tskmais baixas. 0,s- 9.1.4.sql:~orn=iatknente p-reerem__erTmais de a g,uma coisa a ter menos. Essa prefer'encia po-r mafOre-s-quanti-6-des se re-flete-ri- CU- rv—as- deindiferena. Como mostra a Figura 2, curvas de indiferena mais elevadas representam quantidades maiores de bens do que as curvas de indifereNa mais baixas. Portanto, o consumidor prefere estar nas curvas de indifereNa mais elevadas. Propriedade 2: As curvas_de indiferenca se inclinam para baixo. A inclinação de uma curv reNa reflete a taxa—a qual Q£onsumiclor est disposto—a'subStifuir um bem _por outro. -Na -maioria dos casos, o consuMidOr ,c;bsta dos dois bens. s."` -a--quantidaTh—fe-7--le urribeMFOr re-crt:izTd-a,Ta:.1 h Ua=rx..tidade-d—o outrey,pre- aiitn-en-t-ar:a- firrid-e -q-u--emicons-ufrildor fique igualmente satisfeito. 'Por essa rzãòa -ri-fffibfra- cTa-s-CTrv-as de indifei-eNa S'inclinam para-baix6":- Propriedatic 3: As,proas de indiferenp nr7o se cruzam. Para ver por que isso suponha que duas -Curvas e MdItereNa se cruzassem como na Figura 3. EnUio, como o ponto A esth na mesma curva de indifereNa que o ponto B, os taxa marginal de /substitui(a.o a taxa a qual um consumidor está disposto a trocar um bem por outro • d...9.),(?,-14 o•Le 458 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS A Impossibilidade da Intersecao de Curvas de Indiferenca Uma situacao como essa nao pode acontecer. De acordo corn essas curvas de indiferenca, o consumidor estoria igualmente satisfeito nos pontos A, B e C, embora o ponto C tenha mars dos dois bens que o ponto A. Quantidade de Pizza dois pontos deixariam o consumidor igualmente satisfeito. Alem disso, como o pont° B esti' na mesma curva de indiferenca que o ponto C, esses dois pontos tambem dariam ao consumidor o mesmo nivel de satisfacao. Mas essas conclu- saes implicam que os pontos A e C tambem deixem o consumidor igualmente satisfeito, embora o pont° C tenha major quantidade de ambos os bens. Isso contradiz nossa hipotese de que o consumidor sempre prefere mais dos dois hens a menos. Portant°, as curvas de indiferenca nao podem se cruzar. Propriedade 4: As . .u.,rvas de indiferen a sa convexas em relacao a origeni dos eixos. A --- inclinacao de uma curva de indiferenca é a taxa marginal de sub-kituicao - a taxa qual o consumidor esti disposto a trocar urn bem por outro. A taxa marginal de substituicao (77VigS) geralmente depende da quantidade de cada hem que o consumidor esta consumindo atualmente. De modo mais especffico, como asp. pessoas estdo mais dispostas a trocar bens que tenham em abundancia e menos dispostas:a trocaOpens_que-tenharn-eril'OciiiKliquanti-dad-e7a-S-C—u—rvaS-de ferenca so -convexas em relaci ridos eixo-s-.15or exemplo, considere a Figura 4. No ponto A, como o consumidor tern muita Pepsi e somente urn pouco de pizza, est corn muita fome, mas nao tern muita sede. Para induzir o consu- midor a abrir mao de 1 pizza, é precis° dar-lhe 6 latas de Pepsi: a taxa marginal de substituicao é de 6 latas por pizza. Por outro lado, no ponto B, o consumidor tern pouca Pepsi e muita pizza, de modo que esta sedento, mas nao tern muita fome. Nesse ponto, ele estaria disposto a abrir mao de 1 pizza para obter 1 lata de Pepsi: a taxa marginal de substituicao é de 1 lata por pizza. Portant°, a conve-------,_,--- xidade da curva de indiferEs_areflete a maior-4isposicao do_consumictor,para mao do be que ere j6 tem em,g_a-iiae- Dols Exemplos Extremos de Curvas de Indiferenca 0 formato de uma curva de indiferenca nos diz sobre a disposicao de urn consu-midor em trocar urn hem por outro. Quando os bens sao facilmente substituiveis - 2 3 CAPfTULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR Fith- RA 4 Curvas de Indiferega Convexas As curvos de indiferenca costumam ser convexas. Esse formato implica que o taxa marginal de substituicao (TMgS) depende da quantidade dos dois bens que o consumidor esta consumindo. No ponto A, o consumidor tem pouca pizza e muita Pepsi, de modo que sera preciso muita Pepsi a mais para induzi-lo a abrir mao de umo pizza. A taxa marginal de substituicao é de 6 latas de Pepsi por pizza. No ponto B, o consumidor tem muita pizzo e pouca Pepst de modo que sera preciso pouca Pepsi a mois paro induzi-lo o obrir mao de uma pizza: a toxa marginal de substituicao é de 1 lata de Pepsi por pizza. 459 Quantidade de Pepsi 14 8 4 3 0 Curva de indifereNa Quantidade de Pizza um pelo utro, as curvas de indifereNa são menos convexas; quando é dificil subs- tituir um bem por ou_tro, as muik-o–co-fivexaS:-Para'ver-por Elue iss e ãde,vamš analisa—r os casos extrem--os. Substitutos Perfeitos Suponha que alguem lhe oferea dois pacotes, cada um deles com diferentes combing -Oes de moedas de 5 e 10 centavos. Como voce clas- sificaria os diferentes pacotes? Muito provavelmente, voce só se preocuparia com o valor nionet4rio total de cada pacote. Nesse caso, voce avaliaria cada pacote com base no n mero de moedas de 10 centavos somado ao n mero de moedas de 5 centavos multiplicado por dois. Em outras palavras, voce sempre estaria disposto a trocar uma moecia de 10 centa- vos por duas de 5 centavos, qualquer que fosse o n mero de moedas de 10 centavos e 5 centavos contidas em cada pacote. Sua taxa marginal de substituição entre moe- das de 5 e 10 centavos seria um ni:imero fixo: 2. Podemos representar suas preferencias entre moedas de 5 e 10 centavos com as curvas de indifereNa do painel (a) na Figura 5. Con-io a taxa marginal de substitui- o é constante, as curvas de indifereNa ski linhas retas. Nesse caso extremo de curvas de indifereNa retas, dizemos que os dois bens so substitutos perfeitos. Complementos Perfeitos Suponha agora que alguen-i lhe ofere(;a lotes de sapatos. Alguns sapatos servem no pe direito, ao passo que outros servem no esquerdo. Como voce classificaria esses diferentes lotes? substitutos perfeitos (, L ' dois bens cujas curvas c1 7 indiferenca sk retas 3 Moedas de 10 Centavos (b) Complementos Perfeitos Sapatos para o Pe Esquerdo 7 5 /1 0 5 Sapatos para o Pe Direito 460 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS Substitutos Perfeitos e Complementos Perfeitos Quando dais bens soo facilmente substituiveis urn pelo outro, as curvas de indiferenca sao linhas retas, como mostra o painel (a). Quando dais bens sao foriemente complementares, como as pes esquerdo e direito dos sapatos, as curvas de indiferenca apresentam urn angulo reto, como mostra o painel (b). (a) Substitutos Perfeitos Moedas de 5 Centavos 6 complementos perfeitos .} dois bens cujas curvas der indiferenca formam urn I angulo reto Nesse caso, voce ficaria preocupado somente corn o numero de pares de sapa- tos. Em outras palavras, avaliaria urn lote de sapatos corn base no numero de pares qua pudesse reunir a partir dee. Urn lote corn 5 pes esquerdos e 7 pes direitos ren- deria apenas 5 pares. Obter mais urn pe direito nao tern qualquer valor se n5o hou- ver urn pe esquerdo para lhe fazer par. Podemos representar suas preferencias por sapatos para os pes esquerdo e direito por meio das curvas de indiferenca do painel (b) da Figura 5. Nesse caso, urn lote corn 5 pes esquerdos e 5 pes direitos tern o mesmo valor que urn lote corn 5 pes esquerdos e 7 pes direitos. Tern tambem o mesmo valor que urn lote corn 7 pes esquerdos e 5 pes direitos. As curvas de indiferenca, 1.-)ortanto, tern format° de ang-ulos retos. Nesse caso extremo de curvas de indiferenca corn angulo reto, dize- mos que os bens sao complementos perfeitos. No mundo real, naturalmente, a maioria dos bens nao é nem de substitutos per- feitos (corno moedas de 5 e 10 centavos), nem de complementos perfeitos (como sapatos para os pes esquerdo e dircito). Normalmente, as curvas de indiferenca sao convexas, rnas nao a ponto de formar angulos retos. Teste Rapid() Represente graficamente algumas curvas de indiferenca de Pepsi e pizza. Explique as qua- tro propriedades dessas curvas de indiferenca. OTIMIZA00: 0 QUE C CONSUMIDOR ESCOLHE 0 objetivo deste capitulo é entender como urn consumidor faz suas escolhas. Ja temos os dois componentes de que precisamos para essa analise: a restricao °Ka- mentaria do consumidor e as preferencias do consumidor. Agora vamos reunir esses dois componentes e analisar a decisao do consumidor a respeito do qua comprar. CAPftULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 461 As Escolhas Ótimas do Consumidor Vamos utilizar novamente o exemplo da Pepsi e da pizza. 0 consumidor gostaria de terminar com a melhor combina o possivel de Pepsi e pizza - ou seja, a com- binac:. -ao na curva de indiferena mais elevada possivel. Mas o consumidor tambem precisa manter-se na linha ou abaixo da linha de restri o oNamentaria, que mede o total de recursos disponiveis para ele. A Figura 6 mostra a restriO- o oNamentaria do consumidor e tres de suas mui- tas curvas de indifereNa. A cu a mais ekvada que o consumidor pode atingir (12, na figura) e aquela q4e tangencia a restri o 6Namentana. em que essa - curva de iniffereria ë5an é chamado de 6thno. 0 P-cbnsumir-T-1--et-eriria o—p-dfito A, mas riThWTY0--cre --EiTifi&- o—rq 1-5-mif6--esta acima da sua restri o oNamentaria. 0 consumidor pode optar pelo ponto B, mas esse ponto esta em uma curva de indifereNa mais baixa e, portanto, lhe proporcio- na menor satisfa o. 0 (5ti,mo representa a melhor combing -ao de consumo de Pepsi e pizza disponiverpara o consum ---------------Observe que, no OTifno, a incling - o da curva de indiferena é ig-,ual da restrição oNamentria. Dizemos que a curva de indifereNa é tangente à restri- o oNamentaria. A incling'a"o da curva de indifereNa é a taxa marg,inal de subs- titui o entre Pepsi e pizza, e a iiicliiiação da restri o oNamentaria é o prew rela- tivo da Pepsi em termos de pizza. Assim, o consumidor escolhe o constuno dos dois bens de tal modo que t? taxa marginal de substitui(do seja igual tiO preffl relativo. Vimos no Capitulo 7 como os prec;os de mercado refletem o valor marginal que os consumidores atribuem aos bens. Essa analise da escolha do consumidor apre- senta os mesmos resultados de uma maneira diferente. Ao fazer suas escolhas de consumo, o consumidor toma como dado o pre9p relativo dos dois bens e, ento, escolhe um Otimo ao qual sua taxa_kal l de substitui -ao sej_a_igual o relathioT e relativo e a taxa'a qual o mercado esta _diszosto a trocar um bem pas-so qur6 õ m- dor esta p. trocar um beM oiTh 11=5:1\Tr timo do que ele faz dos dois bens como me xa marginal de substitui o) e igual FIGURA 6 Quantidade de Pepsi 0 0timo do Consumidor 0 consumidor escolhe o ponto de sua restricao orcamentaria que toca a curva de indiferenca mais elevada. Nesse ponto, chamado de atimo, a taxa marginal de substitukao é igual ao preco relativo dos dois bens. Aqui, a curva de indiferenca mais elevado que o consumidor pode atingir é 12. 0 consumidor prefere o ponto A, que esth na curva de indiferenca l, mas sua restricao orcamenthria o impede de obter esso combinacao de Pepsi e pizza. Por outro lado, o consumidor poderia escolher o ponto B, que esta dentro de suas possibilidades, mas como esse ponto se situa em uma curva de indiferenca mais baixa, o consumidor nao o prefere. Quantidade de Pizza 462 PARTE 7 TOPICOS DE ESTU DOS AVANcADOS SAIBA MAIS SOBRE... UTILIDADE: UMA FORMA ALTERNATIVA DE DES- CREVER AS PREFERENCIAS E A OTIMIZAcA0 Temosutilizado as curvas de indiferenda para representar as prefe- rencias do consumidor. Outra maneira comum de representar pre- ferencias é par meio do conceito de utilidade. Utilidade é uma medida abstrata da satisfacao au felicidade que urn consumidor obtem de urn conjunto de bens. Os economistas dizem que urn consumidor prefere urn conjunto de bens a outro se o primeiro ofe- rece maior utilidade do que o segundo. As curvas de indiferenda e a utilidade estao estreitamente relacio- nadas. Como o consumidor prefere pontos que estejam ern curvas de indiferenda mais elevadas, as conjuntos de bens que estao em curvas de indiferenda mais elevadas proporcionam maior utilidade. Como o consumidor fica igualmente satisfeito em todos as pontos que estejam em uma mesma curva de indiferenda, todos esses con- juntos proporcionam a mesma utilidade. Podemos pensar em uma curva de indiferenda coma se fosse uma curva de "utilidade igual". A utilidade marginal de qualquer bem é o aumento de utilida- de que o consumidor obtern de uma unidade adicional do bem em questa°. Supoe-se que a maioria dos bens exibe utilidade marginal decrescente: quanta mais de urn bem o consumidor tern, menor a utilidade marginal proporcionada par uma unidade a mais do mesmo bem. A taxa marginal de substituicao entre dais bens depende de suas utilidades marginais. Par exemplo, se a utilidade marginal do bem X e duas vezes a utilidade marginal do bem Y, entao o duo precisaria de duas unidades do bem Y para compensar a perda de uma unidade do bem X, e a taxa marginal de substituicao é igual a 2. De maneira mais geral, a taxa marginal de substituicao (e, por- tanto, a inclinacao da curva de indiferenda) e igual a utilidade mar- ginal de urn bem dividida pela utilidade marginal do outro bem. A analise da utilidade nos proporciona outra maneira de descre- ver a otimizadao para o consumidor. Lembre-se de que, no Otimo do consumidor, a taxa marginal de substituidao e igual a razao entre as precos. Isto é, TMgS = Como a taxa marginal de substituicao e igual a razao das utilida- des marginais, podemos escrever essa condic-ao de otimizacao coma UMgx/UMgy= E podemos reorganizar a equadao para chegar a UMgx/Px= UMgy/l), Essa equadao tern uma interpretacao simples: no Otimo, a utili- dade marginal par Mar gasto com o bem X e igual a utilidade mar- ginal par dolar gasto corn o bem Y. (Par que? Se essa igualdade nao se mantivesse, o consumidor poderia aumentar a utilidade gastando menos cam o bem que he proporcionasse menor utilidade margi- nal par dolar e mais corn o bem que !he proporcionasse maior uti- lidade marginal par Mar.) Quando as economistas debatem a teoria da escolha do consu- midor, podem expressa-la usando diferentes palavras. Urn econo- mista poderia dizer que o objetivo do consumidor é maximizar a uti- lidade. Outro poderia dizer que o objetivo do consumidor é situar-se na curva de indiferenda mais elevada possivel. 0 primeiro economis- ta concluiria que, no atimo do consumidor, a utilidade marginal par dolar e a mesma para todos as bens, ao passo que o segundo con- cluiria que o otimo do consumidor fica no ponto em que a curva de indiferenda e tangente a restricao ordamentaria. Na fundo, sao duas maneiras de dizer a mesma coisa. avaliaca-o do mercado (como medida pelo preco relativo). Como resultado clessa otimiza0o pelo consumidor, o preco de mercado dos diferentes bens reflete o va- lor que os consumiclores atribuem a cada bem. Como as Variacoes na Renda Afetam as Escolhas do Consumidor Agora que vimos como o consumidor toma a decisao de consumo, vamos estudar como o consumo responde a variac-.5es na renda. Sendo mais especificos, suponha que a rencia aurnente. Corn uma renda major, o consumidor pode comprar mais dos dois bens. 0 aumento na renda, portant°, desloca a restricao orcamentaria para fora, como na Figura 7. Como o preco relativo dos dois bens continua o mesmo, a inclina(ao da nova restricao orcamentaria é a mesma que a inclinacao da restricao orcamentaria original. Isto é rn aumento na renda leva a urn desloca- mento arale10 da restricao orcament6riz (.0 I k0,-, Quantidade de Pizza 0 2.... aumentando o consumo de pizza... Quantidade de Pepsi Nova restrição oNamentkia 1. Um aumento na renda desloca a restri0o oramentkia para fora... Novo ótimo 3.... e o consumo — de Pepsi. 2 Restrição oramentria inicial CAPITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 463 FIGURA 7 Um Aumento na Renda Quando a renda do consumidor aumenta, sua restric -ao orcomenthria desloco-se para foro. Se os dois bens forem bens normais, o consumidor responde ao aumento na renda comprando mais de ambos os bens. Aqui o consumidor compro mais pizza e mals Pepsi: A restrição oNamentkia expandida permite que o consumidor escolha uma melhor combina o de Pepsi e pizza. Em outras palavras, o consun-lidor pode agora ating,ir uma curva de indifereNa mais elevada. Dados o deslocamento da restri o oNamentria e as prefefencias do consumidor, tais como representadas pelas suas curvas de indifereNa, o Otimo do consumidor move-se do ponto indicado como "OtiQo iniciar_za_r_a_o_pontO cor-r oTi7-11-6 Observe que, na Figura7o consumi or opta por Lonsumir mais Pepsi e mais pizza. Embora a lOgica do modelo não exija aumento do consumo dos dois bens em resposta a um aumento na renda, este e o resultado mais comum. Como vimos no Capitulo 4, se um consumidor deseja mais de um bem quando sua renda aumenta, os economistas chamam esse ben-i de bem normal. As curvas de indife- rena da Fig,ura 7 foram desenhadas supondo que tanto a Pepsi quanto a pizza sejam bens normais. A Figura 8 mostra um exemplo em que um aumento na renda induz o consu- midor a comprar mais pizza, porem menos Pepsi. Se um consumidor cornpra menos de um bem quando sua renda aumenta, os economistas chamam esse ben-i de bem inferior. A Fig,ura 8 foi desenhada supondo que a pizza seja um bem nor- mal, e a Pepsi, um bem inferior. Embora a maioria dos bens seja normal, existem alg,uns bens inferiores no mundo real. Um exemplo está nas passagens de Onibus. Para os consumidores de alta renda, e maior a probabilidade de que sejam proprietEirios de carros e menor a probabilidade de andarem de Onibus do que para os consumidores de baixa rencia. As passagens de Onibus são, portanto, um bem inferior. Como as Variaces nos Precos Afetam as Escolhas do Consumidor Vamos agora usar esse modelo da escolha do consumidor para ver como uma mudaNa no 1_-)reo de um dos bens altera as escolhas do consumidor. Suponha, mais especificamente, que o preo da Pepsi caia de $ 2 para $ 1 a lata.1\l'a"o é de sur- bem normal um bem para o qual um aumento na renda eleva a quantidade consumida bem inferior um bem para o qual um aumento na renda diminui a ,quantidade consumida Quantidade de Pepsi 3. ... mas o consumo de Pepsi cal, fazendo da Pepsi urn bem inferior. Restricao orcamentaria inicial 0 Nova restricao orcamentaria 1. Quando urn aumento na renda desloca a restricao orcamentaria para fora... Novo Otimo Quantidade de Pizza 2.... o consumo de pizza aumenta, o que faz da pizza urn bem normal... 464 PARTE 7 TOPICOS DE ESTU DOS AVANcADOS FIGURA 8 Um Bern Inferior Urn bem é urn bem inferior se o consumidor compra menos dele quando sua renda aumenta. Aqui, Pepsi é um bem inferior: quando a rendo do consumidor aumenta e sua restricao orcamentOria se desloca para fora, o consumidor compra mais pizza e menos Pepsi. efeito renda a variacao de consumo que ocorre quando uma mudanca \ de preco move o consumidor para uma curva de indiferenca I\ mais elevada ou menos )elevada /elk° substituicao v, a ariacao de consumo que! 1 i ocorre quando uma mudanca de preco move o consumidor ao longo de uma dada curva de indiferencaate urn ponto \ corn uma nova taxa marginal cle substituicao preender clue o menor preco expanda o conjunto de oportunidades de compra do consumidor. Em outras palavras, Ulna queda no preso de qualquer urn dos bens desloca a -restricao orcamentaria para f- a. A Figura 9 mostra mais especificamente como a queda de preco afeta a restri- (do orcamentaria. Se o consumidor gastar toda a sua renda de $ 1 mil em pizza, o preco da Pepsi ser6 irrelevante. Portant°, o ponto A na figura permanece o mesmo. Mas se o consumidor gastar toda a sua renda de $ 1 mil em Pepsi, podera agora comprar 1 mil latas em vez de apenas 500. Assim, o ponto final da restricao ment6ria desloca-se do ponto B para o pont° D. Observe que nesse caso o deslocamento para fora da restricao orcamentaria altera sua inclinacao (isso difere do caso anterior, quando os precos se mantiveram os mesmos, mas a renda do consumidor mudou). Como ja foi visto, a inclinac5o da restric5o orcamentitria reflete os precos relativos da Pepsi e da pizza. Como o preco da Pepsi caiu de $ 2 para $ 1, enquanto o da pizza se manteve em $ 10, o consumi- dor pode agora trocar uma pizza par 10 latas de Pepsi, em vez de 5 latas, como ocorria anteriormente. Como resultado, knova.restric amentaria tern uma inclinacp major. A maneira pela qual a alteracao na restricao orcamentdria muda o consumo de ambos as bens depende das preferencias do consumidor. As curvas de indiferenca tracadas nesta figura mostram que o consumidor compra mais Pepsi e menos pizza. Efeito Renda e Efeito Substituicao 0 impact° de uma mudanca no preco de urn hem sobre o consumo pode ser decomposto em dois efeitos: o efeito renda e o efeito substituicao. Para ver o que Quantidade de Pepsi Nova restrição oNamentaria Novo 6timo 1. Uma queda do preo da Pepsi provoca uma rota o para fora da restrição oramentria... ti mo inicial 100 Quantidade 2.... reduzindo o consumo de pizza... de Pizza 1.000 500 3.... e aumentando-7 o consumo de Pepsi. Restrição oramentaria inicial CAPITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 465 FIGURA 9 Uma Variack no Preco Quando o preco do Pepsi cat a restri- cao orcomentana do consumidor deslo- ca-se para fora e mudo sua inclinacao. 0 consumidor move-se do Otimo inicial para o novo atimo, o que muda suas compros tanto de Pepsi quonto de pizza. Nesse caso, a quontidode consu- mida de Pepsi aumento e a quantidade consumida de pizza cai. são esses dois efeitos, imag,ine como o consumidor reagiria se soubesse que o preo da Pepsi caiu. Ele poderia raciocinar das seguintes maneiras: • "Grande noticia! Agora que a Pepsi esti mais barata, minha renda ten-i maior poder de compra. Estou, de fato, mais rico do que antes. Como estou mais rico, posso comprar mais Pepsi e mais pizza." (Este e o efeito renda.) • "Agora que o prec;o da Pepsi caiu, posso comprar mais latas de Pepsi para cada pizza de que eu abrir rnão. Como a pizza agora está relativamente mais cara, eu deveria comprar menos pizza e mais Pepsi." (Este é o efeito substitui .) Qual c-ias duas afirmac;"(5es voce julga ser a mais correta? Na verdade, as duas afirmg -6es fazem sentido. A queda no pre9a da Pepsi deixa o consumidor em melhor situa o. Se tanto a Pepsi quanto a pizza s' "o bens nor- mais, o consumidor desejará distribuir seu maior poder de con-yra entre os dois bens. Esse efeito renda tende a fazer com que o consumidor compre mais pizza e mais Pepsi. Mas, ao mesmo tempo, o consumo de Pepsi tornou-se mais barato em relgo ao consumo de pizza. Esse efeito suhstituição tende a fazer o consumidor escolher mais Pepsi e menos pizza. Considere agora o resultado final desses dois efeitos. 0 consumidor certamen- te compra mais Pepsi, já que tanto o efeito renda quanto o efeito substitui o agem no sentido de aumentar as compras de Pepsi. Mas não se pode dizer com certeza se o consumidor comprará mais pizza porque os efeitos renda e substitui o tra- balham em dire es opostas. Essa concluso e sintetizada na Tabela 1. Podemos interpretar os efeitos renda e substitui o usando curvas de indiferen- efeito renda é a variac, & no consunto que resulta da passagem pt7ra uma curva de indiferent7 mais elevada. O efeito substituk y-7o (- 5 a variaciTh no consumo que resulta de se estar C111 11111 ponto de uma C1117,a de indifuen-a com Unla taxa marginal de substitui(do difereitte. 466 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS TABELA 1 Os Efeitos Renda e Substituick Quando o Prey) da Pepsi Cai Bern Efeito Renda Efeito Substituicao Pepsi 0 consumidor esta mais rico, A Pepsi esta relativamente mais portant° compra mais Pepsi. barata, portant° o consumidor compra mais Pepsi. Pizza 0 consumidor esta mais rico, A pizza esta relativamente mais portant° compra mais pizza. cara, portanto o consumidor compra menos pizza. Efeito Total Os efeitos renda e substituicao agem no mesmo sentido, portant° o consumidor compra mais Pepsi. Os efeitos renda e substituicao agem em direcoes opostas, portant° o efeito total sobre o consumo de pizza é incerto. A Figura 10 representa graficamente como decompor a mudanca da decisao do consumidor em seus efeitos renda e substituicao. Quanclo o preco da Pepsi cai, o consumidor se move do Otimo inicial, ponto A, para o novo otimo, o ponto C. Podemos considerar que essa mudanca se de em duas etapas. Primeiro, o consu- midor se move ao ion go da curva de indiferenca inicial I, do ponto A para o ponto B. 0 consumidor esta igualmente satisfeito nesses dois pontos, mas no ponto B a taxa marginal de substituicao reflete o novo preco relativo (a linha pontilhada que passa pelo ponto B reflete o novo preco relativo, sendo paralela a nova restricao orcamenta-ria). Em seguida, o consumidor se desloca para uma curva de indiferen- ca mais elevada, movendo-se do ponto B para o ponto C. Embora os pontos B e C estejam em curvas de indiferenca diferentes, eles tem a mesma taxa marginal de substituicao. 0-u seja, a inclinacao da curva de indiferenca Li no ponto B é igual inclinacao da curva de indiferenca 12 no ponto C. Embora o consumidor nunca chegue a escolher efetivamente o ponto B, esse ponto hipotetico é iitil para esclarecer os dois efeitos que determinam a decisdo do consumidor. Observe que a passagem do ponto A para o ponto B representa uma pura variacao da taxa marginal de substituicao sem qualquer mucianca no bem- estar do consumidor. De forma similar, a mudanca do ponto B para o ponto C representa uma pura mudanca no hem-estar do consumidor, sem qualquer varia- ca-o da taxa marginal de substituicao. Portanto, o movimento de A para B mostra o efeito substituicao, e o movimento de B para C mostra o efeito renda. Derivando a Curva de Demanda Acabamos de ver como mudancas no preco de um bem alteram a restricao orca- mentaria do consumidor e, portanto, as quantidades dos dois bens que ele escolhe comprar. A curva de demanda de qualquer bem reflete essas decisoes de consumo. Recorde-se que a curva de demanda mostra a quantidade demandada de um hem a qualquer preco dado. Podemos enxergar a curva de demanda de urn consumidor como urn resumo das decisoes otimas que decorrem de sua restricao orcamentaria e de suas curvas de inc-liferenca. Por exemplo, a Figura 11 mostra a demanda por Pepsi. 0 painel (a) mostra que, quando o preco de uma lata cal de $ 2 para $ 1, a restricao orcamentaria do consu- midor desloca-se para fora. Por causa dos efeitos renda e substituicao, o consumi- dor aumenta suas compras de Pepsi de 250 para 750 latas. 0 painel (b) mostra a Quantidade de PizzaEfeito substitui o —01- Efeito renda Quantidade de Pepsi Nova restrição orcament&ia C Novo dtimo Efeito renda Efeito substitui0o Restrição oNamentria inicial ti mo inicial 750 $ 2 Nova restrição orcamentria (a) 0 0timo do Consumidor (b) A Curva deDemanda por Pepsi Pre93 da Pepsi Quantidade de Pepsi 250 Demanda Quantidade 0 250 750 Quantidade de Pizza de Pepsi Restri0o oNamentria inicial CAPITTULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 467 FIGURA 10 Efeito Renda e Efeito Substituic&) 0 efeito de uma mudanca no preco pode ser decomposto em efeito renda e efeito substituicdo. 0 efeito substitui* - o movimento ao longo de uma cum de indiferenca para urn ponto com taxo marginal de substituicO-o diferente - representodo pela mudanca do ponto A pora o ponto B ao longo do curva de indiferenca I,. 0 efeito renda - o deslocamento para uma curva de indiferenca mais elevada - representado aqui pela mudanca do ponto B na curva de indiferenca I, para o ponto C na curva de indiferenca 12. FICIURA 11 Derivando a Curva de Demanda 0 painel (a) mostra que, quando o preco da Pepsi cat de $ 2 para $ 1, o 6timo do consumidor se move do ponto A para o ponto B e a quantidade de Pepsi consumida aumento de 250 para 750 latas. A curva de demanda do painel (b) reflete essa relacCio entre o preco e a quantidade demandada. 468 PARTE 7 TOPICOS DE ESTU DOS AVANcADOS rbern de Giffen um bem para o dual urn aumento no preco provoca urn aumento no quantidade demandada curva de demanda resultante das ciecisOes desse consumidor. Dessa forma, a teoria da escolha do consumidor proporciona os fundamentos teOricos para a curia de demanda do consumidor, apresentada no Capitulo 4. Embora seja reconfortante saber que a curia de demanda surge naturalmente da teoria da escolha do consumidor, esse exercicio, por si so, na-o justifica o desen- volvimento da teoria. Nao hd necessidade de uma estrutura analitica rigorosa ape- nas para estabelecer que as pessoas respondem as variacoes nos precos. A teoria da escolha do consumidor é, contudo, muito dtil. Como veremos na proxima secao, podemos usar a teoria para investigar corn mais profundidade os determinantes do comportamento das familias. Teste Rapid° Represente graficamente uma restricao orcamentaria e as curvas de indiferenca de Pepsi e pizza. Mostre o que acontece corn a restricao orcamentaria e o atimo do consumidor quando o preco da pizza aumenta. Ern seu diagrama, decomponha a variacao em efeito renda e efeito substituicao. TRES APLICACOES Agora que desenvolvemos a teoria basica da escolha do consumidor, vamos usa-la para lancar luz sobre tres questOes a respeito de como funciona a economia. Essas tres questoes podem, de Mid°, parecer nao estar relacionadas. Mas como cada questa° envolve a tomada de decisoes pelas farnilias, podemos aborda-las corn o model° de comportamento do consumidor que acabamos de desenvolver. Todas as Curvas de Demanda Tem Inclinacao Negativa? Normalmente, quando o preco de urn bem aumenta, as pessoas compram menos desse hem. No Capitulo 4, chamamos esse comportamento usual de lei do demon- da. Essa lei se reflete na inclinacao negativa da curia de demanda. Como assunto de teoria econamica, entretanto, as curvas de demanda podem, em alguns casos, ter inclinacao positiva. Ern outras palavras, os consumidores podem, as vezes, violar a lei da demanda e comprar major quantidade de urn bem quando o seu preco aumenta. Para ver como isso pode ocorrer, considere a Figura 12. Nesse exen-iplo, o consumidor compra dois bens — came e batatas. Inicialmente, a restricao orcamentaria é a linha que vai do ponto A ao ponto B. 0 Otimo é o ponto C. Quando o preco das batatas aumenta, a restricao orcamentaria se desloca para dentro e passa a ser a linha que vai do ponto A ao ponto D. 0 otimo é agora o ponto E. Observe que o aliment° do preco das batatas fez corn que o consumidor passasse a comprar uma quantidade major delas. Por que o consumidor reage de maneira aparentemente perversa? A razao é por- que as batatas, nesse caso, sao urn hem intensamente inferior. Quando o preco das batatas aumenta, o consumidor fica mais pobre. 0 efeito renda faz corn que o con- sumidor deseje comprar menos came e mais batatas. Ao mesmo tempo, como as batatas se tomaram mais caras em relacao a came, o efeito substituicao faz corn que o consumidor deseje comprar mais came e menos batatas. Nesse caso particular, contudo, o efeito renda é tdo forte que supera o efeito substiwicao. No fim, o consu- midor responde ao major preco das batatas comprando menos came e mais batatas. Os economistas usam o termo hem de Giffen para descrever urn bem que viola a lei da demanda (o termo vem do economista Robert Giffen, que foi o primeiro a observar essa possibilidade). Nesse exemplo, as batatas sao urn hem de Giffen. Os bens de Giffen sao hens inferiores para os quais o efeito renda domina o efeito substituicao. Portanto,_suas curvas de demanda tern inc1in 4Q2,scendente.-....-- / /1 ' 2 se elas forem um bem de Giffen. 0 1. Um aumento no preco das aumenta o ,---- ........... ............................ batatas provoca uma rotac-a"o consumo da restrico orcamentkia de batatas para dentro... ti mo com preco alto das batatas ti mo com preco baixo das batatas 2.... o que / CAPIITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 469 FIGURA 12 Um Bem de Giffen Neste exemplo, quando o preao das botatas aumenta o 6timo do consumidor desloca-se do ponto C para o ponto E. Nesse ccso, o consumidor responde oo maior preao das batatas comprando menos carne e mais batatas. Quantidade de Carne Os economistas discordam sobre se ja foi descoberto algum bem de Giffen. Alguns historiadores sugerem que as batatas foram, efetivamente, um bem de Giffen durante a sua escassez na Irlanda do seculo XIX. As batatas eram uma parte fao grande da dieta do povo que, quando o seu preo aumentou, o efeito renda foi enorme. As pessoas reag,iram a redu o no seu padr"ao de vida cortando o consu- mo do bem de luxo carne e aumentando suas compras de batatas, um alimento basico. Assim, argumenta-se que o elevado prec;o das batatas aumentou realmen- te a quantidade demandada de batatas. Seja esse episOdio histOrico verdadeiro ou nceTi o, é seguro dizer que os bens de Giffea,,s'ao muito raros. A teoria da escolha do consumidor reconhece curvas de deman o positiva. Mas isso é tho raro que a lei da demanda e confiavel quanto qualquer outra lei econOmica. Como os Sal rios Afetam a Oferta de Trabalho? Ate aqui, usamos a teoria da escolha do consumidor para analisar como uma pes- soa decide alocar sua renda entre dois bens. Podemos usar a mesma teoria para analisar como uma pessoa decide alocar seu ten-ipo entre trabalho e lazer. Vamos analisar a decis'ao com que se depara Sally, uma programadora de compu- tadores autOnoma. Sally permanece acordada 100 horas por semana. Ela gasta parte desse ten-ipo desfrutando de algum tipo de lazer — andando de bicicleta, assistindo estudando economia e assim por diante. Ela passa o resto do seu tempo desen- volvendo prog,ramas em seu computador. Para cada hora que passa desenvolvendo programas, ela ganha $ 50, gastos no consumo de bens. Assim, seu salario ($ 50) reflete o tradeoff entre lazer e trabalho com o qual Sally se depara. Para cada hora de lazer de que abre iiião, ela trabalha uma hora a mais e ganha $ 50 para consumo. A Figura 13 mostra a restrição oNamentaria de Sally. Se gastar todas as 100 horas desfnitando de lazer, , ela iião tera consumo. Se passar todas as 100 horas tra- 470 PARTE 7 TOPICOS DE ESTU DOS AVANcADOS FIGURA 13 0 60 100 Horas de Lazer balhando, ela ganhara consumo semanal de $ 5 mil, mas nao tera tempo para lazer. Se fizer uma jornada normal de 40 horas por semana, ter6 60 horas de lazer e con- sumo semanal de $ 2 mil. A Figura 13 usa as curvas de indiferenca para representar as preferencias de Sally por consumo e lazer. Aqui, consumo e lazer sao os dois "bens" entre os quais Sally precisa escolher. Como ela sempre prefere mais lazer e mais consumo, sua preferenciaé por pontos em curvas de indiferenca mais elevadas. Ao salario de $ 50 por bora, Sally escolhe un-ia combinacao de consumo e lazer representada pelo pont° indicado como "otimo". Estee o ponto da restricao orcamentliria que se situa na curva de indiferenca mais alta possivel, que é L. Vejamos agora o que acontece quando o salario de Sally aumenta de $ 50 para $ 60 por hora. A Figura 14 mostra dois resultados possIveis. Em cada caso, a restri- cao orcamentaria mostrada no grafico a esquerda se desloca para fora, de ROi para RO.,. Nesse process°, a restri(ao orcamentaria se torna mais inclinada, refletindo a mudanca no preco relativo. Corn o sal6rio major, Sally obtem mais consumo para cada hora de lazer de que abre mao. As preferencias de Sally, como representadas por suas curvas de indiferenca, determinam as respostas resultantes de consumo e de lazer ao major salario. Nos dois paineis, o consumo aumenta. Mas a resposta do lazer a mudanca no salario é diferente nos dois casos. No painel (a), Sally responde ao major salario desfnitan- do de menos lazer. No painel (b), ela responde desfrutando de mais lazer. A decisao de Sally entre lazer e consumo determina sua oferta de trabalho por- que, quanto mais lazer ela desfruta, menos tempo ela tern para trabalhar. Em cada painel, o g,rzifico ii direita da Figura 14 mostra a curva de oferta de trabalho impli- cita na decisao de Sally. No painel (a), urn salario major induz Sally a desfrutar de menos lazer e trabalhar mais, de modo que a curva de oferta de trabalho tern incli- nacao positiva. No painel (b), um salario major induz Sally a desfnitar de mais lazer e trabalhar menos, de modo quo a curva de oferta de trabalho se inclina "para tras". A primeira vista, a curva de oferta de trabalho corn inclinacao para tr6s é enig- matica. Por que alg-uem responderia a um salario major trabalhando menos? A res- posta é dada pelos efeitos renda e substituicao decorrentes de urn salario major. 1. Quando o aumenta... Oferta de trabalho Consumo 1. Quando o sal&io aumenta... / 2 CAPITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 471 Um Aumento no Salkio Os dois paink desta figura mostram como uma pessoa poderia reagir a um aumento no salario. Os graficos ò esquerda mostram a restriccio orca- menthria original do consumidor, RO,, e a nova restricdo orcamentdria, RO,além das escolhas atimos do consumidor entre consumo e thzer. Os grafi- cos à direita mostram a curva de oferta de trabalho resultante. Como as horas trabalhadas sdo iguais ao total de horas disponlveis menos os horos de lazer, qualquer mudanco no nUmero de horos de lazer implica uma mudanca no sentido oposto na quantidade de trabalho ofertado. No painel (o), quando o salario aumenta, o consumo aumento e o lazer diminui, resultando em uma curva de oferta de trabalho de inclinacdo positiva. No painel (b), quando o salario aumenta, tanto o consumo quanto o lazer aumentam, resultando em uma curva de oferta de trabolho que se inclina para tras. (a) Para uma pessoa com estas prefer&icias... a curva de oferta de trabalho tem inclina o positiva. Consumo Oferta de trabalho \o 4,- i Horas 0 -■/ Horas de de Lazer2.... as horas de lazer diminuem... 3.... e as horas de trabalho Trabalho aumentam. Ofertadas (b) Para uma pessoa com estas prefer&icias... a curva de oferta de trabalho se inclina para ts. 0 --> Horas 0 Horas de 2.... as horas de lazer aumentam... de Lazer 3.... e as horas de trabalho Trabalho diminuem. Ofertadas Vamos tratar, primeiro, do efeito substitui o. Quando o salffiio cle Sally s<.. aumenta, o lazer se torna mais caro em rela o ao consumo, e isso a encoraja a Re-re,r; rbvpe dr _56 116 703 F k: 34 elt("6- 4937- .! t4,04 6,44 • "Chega de trabalhar per/ado integral" 472 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANCADOS substituir lazer por consumo. Em outras palavras, o efeito substituic5o induz Sally a trabalhar mais em resposta aos maiores salkios, o que tende a fazer corn que a curva de oferta de trabalho tenha inclinac5o positiva. Vamos analisar agora o efeito renda. Quando o sakirio de Sally aumenta, ela se move para uma curva de indiferenca mais elevada. Ela agora esti em uma situacao melhor do que antes. Desde que lazer e consumo sejam bens normals, ela tende- r i a usar esse aumento de hem-estar para desfrutar de mais consumo e mais lazer. Em outras palavras, o efeito renda a incluz a trabalhar menos, o que tende a fazer corn que a curva de oferta de trabalho se incline para tnis. No fim, a teoria economica no nos dzi uma previsdo clara sobre se o aumento do sakirio induzird Sally a trabalhar mais ou menos. Se o efeito substituicdo major do que o efeito renda, ela trabalha mais. Se, para Sally, o efeito renda é major do que o efeito substituicao, ela trabalha menos. A curva de oferta de trabalho, por- tant°, pode ter inclina0o positiva ou pode se inclinar para tras. ti r e Case EFEITOS DA RENDA SOB RE A °FERIA DE TRABALHO: TEN DENCIAS HISTORICAS, GANHADORES DA LOTERIA E A CONJECTURA DE CARNEGIE A ideia de uma curva de oferta de trabalho que se incline para trzis pode parecer, ,s1 primeira vista, uma mera curiosidade teorica, mas, de fato, nao é. A evidencia indi- ca que a curva de oferta de trabalho, quando considerada em longos periodos de tempo, de fat° se inclina para trEis. H-Ei cern anos, muitas pessoas trabalhavam seis dias por semana. Hoje, a norma é a semana de cinco dias de trabalho. Ao mesmo tempo em que a duracdo da jomada semanal de trabalho tern diminuido, o salkio do trabalhador tipico (descontada a inflaczio) tern aumentado. Eis como Os economistas explicam esse padrao histOrico: corn o passar do tempo, os avancos tecnologicos aumentam a produtividade dos trabalhadores e, corn isso, a demanda por m50-de-obra. 0 aumento da demanda por mao-de-obra eleva os salkios de equilibrio. A medida que os salkios aumentam, aumenta a recompensa pelo trabalho. Mas em vez de reagir a esse aumento do incentivo tra- balhando mais, a maioria dos trabalhadores opta por usar parte de sua maior pros- peridade sob a forma de mais lazer. Ern outras palavras, o efeito renda dos maio- res salkios domina o efeito substituicao. Outra evidencia de quo o efeito renda sobre a oferta de trabalho é forte vem de dados bem diferentes: os ganhadores de loterias. Os ganhadores de g,randes pre- mios veem urn grande aumento ern suas rendas e, como resultado, g,randes deslo- camentos para fora de suas restricoes orcamentkias. Entretanto, como os salkios dos ganhadores no mudam, a inclinaciio das suas restricoes orcamentkias per- manece a mesma. Nao 116, portant°, efeito substituic5o. Examinando o comporta- mento dos ganhadores de loterias, podemos isolar o efeito renda sobre a oferta de trabalho. Os resultados dos estudos corn ganhadores do loterias sac-) dignos de nota. Dentre os ganhadores quo receberam mais de $ 50 mil, quase 25% pararam de tra- balhar em urn ano e outros 9% reduziram o numero de horas trabalhadas. Dentre os ganhadores que receberam mais de $ 1 milhao, cerca de 40(Y0 pararam do traba- Ulan 0 efeito renda sobre a oferta de trabalho dos ganhadores de 1Dremios oTandes é substancial. Resultados semelhantes foram encontrados em um estudo, publicado na edicao de maio de 1993 do Quarterly Journal of Economics, sobre como o recebimento de Consumo na Fase Idosa Restri o oNamentaria $110.000 55.000 CAPftULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 473 uma heraNa afeta a oferta de trabalho de uma pessoa. 0 estudo concluiu que uma pessoa solteira que herde mais de $ 150 mil tem quatro vezes mais probabilidade de parar de trabalhar do que uma pessoa solteira que herde menos de $ 25 mil. Essa conclus -ao não teria surpreendido Andrew Carnegie, um industrial do seculo XIX. Camegie alertou que "o pai que deixa ao filho uma enorme riqueza geralmente enfraquece o talento e a energ,ia desse filho e o tenta alevar uma vida menos útil e de menos valor do que se daria de outra forma". Ou seja, Camegie teve a percep- o de que o efeito renda sobre a oferta de trabalho era substancial e, do seu ponto de vista patemalista, lamentavel. Durante a sua vida e ao morrer, Camegie doou grande parte de sua vasta fortuna a obras de caridade. • Como as Taxas de Juros Afetam a PoupaNa das Famflias? Uma deciso importante com que todas as pessoas se deparam é quanto da renda consumir hoje e quanto poupar para o futuro. Podemos usar a teoria da escolha do consumidor para analisar como as pessoas tomam essa decisio e em que medida o montante que poupam depende da taxa de juros que suas poupane , as renderL'io. Considere a decisk) com que se depara Sam, um trabalhador que esta planejan- do sua aposentadoria. Para simplificar, vamos dividir a vida de Sam em dois periodos. No primeiro periodo, Sam e jovem e trabalha. No seg,undo, e idoso e esta aposenta- do. Quando jovem, Sam ganha $ 100 mil. Ele divide essa renda entre o consumo cor- rente e a pouparwa. Já idoso, Sam consumira o que poupou, incluindo os juros que sua poupaNa rendeu. Suponha que a taxa de juros seja de 10%. Então, para cada d6lar que Sam poupa quando jovem, pode consumir $ 1,10 quando idoso. Podemos considerar o "consu- mo na fase joven-i"e o "consumo na fase idosa" como os dois bens entre os quais Sam precisa escolher. A taxa de juros determina o prev) relativo desses dois bens. A Figura 15 mostra a restri o oNamentaria de Sam. Se ele não poupar nada, consome $ 100 mil quando jovern e nada quando idoso. Se poupar tudo, ru-io con- FIGURA 15 A Decish Consumo-Poupanca A Figura mostra a restricdo orcamentaria para uma pessoa que decide quanto consumir nos dois periodos de suo vida, as curvas de indiferenca representam suas preferencias e o ponto atimo. $50.000 100.000 Consumo na Fase Jovem (b) Major Taxa de Juros Reduz a Poupanca Consumo na Fase ldosa 02 1. Uma major taxa de juros desloca a restricao orcamentaria para fora... Consumo na Fase ldosa RO 2 Consumo na Fase Jovem 0 2.... resultando em menor consumo na fase jovem e, portant°, major poupanca. 1. Uma major taxa de juros desloca a restricao orcamentaria para fora... 474 PARTE 7 TOPICOS DE ESTU DOS AVANCADOS some nada quando jovem e $ 110 mil quando idoso. A restricao orcamentaria mos- tra essas duas possibilidades e todas as possibilidades intermediarias. A Figura 15 usa curvas de indiferenca para representar as preferencias de Sam por consumo nos dois periodos. Como ele prefere consumir mais nos dois perio- dos, ira preferir pontos que estejam nas curvas de indiferenca elevadas a pontos situados em curvas de indiferenca mais baixas. Dadas as suas preferencias, Sam escolhe a combinacao Otima de consumo nos dois periodos de sua vida, que é o ponto da restricao orcamentaria que esti na curva de indiferenca mais elevada pos- sivel. Nesse Otimo, Sam consome $ 50 mil quando jovem e $ 55 mil quando idoso. Vejamos agora o que acontece se a taxa de juros aumentar de 10% para 20%. A Figura 16 mostra dois resultados possiveis. Nos dois casos, a restricao orcamenta- ria desloca-se para fora e se torna mais inclinada. Com a nova taxa de juros, mais alta, Sam pode consumir mais, quando idoso, para cada dolar de consumo de que abre mao quando jovem. Os dois paineis mostram diferentes preferencias de Sam e a resposta ao aumen- to da taxa de juros. Nos dois casos, o consumo na fase idosa aumenta. Mas a res- posta do consumo na fase jovem a variacao da taxa de juros é diferente nos dois casos. No painel (a), Sam responde ao aumento da taxa de juros consumindo menos quando jovem. No painel (b), Sam responde consumindo mais quando jovem. A poupanca de Sam, naturalmente, é sua renda na fase jovem menos o mon- tante que consome quando jovem. No painel (a), o consumo na fase jovem cai FIGURA-16 Um Aumento da Taxa de Juros Nos dois paineis, urn aumento do taxa de juros desloca a restrict° orcomentaria part fora No painel (a), o consumo no lase jovem cal e o consumo no lose idosa aumenta 0 resultado é urn aumento do poupanca no lase jovem. No painel (b), o consumo aumenta nos dois periodos. 0 resultado e uma reducto no poupanct no lase jovem. (a) Major Taxa de Juros Aumenta a Poupanca 0 2.... resultando em major consumo na fase jovem e, portant°, menor poupanca. Consumo na Fase Jovem CAPIITULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR quando a taxa de juros aumenta, de modo que a poupana tambem aumenta. No 1.-) ainel (b), Sam consome mais quando jovem, de modo que a poupaNa deve cair. 0 caso mostrado no painel (b) pode parecer estranho à primeira vista: Sam res- ponde a um aumento do rendimento da poupaNa poupando menos. Mas esse comportamento n'a"o e Ca- o peculiar quanto pode parecer. Podemos entende-lo con- siderando os efeitos renda e substitu o de uma taxa de juros mais elevada. Vamos considerar, primeiro, o efeito substitui o. Quando a taxa de juros au- menta, o consumo na fase idosa se torna mais barato em rela o ao consumo na fase jovem. Assim sendo, o efeito substitu o induz Sam a consumir mais quando idoso e menos quando jovem. Em outras palavras, o efeito substitui o induz Sam a poupar mais. Consideremos agora o efeito renda. Quando a taxa de juros aumenta, Sam se desloca para uma curva de indiferenyi mais elevada. Est,:l agora em melhor situa o do que antes. Desde que o consumo nos dois periodos consista de bens normais, ele tendeth a querer usar esse aumento do bem-estar para aumentar o consumo em ambos os periodos. Em outras palavras, o efeito renda o induz a poupar menos. 0 resultado final depende, e claro, dos efeitos renda e substitui o. Se o efeito) substituiy'l- o de uma taxa de juros mais alta for maior do que o efeito renda, San- poupará mais. Se o efeito renda for maior do que o efeito substitui o, Sam pou -/-pani menos. Assim, a teoria da escolha do consumidor diz que um aumento da ta de juros pode encorajar ou desencorajar a poupaNa. .. Embora esse resultado ambipo seja interessante do ponto de vista da teoria eco- n6mica, e desapontador do ponto de vista da politica econOmica. Ocorre que uma questo importante da politica tributkia depende em parte de como a poupaNa res- ponde , s taxas de juros. Alguns economistas propuseram reduzir a tributg. o sobre os juros e outras rendas de capital, argumentando que essa mudaNa aumentaria a taxa de juros recebida pelos poupadores apOs os impostos e, com isso, encorajaria as pessoas a poupar mais. Outros economistas argumentam que, como os efeitos subs- titui o e renda tendem a se anular, uma mudaNa tributkia como essa poderia n"a-o aumentar a poupaNa, podendo ate reduzi-la. Infelizmente, a pesquisa n'a'o leva a um consenso sobre como a taxa de juros afeta a poupaNa. Como resultado, permanece o desacordo entre os economistas sobre se as mudanas na politica tributkia com o objetivo de encorajar a poupanc;a teriam, de fato, o efeito desejado. Teste R4ido Explique como um aumento no salário pode potencialmente diminuir o tempo que a pessoa deseja trabalhar. CONCLUSAO: AS PESSOAS PENSAM REALMENTE ASSIM? A teoria da escolha do consumidor descreve como as pessoas tomam decises. Como vimos, ela tem ampla aplicabilidade. Ela pode explicar como uma pessoa escolhe entre Pepsi e pizza, trabalho e lazer, consumo e poupaNa e assim por diante. A esta altura, contudo, voce pode estar tentado a tratar a teoria da escolha do consumidor con-i alg,um ceticismo. Afinal de contas, voce é um consumidor. Voce decide o que comprar sempre que entra em uma loja. E sabe que n5.o decide utili- zando restri -cies oNamentkias e curvas de indiferenyi. Esse conhecimento do seu pr6prio processo de ton-lada de decises n'a"o fomece uma evidencia contra a teoria? A resposta é não. A teoria da escolha do consumidor não pretende explicar de uma forma literal de que formaas pessoas tomam decis5es. Ela e um modelo. E, con-to vimos no Capitulo 2, os modelos não pretendem ser completamente realistas. 475 476 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS _VA melhor maneira de enxergar a teoria da escolhaido consumidor é como uma metafora de como os consumiclores tomam decis5es1Nenhum consumidor (exce- to urn ocasional economista) desenvolve as etapas da otimizac5o descrita pela teo- ria. Mas os consumidores est5o cientes de que suas escolhas sao restritas pelos seus recursos financeiros. E, dadas essas restricoes, eles fazem o melhor que podem para ating,ir o nivel mais elevado de satisfac5o. A teoria (la escolha do consumiclor pro- cura descrever esse process° psicologico implicit° de maneira a permitir uma economica explicita. A prova do pudim esti em come-b. E o teste de uma teoria s5o suas aplicacoes. Na sec5o do capitulo, aplicamos a teoria da escolha do consumidor a tres questoes pr5ticas sobre a economia. Se voce fizer cursos mais avancados de econo- mia, \Teri que essa teoria fornece o arcabougo para muitas analises adicionais. RESUMO • A restric5o orcamentaria do consumidor mostra as possiveis combinac5es de bens que ele pode corn- prar dados sua renda e os precos dos bens. A incli- nac.5° da restric5o orcamentaria é ig,ual ao preco relativo dos bens. • As curvas de indiferenca do consumidor represen- tam suas preferencias. Uma curva de indiferenca mostra as diversas combinacoes de bens que dei- xam o consumidor igualmente satisfeito. Pontos localizados em curvas de indiferenca mais eleva- das sao preferiveis aos pontos localizados em cur- vas de indiferenca mais baixas. A inclinacao de uma curva de indiferenca em urn pont° qualquer é a taxa marginal de substituicao do consumidor — a taxa 5 qual o consumidor esta disposto a trocar urn bem por outro. • 0 consumidor otimiza escolhendo o ponto de sua restric5o orcamentaria que tangencia a curva indiferenca mais elevada. Nesse pont°, a inclinac5o da curva de indiferenca (a taxa marginal de substi- tuicao entre os bens) é. igual inclinac5o da restri- c5o orcamentziria (o preco relativo dos bens). • Quando o Few de urn bem cai, o impact() sobre as escolhas do consumidor pode ser decomposto em efeito renda e efeito substituic5o. 0 efeito renda é a variac5o de consumo que ocorre porque urn preco mais baixo deixa o consumidor em melhor situacao. 0 efeito substituic5o é a variacao do con- sumo que ocorre porque uma mudanca no preco encoraja urn aumento do consumo do hem que tiver se tornado relativamente mais barato. 0 efei- to rencia se reflete no movimento de uma curva de indiferenca mais baixa para outra mais elevada, ao passo que o efeito substituic5o se reflete em urn movimento ao bongo de uma curva de indiferenca para urn ponto corn uma inclinacao diferente. • A teoria da escolha do consumidor pode ser cada a muitas situacoes. Pode explicar por que as curvas de demanda podem, potencialmente, ter in- clinacao positiva, por que maiores salarios podem aumentar ou diminuir a quantidade ofertada de trabalho e por que maiores taxas de juros podem aumentar ou diminuir a poupanca. CONCEITOS-CHAVE restricao orcamentdria, p. 455 substitutos perfeitos, p. 459 efeito renda, p. 464 curva de indiferenca, p. 456 complementos perfeitos, p. 460 efeito substituic5o, p. 464 taxa marginal de substituic5o, hem normal, p. 463 bem de Giffen, p. 468 p. 457 bem inferior, p. 463 QUESTOES PARA REV'S-AO 1. Urn consumidor tern renda de $ 3 mil. 0 vinho desse consumidor. Qual a inclinac5o dessa restri- custa $ 3 por copo e o queijo custa $ 6 por quilo. 00 orcament6ria? Represente graficamente a restricao orcament6ria CAPtTULO 21 A TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 477 2. Represente graficamente as curvas de indiferenc,a entre vinho e queijo. Descreva e explique quatro propriedades ciessas curvas de indiferenc;a. 3. Escolha um ponto da curva de indiferenc;a entre vinho e queijo e mostre a taxa marginal de subs- titui ao. 0 que nos diz a taxa marginal de substi- 4. Mostre a restric;o oNamentaria de um consumi- dor e suas curvas de indifereNa entre vinho e queijo. Se o pre9D do vinho s -ao $ 3 por copo e o prey) do queijo sa- o $ 6 por quilo, qual a taxa mar- g,inal de substitui -ao nesse ()timo? 5. Uma pessoa que conson-ie vinho e queijo ganha um aumento, de modo que sua renda passa de $ 3 mil para $ 4 mil. Mostre o que ocorre se tanto o queijo quanto o vinho forem bens normais. Agora, mostre o que ocorre se o queijo for um bem inferior. 6. 0 preo do queijo sobe de $ 6 para $ 10 por quilo, enquanto o do vinho se mantm em $.3 por copo. Mostre o que ocorre com o consumo de vinho e de queijo para um consumidor com renda constante de $ 3 mil. Decomponha a varig .ao em efeito ren- da e efeito substitui-ao. 7. Um aumento no preo do queijo pode induzir um consumidor a comprar mais queijo? Explique. PROBLEMAS E APL1CAOES 1. Jennifer divide sua renda entre café e croissants (que sa- o bens normais). Uma geada precoce no Brasil causa um g-rande aumento no j_-)reo do cat. nos Estados Unidos. a. Mostre o efeito da geada sobre a restria- o oNa- mentaria de Jennifer. b. Mostre o efeito da geada sobre a combina-ao (5tima de consumo de Jennifer, supondo que o efeito substitui -ao prevalec;a sobre o efeito renda no que diz respeito aos croissants. c. Mostre o efeito da geada sobre a combina'ao Otima de consumo de Jennifer supondo que o efeito renda prevaleyi sobre o efeito substitui ao no que diz respeito aos croissants. 2. Compare os dois pares de bens a seg-uir: • Coca e Pepsi • Esquis e travas para esquis Em qual caso voc s espera que as curvas de inc-life- reNa sejam linhas retas e em qual caso espera que as curvas de indiferena sejam muito convexas? Em qual caso o consumidor respondera mais a uma variay-io no prey) relativo dos dois bens? 3. Mario conson-ie apenas queijo e bolachas. a.Tanto o queijo quanto as bolachas podem ser bens inferiores para Mario? Explique. b. Suponha que, para Mario, o queijo seja urn bem norn-ial e as bolachas sejam um bem inferior. Se o prey) do queijo cair, o que acontece com o consumo de bolachas de Mario? 0 que aconte- ce com o seu consumo de queijo? Explique. 4. Jim s(5 compra leite e biscoitos. a. Em 2003, Jim ganha $ 100, o leite custa $ 2 o litro e os biscoitos custam $ 4 a dúzia. Represente graficamente a restri -ao oNamentaria de Jim. b. Suponha agora que todos os prec, os aumentem 10`)/0 em 2004 e que o salario de Jim tambm aumente 10°/0. Represente gr, aficamente a nova restriao oNamentaria de Jim. Compare a com- binKo Otima de leite e biscoitos (_-le Jim en-1 2004 a cornhinação ()tima em 2003. 5. Considere sua decis -ao a respeito de quantas horas trabalhar. a. Represente gr, aficamente sua restri o oNan-ien- taria supondo que voc'es na- o pague imposto de renda. No mesmo diagrama, represente outra restri o oNamentaria supondo que voc' um imy.)osto de 15%. b. Mostre como o imposto poderia leva-lo a traba- lhar mais horas, menos horas ou o mesmo nUmero de horas. Explique. 6. Sarah passa 100 horas por semana acordada. Usan- do um diag,rama, mostre as restrics'. -6es oNamenta- rias de Sarah se ela ganhar $ 6 por hora, $ 8 por hora e $ 10 por hora. Agora, represente gr, aficamen- te as curvas de indiferena de tal forma que a curva de oferta de trabalho de Sarah tenha inclinga-o positiva quando o salario esta entre $ 6 e $ 8 por hora e inclinação para tras quando o salario esta entre $ 8 e $ 10 por hora. 7. Represente graficamente a curva de indifereNa de alguém que esteja decidindo quanto trabalhar. Suponha que o salario aun-iente. É possivel que o 478 PARTE 7 TOPICOS DE ESTUDOS AVANcADOS consumo da pessoa diminua? Isso seria plausivel? Discuta. (Dica: Pense nos efeitos renda e substi- tuicao.) 8. Suponha que voce aceite urn emprego que pague $ 30 mil e clecida g-uardarparte desse clinheiro em uma conta de poupanca que renda 5% de juros ao ano. Use urn diagrama corn a restricao orcament6- ria e as curvas de indiferenca para mostrar como o seu consumo muda em cada uma das situagoes a seguir. Para simplificar, suponha que voce nao pague impost() de renda. a. Seu sakirio aumenta para S 40 mil. b. A taxa de juros de sua i.-)oupanca sobe para 8°/0. 9. Como vimos no texto, podemos dividir a vida de uma pessoa em dois periodos hipoteticos: "fase jovem" e "fase idosa". Suponha que uma pessoa ganhe renda somente quando jovem e poupe parte dela para poder consumir quando estiver idosa. Se a taxa de juros sobre a poupanca dimi- nuir, é possivel dizer o que acontece corn o consu- mo na fase jovem? E possivel dizer o que aconte- ce corn o consumo na fase idosa? Explique. 10. (Este problema é desafiador.) 0 sistema de hem- estar social oferece renda a algumas famflias necessitadas. Normalmente, o pagamento m6xi- mo é feito a farnilias que 1150 tern qualquer renda; entao, a medida que as familias comecam a ganhar renda, o pagamento diminui gradualmen- te ate desaparecer. Vamos considerar os possiveis efeitos desse programa sobre a oferta de trabalho de uma familia. a. Represente gTaficamente a restricao orcament6- ria de uma familia supondo que o sistema de bem-estar social rid° exista. No mesmo diag,ra- ma, represente g,raficamente uma restricao or- camentdria que reflita a existencia do sistema de bem-estar social. b.Acrescentando curvas de indiferenca ao seu dia- grama, mostre como o sistema de bem-estar social poderia reduzir o numero de horas traba- lhadas da familia. Explique fazendo referencia aos efeitos renda e substituic5o. c. Usando seu diagrama da parte (b), mostre o efeito do sistema de bem-estar social sobre o bem-estar da familia. 11. (Este problema é desafiador.) Suponha que uma pessoa nao pague imposto sobre os primeiros $ 10 mil de renda e pague 15°/0 sobre qualquer renda ganha acima de $ 10 mil (esta é uma versa° sim- plificada do atual impost° de renda nos Estados Unidos). Agora, suponha que o Congress° esteja considerando duas maneiras de reduzir a carga tri- butjTia: uma reducao na aliquota do imposto e urn aumento da parte da renda que nao é tributada. a. Que efeito teria uma reducao da aliquota sobre a oferta de trabalho da pessoa, se no inicio ela ganhasse $ 30 mil? Explique corn suas palavras, usando os efeitos renda e substituic5o. Mao 6 precis° utilizar urn diag,rama. b. Que efeito teria urn aumento da parte da renda que n'ao é tributada sobre a oferta de trabalho da pessoa? Novamente, explique corn s-uas pa- lavras, usando os efeitos renda e substituicao. 12. (Este problema é desafiador.) Considere uma pes- soa que esteja decidindo quanto consumir e quan- to poupar t-)ara a aposentadoria. Essa pessoa tern preferencias muito particulares: sua utilidade ao longo da vida ciepende do mais baixo nivel de consumo durante os dois periodos de sua vida. Ou seja, Utilidade = Minim° {consumo na fase jovem, consumo na fase idoso} a. Represente graficamente as curvas de indiferen- ca dessa pessoa. (Dica: Lembre-se de que as curvas de indiferenca mostram as combinacoes de consumo nos dois periodos que proporcio- nam o mesmo nivel de utilidade.) b. Represente graficamente a restricao orcamenta- ria e indique o otimo. c. Quando a taxa de juros aumenta, essa pessoa po-upa mais ou poupa menos? Explique sua res- posta usando os efeitos renda e substituicao. 13. 0 economista George Stigler uma vez escreveu que, de acordo corn a teoria do consumidor, "se os consumidores ndo comprarem menos de uma mercadoria quando suas rendas aumentarem, eles certamente comprardo menos quando o preco da mercadoria subir". Explique essa declaracao.
Compartilhar