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Estética e História da Arte Contemporânea - Matéria Online Digitada

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Estética e História da Arte Contemporânea 
Aula 1 
Por que estudar a arte? 
Antes de mais nada, é bom registrar que o homem sempre produziu arte. A arte tomou formas, e foi compreendida de 
maneiras diferentes ao longo do tempo. Porém, jamais o homem produziu tantas imagens quanto produz hoje, que vivemos 
a “civilização da imagem”. Profissionais da imagem precisam estar sempre familiarizados com a arte. No campo da arte, 
se d16015058765á as pesquisas e gerações de novas imagens. 
 
O nascimento do conceito da estética 
A reflexão filosófica sobre a arte nasceu na Grécia, no século VI a.C. Os primeiros filósofos, chamados de físicos, por 
Aristóteles, fundaram uma tradição de investigação da natureza. 
No século V a.C, os sofistas introduziram o ponto de vista crítico, característico da filosofia. 
Sócrates os criticou por sua falta de rigor e principalmente por usar a habilidade de raciocínio para confundir os adversários 
– e se beneficiar disso. Sócrates foi o primeiro a indagar a respeito do que seria uma pintura. 
Livro: A república: Platão, discípulo de Sócrates, problematizou em seu livro A república, a existência e a finalidade das 
artes, ligando-as ao problema mais geral da realidade e do conhecimento, do sentido da beleza e da vida psicológica e 
moral, assim como pré-Socráticos tinham problematizado anteriormente a natureza. 
Livro: Poética: Aristóteles, discípulo de Platão, desenvolveu em seu livro Poética ideias relativas à origem da poesia e à 
conceituação dos gêneros poéticos, representando uma primeira teoria da arte. 
Podemos dizer que a doutrina de Platão condensou a experiência do Belo, alcançada pela cultura antiga: o princípio da 
imitação, para definir a natureza da arte, o estético para estabelecer as condições necessárias de sua existência e o moral 
para julgar seu valor. 
Ela se baseou, portanto, no que chamados de princípios da beleza clássica. IMAGEM 1 
 
Na Grécia em geral, as artes deviam representar o que é belo, tanto no sentido estético como moral, para que o espírito 
estimulado pelo prazer da contemplação do perfeito, sinta-se inclinado à prática dos conhecimentos e da verdade. 
Veremos como essas noções, pensadas por essas tribos gregas, foram influentes em nossa are e ainda constituem hoje uma 
base de referência e compreensão do gosto popular. 
Logo, nas épocas clássicas, a estética era definida como “a filosofia do belo”. O belo era uma propriedade do objeto, que era 
captado e estudado, subdividindo-se entre o belo da arte e da natureza. 
Influenciada por Platão, a filosofia estabeleceu uma hierarquia entre esses dois belos, considerando que o belo da natureza 
tinha prioridade sobre o da arte. 
 
Como a filosofia platônica influenciou o conceito 
da estética 
A filosofia platônica não era simpática às artes. A filosofia platônica considerava que as artes de “imitação por cópia ou 
por simulacro” tendiam a duplicar inutilmente o mundo sensível, ou, ainda, induziam em erro o nosso olhar. Por isso, na 
República (de Platão) ideal não eram bem vistas as artes de “imitação por cópia ou simulacro”, entre as quais incluíam-se 
a pintura e a escultura. 
Platão não foi capaz de julgar com equidade as artes plásticas, tendo-as identificado com as artes miméticas que apenas 
imitavam a aparência sensível do mundo dos corpos. 
Para Platão, a obra de are não devia pretender alcançar uma categoria mais elevada do que a da “imagem” por se opor ao 
conceito de “ideia” que caracterizava o “conhecimento verdadeiro”. Para ele: IMAGEM 2 
 
Idade Média ➫ Renascimento ➫ Conceito de Estética 
Idade Média: Com a queda do Império Romano e com a dispersão do pensamento, não se discutiu a questão estética. O belo 
era considerado pertencente a Deus e não era considerado nas discussões sobre as artes, que tinham por função transmitir 
a doutrina cristã para os que não sabiam ler. 
Renascimento: O Renascimento surgiu com o fim do período conhecido por “Idade Média”, conjuntamente à filosofia 
denominada Humanismo. Nesse período, o belo retorna à esfera das artes por meio de outro conceito, o de natureza. Passa 
a ser tarefa do artista, identificar e destacar da natureza os belos aspectos da criação divina. 
Conceito de Estética: O conceito de estética surge como uma disciplina filosófica com A. G. Baumgarten, no século XVIII, 
conceituada como ciência do belo e da arte, mas vai ganhar importância com a contribuição de Kant. Foi ele quem 
estabeleceu a autonomia desse domínio do belo. 
Logo, o belo converteu-se, depois de Kant, na questão da experiência estética, que passa a ser interpretada pelas diversas 
tendências do século XIX. 
Já Hegel, no século XVIII, elaborou um sistema filosófico e contribuiu para fazer dessa filosofia o que ela é hoje: uma 
reflexão que tem, como um de seus fins últimos, justificar a existência e o valor da arte. 
Vamos agora, apresentar os conceitos mais importantes da evolução da estética: 
1. Influência Kantiana: Por influência de Kant, os pensadores subdividiram o campo estético. Kant cria um sistema 
focado, não na definição do belo, mas no estabelecimento da “Crítica da capacidade de julgar”. A reflexão sobre a beleza 
assume a forma de uma descrição da consciência estética, da impressão produzida pela obra. O entendimento estético 
passa a ser considerado ligado à imaginação e contrasta agora com o belo com o sublime. 
Na verdade, este fato não era novo. Aristóteles havia considerado a comédia como associada à “arte da desordem”, 
aproximando-a do “feio” e contrapondo-a à harmonia convencional, sem, no entanto, deixar de entendê-la como 
estando inserida no campo estético. 
A ideia do sublime funda uma estética nova, que supera a definição clássica do belo. A obra de arte em vez de imitar 
a natureza, passa a tornar visível um mundo desconhecido. O sentimento do sublime nasce do deleite, do 
arrebatamento ou êxtase misturada a certa dose de terror originado pelo espetáculo do desconhecimento e do poder da 
natureza. 
 
2. Pensamento pós-kantiano: O pensamento pós-kantiano, no entanto, começou a inquirir se era válido definir a estética 
como “filosofia do belo”, já que o campo estético incluía categorias que nada tinham a ver com a beleza, como no caso 
do cômico. Propuseram estes filósofos, então, a categorização da estética como uma ciência, substituindo a palavra 
“belo” por “estético”. 
Da “filosofia do belo e da arte” surgiu a “ciência do estético”, passando a incluir todas as categorias pelas quais os 
artistas e pensadores haviam refletido, assim como o trágico, o sublime, o gracioso, o risível e o humorístico, reservando 
para a denominação de belo aquele modelo clássico definido pela harmonia e pelo senso de proporção. IMAGEM 3 
 
3. Idealismo Hegeliano: No Idealismo Hegeliano, com seu pensamento de substrato platônico, o conceito de estética passou 
a considerar o belo da arte como sendo superior ao belo da natureza. Para o pensamento hegeliano, a beleza artística 
revelava uma maior dignidade do que a beleza natural, pois enquanto a natureza era nascida uma vez do espírito, a 
arte nascia duas vezes do espírito. Considerava a beleza da natureza uma coisa distinta e assim a estética passou a ser 
considerada uma “filosofia da arte”, e como consequência, passou a arte passou a ser percebida como uma forma de 
manifestação do pensamento visual. 
Para Hegel, o belo não é mais um julgamento da origem subjetiva, mas uma ideia que existe na realidade. A arte 
será, como a religião e a filosofia, uma das manifestações do espírito, e o belo será a manifestação sensível, numa obra 
de arte história, desse espírito. 
Logo, a “filosofia da beleza” clássica foi reformulada pelas observações da estética pós-kantiana sobre as obras de arte 
baseadas no feio e no mal. 
 
A estética após Hegel passou a ser umconceito capaz de compreender finalmente, o amargor e a aspereza das obras de 
Rimbaud, Goya, Bosch, Brueghel, da arte africana, do Barroco, do gótico e do romântico, do Cubismo, do Dadaísmo e do 
Expressionismo. 
Da arte moderna a contemporânea, com seus aspectos monstruosos e contraditórios. Na modernidade, a estética passou a 
ser também identificada com o grotesco, representando uma reformulação da filosofia inteira antes a beleza e a arte. 
“O grito”, de Munch: Este trabalho não é considerado “belo”, mas é valorizado por sua capacidade de traduzir em formas a 
expressão pretendida pelo artista. 
 
Na modernidade, os conceitos que eram empregados no passado, para categorizar as obras de arte, passaram a ser 
indeterminados quanto aos gêneros, às formas, aos períodos ou estilos ou movimentos. Vários dos novos movimentos que 
surgiram então tinham as mesmas características dessas classificações e eram evidentemente diferentes, não só 
formalmente, como oriundos de pensamentos e situações sociais diferentes. Assim, as novas formas levaram críticos e 
historiadores a criar novas classificações. 
A expressão e a experiência da obra de arte passaram a não mais ser definidas pelo uso de simples pares de adjetivos como 
belo e feio, requintado ou grosseiro, leve ou pesado. Isso representou motivo de confusão para o espectador leigo e desavisado. 
Nesse contexto, na modernidade aumentou a importância do crítico de arte, que “explica” para os não especialistas os 
trabalhos aparentemente incompreensíveis e os classifica para facilitar sua compreensão. Atua também como guia para 
os investimentos que surgiram com o desenvolvimento do conceito moderno de indivíduo, do público apreciador e 
colecionador de arte e dos lucros. 
Já na pós-modernidade, diversas possibilidades estéticas e antiestéticas coexistem em um mesmo tempo e lugar, de modo 
diverso do passado. Essa situação é caracterizada por críticos como Pluralismo. Na atualidade, a crítica atualiza, para 
elaborar suas teorias e propor classificações, conceitos filosóficos e estéticos, tanto antigos como novos, estreitando a relação 
entre arte e filosofia. 
A estética e a modernidade 
Segundos os críticos e historiadores, a afirmação consciente de um “olhar puro” surge com Manet, no domínio da pintura 
impressionista, revelando uma afirmação de onipotência do olhar criador. 
Esse olhar, definido pela mestria do artista sobre aquilo que lhe pertencia em particular, ou seja, a forma e a técnica 
enquanto um fim exclusivo da arte e como uma espécie de retorno reflexivo e crítico dos produtores sobre sua própria 
produção, era capaz de se aplicar a qualquer tipo de tema, confrontando-se com a tradição acadêmica que valorizava certos 
temas nas pinturas. 
*Os antigos conceitos utilizados para classificar e criticar a arte secularmente deixaram de ser suficientes com o surgimento 
da arte moderna. 
Antes de Manet, o Realismo de Courbet passou a retratar termas sociais e pessoas simples. O Impressionismo passou a 
pintar objetos “insignificantes” que se tornam pretexto para o artista criador exercer seu poder “semidivino de 
transmutação”. 
- “Quebradores de pedras”: uma das obras sobre temas sociais de Courbet. 
- “A estação de Saint-Lazare”, Obra Impressionista por Monet. 
No Modernismo foi superada a concepção acadêmica de que havia temas dignos de serem representados. A atenção volta-
se para o modo como foi representado e, posteriormente, para como foi pintado. O desenvolvimento desse caminho resultou 
em uma arte não mimética ou na arte abstrata moderna, que atingiu o seu ápice no Expressionismo abstrato norte-
americano. Mas a pintura continua existindo hoje, tanto figurativa como abstrata, como uma espécie de geradora de 
significados novos que refletem por sua vez as novas formas geradas na sociedade contemporânea. 
Magritte: Artista surrealista que deu aos objetos ordinários uma torção irracional com a justaposição de elementos do 
absurdo. 
Marcel Duchamp: Embora cronologicamente pertencendo ao moderno, o trabalho de Duchamp abre possibilidades que 
continuam a ser tratadas na pós-modernidade, como seu questionamento da estética e da arte. 
A estética e a pós-modernidade 
Ainda no século XX, a atitude modernista de Marcel Duchamp no dadaísmo e contemporânea de Andy Warhol na pop 
arte, de exporem “objetos do mundo” como obras de arte, representou um tratamento de choque que indicou uma 
onipotência da atitude “criadora pura” do artista, retratando o vulgar, o medíocre e o cotidiano. 
Mas o mictório de Duchamp e as latas de Campbell de Warhol deviam suas estruturas formais e seu valor estético somente 
à estrutura do campo intelectual onde se situam muitos trabalhos da arte conceitual e da arte contemporânea também. 
Cada um com suas implicações estéticas próprias, relacionadas a condições históricas, sociais e espaciais próprias. 
*Na atualidade, todos esses desenvolvimentos relacionam-se entre si, somados aos desenvolvimentos da pintura, da 
escultura, da fotografia e de outras formas de arte. Assim a arte assume hoje, e continuará assumindo, formas muito 
variáveis na chamada “Civilização da Imagem”. Para compreendê-la é fundamental o conhecimento dos caminhos que a 
geraram. 
A produção e o consumo de obras resultante das “vanguardas” modernistas e pós-modernistas, que se caracterizavam por 
rupturas históricas com a tradição artística clássica, tendem, no entanto, a se tornar também históricas, apesar de seu 
caráter eminentemente não-histórico de formalismo. 
Andy Warhol usou ícones da cultura popular desenvolvida no pós-guerra, para produzir uma arte inovadora em oposição 
ao predomínio que havia da arte abstrata do período. Rompeu assim com a separação entre Alta Cultura e Cultura Popular. 
Aula 2: A história da arte – da antiguidade à arte moderna 
Desde que o homem existe, ele produz arte. Estudar suas variações, o que, como e em quais condições consideramos algo 
como arte pode nos ajudar a entender a nós mesmos um pouco melhor. 
Esse homem primitivo, do período paleolítico, produzia essas imagens não com o intuito de decorar suas cavernas, mas 
como parte de rituais mágicos. O objetivo seria o sucesso nas caçadas ou, talvez, para que a caça surgisse novamente com 
o fim da Era Glacial. O fato é que ao observarmos essas imagens hoje, percebemos que aquele homem que desenhava 
conhecia muito bem esses animais e como representa-los. Provavelmente dedicava parte de seu tempo à coleta de terras e 
vegetais e à produção de pigmentos, gorduras e instrumentos. Daí a sua suposição de que esse “artista” foi provavelmente 
muitas vezes o feiticeiro e também talvez o chefe de sua tribo. 
A primeira revolução que temos notícia na evolução do homem moderno teve início com a transição para o período a que 
denominamos Neolítico. Essa revolução deu-se com a conquista do domínio sobre a agricultura e os animais. O homem 
neolítico aprendeu a cultivar o solo, a domesticar os animais e assim abandonou a vida nômade e passou a se fixar em 
locais propícios. Logo desenvolveu as primeiras indústrias: cerâmica, pesca – anzol -, tecelagem – agulha -, construção de 
habitações e armas. Com a agricultura, esses homens começaram a prever o tempo e, com isso, desenvolveram a capacidade 
de abstração. 
Surgiram então os primeiros indícios da maior abstração criada pelo homem: a crença em uma vida após a morte. O 
homem do Neolítico passou a cultuar seus mortos. 
Pouco nos restou dessa arte produzida em aldeias, que não ficou protegida nas cavernas como a do período histórico 
anterior. Aferimos muito sobre esses povos a partir dos poucos objetos que encontramos e pelos estudos realizados 
principalmente no século XX por antropólogos que estudaram tribos ditas “primitivas” na América do Sul, na Austrália, 
na Oceania e a na África.A antiguidade 
As estátuas gregas do período de formação da cultura grega apresentam semelhanças com as estátuas egípcias, mas como 
os gregos sentiam falta de expressão, criaram o “sorriso arcaico”, esse estranho sorriso nas estátuas chamadas Corus. 
A antiguidade clássica 
Os gregos eram mercadores, já que o solo grego é montanhoso e pouco propício à agricultura. Assim, fizeram uma espécie 
de inventário das culturas dos povos antigos. Depois, a sintetizaram, adaptaram e desenvolveram seus conhecimentos. Mas 
até hoje permanece um tanto quanto inexplicável como essas tribos de jônicos, dóricos e coríntios conseguiram atingir tão 
alto grau de desenvolvimento cultural, vários séculos antes de Cristo. 
Somos todos gregos. A Grécia produziu os conceitos de história, filosofia, arte e tentou explicar o da vida, por meio dos 
mitos e do destino. No campo da arte surgiu o teatro e há um notável desenvolvimento técnico da arquitetura, da pintura 
– segundo os textos – e da escultura. 
O escultor Fídias elevou o status do artista plástico ao mesmo nível do poeta e do músico. Depois dele, o escultor Policleto 
desenvolveu o cânone das proporções humanas, utilizado até hoje nos cursos de artes, possibilitando criar esculturas com 
as proporções humanas consideradas ideais. 
A cultura grega expandiu-se com as conquistas territoriais de Alexandre, o Grande. 
Posteriormente os romanos invadiram a Grécia e, se a conquistaram militarmente, são conquistados por ela culturalmente. 
Adotaram seus hábitos e até seus deuses, criando a cultura greco-romana, que chegou até nós. 
A Roma Imperial “importou” os artistas gregos e desenvolveu a arte dos retratos. Se na Grécia os deuses recebiam a forma 
de homens ideais, em Roma os homens eram idealizados para se tornarem deuses na figura dos governantes. 
Se os egípcios representavam o que sabiam, os gregos reproduziam o que viam. Essa capacidade foi perdida quando o 
Império Romano ruiu, e só foi reconquistada na Idade Moderna, no período conhecido como Renascimento. 
A Idade Média 
Chamamos de Arte Cristã Primitiva a arte dos povos romanos convertidos ao cristianismo, junto com o Imperador 
Constantino. No Ocidente, com a instabilidade dos novos reinos, envolvidos em conflitos e sem recursos para manter 
artistas profissionais, ocorreu um declínio técnico com o desaparecimento da profissão do artista. 
As imagens dessa arte representam muitos símbolos do cristianismo primitivo. Em geral, com uma força expressiva muito 
grande, advinda da fé simples. 
Já em Bizâncio, com os artesãos da Corte, preservam-se os livros e as técnicas, mas um grupo iconoclasta proclamou que 
as representações ficariam proibidas, para não serem confundidas com as representações dos deuses pagãos. Na parte 
ocidental do Império Romano essa orientação não era seguida quanto às pinturas, consideradas úteis porque ajudavam a 
congregação a recordar os ensinamentos que os fiéis haviam recebido. 
“A pintura pode fazer pelos analfabetos o que a escrita faz pelos que sabem ler.” Papa Gregório, o Grande. 
Ano 1000: Por volta do ano 1000, o mapa da Europa já começa a se parecer com o que conhecemos atualmente. Havia 
então certa estabilidade com a formação de reinos e feudos. Como o cristianismo era a religião dominante, iniciou-se uma 
onda de construção de igrejas, que eram a maior edificação de cada aldeia medieval e motivo de orgulho e competição 
entre vilas. São aproveitadas muitas bases de antigas basílicas romanas e inicia-se uma recuperação dos conhecimentos 
tecnológicos das construções. Há destaque para o Império Carolíngeo. Por esse tempo, livros era artigos caros e raros. 
Anos 1150: Por volta de 1150, na Ille de France, uma inovação técnica funda o estilo chamado de gótico. Tratou da descoberta 
de que se poderia jogar todo o peso do telhado sobre as colunas e da substituição do arco de plena volta pelo arco ogival na 
construção dos problemáticos telhados. Puderam assim fazer construções mais altas com menos peso e material. 
Esse estilo desenvolveu-se pelos séculos seguintes e culminou na construção de igrejas altíssimas como a de Notre Dame, 
em Paris. É cheia de arcobotantes e contrafortes, que caracterizam a arquitetura desse período. Nos telhados dessas igrejas 
encontram-se as gárgulas, que eram as saídas de água. Eram figuras monstruosas, utilizadas para simbolizar os demônios 
que infestavam o mundo e que não podiam entrar na igreja, onde o fiel estava protegido. 
Com essas encomendas e algumas outras que decoravam as igrejas, começaram a aparecer artesãos habilidosos que 
viajavam vendendo seus serviços. Essa tradição acabou por despertar a carreira de artista profissional, que estivera extinta, 
exceto em Bizâncio, para os poucos artistas da Corte. 
Isso explica em parte o surgimento de tantos artistas quando as mudanças da transição do regime feudal para o capitalista 
ou da Idade Média para a Idade Moderna se tornaram efetivas. 
A escultura atingiu grande desenvolvimento, pois havia na Itália diversos exemplos. 
A Renascença 
O Renascimento - ou Renascença - é marcado por uma corrente de pensamento chamada de Humanismo, que traz uma 
valorização do ser humano e da natureza, em oposição ao sobrenatural cultuado na Idade Média. 
Pré-renascença – período de transição 
Idade Média Idade Moderna 
Economia agrária, artesanal e 
urbana. 
Arte: formas góticas. 
Economia manufatureira 
mercantilista e nacional. 
Arte: formas renascentistas. 
 
 
IDADE MÉDIA 
Basílica cristã primitiva foi adaptada dos tempos 
romanos e transformada em complicado desenho 
octogonal em Bizâncio. 
 
ÉPOCA ROMÂNICA 
Pesados templos com poucas janelas e grossas paredes. 
 
GÓTICO 
Altíssimas igrejas que valorizavam a noção de 
infinitude. 
 
 
 
RENASCIMENTO 
De posse de todos esses conhecimentos técnicos 
desenvolvidos, a ideia de arquitetos como 
Brunelleschi foi no sentido de refinamento estético, 
retornando aos conceitos clássicos de equilíbrio, 
harmonia e mantendo a ideia de proporção entre as 
partes, a partir de relações matemáticas e 
compreensíveis de todas as vistas das construções. 
 
 
A ideia de Renascimento vem da ideia de renascer da cultura clássica ou greco-romana. Iniciou-se por volta do final do 
século XIV e durou até o início do século XVII, com muitas variações entre as diferentes regiões da Europa. No 
desenvolvimento da arte Renascentista, houve: (1) Fase de desenvolvimento – o pré-Renascimento; (2) Fase de solidificação 
– o alto Renascimento; (3) Fase de transição – Maneirismo. 
O espírito de interpretação científica do mundo levou - na pintura - ao surgimento de diversas inovações, como a 
perspectiva, a composição piramidal, a pintura a óleo e o claro escuro, que ajudaram a criar a ilusão de volume no plano 
da tela e iniciou uma tendência à busca de um maior naturalismo na representação das imagens. 
Leonardo Da Vinci: No alto Renascimento conhecemos a obra de muitos grandes artistas que consolidam essas descobertas. 
Leonardo da Vinci é o homem renascentista por excelência. Foi engenheiro, biólogo, escultor, pintor, arquiteto e um grande 
inventor. Em sua pintura a óleo mais conhecida, a Mona Lisa, podemos ver a composição piramidal, a maestria no uso do 
sfumato. 
Monalisa: Leonardo inventou e usou a técnica do sfumatto. Ele não terminou de desenhar os cantos dos olhos e a boca da 
figura. Deixa essas partes imersas em sombras “esfumaçadas” e o observador completa a imagem. Esse recurso – de deixar 
para o observador a tarefa de completar a imagem - foi compreendido somente no século XX pela teoria da Gestalt. Mas 
na arte foi “inventada” por Leonardo no Renascimento e desenvolvida depois no Barroco por Velasquez, Rembrandt e 
usada em outras técnicas pelos impressionistas na arte moderna. 
SantaCeia: As composições renascentistas partiam da forma triangular. Os apóstolos são agrupados três a três formando 
triângulos e a própria imagem do Cristo parece um triângulo central, com as linhas de perspectiva convergindo para a 
sua cabeça. 
Michelângelo: Michelângelo considerava que a tarefa do escultor era a de remover as partes que ficavam ao redor da 
imagem e que ele visualizava ainda no bloco de mármore. Ficou conhecido como “O Divino”. Atuou como pintor no teto 
da Capela Sistina no Vaticano. 
O Maneirismo tem sido reexaminado, mas tende a ser visto como uma fase de transição e do surgimento de novas pesquisas. 
El Greco, Tintoretto, Parmigianino, Holbein (pintores) e Celinni (escultor) são alguns exemplos de artistas desse período. 
O Barroco 
No século XVII inicia-se o período conhecido como Barroco. Ocorreram então grandes mudanças na estrutura do 
pensamento ocidental com a revolução científica. O mais influente filósofo foi René Descartes. Com esse espírito, os 
pensadores deixaram de acreditar em dogmas e passaram a aceitar apenas aquilo que podia ser experimentado ou 
compreendido racionalmente. Há então uma mudança da concepção aristotélica - defendida pela Igreja - de um mundo 
ordenado, limitado e imóvel, para a de um mundo em constante movimento, segundo Newton, Galileu Galilei, Kepler, 
Leibnitz, entre outros. 
A arte barroca desenvolveu as técnicas renascentistas no sentido da dramaticidade, intensidade e emoção, de maneira 
completamente diferente das formas estáveis, da composição equilibrada e muitas vezes estática, utilizada pelos mestres 
renascentistas, mais racionais e menos emocionais, que os barrocos. 
É caracterizada por suntuosidades, exageros ornamentais, efeitos de claro/escuro, de movimento, de contrastes e de cores. 
A origem da palavra “barroco” é irregular, contorcido, grotesco. 
É o resultado na arte dos diversos acontecimentos do período, como restabelecimento de um catolicismo forte em desacordo 
com o novo papel da ciência, como resultado da Contra-Reforma e o Estado Absolutista. 
A arte barroca desenvolveu-se de modo diverso em locais como Itália (Carravagio, Carracci), Espanha (Velazquez), Holanda 
(Rembrandt, Halls, Veermer). Na Holanda, com a Reforma desapareceu o principal cliente, a Igreja. Os artistas começaram 
a fazer seus quadros sem encomendas e os levar para vender nas feiras, de modo semelhante ao que ocorre hoje. 
Surgiram então os pintores de gênero, entre os quais “Veemeer Van Delf”, mestre da luz, que acaba com os últimos vestígios 
de ilustrações bem humoradas e de cenas anedóticas, pintando mulheres em afazeres diários simples, porém cheios de 
dignidade. Com as naturezas mortas produzidas pelos artistas holandeses, começou-se a demonstrar que o tema de uma 
pintura é muito menos importante do que se pensava. 
Destaque para Lorenso Bernine nas esculturas: efeitos de movimento e emocionais. 
No período barroco, o aprendizado é sistematizado em universidades e essa se torna uma prática usual, que revela a 
mudança da mentalidade. 
O Barroco no Brasil 
A arte populariza-se por meio das Igrejas, principalmente em Minas Gerais, com destaque para Antonio Francisco Lisboa, 
o “Aleijadinho”, que sofreu de doença que levou gradativamente à amputação de seus dedos e mãos. Em sua fase final, 
consta que seus auxiliares amarravam as ferramentas para que ele pudesse trabalhar. 
Em oposição ao estilo oficial que seria trazido pela Corte para a fundação da Real Academia de Artes e Ofícios, o Barroco 
brasileiro apresenta traços de arte ingênua, destacando-se a liberdade de representação. 
Com a despreocupação das relações de proporções corretas das obras neoclássicas, criam-se trabalhos de forte apelo 
emocional e de grande expressão. É possível a comparação, em termos de história, com o período que se seguiu à decadência 
da cultura greco-romana e da expansão do cristianismo, quando a arte se caracterizou pela perda do conhecimento das 
proporções do desenho “correto” e pela maior transmissão das emoções e dos sentimentos dos artistas. É a primeira 
manifestação representativa de uma contribuição brasileira para a história da arte, e traz os registros importantes de nossa 
história e cultura. 
Trabalhos de Aleijadinho: Isolado da Europa, o Brasil desenvolveu um barroco tardio, próprio, muito expressivo e livre 
das regras de proporção acadêmicas. O barroco brasileiro foi revalorizado principalmente a partir da década de 1920, 
quando aflorou o sentimento de nacionalismo e o desejo de desenvolver uma arte genuinamente brasileira. 
O Rococó 
Com a decadência do mundo aristocrático, os pintores passaram a observar a vida dos homens e mulheres comuns de seu 
tempo. Chardin foi o mais notável entre esses. J. H. Fragonard produziu temas de aspectos “pitorescos” da natureza, onde 
mais coisas são sugeridas que mostradas. Já Watteau pintou o gosto da aristocracia francesa do começo do século XVIII e 
o que é mais caracterizado como o período Rococó: a predileção por cores e decorações delicadas que sucederam ao gosto 
mais robusto do período Barroco e que se expressou em alegre frivolidade. 
A arte neoclássica 
O Neoclássico será consolidado 100 anos depois na França, com as descobertas arqueológicas de Herculano e Pompéia, 
somadas a um maior poder de reprodução e difusão de descobertas e de ideias. Foi o estilo oficial do Absolutismo, mas 
novas condições surgiram durante o seu predomínio: 
 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
Destruiu a tradição do artesanato e progressivamente vai 
transformando a vida, principalmente nas grandes 
cidades. 
 
 
REVOLUÇÃO FRANCESA 
A França vivia o Absolutismo, mas a burguesia já era 
fundamental para a economia. 
Filósofos como Rousseau e Voltaire pediam liberdade e 
respeito à vontade do povo 
 
INDEPENDÊNCIA AMERICANA 
Serviu como modelo para as independências das colônias 
da Europa e para o fim da escravidão. 
 
 
 
O ILUMINISMO 
A era da razão: desenvolve-se na França uma série de 
ideias que tem como objetivo combater a ignorância e o 
obscurantismo. As ciências desenvolviam-se dando 
continuidade ao racionalismo proposto por Descartes. 
Há uma inerente ideia de progresso, e foi um movimento 
intelectual do século XVIII, com base nas ideias de 
progresso, liberdade e valorização do homem. 
 
O Romantismo 
“O sentimento é tudo.” Goethe. 
Foi uma reação contra a Idade da Razão e uma reação contra a industrialização gerada pelas primeiras máquinas. As 
novas fábricas geraram operários miseráveis nas cidades, próximos do convívio com os artistas e escritores e sua pobreza 
deixou de ficar restrita aos campos distantes. Os artistas confiavam no instinto, opondo-se ao racionalismo. Perseguiam a 
paixão e cultuavam a natureza e a imaginação. 
 
Eugène Delacroix tornou-se o líder do movimento romântico depois da morte de Géricault. Pintava temas de literatura e 
eventos comoventes, carregados de violência, em oposição à calma das pinturas neoclássicas. Caracteriza-se por cores 
voluptuosas, curvas exuberantes, tons intensos, contrastes vívidos, formas turbulentas e amplas pinceladas 
Na pintura, Theodore Géricault pintava corpos em luta e realidades contemporâneas suas, mas sua ênfase na emoção o 
leva a ser considerado um dos precursores do movimento. 
O romantismo liberta a pintura da ideia de cor aplicada sobre um desenho. A cor passa a ser modeladora de formas, ideia 
desenvolvida no moderno. Desafiou a tradição e pintou buscando não reproduzir a realidade com precisão, mas captar sua 
essência. O caminho abriu-se à arte moderna, à expressão e à abstração. 
Começou a perder então o contato direto com a natureza, que passa a “entrar nas casas como paisagens idealizadas”. 
Ainda na Inglaterra, Willian Blake, outro artista de destaque, é anticlássico e mostra as primeiras inclinaçõesao 
simbolismo. Pintor e poeta, faz da intuição das forças eternas e sobre-humanas da criação o tema de sua arte. O escultor 
François Rude, cujos relevos podemos encontrar no Arco do Triunfo de Paris, alterou a composição neoclássica e imprimiu 
movimento às esculturas. Rompeu assim com a frieza e o intelectualismo neoclássico em prol da emoção romântica. No 
pensamento arquitetônico, ocorreu uma onda de revalorização do gótico. 
 
Aula 3: A arte e o mundo moderno 
Introdução 
A invenção da fotografia delimitou o campo de conhecimento da modernidade. Essa história vai ser vista em nosso estudo 
por meio de alguns marcos conceituais estéticos. Na história da arte, esses primeiros momentos são estudados com os nomes 
de Impressionismo, Pós-Impressionismo e Expressionismo. 
Hoje a fotografia é mais uma forma de arte, como a instalação, a arte digital, a pintura, o objeto, a escultura, a arte pública 
etc. A compreensão dessa evolução da arte é fundamental para a atualização do profissional que trabalha com a imagem. 
Vamos começar a estudar essas mudanças, ocorridas no final do século XIX e na virada do século XX. 
Na aula 1, vimos que a afirmação consciente de um “olhar puro” surge com Manet, no domínio da pintura impressionista. 
Essa ideia da forma e a técnica enquanto um fim exclusivo da arte significou uma espécie de retorno reflexivo e crítico 
dos produtores sobre sua própria produção - e já era pressentido por Velasquez em As meninas. Esse foi o caminho que 
caracterizou a arte moderna, principalmente na interpretação do principal crítico do século XX: Clement Greenberg. Ele 
foi também o principal teórico do Expressionismo abstrato norte-americano, período de predomínio da arte abstrata. 
Vamos iniciar vendo como foi a história do nascimento da arte moderna, quando ela superou as concepções acadêmicas 
dominantes até então. 
Ainda na primeira metade do século XIX, Gustave Coubert passou a retratar temas sociais e pessoas simples, contrapondo-
se à concepção acadêmica tradicional dominante nos salões de arte até então, de haver “temas dignos” de serem 
representados. O sucesso nesses salões era o caminho para que um artista conseguisse estabelecer uma carreira. Esse tinha 
se tornado o sistema, desde que o ensino e a formação do artista passaram a ser feitos nas academias, inicialmente mantidas 
pelas monarquias e, depois, pelo poder oficial das novas repúblicas. 
Ao se recusar a pintar os temas aceitos pela academia, Coubert assinalou uma tendência social - ele era comunista -, que 
já se fazia notar, por exemplo, nos trabalhos de Millet, Corot, Daumier, dentre outros artistas anteriores ou do período. E 
que se fortaleceu com a propagação das ideias socialistas. Essa primeira revolução, ainda que basicamente temática, recebeu 
o nome de Realismo. Ela irá se aprofundar com Manet, que foi amigo e admirou Coubert e continuou o desenvolvimento 
dessa ideia, porém em sentido técnico. 
O impressionismo 
O movimento impressionista surgiu em Paris, entre 1860 e 1870. A primeira apresentação ao público incluiu artistas 
“independentes” em 1874, no estúdio do fotógrafo Nadar. 
Principais artistas do Impressionismo: 
 Claude Monet (1840-1926) 
 Édouard Manet (1832-1883) 
 Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) 
 Berthe Morisot (1841-1895) 
 Camille Pissarro (1830-1903) 
 Edgar Degas (1834-1917) 
 Paul Cézanne (1839-1906) 
 Georges Seurat (1859-1891) 
 Alfred Sisley (1893-1899) 
Conceitos estéticos do impressionismo: Necessidade de redefinir a essência pictórica diante da fotografia como novo modo 
de apreensão da realidade. A tecnologia e a ciência ofereciam novas possibilidade, enquanto mudavam os rumos da arte e 
da pintura. Principalmente porque a fotografia era, até então, uma das formas privilegiadas para se reproduzir (captar) a 
realidade através do olhar do artista visual. 
Origem do termo impressionismo: Deriva de um comentário irônico de um crítico de arte sobre um quadro de Claude 
Monet intitulado Impression, Soleil, Lévant (Impressão, Sol, Nascente, 1872, oléo sobre tela, 50x62 cm, Museu Marmottan, 
Paris), o qual foi adotado pelos artistas como um desafio nas exposições seguintes. 
A afirmação da linguagem fotográfica 
A invenção da fotografia, em 1839, exerceu uma profunda influência no direcionamento da pintura e no desenvolvimento 
de correntes artísticas ligadas ao impressionismo. Com a difusão da fotografia, os serviços sociais passaram do pintor para 
o fotógrafo. A crise atingiu os pintores de ofício, deslocando a pintura para o nível de atividade de elite, com público 
restrito e alcance social limitado. A fotografia permitiu um rápido progresso técnico que permitiu a redução dos tempos 
de exposição das imagens e permitiu alcançar o máximo de precisão. A fotografia “artística” levantou a questão se a 
pintura como arte era “superior” à fotografia. O Impressionismo, mesmo estando estreitamente vinculado à divulgação 
social da fotografia, tendeu a competir ela em três aspectos: na compreensão da tomada da imagem, na instantaneidade 
da imagem e na vantagem da cor. 
Os simbolistas, ao contrário, recusaram qualquer relação com a fotografia, reconhecendo que esta superava a pintura 
quanto à apreensão e representação das aparências da realidade. Procuraram apelar para a imaginação, argumentando 
que o pintor podia imaginar e criar o que a câmara fotográfica não poderia registrar. A fotografia está na origem da 
“pintura de manchas” e de toda a pintura de orientação realista do século XIX. 
Descobriu-se que a fotografia, que era mais exata na reprodução da imagem, não utilizava a linha, base de toda a arte 
desde o Renascimento. Os impressionistas passaram a formar suas imagens através de manchas e, nesse sentido, 
retomaram a Velasquez que explorara essa técnica e desenvolveram as ideias de Coubert e Manet. 
Aspectos técnicos-estéticos da fotografia 
A objetiva fotográfica reproduz o funcionamento do olho humano. 
O fotógrafo manifesta inclinações estético-psicológicas na escolha dos temas. Daí não haver um olho imparcial na 
fotografia. 
A fotografia permite ver um grande número de imagens que escapam, não só à percepção, como à atenção visual que o 
olho humano, mais lento, não consegue captar. 
Como exemplos de manifestações artísticas do período (fim do século XIX), temos o realismo simbólico do Pós-
Impressionista Henri de Toulouse-Lautrec e o impressionismo de Edgar Degas que lançaram mão de materiais fotográficos 
para expressar seu interesse pelo espetáculo social. Outros pintores tornaram-se fotógrafos. No entanto, só surgiu uma 
fotografia modernista de alto nível técnico quando os fotógrafos deixaram de se envergonhar por serem fotógrafos e não 
pintores e se assumiram como tal. 
A arte no Brasil 
No Brasil, D João VI criou no início do século XIX a Real Academia de Belas Artes, a partir de um grupo de artistas 
franceses. 
A Missão Francesa implementou no Brasil o estilo Neoclássico, que se tornou oficial. Logo, foi criado o Salão Nacional, cujo 
primeiro prêmio era uma viagem à Europa. Assim se reproduziu aqui, ao longo do século XIX, o modelo acadêmico. 
Somente no final desse século, surgem as influências do Romantismo e do Realismo. O Impressionismo só vai aparecer 
por aqui, bem mais tarde, no início do século XX, como tendência (influência) à exceção de alguns poucos artistas como 
Eliseu Visconti. Esse artista será uma referência importante para o surgimento tardio do Modernismo no Brasil. 
 
 
O Pós-Impressionismo 
O Pós-Impressionismo é o nome dado hoje às diversas tendências que buscaram superar o Impressionismo, ou seja, 
encontrar outros caminhos possíveis para o desenvolvimento da arte, após a compreensão e aceitação do Impressionismo. 
Principais tendências do final do século XIX 
Pontilhismo:Esta técnica foi desenvolvida por Serrat e buscava estrutura e forma. Fragmentou a pincelada impressionista 
em pontos coloridos, transformando manchas em pequenos pontinhos com intensidade graduada para criar profundidade, 
assim buscando a mistura de cores pelo cérebro. Substituiu os resquícios românticos dos impressionistas por termos 
científicos. 
Simbolismo: A corrente do simbolismo queria superar a pura visualidade impressionista em sentido espiritualista como 
proposta de um possível caminho para a sobrevivência da pintura. Os simbolistas queriam trazer à realidade algo que 
pertence ao espírito, valorizando a imaginação, pintando o sensível, sem ter necessariamente uma correspondência com o 
real. 
Alguns outros artistas fizeram pesquisas individuais que se tornaram muito importantes porque lançaram a base para o 
desenvolvimento de movimentos da arte que se desenvolveram no século XX: 
Gauguin: Inicialmente era um simbolista. Defendia que se pintasse de memória, com isso, favorecendo a sensação, a 
dimensão da imaginação. Acreditava que o homem tinha perdido a força e a intensidade do sentimento e o modo de 
expressá-lo, propondo assim, um regresso ao primitivo, mas sem ilusões de imitá-los. 
Pintou: O Cristo Amarelo 
 
Cézanne: Deu importância à estrutura, à essência. Modulou pela cor pura e expôs com os impressionistas. 
Pintou: Cenário rochoso na Provença 
 
Van Gogh: Por influência de Gauguin alguns dos seus quadros do início da carreira tinham cores lisas. Posteriormente foi 
assumindo suas pinceladas que foram ficando mais marcadas, densas e vibrantes, tornando-se sua marca pelo frêmito 
que transmitem. 
Pintou: Auto-retrato com chapéu de palha 
Aula 4: Pós-Impressionismo e Expressionismo 
No início do século XX, o expressionismo presente em diversas tendências do período pós-impressionista vai se desenvolver 
como uma das primeiras vanguardas de modos distintos em países distintos. A valorização da expressão em detrimento 
do belo clássico vai ressaltar o grotesco, o primitivo e o espontâneo e acelerar o desenvolvimento do modernismo. Como 
consequência da deformação formal e da descoberta de seu poder expressivo, Kandinsky vai abandonar a representação e 
chegar à abstração por volta de 1910. 
O trabalho de Rodin é inicialmente influenciado pelas tendências realistas e impressionistas, mas vai evoluindo e passa a 
destacar as emoções e significados que transcendem a pura representação, revelando as diversas possibilidades 
desenvolvidas no período pós-impressionista. 
Movimentos de caráter expressionista 
“Cinco mulheres na rua” - Ernest L. Kirchner 
Os expressionistas são deformadores sistemáticos da realidade, fugindo às regras tradicionais de equilíbrio, regularidade e 
harmonia da estética clássica, com objetivo de expressar emoções. 
Como vimos na aula anterior, os artistas pós-impressionistas não queriam destruir os efeitos impressionistas, mas sim 
levá-los mais adiante, no sentido de uma intervenção estético-política na realidade burguesa. 
No início do século XX, a tendência a valorizar a expressividade vai dominar com o desenvolvimento dos movimentos do 
Fauvismo na França e do Expressionismo na Alemanha. 
Toda ação humana é expressiva: Um gesto é uma ação intencionalmente expressiva. Toda arte é expressiva, mas certa 
corrente artística pretende nos impressionar através de gestos visuais que transmitem, e talvez libertem emoções ou 
mensagens emocionalmente carregadas. Tal arte é expressionista. 
 
 
“Amantes com gatos” – Oscar Kokoscha, uma das obras expressionistas 
Uma considerável parcela da arte no século XX foi desse gênero, especialmente na Europa Central, e o rótulo 
“Expressionismo” foi-lhe aplicado – assim como as tendências comparáveis a literatura, arquitetura e música. 
!!!! Nunca houve um movimento chamado Expressionismo, embora se possa aplicar essa intensificação do poder expressivo 
a boa pare da arte do século XX. Na verdade, existe uma discussão sobre tal afirmação de que o Expressionismo nunca 
tenha sido um movimento de arte. Ocorre que o Expressionismo foi muito além disso, consistindo num movimento cultural 
e na mudança de comportamento e atitude dos artistas, logo não poderia ser classificado apenas como um movimento 
artístico. 
O Fauvismo 
“Luxe, Calme et Volupté” de Henri Matisse. Esse trabalho chamou a atenção de artistas e críticos e se tornou uma espécie 
de manifesto do Fauvismo. 
O movimento fauve – ou fauvismo – começou em Paris, associando Henri Matisse, André Derain, Maurice de Vlaminck 
e outros, que expuseram juntos pela primeira vez em 1905. O Fauvismo é, sob muitos aspectos, uma manifestação artística 
moderna e, provavelmente, teve mais influência sobre os alemães do que eles mesmos admitiram. 
O nome fauve - fera em francês - foi utilizado como referência ao modo como esses artistas liderados por Matisse “atiravam” 
as cores sobre as telas. Ou seja, como feras, como selvagens. Gauguin, vai ser a principal referência para esse grupo. 
O próprio Gauguin abandonou a Europa e foi viver no Taiti, em busca de uma vida mais livre em contato com os povos 
“primitivos” e não contaminados pela cultura europeia. Sua ideia de cores não convencionadas vai ser desenvolvida por 
esse grupo que faz da cor seu principal veículo de expressão. 
!!!! O Fauvismo nunca foi um movimento com objetivos que pudessem ser realizados como foi o Cubismo, mas um processo 
de experimentação a partir de possibilidades sugeridas pelos pintores pós-impressionistas, muitas vezes apenas 
radicalizando suas propostas. 
“A dança”, de Henri Matisse 
O Fauvismo é o principal responsável pelo desenvolvimento do gosto pelas cores puras. No trabalho de Matisse os motivos 
(coisas) representados são menos importantes do que o modo como são representadas. 
Características da pintura fauve: 
 Telas que faziam uso da cor como elemento puramente expressivo. 
 Pinturas que questionavam a tradição, desempenhando um papel mais decorativo que descritivo. 
 Nos quadros, as figuras são padrões lineares que unificam a superfície pictórica num só plano espacial. 
 Há o uso essencial do traço e da cor aliado ao uso da imaginação. 
 Grandes áreas chapadas de tinta, com pouco ou nenhum modelado e silhuetas enfatizando a função decorativa da 
arte. 
 Nas paisagens há uma tentativa de interpretação subjetiva da natureza. 
 Em Matisse, o Fauvismo é mais lírico. 
 Em Vlaminck, o Fauvismo é mais expressivo. 
Desde 1901... esses artistas tinham propósitos comuns. 
Entre 1904 e 1907... Henri Matisse, André Derain, Maurice Vlaminck e alguns artistas estiveram estudando, desenvolvendo 
e expondo um estilo de pintura que lhes deu o apelido de “Les Fauves”. 
A partir de 1907... suas pesquisas tornaram-se independentes demais para serem tratadas conjuntamente em suas buscas 
pessoais de novos meios de expressão. 
Obras: Auto retrato” 1906, por Henri Matisse; “Maurice Vlaminck”, por André Derain (1906); “As árvores roxas”, por Maurice 
Vlaminck, 1906. 
Seus trabalhos caracterizavam-se, de maneira geral, pela liberdade de expressão, através do uso de cores puras e pelo 
exagero do desenho e da perspectiva. Não havia uma doutrina ou programa. Apenas expunham juntos por afinidades. 
Tinham convicções e ideias firmes e pessoais que foram compartilhadas durante alguns períodos. Quando expuseram nas 
duas principais exposições de arte moderna de Paris (o Salão dos Independentes e o Salão de Outono), causaram grande 
impacto, deixando perplexos aqueles que viram os trabalhos pela primeira vez. 
 
O Expressionismo 
O Expressionismo está principalmente associado a dois grupos informais de artistas da Alemanha: DIE BRÜCKE (de 
Dresden, formado em 1905 e dissolvido em 1913) e DER BLAUE REITER (os artistas de Munique, que expunham sob aégide de um almanaque com o nome do grupo). 
Outros artistas são geralmente agrupados a esses, como Oskar Kokoscha de Viena e Lyonnel Feininger, o americano-
alemão. 
Características estéticas do Expressionismo: 
o Pesquisa no domínio psicológico, com busca de acessos aos símbolos do “inconsciente”, a partir da descoberta da teoria 
psicanalítica de Freud. 
o Expressão de emoções intensas através de um dinamismo improvisado, abrupto, inesperado, com preferência pelo 
patético, grotesco, trágico, angustiado e sombrio. 
o Distanciamento da pintura acadêmica e do Impressionismo através da recusa do emprego de uma estética naturalista 
ou realista com referência a temas “clássicos”, como a natureza morta, a paisagem e o modelo vivo. 
o Ruptura com a ilusão de tridimensionalidade – “perspectiva” renascentista – e resgate das “artes primitivas” – formas 
abstratas, feições e formas humanas predominantemente derivadas das culturas ameríndias. 
Técnicas da arte expressionista: 
o Cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas. 
o Textura áspera, devido à grande quantidade de tinta empregada nas telas. 
o Técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando inesperadas 
“explosões". 
o Uso do empaste ou empasto, formado por uma massa grossa de pintura a óleo, a qual era martelada e áspera. 
O Expressionismo vs. O Impressionismo 
O Impressionismo e o Expressionismo, embora sendo movimentos antiéticos, foram movimentos realistas que exigiam a 
dedicação total do artista à questão da realidade. 
EXPRESSIONISMO IMPRESSIONISMO 
 Do interior para o exterior. É o sujeito que, por si, se 
imprime ao objetivo. 
 Precursor: Vincent Van Gogh 
 Atitude volitiva/agressiva 
 O Expressionismo se resolveu no plano da ação 
 Do exterior para o interior. É a realidade (objeto) que 
se imprime na consciência (sujeito). 
 Precursor: Édouard Manet 
 Atitude sensitiva 
 O Impressionismo se resolveu no plano do 
conhecimento 
 
Excluiu-se, a partir daí, a hipótese simbolista de uma realidade vislumbrada no símbolo e no sonho e se esboçou, então, a 
oposição entre arte engajada e uma arte de evasão. 
 
Impressionismo e Expressionismo 
⇓ 
Solução dialética e conclusiva da contradição histórica entre clássico e romântico, constantes estéticas das culturas latina 
mediterrânea e germânico-nórdica. 
⇓ 
Ao ser excluída a referência à herança do passado, os dois movimentos tinham como objetivo enfrentar a situação 
histórica presente com plena consciência. 
⇓ 
Ocorreu, então, uma agudização da divergência entre cultura latina e cultura germânica, com a disputa para a 
conquista da hegemonia político-econômica da Europa. 
⇓ 
Desse conflito, observado na arte, eclodiram a Primeira Guerra Mundial de 1918 e a Segunda Guerra Mundial de 1939. 
Com profundas consequências na arte. 
 
 
Aula 5: Afirmação da linguagem modernista 
 
A linguagem modernista, criada a partir da óptica impressionista, é definitivamente afirmada pelo geometrismo e pelo 
alto nível de abstração que atingiu a imagética do cubismo, embora essa escola tenha evitado a abstração pura. O cubismo 
vai ser a mais influente das chamadas vanguardas históricas do modernismo, influenciando e sendo influenciado por 
outros movimentos como o futurismo. Paralelamente, vamos olhar o desenvolvimento do modernismo no Brasil, a partir 
da “luta” dos nossos primeiros modernistas para vencer a defasagem de informação, responsável por nossas limitações 
artísticas e culturais no período. 
 
Pablo Picasso 
Pintor e escultor espanhol, é considerado um dos artistas mais importantes do século XX. Artista multifacetado, foi único 
e genial em todas as atividades que exerceu: inventor de formas, criador de técnicas e estilos, artista gráfico, escultor. Foi 
o artista mais produtivo e mais constante revolucionário do século passado. 
 
Do tratamento clássico e representacional dos temas evoluiu ele para as abstrações do Cubismo, e do Cubismo para as 
técnicas de colagem mais tarde utilizadas no dadaísmo. Picasso empregou igualmente elementos de fantasia e imaginação, 
em suas cerâmicas e esculturas. 
 
“Natureza morta”, Pablo Picasso, é um exemplo de obra do cubismo. 
 
O cubismo 
O movimento foi introduzido por “As Senhoritas de Avignon” em 1907, que desconcertou a todos por ser uma obra audaciosa 
e perturbadora. Resumia as realizações de Picasso e, sua técnica expressionista e emocional, era estranha ao Cubismo. Mas 
esse quadro suscitou problemas que o Cubismo iria resolver e abriu as possibilidades para seu desenvolvimento. Esse 
quadro criou novos cânones de beleza estética, destruindo as distinções tradicionais entre o belo e o feio. Contudo ainda 
não é um quadro cubista (protocubista). 
Também atraiu Braque, pintor jovem e talentoso que alterou todo o desenvolvimento de sua arte, aproximando-se de 
Picasso. O Cubismo era uma arte formalista preocupada com a reavaliação e reinvenção de procedimentos e valores 
pictóricos. Era uma arte de conteúdo intelectual elevado e, em geral, calmo e reflexivo. 
O cubismo e a imagética moderna 
1907: Começa o movimento cubista. 
1914: Termina o cubismo, como movimento, com a eclosão da 1ª Guerra Mundial, tendo boa parte dos artistas sido recrutada 
e partido para o campo de batalha. 
1925: Persistiu como parte das discussões e pesquisas. 
Escultura cubista, de Naum Gabo. Você percebe a influência da arte africana nesta escultura? 
Seus principais focos de resistência foram as artes decorativas e a arquitetura do século XX. Considerado como um ato de 
percepção individual, o movimento inspirou-se na arte africana e na geometrização das figuras iniciada por Cézanne, que 
resultou em uma arte intuitiva e bastante abstrata, derivada da experiência visual baseada na luz e na sombra. 
O cubismo rompeu com o conceito de arte como “imitação da natureza”, que vinha desde o Renascimento, bem como com 
os principais cânones clássicos de pintura tradicional. 
1. A perspectiva, consistindo na ilusão de profundidade em uma superfície plana, base da pintura européia por mais de 
500 anos seguintes à Renascença. 
2. O chiaroscuro (claro-escuro) ou luz-e-sombra, indicando uma nova técnica criada no Renascimento para criar a 
ilusão de relevo escultural no plano. 
3. A pirâmide ou configuração piramidal e tridimensional do espaço da tela, tendo como clímax uma imagem central 
que substituiu os retratos em perfil e o agrupamento de figuras em grade horizontal típicas das artes bizantina e 
medieval. 
Pablo Picasso definiu o cubismo como “uma arte que trata de formas, e quando uma forma é realizada, ela aí está para 
viver sua própria vida.” 
 
Artistas do cubismo 
Apesar da identificação imediata do movimento cubista à figura de Pablo Picasso, vários outros artistas deram grandes 
contribuições ao movimento, tais como: 
Georges Braque 1882-1969 “Casas de 
L´Estaque” 
Fernand Léger 1881-1955 “A Banhista” 
Robert 
Delaunay 
1885-1944 “Homenagem 
para L´Bleriot” 
Juan Gris 1887-1927 “Vista da Baía” 
 
O mexicano Diego Rivera (1886-1957) e Piet Mondrian (1872-1944) e outros artistas que se destacaram com o dadaísmo, 
como Francis Picabia (1879-1953) e Marcel Duchamp (1887-1968), também participaram do movimento cubista. 
Fases do cubismo 
As fases definidoras do Cubismo podem ser assim resumidas: 
 
Fase 1 - Protocubismo: Em que a influência da escultura africana revela-se através da pesquisa contínua das 
deformações expressivas do corpo humano. 
Fase 2 - Cubismo Analítico: definido por representações espaciais abstratas no plano do quadro. 
Fase 3 - Cubismo Sintético: policromático, simbolizado pela incorporação de materiais estranhos às representações 
pictóricas, como as colagens.Elementos formais do cubismo 
Picasso, Braque, Léger e Gris apresentavam como seus elementos formais: 
o Abandono da iluminação “naturalista” de suas telas e das relações moduladas entre elementos formais. 
o Ênfase nas formas planas de contornos bem marcados. 
o Ênfase em relações espaciais condicionadas por relações de cor - e não no desenho. 
o Ênfase no contexto de uma composição, que permite a leitura de um espaço consistente ou fechado. 
o Ênfase no espaço inteiramente ocupado por formas e planos- como, principalmente, em Gris e Léger. 
o Ênfase em um espaço real semelhante a uma caixa - como em Picasso, Gris ou Braque. 
o Ênfase em um espaço identificado com a própria superfície da tela, através da aplicação de uma base 
completamente pintada, suave e/ou opaca. (Como em Picasso, também presente na pintura de Matisse (mais 
identificado como fauve) e de Miró (que se destacará no Surrealismo). 
O futurismo 
O Futurismo foi influenciado e retroalimentou o Cubismo. Vamos agora saber um pouco mais sobre esse movimento. 
O Futurismo foi um movimento iniciado na Itália, a partir da concepção de civilização e expressou-se inicialmente em 
palavras. Logo, partiu de uma ideia geral, em vez de algum descontentamento com idiomas de arte herdados e da 
ambição de criar novo idioma. Rejeitou todas as tradições, instituições e os valores consagrados pelo tempo. Propagou 
suas ideias muito rapidamente pela Europa e embora tenha durado pouco, teve longa influência. Escolheu seu próprio 
nome, e iniciou a tradição artística de manifestos artísticos. 
Os principais artistas do futurismo: Umberto Boccioni, Giacomo Balla, Gino Severini, Carlo Carrà, Luigi Russolo, 
Antonio Sant´Elia 
O fim do futurismo 
A guerra precipitou o fim do Futurismo. A “Única Higiene do mundo” eliminou Sant’Elia e Boccioni em 1916. Os outros 
passaram para estilos e atitudes mais tradicionais. Marinetti ajudou o fascismo a conquistar o poder na Itália 
satisfazendo seus ideais políticos. O Futurismo teve importância fundamental e duradoura e como esteve envolvido 
profundamente com o Cubismo, suas conquistas também foram conquistas do Cubismo. 
Sem o futurismo o Cubismo não teria desempenhado um papel tão grande na arte moderna. Sua influência chega ao 
Expressionismo e o Futurismo literário de Maiakovisky na Rússia e a arte revolucionária russa, é uma concretização do 
que os futuristas tinham tentado. 
A arte no Brasil na modernidade 
*Somente com o desenvolvimento do modernismo, o trabalho de artistas do barroco brasileiro voltou a ser valorizado.* 
Apesar da relativamente intensa atividade pictórica no Brasil colonial - principalmente no Rio, Bahia, Minas e 
Pernambuco, os artistas, com raras exceções, não eram profissionais e sim homens de fé e engenho ou talento, provenientes 
de diversos países. Foram, em geral, feitas para adornar igrejas, eventualmente palácios e raramente residências. Não há 
grandes nomes a destacar e muitas obras são anônimas. 
No período barroco que surgem alguns dos mais belos monumentos religiosos do Brasil. A pintura colonial, vincula-se a 
tendências e estilos europeus, com natural defasagem cronológica e limitados recursos técnicos. 
Em Minas, Aleijadinho nos dá algumas das igrejas rococós mais belas do mundo. Com ele se inicia uma fase importante 
da arte brasileira. Além de riquezas, proveniente do ouro e das pedras preciosas, havia as irmandades, às quais se ligavam 
as corporações de ofício - separadas pela cor: brancos negros e mulatos - e essas por sua vez competiam entre si. 
O início do século XX no Brasil 
No século XIX, a arte no Brasil seguia uma orientação basicamente acadêmica, dependente do Estado que patrocinava as 
poucas viagens ao exterior e das poucas escolas e instituições culturais como a Academia Brasileira de Letras. O intercâmbio 
dava-se sem renovação – os artistas iam sempre estudar nas mesmas academias da Europa. Tudo isso levava nossa arte 
no início do século XX a manifestar, no máximo, traços dos movimentos anteriores ao impressionismo e somente em 
alguns pintores. 
Embora haja traços impressionistas em trabalhos de Eliseu Visconti, só foi haver verdadeiramente uma ruptura entre a 
arte moderna e acadêmica a partir dos acontecimentos marcados pela Semana da Arte Moderna de 22. 
Antes da Semana, a exposição de Anita Malfatti, apoiada por Di Cavalcanti, só não foi ignorada como a do expressionista 
alemão Lazar Segal, em 1913, graças a um artigo de Monteiro Lobato. Ele chegou a contar uma anedota, na qual a pintura 
produzida pela cauda de um burro chegou a ser confundida e admirada como uma novidade do Cubismo, na crítica para 
depreciar o Modernismo que se apresentava nos trabalhos dessa artista pioneira, reconhecendo-lhe contudo, o talento. 
Esses acontecimentos dão-se em São Paulo, então já com seu aspecto de cidade do século XX. Prospera economicamente 
com bondes, automóveis, indústrias, ferrovias e mais distante das influencias da arte oficial. 
Como antecedente houve também o artigo de Mário de Andrade (“escrito com vontade de botar uma bomba no centro do 
mundo”), Paulicéia Desvairada, produzida sobre o impacto de uma obra de Victor Brecheret. 
A missão francesa 
Com a vinda da família imperial para o Brasil, importou-se o modelo oficial europeu, com a criação de uma Academia 
Real no país. A Missão Francesa chegou ao Brasil em 1816, após a queda de Napoleão (1814/1815) 
1816: Chegada da Missão Francesa ao Brasil, após a queda de Napoleão - 1814/1815. O chefe da delegação era Lebreton e o 
principal artista foi Jean Baptiste Debret, que documentou a vida na colônia com espírito crítico e humor. Ele escreveu e 
ilustrou inclusive A Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, retratando a vida de índios, escravos, crianças e outros 
excluídos que não interessavam aos artistas ligados à corte. 
1817: Foi fundada a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios, sendo que Debret organizou ainda as duas primeiras 
exposições de 1829 e 1830 da Academia Imperial. Nicolas Taunay, o mais talentoso pintor irritou-se com a nomeação de 
um pintor português medíocre para diretor da academia e retornou a França. Foi substituído por Félix Émile Taunay, 
seu filho. 
Após o retorno da missão, a sólida tradição artística de inspiração europeia havia sido plantada. Sem a tutela dos mestres 
franceses, os alunos da academia estavam mais livres e começaram a firmar raízes brasileiras. Realizam-se exposições 
anuais girando em torno da Escola. 
“Batalha Naval do Riachuelo”, Vitor Meirelles. Esse trabalho, bastante presente nos livros de história, pode ser apontado 
como um exemplo da arte acadêmica oficial e dominante no Brasil no século XIX. 
No Segundo Império o Brasil tornou-se mais soberano. Em 1845, a academia instituiu o Prêmio de Viagem, que se tornou 
um acontecimento cultural e social. As encomendas eram feitas pela igreja (ordens) ou pelo estado e não havia incentivo à 
originalidade. Por isso em 1854, Araújo Porto Alegre assumiu a academia com a missão de modernizá-la e libertá-la da 
condição de escola da Corte. Começam a ser criados os Liceus de Artes e Ofícios, para preencher a lacuna artesanal, ainda 
dependente da Europa. 
A tradição neoclássica e romântica pedia temas históricos e grandiloquentes e para tal serviu a Guerra do Paraguai. A 
situação manteve-se sem alteração após a proclamação da república, tornando-se mais e mais defasada em relação às 
inovações que surgiam no Modernismo na Europa. 
A Semana da Arte Moderna de 22 
Nas exposições da Semana de Arte Moderna, além dos trabalhos de Anita Malfatti, de Vitor Brecheret, de Di Cavalcanti e 
de Rego Monteiro, pouca coisa havia de moderno no Saguão de entrada do Teatro Municipal de São Paulo. Contudo, a 
polêmica pública predominou, principalmente pela publicação de manifestosque se seguiram: o Manifesto Pau Brasil e 
Antropofágico. 
Tarsila do Amaral, filha de fazendeiros, não estava no país durante a semana, mas apoiara o movimento. Ela conhecera 
os manifestos futuristas, que no Brasil influenciaram Osvald de Andrade e também o crítico Mario de Andrade. 
Estes se uniram a Anita e a Menotti del Picchia, que formavam o Grupo dos Cinco: “Grupo de doidos em disparada por 
toda parte, no Cadillac verde de Osvald”. Queriam abalar as artes em geral; literatura, música etc. 
Vale lembrar que Marinetti, o poeta autor do primeiro manifesto futurista, com a intenção de divulgar suas ideias esteve 
no Rio e em São Paulo, em 1926, e, durante um período, o Futurismo virou sinônimo de arte moderna por aqui. 
O Manifesto Pau Brasil apoiava-se na pintura de Tarsila. Ela viajou pelo interior de Minas Gerais e ao Rio de Janeiro em 
grupo, em companhia do poeta francês Blaise Cendrars e de Olívia Penteado entre outros artistas e intelectuais. 
Encantaram-se com a descoberta da obra do Aleijadinho. Essa influência ajuda na reformulação de sua pintura. 
“... encontrei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Segui o 
ramerrão do gosto apurado. Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para minhas telas...” Tarsila do Amaral 
O segundo manifesto, chamado Antropofágico, foi publicado na primeira Revista de Antropofagia, datado de “Piratininga, 
Ano 374 da deglutição do Bispo Sardinha”. Irônico, provocativo, destruidor e cheio de novas propostas, tal os manifestos 
europeus, principalmente o futurista. 
Se entre 1917 e 1922, a preocupação modernista era afirmar a arte moderna no Brasil, a partir de 1923 a preocupação passa 
a ser uma postura nacionalista. Na visão antropofágica, será devorado o pai Totêmico –a cultura europeia – para incorporar 
suas virtudes reforçando o próprio organismo – a cultura brasileira. 
Emiliano Di Cavalcanti foi um pintor carioca e um dos idealizadores da Semana de 22. Sua arte foi influenciada 
inicialmente pela Art Nouveau, bastante presente no Brasil então, representando os ventos de mudanças do Pós-
Impressionismo e seguiu experimentando diversas influências. 
Viajou em 1923 para Paris para ser correspondente de imprensa e sua pintura passou a ser então influenciada pelo pós-
Cubismo e pelo muralismo mexicano. Assumiu caráter expressionista e de crítica de costumes, que marcou o restante de 
sua obra. 
Aula 6: Dadaísmo, surrealismo e anti-arte 
Haroldo de Campos 
Chama Marcel Duchamp de “pré-dadaísta”, afirmando seu aspecto precursor e não totalmente redutível aos conceitos 
estéticos-filosóficos do movimento dadá. 
Por meio de seus ready-mades, Duchamp pretendeu iniciar o debate em torno da relação obra/artista, ao enfatizar um 
repúdio à “criação artística”, ao afirmar não acreditar na função criativa do artista. Para ele, o artista é um homem como 
qualquer outro e seu trabalho consiste em fazer certas coisas, porém o homem de negócios também faz “certas coisas”. 
Duchamp interessou-se pelo significado da palavra “arte”, vinda do sânscrito fazer: “hoje em dia todo mundo faz alguma 
coisa, e aqueles que fazem coisas em uma tela, com uma moldura, são chamados de artistas”. Antigamente, eles eram 
chamados de artesãos, um termo que Marcel Duchamp parece preferir: “Todos somos artesãos, na vida civil, militar ou 
artística”. 
 
Marcel Duchamp 
Duchamp interessou-se pelo significado da palavra “arte”, vinda do sânscrito fazer. 
“Hoje em dia, todo mundo faz alguma coisa, e aqueles que fazem coisas em uma tela, com uma moldura, são chamados 
artistas.” (...) 
“Todos somos artesãos, na vida civil, militar, ou artística.” 
Duchamp declarou que ele “queria matar a arte (para ele mesmo)”, mas, na realidade, ele permitiu e mesmo estimulou a 
mitologia ao seu redor ao abandonar a pintura, em 1920. 
E foi em 1920 que nasceu “Rrose Sélavy” (trocadilho para “a vida é rosa”) - quando Duchamp quis mudar sua identidade. 
A primeira ideia que lhe ocorreu foi adotar um nome hebraico, já que ele era católico e seria uma mudança de uma religião 
para outra. Porém, ele não encontrou nenhum nome judaico que lhe agradasse e, repentinamente, ocorreu-lhe uma ideia: 
por que não mudar de sexo? Isso era muito mais simples, e o nome “Rrose Sélavy” derivou de tal ideia. Hoje em dia isso 
pode parecer banal, mas na década de 1920 Rrose era um nome provocador, tendo derivado seu duplo “R” de uma pintura 
de Francis Picabia, que se encontrava em um cabaré parisiense. 
Para Duchamp, todas essas “coisas” tinham o mesmo espírito e eram muito agradáveis como fórmula. 
Naquele momento, Duchamp parecia haver alcançado o limite do não estético e do injustificável. O essencial de sua obra 
reside na responsabilidade assumida pelo artista ao pôr sua assinatura sobre um objeto, executado por ele ou não ou 
produzido em série, mas do qual ele se apropria, atribuindo ao objeto um status de obra de arte. 
Com isso, torná-lo capaz de provocar a mesma emoção artística de um quadro de um mestre, além de lograr entrar no 
mercado de arte, podendo ser exposto em um museu ou galeria e, portanto, ser comercializado e consumido pelo público 
como obra de arte. 
A vertente Dadá 
Surrealismo + dadaísmo = O “outro” 
Já o Dadaísmo e o Surrealismo representam respostas culturais, 
articuladas de modos diversos, mas tendo em vista uma mesma situação: a 
falência de valores estéticos, filosóficos, morais do século XIX e o confronto 
com a nova realidade que superou os limites do racionalismo no século XX, 
evidenciada com a guerra. 
A vertente crítica da arte moderna, 
constituída pelo Surrealismo e pelo 
Dadaísmo, representa o “outro” do projeto 
formal construtivo e do Cubismo, no 
sentido de que essas linguagens operaram 
uma transformação no interior das 
linguagens, mas não refletiram 
criticamente sobre o estatuto social dessas 
mesmas linguagens como prática na 
sociedade. 
 
A vertente Dadá é crítica quanto à própria arte moderna e procurou revelar os limites do pensamento racionalista clássico, 
que afirmava que tanto o conhecimento teórico quanto a sua fundamentação prática eram assuntos de uma consciência 
isolada e autárquica. 
O paradigma da “arte pela arte” expressava o pensamento racionalista que propunha que a arte devia encontrar em si 
mesma seu sentido último. 
O Dadaísmo: 
Contestava Destacava 
O conceito do que seja obra-prima, expressando que o 
objetivo da atividade artística não era a arte, mas a 
“antiarte” como postura revolucionária contra um 
esteticismo gasto, propondo atividades de “destruição” das 
noções de bom gosto e de libertação da arte dos projetos de 
racionalização. 
O conceito do que seja obra-prima, expressando que o 
objetivo da atividade artística não era a arte, mas a 
“antiarte” como postura revolucionária contra um 
esteticismo gasto, propondo atividades de “destruição” das 
noções de bom gosto e de libertação da arte dos projetos de 
racionalização. 
 
 
Juízos de valoração não eram absolutos e não havia apenas uma ética. Havia sim uma não ética ou metaética, também 
definida como “existencialista.” Duchamp 
Nesse sentido, sua norma ética não estava interligada a uma norma de hierarquia de bens morais a que o homem aspirasse, 
mas se aproximava da ética dos cínicos como em seu desprezo às convenções, postulando sobre a liberdade da vontade ante 
a natureza, a história e a vida. 
Ready-mades duchampianos: Destaca-se, principalmente, uma indiferença que foi analisada por Otávio Paz, comparando 
sua filosofia à filosofia milenar chinesa. Os chineses escolhiam pedras que lhes parecessem interessantes e atribuíam-lhes 
nomes ou pintavam o seu nome nelas, transformando-as em obras. Enquanto o chinês afirmava sua identidade com a 
natureza, Duchamp afirmava sua diferença irredutívele sua crítica. Em 1913, teve ele a ideia de montar a roda de uma 
bicicleta sobre um banquinho de cozinha e de observá-la girando. De acordo com seu decreto, os ready-mades tornavam-
se obras de arte na medida em que Duchamp lhes atribuía esse título. 
Escolhendo uma pá ou um urinol, por exemplo, assinando e datando essa pá ou esse urinol, eles eram retirados do mundo 
morto das coisas insignificantes e colocado no mundo vivo das obras de arte: o olhar fazia, então, com que se tornassem 
obras de arte. 
Para Duchamp, a escolha do ready-made baseava-se numa reação de indiferença visual que independia do bom ou mau 
gosto, mas podia ser definida como um estado de anestesia total, de ausência de consciência. Duchamp acrescentava frases 
breves aos ready-mades, como no caso do título: “Prevenindo contra um braço quebrado.” 
Atribuído a uma pá de neve numa loja de ferramentas, com o objetivo de conduzir o pensamento do espectador para outras 
regiões mais literárias, ou ainda algum detalhe gráfico como “ready-made fabricado”. Em outros momentos, ele inventava 
um “ready-made recíproco” como um Rembrandt na forma de tábua de passar roupa, simbolizando a contradição entre 
arte e ready-made. 
Outro aspecto constitutivo do ready-made era a sua falta de originalidade, pois a reprodução de um ready-made transmitia 
a mesma mensagem que o original. 
Do círculo vicioso da arte... Duchamp concluiu que, se todos os tubos de tinta usados pelos artistas eram produtos 
industriais ready-made, podia-se concluir que todos os quadros existentes no mundo eram ready-mades confeccionados. 
Duchamp concretizou, dessa forma, finalmente, a iminente crise do objeto de arte tradicional, o quadro, substituindo-o 
por uma “coisa”. 
A arte foi pensada até o fim e dissolveu-se no nada da “a-arte”, ou da experiência intelectual ou não sensorial. 
Como niilista da arte, Marcel Duchamp deu expressão e forma a uma esperança ao buscar o maravilhoso não no acaso, 
mas sim no conhecimento exato e no jogo científico. Em sua obra, a máquina adquiriu um aspecto inteiramente novo, em 
que operava um espírito científico com recursos artísticos, o estabelecimento de um eros artístico em comunhão com a 
ciência, ou simplesmente uma nova forma de arte. 
Considerado por muitos críticos o “pai da arte contemporânea”, Duchamp parece ser o mais influente artista para o 
surgimento da arte conceitual das décadas de 1960 e 1970. 
A crítica de arte Roberta Smith: Essa crítica de arte considerou a arte conceitual como um vale-tudo em arte e foi um 
movimento determinante para a aceitação contemporânea (atual) das mais variadas formas de arte. 
A crítica duchampiana contra o racionalismo não se converteu em irracionalismo, mas antes em uma tendência presente 
na arte de hoje a buscar a racionalidade para refletir criticamente, investindo contra modelos, afirmando o poder criativo 
do sujeito e sua liberdade para questionar a cultura pela própria ação artística. 
Dadá como antiarte 
o O movimento conhecido como Dadá surgiu em Zurique, Suíça, no final dos anos de 1910, mas seu principal artista foi 
o francês Marcel Duchamp. 
o O Dadaísmo foi criado como reação às formas tradicionais de cultura, quais sejam a arte e a literatura. 
o O primeiro grupo de dadaístas queria eliminar todas as formas de razão e lógica, em 
o razão das atrocidades causadas pela Primeira Guerra Mundial. 
o A arte pelo movimento dadaísta deve ser interpretada livremente pelo espectador, na medida em que esta não se 
baseou nos padrões formais seguidos pelos artistas tradicionais anteriores. O movimento Dadá espalhou-se de Zurique 
para Berlim, Nova York, Paris e Países Baixos, incluindo poesia, artes visuais, literatura e música. 
o Já o Surrealismo foi criado por André Breton, nos anos de 1920, e expandiu a imaginação humana ao revelar, pela 
imagem artística, um universo de fantasia e sonhos, negando a realidade. 
o Tanto o Dadá quanto o Surrealismo compartilharam do mesmo propósito de explorar métodos de criatividade de 
vanguarda, enquanto rejeitavam os cânones tradicionais da arte. 
A natureza complexa do movimento dadaísta começa com sua resposta negativa à sociedade, tendo lançado o descrédito à 
atividade criativa e, consequentemente, alterado toda a arte do século XX.O movimento criticou ideias convencionais de 
emprego de suportes artísticos convencionais como a tela e a escultura, ao utilizar produtos pré-fabricados, os quais foram 
ligeiramente alterados, de forma que se obtivesse uma visão diferente de cada obra. 
A obra de Marcel Duchamp “Fonte” representa um mictório de porcelana, no qual o artista escreveu “R. Mutt” - “R. Mudo”, 
tendo-a submetido à Sociedade de Artistas Independentes, em 1917, inaugurando assim o conceito de ready-made.Esse 
gesto Dadá - que passou meio desapercebido na época - foi considerado depois, pelos críticos e artistas conceituais, como o 
início da arte conceitual, na qual a ideia da obra é mais importante que o produto final. Esse tipo de arte que virá a se 
desenvolver nos anos de 1960 levará novos artistas a “descobrir” Marcel Duchamp, que passou a assumir, então, um lugar 
central na história da arte do século XX. 
Surrealismo como acesso ao inconsciente 
Após o fim da Primeira Guerra, quando a sociedade ocidental começou a se reestruturar, a estética crítica-destrutiva do 
Dadá começou a não fazer mais sentido. Foi uma época de esperança em um novo recomeço e no desenvolvimento de 
novas possibilidades. 
Nesse contexto surgiu uma arte que se apresentou como uma saída, um possibilidade para os artistas que haviam 
participado do Dadá, porque se baseava no insconsciente, ou seja, além dos limites racionais do ser humano. 
Surrealismo... 
o Reconheceu o poder do “ato de criação espontânea”. 
o Aboliu o veto que o Dadá havia aplicado à arte e eliminou a necessidade da posição irônica dadaísta. 
o Devolveu ao artista sua razão de ser sem impor, ao mesmo tempo, um novo conjunto de regras estéticas. 
Teve nomes como Salvador Dalí, Joan Miró e Pablo Picasso, além de Além de Max Ernst (1891-1976), Luis Buñuel (1900-
1983), André Masson (1896-1987), Jean Arp (1886-1966), Yves Tanguy (1900-1955), René Magritte (1898-1967), Paul Delvaux 
(1897-1994), Man Ray (1890-1976), Paul Klee (1879-1940), Marc Chagall (1887-1985), Kurt Schitters (1887-1948) e Wilfredo 
Lam (1902-1982). 
O Surrealismo foi definido pelo seu próprio criador, o escritor André Breton (1896-1966), como constituindo um “puro 
automatismo psíquico, através do qual se deseja exprimir, por escrito ou verbalmente, a verdadeira função do pensamento; 
pensamento ditado pela ausência de qualquer controle exercido pela razão, fora de toda a preocupação estética e moral”. 
Contexto histórico do Surrealismo 
O Surrealismo divide-se em três períodos: 
1º período – Surrealismo heroico (1924): O tema do sonho foi representado, pelos surrealistas, por obras de natureza simbólica 
obtidas pelo método do automatismo, as quais revelavam ainda um certo figurativismo. 
2º período – Fase política (1928): Seus líderes filiaram-se ao Partido Comunista, vinculando a arte surrealista a uma postura 
estético-ideológica de vanguarda. 
3º período – Fase de difusão (1930-1950): O Surrealismo expandiu-se internacionalmente com grupos de surrealistas, tendo 
mesmo se formado no Brasil. 
Histórico do Surrealismo 
Em outubro de 1924, André Breton lançou o Manifesto Surrealista, que defendeu a ideia de que os artistas e escritores 
deveriam expressar seu pensamento de maneira totalmente livre, espontânea e irracional, sem qualquer controle de ordem 
estética, racional ou moral. Dessa maneira, o Surrealismo visou subverter a realidade fragmentária apresentada pela 
lógica, moral e estética vigente nas primeiras décadas do século XX, almejando alcançar uma realidade superior.

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