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ENFERMIDADES CARDIOVASCULARES Fortaleza - 2016 Profa. Ms. Priscila Paiva DOENÇAS CARDIOVASCULARES Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Doença Cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte no mundo, perfazendo 30% das mortes globais, taxa praticamente idêntica à encontrada no Brasil. Mais de 80% das mortes por DCV no mundo ocorrem em países de média e de baixa rendas. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 ETIOLOGIA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES As mudanças que vêm ocorrendo nas sociedades dos países em desenvolvimento, dentre eles o Brasil, acompanham-se de modificações importantes no perfil de morbidade e de mortalidade. O Brasil, além de enfrentar o problema ainda não resolvido das doenças infecciosas e parasitárias, defronta-se com as doenças crônicas, de alto custo social e mais difícil prevenção. DOENÇAS CARDIOVASCULARES • Dislipidemia • Doença arterial coronariana – processo aterosclerótico, • Síndrome Metabólica • Hipertensão arterial sistêmica, • Angina pectoris, • Infarto agudo do miocárdio • insuficiência cardíaca • ataque isquêmico transitório • acidente vascular cerebral Mortalidade Proporcional por grupos de causa 4,5 16,88 30,69 11,6 13,35 20,81 Doenças infecciosas e parasitárias Doenças neoplásicas Doenças do aparelho circulatório Doenças do aparelho respiratório Causas externas Demais causas DATASUS/ Brasil, 2011 Taxa de mortalidade no Brasil por DCV http://www.cardiol.br/dados/mortalidade.html • O excesso de peso atinge mais da metade da população brasileira adulta (52,5%), apesar de os níveis de obesidade estarem estáveis (17,9%); • prevalência de hipercolesterolemia, destacam-se altos índices entre as mulheres (22,2%) e pessoas entre 55 e 64 anos (35,5%); •aumento significativo de 18% nos níveis de atividade física entre os brasileiros; RESULTADOS DO VIGITEL 2014 VIGITEL/ Brasil, 2014 •a dieta dos brasileiros apresenta mais frutas e hortaliças, principalmente entre as mulheres (42,5% de consumo regular) • 15,6% e 18,8% das pessoas relataram consumir sal em excesso e substituir o almoço e/ou jantar por lanches, respectivamente RESULTADOS DO VIGITEL 2014 VIGITEL/ Brasil, 2014 RESULTADOS DO VIGITEL 2014 VIGITEL/ Brasil, 2014 Fator de risco para doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. As doenças crônicas respondem por 72% dos óbitos no país RESULTADOS DO VIGITEL 2014 VIGITEL/ Brasil, 2014 ESTADO NUTRICIONAL X FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES IMC • Índice de Massa Corporal (IMC) (kg/m2) – acima de 25, que caracteriza o sobrepeso, está associado a maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas não- transmissíveis, sendo este gradativo e contínuo. OBESIDADE CENTRAL • A obesidade central estava associada com a hipertensão arterial, importante fator de risco das doenças cardiovasculares. • O excesso de gordura na região abdominal (adiposidade central) pode ter maior capacidade preditiva que a massa corporal total para o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral. CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (NCEP) • CC> 88 cm nas mulheres e> 102 cm nos homens. CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (IDF) • > 80 cm nas mulheres e> 94 cm em homens Razão Cintura/Quadril • A RCQ elevada (>1,0 nos homens e >0,85 nas mulheres) tem sido utilizada como medida clínica para avaliar indivíduos com acúmulo de gordura abdominal OBESIDADE ABDOMINAL COMO FATOR PREDITIVOS DE DOENÇAS CARDIOVACULARES Fatores de risco para doença arterial coronariana Idade História familiar de DCV prematura Tabagismo Hipertensão arterial Diabetes Obesidade Estresse Aumento dos níveis de colesterol total e LDL Homens > 45 anos Mulheres > 55 anos CUPPARI, 2014 PREVENÇÃO E MONITORAMENTO DAS DCV Prevenir hipercolesterolemia Prevenir hipertrigliceridemia Prevenir hipertensão arterial Dieta equlibrada Atividade física DISLIPIDEMIAS • São alterações nas concentrações de lipídios na corrente sanguínea • Podem causar distúrbios no fluxo sanguíneo •Tem comprovada relação com o aparecimento de doença arterial coronariana (DAC) • Estudo com pessoas de idade média de 35 ± 10 anos: 38% dos homens e 42% das mulheres apresentam CT>200mg/dL • Triglicerídeos, fosfolipídios, ésteres de colesterol e colesterol livre. FISIOPATOLOGIA DAS DISLIPIDEMIAS PERGUNTAS IMPORTANTES • Qual o destino metabólico dos lipídios dietéticos? • Como ocorre a circulação de lipídios na corrente sanguínea? • Quais os mecanismos para a formação do processo aterogênico? • Como as concentrações de lipídios séricos podem contribuir para o surgimento das DCV? LIPOPROTEÍNAS X DAC LDL-c: fator de risco para DAC HDL-c: fator de proteção Lp: fator de risco independente APO-B: fator de risco APO-AI: fator de proteção APOPROTEÍNAS • Controlam as interações e o destino metabólico das lipoproteínas • Ativam enzimas lipolíticas – remoção dos lipídios • Sítio reativo que os receptores celulares podem reconhecer e usar no metabolismo das lipoproteínas • Defeitos genéticos em apoproteínas podem estar envolvidos na hiperlipidemia e na aterosclerose acelerada • As lipoproteínas são sintetizadas no intestino delgado e fígado CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE DISLIPIDEMIAS • Hipercolesterolemia isolada: elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dl); • Hipertrigliceridemia isolada: elevação isolada dos TGs (≥ 150 mg/dl) que reflete o aumento do número e/ou do volume de partículas ricas em TG, como VLDL, IDL e quilomícrons. • Hiperlipidemia mista: valores aumentados de LDL-C (≥ 160 mg/dl) e TG (≥ 150 mg/dl). Nesta situação, o colesterol não-HDL também poderá ser usado como indicador e meta terapêutica. •HDL-C baixo: redução do HDL-C (homens < 40 mg/ dl e mulheres < 50 mg/dl) isolada ou em associação a aumento de LDL-C ou de TG. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 VALORES REFERENCIAIS DO PERFIL LIPÍDICO PARA ADULTOS MAIORES DE 20 ANOS Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 Abordagem Terapêutica no Paciente Dislipidêmico Principais Fatores de risco: 1. Tabagismo 2. HAS (PA> 140/90 mmHg ou uso de anti-hipertensivos) 3. História familiar de DCV prematura (IAM ou morte súbita) antes dos 55 anos para homem e 65 anos para mulher, parente de 1° grau. 4. HDL-c < 40m/dL 5. Idade superior a 55 anos para homens e 65 anos para mulheres. JAMA 16; 285 (19): 2486-97, 2001 Abordagem Terapêutica no Paciente Dislipidêmico Avaliação pelo Escore Framingham Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento I,2007 Estima o risco de homens e mulheres nos próximos 10 anos e separa Indivíduos em três categorias < 10% 10 a 20% >20% Idade Pontos 20-34 -9 35-39 -4 40-44 0 45-49 3 50-54 6 55-59 8 60-64 10 65-69 11 70-74 12 75-79 13 HDL-colesterol (mg/dL) Pontos ≥ 60 -1 50-59 0 40-49 1 < 40 2 PA (sistólica, mm Hg) não tratada tratada < 120 0 0 120-129 0 1 130-139 1 2 140-159 1 2 ≥ 160 2 3 Colesterol Total, mg/dL 20-39 40-49 50-59 60-69 70-79 < 160 0 0 0 0 0 160-199 4 3 2 1 0 200-239 7 5 3 1 0 240-279 9 6 4 2 1 ≥ 280 11 8 5 3 1 Fumo 20-39 40-49 50-59 60-69 70-79 Não 0 0 0 0 0 Sim 8 5 3 1 1 Escores de risco de Framingham (ERF) para cálculo do risco absoluto de infarto e morte em 10 anos para homens NCEP ATP III - NIH Publication No. 02-5215 Sep 2002 NCEP ATP III - NIH Publication No. 02-5215 Sep 2002 Idade Pontos 20-34 -735-39 -3 40-44 0 45-49 3 50-54 6 55-59 8 60-64 10 65-69 12 70-74 14 75-79 16 PA (sistólica, mm Hg) não tratada tratada < 120 0 0 120-129 1 3 130-139 2 4 140-159 3 5 ≥ 160 4 6 Fumo 20-39 40-49 50-59 60-69 70-79 Não 0 0 0 0 0 Sim 9 7 4 2 1 Colesterol Total, mg/dL 20-39 40-49 50-59 60-69 70-79 < 160 0 0 0 0 0 160-199 4 3 3 1 1 200-239 8 6 6 2 1 240-279 11 8 8 3 2 ≥ 280 13 10 10 4 2 HDL-colesterol (mg/dL) Pontos ≥ 60 -1 50-59 0 40-49 1 < 40 2 Escores de risco de Framingham (ERF) para cálculo do risco absoluto de infarto e morte em 10 anos para mulheres Total de pontos Homens Risco absoluto 10 anos (%) <0 <1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 2 6 2 7 3 8 4 9 5 10 6 11 8 12 10 13 12 14 16 15 20 16 25 ≥17 ≥30 Total de pontos Mulheres Risco absoluto 10 anos (%) <9 <1 9 1 10 1 11 1 12 1 13 2 14 2 15 3 16 4 17 5 18 6 19 8 20 11 21 14 22 17 23 22 24 27 ≥ 25 ≥30 Escores de risco de Framingham (ERF) para cálculo do risco absoluto de infarto e morte em 10 anos para homens NCEP ATP III - NIH Publication No. 02-5215 Sep 2002 Como verificar o risco cardiovascular? Homem, 58 anos, pressão sistólica não tratada de 135mmHg, colesterol sérico de 280mg/dL, HDL de 35mg/dL e tabagista Qual o risco deste paciente desenvolver doença cardiovascular com iminência de infarto e óbito nos próximos 10 anos? RISCO de 30 % Pontuação segundo Escores de risco de Framingham = 19 pontos! PROTEÍNA C REATIVA DE ALTA SENSIBILIDADE QUINTIL PCR Resposta ao processo inflamatório e acima do quintil 3 é alto risco cardiovascular. 1 0,1 – 0,7 mg/L 2 0,7 – 1,1 mg/L 4 2,0 – 3,8 mg/L 5 3,9 – 15,0 mg/L 3 1,2 – 1,9 mg/L TRATAMENTO NUTRICIONAL NAS DISLIPIDEMIAS OBJETIVOS DIETOTERÁPICOS NAS DISLIPIDEMIAS • Reduzir valores de colesterol total, LDL-colesterol e triglicérides aumentados • Controlar fatores da dieta de risco cardiovascular e doenças associadas • Adequar o estado nutricional • Promover educação alimentar Recomendação nutricional para pacientes dislipidêmicos Gordura total 20-35% das calorias totais Ácidos graxos saturados ≤ 7% das calorias totais Ácidos graxos poli-insaturados ≤ 10% das calorias totais Ácidos graxos monoinsaturados ≤ 20% das calorias totais Carboidratos 50-60% das calorias totais Proteínas 15% das calorias totais Colesterol ≤ 200 mg por dia Fibras 20-30 g por dia Calorias Ajustado ao peso desejável Nutrientes Ingestão recomendada DITEN, 2011 Recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias IV DBD 2007 Recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias • Ácidos graxos polinsaturados: Promovem redução dos triglicérides plasmáticos pela diminuição da síntese hepática de VLDL, Podem ainda exercer outros efeitos cardiovasculares, como redução da viscosidade do sangue, maior relaxamento do endotélio e também efeitos antiarrítmicos. Arquivos Brasileitos de Cardiologia - Volume 88, Suplemento I, Abril 2007 ÔMEGA-6 (ÁC. LINOLÉICO) •Em grande quantidade, possuem maior capacidade de induzir estresse oxidativo e inflamatório • Fontes alimentares são os óleos vegetais de soja, milho, e girassol • Ác. a- linolênico: essencial ao ser humano, presente nos vegetais • EPA e DHA: peixes de água muito frias e profundas • Reduzem níveis de TGL por inibir a síntese e secreção de VLDL • São encontrados nos vegetais (soja, canola e linhaça) e em peixes de águas frias (cavala, sardinha, salmão, arenque). ÔMEGA-3 (ÁC. LINOLÊNICO) METABOLISMO DO ω-3 e ω-6 Ácido oléico (ômega-9): Suas principais fontes dietéticas são o óleo de oliva, óleo de canola, azeitona, abacate e oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes, amêndoas) Redução do colesterol total e do LDL, efeito antitrombótico e inibição da agregação plaquetária Dieta do mediterrâneo (azeite de oliva): redução de TGL plasmáticos. • Ácidos Graxos Monoinsaturados Recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007 • Ácidos Graxos Saturados Para diminuir o consumo de ácidos graxos saturados aconselha-se a redução da ingestão de gordura animal (carnes gordurosas, leite e derivados), de polpa e leite de coco e de alguns óleos vegetais, como os de dendê. •Ácidos Graxos Trans Principal fonte de ácidos graxos trans na dieta é a gordura vegetal hidrogenada, utilizada no preparo de sorvetes cremosos, chocolates, pães recheados, molhos para salada, sobremesas cremosas, biscoitos recheados, alimentos com consistência crocante (nuggets, croissants, tortas), bolos industrializados, margarinas duras e alguns alimentos produzidos em redes de “fast-foods. A ingestão de gordura trans deva ser menor que 1% das calorias totais da dieta” Recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007 • Fibras A recomendação de ingestão de fibra alimentar total para adultos é de 20 a 30 g/dia, 5 a 10g destas devendo ser solúveis, como medida adicional para a redução do colesterol •Fitosteróis Os fitosteróis desempenham funções estruturais análogas ao colesterol. A ingestão de 3 a 4 g/dia de fitosteróis pode ser utilizada como adjuvante ao tratamento hipolipemiante (redução de LDL). Recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007 • Proteína da soja A ingestão de proteína da soja (25 gramas /dia) pode reduzir o colesterol plasmático. As principais fontes de soja na alimentação são: feijão de soja, óleo de soja, queijo de soja (tofu), molho de soja (shoyo), farinha de soja, leite de soja e o concentrado proteico da soja. • Antioxidantes Os antioxidantes, dentre eles os flavonóides, presentes na dieta podem inibir a oxidação das LDL, diminuindo sua aterogenicidade e, conseqüentemente, o risco de doença arterial coronária. Os flavonóides são antioxidantes polifenólicos encontrados nos alimentos, principalmente nas verduras, frutas (cereja, amora, uva, morango, jabuticaba), grãos, sementes, castanhas, condimentos e ervas e também em bebidas como vinho, suco de uva e chá. Recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007 V DBD 2013 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 Recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias V DBD 2013 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 Recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias Impacto de mudanças alimentares e de estilo de vida sobre a hipercolesterolemia (CT e LDL-C) V DBD 2013 Intervenção não medicamentosa Magnitude Nível de evidência Redução de peso + B Reduzir a ingestão de AG saturados +++ A Reduzir a ingestão de AG trans +++ A Ingestão de fitoesteróis +++ A Ingestão de fibras solúveis ++ A Ingestão de proteínas da soja + B Aumento da atividade física + A Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 Impacto de mudanças alimentares e de estilo de vida sobre a trigliceridemia V DBD 2013 Intervenção não medicamentosaMagnitude Nível de evidência Redução de peso +++ A Reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas +++ A Reduzir a ingestão de açúcares simples +++ A Reduzir a ingestão de carboidratos ++ A Substituir os AGs sat por mono e poli . ++ B Aumento da atividade física ++ A Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 Tratamento da Hipertrigliceridemia Estratégias do tratamento Dependem da causa e da severidade Limítrofes: 150-199mg/dL Redução Ponderal Atividade Física IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007 Tratamento da Hipertrigliceridemia 200- 499 mg/dL (Alto Risco) •Redução Ponderal •Estimular Atividade Física •Terapia Medicamentosa > 500 mg/dL •Prevenir o aparecimento de pancreatite aguda •Consumo de gorduras <15% VCT IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007 Tratamento da Hipertrigliceridemia Na presença de resistência à insulina e Intolerância à Glicose Evitar o consumo de açúcares simples, carboidratos refinados e gorduras Evitar o consumo de bebidas alcoólicas IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007 ATEROSCLEROSE Definição: doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre. Ocorre principalmente em grandes artérias: aorta, pulmonar, carótidas e grandes vasos abdominais ATEROS- CLEROSE Idade: Homens 45 anos e Mulheres após a menopausa Sexo: masculino > feminino História familiar de evento prematuro: Homens antes dos 55 anos e Mulheres antes dos 65 anos. Tabagismo Hipertensão arterial Diabetes Recomendações para prevenção da aterosclerose • Reduzir a ingestão de colesterol e AGS, deve-se restringir o consumo de alimentos de origem animal (colesterol e AGS) e de óleos de dendê e coco e substituir por ácidos graxos insaturados (cavala, sardinha, salmão (EPA e DHA) e óleos de soja e canola). • As principais fontes de gorduras trans (margarinas duras, óleos e gorduras hidrogenadas e gorduras industriais) devem ser evitadas Ingestão de fibra alimentar total para adultos é de 20 a 30 g/dia, sendo em torno de 25% (6g) de fibra solúvel DITEN, 2011 Recomendações para prevenção da aterosclerose • A ingestão de 3 – 4 g/dia de fitosteróis promove a redução do LDL- C em 10-15% e é opção para o tratamento da hipercolesterolemia • Não há evidência de que a suplementação com antioxidantes previna a doença coronária • Pacientes com níveis muito elevados de TG e que apresentem quilomicronemia, devem reduzir a ingestão de gordura total da dieta. • Na hipertrigliceridemia secundária à obesidade ou diabetes, recomenda-se, respectivamente, dieta hipocalórica, restrição de carboidratos e compensação do diabetes. • Recomenda-se restrição total do consumo de álcool DITEN, 2011 SÍNDROME METABÓLICA SÍNDROME METABÓLICA A Síndrome Metabólica é uma condição de risco para o desenvolvimento de doença aterosclerótica sistêmica, em especial a coronariana, e esta relacionada ao desenvolvimento do Diabetes tipo 2 Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 2006:208-215 RISCO CARDIOMETABÓLICO SÍNDROME METABÓLICA Pessoas com SM tem 3 vezes mais risco de terem um ataque cardíaco, e o dobro da probabilidade de morrerem por causa dele; Pessoas com SM possuem um risco 5 vezes maior de virem a ter diabetes tipo 2; Até 80% dos 200 milhões de pessoas com diabetes no mundo, morrerão de doença cardiovascular; Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 2006:208-215 RISCO CARDIOMETABÓLICO Fisiopatologia da Síndrome Metabólica Influências ambientaisInfluências genéticas Resistência à insulina • OBESIDADE • TABAGISMO • GORDURAS SATURADAS • SEDENTARISMOHiperinsulinemia Metabolismo de glicose Metabolismo de Ác.úrico Dislipidemia Hemodinâmica Hemostática Intolerancia à glicose Hiperuricemia Gota Urolitiase Hiperatividade simpática Retenção de Na Hipertensão PAI-1 Fibrinogênio Doença coronariana REAVEN, 1999; ECKEL et al., 2005 Hipertrigliceridemia Hipercolesterolemia HDL-c LDL densas • ALTERAÇÕES RECEPTORES • SINALIZAÇÃO (C-JUN) • ENZIMAS METAB, CH DISLIPIDEMIA ATEROGÊNICA E A SÍNDROME METABÓLICA • As causas podem ser, simultaneamente, responsáveis por outros fatores de risco não- lipídico (hipertensão, diabetes tipo 2, estado pró- trombótico e pró-inflamatório) • Resistência à insulina é uma anormalidade subjacente responsável pela síndrome metabólica. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 Fatores Metabólicos O excesso de peso associado ao acúmulo de gordura na região central está associado a maior risco de doença aterosclerótica Pressão arterial elevada; Glicemia elevada Arquivos Brasileitos de Cardiologia - Volume 88, Suplemento I, Abril 2007 triglicérides elevados, HDL-C baixo, partículas de LDL pequenas e densas, hiperlipidemia pós prandial Síndrome Metabólica Tratamento Não-Medicamentoso da Síndrome Metabólica Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, Abril 2005 • Plano alimentar individualizado e redução de peso sustentável de 5% a 10% de peso corporal inicial; • Para obesos, a dieta deve ser hipocalórica, com uma redução de 500kcal a 1000kcal ou utilizar 20kcal a 25kcal/kg peso atual/dia • Carboidratos 50% – 60% das calorias totais • Proteína 0,8 g a 1,0 g/kg peso atual/dia ou 15% • Gordura total 25% – 35% das calorias totais • Ácidos graxos saturados (AGS) < 10% das calorias totais • Ácidos graxos poliinsaturados (AGPI) Até 10% das calorias totais • Ácidos graxos monoinsaturados (AGMI) Até 20% das calorias totais • Colesterol < 300 mg/dia • Fibras 20 g – 30 g/dia Tratamento Não-Medicamentoso da Síndrome Metabólica Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, Abril 2005 • O plano alimentar deve prover a recomendação para o consumo diário de duas a quatro porções de frutas, sendo pelo menos uma rica em vitamina C (frutas cítricas) e de três a cinco porções de hortaliças cruas e cozidas. Recomenda-se, sempre que possível, dar preferência aos alimentos integrais; • A adoção do modelo dietético DASH e da Dieta Mediterrânea; • Além da implementação de um plano alimentar adequado e realização de exercício físico, a inclusão de outros itens, tais como, controle das situações estressantes, cessação do fumo e controle na ingestão de bebida alcoólica. Dietoterapia na Hipertensão Arterial A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clinica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). CONCEITUAÇÃO Rev Bras Hipertens vol.17(1):7-10, 2010. Associa-se freqüentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos orgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com conseqüente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais CONCEITUAÇÃO Rev Bras Hipertens vol.17(1):7-10, 2010. PRESSÃO NAS 24 horas A pressão arterial (PA) varia em virtude da interação de fatores neuro-humorais, comportamentais e ambientais ATIVIDADES PRESSÃO SISTÓLICA PRESSÃO DIASTÓLICA Reuniões + 20,2 +15,0 Trabalho + 16,0 +13,0 Caminhar + 12,0 + 5,5 Vestir + 11,5 + 9,7 Tarefas domésticas + 10,7 + 6,7 Telefonar + 9,5 + 7,2 Conversar + 6,7 + 6,7 Assistir à TV + 0,3 + 1,1 Repouso 0 0 Dormir - 10,0 - 7,6 V Diretrizes Brasileiras de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e III Diretrizes Brasileiras de Monitorização Residencialda Pressão Arterial (MRPA), 2011 FISIOPATOLOGIA DAS HIPERTENSÃO • Cefaléia • Distúrbios visuais • Sangramento nasal • Zumbido • Tontura • Cansaço • Palpitação • Síncope Quadro Clínico • Idade • Sexo e etnia • Excesso de peso e obesidade • Ingestão de sal • Ingestão de álcool • Sedentarismo • Fatores socioeconômicos • Genética Fatores de risco para hipertensão arterial CLASSIFICAÇÃO DA PA (> 18 ANOS) TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO OBJETIVO Diminuir a morbidade e a mortalidade cardiovasculares, por meio de modificações do estilo de vida que favoreçam a redução da pressão arterial INDICAÇÕES - Indivíduos hipertensos - Indivíduos normotensos mas de alto risco cardiovascular MEDICAMENTOSO Para o manejo de indivíduos com comportamento limítrofe da PA, recomenda-se considerar o tratamento medicamentoso apenas em condições de risco cardiovascular global alto ou muito alto. NÃO - MEDICAMENTOSO As mudanças no estilo de vida são recomendadas na prevenção primária da HAS, notadamente nos indivíduos com PA limítrofe, reduzem a PA, bem como a mortalidade cardiovascular. PREVENÇÃO PRIMÁRIA MEDICAMENTOSO NÃO - MEDICAMENTOSO DIRETRIZES DO TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO I O tratamento não medicamentoso (TNM) da HA envolve controle ponderal, medidas nutricionais, prática de atividades físicas, cessação do tabagismo, controle de estresse, entre outros. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 MODIFICAÇÕES NO ESTILO DE VIDA NO CONTROLE DA PA Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 Peso corporal Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 • O aumento de peso está diretamente relacionado ao aumento da PA tanto em adultos quanto em crianças; • A relação entre sobrepeso e alteração da PA já pode ser observada a partir dos 8 anos; • O aumento da gordura visceral também é considerado um fator de risco para HA; Reduções• de peso e de CA correlacionam-se com reduções da PA e melhora metabólica. Aspectos nutricionais DIETA DASH • O padrão dietético DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension é rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, e contém quantidades reduzidas de colesterol, gordura total e saturada. A adoção desse padrão alimentar reduz a PA DIETA MEDITER- RÂNEA • A dieta do Mediterrâneo também é rica em frutas, hortaliças e cerais integrais. Apesar da limitação de estudos, a adoção dessa dieta parece ter efeito hipotensor. DIETA VEGETA- RIANA As dietas vegetarianas preconizam o consumo de alimentos de • origem vegetal. Essas dietas têm sido associadas com valores mais baixos de PA Enfatiza o consumo de: frutas, hortaliças e laticínios com baixo teor de gordura; inclui a ingestão de cereais integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas; preconiza a redução da ingestão de carne vermelha, doces e bebidas com açúcar. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 DIETA MEDITERRÂNEA • É rica em frutas, hortaliças e cerais integrais, porém possui quantidades generosas de azeite de oliva (fonte de gorduras monoinsaturadas) e inclui o consumo de peixes e oleaginosas, além da ingestão moderada de vinho Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 Redução do consumo de sódio Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 • O aumento do consumo de sódio está relacionado com o aumento da PA; • Alguns estudos sugerem que o consumo muito baixo eleva o risco de DCV, enquanto outros sustentam que a diminuição de sódio diminui o risco CV • O limite de consumo diário de sódio em 2,0 g está associado à diminuição da PA. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 Ácidos graxos insaturados Os• ácidos graxos ômega-3 provenientes dos óleos de peixe (eicosapentaenoico – EPA e docosaexaenoico - DHA) estão associados com redução modesta da PA • a ingestão ≥ 2g/dia de EPA+DHA reduz a PA e que doses menores (1 a 2 g/dia) reduzem apenas a PAS; • O consumo de ácidos graxos monoinsaturados também tem sido associado à redução da PA. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 Fibras A ingestão de fibras promove discreta diminuição da PA, destacando- se o beta glucano proveniente da aveia e da cevada. As fibras solúveis são representadas pelo farelo de aveia, pectina (frutas) e pelas gomas (aveia, cevada e leguminosas: feijão, grão-de- bico, lentilha e ervilha), e as insolúveis pela celulose (trigo), hemicelulose (grãos) e lignina (hortaliças). Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 Oleaginosas • O consumo de oleaginosas auxilia no controle de vários FRCV, mas poucos estudos relacionam esse consumo com a diminuição da PA. • O consumo de diferentes tipos de castanha pode diminuir a PA Laticínios e vitamina D • A ingestão de laticínios, em especial os com baixo teor de gordura, reduz a PA (Ca, K, peptídeos bioativos); • Níveis séricos baixos de vitamina D se associaram com maior incidência de HA. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 Alho Café e chá verde Chocolate amargo Diminuiç• ão da PA tem sido relatada com a suplementação de várias formas do alho; • O alho possui inúmeros componentes bioativos, como a alicina (encontrada no alho cru) e a s-alil-cisteína (encontrada no alho processado). • O café, apesar de rico em cafeína, substância com efeito pressor agudo, possui polifenóis que podem favorecer a redução da PA; Recomenda• -se que o consumo não exceda quantidades baixas a moderadas • O chá verde, além de ser rico em polifenóis, em especial as catequinas, possui cafeína. Recomenda-se o consumo em doses baixas • O chocolate com pelo menos 70% de cacau pode promover discreta redução da PA, devido às altas concentrações de polifenóis. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 • O consumo habitual de álcool eleva a PA de forma linear e o consumo excessivo associa-se com aumento na incidência de HA; Estima• -se que um aumento de 10 g/dia na ingestão de álcool eleve a PA em 1 mmHg Álcool Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 • A inatividade física tem sido considerada “o maior problema de saúde pública”; • A prática regular de atividade física pode ser benéfica tanto na prevenção quanto no tratamento da HA. No• tratamento da HA, benefícios adicionais podem ser obtidos com exercícios físicos estruturados, caracterizando um treinamento individualizado. Atividade física/exercício físico Para todos os hipertensos - Recomendação populacional – Prática de atividade física Fazer, no mínimo, 30 min/dia de atividade física moderada, de forma contínua (1 x 30 min) ou acumulada (2 x 15 min ou 3 x 10 min) em 5 a 7 dias da semana. • O hábito de fumar é apontado como fator negativo no controle de hipertensos; No• entanto, não há evidências que a cessação do tabagismo reduza a PA. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 Cessação do tabagismo Respiração lenta A respiração lenta ou guiada requer a redução da frequência respiratória para menos de 6 a 10 respirações/ minuto durante 15-20 minutos/dia para promover redução na PA casual. Controle do estresse Estudos apontam a importância das psicoterapias comportamentais e das práticas de técnicas de meditação, biofeedback e relaxamento no tratamento da HA. MEDIDAS PREVENTIVAS PARA EVITAR HAS Manutenção• do peso ideal Prática• regular de atividade física • Redução da ingestão de sal e aumento da de potássio Evitar• a ingestão de bebidas alcoólicas Seguir• dieta saudável que deve conter baixo teor de gordura, principalmente saturadas, baixo teor de colesterol, elevado teor de potássio e baixo teor de sódio • O valor calórico total deveser ajustado para obtenção e manutenção do peso ideal. DITEN, 2011 MEDIDAS PREVENTIVAS PARA EVITAR HAS DITEN, 2011 Recomendações dietéticas Preferir Alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados. Temperos naturais: limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha. Verduras, legumes, frutas, grãos e fibras. Peixes e aves preparadas sem pele. Produtos lácteos desnatados. Limitar Sal. Álcool. Gema de ovo: no máximo três/semana. Crustáceos. Margarinas, dando preferência às cremosas, alvarinas e ricas em fitosterol. Evitar Açúcares e doces. Frituras. Derivados de leite na forma integral, com gordura. Carnes vermelhas com gordura aparente e vísceras. Alimentos processados e industrializados: embutidos, conservas, enlatados, defumados e salgados de pacote. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Caracteriza-se pela morte de células de uma região do músculo cardíaco por causa da ausência ou insuficiência da irrigação sanguínea. Normalmente é causado pela oclusão de uma artéria coronária em razão da formação de um trombo, mas também pode ocorrer devido a um espasmo coronário (como no abuso de cocaína) ou de embolia coronária (rara), porém são menos freqüentes. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO FISIOPATOLOGIA • É a principal causa de morte nos países industrializados. • A principal causa do IAM é a limitação do fluxo coronário, que leva à necrose do músculo cardíaco. • Placa aterosclerótica deposição de colágeno adesão e agregação plaquetária com ativação da cascata de coagulação formação do trombo. • Processo aterosclerótico causa estreitamento da luz coronária, reduzindo fluxo cardíaco para miocárdio = Infarto Agudo do Miocárdio Herança genética Idade > 45 anos homens e > 55 anos mulheres Obesidade HAS DM Dislipidemias Sexo masculino Estresse FATORES DE RISCO PARA IAM SINTOMAS • O sintoma mais freqüente é a angina (dor no peito), que pode se irradiar para o pescoço, a mandíbula, os membros superiores e o dorso • Sudorese, náusea, vômito, palidez, taquicardia • Elevação de enzimas (creatinofosfoquinase, troponina) COMPLICAÇÕES • Arritmias PREVENÇÃO • Dieta • Exercício • Controle da pressão arterial • Redução do estresse • Evitar o fumo INFARTO DO MIOCÁRDIO TRATAMENTO O tratamento inicial inclui a utilização de analgésicos, oxigenoterapia, e fluídos intravenosos . Drogas utilizadas: antiarrítmicos, diuréticos e beta- bloqueadores TRATAMENTO DIETÉTICO • Todo o cuidado é direcionado para proporcionar o descanso cardíaco. • A dieta é modificada no valor energético, na textura e no conteúdo de gordura e sódio. DIETOTERAPIA NO INFARTO DO MIOCÁRDIO •Energia: É aconselhável pequeno período de subnutrição. Se o paciente é obeso, a dieta deve promover a perda de peso. Cálculo pela fórmula de Harris Benedict ou oferta de 20 a 30kcal/kg/dia • Fracionamento de 4 a 6 refeições dias em pequenos volumes • Textura: Preferir alimentos macios (líquidos-pastosos) e de fácil digestão • Evitar temperaturas extremas (quente - frio) • Fibras para melhorar funcionamento intestinal • Verificar necessidade de suplementos orais • Lipídeos: Controlar a quantidade e espécie de gordura • Hipossódica (cuidado com o teor de sódio nos medicamentos) • Cuidado com os diuréticos – Hipocalemia (estimular consumo de frutas e hortaliças ricas em potássio). • Evitar café, chá, cacau, chocolate, bebida a base de cola, bem como bebida alcoólica. DIETOTERAPIA NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO • Prevenção do Tabagismo, HAS, DM e Dislipidemia • Controle da Obesidade • A dieta recomendada para prevenção pós- IAM é da AHA com restrição calórica de acordo com o IMC, ajustada para perda de peso de 10% em 6 meses. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio,2009 • IMC entre 25 e 27, reduzir 500 a 1000kcal. • IMC mais elevado: reduzir 1000 a 1500kcal • Pode ser utilizada fórmula de redução de peso pela DRI (ver no fim da aula) • Síndrome metabólica: controle da dislipidemia aterogênica, HC a 50%, lipídios a 35% com ênfase em gordura monoinsaturada e redução da saturada a < 7% do VET PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2004 IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio,2009 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA É o estado no qual o coração perde a capacidade de bombear a quantidade de sangue suficiente para suprir as necessidades metabólicas do momento. CAUSAS: • Subjacentes Congênita ou adquirida Valvar ou coronária Pericárdica ou miocárdica INSUFICIÊNCIA CARDÍACA A IC crônica tem sido classicamente categorizada com base na intensidade de sintomas em 4 classes: Classe I - ausência de sintomas (dispneia) durante atividades cotidianas. A limitação para esforços é semelhante à esperada em indivíduos normais; Classe II - sintomas desencadeados por atividades cotidianas; Classe III - sintomas desencadeados em atividades menos intensas que as cotidianas ou pequenos esforços; Classe IV - sintomas em repouso. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Insuficiência cardíaca X Desnutrição • Por anorexia • Por hipermetabolismo • Por má absorção • Por maior perda de nutrientes Débito Cardíaco Fluxo sangüíneo para o rim Reabsorção tubular de sódio e água EDEMA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Insuficiência cardíaca X Desnutrição • Os músculos vão se consumindo, mas o peso é mascarado pelo edema. • Há redução plasmática de albumina, hemoglobina, folatos, tiamina, potássio, cálcio e magnésio. • A falta de apetite pode indicar uma via alternativa de alimentação. • Perda ponderal progressiva levando à CAQUEXIA CARDÍACA com déficit de peso até 20%. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Insuficiência cardíaca X Desnutrição • Pacientes com ICC podem ter aumentado gasto energético calórico, especialmente aqueles com caquexia cardíaca, que ocorre em até 15% dos doentes com insuficiência cardíaca. • A caquexia cardíaca pode ser sugerida quando perda de 6% do peso magro (ausência de edema) em seis meses. Colesterol total diminuído pode marcar o paciente com ICC que cursa com desnutrição moderada DITEN, 2011 OBJETIVOS NUTRICIONAIS Insuficiência Cardíaca Congestiva • Manutenção do peso seco adequado e tratamento das condições pre-existentes (dislipidemia, DM, HAS, etc); • Correção da obesidade ou recuperação do peso magro; • Na caquexia cardíaca: uso de suplementos (BCAA, arginina, creatina, antioxidantes); • Restrição de sal; Na• presença de anorexia: TNE oral ou por sonda DITEN, 2011DITEN, 2011 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • Energia - 28kcal/kg de peso para pacientes com estado nutricional adequado e 32kcal/kg de peso para pacientes nutricionalmente depletados, considera-se o peso do paciente sem edemas; • Proteína - 15 a 20% do valor calórico total da dieta; • Carboidratos - 50 a 55% da ingestão energética, priorizando os carboidratos integrais; Gordura• - 30 a 35%, com ênfase às gorduras mono e polinssaturadas; • Sódio - De 2 a 3g/dia, principalmente nos estágios mais avançados da doença e na ausência de hiponatremia ou na dificuldade para alimentação com baixo teor de sódio. Arq Bras Cardiol 2009; 93(1 supl.1): 1-71 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • Álcool - Há a necessidade de completa abstinência, entretanto, quantidades limitadas diárias (20- 30ml de álcool em vinho tinto) em pacientes estáveis, classes I-II, poderiam ser de benefício na presença de doença coronariana; • Suplementação nutricional - nos pacientes com suporte calórico inadequado;• Restrição hídrica - Em média a ingestão de líquidos sugerida é de 1.000 a 1.500 ml em pacientes sintomáticos com risco de hipervolemia; • Monitoramento do peso corporal - O paciente deverá ser instruído a verificar diariamente o seu peso (perdas e ganhos). Arq Bras Cardiol 2009; 93(1 supl.1): 1-71 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL - AVC Acidente vascular cerebral é o resultado da interrupção ou diminuição do transporte de sangue ao cérebro em consequência da obstrução de um vaso. A ausência de irrigação impede a oxigenação e nutrição das células provocando morte celular e danos às funções neurológicas. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL - AVC TIPOS DE AVC’s: Acidente• vascular cerebral isquêmico - Ocorre devido à formação de um trombo que bloqueia ou diminui a passagem de sangue. Cerca de 80% dos AVCs são causados por isquemia. Acidente• vascular cerebral hemorrágico – Ocorre quando há ruptura de um vaso sanguíneo. SINTOMAS:• Os sinais mais comuns são déficit sensitivo, alterações na coordenação motora, dificuldade para focar a visão, para deglutir, paralisia facial, distúrbios da fala e outros. DIETOTERAPIA NO AVC Tratamento• inicial: jejum com hidratação intravenosa Pode• ser necessário a utilização de sonda (recomendado a gastrostomia ou jejunostomia) Progredir• da dieta zero para líquidos (com espessantes) pastosa a branda lentamente (usar colher em vez de garfo) Se• disfagia, evita alimentos que possam causar engasgos Umedecer• alimentos com líquidos em caso de problemas com a produção de saliva Limitar• a ingestão de gorduras saturadas, trans e colesterol Preferir• alimentos desnatados, pobre em gordura e em sódio Aumentar• a ingestão de fibras e líquidos Necessidades• calóricas podem variar de 25 a 45kcal/dia e proteínas de 1,2 a 1,5g/kg/dia Escott-Stump, 2007 Diretriz Prevenção Cardiovascular (2013) Resumo das recomendações para obesidade e sobrepeso na prevenção primária da doença cardiovascular. Três• refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia Ficar• atento aos rótulos dos alimentos e escolher aqueles com menores quantidades de gorduras trans Evitar• refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas Dar• preferência ao consumo de água nos intervalos das refeições Fazer• pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias Aqueles• com tendência a obesidade ou com perfil familiar, devem fazer 45-60 minutos de atividade física de intensidade moderada por dia; os que foram obesos e perderam peso devem fazer 60-90 minutos para evitar recuperar o peso Evitar• o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6Supl.2): 1-63 I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular (2013) I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular (2013) I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular (2013) FIM!
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