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Direito ADMINISTRATIVO II

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A partir de hoje, matéria da P2								Aula de 19/04/2013
DELEGAÇÃO de SERVIÇO PÚBLICO – Lei 8.987/95
Ao invés de criar um órgão ou entidade que realize determinado serviço, a Administração Pública delega sua execução para que o particular preste esse serviço por sua conta e risco – Art. 21, XI e XII, da CRFB.
Art. 21. Compete à União:
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
DELEGAÇÃO é a transferência da execução de um serviço público para um particular, normalmente através de contrato. A delegação desse serviço pode se dar por CONCESSÃO ou PERMISSÃO (formas de delegação de serviço público).
Para Hely Lopes, há também a AUTORIZAÇÃO. A doutrina hoje entende que autorização não é forma de delegação (1º) porque não está na Lei 8.987/95 e (2º) porque na autorização o interesse primordial é do particular que a recebe. Ex.: autonomia de taxista, autorização para que uma comunidade de moradores realize uma obra pública em sua área etc.
CONCESSÃO
A natureza jurídica da concessão é de contrato administrativo (contratual).
(A) FORMALIZAÇÃO – a formalização da concessão se dá através de contrato administrativo;
(B) ABRANGÊNCIA – o que se passa para o particular é apenas a execução do serviço público. O serviço continua sendo público, regido pelas normas de Direito Público, de modo que fora sua execução, nenhuma prerrogativa de direito público (ou do Poder Público) é transferida ao particular.
(C) FIGURA DO CONCESSIONÁRIO – segundo o Art. 2º, inciso II, da mencionada lei, o concessionário de serviço público pode ser uma pessoa jurídica ou um consórcio de empresas. Trata-se de pessoa jurídica de direito privado, regida pelo direito privado, mas que por estar prestando serviço público, tem de forma pontual a incidência do Direito Público, e vai responder OBJETIVAMENTE , na forma do Art. 37, XXI, da CRFB.
Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão;
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
Lei 12.016/09 – Art. 1º, parágrafo único: para fins do Mandado de Segurança, é equiparado a autoridade pública o delegatário de serviço público (pessoa jurídica de direito privado ou mesmo pessoa física).
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. (...)
(D) RESPONSABILIDADE – o concessionário recebe a delegação do serviço público, respondendo pela execução por sua conta e risco. Pela EXISTÊNCIA da obra quem responde é a Administração Pública; já pela EXECUÇÃO da obra quem responde é o particular (empreiteiro), admitida pela doutrina a eventual responsabilidade subsidiária do Estado, como, p. ex., em caso de falência do particular (que lhe inviabilize dar continuidade à obra).
(E) REGULAMENTAÇÃO e CONTROLE – mesmo delegado/passado o serviço público para o particular, cabe à Administração Pública a regulamentação e o controle desse serviço, na forma do Art. 175 da CRFB e das respectivas cláusulas contratuais.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Criaram-se as Agências Reguladoras para regulamentar e fiscalizar os serviços. A ideia de Agência Reguladora é a de uma autarquia em regime especial, com maior autonomia, para que mercado, governo e sociedade possam, em tese, fazer a regulamentação e o controle dos serviços públicos.
(F) LICITAÇÃO – dá-se na modalidade concorrência, sendo que o contrato deve ser precedido de uma licitação. Tem algumas especificidades que estão nos Arts. 15 e seguintes da Lei 8.987/95, dentre as quais a possibilidade de se colocar a fase de habilitação para depois da fase de julgamento. Há uma exceção que é a da Lei 9.491/97, que trata da DESESTATIZAÇÃO, na qual se pode fazer a concessão mediante LEILÃO, em que o particular leva a empresa e a concessão do serviço público juntas.
Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes critérios:
I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;
II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão;
III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e VII;
IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica;
VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; ou
VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas técnicas.
§ 1o A aplicação do critério previsto no inciso III só será admitida quando previamente estabelecida no edital de licitação, inclusive com regras e fórmulas precisas para avaliação econômico-financeira.
§ 2o Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V, VI e VII, o edital de licitação conterá parâmetrose exigências para formulação de propostas técnicas.
§ 3o O poder concedente recusará propostas manifestamente inexequíveis ou financeiramente incompatíveis com os objetivos da licitação.
§ 4o Em igualdade de condições, será dada preferência à proposta apresentada por empresa brasileira.
Dispositivos pertinentes da Lei 9.491/97:
Art. 2º (...)
§ 3º O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, por determinação do Conselho Nacional de Desestatização, definido nesta Lei, e por solicitação de Estados ou Municípios, poderá firmar com eles ajuste para supervisionar o processo de desestatização de empresas controladas por aquelas unidades federadas, detentoras de concessão, permissão ou autorização para prestação de serviços públicos, observados, quanto ao processo de desestatização, os procedimentos estabelecidos nesta Lei.
§ 4° Na hipótese do parágrafo anterior, a licitação para a outorga ou transferência da concessão do serviço a ser desestatizado poderá ser realizada na modalidade de leilão.
Art.  4º As desestatizações serão executadas mediante as seguintes modalidades operacionais:
I - alienação de participação societária, inclusive de controle acionário, preferencialmente mediante a pulverização de ações;
II - abertura de capital;
III - aumento de capital, com renúncia ou cessão, total ou parcial, de direitos de subscrição;
IV - alienação, arrendamento, locação, comodato ou cessão de bens e instalações;
V - dissolução de sociedades ou desativação parcial de seus empreendimentos, com a conseqüente alienação de seus ativos;
VI - concessão, permissão ou autorização de serviços públicos.
VII - aforamento, remição de foro, permuta, cessão, concessão de direito real de uso resolúvel e alienação mediante venda de bens imóveis de domínio da União. (...)
§ 3° Nas desestatizações executadas mediante as modalidades operacionais previstas nos incisos I, IV, V, VI e VII deste artigo, a licitação poderá ser realizada na modalidade de leilão. (...)
(G) EXTINÇÃO – As formas de extinção da concessão de serviço público estão previstas no Art. 35 da Lei 8.987/95:
I – ADVENTO DO TERMO CONTRATUAL: acabado o prazo de duração do contrato, acaba a concessão.
II – REVERSÃO: na extinção da concessão, qualquer que seja o caso, tem-se o que a doutrina chama de reversão. Terminada a concessão, os bens utilizados ou pertinentes à execução do serviço público são revertidos/incorporados ao patrimônio público. Justifica-se pelo princípio da continuidade do serviço público. Em regra, o Poder Público nada paga ao concessionário no ato da reversão, pois esses bens já foram amortizados no valor das tarifas cobradas pelo serviço delegado. Exceção: quando o tempo de duração do contrato de concessão não for suficiente para a amortização integral, o Poder Público tem que indenizar o concessionário na forma do Art. 36 da referida lei.
[menção ao princípio da modernidade ou da atualidade, e da segurança do serviço público]
Arts. 37 e 38 da Lei 8.987/95 – Encampação e Caducidade são praticamente exemplos de rescisão unilateral de contratos administrativos.
	ENCAMPAÇÃO
	CADUCIDADE
	O fundamento é o interesse público;
É necessária lei específica para que haja encampação;
Indenização PRÉVIA.
	 O fundamento é a inexecução total ou parcial do serviço público;
 Aí só é necessário que se abra um processo administrativo, para que se declare, por DECRETO, a caducidade;
 A indenização é POSTERIOR, descontadas as penalidades.
Capítulo X
DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
Art. 35. Extingue-se a concessão por:
I - advento do termo contratual;
II - encampação;
III - caducidade;
IV - rescisão;
V - anulação; e
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.
§ 1o Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.
§ 2o Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários.
§ 3o A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis.
§ 4o Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder concedente, antecipando-se à extinção da concessão, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos montantes da indenização que será devida à concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta Lei.
Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.
Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.
§ 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando:
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão;
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;
VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e
VII - a concessionária não atender a intimação do poder concedente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.  (Redação dada pela Lei nº 12.767, de 2012)
§ 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.
§ 3o Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.
§ 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo.
§ 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.
§ 6o Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados,até a decisão judicial transitada em julgado.
PERMISSÃO e CONCESSÃO
(hoje em dia quase não há diferença entre essas duas)
PERMISSÃO era ATO ADMINISTRATIVO, discricionário, precário, não precisava fazer licitação.
CONCESSÃO era CONTRATO, vinculado e, portanto, precisava de licitação (geralmente voltada para objetos mais amplos).
O legislador criou algo que a doutrina chamade PERMISSÃO CONDICIONADA, uma permissão com prazo que, caso fosse retirada antes do término desse prazo, a Administração Pública teria que indenizar o permissionário.
Atualmente, PERMISSÃO tem que ter licitação, mesmo sendo ato administrativo, na forma do Art. 175 da CRFB.
Art. 40 da Lei 8.987/95 – a permissão será formalizada através de contrato de adesão precário e discricionário. Com isso, o instituto da permissão ficou praticamente desfigurado.
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.
CONCESSÃO ESPECIAL de SERVIÇO PÚBLICO
(Parcerias Público-Privadas, as famosas PPPs – Lei 11.079/2004)
Concebida no contexto do chamado “Terceiro Setor” e da ideia de “Estado mínimo”.
Parceria pressupõe a ideia de parceiros com o mesmo objetivo. Não é o que ocorre na prática, pois o que se tem na realidade são contratos e, portanto, objetivos diferentes, já que uma das partes pretende uma prestação e a outra visa uma contraprestação.
Pela lei existem 2 espécies de concessão especial de serviço público (PPPs), que estão no Art. 2º, §§1º e 2º, da Lei 11.079/04:
Art. 2o Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa.
§ 1o Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
§ 2o Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.
§ 3o Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
§ 4o É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:
I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou
III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.
A primeira (concessão patrocinada) é a mais frequente e badalada, sendo que a segunda (concessão administrativa) é menos comum.
OBJETO – pela lei, o objeto é obra e/ou serviço (geralmente a obra está ligada/atrelada ao serviço).
CARACTERÍSTICAS
1ª) FINANCIAMENTO DO SETOR PRIVADO – o Estado financia o particular para executar o serviço e/ou fazer a obra;
2ª) COMPARTILHAMENTO DOS RISCOS – Art. 4º, VI, da Lei 11.079/04;
Art. 4o Na contratação de parceria público-privada serão observadas as seguintes diretrizes:
I – eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recursos da sociedade;
II – respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes privados incumbidos da sua execução;
III – indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado;
IV – responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias;
V – transparência dos procedimentos e das decisões;
VI – repartição objetiva de riscos entre as partes;
VII – sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria.
3ª) PLURALIDADE COMPENSATÓRIA – essa contraprestação do Poder Público não é só em dinheiro: pode ser em direitos ou em bens, conforme Art. 6º da Lei 11.079/04.
Art. 6o A contraprestação da Administração Pública nos contratos de parceria público-privada poderá ser feita por:
I – ordem bancária;
II – cessão de créditos não tributários;
III – outorga de direitos em face da Administração Pública;
IV – outorga de direitos sobre bens públicos dominicais;
V – outros meios admitidos em lei.
§ 1o O contrato poderá prever o pagamento ao parceiro privado de remuneração variável vinculada ao seu desempenho, conforme metas e padrões de qualidade e disponibilidade definidos no contrato.
§ 2o O contrato poderá prever o aporte de recursos em favor do parceiro privado para a realização de obras e aquisição de bens reversíveis, nos termos dos incisos X e XI do caput do art. 18 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, desde que autorizado no edital de licitação, se contratos novos, ou em lei específica, se contratos celebrados até 8 de agosto de 2012.
§ 3o O valor do aporte de recursos realizado nos termos do § 2o poderá ser excluído da determinação:
I - do lucro líquido para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; e
II - da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS.
§ 4o A parcela excluída nos termos do § 3o deverá ser computada na determinação do lucro líquido para fins de apuração do lucro real, da base de cálculo da CSLL e da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, na proporção em que o custo para a realização de obras e aquisição de bens a que se refere o § 2o deste artigo for realizado, inclusive mediante depreciação ou extinção da concessão, nos termos do art. 35 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
§ 5o Por ocasião da extinção do contrato, o parceiro privado não receberá indenização pelas parcelas de investimentos vinculados a bens reversíveis ainda não amortizadas ou depreciadas, quando tais investimentos houverem sido realizados com valores provenientes do aporte de recursos de que trata o § 2o.
4ª) CRIAÇÃO de uma SOCIEDADE de PROPÓSITO ESPECÍFICO – Art. 9º da Lei 11.079/04 –> feita a licitação, a empresa vencedora “X” tem de criar uma outra empresa com o propósito específico do contrato.
Art. 9o Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.
§ 1o A transferência do controle da sociedade de propósito específico estará condicionada à autorização expressa da Administração Pública, nos termos do edital e do contrato, observado o disposto no parágrafo único do art. 27 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
§ 2o A sociedade de propósito específico poderá assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado. 
§ 3o A sociedade de propósito específico deverá obedecer a padrões de governança corporativa e adotar contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas, conforme regulamento. 
§ 4o Fica vedado à Administração Pública ser titular da maioria do capital votante das sociedades de que trata este Capítulo.
§ 5o A vedação prevista no § 4o deste artigo não se aplica à eventual aquisição da maioria do capital votante da sociedade de propósito específico por instituição financeira controlada pelo Poder Público em caso de inadimplemento de contratos de financiamento.
5ª) LICITAÇÃO – é na modalidade concorrência, e tem regras próprias e específicas da Lei 11.079/04, dentre as quais a possibilidade de se inverterem as fases de julgamento e de habilitação.
Aula de 26/04/2013
INTERVENÇÃO do ESTADO na PROPRIEDADE
Domínio Público		– Domínio EMINENTE: Intervenção do Estado na propriedade– Domínio PATRIMONIAL: Bens Públicos
A ideia central é a do poder que o Estado exerce sobre todos os bens localizados no seu território.
O Domínio EMINENTE é aquele que o Estado tem de fiscalizar, regulamentar e limitar a utilização dos bens localizados em seu território. É a expressão da soberania nacional, e vai recair sobre os bens públicos, os bens privados e as chamadas res nullis (“coisas de ninguém”). Os LIMITES do Domínio Eminente são a LEI e a CONSTITUIÇÃO FEDERAL. O Direito Eminente vai justificar os instrumentos de intervenção do Estado na propriedade e as desapropriações, com base na supremacia do interesse público.
O Domínio PATRIMONIAL é a expressão do “Estado proprietário”. O Estado precisa do seu patrimônio para a consecução dos seus fins e atividades. Esse Domínio Patrimonial vai recair sobre os chamados bens públicos. Embora em regra não se fale em relação jurídica entre a pessoa e seus bens, tem-se que a relação jurídica entre o Estado e os seus bens é regida predominantemente pelo Direito Público, aplicando-se apenas subsidiariamente o direito privado.
BENS PÚBLICOS são todas as coisas corpóreas ou incorpóreas – imóveis, móveis e semoventes, créditos, direitos e ações que, a qualquer título, pertençam ao patrimônio das pessoas jurídicas de direito público. Importante destacar que as empresas públicas e as sociedades de economia mista tem seus bens classificados como BENS PRIVADOS.
A 1ª classificação de bens públicos é quanto à sua destinação (Art. 99 do Código Civil). Pode ser bem de uso comum do povo, bem de uso especial e bem dominical ou dominial (ou bem do patrimônio disponível, na definição de Maria Sylvia Di Pietro).
Os bens de uso comum do povo são aqueles que tem a sua utilização irrestrita pela coletividade, sendo indetermináveis seus usuários (ruas, rios, praias, praças, etc.). Não posso proibir sua utilização, mas posso restringi-la em razão do interesse público para sua manutenção e conservação, p. ex.
Os bens de uso especial são os que pertencem ao patrimônio público e tem uma destinação e utilização públicas específicas.
Os bens dominicais são os que pertencem ao patrimônio público mas não tem destinação pública. Ex.: um prédio público vazio, um hospital público desativado etc.
CAPÍTULO III
Dos Bens Públicos
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
AFETAÇÃO e DESAFETAÇÃO
AFETAÇÃO significa dar destinação pública ao bem
DESAFETAÇÃO é retirar a destinação pública do bem.
Exemplificando, um bem de uso especial pode se tornar bem dominical a partir de sua desafetação. O inverso pode se dar com a afetação, ou seja, um bem dominical pode se tornar bem de uso especial.
CARACTERÍSITCAS
1ª) O bem público é IMPRESCRITÍVEL (Arts. 183, §3º, e 191, parágrafo único, da CRFB) – não pode ser adquirido por usucapião, não é passível de usucapião.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (...)
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
2ª) O bem público é IMPENHORÁVEL – não pode ser garantia de uma condenação judicial. No caso de execução contra a Fazenda Pública (Art. 730 do CPC), será realizada pelo sistema dos precatórios, previsto no Art. 100 da CRFB – seu parágrafo 3º prevê que condenações de pequeno valor não cairão no sistema de precatórios, o que não significa que o bem público possa ser penhorado (seria como um “mini-precatório”).
Art. 730 (CPC).  Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, citar-se-á a devedora para opor embargos em 10 (dez) dias; se esta não os opuser, no prazo legal, observar-se-ão as seguintes regras:
I - o juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente;
II - far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito.
Art. 731.  Se o credor for preterido no seu direito de preferência, o presidente do tribunal, que expediu a ordem, poderá, depois de ouvido o chefe do Ministério Público, ordenar o seqüestro da quantia necessária para satisfazer o débito.
Art. 100 (CRFB). Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercícioseguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado.
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º.
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.
Arts. 86 e 87 do ADCT – definição de condenações de pequeno valor.
Art. 86 (ADCT). Serão pagos conforme disposto no art. 100 da Constituição Federal, não se lhes aplicando a regra de parcelamento estabelecida no caput do art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, os débitos da Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal oriundos de sentenças transitadas em julgado, que preencham, cumulativamente, as seguintes condições:
I - ter  sido  objeto  de  emissão  de  precatórios judiciários;
II - ter sido definidos como de pequeno valor pela lei de que trata o § 3º do art. 100 da Constituição Federal ou pelo art. 87 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
III - estar, total  ou  parcialmente, pendentes  de pagamento na data da publicação desta Emenda Constitucional.
§ 1º Os débitos a que se refere o caput deste artigo, ou os respectivos saldos, serão pagos na ordem cronológica de apresentação dos respectivos precatórios, com precedência sobre os de maior valor.
§ 2º Os débitos a que se refere o caput deste artigo, se ainda não tiverem sido objeto de pagamento parcial, nos termos do art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, poderão ser pagos em duas parcelas anuais, se assim dispuser a lei.
§ 3º Observada a ordem cronológica de sua apresentação, os débitos de natureza alimentícia previstos neste artigo terão precedência para pagamento sobre todos os demais.
Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório judiciário, que tenham valor igual ou inferior a:
I - quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;
II - trinta  salários-mínimos,  perante  a  Fazenda dos Municípios.
Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o pagamento far-se-á, sempre, por meio de precatório, sendo facultada à parte exeqüente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma prevista no § 3º do art. 100.
Para fins de condenação previdenciária, a definição de obrigações de pequeno valor está na Lei 10.099/00.
Art. 1o (Lei 10.099/2000) O art. 128 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, alterado pela Lei no 9.032, de 28 de abril de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 128. As demandas judiciais que tiverem por objeto o reajuste ou a concessão de benefícios regulados nesta Lei cujos valores de execução não forem superiores a R$ 5.180,25 (cinco mil, cento e oitenta reais e vinte e cinco centavos) por autor poderão, por opção de cada um dos exeqüentes, ser quitadas no prazo de até sessenta dias após a intimação do trânsito em julgado da decisão, sem necessidade da expedição de precatório.
§ 1o É vedado o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, de modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no caput e, em parte, mediante expedição do precatório.
§ 2o É vedada a expedição de precatório complementar ou suplementar do valor pago na forma do caput.
§ 3o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no caput, o pagamento far-se-á sempre por meio de precatório.
§ 4o É facultada à parte exeqüente a renúncia ao crédito, no que exceder ao valor estabelecido no caput, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, na forma ali prevista.
§ 5o A opção exercida pela parte para receber os seus créditos na forma prevista no caput implica a renúncia do restante dos créditos porventura existentes e que sejam oriundos do mesmo processo.
§ 6o O pagamento sem precatório, na forma prevista neste artigo, implica quitação total do pedido constante da petição inicial e determina a extinção do processo.
§ 7o O disposto neste artigo não obsta a interposição de embargos à execução por parte do INSS.”
Art. 2o O disposto no art. 128 da Lei no 8.213, de 1991, aplica-se aos benefícios de prestação continuada de que trata a Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
Prescrição EXTINTIVA e Prescrição AQUISITIVA.
A Emenda Constitucional 62/2009 introduziu modificações no regime de precatórios. Recentemente o STF entendeu inconstitucionais vários dispositivos dessa Emenda, como, p. ex., os relativos a parcelamentos.
3ª) Os bens públicos são NÃO ONERÁVEIS – não podem ser objeto de direito real em garantia, é dizer, não podem ser objeto de penhor, nem de hipoteca ou anticrese.
4ª) O bem público é INALIENÁVEL – segundo a doutrina, essa não é uma característicaabsoluta. Podem-se alienar bens públicos mediante a observância de certas FORMALIDADES, a saber:
DESAFETAR o bem (de uso comum do povo ou de uso especial);
Art. 17, incisos I e II, da Lei 8.666/93 – AVALIAÇÃO PRÉVIA / LEI AUTORIZATIVA / fazer a LICITAÇÃO na modalidade CONCORRÊNCIA, salvo as exceções do próprio artigo mencionado.
Para bens móveis, Art. 17, II, da Lei 8.666/93: avaliação prévia e licitação na modalidade LEILÃO, salvo nos casos em que dispensada a licitação.
Art. 17.  A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo;
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais;
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.
§ 1o  Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel;
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares);
§ 2º-A.  As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos:
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004;
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas;
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social.
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo:
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias;
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite;
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
§ 3o  Entende-se por investidura, para os fins desta lei:
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei;
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão.
§ 4o  A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado;
§ 5o  Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador.
§ 6o  Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão.
§ 7o  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
UTILIZAÇÃO do BEM PÚBLICO por TERCEIROS
(Critérios de CLASSIFICAÇÃO)
[Maria Sylvia Di Pietro]
1º) Classificação quanto à CONFORMIDADE com o OBJETO PRINCIPAL, pode ser NORMAL e ANORMAL. Na NORMAL, p. ex., tem-se as praças e as praias para o lazer das pessoas, as ruas, avenidas e estradas para o tráfego de veículos etc. Já na ANORMAL, tem-se, p. ex., a interdição de uma rua para uma festa junina.
Para uso NORMAL vou me valer de instrumentos de CONCESSÃO (contratual e vinculado, portanto). Já para o uso ANORMAL, vou me valer de instrumentos de PERMISSÃO e AUTORIZAÇÃO, discricionários e precários, pois a Administração Pública pode retira-los a qualquer momento sem ter que indenizar.
2º) Classificação quanto à EXCLUSIVIDADE do USO, pode ser:
COMUM	- ORDINÁRIO
		- EXTRAORDINÁRIO
PRIVATIVO (instrumentospúblicos/privados)
O uso comum ORDINÁRIO é sem qualquer restrição. Já no comum EXTRAORDINÁRIO, o uso é indistinto mas sofre restrições justificadas pelo poder de polícia. Exs.: a praça cercada e fechada ao publico após determinado horário, a via, avenida ou estrada nas quais é proibido o tráfego de caminhões e outros veículos de grande porte, etc.
O uso PRIVATIVO é aquele em que é conferida a utilização exclusiva do bem, a título individual, a determinada pessoa. Ex.: utilização da casa do militar pelos familiares do militar, o box no mercado municipal, o quiosque na praia etc. Vai depender de determinados instrumentos que podem ser de direito público ou de direito privado.
CONCESSÃO: nesse caso, é contrato e, portanto, precisa de licitação e vincula as partes.
PERMISSÃO: é ato administrativo UNILATERAL, precário e discricionário, que o Poder Público pode revogar a qualquer momento sem o dever de indenizar.
Para parte da doutrina a permissão de uso de bem público NÃO requer licitação, e para outra parte, precisaria de licitação.
AUTORIZAÇÃO: é ato administrativo DISCRICIONÁRIO e precário (precariíssimo, já que voltado para coisas muito pequenas). Não há que se falar aí em licitação.
CESSÃO DE USO: é a transferência gratuita, precária e discricionária de bens entre órgãos ou entidades públicas.
INSTRUMENTOS PRIVADOS
Em regra posso me valer dos instrumentos públicos para todos os casos de utilização de bens públicos. Porém, para que se possa valer de instrumentos privados, o bem tem que ser dominical.
São instrumentos privados:
ENFITEUSES – vou dividir a propriedade em domínio DIRETO e em domínio ÚTIL. Domínio DIRETO significa que o Poder Público é proprietário do bem e pode passar seu Domínio ÚTIL ao particular. Se o titular do domínio útil for vender o bem, tem que dar o direito de preferência ao Poder Público, pagar o laudêmio e a chamada taxa de foro anual.
CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO (Decreto-Lei 271/1967) – Tem um caráter social. A Administração Pública dispõe de um terreno público e passa a um particular o respectivo direito real de uso, porém vinculado a uma finalidade específica (industrial, comercial, econômica, agrícola etc.).
CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA (Medida Provisória 2.220/01) – Muito parecida com a concessão de direito real de uso, mas a diferença é que se trata de direito subjetivo da pessoa, que o poderá exigir, uma vez preenchidos os requisitos legais, e somente para fins de moradia.
Impossibilidade de aquisição de propriedade rural por usucapião. Possibilidade de usucapião para propriedade urbana.
Os atos administrativos referentes aos instrumentos privados são VINCULADOS (não precários, portanto).
Aula de 10/05/2013
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
DOMÍNIO EMINENTE do ESTADO
A SUPREMACIA do interesse público justifica que o Estado intervenha na propriedade, que não é um direito absoluto. Dar-se-á nos limites estabelecidos em lei.
A intervenção pode ser RESTRITIVA ou SUPRESSIVA.
A intervenção RESTRITIVA é quando o Estado intervém restringindo uma das faculdades inerentes à propriedade. Ex.: Tombamento da propriedade. O particular aí continua sendo proprietário, mas sofre restrição no gozo dessa propriedade.
Formas de intervenção RESTRITIVA	- REQUISIÇÃO
						- OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
						- LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
						- SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
						- TOMBAMENTO
Já na intervenção SUPRESSIVA, o Poder Público suprime ou retira a propriedade. Exemplo único: Desapropriação.
REQUISIÇÃO (Características)
Art. 5º, XXV, CRFB
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
1ª) É AUTO-EXECUTÓRIA;
2ª) A TEMPORARIEDADE: a requisição é temporária;
3ª) Tem OBJETO AMPLO. Podem ser requisitados bens móveis, imóveis e até serviços. Obs.: para Bandeira de Mello, a prestação de serviço militar obrigatório configuraria uma requisição;
4ª) Tem de haver PERIGO ATUAL OU IMINENTE que a justifique;
5ª) A indenização é POSTERIOR e SÓ ocorre SE HOUVER DANO, sendo do proprietário o ônus da prova;
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA – é como se fosse requisição, mas não tem o perigo iminente como requisito, e só recai sobre bens IMÓVEIS.
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA – limita a propriedade mas TEM SEMPRE CARÁTER GERAL E ABSTRATO (“vale pra todo mundo”). É geral, abstrata e GRATUITA (não há que se falar em indenização). Dá-se por lei ou por ato normativo. Ex.: Gabarito municipal que limita a até 4 andares a construção/edificação de imóveis em determinado bairro.
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA – é o direito real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel alheia para permitir a execução de um serviço de interesse coletivo. Nas servidões em geral, há as figuras do Dominante e do Serviente (desenho abaixo), sendo certo que na Servidão Administrativa o DOMINANTE é a ATIVIDADE PÚBLICA ou o SERVIÇO PÚBLICO para o qual a propriedade imóvel particular SERVIENTE deve ser utilizada.
Propriedade Dominante			Servidão de passagem: Direito REAL sobre coisa alheia
Propriedade Serviente
Características:
1ª) Recai sobre bem imóvel;
2ª) Não é auto-executória: requer que o Poder Público se valha da via judicial;
3ª) A indenização é proporcional ao prejuizo sofrido (em alguns casos, a jurisprudência reconhece como desapropriação, quando a servidão retira o conteúdo econômico da propriedade). Previsão no Art. 40 do Decreto-Lei 3.365/41:
Art. 40.  O expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma desta lei.
	A maioria da doutrina entende que a servidão é instituida por acordo entre as partes ou por sentença judicial. No entanto, há uma minoria que entende poderia a servidão ser instituida também por lei (mas aí seria gratuita e auto-executória, sendo, para a referida maioria doutrinária, caso de limitação e não de servidão). Ex.: Gabarito municipal de construção de prédios perto de aeroporto, de acordo com essa corrente minoritária.
TOMBAMENTO – decorre da Torre do Tombo, de Portugal, onde se guardavam e conservavam as coisas e pertences do rei. A ideia é resguardar e conservar o patrimônio cultural, histórico, artístico, arquitetônico etc.
Decreto-Lei 25/1937 – Art. 4º: “Livros do Tombos”.
Art. 4º O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional possuirá quatro Livros do Tombo, nos quais serão inscritas as obras a que se refere o art. 1º desta lei, a saber:
1) no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, as coisas pertencentes às categorias de arte arqueológica, etnográfica, ameríndia e popular, e bem assim as mencionadas no § 2º do citado art. 1º.
2) no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interêsse histórico e as obras de arte histórica;
3) no Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita, nacional ou estrangeira;
4) no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que se incluírem na categoria das artes aplicadas, nacionais ou estrangeiras.
§ 1º Cada um dos Livros do Tombo poderá ter vários volumes.
§ 2º Os bens, que se inclúem nas categorias enumeradas nas alíneas 1, 2, 3 e 4 do presente artigo, serão definidos e especificados no regulamento que for expedido para execução da presente lei.
Objeto: pode recair tanto sobre bens MÓVEIS quanto sobre bens IMÓVEIS.
O Art. 3º do Decreto-Lei 25/1937 menciona os bens que não podem ser tombados.
Art. 3º Exclúem-se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de orígem estrangeira:
1) que pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no país;
2) que adornem quaisquerveiculos pertecentes a emprêsas estrangeiras, que façam carreira no país;
3) que se incluam entre os bens referidos no art. 10 da Introdução do Código Civíl, e que continuam sujeitas à lei pessoal do proprietário;
4) que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou artísticos;
5) que sejam trazidas para exposições comemorativas, educativas ou comerciais:
6) que sejam importadas por emprêsas estrangeiras expressamente para adôrno dos respectivos estabelecimentos.
Parágrafo único. As obras mencionadas nas alíneas 4 e 5 terão guia de licença para livre trânsito, fornecida pelo Serviço ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Formas de instituição: a regra é a de que o tombamento é instituido por ato administrativo precedido de processo adminsitrativo específico. Exceção: Art. 216, § 5º, da CRFB – aí é tombamento instituido por lei.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: (...)
§ 5º - Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
O procedimento administrativo não tem um rito próprio, mas requer a notificação do proprietário para que ele exerça o contraditório e a ampla defesa. Tem que ter também o parecer do órgão de cultura da Administração Federal (no caso, o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A partir da notificação, começa o processo administrativo e o tombamento provisório que ao final do processo pode ou não se tornar definitivo. Do tombamento definitivo cabe recurso para o Presidente da República, recurso este previsto no Decreto-Lei 3.866/41. A doutrina o chama de recurso hierárquico IMPRÓPRIO.
Artigo único. O Presidente da República, atendendo a motivos de interesse público, poderá determinar, de ofício ou em grau de recurso, interposto pôr qualquer legítimo interessado, seja cancelado o tombamento de bens pertencentes à União, aos Estados, aos municípios ou a pessoas naturais ou jurídicas de direito privado, feito no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de acordo com o decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937.
É ATO DISCRICIONÁRIO: vai depender da conveniência e oporutnidade do administrador público. O tombamento pode ser VOLUNTÁRIO (o próprio particular o solicita), COMPULSÓRIO (a Administração Pública o impõe ao particular) e DE OFÍCIO (a Administração Pública tomba o seu próprio bem).
Além disso, o tombamento pode ser GERAL ou INDIVIDUAL. O geral abrange um conjunto de bens. Já o tombamento individual atinge um bem específico.
EFEITOS:
1º) A partir do momento em que o bem foi tombado, nascem para o proprietário certos deveres, como os de conservar e manter o bem;
2º) O particular pode vender o bem, mas antes tem de dar o direito de preferência ao Poder Público;
3º) Pelo Art. 18 do Decreto-Lei 25/1937, o(s) vizinho(s) não pode(m) fazer construções ou edificações que retirem a visibilidade do bem tombado.
Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibílidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objéto, impondo-se nêste caso a multa de cincoenta por cento do valor do mesmo objéto.
O tombamento é gratuito. Podem ser concedidos ao particular certos subsídios ou benefícios fiscais com o exclusivo fim de preservação e conservação, mas TOMBAMENTO É GRATUITO.
DESAPROPRIAÇÃO (Decreto-Lei 3.365/1941)
1- Conceito: é a transferência compulsória da propriedade particular ou pública para o Poder Público ou os seus delegados por razão de utilidade pública, por necessidade pública ou ainda por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, salvo as exceções constitucionais de desapropriações SANCIONATÓRIAS.
2- Natureza Jurídica: para a maioria da doutrina, a desapropriação tem natureza jurídica de AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA da propriedade, ou seja, sem qualquer ônus – eventuais ônus ficarão sub-rogados no valor da indenização. Art. 31 do Decreto-Lei 3.365/41.
Art. 31. Ficam subrogados no preço quaisquer ônus ou direitos que recaiam sobre o bem expropriado.
Art. 5º, XXIV, CRFB – deve se dar mediante PROCEDIMENTO LEGAL.
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
3- DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA: é aquela na qual o Poder Público toma o bem sem qualquer procedimento legal. Em tese é ilegal. A doutrina entende que a desapropriação indireta tem natureza jurídica de ESBULHO POSSESSÓRIO – Art. 35 do Decreto-Lei 3.365/41.
Art. 35.  Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
	Se o Poder Público já se apropriou e incorporou o bem ao patrimônio público, só se podem requerer perdas e danos. Se ainda não houve a incorporação, o particular pode se valer das defesas possessórias, como a reintegração de posse, o desforço imediato, o interdito proibitório etc.
4- Fundamentos:
UTILIDADE PÚBLICA		Desapropriação por Utilidade Pública (Decreto-Lei 3.365/41)
NECESSIDADE PÚBLICA
INTERESSE SOCIAL	– Desapropriação por Interesse Social (Lei 4.132/62)
			– Desapropriação Urbanística (Art. 182, §4º, inciso III, da CRFB)
				– Desapropriação Rural (Art. 184 da CRFB)
				– Desapropriação Confiscatória (Art. 243 da CRFB)
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. (...)
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: (...)
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º - Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º - O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
Lei 4.132/62
Art. 1º A desapropriação por interesse social será decretada para promover a justa distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar social, na forma do art. 147 da Constituição Federal.
Art. 2º Considera-se de interesse social:
I - o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino econômico;
II - a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas em cuja exploração não se obedeça a plano de zoneamento agrícola, VETADO;
III - o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola:
IV - a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham construído sua habilitação, formando núcleos residenciais de mais de 10 (dez) famílias;
V - a construção de casa populares;
VI - as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras e serviços públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação armazenamento de água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas;
VII - a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais.
VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas. 
§ 1º O disposto no item I deste artigo só se aplicará nos casos de bens retirados de produção ou tratando-se de imóveis rurais cuja produção, por ineficientemente explorados, seja inferior à média da região, atendidas as condições naturais do seu solo e sua situação em relação aos mercados.
§ 2º As necessidades de habitação, trabalho e consumo serão apuradas anualmente segundo a conjuntura e condições econômicas locais, cabendo o seu estudo e verificação às autoridades encarregadas de velar pelo bem estar e pelo abastecimento das respectivas populações.
Art. 3º O expropriante tem o prazo de 2 (dois) anos, a partir da decretação da desapropriação por interesse social, para efetivar a aludida desapropriação e iniciar as providências de aproveitamento do bem expropriado.
Parágrafo único. VETADO.
Art. 4º Os bens desapropriados serão objeto de venda ou locação, a quem estiver em condições de dar-lhes a destinação social prevista.
Art. 5º No que esta lei for omissa aplicam-se as normas legais que regulam a desapropriação por unidade pública, inclusive no tocante ao processo e à justa indenização devida ao proprietário.
UTILIDADE PÚBLICA – conveniência e oportunidade da Administração Pública.
NECESSIDADE PÚBLICA – situação de emergência/calamidade.
Tanto a utilidade pública quanto a necessidade pública dão ensejo à Desapropriação por Utilidade Pública.
INTERESSE SOCIAL – instrumento para apaziguar, mitigar as desigualdades sociais. Vai dar ensejo à Desapropriação por Interesse Social.
Lei 10.257/2001 (Estatuto das Cidades)
Visa punir o proprietário que não utiliza, mal utiliza ou sub-utiliza sua propriedade, deixando de lhe promover a função social.
A Desapropriação Urbanística é competência do Município.
Desapropriação RURAL – visa punir o proprietário de terras improdutivas, que não utiliza nem dá função social à sua propriedade rural. A competência para desapropriação RURAL é da União Federal.
Fulcro legal na Lei 8.629/93, sendo que o procedimento está na Lei Complementar nº 76/93.
A Desapropriação COMPENSATÓRIA – uma vez confiscado, o terreno vai servir para o assentamento de famílias e para o cultivo e produção de produtos medicinais. Tem fulcro legal na Lei 8.257/91.
Aula de 17/05/2013
Desapropriação (continuação) – Decreto-Lei 3.365/41
O bem, tendo destinação econômica, pode ser desapropriado. Obs.: Moeda corrente e direitos personalíssimos não podem ser desapropriados.
A posse, por ter destinação econômica, também pode ter desapropriação.
Cotas, ações e outros direitos afins também podem ser desapropriados. Restrição do Art. 2º, § 3º, do Decreto-Lei 3.365/41 (autorização do Presidente da república, empresas que dependam da União para funcionar). Mesmo raciocínio para jazidas, lavras etc.: requer-se a autorização da União.
Art. 2º, § 2º, do Decreto-Lei 3.365/41: para desapropriar o bem público, deve-se obedecer a uma hierarquia de interesses. Grosso modo, a regra é a seguinte: o interesse nacional (União Federal) prevalece sobre o interesse regional (Estado-membro) que, por sua vez, prevalece sobre o interesse local (Município).
Art. 2o  Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
§ 1o  A desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando de sua utilização resultar prejuizo patrimonial do proprietário do solo.
§ 2o  Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa.
§ 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e emprêsas cujo funcionamento dependa de autorização do Govêrno Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante prévia autorização, por decreto do Presidente da República.
Art. 5º, XXIV, da CRFB – o imóvel só será desapropriado mediante procedimento legal e prévia e justa indenização em dinheiro. O procedimento se dá em 2 etapas: a Fase Declaratória e a Fase Executória.
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
Menção ao Decreto EXPROPRIATÓRIO.
Fase DECLARATÓRIA: o Poder Público declara ser o bem de utilidade pública, necessidade pública ou de interesse social para fins da futura desapropriação.
Fase EXECUTÓRIA: é a fase em que a propriedade é efetivamente transferida para o patrimônio público.
A fase declaratória se formaliza, em regra, através de decreto (ato privativo do Executivo, geralmente na forma de Decreto Expropriatório) expedido pelo Chefe do Poder Executivo, no qual este declara ser o bem de utilidade pública, necessidade pública ou de interesse social para fins da futura desapropriação.
Exceções: o Poder Legislativo pode declará-lo por LEI (lei de efeitos concretos), e algumas entidades também o podem mediante PORTARIAS. Exemplos dessas exceções: a ANEEL (Lei 9.074/95), para fins de instalação de estações de energia elétrica, geradores, torres, postes e outros aparatos e edificações necessários ao fornecimento e ao funcionamento e manutenção de serviços de eletricidade pública; o DNIT (Lei 10.233/2001), para fins de construção ou ampliação de estradas e rodovias.
O Decreto Expropriatório tem que ter a identificação do bem, a destinação a ser dada para o bem, e, por último, o dispositivo legal no qual se apoia.
Efeitos:
1º) Autorização para penetrar no imóvel (Art. 7º do Decreto-Lei 3.365/41).Não é imissão provisória.
Art. 7o  Declarada a utilidade pública, ficam as autoridades administrativas autorizadas a penetrar nos prédios compreendidos na declaração, podendo recorrer, em caso de oposição, ao auxílio de força policial. Àquele que for molestado por excesso ou abuso de poder, cabe indenização por perdas e danos, sem prejuizo da ação penal.
2º) Início do prazo de CADUCIDADE (Art. 10 do Decreto-Lei 3.365/41): a partir de então, o Poder Público terá o prazo de 5 (cinco) anos para fazer acordo com o proprietário ou para ajuizar a competente ação desapropriatória. Se esse prazo transcorrer em branco, o decreto vai caducar. Nesse caso, o Poder Público terá de esperar 1 (um) ano para expedir outro decreto com a mesma finalidade. Obs.: Em caso de Desapropriação RURAL, esse prazo de caducidade será de 2 (dois) anos.
Art. 10.  A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará. Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração.
Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público.
	A fase executória pode se dar por 2 vias: ou por acordo com o proprietário (VIA ADMINISTRATIVA), ou, em não havendo esse acordo, por via judicial, com a competente ação desapropriatória.
	A ação de desapropriação só vai versar sobre questões procedimentais, sendo que o MÉRITO dessa ação será apenas o valor da indenização. Noutras palavras, a contestação só poderá versar sobre nulidades e questões processuais e impugnação do valor oferecido (qualquer outra questão ou controvérsia deverá ser discutida em via própria, noutra ação específica).
Na ação desapropriatória, o autor é o Poder Público expropriante, e o réu é o proprietário particular expropriando.
A ação desapropriatória NÃO É AUTO-EXECUTÓRIA. A já mencionada desapropriação indireta é, em tese, ilegal.
IMISSÃO PROVISÓRIA na POSSE – normalmente esse tipo de ação (desapropriatória) é demorado. Visando garantir celeridade e efetividade à desapropriação, a imissão provisória na posse tem como requisitos:
Declaração de URGÊNCIA;
Depósito do valor arbitrado, na forma do Art. 15, § 1º, do Decreto-Lei 3.365/41, EXCETO em se tratando de imóvel residencial urbano, caso em que se observará o disposto no Decreto-Lei 1.075/2010.
Presentes esses requisitos, o juiz autorizará a imissão provisória na posse, com o prévio levantamento de 80% do valor do depósito, conforme Art. 34 do Decreto-Lei 3.365/41.
Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imití-lo provisoriamente na posse dos bens;
        Parágrafo único.    (Revogado pela Lei nº 2.786, de 1956)
§ 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o depósito:
a) do preço oferecido, se êste fôr superior a 20 (vinte) vêzes o valor locativo, caso o imóvel esteja sujeito ao impôsto predial;
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vêzes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao impôsto predial e sendo menor o preço oferecido;
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do impôsto territorial, urbano ou rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior;
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado originàlmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel.
§ 2º A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias.
§ 3º Excedido o prazo fixado no parágrafo anterior não será concedida a imissão provisória.
§ 4o  A imissão provisória na posse será registrada no registro de imóveis competente. 
Art. 34.  O levantamento do preço será deferido mediante prova de propriedade, de quitação de dívidas fiscais que recaiam sobre o bem expropriado, e publicação de editais, com o prazo de 10 dias, para conhecimento de terceiros.
Parágrafo único.  Se o juiz verificar que há dúvida fundada sobre o domínio, o preço ficará em depósito, ressalvada aos interessados a ação própria para disputá-lo.
DIREITO DE EXTENSÃO: o Poder Público desapropria parte do meu terreno, deixando de fora somente uma fração do mesmo, que sozinha não tem quelquer utilidade econômica. O direito de extensão significa o direito de o proprietário requerer a inclusão dessa fração restante para fins de cálculo do valor da indenização.
INDENIZAÇÃO JUSTA
Juros Moratórios: o fundamento dos juros moratórios é que estes são devidos pela demora no pagamento da indenização.
Base de cálculo: o valor da indenização fixada judicialmente (Art. 15-B do Decreto-Lei 3.365/41).
Termo inicial: o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito.
		Trânsito em julgado			1º de janeiro
|----------------------------'------------------------------------|----------------------------------------------------------------|
			2007								2008
Percentual: 6% ao ano (a doutrina fala em até 6% ao ano).
Juros Compensatórios: seu fundamento é compensar o proprietário pela imissão provisória na posse.
Base de cálculo: o valor da indenização MENOS 80% do valor ofertado, conforme posição do STF na ADIn 2332-2. No Art. 15-A do Decreto-Lei 3.365/41, tem-se o valor da indenização menos a oferta (depósito), porém, o STF adotou o entendimento supra, derrogando tal dispositivo legal.
Termo inicial: começa a contar da efetiva imissão provisória na posse.
Percentual: 6% ao ano. Contudo, o STF entendeu que é de 12% ao ano, também na ADIn 2332-2.
Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios de até seis por cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a contar da imissão na posse, vedado o cálculo de juros compostos.
§ 1o  Os juros compensatórios destinam-se, apenas, a compensar a perda de renda comprovadamente sofrida pelo proprietário.
§ 2o  Não serão devidos juros compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero.
§ 3o  O disposto no caput deste artigo aplica-se também às ações ordinárias de indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta, bem assim às ações que visem a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público, em especial aqueles destinados à proteção ambiental, incidindo os juros sobre o valor fixado na sentença.
§ 4o  Nas ações referidas no § 3o, não será o Poder Público onerado por juros compensatórios relativos a período anterior à aquisição da propriedade ou posse titulada pelo autor da ação." (NR) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001) (Vide ADIN nº 2.332-2)
Art. 15-B Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios destinam-se a recompor a perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final de mérito, e somente serão devidos à razão de até seis por cento ao ano, a partir de 1o de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição.
Cumulação de juros sobre juros: podem incidir juros moratórios sobre os juros compensatórios? Normalmente é proibido (ANATOCISMO), porém a Súmula 102 do STJ entende que não se trata de anatocismo vedado em lei.
A incidencia dos juros moratorios sobre os compensatorios, nas ações expropriatorias,

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