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TIPOS DE CONTRATOS

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TIPOS DE CONTRATOS 
Comissão Mercantil 
 Este contrato interessa mais ao Direito Comercial. Comissão vem do latim committere 
que significa incumbência, atribuir uma tarefa a alguém. Hoje em dia o contrato de 
comissão é usado por grandes empresas que trabalham com exportação de café, soja, 
açúcar, etc, afinal estas empresas não podem estar em todos os mercados. O 
comitente transfere seus negócios em busca do lucro ao comissário, que vai 
negociar/vender bens a terceiros por conta do comitente. É contrato personalíssimo, 
pois existe mútua confiança entre comitente e comissário. 
Conceito: no art. 693 do CC. Então o comitente contrata o comissário para comprar e 
vender a terceiros certos bens móveis, agindo o comissário em nome próprio (694), 
mas por ordem do comitente (695), que lhe confia o seu comércio e lhe paga uma 
remuneração (comissão – 701). 
O comissário cuida dos interesses do comitente, devendo prestar contas semelhante a 
uma representação (709). A comissão é espécie de mandato, porém no mandato o 
mandatário age em nome do mandante e não há fins comerciais. Na comissão o 
comissário age em nome próprio, e o comitente pode ser desconhecido do terceiro 
com quem o comissário negocia. Mas por interesses comerciais, o comissário pode 
revelar quem é o comitente. 
O comissário que se afasta das instruções do comitente responde por perdas e danos 
(704), pois o contrato é feito no interesse do comitente, embora em nome do 
comissário (696 e pú). A comissão não tem fim em si mesmo, é contrato preparatório 
de outros que o comissário vai celebrar com terceiros. 
Cláusula del credere (= da confiança): obrigação do comissário de responder 
solidariamente com o terceiro comprador perante o comitente (ex: o comissário vende 
café do comitente e dá prazo ao terceiro para pagar, porém o terceiro não paga, 
devendo então o comissário pagar ao comitente e ir executar o terceiro). Inserindo-se 
esta cláusula del credere, fará o comissário jus a uma remuneração maior face o risco 
assumido (698; a regra geral é o comissário contratar em seu nome por conta e risco 
do comitente; 697, 693). Se o terceiro paga a vista e é o comitente que não entrega o 
bem, o terceiro só poderá processar o comissário (694). 
 Agência e distribuição 
 O legislador trata simultaneamente no capítulo XII de dois contratos: o de agência e o 
de distribuição vamos a eles: 
Agência: é também conhecido como contrato de representação comercial, regulado 
pelo CC e pela lei 4.886/65, sendo semelhante ao contrato de mandato e de comissão 
(pú do 710, 721). O contrato de agência é útil para o comerciante que quer expandir 
suas vendas em outras praças, como uma “longa mão” da empresa. 
Face à autonomia da vontade, a liberdade das partes é grande em misturar aspectos 
da compra e venda, comissão, do mandato, da agência e da distribuição, sempre com 
vistas ao lucro e ao aquecimento da economia. O que vai diferenciar a Agência da 
Comissão é porque na Agência a coisa vendida tem marca (711). Além disso, na 
Agência não se aplica a cláusula “del credere” e o agente tem sempre que divulgar o 
nome do proponente, o que pode não ocorrer na Comissão. 
Conceito: contrato pelo qual o agente/representante comercial, sob remuneração, mas 
sem vínculo trabalhista, se obriga em caráter duradouro a negociar em certo lugar por 
conta do proponente (1a parte do art. 710). Ao agente/representante comercial cabe 
fazer propaganda dos produtos do proponente, conhecer o mercado, captar clientela, 
intermediar os negócios, fiscalizar os concorrentes e encaminhar os pedidos, tudo sob 
orientação do proponente (712). O agente deve ter cuidado para não vender além da 
capacidade de produção do proponente (713, 715). O representante comercial precisa 
ser registrado no conselho da categoria, nos mesmos termos da OAB para os 
advogados, o CREA para os engenheiros e o CRM para os médicos. 
O agente pode também promover a atividade do proponente, como o agente de 
futebol que revela jogadores, inclusive em 15.11.05 inseri uma notícia no site sobre 
isso, confiram! Também é agente o conhecido “promotor de eventos”, dedicado a 
promover shows, comícios, jogos e feiras. O agente é autônomo e tem seus próprios 
empregados, sem vínculo com o proponente. O agente só pode atuar em área 
específica e com aquela marca, divulgando-a (ex: na mata norte do estado de 
Pernambuco vendendo cerveja Brahma, 711). É contrato bilateral, oneroso, 
comutativo, personalíssimo, duradouro e informal (= verbal). 
Ao representado/comerciante cabe fornecer os produtos vendidos, pagar a comissão 
do representante e respeitar sua exclusividade na área, não podendo naquela região 
constituir outro representante. 
 Distribuição: quanto o agente tem em suas mãos/a sua disposição, a coisa do 
proponente, o contrato de agência chama-se de distribuição (710, in fine). O 
agente/distribuidor se obriga a comprar do proponente/fornecedor, regularmente, 
coisas para serem revendidas em determinada região (ex: as distribuidoras/revendas 
de veículos). O agente promove negócios e o distribuidor realiza vendas. 
 
Corretagem 
 Conceito no art. 722. Ex: corretor de imóveis, de automóveis, de seguros, de obras de 
arte, etc. A palavra deriva do latim cursitare = correr de um lado para outro. É 
profissão antiga e importante, hoje divulgada em anúncios, jornais e cartazes em 
edifícios. O corretor é um mediador/intermediário entre pessoas interessadas em fazer 
negócios. O desenvolvimento do comércio fez surgir intermediários para localizar 
interessados e aproximar as partes. Trata-se de contrato acessório que visa concluir 
outro negócio principal, assemelhando-se aos contratos acima por intervir em negócio 
alheio, circulando riquezas, estimulando vendas, trocas e locações. 
 
Além de acessório, a corretagem é bilateral, onerosa, consensual (pode ser verbal) e 
aleatória (depende de haver conclusão do negócio principal). O corretor deve agir com 
zelo(ex:corretor de quadros 
deve entender de arte, 723) e só terá direito à remuneração/comissão se a corretagem 
tiver resultado útil e o negócio principal for concluído (725). Qual o valor da comissão? 
Resposta: art. 724. Admite-se corretor de 
casamentos para aproximar noivos? Não, pois casamento não é contrato, casamento 
é a proteção que a lei dá à família, e a família é à base da sociedade. Além disso, 
contrato é feito com fins de lucro e interesse patrimonial, já casamento é feito por 
amor! 
Além do Código Civil, existem leis especiais regulando a corretagem (729), como a de 
imóveis (lei 6.530/78), e de seguros (lei 4.594/64). 
Transporte 
 Conceito: contrato pelo qual uma pessoa, geralmente uma empresa, se obriga a 
transportar pessoas ou coisas, de um lugar para outro, mediante pagamento de um 
preço (730). Os primeiros contratos de transporte eram marítimos. Hoje em dia navios, 
aviões, trens e caminhões transportam coisas, animais e pessoas em todo o mundo, 
incrementando os negócios e o turismo (732). Transporte é serviço essencial realizado 
por particulares, mas fiscalizado pelo Estado. 
Características: é contrato bilateral, consensual (verbal), oneroso e comutativo. Possui 
duas espécies: 
a) transporte de pessoas: quando o transporte é de pessoas, a bagagem do 
passageiro é acessório da pessoa, não se tratando de transporte de coisa. O 
transportador deve preservar a integridade do passageiro até o fim da viagem, 
reservando-lhe o espaço e alimento necessário para o deslocamento (ex: poltrona, 
lanche em viagem longa), bem como cumprindo o horário (737). E se ocorre um 
assalto/acidente no ônibus e o passageiro é ferido, pode-se processar a empresa? 
Talvez sim (735), talvez não, afinal segurança é obrigação do Estado e não do 
particular (734 – sublinhem “força maior”). Reflitam! Transporte gratuito não gera 
responsabilidade(ex: emprestar um ônibus para os funcionários irem à praia no 
Domingo, 736). Por sua vez, o passageiro deve pagar a passagem, sob pena de 
retenção de sua bagagem pelo transportador (742). O passageiro deve também ser 
educado no trajeto (738). 
b) transporte de coisas: ocorre quando uma coisa é expedida por um remetente para 
um destinatário, através da transportadora, mediante pagamento de um frete (ex: 
motoqueiro transportando documentos pela cidade, navio transportando máquinas 
pelo país). A coisa e o destinatário devem estar bem identificados para evitar que a 
coisa errada chegue à pessoa errada (743). O contrato se prova através do 
“conhecimento”, que é um documento emitido pelo transportador quando recebe a 
mercadoria (744). A empresa deve ter cuidado no transporte e na guarda da coisa, 
inclusive sendo equiparado ao depositário (751). É prudente fazer seguro para cobrir 
os prejuízos em caso de acidente (749 e 750). O destinatário tem dez dias para 
analisar se a coisa transportada sofreu avarias (pú do 754).

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