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Crise Hídrica no Brasil

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CRISE HÍDRICA NO BRASIL
O ano de 2014 representou um marco para o Brasil, sobretudo para a região Sudeste e, em menor grau, para as regiões Nordeste e Centro-Oeste. Como resultado de uma forte seca e uma série de erros de planejamento, instalou-se uma verdadeira crise da água no país, o que gerou a queda dos níveis dos reservatórios de abastecimento de grandes cidades, com destaque para a cidade de São Paulo, que vive um de seus momentos mais dramáticos em toda a sua história.
Uma das causas para a crise da água é de ordem natural, pois embora o Brasil seja o país com a maior quantidade de água per capita do mundo, a sua disponibilidade é má distribuída ao longo do território. A região Norte, que apresenta as menores densidades demográficas, possui cerca de 70% das reservas nacionais. Para se ter uma ideia dessa relação, segundo o Serviço Geológico do Brasil, apenas 1% de toda a vazão do Rio Amazonas seria suficiente para atender em mil vezes o que necessita a cidade de São Paulo.
Todavia, é justamente onde existem menos reservas de água no país que reside a maior parte da população e também onde acontece a maior parte das atividades econômicas – industriais, comerciais e agrícolas. Assim, os sistemas de abastecimento ficam cada vez mais sobrecarregados, tornando-se vulneráveis a qualquer grande seca que ocorra. E ela ocorreu.
Uma última causa para a falta de água, mais especificamente em São Paulo, está relacionada com problemas de gestão pública e planejamento de infraestrutura. Em 2004, na renovação de sua concessão, a SABESP já sabia que a quantidade limitada de água existente, bem como a grande dependência em relação ao sistema Cantareira – o maior da região –, seria um grave problema nos anos posteriores. Por isso, se obras de abastecimento tivessem sido realizadas, talvez o problema pudesse ter sido evitado.
Atualmente, os sistemas de abastecimento de São Paulo sofrem baixas históricas, com destaque para o próprio sistema Cantareira, que já teve de liberar suas reservas do primeiro e do segundo volume morto. Com isso, um racionamento de água parece ser a única solução a curto prazo, além da construção de novas barragens e realização de obras de transposição local.
Os impactos da falta de água no Brasil são variados. Muitos analistas, em razão das chuvas abaixo da média no início de 2015, apontam cenários caóticos caso medidas urgentes não sejam tomadas. Além disso, vale lembrar que outras regiões brasileiras, além do Sudeste, vêm passando pelo mesmo problema, o que gera certa preocupação em torno da produção de energia, que, por ser em maior parte fornecida por hidrelétricas, depende muito da disponibilidade de água no país.
A escassez de água afeta diretamente a nossa economia. A agricultura é uma das primeiras vítimas dessa crise e o resultado é o aumento do preço e a falta de alguns alimentos.
A indústria também é muito dependente do abastecimento de água. A escassez pode comprometer a capacidade produtiva e isto acaba gerando demissões e aumento no preço final do produto.
Outra consequência preocupante é o impacto na produção de energia elétrica. A maior parte da eletricidade produzida no Brasil é proveniente das hidrelétricas, que dependem dos reservatórios de água. Com estes reservatórios quase secos existe o risco de faltar energia elétrica em várias regiões do país.
A crise no abastecimento não é um assunto isolado. Ela afeta o cotidiano das pessoas que estão enfrentando a falta de água em suas casas, mas também afeta a economia brasileira e a sociedade como um todo.
Em 2017, em todo o Brasil, já são 872 as cidades com reconhecimento federal de situação de emergência causada por um longo período de estiagem. A região mais afetada é a do Nordeste e o estado da Paraíba é o que concentra maior número de municípios, com 198 que comunicaram o problema à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec).
O professor Sérgio Koide, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), explica que o que deflagra o processo da crise hídrica é o clima, mas a falta de planejamento faz com que a margem de segurança entre a oferta e a demanda seja muito pequena. “Com um bom planejamento e com investimentos, você consegue fazer uma gestão mesmo em situações de certa escassez de recursos”, explica. Para ele, o risco de insuficiência de água para o abastecimento ocorre quando o planejamento não é cumprido, na medida que a oferta vai se aproximando da demanda. “Neste caso, é preciso fazer um novo planejamento, com antecedência, e adotar as medidas necessárias, como investimentos em obras, para evitar a falta de abastecimento.”
Com respectivamente 154 e 140 cidades em situação de emergência, os estados do Rio Grande do Norte e Ceará, também sofrem sem água. Segundo a meteorologista Morgana Almeida, chefe da previsão do tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esta situação é reflexo de um acúmulo dos impactos causados pelo El Niño. “Temos que olhar para o retrovisor. O El Niño é um fenômeno que acontece há cinco anos e atingiu seu ápice nos últimos três, o que levou o semiárido nordestino a uma situação de seca excepcional e isto impacta diretamente nos reservatórios que abastecem as cidades da região.”
O estado do Ceará, por exemplo, vem enfrentando secas seguidas desde 2011, o que fez com que o volume de água armazenado esteja atualmente em 8,8% dos reservatórios, o menor em mais de vinte anos. Mesmo com uma das situações mais críticas no Brasil, ainda não houve racionamento de água no consumo da população cearense.
De acordo com o diretor de negócios do interior da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Helder Cortez, a companhia e representantes do estado e do governo federal se uniram para elaborar ações que buscassem reverter o problema hídrico em cada um dos municípios. Como resultado destas ações o estado conseguiu reduzir em média 21% o consumo por ligação na Região Metropolitana de Fortaleza. Para Helder esse resultado foi “fruto de uma campanha de comunicação e sensibilização da sociedade”, mas não garante ainda o reabastecimento dos reservatórios. “A recarga da região metropolitana de Fortaleza ainda está fraca. Se continuarmos assim deveremos fazer um novo estudo e talvez chegar a um contingenciamento mais severo.”
Na Bahia, desde o mês passado, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) determinou o racionamento de água 13 municípios da região Centro Norte do Estado, por causa da falta de chuvas. De acordo com a Embasa, a Bahia está enfrentando “a pior seca dos últimos 100 anos”. O racionamento atingiu as cidades de Jacobina, Pindobaçu Antonio Gonçalves, Campo Formoso, Serrolândia, Várzea do Poço, Caldeirão Grande, Ponto Novo, Filadélfia, Itiúba, Jaguarari, Andorinha e Senhor do Bonfim. Além dos municípios do Centro Norte da Bahia, estão em situação de alerta outros 81 municípios baianos.
Na Paraíba, o número de cidades com problemas de abastecimento de água devido à estiagem aumentou 60% em um ano. Segundo dados da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), a quantidade de cidades em racionamento eram 102 no ano passado e, agora, são 198.
Outra região também afetada pelos efeitos do El Niño é o Centro-Oeste. O Distrito Federaldecretou situação de emergência no fim de janeiro, quando sofreu reduções significativas no reservatório da Barragem do Rio Descoberto e atingiu o nível crítico abaixo de 20%. Diferente do estado do Ceará, ainda em janeiro o DF iniciou um calendário de racionamento que inicialmente atingiu 1,8 milhão de pessoas.
Com a estiagem e a diminuição do nível do segundo maior reservatório da região, o de Santa Maria, a região central de Brasília, o Plano Piloto, também foi incluído no racionamento, ficando de fora apenas a Esplanada dos Ministérios e os hospitais públicos.
Não é de hoje que o mundo chama a atenção para a importância da gestão racional da água, o debate é antigo e vem sendo reforçado ao longo da história com marcos como o Dia Mundial da Água, decretado em 1992, pela Organizaçãodas Nações Unidas, ou o Ano Internacional de Cooperação pela Água, que em 2013 foi dedicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura para reflexão sobre o tema.
No entanto, mesmo com tantos reforços para lembrar sobre a importância dos recursos hídricos do planeta, as pessoas ainda não aprenderam a gerir de forma adequada a água. No Brasil, algumas cidades já percebem este impacto em seus cotidianos, a história continuará se repetindo se não houver mais conscientização. Este ano regiões Nordeste e Centro-Oeste são as mais afetadas, mas há um ano São Paulo, por exemplo superou a maior crise hídrica de sua história, que teve início em janeiro de 2014.
1 - Bacia Hidrográfica do São Francisco 
É uma das mais importantes Bacias Hidrográficas do Brasil, também importante meio de ligação entre as Regiões Nordeste e Sudeste, a bacia do São Francisco possui cerca de 640 mil quilômetros quadrados. Apresenta extensos trechos navegáveis, além de grande potencial hidrelétrico. O garimpo, a mineração, a irrigação e a poluição hídrica ameaçam a qualidade dos rios dessa região. Recebe esse nome posto que o rio mais importante que a compõe é o Rio São Francisco.
A expansão da urbanização e da industrialização, desmatamento, queimadas e atividades como a mineração, agricultura, pecuária e a pesca, tem resultado num grande impacto ambiental para a região, desde a poluição das águas, assoreamento dos rios, perda da biodiversidade, falta de saneamento básico das populações que ali vivem, dentre outros.
O Bacia do Rio São Francisco tem uma enorme importância econômica, social e cultural para a região, uma vez que suas águas servem para abastecer e fornecer energia para cerca de 520 municípios circundantes, além de servir de transporte e comunicação entre as cidades.
De tal modo, na Bacia do Rio São Francisco muitas usinas foram instaladas na medida em que apresenta muitos rios caudalosos com diversas quedas de água, as quais são aproveitadas para geração de energia. As Usinas Hidrelétricas que merecem destaque são: Três Marias, Queimado, Paulo Afonso, Sobradinho, e Luiz Gonzaga (Itaparica), Xingó e Moxotó.
Transposição do rio são Francisco:
O Rio São Francisco é um dos rios mais importantes do país, com mais de 2 mil km de trecho navegáveis. A Transposição do Rio São Francisco é um projeto do Governo Federal, que visa a criação de 600 km de canais aproximadamente, com o intuito de abastecer diversas regiões do nordeste do país que sofrem com o fenômeno da seca.
Concebido em 1985, a obra do projeto está dividida em dois grandes eixos para captação das águas: o Eixo Norte, na cidade de Cabrobó e o Eixo Leste na cidade de Floresta.
Piora da crise hídrica
(JUNHO/2017) A partir desta semana, todas as quartas-feiras as captações de água na bacia do Rio São Francisco estão proibidas, exceto para abastecimento humano ou animal. A medida está na Resolução ANA 1043 de 19/6/2017 publicada no dia 20 no Diário Oficial da União. Usuários que descumprirem a resolução da ANA estarão sujeitos à aplicação da Lei que inclui advertência, multas e até o lacre da bomba de captação.
O objetivo da medida, batizada como Dia do Rio, é reforçar as ações que vêm sendo adotadas para preservar os estoques nos reservatórios da bacia do rio São Francisco, onde há sete anos chove abaixo da média. A medida é mais um esforço para evitar recorrer ao volume morto de Sobradinho até novembro, quando está previsto o fim do período seco.
Para preservar os estoques, a ANA autorizou a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) a reduzir a vazão mínima média defluente dos reservatórios de Sobradinho, o maior da Bacia com volume útil de 28 bilhões m³ e capacidade para armazenar 34 bilhões de m³, e Xingó, desde abril de 2013.
Sem essas medidas, Sobradinho teria esgotado seu volume útil em novembro de 2014. A nova regra afeta mais de dois mil usuários, principalmente irrigantes e indústrias, na calha do rio São Francisco, em 14 afluentes de gestão federal, nos lagos dos seis reservatórios da Bacia e no complexo Paulo Afonso, na Bahia.
A medida inclui retiradas para todos os usos, inclusive perímetros de irrigação, mas exclui as captações para abastecimento humano e dessedentação animal, em conformidade com a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97), que considera esses usos prioritários em casos de escassez.
A suspensão também vale para as aplicações de água para irrigação, ainda que vindas de volumes reservados previamente ao Dia do Rio. A medida vale até 30 de novembro de 2017, quando está previsto o fim do período seco, mas poderá ser prorrogada caso haja atraso no início do período de chuvas na Bacia. Frente à tendência de agravamento no segundo semestre da mais severa seca que se tem registro na bacia do rio São Francisco, de cenários que apontam para o esgotamento do volume útil do reservatório de Sobradinho e das incertezas quanto ao próximo período chuvoso, é necessário adotar medidas adicionais ainda mais restritivas na gestão da oferta e da demanda de água para fazer frente à crise instalada.
Entre os usuários da Bacia, mais de 85% correspondem a irrigantes, sendo 10% abastecimento público e menos de 5% outros usos, como mineração e indústria.
Os principais aspectos observados nas diferentes unidades hidrográficas são:
• Definir estratégias que resultem no aumento da segurança hídrica para o abastecimento doméstico e que compatibilize os múltiplos usos da água, tais como: abastecimento humano, irrigação, piscicultura, dessedentação animal, lazer e turismo em toda região hidrográfica;
• Definir metas para compatibilizar os usos múltiplos da água, prioritariamente no Alto Médio São Francisco;
• Resolver conflitos entre a demanda para usos consuntivos e insuficiência de água em períodos críticos, principalmente nos rios Verde Grande e Mosquito, no norte de Minas Gerais e no Sub-Médio São Francisco;
• Racionalizar o uso da água para irrigação no Médio e Sub-Médio São Francisco;
• Implementar programas de revitalização para uso e manejo adequado dos solos, para controle de erosão e assoreamento na região metropolitana de Belo Horizonte, Serra do Espinhaço e vale do rio Abaeté, no Alto São Francisco; ao longo da Serra da Mangabeira e na parte sul do reservatório de Sobradinho, no Médio São Francisco; e no vale do rio Pajeú e em pontos isolados do Baixo São Francisco;
• Aumentar a oferta hídrica por meio de novos reservatórios de regularização e revisão das regras operacionais dos existentes;
• Melhorar as condições de navegabilidade na região hidrográfica;
2 - Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia
Com 967.059 quilômetros quadrados, essa é a maior bacia hidrográfica exclusivamente brasileira. Seu potencial energético é explorado, com destaque para a usina hidrelétrica de Tucuruí, no estado do Pará.
A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia apresenta grande potencialidade para a agricultura irrigada, especialmente para o cultivo de frutíferas, de arroz e outros grãos (milho e soja). Atualmente, a necessidade de uso de água para irrigação corresponde a 62% da demanda total da região e se concentra na sub-bacia do Araguaia devido ao cultivo de arroz por inundação.
A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia possui uma área de 918.822 km² e abrange os estados de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão , Mato Grosso e o Distrito Federal. Sua configuração é alingada, com sentido Sul-Norte, seguindo a direção predominante dos cursos d'água principais, os rios Tocantins e Araguaia, que se unem na parte setentrional da região, a partir de onde é denominado rio Tocantins, que segue até desaguar na Baía da Ilha de Marajó.
O desmatamento da região se intensificou a partir da década de 70, com a construção da rodovia Belém-Brasília, da hidrelétrica de Tucuruí e da expansão das atividades agropecuárias e de mineração. Atualmente, o desmatamento se deve principalmente à atividade de indústrias madeireiras nos estados do Pará e Maranhão.
3 - Bacia Hidrográfica do ParnaíbaAbrangendo uma área de aproximadamente 340 mil quilômetros quadrados, essa bacia hidrográfica está presente nos estados do Piauí, Maranhão e na porção oeste do Ceará.
A Região Hidrográfica Parnaíba é hidrologicamente a segunda mais importante da Região Nordeste do Brasil, após a bacia do rio São Francisco. Essa região hidrográfica é a mais extensa, dentre as vinte e cinco bacias da Vertente Nordeste, e abrange o estado do Piauí e parte do Maranhão e Ceará.
Essa bacia apresenta grandes diferenças inter-regionais tanto em termos de desenvolvimento econômico e social, quanto no que se refere à disponibilidade hídrica. A carência de água, aliás, tem sido historicamente apontada como um dos principais motivos associados ao baixo índice de desenvolvimento econômico e social, sobretudo nas áreas mais afastadas da região litorânea, da Zona da Mata e da calha do rio Parnaíba. Entretanto, os aqüíferos da região apresentam o maior potencial de exploração da região Nordeste e podem, se explorados de maneira sustentada, representar um grande diferencial em relação às demais áreas do Nordeste brasileiro no que se refere à possibilidade de promover o desenvolvimento econômico e social.
A demanda hídrica da Região Hidrográfica do Parnaíba ocorre preponderantemente devido aos consumos para a irrigação, uso urbano e rural.
Os principais aspectos observados nas diferentes unidades hidrográficas são:
• Nos maiores centros populacionais, problemas relacionados ao lançamento de esgotos domésticos que causam perdas ambientais e restringem usos para abastecimento. Cabe destacar o impacto dos esgotos na área litorânea (cidade de Parnaíba), uma vez que isso tem afetado as atividades turísticas e econômicas; além de aumentar o risco associado à propagação de doenças de veiculação hídrica;
• Mudança do balanço hídrico na região hidrográfica devido às obras civis (barragens, diques, canais de drenagem etc.) na calha e adjacências do rio Parnaíba e perda de manguezais e matas ciliares para o cultivo de arroz irrigado por inundação no Baixo Parnaíba;
• Conciliação entre a pesca e o cultivo de arroz no Baixo Parnaíba;
• Uso múltiplo da água subterrânea destinada à irrigação e ao abastecimento doméstico;
• Assoreamento e inundação de trechos do rio Parnaíba e de afluentes, em função de práticas agrícolas inadequadas;
• Necessidade de avançar no sistema de gestão de recursos hídricos.
4 - Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental
A bacia do Atlântico Nordeste Oriental é responsável por drenar água de uma área de 287.348 quilômetros quadrados, compreendendo os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Os principais rios são o Beberibe e Capibaribe, além do Jaguaribe, considerado o maior rio intermitente (temporário) do mundo. 
Nesse cenário, destaca-se o fato da região circunscrever mais de uma dezena de pequenas bacias costeiras, caracterizadas pela pouca extensão e vazão de seus corpos d’água.
É nesta região hidrográfica que se observa uma das maiores evoluções da ação antrópica sobre a vegetação nativa - a caatinga foi devastada pela pecuária que invadiu os sertões; a Zona da Mata foi desmatada para a implantação da cultura canavieira; enquanto o extrativismo vegetal voltado para exploração do potencial madeireiro representa, ainda hoje, uma das atividades de maior impacto sobre o meio ambiente. Em decorrência da intensa radiação solar a temperatura anual média na região é elevada (24,5 ºC) e a variação térmica anual é baixa (5° a 2°). O clima na região é complexo e espacialmente variável, o qual resulta da combinação de diferentes sistemas de circulação atmosférica, além de fatores relacionados ao relevo e a proximidade do mar. A precipitação no litoral do Ceará a Alagoas apresenta médias anuais de 2.700 mm e varia até menos de 400 mm no interior da Paraíba. Nas bacias litorâneas de Alagoas ao Ceará, a elevada evapotranspiração determina grandes perdas para os reservatórios de acumulação, com valores que atingem índices de 3.000 mm/ano em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. Em algumas áreas das bacias costeiras limítrofes com a região hidrográfica do São Francisco, situa-se parte do polígono das secas, território reconhecido pela legislação como sujeito a períodos críticos de prolongadas estiagens, caracterizado por índices médios de precipitação inferiores a 800mm/ano e dotado de várias zonas geográficas com diferentes índices de aridez.
Em grande parte das bacias costeiras, o uso e manejo dos solos são inadequados, principalmente em função de práticas agrícolas impactantes, acarretando processos erosivos, salinização e, em alguns casos, formação de áreas desertificadas.
A situação em termos de esgotamento sanitário é preocupante, fruto de uma política de poucos investimentos e, nessa região, agravado pela concentração da maior parte da pobreza no País. É oportuno enfatizar que esse quadro associado a uma região economicamente frágil, caracterizada por reduzidos índices de tratamento de esgoto numa região de grande potencial turístico na faixa litorânea, representa não apenas um considerável risco à balneabilidade de praias mas, também, um grave empecilho à possibilidade de desenvolvimento regional.
Predomina na região o uso da água na irrigação, que é de 173,6 m³/s, e corresponde a 70% da demanda na região. Nesse sentido, essa demanda total contrasta fortemente com a disponibilidade hídrica regional, que por sua vez corresponde a 0,3% do total nacional. Em função da mencionada relação entre a disponibilidade e a demanda, é baixa a segurança hídrica necessária para o abastecimento da região, sobretudo nos períodos de estiagem sazonal, a qual exige das companhias de abastecimento a necessidade de interligar bacias, através da transposição de águas e de complexas redes de adução e reservação.
Os principais aspectos observados nas diferentes unidades hidrográficas são:
• Lançamento de esgotos domésticos que causam perdas ambientais e restringem usos para abastecimento. O impacto dos esgotos é mais significativo na área litorânea, uma vez que, por ter os maiores contingentes populacionais, tem lançamentos mais significativos que afetam atividades turísticas (balneabilidade das praias) e econômicas; além de aumentar o risco associado à propagação de doenças de veiculação hídrica;
• A expansão do turismo em áreas litorâneas tem originado muitos problemas decorrentes da falta de infra-estrutura sanitária e da ocupação indevida de áreas de proteção ambiental, com a contaminação de mananciais e o comprometimento da balneabilidade de praias;
• Definir estratégias que resultem no aumento da segurança hídrica para o abastecimento doméstico e que compatibilize os múltiplos usos da água, tais como: abastecimento humano, irrigação, piscicultura, dessedentação animal, lazer e turismo em toda região hidrográfica;
• Lançamento de despejos das usinas sucro-alcooleiras que comprometem a qualidade das águas;
• Poluição difusa representada pelo lançamento de fertilizantes e agrotóxicos;
• Retirada excessiva de água para irrigação em volumes superiores às disponibilidades;
• Conflitos de ordem quantitativa com demandas potenciais acima das disponibilidades médias;
• Expansão das atividades industriais e falta de controle do efluente lançado nos corpos d’água;
• Necessidade de implantar ou avançar no sistema de gestão de recursos hídricos.
5 - Bacia Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental
Situada nos estados do Maranhão (91%) e Pará(9%), essa bacia hidrográfica possui 254.100 quilômetros quadrados. Os principais rios perenes são: Mearim, Itapecuru e Turiaçu. Nela estão inseridos, parciais ou integralmente, 223 municípios.
Os principais aspectos observados nas diferentes unidades hidrográficas são:
• A contaminação das águas de superfície, principalmente na região metropolitana de São Luís e em núcleos ribeirinhos, tem provocado perdas ambientais e restringido outros usos. Existe a necessidade de implementar, ampliar e melhorar os sistemas de tratamento de esgotos domésticose industriais;
• Definir metas específicas para compatibilizar os usos múltiplos da água, principalmente em trechos específicos das unidades hidrográficas dos rios Mearim e Itapecuru. Nesses trechos, pode se justificar o estabelecimento de fontes alternativas para atendimento às carências, seja a partir de água subterrânea, seja pela importação a partir de unidades hidrográficas vizinhas;
• Estabelecer práticas de melhor manejo do solo que minimizem os riscos decorrentes de desmatamentos nos recursos hídricos da unidade hidrográfica do rio Gurupi;
• Equacionar conflitos existentes com relação aos usos consuntivos para abastecimento humano, irrigação, suprimento industrial e dessedentação animal, apesar da potencialidade da região hidrográfica.
6 - Bacia Hidrográfica Atlântico Leste
A bacia do Atlântico Leste, com 374.677 quilômetros quadrados, abrange territórios de Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo.
Em algumas áreas das bacias costeiras limítrofes com a região hidrográfica do São Francisco, situa-se parte do Polígono das secas, território sujeito a períodos críticos de prolongadas estiagens, com várias zonas geográficas e diferentes índices de aridez. O clima regional é tipicamente tropical, quente e úmido.A temperatura observada na região mostra que a média anual é de 24,5ºC e a amplitude térmica anual é baixa (5o a 2ºC). Nas bacias da Bahia e Minas Gerais, a precipitação varia entre 2.400 mm – no extremo sul da bacia e no litoral baiano – e 400 mm anuais, no alto curso do rio Vaza-Barris. A evapotranspiração observada varia entre valores superiores a 1.400 mm em Salvador e Aracaju, e menores que 900 mm, na Chapada Diamantina e planalto de Vitória da Conquista. Em grande parte das bacias costeiras, o uso e manejo dos solos são inadequados, principalmente em função de práticas agrícolas impactantes, que acarretam processos erosivos, salinização e, em alguns casos, desertificação. Parte significativa de áreas das bacias costeiras apresenta vulnerabilidade dos solos de moderada a acentuada, característica que se repete em muitos solos da região semi-árida.
A relação entre a demanda e a disponibilidade, evidencia um certo comprometimento dos recursos hídricos da região, onde a demanda alcança mais de 100% da disponibilidade nas bacias Paraguaçu e Itapicuru, mais de 80% na bacia do rio Pardo, e mais de 50% nas bacias dos rios de Contas e Itaúnas. É importante ampliar a disponibilidade hídrica na região, com medidas como regularização de vazões, preservação de mananciais, oferta de águas subterrâneas, entre outros. Considerando a região hidrológica como um todo, verifica-se que a demanda potencial situa-se satisfatoriamente abaixo da disponibilidade média. No entanto, nas unidades hidrográficas do Itapicuru e Paraguaçu existe demanda potencial de recursos hídricos superficiais acima da disponibilidade. Invariavelmente esta situação conduz à necessidade de utilização de fontes alternativas de água (poços, importação de bacias vizinhas etc.) ou de medidas de racionamento ou de alocação negociada da água, pelo menos nos anos mais secos.
Os principais aspectos observados nas diferentes unidades hidrográficas são:
• Lançamento de esgotos domésticos que causam perdas ambientais e restringem usos para abastecimento. O impacto dos esgotos é mais significativo na área litorânea, uma vez que, por ter os maiores contingentes populacionais, tem lançamentos mais significativos que afetam atividades turísticas (balneabilidade das praias) e econômicas; além de aumentar o risco associado à propagação de doenças de veiculação hídrica;
• Lançamento de despejos das usinas sucro-alcooleiras que comprometem a qualidade das águas;
• Poluição difusa representada pelo lançamento de fertilizantes e agrotóxicos;
• Demanda excessiva de água para irrigação, em alguns locais acima das disponibilidades;
• Conflitos de ordem quantitativa, com demandas potenciais acima das disponibilidades médias, de maneira mais crítica nas unidades hidrográficas dos rios Itapicuru e Paraguaçu, e secundariamente na do rio Pardo;
• Expansão das atividades industriais e falta de controle da emissão de efluentes em corpos d’água;
• Definir estratégias que resultem no aumento da segurança hídrica para o abastecimento doméstico e que compatibilize os múltiplos usos da água, tais como: abastecimento humano, irrigação, piscicultura, dessedentação animal, lazer e turismo em toda região hidrográfica;
• Promover ações que induzam à implantação e o fortalecimento institucional que permita avançar na gestão descentralizada dos recursos hídricos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/crise-agua-no-brasil.htm
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2617/1/AGUA---FALTA-DE-AGUA-NO-BRASIL/Paacutegina1.html
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-03/mais-de-850-municipios-brasileiros-enfrentam-problemas-por-falta-de-agua-em
http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/documentos/legis/planonac_rh.pdf
http://www.luisclaudioguedes.com.br/index.php/destaques/245-destaques/4920-piora-da-crise-hidrica-afeta-irrigacao-no-velho-chico
http://www2.ana.gov.br/Paginas/portais/bacias/TocantinsAraguaia.aspx

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