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Aula 2 VALORES DA MORAL CRISTÃ CONVICÇÕES, RESPONSABILIDADES E EXPECTATIVAS

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A vida cristã integral: o exercício de uma “mundanidade santa”
A vida cristã tem muitos desafios, por ser contemporânea a sua época histórica, especialmente com a incumbência de ser eficaz espiritual e moralmente na cultura que lhe é apresentada.Portanto, se ela for incapaz de apresentar seu caráter contemporâneo, ela se tornará vazia de sentido.
A fé cristã vai de encontro com a cultura, valores, costumes e hábitos. A era atual é de uma cultura pós-moderna presente nas relações sociais, nos processos e meios de comunicação, nas instituições sociais e na consolidação de um clima cultural marcado por 4 “frentes”:
• Pela pluralidade
• Pela flexibilidade
• Pela capacidade rápida de movimento
• Intensa comunicação
Imersão social com propósito
Diante da necessidade de ser contemporânea e relevante, a fé não se isenta de historicidade e capacidade de penetração na realidade social em qualquer momento histórico. Nesse sentido, o que se requer é o exercício de uma “humanidade santa”.
O cristianismo não é uma espécie de “convênio coletivo”, mas uma opção pessoal por Jesus, caracterizada pelo seu reconhecimento explícita de Cristo. Desta forma, “só quando o homem, tomando consciência explicita desta presença de Deus em sua vida, proclama com a boca a Jesus de Nazaré como seu salvador, podemos dizer que esse homem é cristão”. (CARVAJAL, 1992, p. 100).
Assim, o termo “cristão” é sinônimo de “homem justo”. Como diz Carnajal (1992, p. 100), o cristão não se diferencia dos demais pelas obras exteriores que realiza, e sim por sua interioridade de crente: por sua fé em Jesus de Nazaré. Esse é o específico cristão. O cristão fará as mesmas coisas que o não crente, mas suas motivações baseiam-se na fé, o sentido de sua vida lhe foi dado pela fé.
À luz de João 13.34-35, o cristão é aquele que ama, tendo Jesus como referência última. Cabe aqui as teses de Hans Kung (2004, p. 27), que responde, “por que sou cristão”?
Hans kung 1
1. Primeiramente, por uma razão bem simples: porque, apesar de todas as críticas que faço e das minhas preocupações, existe, não obstante, uma história que é importante para mim, uma tradição que eu posso aceitar e abraçar e da qual vivo juntamente com outros, no passado e no presente – inclusive, em grande parte, com muitos judeus.
Hans Kung 2
2. Porque, por conseguinte, não quero confundir a grande causa cristã com as atuais estruturas da Igreja (católica) e seu aparato, entregando aos seus administradores, por vezes tão mesquinhos, a defesa da causa cristã.
Hans Kung 3
3. Em suma, porque no cristianismo – apesar de todas as grandes objeções que faço ao que é chamado cristão –, encontro uma orientação básica para as grandes perguntas sobre o homem e o mundo; de onde, para onde, porque e para que – uma orientação básica para a minha vida individual e social! E ao mesmo tempo também encontro em tudo isso uma pátria espiritual para a qual eu não desejaria voltar às costas, assim como no terreno político não quero voltar as costas à democracia, da qual, de diversas maneiras, também muito se abusou e se continua abusado, tanto quanto do cristianismo.
O cristão, em nome de sua fé, não pode se isolar do mundo. Pelo contrário, deve-se emergir nele com propósito, numa “mundanidade santa”, no sentido de honrar a Deus através da totalidade da sua existência.
Como diz Carnajal (1992, p. 100), Deus também age sobre os não crentes; ele pôs “sementes de contemplação” nas antigas culturas antes da pregação do Evangelho, segundo o modelo observado no Novo Testamento.
De modo geral, pode-se pensar que, para se conseguir efeitos práticos nessa imersão estratégica, é preciso prioridade nas entidades sociais...
Educação - escolas e universidades.
Saúde - hospitais e postos de saúde, lugares sociais privilegiados pelo grande fluxo de pessoas que por ali passam e trabalham.
Meio de comunicação - TV, rádios e impressos.
Movimentos sociais - organizados para transformação da sociedade.
Entidades culturais - Academias ou grupos literários, companhias de teatros, conjuntos musicais, centros culturais, salas de exposições, feiras artísticas, difusão de livros, etc.
Entidades de lazer – como parques de diversões para crianças e pais.
Periodicamente, convém mudar as estratégias dessas prioridades, mas sempre orientada mais pelo amor espelhado em Cristo, do que pelas normas da lei. Pois um estilo de vida guiado pelas normas se faz autossuficiente e não dá as costas ao ideal do amor cristão.
O ser humano, assim como Deus o imagina, é um ser capaz de solidarizar-se com o próximo. Neste sentido, Haring (1968, p. 48) diz que uma “mundanidade santa” significa redenção do egocentrismo e do isolamento do homem em si mesmo, como também daquele sacralismo estéril que dá origem a um ambiente “santo”, do qual estão praticamente excluídos o mundo criado por Deus, a necessidade do irmão, a ordem social do mundo, a cultura e a política.
“Se não se compreende o homem que há em si mesmo, como poderá compreender-se o homem que há nos outros” (Agostinho, Sermão 72, 4,4).
Libertação da idolatria do mundo?
A resposta está aqui:
Para Haring (1968, p. 48), a “mundanidade santa” implica, também, em libertação da idolatria do mundo. Que é, na sua essência, aquela liberdade diante do mundo, que nasce da união com o Criador e do amor a cada homem. E significa a adoração a Deus feita em espírito e em verdade de vida, resposta vital aos múltiplos modos nos quais Deus revela o seu poder criador e o seu poder.
Assim, a atitude de o cristão colocar-se a serviço nas necessidades da vida humana consiste numa resposta de adoração ao Senhor. Eis uma das formas de como chegar à correta compreensão de como aplicar a fé cristã ao contexto local, num processo evangelizador que implicará, necessariamente, na defesa de valores bíblico-cristãos, ante a força avassaladora das estruturas que se manifestam na sociedade pós-moderna.
Nesta mesma linha, a “mundanidade santa” postula a quebra dos limites profundos e superficiais entre as concepções de “sagrado” e “profano”, formadas por um ascetismo* hostil ao mundo, onde o “não-ameis-o-mundo” é seu slogan.
O ensinamento asceta, baseado em alguns textos bíblicos (cf. 1Jo 2.15; 5.19; 1co 1.3; 1Pe 2.11), conclui que o verdadeiro cristão deve ser o mínimo possível com a cultura ao redor, criar a própria “cultura” cristã. Essa corrente defende que “o envolvimento próximo com os não cristãos é mal visto – exceto para fins evangelísticos.
Barclay (2010, p. 102) diz que o ideal asceta é negar o mundo no sentido mais amplo possível. No final, isso soa como uma grande negação de todas as coisas boas da vida. Essa atitude negativa em relação à cultura tem mudado em nossos dias, mas ainda há muitos resquícios em certos grupos, que precisam de libertação de seus escrúpulos exacerbados.
Imitando o referencial de Jesus para fazer a diferença
O homem cristão é igual a Jesus, porque Jesus também é o modelo do homem, para ele fazer a diferença. Nesse processo, o cristão deve ter sempre como referência última o perfil de vida de Jesus – o amigo dos pecadores (a exceção é que ele não tinha pecado).
O cristão no mundo não pode ter uma postura acrítica, nem de fuga. Na prática, a vida cristã não se torna mais espiritual evitando as coisas do mundo. Senão nosso trabalho secular seria um mal, uma verdadeira demonstração de mundanismo.
Os avanços científicos se constituiriam em meras ameaças a fé e não motivo de gratidão a Deus. Os valores do mundo não podem ser uma ameaça a fé e não significam que devemos evitar o mundo.
Precisamos de sabedoria do alto para ser orientado na vivência de uma fé no Deus vivo e no amor ao próximo, na condição da vida cotidiana real.
O entendimento de que o cristão deve fazer desta vida real, com todos os seus altos e baixos, um espaço contínuo da manifestação da graça de Deus, introduzindo uma visão cada vez mais ampla e autêntica da vida, como valor sagrado. Isso exige do cristão uma visão teológica que coloque os problemas existenciais e concretos da humanidadeà luz do Evangelho e Cristo.
O bem e o mal, como estão inseridos em nossa sociedade? 
Clique aqui:
O Bem e o Mal Com efeito, uma ortodoxia mal compreendida torna-se refém de formulações teológicas do passado e de uma problemática dos séculos passados, estranha aos problemas da vida contemporânea, deixando, assim, a humanidade sem Deus, na medida em que permanece “incontaminada” pelo mundo e pela vida real. Toda cultura é uma mistura do bem e do mal. E Jesus reconheceu isto! Por um lado, não se pode aceitar a cultura sem antes fazer uma avaliação à luz da Palavra de Deus, visto que a mesma pode ser aprimorada cada vez mais à conformidade da vontade de Deus. No contraponto, temos que fazer também uma avaliação profunda da nossa postura preconceituosa em relação à arte, à arquitetura, a música, a ciência, à filosofia, etc. o cristão é responsável para tomar todas as atividades humanas conformes, o máximo possível, com o ideal da Criação de Deus, conforme revelado na Bíblia. “Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada” (1Tm 4.4-5). Com efeito, a Bíblia tem uma estimativa positiva do mundo material, das boas coisas da vida. Suas diretrizes são mais práticas e realistas do que aquilo que teóricos seculares dizem. Também não existem traços de atitudes negativas na vida e nem nos ensinamentos de Jesus. Todavia, não podemos negar que, com as transformações culturais e os avanços tecnológicos na pós-modernidade, avolumou-se em nossa sociedade uma visão materialista da vida, bem como uma filosofia predominante que nega Deus e suas leis morais absolutas, incluindo os conceitos de “certo” e “errado”, por considerar equivocadamente que esta é uma questão de escolha pessoal. Na cultura de hoje tudo é reduzido pura e simplesmente às verdades relativas, e essa forma corrente do pensamento (humano) tem se transformado num grande desafio à fé cristã. A partir desta constatação, podemos enxergar o tamanho do desafio do centro urbano. De um lado, temos uma sociedade com seus entretenimentos, administração pública, projetos comunitários, protestos, greves, perturbações da ordem pública, e no contraponto estão os cristãos, chamados a dedicar-se aos valores bíblicos em quaisquer circunstâncias, onde tudo deve convergir para o fim prioritário: senhorio de Cristo. Os tempos pós-modernos são assinalados pelo progresso, especialmente científico e tecnológico, mas, sobretudo, pelas contradições de pensamentos, e por isso possui características bastante peculiares, como o relativismo moral marcado pela desintegração generalizada da família e uma anarquia moral predominante. Além disto, constata-se maior presença da tecnologia no mundo do trabalho e da cultura, alterando significativamente as relações sociais. Neste sentido, não há como negar a acentuada influência da informática nos meios de comunicação social, propiciando uma fortíssima alteração de tempo e de espaço, de comportamento dos seres humanos e de seu modo de organizar-se em sociedade, de transações econômicas e de desenvolver as instituições sociais. Constata-se também alteração no uso e na concepção da linguagem. Atingiu consciência de que pela linguagem tornar-se-ia possível atingir a verdade. No entanto, ao constatar o caráter plural da linguagem, sua intima conexão com a cultura, acenou-se também para a necessária ruptura com modelos absolutos de verdade e com a construção de modelos que apontem para a verdade vista a partir das relações horizontais efetuadas historicamente. Nesse processo, a permissividade pessoal e social tornou-se outra característica dos tempos atuais. Constata-se ver até que ponto pode chegar a fraqueza humana, sujeita ao pecado. Justamente por isso – digo: a presença do mal – é que o homem precisa ser transformado e educado pelo Evangelho, pois foi desfigurado pelo pecado, mas pode ser reconstruindo por Jesus Cristo.
Sem dúvida que, como no princípio, a cultura de hoje deveria refletir a imagem moral de Deus no homem (Gn 1.27-31; 2.15-24), mas como a natureza moral e ética humana foram tremendamente afetadas pelo pecado, cultura e cosmovisão contemporâneas são conflitantes com os valores bíblico-cristãos e, consequentemente, parte significativa da produção intelectual e cultural de nossos dias está condicionada a um espírito de desobediência radical às leis morais e espirituais de Deus. A fé cristã é, com frequência, ridicularizada:
O cristão deve exibir uma fé a partir de uma cosmovisão que tem Deus e Jesus como base. A glória e a beleza de uma sociedade estão em ela ser Cristocêntrica. Só em Cristo, conforme revelação da Escritura Sagrada, uma sociedade pode encontrar a base sobre a qual reconstruir a cultura, deformada pelo pecado.
Com efeito, a cosmovisão cristã é fundamentada numa fé produzida e suportada por abundantes evidências bíblico-históricas. Para o Cristianismo, ignorar tais evidências (não é científico) é obscurantismo, ou “atitude mental que impede o avanço do verdadeiro conhecimento de Deus, como se encontra na Escritura Sagrada, com o objetivo de preservar crenças e tradições que, pelo menos de imediato, proporcionam conforto mental aos que as conservam”. (ANDRADE, 1998. p 226).
Adotando uma nova evangelização
Na mensagem do Reino de Deus, Jesus Cristo nos promete a salvação no além. O Reino de Deus não se apoia sobre nenhuma pretensão ou prestação humana. O Reino de Deus é uma promessa que não está construída sobre sucesso externo nem alicia a soberba da atividade humana; ultrapassa infinitamente as limitadas aspirações da vida humana e significa vida eterna.
A fé cristã é, com frequência, ridicularizada. Diz-se que ela é contrária à ciência e contraditória. Atraentes substitutos são oferecidos, muitas vezes, disfarçados com palavras da Escritura.
Como poderá o cristão orientar seu pensamento e vida em meio a tanta confusão?
“A ‘expectativa salvífica’ do marxismo clássico não passa de um falso transcendentalismo: esperava-se a irmandade final ao mesmo tempo em que se prega o ódio de classe – apresentado como mandamento – como estrutura do mundo atual e lei interna ao mesmo. O cristão crê ao invés que o amor, que alcançará sua perfeição no fim dos tempos, está já poderosamente em ação e tem em si a capacidade de unir as nossas energias para o serviço do próximo. Uma vez que o amor apareceu visivelmente em Cristo, o qual tomou carne do mundo, o cristão se sente obrigado a tornar visível na vida real de todos os dias a sua fé, a sua esperança e a sua consagração que se deu por meio do Espírito Santo. Sabe que está empenhado pelo mundo visível sem se tornar escravo seu”. (HARING, 1968, p. 56).
Mas a teologia bíblica, como ciência da fé, sabe que a verdade salvífica é dada do alto por revelação gratuita. Ou seja, a única fonte continua sendo sempre Deus, manifestada no Jesus histórico. Por meio do qual, o Reino de Deus irrompe verdadeiramente na existência humana visível e sensível com presença dos valores eternos da Escritura Sagrada, encarnados na vida dos seguidores de Jesus.
A inculturação da fé, forjada na solidariedade visível de Cristo, com todos os homens e com todas as criaturas do seu tempo, renovara realmente e transformara a sociedade e as correntes culturais incompatíveis com o Reino de Deus.
A sociedade pós-moderna exige uma nova evangelização, que expressa Jesus Cristo como base.
A evangelização deve ser nova na atração: contextualizada à realidade presente
A evangelização deve ser nova no método: revelação de Deus
A evangelização deve ser nova na expressão prática: testemunho de vidas transformadas
Nesta mesma linha é que Lucas (1999, p. 86) diz que a nova evangelização implica na inculturação como processo conduzido desde o Evangelho até o interior das comunidades locais, cuja meta e a salvação é a libertação integral do ser humano, de maneira a fortalecer sua identidade e confiança no futuro específico, contrapondo-se aos poderes da morte.
“Não devemos esquecerjamais que Jesus é a expressão suprema da verdade, e que toda verdade é unificada nele, da mesma maneira como não devemos esquecer que o amor é a expressão máxima da moralidade cristã. Mas Deus, em sua bondade, também nos deu verdades particulares. Afirmar isso não significa diminuir Jesus, mais do que dizer que algumas verdades éticas diminuem o amor como principio ético supremo. Aceitamos o modo como a Bíblia nos dá a verdade. A moralidade situacional e a tentativa de afirmar todas as doutrinas em termos de somente Jesus devem muito a inclinação filosófica de nossos dias. Elas são parte de nossa cultura secular, mas almejamos ser cristãos bíblicos, não apenas homens e mulheres modernos”. (BARCLAY, 2010, p. 43).
O Reino que Jesus inaugurou tomou forma de amor e bondade, como observada na sua Pessoa histórica, justamente porque Jesus é o nosso referencial perfeito. Desde agora, então, os súditos do Reino de Deus, têm a maravilhosa incumbência de tornar realidade a vontade do Pai na terra, “como no céu”.
Não podemos viver o cristianismo autêntico colocando entre “parêntesis” a esperança da eternidade, pois não seria verdadeiro cristianismo, mas uma degeneração da mensagem evangélica. Somente com uma correta compreensão da esperança (escatológica) bíblica é podemos nos libertar de uma visão transitória da vida e nos colocar a serviço do homem e do mundo, com uma consciência responsável diante das gerações que estão por vir.
Enfim, o cristão contemporâneo precisa se libertar, também, da radicalidade daqueles elementos legalistas, cuja mensagem, ao invés de dilatar o coração humano à realidade de graça, bloqueia ou deixa inativa a verdadeira espiritualidade.
Barclay (2010, p. 101) diz que o problema mais sério para o cristão é porque ele se encontra inserido numa cultura que contém a mistura do bem e do mal. Ela não somente não é totalmente cristã, mas têm características cuja influência penetrante afeta o modo como pensamos, e tende a nos arrastar para falsas prioridades e valores.
Diante disso, torna-se improdutivo o cristão ficar preso, no tempo, às “puras” consolações religiosas ou refém de escrúpulos religiosos e morais, enquanto as novas condições sociais, econômicas e existenciais afetam profundamente o valor sagrado da vida. De fato, o cristão olhar o mundo como pertencente a Satanás ou às forças malignas.
Pois, todos foram feitos a imagem e semelhança de Deus (Tg 3.9) e capazes de excelência, sabedoria e conhecimento, nas coisas do mundo, na criatividade e na virtude civil, independentemente de ser cristão ou não.
Horton (2006, p. 163) ensina que o cristão deve evitar dois grandes perigos:
S. Separatismo
S. Secularismo
Quem conhece a história da Igreja sabe quão difícil é chegar a um equilíbrio. Para ilustrar, vejamos dois exemplos extremos:
O primeiro é “Justino, o Mártir” (100-165), que estava tão envolvido com a filosofia grega que até mesmo depois da sua conversão ele via o Cristianismo principalmente como um sistema filosófico, e incorporou a ele ideias da filosofia grega incompatíveis.
O segundo exemplo é Tertuliano (155-220), que insistia que o Cristianismo e a Filosofia eram de uma maneira opostos que não existiria uma base comum. É dele a célebre frase: “qual a relação entre Atenas e Jerusalém ou entre a academia e a igreja?”. Ou seja, qual a relação entre o cristianismo e a filosofia?
Por outro lado, no período medieval, a Igreja sintetizou tanto a filosofia grega com o cristianismo que um não podia ser questionado sem que isso colocasse em dúvida o outro. O século XIII foi o apogeu da erudição, por meio das Universidades que se tornaram as incubadoras tanto do Renascimento como da Reforma.
Fonte: http://tridentina.blog.com/files/2010/09/Botticelli-Santo-Tomas1.jpg
A Universidade de Paris, por exemplo, se tornou o centro do interesse do conhecimento da maior parte da Europa, pois ali se desenvolveu quatro campos de estudos: Teologia, Artes, Medicina e Direito. A Teologia era considerada a “rainha das ciências”. Na área teológica, o fenômeno mais revolucionário dessa época foi o surgimento de um sistema chamado Escolástica, cujo auge se deu entre os séculos XII e XIII, quando foram publicadas as grandes sumas teológicas, como a de Tomás de Aquino – imagem -, um dos escolásticos mais influentes.
Como sugere Barclay (2010, p. 99), observe as seguintes conclusões práticas:
Os botões a seguir vão ajudar...
Os cristãos e o papel na Sociedade: 
Todos os cristãos devem tentar descobrir um papel na sociedade no qual eles possam ajudar a aumentar os recursos da comunidade. Eles não precisam depender de outros, se podem ajudar. Esse é o motivo cristão principal para qualquer tipo de trabalho – seja na agricultura, nos negócios, como dona de casa ou operário - o serviço, e não o lucro. Reverter essa ordem é justamente seguir o caminho do mundo.
Distorcer nossos alvos e prioridades cristãs:
Não devemos permitir que o nosso desejo de melhorar nosso padrão de vida acima do que necessitamos venha a distorcer nossos alvos e prioridades cristãs. Precisamos sempre questionar nossos motivos quando estamos procurando aumentar nossos ganhos.
Há sempre alguém para ajudar:
Para o cristão, não importa se ele tem um emprego remunerado ou não, aqueles que não têm nenhuma responsabilidade em casa, e aqueles que não têm nenhum emprego remunerado em vista, podem procurar maneiras de ser úteis em uma posição não remunerada. Há sempre alguém ao nosso redor que podemos ajudar.
Fazer qualquer trabalho com entusiasmo:
Devemos ser capazes de fazer qualquer trabalho com entusiasmo. Se o emprego para o qual fomos treinados, e temos buscado, não está disponível, vamos aprender a buscar outra coisa para fazer de boa vontade. Como diz a Bíblia, o escravo deve fazer o trabalho como escravo de Cristo, ao mesmo tempo em que, se lhe for dada a oportunidade de ser livre, ele se aproveita.
Esforço para fazer bem o nosso trabalho:
Devemos nos esforçar para fazer bem o nosso trabalho, e não apenas, ou principalmente, porque ele pode nos trazer uma promoção, dinheiro e uma boa reputação. Honestamente, podem existir algumas ocupações que são difíceis; mas não existe razão para o cristão fugir delas, ou sentir que é mais espiritual aceitar um emprego que seja mais fácil.
Na proposta de uma reformulação dos planos tradicionais de estratégias evangelísticas, Ramos (2004, p. 76-77) coloca suas etapas importantes a serem cumpridas:
 
Etapa 1
1. Levantamento do perfil histórico, socioeconômico, cultural e religioso da região ou da cidade escolhida. Nesta fase, órgãos governamentais, como o IBGE e organizações não governamentais certamente poderão contribuir.
 
Etapa 2
2. Mobilização e treinamento da equipe. As pessoas e suas respectivas famílias seriam implantadas na cidade e, logo que forem desenvolvendo suas atividades normais como profissionais, atuariam como missionários, evangelizando e discipulado pessoas.

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