LITERATURA INFANTO JUVENIL

Prévia do material em texto

O que é Literatura?
Não é fácil conceituar literatura, o termo é discutido há muito tempo e não se chega a um consenso; uma coisa é certa: a literatura trabalha com a palavra, esta é transformada em linguagem que expressa emoções. Podemos simplificar e dizer que literatura é o uso da palavra para expressar as emoções humanas. Mas esta definição não dá conta do universo que o termo acolhe.
O termo literatura tem origem na palavra latina “littera” que se traduz com letra. Daí a relação entre a literatura e a habilidade ler e escrever com arte. As produções literárias exibem diversos gêneros, entre elas as poesias, a prosa, a ficção, o romance, a infantil.
A literatura são textos escritos com arte, textos produzidos, mas que tem o prazer, um dom artístico do seu escritor.
A literatura literária é aquela literatura que usa a arte para expressar as suas ideias.
A literatura infantil é voltada para os pequenos, é feita para crianças infantil, infanto juvenil.
O que é Literatura infantil?
A literatura infantil principiou no século XVIII. Nessa época, os filhos dos nobres liam os clássicos e as crianças menos privilegiadas liam lendas e contos folclóricos populares na época.
Quando as crianças começaram a ser vistas como crianças, a literatura também se adaptou ao público infantil; os clássicos passaram por amoldamentos e os contos folclóricos serviram de criação para os contos de fadas.
O que é Leitura?
A palavra leitura decorre do Latim "lectura", originalmente com o significado de "eleição, escolha, leitura". Mas leitura não é simplesmente a ação de ler algo. Ela é complexa, pois exige diversos processos cognitivos para dar sentido à organização frasal. De acordo com Soares (2000, p. 18):
Leitura não é esse ato solitário; é interação verbal entre indivíduos, e indivíduos socialmente determinados: o leitor, seu universo, seu lugar na estrutura social, suas relações com o mundo e com os outros; o autor, seu universo, seu lugar na estrutura social, suas relações com o mundo e os outros.
Os benefícios da leitura são incalculáveis além dela ser “forma de lazer e de prazer, de aquisição de conhecimentos e de enriquecimento cultural, de ampliação das condições de convívio social e de interação” (SOARES, 2000, p. 19), ela é um processo de interação entre o leitor e o autor em uma atividade dialógica com os diversos universos apresentados no texto.
Literatura e a Escola
A escola tem o intuito de provocar na criança o desenvolvimento integral, tanto físico, intelectual como social; e a literatura é efetiva para a edificação da personalidade e para o desenvolvimento intelectual, ético e estético da criança como ser humano.
Quando um professor apresenta a literatura infantil para a sala de aula, ele estabelece uma relação dialógica entre o aluno, o livro, a cultura apresentada no livro e sua realidade. Os valores marcados no texto podem ser elemento de diálogo com os alunos, possibilitando a permuta de ideias e a ampliação de se expressar. Uma história causa inúmeras probabilidades de aprendizagem.
Para Coelho (2000), a literatura infantil é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, por meio da palavra. Estabelecem os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização, ou seja, a palavra plurissignificativa, ou literária, é o caminho efetivo para a apropriada evolução de um povo, ao nível da consciência de mundo que cada um vai assimilando desde a infância.
A literatura, e em especial a infantil, tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação: a de servir como agente de formação seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo leitor/texto estimulado pela escola. E parece, já fora de qualquer dúvida, que nenhuma outra forma de ler o mundo dos homens é tão eficaz e rica quanto a que a literatura permite
(COELHO, 2000, p.15)
Em essência, a autora afirma que a natureza da literatura infantil é a mesma da que se destina aos adultos. As altercações que a singularizam são determinadas pela natureza do seu leitor/receptor: a criança.
Função da Literatura:
A literatura tem finalidades básicas, Aristóteles, em seu livro Poética, definiu três funções da literatura: a cognitiva, a estéticas e a catártica; outra função surgiu mais tarde a político-social.
Função Cognitiva:
A função cognitiva se refere à aquisição do conhecimento. O autor quando escreve expressa a percepção pessoal de uma determinada realidade, desta forma, a obra literária expressa este conhecimento ao leitor.
Função Estética:
Por ser uma arte, a literatura aproxima-se de nossos sentimentos e emoções por meio do belo, do bonito, isso se dá por meio do uso de figuras de linguagem, metrificação, rimas, ritmo, articulação dos personagens, estruturação do enredo entre outros.
Função Catártica:
A palavra catártica do grego catharse quer dizer purificação, purgação. Na literatura catarse aproxima-se de um descarrego de emoções, aflições ou desgosto que se dá com a leitura de determinado texto.
Assim, a literatura pode dar um alívio emocional tanto ao escritor que desabafa, quanto para o leitor que se identifica com estes sentimentos.
Função Político – Social:
A literatura também tem a função político-social, isto é, aquela que relata e desta forma conscientiza seus leitores sobre as transformações da sociedade, apontando injustiças e cultivando em seu leitor o senso crítico.
A especificidade da Literatura Infantil no contexto da literatura.
A publicação que tenha em seu teor o entretenimento para crianças pode ser considerada como literatura infantil. Ela tem um princípio didático também, no qual se ensina algo.
Frantz considera que “a literatura infantil é também ludismo, é fantasia, é questionamento, e dessa forma consegue ajudar a encontrar respostas para as inúmeras indagações do mundo infantil, enriquecendo no leitor a capacidade de percepção das coisas.” (FRANTZ, 2001, p.16).
Assim, para que a literatura desperte o interesse da criança, precisa apelar ao caráter imaginoso. Elas se fascinam com o fabuloso, mistério, fantasia, prazer e emoção. O apelo à imaginação é que garantirá o interesse da criança pela leitura.
O que não se pode deixar de considerar é que a maioria dos autores de literatura infantil são os adultos. Adultos que têm seu olhar específico de mundo, e que reinventam sua visão de criança para poder escrever, este processo pode trazer divergências ao gosto e satisfação intelectual infantil.
Por exemplo, algumas vezes os autores adultos tentam incutir por meio de seus textos um tom moralizador ou ensinamentos e mesmo julgamentos que consideram válidos. Da mesma forma, algumas práticas pedagógicas buscam na literatura infantil ensino da moral, de bons costumes ou suportes para atividades escolares, esquecendo-se do valor maior do processo: o poder da imaginação, instigar a curiosidade, divertir e sem obrigações, educar e instruir. Deve-se considerar que a literatura infantil tem como objetivo maior atender as necessidades da criança. Sosa (1978) pontua quatro elementos que servem de base de sustentação da literatura infantil: o caráter imaginoso, o dramatismo, a técnica do desenvolvimento e a linguagem.
É necessário considerar a literatura infantil além das habilidades de leitura e subsídios pedagógicos, e sim a formação de leitor literário. Este busca indagações ao leitor, estimulando a curiosidade e instigando a produção de novos conhecimentos.
O que é ler?
Ler é ir além, é entender o que está escrito, é imaginar o que o autor está querendo nos dizer, onde ele quer nos levar, é ler o texto e ir em frente.