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Historia da educação. Aulas

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Educação Patrística 
 
Filosofia Patrística, linha de pensamento cristã feitas pelos padres 
da Igreja. Na elaboração das verdades do cristianismo como uma 
forma de defesa contra os ataques dos pagãos e dos hereges. Em 
busca de argumentos para contê- los, os clérigos que 
organizavam estes princípios procuravam fundamentos nos textos 
filosóficos gregos, especialmente nos de Platão, a Patrística expôs 
a necessidade de uma rigorosa ética moral e de controle racional 
das paixões. 
Podemos citar: Clemente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano. 
Mas o mais influente foi Santo Agostinho (354-430).Com 
representantes da Patrística. 
Santo Agostinho sofreu influência de Platão ao ​unir filosofia e 
religião​, formando sua própria filosofia baseada ​em 
conhecimento, sabedoria e amizade​. Santo Agostinho teve ação 
decisiva e inovadora ao reconhecer que, ao lado da conquista e 
do domínio dos conteúdos, o aluno precisava saber relacionar 
esse conhecimento à realidade. 
 
Há duas fases na concepção de educação de Agostinho. 
 
Primeira ​- Na qual se faz relevante a formação humanista. 
Segunda ​- Destaque para o valor e a importância da formação 
ascética. 
 
Em ambas as fases, Agostinho considera a formação da 
consciência moral, única forma de iluminar a inteligência para 
o reconhecimento da lei divina, ele julga importante, na 
primeira etapa da educação, a realização dos exercícios 
físicos, o ensino da retórica, à prática da disciplina e da 
obediência. Para os adultos e futuros dirigentes da Igreja, 
deve-se oferecer ampla cultura humanística, incorporando as 
tradições greco-romanas à formação religiosa teológica. 
 
 
Algumas obras de Santo Agostinho relevantes para a 
Educação: 
 
• ​Confissões (397-398):​ autobiografia da juventude. 
•​ A cidade de Deus (413-426):​ filosofia da História 
• ​O mestre: na qual expõe ao filho suas concepções sobre 
educação. 
• ​Da ordem: tratado no qual explica sua concepção de educação 
integral humanística. 
 
 
 
 
 
A Educação Escolástica 
 
Corrente filosófica e método de ensino que predominou na 
sociedade medieval entre os séculos XI e XV, contribuindo para o 
surgimento das universidades. A Escolástica e as primeiras 
universidades medievais A escolástica se sobressai e se 
desenvolveu na Europa medieval até o Renascimento. As 
universidades medievais surgiram a partir do século XI, durante o 
predomínio da Escolástica a partir do século IX, fundou-se as 
escolas junto às catedrais, e logo surgiram as universidades. 
Podemos destacar as de Paris, Bologna, Oxford e Cambridge, 
sendo que algumas delas existem e são conhecidas até hoje. 
Segundo Luzuriaga (2001), ​a primeira universidade medieval foi 
a Escola de Medicina de Salerno na Itália​, seguindo ela ​na 
Itália, em Bolonha, outra dedicada ao Direito​. A mais 
importante para a cultura ocidental foi a de Paris, Escola 
Catedral de Notre Dame e influenciou o modelo de todas as 
universidades europeias. 
O ensino era feito pela Igreja em todas as universidades 
medievais. As aulas eram realizadas em latim, e as matérias eram 
compostas pelo trivium e quadrivium. 
 
O trivium - Tri significa três e vium significa via ou caminho, 
portanto trivium significa cruzamento e articulação de três ramos 
ou três caminhos) é o termo como era conhecido na Idade Média 
o conjunto de três matérias lecionadas nas universidades, nos 
anos iniciais: gramática, lógica e retórica. 
 
​O quadrivium - Quadri significa quatro e vium significa via ou 
caminho, portanto quadrivium significa cruzamento e articulação 
de quatro ramos ou quatro caminhos) compõe o conjunto das 
quatro matérias restantes: aritmética (teoria do número), musica 
(aplicação da teoria do número), geometria (teoria do espaço) e 
astronomia (aplicação da teoria do espaço). Podemos afirmar que 
a Escolástica, buscando entender a relação entre filosofia e 
teologia. 
 
O movimento renascentista e a Educação 
 
No final do século XII, a sociedade medieval começou a se 
modificar, principalmente com a formação e o fortalecimento dos 
centros urbanos, o que seria muito importante para as mudanças 
educacionais que estariam em curso com o movimento 
Renascentista. Mas o que é o movimento Renascentista? Entre os 
séculos XIV (1300) e XV(1400), o mundo ocidental produziu um 
dos mais inovadores movimentos sociais, econômicos e culturais 
da história da humanidade, o Renascimento, que lenta e 
vagarosamente já vinha se insinuando no mundo ocidental culto 
há mais tempo (desde o século XII), mas que se consolidou 
durante o século XVI (1500) e início do século XVII (1600) com o 
Iluminismo. 
Mas o que realmente vem a ser o Renascimento? Renascimento, 
Renascença ou Renascentismo são termos equivalentes usados 
para definir, ou melhor, para indicar um determinado período da 
História europeia. O Renascimento se caracterizou por um grande 
interesse sobre o saber, a cultura e, particularmente, a retomada 
de muitas ideias dos antigos gregos e romanos. Foi também uma 
época de grandes descobertas e explorações: Vasco da Gama, 
Colombo, Cabral e outros navegadores estavam fazendo suas 
viagens, enquanto notáveis avanços se processavam na Ciência e 
Astronomia. Os compositores passaram a ter um interesse muito 
mais vivo pela música profana (não religiosa), inclusive 
escrevendo peças para instrumentos, já não usados somente para 
acompanhar vozes. 
O fenômeno do Renascimento foi o “ponto de partida” rumo ao 
desenvolvimento do capitalismo moderno. Este movimento 
impulsionou várias mudanças extremamente significativas na 
Europa. Mas que mudanças tão importantes e decisivas foram 
estas? Devemos primeiro considerar que antes do Renascimento, 
a Europa era medieval e feudal, portanto, baseada em uma 
sociedade relativamente estável e fechada, que aos poucos ia se 
desestruturando, principalmente, devido ao processo de abertura 
e expansão marítima e comercial. A mentalidade foi se tornando 
laica, ou seja, desligada das questões sagradas, religiosas e 
metafísicas. 
Neste mundo cada vez mais secular e independente da tutela da 
religião, um novo pensamento social começou a se delinear. Ainda 
não se podia afirmar que este pensamento era científico, mas 
evidentemente havia uma tentativa rigorosa e objetiva neste 
sentido, de forma que as instituições políticas e sociais, as 
nações, os estados, as legislações e o exército conduziam os 
estudiosos a pensá-los como consequência da consciência, da 
vontade, do discernimento e da intervenção humana nos rumos 
dos acontecimentos, não mais como resultado da vontade divina. 
Abandonou-se a ideia de uma realidade estática, imutável e de 
origem divina, e aos poucos os homens foram percebendo que a 
vida social poderia ser dinâmica e estar em constante construção. 
Apesar disto, não surgiam ainda interpretações sociais que 
pudessem ser consideradas científicas. As obras dos principais 
estudiosos deste período acerca do mundo social revelavam mais 
uma visão especulativa, ideal e utópica de como deveria ser a 
sociedade,ou seja, ainda não se conseguia descrevê-la como 
realmente ela era. Mas, sem dúvida, é exatamente nestas obras, 
ainda especulativas, que vamos encontrar o germe do 
pensamento social moderno, ou seja, o início do pensamento 
científico sobre a sociedade. 
 
Entre as principais obras que podem ser consideradas 
precursoras do pensamento científico acerca do mundo social 
temos: 
• A utopia, de Thomas Morus (1516). 
 • A cidade do Sol, de Tommaso Campanella (1602). 
 • A nova Atlântida, de Francis Bacon (1627). 
• O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, (escrito em 1513, mas 
publicado apenas em 1523). 
Saiba mais As mudanças ocorridas com o Renascimento 
foram realmente muito significativas. Vejamos algumas delas: 
 
• A expansão marítima e comercial: homens começam a ter 
outros valores. 
 
• Nova postura do homem ocidental diante da natureza e do 
conhecimento. O mundo torna-se cada vez mais laico e o homem 
se sente livre para pensar e criticar. 
 
• O homem percebe que a realidade e a natureza que vê e 
vivencia não são imposições divinas, mas resultado de suas 
ações, escolhas e opções. O pensamento laico científico permitiu 
compreender a sociedade como obra humana e não divina. 
 
• Deslocamento de valores: do teocentrismo (Deus como centro 
do mundo) passa-se para o antropocentrismo (Homem como 
centro do mundo). 
 
• As ideias criadas são adequadas ao espírito do capitalismo 
emergente. 
 
• O lucro, antes proibido pela Igreja, passa a ser incentivado e 
apreciado como algo bom, expressando a noção da acumulação, 
da ostentação e da diferenciação individual. 
 
• Inicia-se uma nova sociedade baseada na posse de riqueza e 
não mais na origem, nome e propriedade da terra, 
estabelecendo-se uma nova classe social: a burguesia comercial. 
Características do Renascimento: antropocentrismo, laicidade, 
individualismo, humanismo e racionalismo. 
 
A Reforma e a Contrarreforma 
 
Durante o século XVI, a Europa teve vários movimentos 
religiosos que contestavam os dogmas da Igreja católica e a 
autoridade do papa​. Movimentos chamados de ​Reforma​, foram 
de intenso cunho religioso. Tais transformações também na 
economia europeia, e ascensão da burguesia. Por isso, algumas 
correntes do movimento reformista se adequam às necessidades 
religiosas da burguesia, ao valorizarem o homem 
“​empreendedor​” e ao ​justificarem a busca pelo lucro, sempre 
condenado pela Igreja católica​. 
A Igreja estava em decadência com as questões ​políticas e 
econômicas do que com as questões religiosas. Para aumentar 
ainda mais suas riquezas, recorria a qualquer subterfúgio,exemplo 
:Venda de cargos eclesiásticos, de relíquias e das famosas 
indulgências, que foram a causa imediata das críticas feitas por 
Lutero. O papado garantia que cada cristão pecador poderia 
comprar seu perdão da Igreja. A formação das monarquias 
nacionais, em 1400, trouxe sentimento de nacionalidade às 
pessoas que habitavam a mesma região, sentimento 
desconhecido na Europa feudal,que motivou o declínio da 
autoridade papal, onde o rei e a nação passaram são mais 
importantes. ​A ascensão da ​burguesia​, foi decisivo na formação 
das ​monarquias nacionais e no pensamento humanista, foi 
fundamental na Reforma religiosa​. ​Na ideologia católica, a única 
forma de riqueza era a terra; o dinheiro, o comércio e as 
atividades bancárias eram práticas pecaminosas; trabalhar pela 
obtenção do lucro (que é a essência do capital) era pecado​. 
A burguesia precisava de uma nova religião, que justificasse seu 
amor pelo dinheiro e incentiva as atividades ligadas ao comércio. 
A doutrina protestante, criada pela Reforma, satisfazia plenamente 
os anseios desta nova classe, pois pregava o acúmulo de capital 
como forma de obtenção do paraíso celestial. Assim, parte da 
burguesia, ligada às atividades lucrativas, aderiu ao movimento 
reformista. Com a expansão da doutrina protestante, a Igreja 
católica protagonizou uma forte reação conhecida como Contra 
Reforma com o objetivo de recuperar o poder que vinha perdendo. 
Como reação à Reforma, o papa Paulo III convocou o ​Concílio de 
Trento (1545-1563) para assegurar a unidade da fé católica e a 
disciplina dos sacerdotes. Foi reafirmada a infalibilidade papal e 
estabelecidas normas para a criação de seminários para a 
formação de eclesiásticos. Este concílio ficou conhecido como 
Concílio da Contra Reforma. 
 
A Educação 
 
O ensino era Laico, o que é laico? Laico refere-se a uma corrente 
de pensamento chamada laicismo que preconiza a separação 
entre as questões referentes ao Estado e as influências religiosas, 
ou seja, as responsabilidades concernentes ao Estado não devem 
sofrer pressões religiosas, mantendo-se neutras em relação à 
religião. O Estado laico, não pode ser confundido com Estado 
ateu. 
A educação do Renascimento recebeu severas críticas à tradição 
medieval. Era uma educação que buscava tornar-se cada vez 
mais laica ​para divulgar os ideais humanistas e burgueses​. 
Embora a produção intelectual renascentista fosse bastante 
profícua, não temos nenhuma obra de conteúdo exclusivamente 
teórico ou filosófico a respeito da Educação, há várias obras de 
diversos autores, recheadas de partes ou trechos dedicados à 
reflexão educacional, tais como textos de : 
 ​Erasmo de Rotterdam​ (1467-1536). 
 François Rabelais​ (1494-1553). 
 Michel de Montaigne​ (1533-1592). 
A exceção fica por conta de Juan Luis Vives (1492-1540)​, um 
espanhol que produziu uma vasta obra sobre Educação (chamado 
de ​Tratado do Ensino​),escreveu também sobre educação 
feminina. 
 
O ILUMINISMO E A EDUCAÇÃO 
 
Renascimento e Iluminismo - São movimentos entrelaçados e 
tentar definir datas para um e outro é mera questão didática​. 
Chamamos de Iluminismo o movimento cultural que surge na 
Inglaterra, Holanda e França, nos séculos XVII e XVIII​. Os 
filósofos e economistas que defendiam as ideias iluministas 
julgavam-se “propagadores da luz” e do conhecimento. 
Alguns dos principais pensadores iluministas foram: 
René Descartes (“penso, logo existo”). 
Francis Bacon (“saber é poder”). 
Isaac Newton. 
John Locke 
 Voltaire 
 Montesquieu 
 Rousseau 
 Denis Diderot 
Jean D’Alembert 
O Iluminismo trouxe grandes avanços com a Revolução Industrial, 
abriu espaço para a profunda mudança política determinada pela 
Revolução Francesa. O precursor desse movimento foi o 
matemático e filósofo francês René Descartes (1596-1650)​, 
considerado o pai do racionalismo. 
O Discurso do método foi o manifesto do movimento racionalista, 
que se iniciava com ele, registrando o que percebe antes de todos 
os outros. Descartes notou que no momento em que vivia (século 
XVII), estava acontecendo a exaustão do pensamento tradicional, 
herdeiro da Escolástica medieval. O filósofo queria resgatar para o 
racionalismo moderno a tradição dos grandes geômetras antigos, 
da Grécia clássica, como ​Euclides e Zenão​, trazendo o rigor e a 
exigência deles para reforçar as capacitações da mente humana, 
entrevadas pela superstição e pelas seduções da fé. 
A partir do Renascimento e doIluminismo​, percebemos que a 
sociedade foi se desenvolvendo de tal forma que, entre os séculos 
XVII e XVIII, o triunfo da razão e da ciência foi consolidado. O 
racionalismo e a racionalização do mundo, da vida, do trabalho 
etc., que se inicia no Renascimento teve seu auge no século XIX, 
sendo coroado pela ciência e pelo cientificismo. ​A ideia quer 
dizer o seguinte: tudo pode ser racionalizado, equacionado e, 
portanto, conhecido de maneira precisa e científica (com o 
uso da razão e não mais da religião)​. 
Toda confiança é depositada na ciência e na utilização de 
métodos de investigação científica como sendo capazes de 
desvendar as leis do mundo natural, físico, biológico e social​. 
Aquela mentalidade que no Renascimento estava começando a se 
tornar laica, definitivamente se desvincula das questões sagradas 
para se definir como científica. 
Principais características do Iluminismo: 
 
 • Valorização da razão, considerada importante instrumento para 
alcançar o conhecimento. 
 
• Valorização do questionamento, da investigação e da 
experiência como forma de conhecimento tanto da natureza 
quanto da sociedade. 
 
 • Crença nas leis naturais que regem todas as transformações 
que ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e na 
natureza. 
 
• Crença nos direitos que todos os indivíduos possuem em relação 
à vida, à liberdade e à posse de bens materiais. 
 
 • Crítica ao absolutismo e aos privilégios da nobreza e do clero. 
 
• Defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de 
todos perante a lei. 
 
• Crítica à Igreja católica, embora não se excluísse a crença em 
Deus. 
 
Avanço científico ao Iluminismo: 
• Descrição da órbita dos planetas e do relevo da Lua. 
• Descoberta da existência da pressão atmosférica. 
• Conhecimento do comportamento dos espermatozóides. 
• Invenção do primeiro microscópio por Robert Hooke 
(1635-1703). Esse cientista criou o termo célula, hoje comum em 
Biologia. 
• Identificação dos vasos capilares e do trajeto da circulação 
sanguínea. 
• Descoberta do princípio das vacinas — a introdução do agente 
causador da moléstia no organismo para que este produza suas 
próprias defesas. 
• Eletricidade. 
• Invenção da primeira máquina de calcular. • 
 Formulação de uma teoria, ainda hoje aceita, para explicar a 
febre. 
• Descoberta dos protozoários e das bactérias. 
• Surgimento de uma nova ciência — a Geologia —, a partir da 
qual se desenvolveu uma teoria que explica a formação da Terra, 
refutando a versão bíblica da criação do mundo em sete dias e do 
mito de Adão e Eva. 
 
As principais revoluções burguesas frutos do Iluminismo: 
Revolução Industrial Inglesa. 
Revolução Francesa de 1789. 
Transição do feudalismo para um novo sistema econômico que 
estava se estabelecendo, mas que só ia começar a se consolidar 
definitivamente no mundo com o final da ​Revolução Francesa e 
com a Revolução Industrial Inglesa. 
 
A Revolução Industrial Inglesa A Revolução Industrial Inglesa 
causou uma intensa modificação na forma de se produzir a vida 
material. Se antes a confecção de objetos era realizada nas 
manufaturas, de forma artesanal, com a criação das máquinas, a 
fabricação atingir outros patamares. A energia humana foi 
sensivelmente poupada pela energia proveniente das máquinas e 
o modo de produção doméstico foi gradativamente sendo 
substituído pelo sistema fabril. Em meados do século XVIII, por 
volta de 1750, com a Revolução Industrial, a Inglaterra inicia um 
processo de transformação social e econômica que vai resultar no 
fim do feudalismo. Com finalidades didáticas, os compêndios de 
História nos informam que a industrialização inglesa passou por 
três períodos distintos: 
 
1760 /1850 ​Revolução restrita à Inglaterra, ficando conhecida 
como a “oficina do mundo”. Não há concorrência. Produção 
predominante: bens de consumo, como os produtos têxteis, por 
exemplo. Uso da energia a vapor. 
 
1850/1900​ Revolução se amplia: o mundo todo se industrializa. 
Inicia-se um período de concorrência entre as nações 
industrializadas. A produção não é apenas de bens de consumo, 
mas de bens de produção, como as máquinas. Cresce o número 
de ferrovias. Invenção da locomotiva e do barco a vapor. 
Utilização de diferentes fontes de energia, como hidroelétricas e 
derivados do petróleo. 
 
1900 ​aos dias atuais Surgimento dos conglomerados industriais, 
das multi e transnacionais. A produção se automatiza. Surge a 
produção em série. Expansão dos meios de comunicação. 
Expansão da sociedade de consumo. Expansão da indústria 
química e eletrônica, da engenharia genética e da robótica. 
 
A Revolução Francesa 
 
A Revolução Francesa fez parte de um movimento revolucionário 
global, atlântico ou ocidental, que começa nos Estados Unidos em 
1776, atinge Inglaterra, Irlanda, Holanda, Bélgica, Itália, 
Alemanha, Suíça e, em 1789, culmina na França com violência 
maior. 
O movimento passa a repercutir em outros países europeus e 
volta à França em 1830 e 1848. Há traços comuns em todos 
esses movimentos, mas a Revolução Francesa tem identidade 
própria. 
Com as seguintes manifestações: 
• Tomada do poder pela burguesia. 
 • Participação de camponeses e artesãos. 
 • Superação das instituições feudais do Antigo Regime. 
 • Preparação da França para caminhar rumo ao capitalismo 
industrial. 
 
A Revolução Francesa foi consequência direta das ideias das 
luzes, difundidas pelos intelectuais e pensadores dos séculos XVII 
e XVIII que, em geral, asseguravam ser o homem vocacionado ao 
progresso e ao auto aperfeiçoamento ético. Percebeu-se que a 
ordem social não é divina, e sim construída pelos próprios 
homens, portanto sujeita às modificações e alterações 
substanciais. 
Era possível, segundo a maioria dos iluministas, por meio de um 
conjunto de reformas sociopolíticas, melhorar a situação jurídica e 
material de todos. Sendo assim, não se podia mais aceitar que a 
realeza francesa, especialmente a figura do rei Luís XVI e sua 
esposa Maria Antonieta, filhos e demais parentes, vivesse em 
castelos luxuosos (como o monumental Palácio de Versalhes, 
localizado nos arredores de Paris e que era a residência de 
veraneio da família real e da elite), não pagasse impostos e que 
continuasse a promover banquetes à custa do dinheiro público. 
 O lema da revolução Francesa era: 
 ​“liberté, egalité, fraternité” (liberdade, igualdade, 
fraternidade). 
 
O legado da Revolução Francesa : 
• Proclamação do Estado secular: separação do Estado da Igreja. 
• Participação popular pelo voto. 
• Instrução pública, laica, estatal e gratuita. 
• Serviço militar generalizado e os direitos da cidadania. 
• Igualdade dos filhos perante a herança e de todos perante a lei. 
• Divórcio. 
• Abolição das torturas e dos castigos físicos. 
• Primórdios da emancipação feminina levada adiante por 
Théroigne de Méricourt. 
• Extensão da cidadania aos judeus. 
• Condenação da escravidão e o sonho idealista de que devemos 
viver em liberdade, igualdade e fraternidade. 
 
 
A Educação na sociedade iluminista 
 
 A sociedade descrita acima caminhava a passos largos para a 
sedimentação da modernidade. A educação do século XVIII (a 
partir de 1700) em meio ao iluminismo e ao início desta sociedade 
moderna, segundo Luzuriaga (2001, 150) caracterizou-se 
basicamente pelos seguintes aspectos: 
 
• Desenvolvimento da educação estatal. 
• Início da educação nacional, do povo pelo povo ou por seus 
representantes políticos. 
• Princípio da educação universal, gratuita e obrigatória, no grau 
de escola primária, que ficou estabelecida em linhas gerais. 
• Iniciação do laicismo no ensino coma substituição do ensino de 
religião pela instrução moral e cívica. 
• Organização da instrução pública em unidade orgânica, da 
escola primária à universidade. 
• Acentuação do espírito cosmopolita, universalista, que une 
pensadores e educadores de todos os países. 
• Primazia da razão, crença no poder racional dos indivíduos e dos 
povos. 
• Ao mesmo tempo, reconhecimento da natureza e da intuição na 
educação. 
 
 
Jean-Jacques Rousseau 
 
Rousseau não foi um educador como Comenius e Pestalozzi, mas 
sem dúvida foi um pensador que muito influenciou nos rumos da 
educação na modernidade. Autor de importantíssimas obras nos 
campos da filosofia, da política e até da literatura como Discurso 
sobre as ciências e as artes, Discurso sobre a desigualdade entre 
os homens, A nova Heloísa e O contrato social, elabora também O 
Emílio ou Da Educação, obra bastante influente nos rumos da 
educação. Alguns princípios essenciais da educação para 
Rousseau: 
• Humanismo. 
• Naturalismo. 
• Liberdade. 
• Aprendizado pela experiência. 
• Reconhecimento da infância como fase distinta, com 
características próprias. 
• Educação como um desenvolvimento natural de dentro para fora, 
e não contrário. 
 
 
Resumindo 
 
Durante a Idade Média a educação esteve sob controle da Igreja, 
portanto os processos, educacionais foram orientados por critérios 
que se baseiam na concepção da existência humana (econômica, 
jurídica, política) ​como decorrente da vontade divina, o que 
significava total obediência aos graus de hierarquias, pois os 
mesmos eram entendidos como decorrentes de uma ordem 
naturalmente estabelecida por Deus. A forma de entender a 
educação começava a mudar durante o Renascimento. As 
sociedades foram se tornando laicas, e severas críticas foram 
endereçadas à tradição medieval. A educação deste período 
buscou divulgar os ideais humanistas e burgueses. Com o 
Iluminismo iniciou-se na educação estatal, gratuita e obrigatória, 
no grau de escola primária. 
Houve a substituição do ensino de religião pela instrução moral e 
cívica e um crescente desejo de democratização deste ensino, 
além de uma acentuação do espírito cosmopolita e universalista 
que unia pensadores e educadores de todos os países. Vale 
ressaltar a importante contribuição das ideias pedagógicas, de 
Jean-Jacques Rousseau e Pestalozzi, para a educação. Apesar 
dos graves conflitos que marcam o século XX, foi neste período 
que o ideal de democratização da educação se espalhou com 
mais vigor. Com este intuito, vários países europeus 
e americanos realizaram profundas reformas na educação. 
 
 
A CATEQUESE E O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO: OS JESUÍTAS 
E A EDUCAÇÃO DA ELITE E A REFORMA POMBALINA 
 
 
Os jesuítas no Brasil 
 
Os jesuítas faziam parte da Companhia de Jesus, ordem criada 
por Inácio de Loyola em 1534 no contexto da Contrarreforma 
católica. Essa foi uma das medidas tomada pela Igreja católica 
para conter a Reforma Protestante. 
Os jesuítas chegaram ao Brasil com o governador geral Tomé de 
Souza, em 1549. Entre eles estava o padre Manuel da Nóbrega, 
jesuíta que teve importante papel na educação e catequese dos 
índios. Como “soldados da fé católica”, os jesuítas tinham o 
objetivo de disseminar o catolicismo e a educação se revelava 
como a principal via de acesso para alcançarem essa meta. 
Apenas quinze dias depois de sua chegada à recém-fundada 
cidade de Salvador, os jesuítas já conseguiram fazer funcionar 
uma escola elementar de “ler e escrever”. 
Neste período, os jesuítas aprenderam a língua tupi-guarani, 
elaboraram material didático para a catequese e Anchieta 
organizou uma gramática do tupi. Num primeiro momento, eles 
ensinavam os filhos dos índios chamados curumins junto com os 
filhos dos colonos. Neste processo, Anchieta usava vários 
recursos, como a música, a poesia e o teatro. Substituiu as 
cantigas sensuais cantadas pelos índios pelos hinos de louvor à 
Virgem. Não demorou que houvesse um choque cultural entre os 
valores dos indígenas e os do colonizador. 
Os jesuítas ficavam um período nas tribos, realizando a pregação 
e os batismos e, dava continuidade ao trabalho para outra tribo. 
Mas percebendo que não tava surtindo os efeitos de conversão 
que eles esperavam. Para que as conversões fossem 
consolidadas, ​foi criada as missões ou reduções. Do século XVI 
ao XVII, os jesuítas desenvolveram a catequese por meio do 
confinamento indígena nas missões ou reduções. 
O que eram as missões ou reduções? Eram povoamentos ou 
aldeias criadas pelos jesuítas. Possuíam uma organização bem 
definida que podia reunir várias etnias. Foram construídas casas 
para cada família, pois os jesuítas se surpreenderam com o fato 
de duzentas famílias morarem numa mesma oca. A catequese nas 
missões, reduções, povoamentos ou aldeias era mais eficiente. Os 
jesuítas ensinavam regras de higiene e saúde, técnicas e práticas 
agrícolas. Algumas missões foram muito prósperas. Nelas, se 
praticava agricultura, criação de gado e artesanato e os jesuítas 
tinham uma ação ampla de conversão religiosa, educação e 
trabalho. 
 Os jesuítas, por meio ​da catequese e da conversão​, ​queriam 
anular as tradições indígenas​, por que eram ​chamadas como 
atrasadas, selvagens e indignas​. ​O saber, a religião, a música dos 
indígenas e dos negros eram desprezadas e consideradas 
inferiores.​ ​A catequese e a conversão procuravam homogeneizar 
estas culturas a partir do padrão cultural europeu. 
 
 
 ​ ​A sociedade colonial e o ensino jesuítico. 
 
Nesse primeiro momento, ​temos os filhos de colonos e curumins 
aprendendo juntos​, mas a tendência é que​ a educação jesuítica 
separou os catequizados dos instruídos​. Assim, ​a educação para os 
curumins tinha o objetivo de cristianizar, pacificar e torná-los 
dóceis para o trabalho​,​ ( enquanto para os filhos dos colonos, a 
educação poderia ir além de ler, escrever e contar)​.​ O tipo de 
colonização estabelecido no Brasil foi ocupando território, 
viabilizando a produção agrícola de interesse do mercado europeu, 
era economia era baseada num modelo agrário-exportador 
dependente.​ A viabilização teve larga e farta distribuição de terras​ pelo 
sistema de sesmarias.​ Mas as terras eram distribuídas para quem? 
Para ter o​ “direito”​ ​de receber estas terras, precisava ter condições 
de aproveitá-las tinha que ter recursos suficientes para produzir 
cana-de-açúcar e comprar escravos suficientes para tal trabalho​. 
Para receber as sesmarias, tinha que ser rico o bastante​. Desta 
forma, a distribuição de terras no Brasil, desde o início da colonização, 
foi marcada por um caráter de privilégio, ​elitista e discriminatório​, ​que 
marcou a estrutura social brasileira. 
 ​A economia se expandiu em torno do engenho de açúcar por meio 
do trabalho dos índios inicialmente e dos escravos depois​. 
 Uma economia desenvolvida e centrada no latifúndio, na 
escravidão e na monocultura. 
 Com esta realidade social, percebemos que a educação não era 
algo primordial​, pois ​as atividades agrícolas não exigiam formação 
especial. 
Numa sociedade agrária e escravista, o interesse pela educação era 
quase nulo, a quantidade de analfabetos era muito grande. As mulheres 
e negros eram excluídos do ensino e pouco despertavam o interesse 
dos padres​, que se concentravam na catequese dos curumins. Ao 
enviar os jesuítas para o Brasil com a finalidade de converter os índios 
pela educação, regulando a consciência pela uniformidadeda fé, 
Portugal tinha como prioridade manter a unidade política e a dominação 
da metrópole sobre a colônia​. 
 O ensino estabelecia carregava marcas. Os filhos dos senhores de 
engenho (senhores das casas-grandes), as coisas eram diferentes: 
 ​Seguindo a tradição portuguesa, o primeiro filho do sexo masculino 
herdava o patrimônio do pai e deveria dar continuidade ao trabalho nas 
terras, do engenho​. 
O segundo filho poderia se dedicar às letras e normalmente 
frequentava o colégio para posteriormente concluir os estudos na 
Europa​. 
O terceiro estudava para se tornar um religioso​. 
 A ação dos jesuítas em relação às necessidades educacionais das 
famílias das casas-grandes era presente por meio da educação que 
alguns filhos obtinham ao serem enviados aos colégios,ou ainda quando 
recebiam os ensinamentos em suas próprias residências. Outra forma 
de educação praticada pelos jesuítas acontecia nos confessionários, 
pois ao ouvir os pecados os padres iam moldando o pensamento dos 
colonos. 
 
A estrutura da Educação montada pelos jesuítas 
 
Os colégios dos jesuítas tinham a seguinte estrutura: 
● A criança aprendia a ler, escrever e contar. Os colégios forneciam 
formação em Humanidades, Filosofia, Ciência e Teologia. 
 
● O curso de Humanidades era de grau médio e se ensinava latim e 
gramática, especialmente para meninos brancos e mamelucos 
(mestiços de branco e índio). 
 
● Os outros dois cursos eram de grau superior e alguns colégios 
ofereciam até as três possibilidades. 
Após o curso de Artes e Filosofia, o jovem podia escolher entre duas 
opções: ou estudar teologia,e tornando-se padre, ou preparar-se para 
as carreiras liberais como Direito e Medicina, ​onde tinha as 
universidades europeias. 
Os brasileiros optaram, pela universidade de Coimbra em Portugal. Por 
três séculos (XVI, XVII e XVIII), a educação dos jesuítas no Brasil 
praticamente não se alterou. ​Foi uma educação com prioridades no 
nível secundário visando a formação humanista, com privilégio dos 
estudos de latim, dos clássicos e da religião. 
Não faziam parte do currículo dos colégios as ciências físicas ou 
naturais ​não​ ​era de interesse geral. Durante muito tempo, destinava se 
apenas a poucos elementos da sociedade (àqueles que pertenciam à 
classe dirigente) e possuía um caráter muito mais de erudição e 
ornamento, por ser literária, abstrata e alheia aos interesses materiais e 
utilitários. 
Não havia interesse na educação para o trabalho. Esta era realizada de 
maneira informal no próprio ambiente de trabalho, sem nenhuma 
regulamentação nem organização. Os jesuítas tinham escolas e oficinas 
nas missões guaranis para ensinar os índios, mas não as difundiram 
para o restante da sociedade, fazendo-o apenas em raras 
oportunidades. 
 Assim em 200 anos de existência no Brasil ( 1549/1759, quando os 
jesuítas foram expulsos pelo Marquês de Pombal), a educação jesuítica 
foi uma educação conservadora,e acordo com o tipo de sociedade que 
aqui se desenvolvia: 
 Aristocrática, Agrária e Escravista​. 
 Assim, o ​“quadro social”​ tem consequências para a educação como: 
Analfabetismo; ensino restrito a poucos, elitista, destinado à 
erudição das classes dirigentes, sem compromisso com o mundo 
do trabalho​. 
Com isto, havia um ensino clássico no sentido de valorizar a literatura e 
a retórica e desprezar as ciências e as atividades manuais. 
Mas foram mudando a estrutura social começou a se transformar 
quando um novo segmento social se formou no Brasil: 
A pequena burguesia urbana, que tinha pretensões de ascender 
socialmente, sendo a Educação a melhor forma de alcançar este 
objetivo. 
 
A expulsão dos jesuítas do Brasil e as reformas pombalinas na 
Educação 
 
 Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, foi 
primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777, com a missão de reerguer 
o país da decadência na qual se encontrava diante de outras potências 
europeias na época. Como um país católico, Portugal condenava o juro. 
Enquanto outras nações como Inglaterra e França promoviam as 
manufaturas, Portugal permaneceu atrelado a uma mentalidade 
medieval, o que contribuiu para retardar a implantação do capitalismo e 
colaborar com a decadência. 
Segundo, Aranha (2006): 
 A Europa renascentista se preparava para o livre pensar que se 
consolidava no ​Iluminismo​ do século XVIII, Portugal permanecia cioso 
da herança cultural clássico-medieval,​ preservando o latim, a filosofia 
e a literatura cristã. 
 No século XVIII, a vida intelectual portuguesa começou a mudar e se 
abrir para as ideias ​iluministas​ com vários debates acerca da 
educação,aconteceu o ​lançamento da obra Apontamentos para a 
educação de um menino nobre (1734), de Martinho de Pina e Proença​, 
onde o autor recomendava aos professores que se preocupasse 
também com Geografia, História, Matemática e Direto, ​revelando uma 
nítida inspiração de autores iluministas como Locke e Fénelon​. 
 Marquês de Pombal tinha apreço pelos​ iluministas ​com a chegada ao 
poder e preocupação de​ modernizar a administração pública e 
maximizar os lucros com a exploração colonial​, a ​coroa portuguesa 
sofreu influência dos princípios iluministas​. Os debates sobre 
educação repercutiram sobre as atividades educacionais dos jesuítas, 
pois detinham o monopólio da educação superior em Portugal e da 
educação nas colônias portuguesas espalhadas pelo mundo. 
Eram​ considerados defensores de uma educação tradicional, 
abstrata, sem fundamento utilitário​, portanto inadequada para a 
realidade do momento. 
 
Assim, por meio do Alvará Régio de 28 de junho de 1759, Sebastião 
José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, como primeiro-ministro 
de Portugal (1750 a 1777) expulsou os jesuítas de Portugal e de suas 
colônias, suprimindo as escolas e colégios jesuíticos. 
Pombal empreendeu grandes transformações administrativas tanto em 
Portugal como no Brasil. As reformas educacionais pombalinas tiveram 
que acontecer, pois, com a extinção dos colégios, a responsabilidade 
deveria ser assumida pelo governo. 
As principais modificações feitas por Pombal foram: 
 
• Criação das aulas régias ou avulsas, autônomas e isoladas, com 
professor único de latim, grego, Filosofia e Retórica. 
 
• Criação da figura do diretor geral dos estudos, para nomear e fiscalizar 
a ação dos professores. 
 
• Implantação do subsídio literário, imposto colonial para custear o 
ensino. 
 
Há certo consenso entre os estudiosos da História da Educação no 
Brasil que afirmar que a reforma pombalina foi algo desastroso, fazendo 
com que entrássemos o século XIX com uma educação caótica. 
Segundo Fernando de Azevedo, as ações de Pombal significaram a 
destruição do único sistema de ensino existente no país e foi a primeira 
grande e desastrosa reforma de ensino no Brasil, atingindo muito a vida 
escolar, imprimindo na educação meio século de decadência e 
transição. 
Em concordância com Fernando de Azevedo, Arnaldo Niskier (2001) 
afirma: 
 A organicidade da educação jesuítica foi consagrada quando Pombal 
os expulsou, levando o ensino brasileiro ao caos, através de suas 
famosas​ “aulas régias”​, de existência de escolas fundadas por outras 
ordens religiosas, como ​os beneditinos​, ​os franciscanos e os 
carmelitas​. 
 Esta situação de caos e precariedade no ensino brasileiro só começa a 
sofrer alguma mudança com a chegada da família real ao Brasil em 
1808. 
 
 ​A MODERNIDADE NO BRASIL E O PENSAMENTO EDUCACIONAL: 
O LIBERALISMO E A PROPOSTA DA ESCOLA NOVA; O 
MANIFESTO DOS PIONEIROS 
 
Transformações na sociedade brasileira entre os séculos XVIII e XX 
 
Como vimos no item anterior, nos dois primeiros séculos de Educação 
no Brasil, a mesma ficou sob a responsabilidade dos jesuítas, que 
ministravam ensinamentos cristãos e tinham o controle do ensino. E 
embora os jesuítas tivessemuma forte preocupação com a conversão 
dos índios, a obra de catequese acabou cedendo lugar à educação de 
elite, impregnada de uma cultura intelectual transplantada da Europa, 
sobrevivendo com estas características à própria expulsão dos jesuítas 
e às reformas pombalinas. Tais reformas, que levaram à expulsão dos 
jesuítas, impuseram ao Brasil a realidade educacional da metrópole e 
sua educação europeizada tornou-se o centro e o modelo da educação 
brasileira, mergulhando nosso ensino numa profunda ​aristocratização​. 
Tínhamos uma sociedade dividida em duas classes sociais: 
● uma pequena camada de dirigentes que tinha acesso a um ensino 
refinado e o restante da nação, aqueles dirigidos e que não 
desfrutavam de nenhuma educação. 
 
Este cenário começou a mudar antes da Independência do Brasil, e 
com a chegada da Família Real, em 1808. A persistência dos velhos 
padrões coloniais viu-se, pela primeira vez, seriamente ameaçada, 
abrindo novos horizontes e perspectivas para a sociedade e para a 
educação. 
Com as ideias democratizantes ​de Rousseau e da Revolução 
Francesa​, uma nova preocupação parece contaminar o ambiente 
político brasileiro, iniciando-se um discurso em favor da educação 
popular. 
 Mas, isso só vai ser bem delineado a partir da Independência do Brasil. 
 Em 1822,​ a monarquia​ que estabeleceu acaba se ajustando à 
dominação ​oligárquica ​e discursos em favor da educação popular, 
apenas os filhos da aristocracia conseguiam ser “doutores”​. O 
único acontecimento concreto e eficiente para a educação neste 
momento foi inserir na Constituição de 1823. ​Um artigo que garantia a 
gratuidade do ensino primário a todos os cidadãos​.​ Na verdade, são 
os próprios filhos da aristocracia que foram estudar na Europa que 
trouxeram para o Brasil os ventos profícuos das mudanças​. 
 O contato com o ambiente​ iluminista ​da Europa fez voltarem com 
ideias liberalizantes e democratas​. Preferindo a vida nas cidades, ​os 
filhos da aristocracia ​brasileira deslocou​ o eixo político e social​ do 
campo para a cidade. 
 O país começou a experimentar uma crescente efervescência 
intelectual e ideológica​,​ marca distintiva do período de transição 
do Império para a República. 
Nossa jovem elite intelectual passava a acreditar na possibilidade 
de construção de um país livre do trabalho escravo e da arcaica 
monarquia. 
Segundo Sérgio Buarque de Holanda (1999)​,​ a abolição da escravidão 
foi um acontecimento decisivo para a mudança de rumos da 
sociedade brasileira​, um marco divisório entre duas épocas, o declínio 
do predomínio agrário, fator decisivo para a​ hipertrofia urbana​. 
A agitação das cidades e o clima social, político e intelectual a elite 
após a abolição colaboraram para a proclamação da República. 
No país persistia um ​estilo de vida rural e oligárquico​, ​com a política 
sendo padronizada pelo voto de cabresto e pelas fraudes eleitorais, 
deixando para segundo plano grandes temas nacionais, como o 
problema da educação​. 
Porém, na década de 1920 iniciou-se a crise da dominação 
oligárquica​. A partir de 1929, grupos ligados ao​ complexo cafeeiro​ se 
desentenderam com o Estado causando ​a quebra da hegemonia desses 
grupos e a formação de novas alianças de classes. A Revolução de 
1930, liderada por Getúlio Vargas pôs fim à política de alianças café 
com leite. 
Chamou-se ​“política café com leite” ​o acordo entre as oligarquias 
estaduais de São Paulo​ (maior produtor de café)​, Minas Gerais (​maior 
produtor de leite​) e o governo federal, para que o presidente da 
República fossem escolhidos​ os políticos de São Paulo e Minas 
Gerais. 
Getúlio Vargas foi nomeado chefe do Governo Revolucionário Provisório 
em 03 de novembro de 1930, iniciando no Brasil um novo regime, uma 
nova era, e fortalecendo a ideia de um país no qual tudo estava por ser 
feito, e a educação era considerada o pináculo desta revolução. 
 
 Enfim a modernidade no Brasil 
 
 
A modernidade no Brasil, iniciou-se em 1922. Este foi um ano de 
acontecimentos que coroaram o pensamento de novidade. Podemos 
citar: 
 
Semana de Arte Moderna. 
 
Revolta dos 18 do Forte de Copacabana (Revolução Tenentista). 
 
Fundação do PCB (Partido Comunista Brasileiro, primeiro partido 
operário duradouro), primeira eleição moderna com dois candidatos 
mobilizando militantes e realizando comícios, primeiros indícios da crise 
das oligarquias. 
 
Os anos 20 assistiram ao apogeu e ​declínio da cafeicultura​ ocorreu no 
parque industrial brasileiro uma concentração de capital e um período 
de progresso, com experiências de implantação do ​processo taylorista 
de trabalho para aumentar a produtividade. 
Devemos nos atentar para o fato de que o processo produtivo industrial 
potencializou a acumulação de capital e a fábrica foi o local onde 
aconteceu onde precisou de trabalhadores disciplinados, para a 
execução das tarefas,em sua vida cotidiana, ​valores morais e éticos 
que os fizessem ​“vestir a camisa” do patrão e da fábrica​. 
A modernidade no Brasil está ligada à urbanização, à 
industrialização ,formação e expansão da classe operária 
brasileira​,​ preenchida por imigrantes que não foram para as 
lavouras, por brancos e mestiços pobres, além de ex escravos​. 
Podemos perceber que em 1920 à consolidação da modernidade no 
Brasil a crise das oligarquias, o crescimento do parque industrial, da 
classe operária, o pipocar das revoltas, bem como a Semana de Arte 
Moderna​,na Semana de Arte Moderna, ​os nossos poetas e artistas 
deixaram claro que aspiravam por um Brasil novo, d​e novas rimas e 
novos sons​. 
Queriam acordar os burgueses adormecidos sobre sacos de café e 
dinheiro 
 No primeiro dia do evento:​ ​Mário de Andrade ​vocifera para uma plateia 
atônita: “Eu insulto o burguês! O burguês níquel! O burguês burguês! 
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!” – dizendo uma série de 
apontamentos contra os burgueses e contra a ordem estabelecida. 
Menotti Del Picchia afirmou:​ “Queremos luz, ar, ventiladores, 
aeroplanos, reivindicações obreiras, idealismos, motores, chaminés de 
fábrica, sangue, velocidade, sonho, na nossa arte”. 
No Manifesto Antropofágico, Oswald de Andrade se coloca: “contra as 
elites vegetais... contra a peste dos chamados povos cultos e 
cristianizados, é contra eles que estamos agindo”. 
 Durante a década de 1920, o Brasil assistiu a inúmeras revoltas. 
● Revolta Tenentista de 1922. 
● Revoltas de 1923 no Rio Grande do Sul. 
● As Insurreições Militares de 1924 em São Paulo, Sergipe e 
Amazonas e a Coluna Prestes em 1925. 
 Podemos perceber que os intelectuais modernistas queriam um país 
industrializado e urbanizado​, queriam redescobrir ​Pindorama​ nas 
selvas das cidades, ​queriam ser índio e negro​, queriam que um novo 
e moderno Brasil fosse admirável e industrial, e queriam que fosse um 
Brasil Brasileiro. Veremos 
 
 
A Educação na modernidade

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