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Educação Patrística Filosofia Patrística, linha de pensamento cristã feitas pelos padres da Igreja. Na elaboração das verdades do cristianismo como uma forma de defesa contra os ataques dos pagãos e dos hereges. Em busca de argumentos para contê- los, os clérigos que organizavam estes princípios procuravam fundamentos nos textos filosóficos gregos, especialmente nos de Platão, a Patrística expôs a necessidade de uma rigorosa ética moral e de controle racional das paixões. Podemos citar: Clemente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano. Mas o mais influente foi Santo Agostinho (354-430).Com representantes da Patrística. Santo Agostinho sofreu influência de Platão ao unir filosofia e religião, formando sua própria filosofia baseada em conhecimento, sabedoria e amizade. Santo Agostinho teve ação decisiva e inovadora ao reconhecer que, ao lado da conquista e do domínio dos conteúdos, o aluno precisava saber relacionar esse conhecimento à realidade. Há duas fases na concepção de educação de Agostinho. Primeira - Na qual se faz relevante a formação humanista. Segunda - Destaque para o valor e a importância da formação ascética. Em ambas as fases, Agostinho considera a formação da consciência moral, única forma de iluminar a inteligência para o reconhecimento da lei divina, ele julga importante, na primeira etapa da educação, a realização dos exercícios físicos, o ensino da retórica, à prática da disciplina e da obediência. Para os adultos e futuros dirigentes da Igreja, deve-se oferecer ampla cultura humanística, incorporando as tradições greco-romanas à formação religiosa teológica. Algumas obras de Santo Agostinho relevantes para a Educação: • Confissões (397-398): autobiografia da juventude. • A cidade de Deus (413-426): filosofia da História • O mestre: na qual expõe ao filho suas concepções sobre educação. • Da ordem: tratado no qual explica sua concepção de educação integral humanística. A Educação Escolástica Corrente filosófica e método de ensino que predominou na sociedade medieval entre os séculos XI e XV, contribuindo para o surgimento das universidades. A Escolástica e as primeiras universidades medievais A escolástica se sobressai e se desenvolveu na Europa medieval até o Renascimento. As universidades medievais surgiram a partir do século XI, durante o predomínio da Escolástica a partir do século IX, fundou-se as escolas junto às catedrais, e logo surgiram as universidades. Podemos destacar as de Paris, Bologna, Oxford e Cambridge, sendo que algumas delas existem e são conhecidas até hoje. Segundo Luzuriaga (2001), a primeira universidade medieval foi a Escola de Medicina de Salerno na Itália, seguindo ela na Itália, em Bolonha, outra dedicada ao Direito. A mais importante para a cultura ocidental foi a de Paris, Escola Catedral de Notre Dame e influenciou o modelo de todas as universidades europeias. O ensino era feito pela Igreja em todas as universidades medievais. As aulas eram realizadas em latim, e as matérias eram compostas pelo trivium e quadrivium. O trivium - Tri significa três e vium significa via ou caminho, portanto trivium significa cruzamento e articulação de três ramos ou três caminhos) é o termo como era conhecido na Idade Média o conjunto de três matérias lecionadas nas universidades, nos anos iniciais: gramática, lógica e retórica. O quadrivium - Quadri significa quatro e vium significa via ou caminho, portanto quadrivium significa cruzamento e articulação de quatro ramos ou quatro caminhos) compõe o conjunto das quatro matérias restantes: aritmética (teoria do número), musica (aplicação da teoria do número), geometria (teoria do espaço) e astronomia (aplicação da teoria do espaço). Podemos afirmar que a Escolástica, buscando entender a relação entre filosofia e teologia. O movimento renascentista e a Educação No final do século XII, a sociedade medieval começou a se modificar, principalmente com a formação e o fortalecimento dos centros urbanos, o que seria muito importante para as mudanças educacionais que estariam em curso com o movimento Renascentista. Mas o que é o movimento Renascentista? Entre os séculos XIV (1300) e XV(1400), o mundo ocidental produziu um dos mais inovadores movimentos sociais, econômicos e culturais da história da humanidade, o Renascimento, que lenta e vagarosamente já vinha se insinuando no mundo ocidental culto há mais tempo (desde o século XII), mas que se consolidou durante o século XVI (1500) e início do século XVII (1600) com o Iluminismo. Mas o que realmente vem a ser o Renascimento? Renascimento, Renascença ou Renascentismo são termos equivalentes usados para definir, ou melhor, para indicar um determinado período da História europeia. O Renascimento se caracterizou por um grande interesse sobre o saber, a cultura e, particularmente, a retomada de muitas ideias dos antigos gregos e romanos. Foi também uma época de grandes descobertas e explorações: Vasco da Gama, Colombo, Cabral e outros navegadores estavam fazendo suas viagens, enquanto notáveis avanços se processavam na Ciência e Astronomia. Os compositores passaram a ter um interesse muito mais vivo pela música profana (não religiosa), inclusive escrevendo peças para instrumentos, já não usados somente para acompanhar vozes. O fenômeno do Renascimento foi o “ponto de partida” rumo ao desenvolvimento do capitalismo moderno. Este movimento impulsionou várias mudanças extremamente significativas na Europa. Mas que mudanças tão importantes e decisivas foram estas? Devemos primeiro considerar que antes do Renascimento, a Europa era medieval e feudal, portanto, baseada em uma sociedade relativamente estável e fechada, que aos poucos ia se desestruturando, principalmente, devido ao processo de abertura e expansão marítima e comercial. A mentalidade foi se tornando laica, ou seja, desligada das questões sagradas, religiosas e metafísicas. Neste mundo cada vez mais secular e independente da tutela da religião, um novo pensamento social começou a se delinear. Ainda não se podia afirmar que este pensamento era científico, mas evidentemente havia uma tentativa rigorosa e objetiva neste sentido, de forma que as instituições políticas e sociais, as nações, os estados, as legislações e o exército conduziam os estudiosos a pensá-los como consequência da consciência, da vontade, do discernimento e da intervenção humana nos rumos dos acontecimentos, não mais como resultado da vontade divina. Abandonou-se a ideia de uma realidade estática, imutável e de origem divina, e aos poucos os homens foram percebendo que a vida social poderia ser dinâmica e estar em constante construção. Apesar disto, não surgiam ainda interpretações sociais que pudessem ser consideradas científicas. As obras dos principais estudiosos deste período acerca do mundo social revelavam mais uma visão especulativa, ideal e utópica de como deveria ser a sociedade,ou seja, ainda não se conseguia descrevê-la como realmente ela era. Mas, sem dúvida, é exatamente nestas obras, ainda especulativas, que vamos encontrar o germe do pensamento social moderno, ou seja, o início do pensamento científico sobre a sociedade. Entre as principais obras que podem ser consideradas precursoras do pensamento científico acerca do mundo social temos: • A utopia, de Thomas Morus (1516). • A cidade do Sol, de Tommaso Campanella (1602). • A nova Atlântida, de Francis Bacon (1627). • O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, (escrito em 1513, mas publicado apenas em 1523). Saiba mais As mudanças ocorridas com o Renascimento foram realmente muito significativas. Vejamos algumas delas: • A expansão marítima e comercial: homens começam a ter outros valores. • Nova postura do homem ocidental diante da natureza e do conhecimento. O mundo torna-se cada vez mais laico e o homem se sente livre para pensar e criticar. • O homem percebe que a realidade e a natureza que vê e vivencia não são imposições divinas, mas resultado de suas ações, escolhas e opções. O pensamento laico científico permitiu compreender a sociedade como obra humana e não divina. • Deslocamento de valores: do teocentrismo (Deus como centro do mundo) passa-se para o antropocentrismo (Homem como centro do mundo). • As ideias criadas são adequadas ao espírito do capitalismo emergente. • O lucro, antes proibido pela Igreja, passa a ser incentivado e apreciado como algo bom, expressando a noção da acumulação, da ostentação e da diferenciação individual. • Inicia-se uma nova sociedade baseada na posse de riqueza e não mais na origem, nome e propriedade da terra, estabelecendo-se uma nova classe social: a burguesia comercial. Características do Renascimento: antropocentrismo, laicidade, individualismo, humanismo e racionalismo. A Reforma e a Contrarreforma Durante o século XVI, a Europa teve vários movimentos religiosos que contestavam os dogmas da Igreja católica e a autoridade do papa. Movimentos chamados de Reforma, foram de intenso cunho religioso. Tais transformações também na economia europeia, e ascensão da burguesia. Por isso, algumas correntes do movimento reformista se adequam às necessidades religiosas da burguesia, ao valorizarem o homem “empreendedor” e ao justificarem a busca pelo lucro, sempre condenado pela Igreja católica. A Igreja estava em decadência com as questões políticas e econômicas do que com as questões religiosas. Para aumentar ainda mais suas riquezas, recorria a qualquer subterfúgio,exemplo :Venda de cargos eclesiásticos, de relíquias e das famosas indulgências, que foram a causa imediata das críticas feitas por Lutero. O papado garantia que cada cristão pecador poderia comprar seu perdão da Igreja. A formação das monarquias nacionais, em 1400, trouxe sentimento de nacionalidade às pessoas que habitavam a mesma região, sentimento desconhecido na Europa feudal,que motivou o declínio da autoridade papal, onde o rei e a nação passaram são mais importantes. A ascensão da burguesia, foi decisivo na formação das monarquias nacionais e no pensamento humanista, foi fundamental na Reforma religiosa. Na ideologia católica, a única forma de riqueza era a terra; o dinheiro, o comércio e as atividades bancárias eram práticas pecaminosas; trabalhar pela obtenção do lucro (que é a essência do capital) era pecado. A burguesia precisava de uma nova religião, que justificasse seu amor pelo dinheiro e incentiva as atividades ligadas ao comércio. A doutrina protestante, criada pela Reforma, satisfazia plenamente os anseios desta nova classe, pois pregava o acúmulo de capital como forma de obtenção do paraíso celestial. Assim, parte da burguesia, ligada às atividades lucrativas, aderiu ao movimento reformista. Com a expansão da doutrina protestante, a Igreja católica protagonizou uma forte reação conhecida como Contra Reforma com o objetivo de recuperar o poder que vinha perdendo. Como reação à Reforma, o papa Paulo III convocou o Concílio de Trento (1545-1563) para assegurar a unidade da fé católica e a disciplina dos sacerdotes. Foi reafirmada a infalibilidade papal e estabelecidas normas para a criação de seminários para a formação de eclesiásticos. Este concílio ficou conhecido como Concílio da Contra Reforma. A Educação O ensino era Laico, o que é laico? Laico refere-se a uma corrente de pensamento chamada laicismo que preconiza a separação entre as questões referentes ao Estado e as influências religiosas, ou seja, as responsabilidades concernentes ao Estado não devem sofrer pressões religiosas, mantendo-se neutras em relação à religião. O Estado laico, não pode ser confundido com Estado ateu. A educação do Renascimento recebeu severas críticas à tradição medieval. Era uma educação que buscava tornar-se cada vez mais laica para divulgar os ideais humanistas e burgueses. Embora a produção intelectual renascentista fosse bastante profícua, não temos nenhuma obra de conteúdo exclusivamente teórico ou filosófico a respeito da Educação, há várias obras de diversos autores, recheadas de partes ou trechos dedicados à reflexão educacional, tais como textos de : Erasmo de Rotterdam (1467-1536). François Rabelais (1494-1553). Michel de Montaigne (1533-1592). A exceção fica por conta de Juan Luis Vives (1492-1540), um espanhol que produziu uma vasta obra sobre Educação (chamado de Tratado do Ensino),escreveu também sobre educação feminina. O ILUMINISMO E A EDUCAÇÃO Renascimento e Iluminismo - São movimentos entrelaçados e tentar definir datas para um e outro é mera questão didática. Chamamos de Iluminismo o movimento cultural que surge na Inglaterra, Holanda e França, nos séculos XVII e XVIII. Os filósofos e economistas que defendiam as ideias iluministas julgavam-se “propagadores da luz” e do conhecimento. Alguns dos principais pensadores iluministas foram: René Descartes (“penso, logo existo”). Francis Bacon (“saber é poder”). Isaac Newton. John Locke Voltaire Montesquieu Rousseau Denis Diderot Jean D’Alembert O Iluminismo trouxe grandes avanços com a Revolução Industrial, abriu espaço para a profunda mudança política determinada pela Revolução Francesa. O precursor desse movimento foi o matemático e filósofo francês René Descartes (1596-1650), considerado o pai do racionalismo. O Discurso do método foi o manifesto do movimento racionalista, que se iniciava com ele, registrando o que percebe antes de todos os outros. Descartes notou que no momento em que vivia (século XVII), estava acontecendo a exaustão do pensamento tradicional, herdeiro da Escolástica medieval. O filósofo queria resgatar para o racionalismo moderno a tradição dos grandes geômetras antigos, da Grécia clássica, como Euclides e Zenão, trazendo o rigor e a exigência deles para reforçar as capacitações da mente humana, entrevadas pela superstição e pelas seduções da fé. A partir do Renascimento e doIluminismo, percebemos que a sociedade foi se desenvolvendo de tal forma que, entre os séculos XVII e XVIII, o triunfo da razão e da ciência foi consolidado. O racionalismo e a racionalização do mundo, da vida, do trabalho etc., que se inicia no Renascimento teve seu auge no século XIX, sendo coroado pela ciência e pelo cientificismo. A ideia quer dizer o seguinte: tudo pode ser racionalizado, equacionado e, portanto, conhecido de maneira precisa e científica (com o uso da razão e não mais da religião). Toda confiança é depositada na ciência e na utilização de métodos de investigação científica como sendo capazes de desvendar as leis do mundo natural, físico, biológico e social. Aquela mentalidade que no Renascimento estava começando a se tornar laica, definitivamente se desvincula das questões sagradas para se definir como científica. Principais características do Iluminismo: • Valorização da razão, considerada importante instrumento para alcançar o conhecimento. • Valorização do questionamento, da investigação e da experiência como forma de conhecimento tanto da natureza quanto da sociedade. • Crença nas leis naturais que regem todas as transformações que ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e na natureza. • Crença nos direitos que todos os indivíduos possuem em relação à vida, à liberdade e à posse de bens materiais. • Crítica ao absolutismo e aos privilégios da nobreza e do clero. • Defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a lei. • Crítica à Igreja católica, embora não se excluísse a crença em Deus. Avanço científico ao Iluminismo: • Descrição da órbita dos planetas e do relevo da Lua. • Descoberta da existência da pressão atmosférica. • Conhecimento do comportamento dos espermatozóides. • Invenção do primeiro microscópio por Robert Hooke (1635-1703). Esse cientista criou o termo célula, hoje comum em Biologia. • Identificação dos vasos capilares e do trajeto da circulação sanguínea. • Descoberta do princípio das vacinas — a introdução do agente causador da moléstia no organismo para que este produza suas próprias defesas. • Eletricidade. • Invenção da primeira máquina de calcular. • Formulação de uma teoria, ainda hoje aceita, para explicar a febre. • Descoberta dos protozoários e das bactérias. • Surgimento de uma nova ciência — a Geologia —, a partir da qual se desenvolveu uma teoria que explica a formação da Terra, refutando a versão bíblica da criação do mundo em sete dias e do mito de Adão e Eva. As principais revoluções burguesas frutos do Iluminismo: Revolução Industrial Inglesa. Revolução Francesa de 1789. Transição do feudalismo para um novo sistema econômico que estava se estabelecendo, mas que só ia começar a se consolidar definitivamente no mundo com o final da Revolução Francesa e com a Revolução Industrial Inglesa. A Revolução Industrial Inglesa A Revolução Industrial Inglesa causou uma intensa modificação na forma de se produzir a vida material. Se antes a confecção de objetos era realizada nas manufaturas, de forma artesanal, com a criação das máquinas, a fabricação atingir outros patamares. A energia humana foi sensivelmente poupada pela energia proveniente das máquinas e o modo de produção doméstico foi gradativamente sendo substituído pelo sistema fabril. Em meados do século XVIII, por volta de 1750, com a Revolução Industrial, a Inglaterra inicia um processo de transformação social e econômica que vai resultar no fim do feudalismo. Com finalidades didáticas, os compêndios de História nos informam que a industrialização inglesa passou por três períodos distintos: 1760 /1850 Revolução restrita à Inglaterra, ficando conhecida como a “oficina do mundo”. Não há concorrência. Produção predominante: bens de consumo, como os produtos têxteis, por exemplo. Uso da energia a vapor. 1850/1900 Revolução se amplia: o mundo todo se industrializa. Inicia-se um período de concorrência entre as nações industrializadas. A produção não é apenas de bens de consumo, mas de bens de produção, como as máquinas. Cresce o número de ferrovias. Invenção da locomotiva e do barco a vapor. Utilização de diferentes fontes de energia, como hidroelétricas e derivados do petróleo. 1900 aos dias atuais Surgimento dos conglomerados industriais, das multi e transnacionais. A produção se automatiza. Surge a produção em série. Expansão dos meios de comunicação. Expansão da sociedade de consumo. Expansão da indústria química e eletrônica, da engenharia genética e da robótica. A Revolução Francesa A Revolução Francesa fez parte de um movimento revolucionário global, atlântico ou ocidental, que começa nos Estados Unidos em 1776, atinge Inglaterra, Irlanda, Holanda, Bélgica, Itália, Alemanha, Suíça e, em 1789, culmina na França com violência maior. O movimento passa a repercutir em outros países europeus e volta à França em 1830 e 1848. Há traços comuns em todos esses movimentos, mas a Revolução Francesa tem identidade própria. Com as seguintes manifestações: • Tomada do poder pela burguesia. • Participação de camponeses e artesãos. • Superação das instituições feudais do Antigo Regime. • Preparação da França para caminhar rumo ao capitalismo industrial. A Revolução Francesa foi consequência direta das ideias das luzes, difundidas pelos intelectuais e pensadores dos séculos XVII e XVIII que, em geral, asseguravam ser o homem vocacionado ao progresso e ao auto aperfeiçoamento ético. Percebeu-se que a ordem social não é divina, e sim construída pelos próprios homens, portanto sujeita às modificações e alterações substanciais. Era possível, segundo a maioria dos iluministas, por meio de um conjunto de reformas sociopolíticas, melhorar a situação jurídica e material de todos. Sendo assim, não se podia mais aceitar que a realeza francesa, especialmente a figura do rei Luís XVI e sua esposa Maria Antonieta, filhos e demais parentes, vivesse em castelos luxuosos (como o monumental Palácio de Versalhes, localizado nos arredores de Paris e que era a residência de veraneio da família real e da elite), não pagasse impostos e que continuasse a promover banquetes à custa do dinheiro público. O lema da revolução Francesa era: “liberté, egalité, fraternité” (liberdade, igualdade, fraternidade). O legado da Revolução Francesa : • Proclamação do Estado secular: separação do Estado da Igreja. • Participação popular pelo voto. • Instrução pública, laica, estatal e gratuita. • Serviço militar generalizado e os direitos da cidadania. • Igualdade dos filhos perante a herança e de todos perante a lei. • Divórcio. • Abolição das torturas e dos castigos físicos. • Primórdios da emancipação feminina levada adiante por Théroigne de Méricourt. • Extensão da cidadania aos judeus. • Condenação da escravidão e o sonho idealista de que devemos viver em liberdade, igualdade e fraternidade. A Educação na sociedade iluminista A sociedade descrita acima caminhava a passos largos para a sedimentação da modernidade. A educação do século XVIII (a partir de 1700) em meio ao iluminismo e ao início desta sociedade moderna, segundo Luzuriaga (2001, 150) caracterizou-se basicamente pelos seguintes aspectos: • Desenvolvimento da educação estatal. • Início da educação nacional, do povo pelo povo ou por seus representantes políticos. • Princípio da educação universal, gratuita e obrigatória, no grau de escola primária, que ficou estabelecida em linhas gerais. • Iniciação do laicismo no ensino coma substituição do ensino de religião pela instrução moral e cívica. • Organização da instrução pública em unidade orgânica, da escola primária à universidade. • Acentuação do espírito cosmopolita, universalista, que une pensadores e educadores de todos os países. • Primazia da razão, crença no poder racional dos indivíduos e dos povos. • Ao mesmo tempo, reconhecimento da natureza e da intuição na educação. Jean-Jacques Rousseau Rousseau não foi um educador como Comenius e Pestalozzi, mas sem dúvida foi um pensador que muito influenciou nos rumos da educação na modernidade. Autor de importantíssimas obras nos campos da filosofia, da política e até da literatura como Discurso sobre as ciências e as artes, Discurso sobre a desigualdade entre os homens, A nova Heloísa e O contrato social, elabora também O Emílio ou Da Educação, obra bastante influente nos rumos da educação. Alguns princípios essenciais da educação para Rousseau: • Humanismo. • Naturalismo. • Liberdade. • Aprendizado pela experiência. • Reconhecimento da infância como fase distinta, com características próprias. • Educação como um desenvolvimento natural de dentro para fora, e não contrário. Resumindo Durante a Idade Média a educação esteve sob controle da Igreja, portanto os processos, educacionais foram orientados por critérios que se baseiam na concepção da existência humana (econômica, jurídica, política) como decorrente da vontade divina, o que significava total obediência aos graus de hierarquias, pois os mesmos eram entendidos como decorrentes de uma ordem naturalmente estabelecida por Deus. A forma de entender a educação começava a mudar durante o Renascimento. As sociedades foram se tornando laicas, e severas críticas foram endereçadas à tradição medieval. A educação deste período buscou divulgar os ideais humanistas e burgueses. Com o Iluminismo iniciou-se na educação estatal, gratuita e obrigatória, no grau de escola primária. Houve a substituição do ensino de religião pela instrução moral e cívica e um crescente desejo de democratização deste ensino, além de uma acentuação do espírito cosmopolita e universalista que unia pensadores e educadores de todos os países. Vale ressaltar a importante contribuição das ideias pedagógicas, de Jean-Jacques Rousseau e Pestalozzi, para a educação. Apesar dos graves conflitos que marcam o século XX, foi neste período que o ideal de democratização da educação se espalhou com mais vigor. Com este intuito, vários países europeus e americanos realizaram profundas reformas na educação. A CATEQUESE E O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO: OS JESUÍTAS E A EDUCAÇÃO DA ELITE E A REFORMA POMBALINA Os jesuítas no Brasil Os jesuítas faziam parte da Companhia de Jesus, ordem criada por Inácio de Loyola em 1534 no contexto da Contrarreforma católica. Essa foi uma das medidas tomada pela Igreja católica para conter a Reforma Protestante. Os jesuítas chegaram ao Brasil com o governador geral Tomé de Souza, em 1549. Entre eles estava o padre Manuel da Nóbrega, jesuíta que teve importante papel na educação e catequese dos índios. Como “soldados da fé católica”, os jesuítas tinham o objetivo de disseminar o catolicismo e a educação se revelava como a principal via de acesso para alcançarem essa meta. Apenas quinze dias depois de sua chegada à recém-fundada cidade de Salvador, os jesuítas já conseguiram fazer funcionar uma escola elementar de “ler e escrever”. Neste período, os jesuítas aprenderam a língua tupi-guarani, elaboraram material didático para a catequese e Anchieta organizou uma gramática do tupi. Num primeiro momento, eles ensinavam os filhos dos índios chamados curumins junto com os filhos dos colonos. Neste processo, Anchieta usava vários recursos, como a música, a poesia e o teatro. Substituiu as cantigas sensuais cantadas pelos índios pelos hinos de louvor à Virgem. Não demorou que houvesse um choque cultural entre os valores dos indígenas e os do colonizador. Os jesuítas ficavam um período nas tribos, realizando a pregação e os batismos e, dava continuidade ao trabalho para outra tribo. Mas percebendo que não tava surtindo os efeitos de conversão que eles esperavam. Para que as conversões fossem consolidadas, foi criada as missões ou reduções. Do século XVI ao XVII, os jesuítas desenvolveram a catequese por meio do confinamento indígena nas missões ou reduções. O que eram as missões ou reduções? Eram povoamentos ou aldeias criadas pelos jesuítas. Possuíam uma organização bem definida que podia reunir várias etnias. Foram construídas casas para cada família, pois os jesuítas se surpreenderam com o fato de duzentas famílias morarem numa mesma oca. A catequese nas missões, reduções, povoamentos ou aldeias era mais eficiente. Os jesuítas ensinavam regras de higiene e saúde, técnicas e práticas agrícolas. Algumas missões foram muito prósperas. Nelas, se praticava agricultura, criação de gado e artesanato e os jesuítas tinham uma ação ampla de conversão religiosa, educação e trabalho. Os jesuítas, por meio da catequese e da conversão, queriam anular as tradições indígenas, por que eram chamadas como atrasadas, selvagens e indignas. O saber, a religião, a música dos indígenas e dos negros eram desprezadas e consideradas inferiores. A catequese e a conversão procuravam homogeneizar estas culturas a partir do padrão cultural europeu. A sociedade colonial e o ensino jesuítico. Nesse primeiro momento, temos os filhos de colonos e curumins aprendendo juntos, mas a tendência é que a educação jesuítica separou os catequizados dos instruídos. Assim, a educação para os curumins tinha o objetivo de cristianizar, pacificar e torná-los dóceis para o trabalho, ( enquanto para os filhos dos colonos, a educação poderia ir além de ler, escrever e contar). O tipo de colonização estabelecido no Brasil foi ocupando território, viabilizando a produção agrícola de interesse do mercado europeu, era economia era baseada num modelo agrário-exportador dependente. A viabilização teve larga e farta distribuição de terras pelo sistema de sesmarias. Mas as terras eram distribuídas para quem? Para ter o “direito” de receber estas terras, precisava ter condições de aproveitá-las tinha que ter recursos suficientes para produzir cana-de-açúcar e comprar escravos suficientes para tal trabalho. Para receber as sesmarias, tinha que ser rico o bastante. Desta forma, a distribuição de terras no Brasil, desde o início da colonização, foi marcada por um caráter de privilégio, elitista e discriminatório, que marcou a estrutura social brasileira. A economia se expandiu em torno do engenho de açúcar por meio do trabalho dos índios inicialmente e dos escravos depois. Uma economia desenvolvida e centrada no latifúndio, na escravidão e na monocultura. Com esta realidade social, percebemos que a educação não era algo primordial, pois as atividades agrícolas não exigiam formação especial. Numa sociedade agrária e escravista, o interesse pela educação era quase nulo, a quantidade de analfabetos era muito grande. As mulheres e negros eram excluídos do ensino e pouco despertavam o interesse dos padres, que se concentravam na catequese dos curumins. Ao enviar os jesuítas para o Brasil com a finalidade de converter os índios pela educação, regulando a consciência pela uniformidadeda fé, Portugal tinha como prioridade manter a unidade política e a dominação da metrópole sobre a colônia. O ensino estabelecia carregava marcas. Os filhos dos senhores de engenho (senhores das casas-grandes), as coisas eram diferentes: Seguindo a tradição portuguesa, o primeiro filho do sexo masculino herdava o patrimônio do pai e deveria dar continuidade ao trabalho nas terras, do engenho. O segundo filho poderia se dedicar às letras e normalmente frequentava o colégio para posteriormente concluir os estudos na Europa. O terceiro estudava para se tornar um religioso. A ação dos jesuítas em relação às necessidades educacionais das famílias das casas-grandes era presente por meio da educação que alguns filhos obtinham ao serem enviados aos colégios,ou ainda quando recebiam os ensinamentos em suas próprias residências. Outra forma de educação praticada pelos jesuítas acontecia nos confessionários, pois ao ouvir os pecados os padres iam moldando o pensamento dos colonos. A estrutura da Educação montada pelos jesuítas Os colégios dos jesuítas tinham a seguinte estrutura: ● A criança aprendia a ler, escrever e contar. Os colégios forneciam formação em Humanidades, Filosofia, Ciência e Teologia. ● O curso de Humanidades era de grau médio e se ensinava latim e gramática, especialmente para meninos brancos e mamelucos (mestiços de branco e índio). ● Os outros dois cursos eram de grau superior e alguns colégios ofereciam até as três possibilidades. Após o curso de Artes e Filosofia, o jovem podia escolher entre duas opções: ou estudar teologia,e tornando-se padre, ou preparar-se para as carreiras liberais como Direito e Medicina, onde tinha as universidades europeias. Os brasileiros optaram, pela universidade de Coimbra em Portugal. Por três séculos (XVI, XVII e XVIII), a educação dos jesuítas no Brasil praticamente não se alterou. Foi uma educação com prioridades no nível secundário visando a formação humanista, com privilégio dos estudos de latim, dos clássicos e da religião. Não faziam parte do currículo dos colégios as ciências físicas ou naturais não era de interesse geral. Durante muito tempo, destinava se apenas a poucos elementos da sociedade (àqueles que pertenciam à classe dirigente) e possuía um caráter muito mais de erudição e ornamento, por ser literária, abstrata e alheia aos interesses materiais e utilitários. Não havia interesse na educação para o trabalho. Esta era realizada de maneira informal no próprio ambiente de trabalho, sem nenhuma regulamentação nem organização. Os jesuítas tinham escolas e oficinas nas missões guaranis para ensinar os índios, mas não as difundiram para o restante da sociedade, fazendo-o apenas em raras oportunidades. Assim em 200 anos de existência no Brasil ( 1549/1759, quando os jesuítas foram expulsos pelo Marquês de Pombal), a educação jesuítica foi uma educação conservadora,e acordo com o tipo de sociedade que aqui se desenvolvia: Aristocrática, Agrária e Escravista. Assim, o “quadro social” tem consequências para a educação como: Analfabetismo; ensino restrito a poucos, elitista, destinado à erudição das classes dirigentes, sem compromisso com o mundo do trabalho. Com isto, havia um ensino clássico no sentido de valorizar a literatura e a retórica e desprezar as ciências e as atividades manuais. Mas foram mudando a estrutura social começou a se transformar quando um novo segmento social se formou no Brasil: A pequena burguesia urbana, que tinha pretensões de ascender socialmente, sendo a Educação a melhor forma de alcançar este objetivo. A expulsão dos jesuítas do Brasil e as reformas pombalinas na Educação Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, foi primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777, com a missão de reerguer o país da decadência na qual se encontrava diante de outras potências europeias na época. Como um país católico, Portugal condenava o juro. Enquanto outras nações como Inglaterra e França promoviam as manufaturas, Portugal permaneceu atrelado a uma mentalidade medieval, o que contribuiu para retardar a implantação do capitalismo e colaborar com a decadência. Segundo, Aranha (2006): A Europa renascentista se preparava para o livre pensar que se consolidava no Iluminismo do século XVIII, Portugal permanecia cioso da herança cultural clássico-medieval, preservando o latim, a filosofia e a literatura cristã. No século XVIII, a vida intelectual portuguesa começou a mudar e se abrir para as ideias iluministas com vários debates acerca da educação,aconteceu o lançamento da obra Apontamentos para a educação de um menino nobre (1734), de Martinho de Pina e Proença, onde o autor recomendava aos professores que se preocupasse também com Geografia, História, Matemática e Direto, revelando uma nítida inspiração de autores iluministas como Locke e Fénelon. Marquês de Pombal tinha apreço pelos iluministas com a chegada ao poder e preocupação de modernizar a administração pública e maximizar os lucros com a exploração colonial, a coroa portuguesa sofreu influência dos princípios iluministas. Os debates sobre educação repercutiram sobre as atividades educacionais dos jesuítas, pois detinham o monopólio da educação superior em Portugal e da educação nas colônias portuguesas espalhadas pelo mundo. Eram considerados defensores de uma educação tradicional, abstrata, sem fundamento utilitário, portanto inadequada para a realidade do momento. Assim, por meio do Alvará Régio de 28 de junho de 1759, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, como primeiro-ministro de Portugal (1750 a 1777) expulsou os jesuítas de Portugal e de suas colônias, suprimindo as escolas e colégios jesuíticos. Pombal empreendeu grandes transformações administrativas tanto em Portugal como no Brasil. As reformas educacionais pombalinas tiveram que acontecer, pois, com a extinção dos colégios, a responsabilidade deveria ser assumida pelo governo. As principais modificações feitas por Pombal foram: • Criação das aulas régias ou avulsas, autônomas e isoladas, com professor único de latim, grego, Filosofia e Retórica. • Criação da figura do diretor geral dos estudos, para nomear e fiscalizar a ação dos professores. • Implantação do subsídio literário, imposto colonial para custear o ensino. Há certo consenso entre os estudiosos da História da Educação no Brasil que afirmar que a reforma pombalina foi algo desastroso, fazendo com que entrássemos o século XIX com uma educação caótica. Segundo Fernando de Azevedo, as ações de Pombal significaram a destruição do único sistema de ensino existente no país e foi a primeira grande e desastrosa reforma de ensino no Brasil, atingindo muito a vida escolar, imprimindo na educação meio século de decadência e transição. Em concordância com Fernando de Azevedo, Arnaldo Niskier (2001) afirma: A organicidade da educação jesuítica foi consagrada quando Pombal os expulsou, levando o ensino brasileiro ao caos, através de suas famosas “aulas régias”, de existência de escolas fundadas por outras ordens religiosas, como os beneditinos, os franciscanos e os carmelitas. Esta situação de caos e precariedade no ensino brasileiro só começa a sofrer alguma mudança com a chegada da família real ao Brasil em 1808. A MODERNIDADE NO BRASIL E O PENSAMENTO EDUCACIONAL: O LIBERALISMO E A PROPOSTA DA ESCOLA NOVA; O MANIFESTO DOS PIONEIROS Transformações na sociedade brasileira entre os séculos XVIII e XX Como vimos no item anterior, nos dois primeiros séculos de Educação no Brasil, a mesma ficou sob a responsabilidade dos jesuítas, que ministravam ensinamentos cristãos e tinham o controle do ensino. E embora os jesuítas tivessemuma forte preocupação com a conversão dos índios, a obra de catequese acabou cedendo lugar à educação de elite, impregnada de uma cultura intelectual transplantada da Europa, sobrevivendo com estas características à própria expulsão dos jesuítas e às reformas pombalinas. Tais reformas, que levaram à expulsão dos jesuítas, impuseram ao Brasil a realidade educacional da metrópole e sua educação europeizada tornou-se o centro e o modelo da educação brasileira, mergulhando nosso ensino numa profunda aristocratização. Tínhamos uma sociedade dividida em duas classes sociais: ● uma pequena camada de dirigentes que tinha acesso a um ensino refinado e o restante da nação, aqueles dirigidos e que não desfrutavam de nenhuma educação. Este cenário começou a mudar antes da Independência do Brasil, e com a chegada da Família Real, em 1808. A persistência dos velhos padrões coloniais viu-se, pela primeira vez, seriamente ameaçada, abrindo novos horizontes e perspectivas para a sociedade e para a educação. Com as ideias democratizantes de Rousseau e da Revolução Francesa, uma nova preocupação parece contaminar o ambiente político brasileiro, iniciando-se um discurso em favor da educação popular. Mas, isso só vai ser bem delineado a partir da Independência do Brasil. Em 1822, a monarquia que estabeleceu acaba se ajustando à dominação oligárquica e discursos em favor da educação popular, apenas os filhos da aristocracia conseguiam ser “doutores”. O único acontecimento concreto e eficiente para a educação neste momento foi inserir na Constituição de 1823. Um artigo que garantia a gratuidade do ensino primário a todos os cidadãos. Na verdade, são os próprios filhos da aristocracia que foram estudar na Europa que trouxeram para o Brasil os ventos profícuos das mudanças. O contato com o ambiente iluminista da Europa fez voltarem com ideias liberalizantes e democratas. Preferindo a vida nas cidades, os filhos da aristocracia brasileira deslocou o eixo político e social do campo para a cidade. O país começou a experimentar uma crescente efervescência intelectual e ideológica, marca distintiva do período de transição do Império para a República. Nossa jovem elite intelectual passava a acreditar na possibilidade de construção de um país livre do trabalho escravo e da arcaica monarquia. Segundo Sérgio Buarque de Holanda (1999), a abolição da escravidão foi um acontecimento decisivo para a mudança de rumos da sociedade brasileira, um marco divisório entre duas épocas, o declínio do predomínio agrário, fator decisivo para a hipertrofia urbana. A agitação das cidades e o clima social, político e intelectual a elite após a abolição colaboraram para a proclamação da República. No país persistia um estilo de vida rural e oligárquico, com a política sendo padronizada pelo voto de cabresto e pelas fraudes eleitorais, deixando para segundo plano grandes temas nacionais, como o problema da educação. Porém, na década de 1920 iniciou-se a crise da dominação oligárquica. A partir de 1929, grupos ligados ao complexo cafeeiro se desentenderam com o Estado causando a quebra da hegemonia desses grupos e a formação de novas alianças de classes. A Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas pôs fim à política de alianças café com leite. Chamou-se “política café com leite” o acordo entre as oligarquias estaduais de São Paulo (maior produtor de café), Minas Gerais (maior produtor de leite) e o governo federal, para que o presidente da República fossem escolhidos os políticos de São Paulo e Minas Gerais. Getúlio Vargas foi nomeado chefe do Governo Revolucionário Provisório em 03 de novembro de 1930, iniciando no Brasil um novo regime, uma nova era, e fortalecendo a ideia de um país no qual tudo estava por ser feito, e a educação era considerada o pináculo desta revolução. Enfim a modernidade no Brasil A modernidade no Brasil, iniciou-se em 1922. Este foi um ano de acontecimentos que coroaram o pensamento de novidade. Podemos citar: Semana de Arte Moderna. Revolta dos 18 do Forte de Copacabana (Revolução Tenentista). Fundação do PCB (Partido Comunista Brasileiro, primeiro partido operário duradouro), primeira eleição moderna com dois candidatos mobilizando militantes e realizando comícios, primeiros indícios da crise das oligarquias. Os anos 20 assistiram ao apogeu e declínio da cafeicultura ocorreu no parque industrial brasileiro uma concentração de capital e um período de progresso, com experiências de implantação do processo taylorista de trabalho para aumentar a produtividade. Devemos nos atentar para o fato de que o processo produtivo industrial potencializou a acumulação de capital e a fábrica foi o local onde aconteceu onde precisou de trabalhadores disciplinados, para a execução das tarefas,em sua vida cotidiana, valores morais e éticos que os fizessem “vestir a camisa” do patrão e da fábrica. A modernidade no Brasil está ligada à urbanização, à industrialização ,formação e expansão da classe operária brasileira, preenchida por imigrantes que não foram para as lavouras, por brancos e mestiços pobres, além de ex escravos. Podemos perceber que em 1920 à consolidação da modernidade no Brasil a crise das oligarquias, o crescimento do parque industrial, da classe operária, o pipocar das revoltas, bem como a Semana de Arte Moderna,na Semana de Arte Moderna, os nossos poetas e artistas deixaram claro que aspiravam por um Brasil novo, de novas rimas e novos sons. Queriam acordar os burgueses adormecidos sobre sacos de café e dinheiro No primeiro dia do evento: Mário de Andrade vocifera para uma plateia atônita: “Eu insulto o burguês! O burguês níquel! O burguês burguês! Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!” – dizendo uma série de apontamentos contra os burgueses e contra a ordem estabelecida. Menotti Del Picchia afirmou: “Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras, idealismos, motores, chaminés de fábrica, sangue, velocidade, sonho, na nossa arte”. No Manifesto Antropofágico, Oswald de Andrade se coloca: “contra as elites vegetais... contra a peste dos chamados povos cultos e cristianizados, é contra eles que estamos agindo”. Durante a década de 1920, o Brasil assistiu a inúmeras revoltas. ● Revolta Tenentista de 1922. ● Revoltas de 1923 no Rio Grande do Sul. ● As Insurreições Militares de 1924 em São Paulo, Sergipe e Amazonas e a Coluna Prestes em 1925. Podemos perceber que os intelectuais modernistas queriam um país industrializado e urbanizado, queriam redescobrir Pindorama nas selvas das cidades, queriam ser índio e negro, queriam que um novo e moderno Brasil fosse admirável e industrial, e queriam que fosse um Brasil Brasileiro. Veremos A Educação na modernidade
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