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SIMULADO DIREITO EMPRESARIAL

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SIMULADO DIREITO EMPRESARIAL
Acerca do procedimento penal estabelecido na Lei n.º 11.101/2005, que dispõe sobre a recuperação judicial e extrajudicial e sobre a falência do empresário e da sociedade empresária, assinale a opção correta.
 a) Por se tratar de legislação especial, as disposições do CPP não são aplicadas subsidiariamente nas hipóteses de procedimento penal previstas na lei em questão.
 b) As ações penais relativas aos crimes previstos na lei em apreço devem ser distribuídas por sorteio entre as varas de execuções penais da jurisdição.
 c) As ações penais relativas aos crimes previstos na lei em pauta são de natureza pública condicionada.
 d) O MP, verificando a ocorrência de qualquer crime previsto na referida lei, promoverá a competente ação penal.
 e) Decorrido o prazo legal sem que o representante do MP ofereça denúncia quanto aos crimes previstos na lei em tela, o procedimento será arquivado.
De acordo com a Lei 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, que regula a recuperação judicial; a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, é CORRETO afirmar que ao administrador judicial compete na recuperação judicial 
 a) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida.
 b) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa. 
 c) avaliar os bens arrecadados. 
 d) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores.
 e) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial.
De acordo com a Lei 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, é CORRETO afirmar que a assembléia geral de credores terá por atribuições deliberar na falência sobre
 a) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição.
 b) o pedido de desistência do devedor, nos termos do §4° do art. 52 desta Lei. 
 c) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor.
 d) a aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor. 
 e) o nome do administrador judicial, quando do afastamento do devedor.
Luiz é sócio da sociedade Papéis Fechados Ltda. que se encontra altamente endividada. Por essa razão, a referida sociedade terá dificuldades para negociar com os credores e os seus funcionários.
Com relação à recuperação extrajudicial, considere os créditos a seguir:
I - Quirografário;
II - Com garantia real;
III - Subordinado;
IV - Trabalhista;
V - Tributário.
Os créditos que NÃO podem ser objeto da recuperação extrajudicial da Papéis Fechados Ltda. são somente: 
 a) I e II; 
 b) III;
 c) II e III;
 d) III e IV;
 e) IV e V. 
José, empresário individual que teve sua falência decretada em 20.10.2011, vendeu um sítio de sua propriedade para Antônio, em agosto de 2011.  Antônio prenotou a escritura de compra e venda do sítio em 18.10.2011, mas o registro da transferência imobiliária só foi efetuado em 05.11.2011, 15 (quinze) dias após a decretação da falência.
Isto posto, responda aos itens a seguir.
A) É válida e eficaz a compra e venda acima referida? 
B) A referida compra e venda poderia eventualmente vir a ser revogada? 
O examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.
Marcos, advogado, prestava serviços advocatícios, sem vínculo empregatício, a determinada sociedade empresária que lhe pagava R$ 10 mil mensais. Tendo ficado sem receber a quantia relativa a um dos meses de prestação de serviços, o advogado tomou conhecimento de que a empresa havia decretado falência. Ainda assim, o administrador judicial decidiu, com a anuência do comitê de credores, pela continuidade do contrato em relação à massa falida, para evitar o aumento do passivo.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da legislação aplicável.
A.Após a decretação da falência, o crédito de Marcos é considerado extraconcursal.
B.A decisão do administrador pela continuidade do contrato deve ser considerada inválida, pois depende de autorização judicial.
C.O crédito de Marcos anterior à decretação da falência é quirografário.
D.Como os honorários advocatícios não decorreram de vínculo empregatício, Marcos não poderá habilitar seu crédito.
Julgadas as contas do administrador judicial, ele apresentará o relatório final da falência, indicando o valor do ativo e o produto de sua realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores e especificará justificadamente as responsabilidades com que continuará o falido. O prazo fixado em lei para que o administrador judicial apresente o referido relatório é de
A.45 dias.
B.15 dias.
C.10 dias.
D.5 dias.
E.60 dias.
Explicas as principais diferenças entre comitê de credores e assembleia de credores.
Explicar os procedimentos da recuperação extrajudicial
GABARITO
D
E
A
E
Resposta da Questão 05 – Prova Prático-Profissional de Direito Empresarial do XI Exame de Ordem
Primeiramente o que o aluno de depara quando analisa a questão, e sempre digo isso, é identificar o tema e a legislação aplicável. Neste caso está claro que se trata de Direito Falimentar, regulado pela Lei n. 11.101/2005; mais especificamente sobre a eficácia e ineficácia das relações jurídicas praticadas pelo empresário, o que nos remete ao artigo 129 e 130 da mencionada legislação, que dispõe:
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;
III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada;
IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;
VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior.
Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.
Na letra A, questiona-se sobre a validade e eficácia da compra e venda de um bem imóvel. Para responder corretamente essa assertiva é essencial lembrar o quanto disposto no artigo 108 do Código Civil: Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Neste caso, independente dadata que consta no contrato de compra e venda, este somente operou validade no momento da transcrição, ou seja, no dia 05/11/2011.
Dito isso e consoante o quanto previsto no artigo 129, VII, da Lei de Falências, os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, são considerados ineficazes para a massa falida, independente de ter agido de boa ou má-fé; salvo se tiver havido prenotação anterior, o que não é o presente caso. Desta forma, o ato praticado por José é válido, mas não tem eficácia.
Já em relação a letra B o questionamento é sobre a revogação do contrato. Neste caso, cabe salientar que todo e qualquer ato praticado nos termos do artigo 129 da Lei n. 11.101/2005 são considerados nulos de pleno direito, ou seja, nunca operaram efeitos no mundo jurídico. Entretanto, essa nulidade deve ser declarada judicialmente através da ação revocatória, regulada pelos artigos 132 a 138 do mesmo diploma legal.
Neste ponto discordo do padrão oficial que indica o artigo 130 como o correto. Este determina que “são revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida”.
Os elementos do artigo 129 são ineficazes independente de má-fé, o que é exigida no artigo 130. Os artigos corretos são os que indico, 132 a 138, todos da Lei n. 11.101/2005.
Resposta da Questão 06 – Prova Prático-Profissional de Direito Empresarial do XI Exame de Ordem
A presente questão trata de alienação de estabelecimento comercial ou do fundo de comércio, como denominado por alguns doutrinadores, regulado pelo Código Civil nos artigos 1.142 a 1.149, sendo o estabelecimento, a reunião de todos os bens do empresário necessários para o desenvolvimento da atividade empresarial.
Na letra A é questionado sobre a sub-rogação do adquirente nas obrigações do alienante, fato esse facilmente respondida pela determinação do artigo 1.148 do Diploma Privado que prevê: “Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante”.
Neste caso, salvo menção em contrário no contrato, é sim obrigação do adquirente o cumprimento das obrigações anteriormente assumidas pelo alienantes.
Na letra B o questionamento é a respeito do aviamento. Este é o modo de organização da atividade empresarial, é o sobrevalor que o empresário agrega ao seu estabelecimento por buscar formas de atrair mais clientes, sendo objeto componente do fundo comercial, e por consequência é objeto do trespasse também.
A legislação privada é específica ao autorizar o sobrevalor do aviamento no artigo 1.187, parágrafo único, III, que determina: “a quantia efetivamente paga a título de aviamento de estabelecimento adquirido pelo empresário ou sociedade”.
Aponto aqui outro erro da FGV na indicação dos dispositivos corretos no padrão de resposta da prova. Lá consta que o dispositivo correto é o artigo 1.187, III, enquanto que o correto é o artigo 1.187, parágrafo único, III.
6,A
7. c

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