Aula 03 Introdução ao método e aspectos éticos

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MÉTODOS DE OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA
Aula 2: Introdução e Questões éticas na observação: definição e aplicação
Adaptado da Professora: Natália Rodrigues
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MAPA CONCEITUAL
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Observação em Psicologia
No decorrer da estruturação da Psicologia como ciência, a observação tem se apresentado como uma ferramenta satisfatória na coleta dos dados.
Dentre as ferramentas disponíveis para a utilização do psicólogo em processos de avaliação e pesquisa, a observação é uma das principais;
A observação é o primeiro instrumento que o profissional de Psicologia aprende a utilizar;
Observar significa tornar mensurável o comportamento que se expõe por parte do sujeito que o manifesta. O comportamento observado também produz reações (sentimentos, respostas) no observador, que o auxiliam a formular hipóteses sobre o mesmo.
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O uso da observação tem sido muito importante na atividade profissional do psicólogo, por proporcionar um levantamento de hipóteses para possibilitar uma investigação mais fidedigna de cada situação de trabalho.
Os dados coletados por observação são usados para diagnosticar a situação-problema, para escolher as técnicas e procedimentos a serem empregados e para avaliar a eficácia dessas técnicas e procedimentos (DANNA e MATOS, 2006, p.15);
A observação é um exame minucioso e atento sobre um fenômeno ou parte dele e torna-se uma técnica científica à medida que serve a um objetivo formulado, é sistematicamente planejada, registrada e ligada a proposições gerais (RICHARDSON, 1999). 
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A observação informal de situações cotidianas é diferente da observação científica, uma vez que a observação científica possui uma finalidade conhecida de antemão, descrita através dos objetivos (DANNA e MATOS, 2006);
Segundo Fagundes (1999), a observação do comportamento humano é importante para psicólogos, servindo-lhes como um instrumento de trabalho para obtenção de dados que aumentam sua compreensão a respeito do comportamento sob investigação.
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Leitura indicada para obtenção do conhecimento: 
Capítulo 2: “Metodologia da pesquisa”. Pág. 60 a 83 In: Michael S. Gazzaniga e Todd F. Heatherton. Ciência Psicológica: Mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005. 
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Investigação Científica
As diversas descobertas sobre a mente, o cérebro e o comportamento conseguidas no último século são resultados de pesquisas científicas;
Os cientistas empregam procedimentos objetivos, sistemáticos, a fim de compreender com exatidão os diversos fenômenos envolvidos no comportamento humano.
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A ciência supõe que o mundo funciona de modo ordenado, baseado em leis físicas;
Embora os vários campos da ciência difiram nas técnicas e estratégias empregadas, todos compartilham uma abordagem geral: o método científico – o exame objetivo do mundo natural.
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O que é uma investigação científica?
Os objetivos da ciência psicológica são descrever, predizer, controlar e explicar o comportamento e a atividade mental.
O processo empírico baseia-se no uso de teorias para gerar hipóteses que podem ser testadas ao serem coletados dados objetivos.
As teorias, por sua vez, precisam ser ajustadas e aperfeiçoadas conforme novos achados confirmam ou refutam diferentes hipóteses.
De modo geral, teorias efetivas geram várias hipóteses testáveis, e a teoria mais simples é preferível à mais complexa.
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A investigação científica tem quatro objetivos básicos, que são descrever:
O que acontece;
Quando isso acontece;
O que causa esse acontecimento; e
Porque isso acontece.
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Etapas da Pesquisa
FORMULAR HIPÓTESES
COLETAR OS DADOS
ANALISAR OS DADOS
DISSEMINAR RESULTADOS
PLANEJAR ESTUDO
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Um processo de investigação empírico depende de teorias, hipóteses e pesquisas;
A teoria é uma ideia ou modelo de como algo funciona. A hipótese é uma predição específica do que deve ser observado se a teoria em consideração estiver correta;
Dessa maneira, a hipótese serve como um teste direto da teoria. Se for exata, a hipótese estruturada estará correta.
Deve haver uma pesquisa, que envolve a sistemática e cuidadosa coleta de dados, ou informações objetivas, para examinar ou testar se a hipótese – e a teoria correspondente – é sustentável.
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Alguns conceitos importantes
Replicações – os estudos adequadamente planejados e realizados podem ser repetidos e produzem os mesmos resultados;
Teoria – uma ideia ou modelo de como algo no mundo funciona, que pode ser utilizada para fazer predições.
Hipótese – uma predição específica do que deve ser observado no mundo se teoria estiver correta.
Pesquisa – processo científico que envolve a coleta sistemática e cuidadosa de dados;
Dados – são observações ou mensurações objetivas.
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Experimento – um método de pesquisa para testar hipóteses causais, em que as variáveis são medidas e manipuladas;
Variáveis – refere-se a tudo que pode ser medido e variar;
Variável independente – em um experimento, a condição que é manipulada pelo experimentador para examinar seu impacto sobre a variável dependente;
Variável dependente - em um experimento, a medida que é afetada pela manipulação da variável independente.
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Tipos de investigação na Ciência Psicológica
Experimentos: a variável independente é manipulada para estudarmos como ele afeta a variável dependente;
Estudos correlacionais
Estudos descritivos
Nesses casos o pesquisador estuda o comportamento conforme ele ocorre naturalmente. São úteis para descrever e predizer comportamentos, mas não permitem que o pesquisador avalie a causalidade.
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Estudos descritivos ou observacionais
Esse tipo de estudo envolve observar e registrar comportamentos, para analisá-lo de modo sistemático e objetivo. Alguns estudos podem basear-se na observação dos comportamentos a intervalos regulares de tempo, variando de segundos a anos.
Podem ser:
Observação naturalística: o observador está separado da situação e não faz nenhuma tentativa de alterá-la ou modificá-la;
Observação participante: nesse caso o pesquisador se envolve na situação.
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As técnicas descritivas são especialmente valiosas nos primeiros estágios da pesquisa, quando os pesquisadores estão simplesmente tentando perceber se um determinado. fenômeno realmente existe;
Com base nas observações iniciais, os pesquisadores podem planejar maneiras de estudar o comportamento de forma mais sistemática.
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Ao realizar uma pesquisa de observação é importante estar ciente da possibilidade do viés do observador, que são os erros sistemáticos de observação decorrentes das expectativas do observador.
Existem evidências de que o viés do observador pode levar a mudanças reais no comportamento de pessoas ou animais que estão sendo observados, se trata do efeito da expectativa do observador (GAZZANIGA e HEATHERTON, 2005).
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Atividade de Observação
“A importância ética do estudo científico com seres humanos”
Resolução CNS nº 466/12
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Código de Nürenberg
Desde muito tempo, a sociedade se preocupava com pesquisas envolvendo seres humanos, mas foi somente a partir da Segunda Guerra Mundial, após o julgamento dos crimes cometidos por médicos nazistas que conduziram experimentos em prisioneiros de campo de concentração, é que surgiram leis e resoluções a respeito desse tema. 
Tribunal de Nürenberg, 1945 a 1949
II Guerra Mundial
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Experimentos
Experimentos sobre congelamento – aprender a tratar hipotermia
Experimento com malária (protozoário Plasmodium), febre amarela (Flavivirus), varíola (Orthopoxvirus), paratifo A e B (Salmonella), cólera (vibrião colérico) e diftera (Corynebacterium diphteriae) – imunizações e tratamentos
Experimentos com gás mostarda – tratar feridas, queimaduras químicas
Experimentos com Sulfonamida (agente antimicrobiano sintético)
Experimentos com água do mar – métodos para tornar a águapotável
Experimentos de altas altitudes - simulação de descompressão em avião
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Código de Nuremberg - 1947
Art. 1. 1.O consentimento voluntário do ser humano é absolutamente essencial. Isso significa que as pessoas que serão submetidas a pesquisa devem ser legalmente capazes de dar consentimento; essas pessoas devem exercer o livre direito de escolha sem qualquer intervenção de elementos de força, fraude, mentira, coação, astúcia ou outra forma de restrição posterior; devem ter conhecimento suficiente do assunto em estudo para tomarem uma decisão lúcida. Esse último aspecto exige que sejam explicados às pessoas a natureza, a duração e o propósito da pesquisa; os métodos segundo os quais será conduzida; as inconveniências e os riscos esperados; 
Art. 2. O experimento deve ser tal que produza resultados vantajosos para a sociedade, que não possam ser buscados por outros métodos...
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Art. 3º - pesquisas devem basear-se em resultados prévios
Art. 4º - evitar sofrimento e danos desnecessários
Art. 5º - evitar riscos de morte ou invalidez 
Art. 6º - observar a relação risco x benefício
Art. 7º - medidas de proteção para os sujeitos da pesquisa
Art. 8º - qualificação dos pesquisadores
Art. 9º - liberdade de retirar consentimento
Art 10 - pesquisador deve suspender a pesquisa se dano ao participante
Código de Nuremberg - 1947
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Outras legislações internacionais para pesquisa com seres humanos
Declaração dos Direitos do Homem (1948)
Declaração de Helsinque (1964), Finlândia (revista)
Acordo Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (1966) 
Propostas de Diretrizes Éticas Internacionais para Pesquisas Biomédicas Envolvendo Seres Humanos (1982) 
“Diretrizes Éticas Internacionais para a Pesquisa Envolvendo Seres Humanos” (Década de 80 – OMS)
“Diretrizes Éticas Internacionais para a Pesquisas Biomédicas Envolvendo Seres Humanos” (Década de 80 – OMS)
“Diretrizes Internacionais para Revisão Ética de Estudos Epidemiológicos” (Década de 90 – OMS)
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Ministério da Saúde 
Conselho Nacional de Saúde 
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa 
RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012
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RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012 
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde em sua 240a Reunião Ordinária, realizada nos dias 11 e 12 de dezembro de 2012, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e 
Considerando o respeito pela dignidade humana e especial proteção devida aos participantes das pesquisas científicas envolvendo seres humanos; 
Considerando o desenvolvimento e o engajamento ético, que é inerente ao desenvolvimento científico e tecnológico; 
Considerando o progresso da ciência e da tecnologia, que desvendou outra percepção da vida, ...
Considerando a legislação brasileira correlata e pertinente;
Aprovar as seguintes diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos:
Nota: Estatuto da criança e adolescente; Estatuto do Idoso; Código de defesa do Consumidor, etc.
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I – DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
A presente Resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, referenciais da bioética, tais como, autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade, dentre outros, e visa a assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da pesquisa, à comunidade científica e ao Estado. 
Projetos de pesquisa envolvendo seres humanos deverão atender a esta Resolução. 
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Referências
DANNA, M. F.; MATOS, M. A. Ensinando a observação: uma introdução. 4 ed. São Paulo, Edicon, 2006.
FAGUNDES, A. J. S. M. Descrição, definição e registro do comportamento. São Paulo: Edicon, 1999.
GAZZANIGA, Michael S; HEATHERTON, Todd F.; Ciência Psicológica: Mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005 – texto xerox
RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 3ª ed., 1999.
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Adaptado do Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos URI
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Um conjunto de princípios éticos, precursor d da Declaração de Helsinki. 
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Quatro dogmas da bioética - autonomia, não maleficência, beneficência, justiça 
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