Buscar

Direito Penal II - Resumo 1ª Parte

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL II - CURSO DE DIREITO 
 
ROTEIRO 
_______________________________ 
 
I. CONSUMAÇÃO: ocorre quando o fato concreto se adequa ao tipo abstrato da lei 
penal, quando preenchidos todos os elementos do tipo objetivo, cf. CP, 14, I. 
 
. crimes materiais (ou de resultado): sao aqueles em que o tipo penal descreve conduta 
e resultado naturalistico; logo, consumam-se com o resultado, ou seja, a alteracao no 
mundo exterior provocada pela conduta. Ex. homicidio, 129, 124 a 126, 155, 157, 168, 
171 etc. Da mesma forma os crimes culposos e os omissivos improprios. 
 
. crimes formais: sao aqueles em que o tipo descreve uma conduta e um resultado, 
sendo que este pode ou nao ocorrer, ja que se trata de um objetivo buscado pelo agente, 
mas que nao precisa acontecer para que haja a consumacao. Logo, a consumacao ocorre 
com o agir, a conduta. Ocorrendo ou nao o resultado, o crime ja se consumou. Ex. 159. 
 
. crimes de mera conduta: sao aqueles em que somente ha a descricao da conduta 
comissiva ou omissiva, sem alusao a qualquer resultado naturalistico. Basta a conduta, 
positiva ou negativa, para haver a consumacao. Ex. porte ilegal de arma de fogo (L 
10826/03, 14); CP, 135. Da mesma forma os crimes omissivos proprios. 
 
. crimes de dano: sao aqueles em que o tipo penal exige a lesao ou dano ao bem 
juridicamente tutelado, como ocorre com a maioria dos delitos. A consumacao, pois, 
somente ocorre com tal resultado (sao crimes materiais) Ex. homicidio somente se 
consuma com o resultado morte; o furto com a ofensa ao patrimonio da vitima etc. 
 
. crimes de perigo: sao aqueles em que a consumacao se da quando o bem juridico 
sofre um perigo, uma ameaca, a simples exposicao a tal perigo ja basta. Ex. arts. 130, 
131, 132. Ha delitos em que o perigo figura como elemento do tipo, devendo haver a sua 
comprovacao, chamados delitos de perigo concreto, como no caso do CTB, 309, CP, 
250. Outros, chamados delitos de perigo abstrato, em que o perigo e' presumido, nao se 
havendo necessidade de comprovar o perigo, ja que a conduta seria perigosa por sua 
propria natureza. Ex. porte ilegal de arma de fogo, CTB, 306, art. 4. da Lei 8492/86 
(gestao temeraria). 
 
. crimes habituais: sao aqueles que somente existem em razao da habitualidade da 
conduta delitiva, ou seja, o delito somente se consuma caso haja a reiteracao de atos 
semelhantes, em que havera apenas um crime. Se houver uma so conduta, isoladamente, 
o fato sera atipico. Ex. 282, 284. 
 
. crimes permanentes: sao aqueles em que a conduta tipica dura no tempo, como 
requisito essencial do tipo penal. Logo, a consumacao se protrai no tempo, ate que cesse 
o comportamento. Nesse sentido o CP, 148, caput, CP, 149. 
 
 
II. TENTATIVA (conatus): e' a realizacao incompleta do tipo penal. Ha a pratica de 
ato de execucao, mas o agente nao chega `a consumacao por circunstancias alheias a 
sua vontade. O crime entra na fase da execucao, mas ha interrupcao antes da 
consumacao. A figura tipica nao se completa, a tipicidade nao se conclui. A previsao vem 
no CP, 14, II. 
 
. ITER CRIMINIS 
 
- FASES: 
INTERNA: ideacao/cogitacao: elaboracao mental (desimporta ao DPenal) 
 
EXTERNA: 
. preparacao 
. execucao 
. consumacao 
 
 
ATOS PREPARATORIOS: passa-se da cogitacao `a acao. Ex. o agente se arma de 
instrumentos necessarios; procura o local; verifica a melhor hora.. 
REGRA: atos impuniveis. 
OBS.: o legislador preve como puniveis algumas hipoteses: petrechos para falsificacao de 
moeda (CP, 291); preparacao para o 239 (CP, 238); posse e porte ilegal de arma de fogo; 
286; 287; 288; Lei 11.343/06, 34. 
 
* IMPORTANTE: CP, 31: se o agente nao sai da preparação, o participe que o induziu, 
instigou ou auxiliou, nao sera punido. Se alguém contrata um matador de aluguel para dar 
cabo de um desafeto, mas este desiste, mesmo depois de receber o pagamento e 
planejar o homicídio, nao chegando sequer a tentar, sua conduta sera atípica, assim 
como a do mandante. 
 
 
ATOS EXECUTORIOS: (problema e' a exata distinção dos atos preparatórios) 
 
. TEORIAS sobre o inicio da execução: 
 
- basicamente, sao 2 teorias, subjetiva e objetiva, porem, esta se subdivide, dado o 
problema de visualização da fronteira entre preparação (impunidade) e execução: 
 
A) SUBJETIVA: importa a vontade criminosa, que, no entanto, esta presente tanto nos 
atos preparatórios quanto nos atos executorios, punindo ambos. NAO adotada pelo 
CP. 
B) OBJETIVA: teoria adota genericamente pelo CP, mas que precisa de 
complementacao, em razão dos atos muito próximos da execução. Por essa teoria, o 
agente nao sera punido meramente pelo seu "querer", sendo que o inicio da execução 
e' constituído de atos que principiem a concretização do tipo penal. Ela acabou, entao, 
subdividida, a fim de tentar ficar mais clara a solução, havendo de se fazer a analise 
em cada caso concreto: 
 
1. FORMAL-OBJETIVA: considera-se iniciada a execução de um crime quando o autor 
pratica os atos descritos no verbo nuclear do tipo. Porem, deixa de fora atos que já se 
encontram em uma zona neutra imediata do tipo e que já haveria punibilidade, como, 
p/ex., no caso da pessoa que deseja furtar e e' surpreendida dentro da residência ou 
quando tenta ingressar nesta, já que aqui nao haveria ato típico de subtrair. 
2. OBJETIVO-MATERIAL: considera-se iniciada a execução nao somente com atos que 
realizam o nucleo do tipo penal, mas também aqueles imediatamente anteriores, 
quando a conduta gera uma imediata colocação em PERIGO do bem juridico 
protegido. O problema e' a demasiada amplitude deste conceito. 
3. OBJETIVO-SUBJETIVA ou OBJETIVO-INDIVIDUAL: a tentativa começa quando o 
agente, segundo sua representação do fato, coloca-se em atividade direta e imediata 
`a realização do tipo. Ha uma combinação do critério subjetivo (representação do 
autor, seu plano) e do critério objetivo (dar principio diretamente `a realização do tipo). 
Assim, nao bastaria qualquer atividade, mas, sim, uma conduta que, ainda que nao 
seja propriamente típica, diante do planejamento do agente esteja ligada estreitamente 
`a ação típica executiva, de tal forma que, sem cortes e maiores interrupções no 
decorrer dos acontecimentos, deva conduzir diretamente `a realização do tipo legal. 
Assim, por essa teoria, considera-se a decisão e o plano do agente, alem dos 
elementos descritivos do tipo penal. Por essa teoria, seria responsabilizado o agente 
que apontasse a arma para a vitima, com a nítida intenção de matar, antes de apertar 
o gatilho. Pela primeira teoria, somente após o primeiro disparo se poderia 
responsabilizar o agente. Da mesma forma no caso de o agente ser detido quando fica 
preso na entrada da chaminé, pela primeira teoria nao haveria sequer tentativa. 
Seguem a Objetivo-subjetiva autores como Andre Estefam, Nucci e, nao exatamente 
expresso, Cezar Bitencourt. 
 
 
ELEMENTOS DA TENTATIVA: retirados da decomposição do CP, art. 14, II: 
 
1. Inicio da execução; 
2. Nao consumação do resultado; 
3. A ocorrência de circunstancia alheia `a vontade do agente; 
4. O dolo em relação ao crime total, ou seja, o animo em relação `a consumação (quem 
tenta matar age com o mesmo animo de quem mata). 
 
ESPÉCIES DE TENTATIVA: iniciada a fase executoria, o movimento criminoso pode: 
a) interromper-se no curso da execução; b) parar na execução completa; c) chegar `a 
consumação do resultado naturalistico. 
 
1. HIPÓTESE: TENTATIVA IMPERFEITA: aqui o agente nao exaure toda a sua 
potencialidade lesiva, ficam faltando atos executorios para chegar `a consumação. Ex. o 
agressor e' seguro quando esta desferindo golpes na vitima para mata-la; ou quando e' 
impedido de continuar atirando e ainda sobram projeteis em sua arma; o agente entra na 
residência, começa a apoderar-se de bens e e' surpreendido, momento em que foge sem 
nada. 
 
2. HIPÓTESE: TENTATIVAPERFEITA ou CRIME FALHO: aqui o agente realiza todos 
os atos necessários para alcançar o resultado, ele percorre todo o iter criminis que estava 
a sua disposição, mas mesmo assim nao consegue chegar `a consumação. A fase 
executoria se realiza integralmente. Subjetivamente, ele e' consumado em relação ao 
agente que o comete, mas nao o e' objetivamente, em relação ao objeto ou pessoa contra 
a qual se dirigia o crime. Ex. o agente dispara todos os projeteis na vitima, que, atingida, 
e' levada ao hospital e salva por uma intervenção cirúrgica. O agente fez tudo que estava 
ao seu alcance para consumar o delito. 
 
OBS. O CP nao faz distinção entre as espécies de tentativa, mas a distinção e' 
importante no estudo da desistência voluntária e do arrependimento eficaz. 
 
* TENTATIVA INCRUENTA ou BRANCA e TENTATIVA CRUENTA: outra distinção que 
se faz: na primeira, o objeto material nao e' atingido, ou seja, o bem jurídico nao chega a 
ser lesionado. Na segunda, o oposto, o objeto material e' atingido. 
* TENTATIVA ABANDONADA e TENTATIVA INIDONEA: a primeira corresponde `a 
desistência voluntária e ao arrependimento eficaz, enquanto a segunda diz com o crime 
impossível. 
 
PUNIBILIDADE DA TENTATIVA: o CP adota a teoria OBJETIVA, em seu art. 14, 
parágrafo único, em que se prevê um decréscimo em limites variáveis (1/3 a 2/3), 
chamada minorante ou causa de diminuição de pena. Assim, toma-se a pena do delito 
consumado se a diminui, usando o julgador, como critério, a proximidade para a 
consumação. A teoria subjetiva, nao adotada por nosso CP, de outro lado, pugna pela 
mesmo pena do consumado `a tentativa, com a ideia de que a vontade do agente era a 
mesma do crime consumado, nao havendo de ser beneficiado com pena inferior. 
OBS. Excepcionalmente, pode o legislador criar tipo penal em que a pena e' igual para a 
consumação ou tentativa, como no caso do CP, 352, e no CEl, 309. 
 
 
INFRACOES QUE INADMITEM TENTATIVA: 
 
- crimes culposos: o resultado ocorre por negligencia, imprudência ou imperícia, e o 
agente nao deseja o resultado, o que se choca com a tentativa, em que o agente quer o 
resultado, mas nao o alcança por causas independentes de sua vontade. 
 
- crimes preterdolosos: dolo no antecedente, culpa no consequente; logo, trata-se da 
mesma lógica dos culposos. Aqui o agente realiza uma conduta dolosa, mas o resultado 
acaba sendo mais grave em razão de culpa, ou seja, negligencia, imprudência ou 
imperícia, vale dizer, resultado mais grave que o agente nao queria. Ex. 129, 3. 
 
- crimes omissivos próprios: sao crimes de mera conduta, ou seja, basta o nao fazer, 
independente do resultado; nao ha como separar execução de consumação. Ex. 135. 
 
- crimes unissubsistentes: sao aqueles que a conduta nao admite qualquer 
fracionamento, a conduta descrita no tipo penal consiste em um agir ou nao agir 
indivisível; nesses casos o agente praticou o fato (e o crime se consumou) ou nada fez (e 
nao ha fato penalmente relevante). Ex. injuria na forma verbal. De se ver que os 
plurissubsistentes, podem ser fracionados, ou seja, a acao constante do nucleo do tipo 
pode ser dividida em varios atos (no homicidio: sacar a arma, efetuar um disparo, 
aproximar-se mais da vitima, efetuar outro disparo etc., ate obter-se o resultado letal). 
Somente os plurissubsistentes admitem a tentativa. 
 
- crimes habituais: como dependem de uma reiteracao de atos para configurar-se o 
crime, ou ha a reiteracao e o mesmo esta consumado, ou nao ha a reiteracao e o fato e' 
atipico. 
 
- contravencoes penais: por forca de lei nao sao punidos na forma tentada, cf. art. 4. da 
LCP. Pode ocorrer a tentativa de tais infracoes, mas a lei nao se importa com isso. 
 
 
III. DESISTENCIA VOLUNTARIA: chamada de tentativa abandonada, vem prevista no 
CP, 15, e difere da tentativa porque nela o agente quer o resultado, mas nao logra 
alcanca-lo por circunstancias alheias a sua vontade, ou seja, O AGENTE QUER MAS 
NAO PODE. Na desistencia voluntaria o AGENTE PODE, MAS NAO QUER (teoria de 
FRANK). Significa que o agente ja iniciou a fase executoria, ja praticou algum ato de 
execucao, mas ainda nao a esgotou, e pode prosseguir na execucao, que esta a sua 
disposicao. Contudo, resolve, por sua conta e vontade, deixar de prosseguir, desistindo. 
Segundo Von Liszt, e' a ponte de ouro. Ex. ja efetuou disparo de arma de fogo contra a 
vitima, ainda possui projeteis, mas desiste de dispara-los. 
 
. REQUISITOS: 
1. Voluntariedade: diz com a livre escolha do agente, significa que ele possuía mais de 
uma opcao a escolher e, por vontade propria, resolve desistir da empreitada criminosa 
depois de ja a haver começado. Desimportam as razoes internas, como suplicio da 
vitima, arrependimento interno, aconselhamento, remorso, piedade etc. Ele reflexiona 
sobre a situacao: nada o impede de prosseguir, pode seguir, mas conclui que nao 
quer. Haverá tentativa se ele acreditar que algo o impede, e por isso deixa de 
prosseguir (ainda que em pensamento equivocado). A lei, outrossim, nao exige a 
espontaneidade do agente (sua propria e única iniciativa), vale dizer, pode haver 
iniciativa de terceiro, como na suplica da propria vitima. 
2. Eficiência ou eficácia: significa que a consumação deve efetivamente ser evitada. 
Em havendo a busca do agente de voltar atras, mas ja havendo a consumação, 
respondera pelo delito consumado, podendo haver a atenuante do CP, 65, III, b. 
 
. NATUREZA JURÍDICA: Trata-se de causa de exclusão de tipicidade, pela inocorrência 
do elemento da tentativa que diz com o inalcance da consumação por circunstancias 
alheias a vontade do agente. 
 
. EFEITOS: o agente responde somente pelos atos ja praticados, se forem tipicos. Assim, 
nao respondera pelo delito que o agente teria tentado praticar, sendo responsavel apenas 
pelos comportamentos anteriores que, por si sos, tenham lesado algum bem juridico. 
Trata-se da referida ponte de ouro, que permite ao sujeito escapar da pena da tentativa. 
De se ver que, se o agente erroneamente supoe a existencia de um obstaculo ao 
prosseguimento (ouve um barulho que acredita ser da vitima, mas e' de um animal, e 
desiste), descabera falar em desistencia voluntaria, pois tal ser involuntaria, ou seja, se 
dependesse do agente, ele prosseguiria. 
 
IV. ARREPENDIMENTO EFICAZ: tambem chamada de tentativa abandonada, tambem 
prevista no CP, 15, aqui subentende-se que o sujeito ja tenha esgotado todos os meios 
disponiveis e finalizado os atos executorios, porem ainda sem alcancar a consumacao, 
Entao, pratica algum conduta positiva, tendente a evitar a consumacao (ex. caso de o 
sujeito descarregar sua arma contra a vitima e, diante dela agonizando, arrepende-se e a 
socorre, evitando a morte). Requisitos sao os mesmos da desistencia voluntaria, assim 
como sua Natureza Jurídica. Os Efeitos também sao os mesmos. 
 
 
V. ARREPENDIMENTO POSTERIOR: vem previsto no CP, 16, e consiste em uma causa 
obrigatória de diminuição de pena, uma minorante, que varia entre 1/3 a 2/3 da pena. 
Consiste em um prêmio a atitude do agente DEPOIS DA CONSUMAÇÃO do delito. 
 
. REQUISITOS: 
1. Reparacao integral do dano ou restituição da coisa como antes se encontrava: 
ideia de preservacao do status quo ante. 
2. Ato do agente criminoso: deve ser o proprio sujeito ativo do delito que age, sendo 
que, em se tratando de concurso de pessoas, basta que uma delas o faca para 
alcancar todas. 
3. Voluntariedade: mesmo da desistência voluntaria. 
4. Tratar-se de crime sem violencia ou grave ameaca. 
5. Arrependimento dentro do lapso temporal ate o recebimento da 
denuncia/queixa: o recebimento e' ato do juiz. 
 
 
VI. CRIME IMPOSSÍVEL: chamado tentativa inidonea, vem previsto no CP, 17, sendo 
proclamada a impunidade da tentativa quando, colocado em pratica o plano delituoso, vê-
se IMPOSSÍVEL A CONSUMAÇÃO, em face da absoluta ineficácia do meio 
empregadoou da absoluta impropriedade do objeto material. 
 
. MEIO: trata-se do meio executorio da infracao, como, p/ex., tentar matar alguem com 
pistola d'agua; tentar abortar atraves de crendices populares/simpatias; usar documento 
grosseiramente falsificado; tentar furtar em local com forte vigilancia de cameras (ou, cf. 
caso concreto, quando se torna impossivel a saida do lugar sem que um alarme soe, em 
razao de dispositivo instalado no objeto). 
. OBJETO: trata-se do objeto material da infração, ou seja, a pessoa ou coisa sobre a 
qual recai a conduta. P/ex., tentar matar um cadáver; ingerir medicamento abortivo para 
interromper gravidez que e' somente psicologica.. 
 
. NATUREZA JURÍDICA: trata-se de causa de exclusão de tipicidade. 
 
 
VII - ERRO JURIDICO-PENAL: erro, no Direito Penal, corresponde a uma falsa 
percepcao da realidade, e divide-se em erro de tipo (CP, 20) e erro de proibicao (CP, 
21). 
 
 
. ESPÉCIES: erro de tipo; erro de proibição. 
 
. ERRO DE TIPO: 
 
1) Conceito: trata-se da falsa percepcao do agente sobre a realidade que o circunda, ou 
seja, ele nao absorve corretamente os eventos que ocorrem ao seu redor. Ele se 
confunde, trocando um fato por outro. O erro recai sobre uma situacao fatica ou normativa 
prevista como elemento constitutivo do tipo legal de crime. O agente realiza 
concretamente todos os elementos de um tipo penal (crime), sem, no entanto, perceber 
que esta cometendo um crime. Ele sabe o que e' crime, sabe quando o mesmo acontece, 
mas nao percebe, por erro, que sua conduta esta adequada ao tipo penal, pois ha algum 
dado fora da realidade. 
Ex. a) alguem vai pegar seu carro no estacionamento e entra em carro igual ao seu, 
aciona a ignicao e sai do local (o agente nao tem nocao de que esta dirigindo veiculo de 
outrem); b) um aluno, ao final da aula, coloca em sua pasta livro de um colega, pensando 
ser o seu (nao sabe que o livro e' de outrem); c) ao sair de um mercado, o agente pega 
um guarda-chuva, entre outros, acreditando ser o seu, mas era de outrem; d) o agente 
porta um revolver que acredita ser uma replica, de brinquedo, porem, e' de verdade, e nao 
possui o porte legal de arma de fogo; e) pessoa recebe um cigarro de alguem para 
consumo proprio, e acredita ser mesmo um cigarro comum, mas e' de maconha; f) pessoa 
mantem em sua casa recipiente com um po que acredita ser talco, mas se trata de 
cocaina; g) agente oferece propina a um funcionario de uma autarquia, supondo que este 
nao se reveste da qualidade de funcionario publico (erra sobre elemento normativo do 
tipo, cf. CP, 327) 
 
2) Formas: erro de tipo essencial (inevitavel ou evitavel) e erro de tipo acidental: 
 
2.1 erro de tipo ESSENCIAL: aqui a falsa nocao da realidade retira do agente a 
capacidade de perceber que pratica determinado crime. Nesse caso, o erro exclui o 
dolo, tornando atipica a conduta, cf. CP, 20. O erro de tipo essencial pode ser 
inevitavel/invencivel/escusavel ou evitavel/vencivel/inescusavel (o que apenas 
importa se o tipo prever, alem da forma dolosa - afastada pelo erro -, tambem a forma 
culposa, dai interessando analisar a intensidade do erro, a fim de verificar se havera 
punicao pela culpa): 
 
- erro inevitavel: a partir das circunstancias concretas, havera erro inevitavel quando 
qualquer pessoa de mediana prudencia e discernimento, na situacao em que o agente se 
encontrava, incorreria no mesmo equivoco. Ex. o agente atira contra um arbusto, 
acreditando estar atirando em um animal feroz, mas mata uma pessoa que se fazia 
passar pelo animal de forma convincente. 
 
- erro evitavel: a partir do mesmo conceito, sera evitavel o erro quando o homem medio 
nao o teria cometido, ou seja, teria percebido o equivoco e deixado de praticar o fato. Ex. 
no ex. anterior, a pessoa somente atirou porque estava sem seus oculos, ocasiao em que 
confundiu a pessoa com um animal. O erro exclui o dolo, mas houve imprudencia em 
atirar sem estar de oculos. 
 
2.2 erro de tipo ACIDENTAL: ocorre quando a falsa percepcao da realidade pelo agente 
incide sobre dados irrelevantes da figura tipica. Subdivide-se erro sobre o objeto; erro 
sobre a pessoa; erro na execucao; e erro sobre o nexo de causalidade. 
 
 
a) erro sobre o objeto (error in objecto): o agente se engana sobre o objeto material do 
crime, e este nao e' uma pessoa, mas uma coisa. P/ex., no CP, 155, o agente pretende 
entrar em certo lugar e subtrair garrafas, mas se equivoca com o lugar, e acaba 
subtraindo outras coisas. O erro e' irrelevante e nao altera o essencial, ouo seja, a 
existencia de um delito. 
 
b) erro sobre a pessoa (error in persona): o agente possui um desafeto e sai para 
mata-lo, no caminho encontra alguem muito parecido, contra o qual desfere um golpe e 
mata, acreditando ser seu desafeto. Veja-se que o agente agiu com habilidade, mas 
houve um erro de representacao (mental). O CP, 20, 3., determina que o erro e' 
irrelevante, e o agente respondera como se tivesse matado a pessoa que intencionava 
matar. 
 
c) erro na execucao: pode ocorrer aberractio ictus ou aberractio 
delicti/criminis/resultado diverso do pretendido 
 
. aberractio ictus em sentido estrito (com unidade simples ou resultado único): CP, 
73, 1. parte: desvio/acidente ou erro no golpe, ocorre quando a inabilidade do agente ou 
acidente no emprego dos meios executorios faz com que se atinja pessoa diversa da 
pessoa pretendida (terceira pessoa). O erro sera considerado acidental, e o agente 
respondera como se houvesse atingido a pessoa que buscava atingir, para fins de pena. 
Perceba-se que, nesta modalidade, a pessoa que se pretende acertar não é atingida. Há 
crime único, pois uma só pessoa foi atingida (desconsidera-se o alvo pretendido, mas que 
não foi atingido, para fins de tipicidade, ou seja, o agente responde pelo resultado 
produzido, e não pela tentativa daquele do qual errou). 
Ex. A atira em B, seu desafeto, mas, por má pontaria, acerta C, pessoa a qual não queria 
atingir: respondera por homicidio doloso consumado de C, levando-se em conta, para fins 
de aplicacao de pena, as circunstancias e condicoes pessoais da vitima que queria atingir 
(B). Não responderá também pela tentativa contra B (por isso se diz que B fica 
desconsiderado nesse ponto, já que não há tipo em relação a B). Utiliza-se a mesma 
solucao engendrada para o erro sobre a pessoa, disposta no CP, 20, 3º, por forca do 
disposto no CP, 73, 1. parte. 
 
- aberractio ictus em sentido amplo (com unidade complexa ou resultado duplo): 
CP, 73, 2. parte): aqui o agente acerta a vitima que era seu alvo MAIS uma outra pessoa 
(ou pessoas), que nao era seu alvo, por erro ou acidente. Por exemplo, A atira em B, seu 
desafeto, e o acerta. Além de B (seu alvo), acerta C, por má pontaria, pessoa que não 
queria certar (não-alvo). Com uma só conduta A atinge duas pessoas, B e C. Responderá 
por crime doloso em relação ao alvo pretendido e por crime culposo em relação ao não-
alvo. Caso, p/ex., tenha causado a morte de seu alvo e a morte do terceiro não-alvo, 
respondera por 2 homicidios consumados em concurso formal (CP, 70), o primeiro na 
forma dolosa e o segundo na forma culposa. 
De observar, porém, que o agente responde por dolo quanto ao resultado pretendido e 
por culpa quanto ao resultado não pretendido se este segundo resultado for previsivel 
para uma pessoa com discernimento normal. Caso não fosse previsível que seria atingida 
a pessoa diversa tambem, o agente nao respondera por este segundo delito. 
 
OBS.: esta hipotese somente existe quando o terceiro for atingido por erro ou acidente 
(por culpa, pois), pois, se houver dolo direto ou dolo eventual com relacao ao terceiro, 
nao sera hipótese do CP, 73. É o caso da colocacao de bomba para matar certo politico, 
sabendo que ele estara no local com seu assessor. Tera assumido o risco com relacao ao 
terceiro, respondendo por duplo homicidio doloso consumado.OBS. Veja-se que na abberactio ictus ha sempre uma relacao pessoa-pessoa, entre 
seres humanos. Se a relacao for coisa-pessoa, ha aberractio criminis (abaixo), cf. 
CP, 74. 
 
. aberractio criminis/delicti/resultado diverso do pretendido: aqui o erro ou acidente 
faz com que seja atingido bem juridico diferente do pretendido, nao pessoa diversa da 
pretendida, havera alteracao de crime, em uma relacao coisa-pessoa ou pessoa/coisa. 
Conforme CP, 74, respondera pelo resultado causado (nao pretendido) na forma culposa, 
desde que o tipo preveja essa forma. Caso nao preveja, o resultado sera atipico. 
P/ex., o agente quer acertar uma pedrada no automovel de seu desafeto, porem acerta 
uma pessoa que passava, que se lesiona. O erro fez com que se atingisse bem juridico 
diverso do pretendido, de patrimonio para integridade corporal. Respondera por lesoes 
corporais culposas, pois ha previsao da forma culposa. No entanto, caso queira dar uma 
pedrada em uma pessoa, mas acerta uma vitrine, nao respondera por dano, dado que 
inexiste a forma culposa. 
Tambem aqui se tem a divisao em aberractio criminis com unidade simples e com 
unidade complexa. 
 
. Erro provocado por terceiro: CP, 20, 2º: ocorre quando o agente e' induzido ao erro 
por conduta de terceiro. A provocacao pode ser dolosa ou culposa. Na dolosa, o 
provocador e' o que responde pelo crime a titulo de dolo. O provocado nao responde pelo 
crime, salvo se obrou com culpa. Se o provocado aderir a conduta do provocador, 
respondera pelo crime em concurso de agentes. P/ex., alguem coloca balas de verdade 
em uma arma de fogo e convence outrem de que sao de festim. Esse outrem dispara 
contra a vitima, acreditando que nada acontecera, mas a mata, por erro. Quem provocou 
o erro respondera por homicidio doloso, enquanto quem atirou fica isento de pena, salvo 
se tivesse razoes para desconfiar, respondendo, entao, por culpa. 
 
. ERRO DE PROIBICAO: enquanto no erro de tipo ha uma falsa percepcao da realidade, 
no erro de proibicao o agente tem plena nocao da realidade que se passa ao seu redor, 
ele sabe exatamente o que faz. Seu equivoco recai sobre a compreensao acerca de uma 
regra de conduta. Com seu comportamento , o agente viola alguma proibicao contida em 
uma norma penal que desconhece por absoluto. O agente sabe o que faz, mas nao sabe 
que o que faz e' proibido. O agente erra sobre ser a sua conduta ilicita, erra sobre a 
ilicitude do fato. 
Ex. a) o agente encontra um relogio valioso, busca restitui-lo ao dono, mas nao descobre 
quem e', resolvendo, entao, ficar com o mesmo, entendendo que "achado nao e' 
roubado". Viola o CP, 169, par. un., II.; b) se o agente subtrai coisa de outrem, 
acreditando ser sua, ocorre erro de tipo, mas se acreditava que pudesse ficar com a coisa 
de outrem em pagamento de uma divida impaga por este outrem, ocorre erro de 
proibicao; c) possuir cocaina em casa, acreditando ser farinha, erro de tipo; se sabe que 
possui cocaina em casa, mas acredita nao ser crime ter em deposito, erro de proibicao.

Outros materiais