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1382714 Fichamento sobre a Pessoa Jurídica no regime jurídico brasileiro 1s2018

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FICHAMENTO SOBRE O INSTITUTO DA PESSOA JURÍDICA NO REGIME JURÍDICO-CIVIL BRASILEIRO NO CÓDIGO CIVIL DE 2002
Historicamente, em todos os povos houve a necessidade de auferir uniões e instituições permanentes, para o desenvolvimento econômico e a obtenção de fins comuns, desde as de raio mais amplo, como o Estado, o Município, a Igreja, até as mais restritas como as associações particulares. 
Pessoa jurídica pode ser designada como um grupo humano, criado na forma da lei, e dotado de personalidade jurídica própria, para a realização de fins comuns (ainda serão especificadas as peculiaridades das fundações e EIRELI). 
O direito confere personalidade jurídica a esse grupo, viabilizando sua atuação autônoma e funcional, com personalidade própria, com vistas à realização de seus objetivos. Poderá, portanto, por meio de seus órgãos e representantes legais, atuar no comércio e sociedade, praticando atos e negócios jurídicos em geral. 
Houve o reconhecimento de personalidade própria às pessoas jurídicas pelas teorias afirmativistas, como as da ficção (imaginava a pessoa jurídica como abstração e não real, uma mera criação da lei, pessoas por ficção legal, não podendo titularizar direitos subjetivos), da realidade objetiva (a pessoa jurídica tem existência própria, real e social como os indivíduos, são grupos sociais análogos à pessoa natural, resulta-se da conjunção entre a coletividade ou conjunto de bens, com a vontade do instituidor) e da realidade técnica (tem existência real, não obstante a sua personalidade ser conferida pelo direito, ou seja, sua personificação é construção da técnica jurídica, que a admite capacidade jurídica própria). 
Teorias negativistas é mais relacionadas às indagações econômicas do fenômeno industrial, afirmava ser a pessoa jurídica uma mera aparência, mero patrimônio destinado a um fim ou uma simples massa de bens objeto de propriedade comum, excogitada para facilitar as relações. Ou seja, uma simples forma especial de manifestação exterior da vontade de seus membros, sem autonomia existencial. 
Nosso ordenamento jurídico engendra-se na realidade técnica, da personificação pela técnica jurídica com a finalidade do livre estabelecimento de relações jurídicas lícitas (facilitando o comércio e outras relações negociais), pois se pode vislumbrar pelo artigo 45, do Código Civil de 2002, que a pessoa jurídica adquire personalidade com a inscrição de seu ato constitutivo no respectivo registro, e excepcionalmente exige o direito que, além do registro, as pessoas jurídicas dependam de aprovação ou autorização governamental para exercer as suas atividades (em virtude das peculiaridades de seu objeto ou do risco que a sua atividade representa para a economia ou sistema financeiro nacional), podendo inclusive operar-se a suspensão legal de seus efeitos por meio da desconsideração de sua personalidade em situações excepcionais (calcada na ideia de desvio de sua finalidade social). Portanto, tem existência distinta de seus membros. 
Cunham-se pressupostos existenciais básicos da pessoa jurídica, como a manifestação ou vontade humana criadora, a observância das condições legais estabelecidas em lei (inscrição dos seus atos constitutivos no registro peculiar, como o contrato social ou estatuto) para sua instituição ou atribuição normativa, e a licitude de seu objeto, que é uma limitação positiva a autonomia da vontade. 
O ciclo de existência legal da pessoa jurídica, no sistema das disposições normativas, na exigência da legislação em vigor, como supramencionado, considera indispensável o registro para aquisição da personalidade jurídica (artigo 45 CC), ou seja, a inscrição do ato constitutivo ou do contrato social no registro competente, lembrando-se de que em algumas hipóteses, exige-se, ainda, a autorização do Poder Executivo para o seu funcionamento. 
No registro se declarará: “a) a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; b) o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores e dos diretores; c) o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; d) se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; e) se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; f) as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino de seu patrimônio, nesse caso”. E para o registro, conforme disposição do artigo 121 da Lei de Registros Públicos: “serão apresentadas duas vias do estatuto, compromisso ou contrato, pelas quais far-se-á o registro mediante petição do representante legal da sociedade, lançando o oficial, nas duas vias, a competente certidão do registro, com o respectivo número de ordem, livro e folha. Uma das vias será entregue ao representante e a outra arquivada em cartório, rubricando o oficial as folhas em que estiver impresso o contrato, compromisso ou estatuto”.
As sociedades irregulares (possuem o ato constitutivo escrito, mas não o registro) ou de fato (não possui nem ato constitutivo escrito), são desprovidas de personalidade, mas possuem capacidade para se obrigar perante terceiros, pois, a imposição de deveres (responsabilidade) existe sempre, pois o fato de a sua constituição ser irregular não deve ser justificativa para que o adquirente se negue a pagar o valor devido, o que configuraria enriquecimento sem causa. A disciplina delas está disposta e prevista no Livro do Direito de Empresas, no tópico da “Sociedade Comum”, e perceba-se, inserido no subtítulo “Da sociedade Não Personificada”, como redigido no artigo 986 CC-02. Portanto, a responsabilidade do dos sócios é ilimitada, subsidiariamente a execução do patrimônio social, excluído o benefício de ordem (responsabilidade subsidiária) àquele que contratou pela sociedade (os sócios que se apresentaram como representantes da sociedade), ao qual como implícito no artigo 990 do CC-02, a responsabilidade é direta ou pessoal. Percebe-se isso pelo articulado, a falta de personificação jurídica. É perceptível, portanto, que a irregularidade dos atos de constituição organizacional prejudica o reconhecimento de direitos e prerrogativas, até em âmbito processual. 
Há entidades que não podem ser subsumidas ao regime legal das pessoas jurídicas no Código Civil, por lhes faltarem requisitos indispensáveis à subjetivação, embora possam agir, sem maiores dificuldades, ativa ou passivamente, que são os grupos despersonalizados, que se formam independentemente da vontade de seus membros ou em virtude de um ato jurídico que vincula as pessoas físicas em torno de bens que lhes suscitam interesses, ou seja, é um conjunto de direitos e obrigações, de pessoas e de bens, sem personalidade jurídica e com capacidade processual, mediante representação, havendo disposição sobre essa matéria no artigo 75 do Novo CPC (como por exemplo, a massa falida, que é um conjunto patrimonial, criado pela lei, para exercer os direitos do falido, podendo agir, inclusive, contra ele). 
A pessoa jurídica goza de direitos patrimoniais, como ser proprietário, usufrutuário e mais, assim como obrigacionais (contratar) e direitos sucessórios, já que pode adquirir causa mortis. O artigo 52 do CC-02 determina a aplicação, no que couber, às pessoas jurídicas, da disciplina protetiva dos direitos de personalidade. Portanto, enquanto sujeito de direito, tem preservado os seus direitos à integridade moral sob o aspecto objetivo, à imagem, ao segredo, etc. A capacidade da pessoa jurídica é especial, e não geral, ou seja, não poderá gozar de todos os atos da vida civil admitidos às pessoas naturais. O seu campo de atuação jurídica encontra-se delimitado no contrato social, nos estatutos ou na própria lei, justamente por ser tratar de um ente cuja personificação decorre da técnica legal. 
Dada a estrutura da pessoa jurídica, por não ser um ente biológico ou natural, é exigível órgãos de representação (alguns dizem ser mais técnica a terminologia presentação) ou conselhos deliberativos, praticados por pessoas físicas,para poder atuar na órbita social, ou seja, a pessoa jurídica não pode atuar por si mesma. O artigo 47 do CC-02 esclarece discorrendo que: “obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo”. Se essa administração for exercida por várias pessoas (em uma administração coletiva), dispõe o artigo 48 que: “se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso”. O parágrafo único do artigo 48 estabelece sobre a anulação das decisões da administração coletiva, expressando que “decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude”. 
A pessoa jurídica não pode ser considerada genericamente incapaz para a prática dos negócios jurídicos mesmo que lhe falte quem presentar, e nesse diapasão estabelece o artigo 49 do CC-02 que: “se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório”. 
A doutrina aponta a existência das pessoas jurídicas de direito público, internas ou externas, e de direito privado, no artigo 40 CC-02. Dispõe o artigo 42 do CC-02 que: “são pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público”, como os Estados soberanos, as organizações internacionais (ONU, OIT etc.), ou seja, as entidades supraestatais. As pessoas jurídicas de direito público interno, nos termos do artigo 41 CC-02, são: a União, os Estados e os Municípios (ou seja, aquelas que compõem a estrutura federativa brasileira em sua administração pública direta), bem como o Distrito Federal e os Territórios; as autarquias (pessoas jurídicas de Direito Público de capacidade exclusivamente administrativa), inclusive as associações públicas; e as demais entidades de caráter público criadas por lei (fundações públicas e agências reguladoras).
O vigente Código Civil Brasileiro classificou as pessoas jurídicas de direito privado no artigo 44. 
Associações (empresas de natureza civil, piedosas, culturais, científicas e esportivas). São entidades de direito privado, formadas pela união de indivíduos com o propósito de alcançarem fins não econômicos, como expresso no artigo 53. Podendo ser educacional, lúdica, profissional, religiosa, e mais, resultante da união de pessoas na forma estabelecida em seu ato constitutivo, denominado estatuto. É impedida de gerar rendar para a mantença de suas atividades e pagamento do seu quadro funcional. Seus membros não pretendem partilhar lucros e dividendos, a receita dela deve ser revertida em benefício da própria associação visando à melhoria de suas atividades. Por isso o estatuto não deve impor direitos e obrigações recíprocos, como se tratasse de um contrato social. O estatuto das associações conterá, sob pena de nulidade (artigo 54): a) a denominação, os fins e a sede da associação; b) os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; c) os direitos e deveres dos associados; d) as fontes de recursos para sua manutenção; e) o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos; f) as condições para a alteração das disposições estatutárias e para sua dissolução; g) a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. A Assembleia Geral é o órgão máximo da associação. A lei cuidou de considerar intransmissível a qualidade de associado (artigo 56), mas, havendo autorização estatutária, o titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação poderá transmitir, por ato inter vivos ou mortis causa, os seus direitos a um terceiro. O associado pode desligar-se da associação, não está preso a ela (não significa se eximir das obrigações sociais porventura assumidas). O CC-02 prevê a exclusão do associado, havendo justa causa, na estrita forma do estatuto social. O Código Civil dispõe que, em caso de dissolução, o patrimônio líquido será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, a instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes, e na falta dessas, os bens remanescentes serão devolvidos à fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. Poderão ainda receber, em restituição, em valor atualizado, as contribuições que houverem prestado ao patrimônio da entidade. 
Sociedades (restritas a atividade empresarial, comercial e industrial). A sociedade é espécie de corporação, dotada de personalidade jurídica própria, e instituída por meio de um contrato social, com o precípuo escopo de exercer atividades econômicas e partilhar lucros oriundos desses bens ou serviços contribuídos. Portanto, o contrato social, desde que devidamente registrado, é o ato constitutivo da sociedade. As sociedades poderão ser civis (embora persigam proveito econômico, não empreendem atividade empresarial) ou mercantis (praticas atos de comércio para produzir lucros), dependendo da natureza da atividade realizada. Foram atualizadas terminologicamente para sociedades empresárias e simples (os profissionais liberais como médicos é um exemplo). 
Fundações: resultam não da união de indivíduos, mas da afetação de um patrimônio, por testamento ou por escritura pública, que faz o seu instituidor, especificando o fim para qual se destina. Encontra-se uma atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio, que a vontade humana destina a uma finalidade social. “Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la”. O elemento finalístico da fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. Não se admite que a diretoria ou conselho deliberativo da fundação, desvirtuando inclusive a vontade do instituidor, aliene injustificadamente bens componentes de seu acervo patrimonial. Toda alienação demandará alvará judicial, devendo ser devidamente motivada, em procedimento de jurisdição graciosa, com a indispensável intervenção do Ministério Público. Para a criação de uma fundação, deve-se ter: afetação de bens livres por meio de ato de dotação patrimonial, instituição por escritura pública ou testamento, elaboração de estatutos, aprovação dos estatutos pelo Ministério Público, realização do registro civil. “Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante”. A lei também cuidou da possibilidade de alteração do estatuto da fundação, com a observância da deliberação de dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, do respeito à finalidade da fundação, da aprovação pelo órgão do Ministério Público, ou, em caso de denegação, o suprimento judicial, a requerimento do interessado. “Art. 68: Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias” (grifo nosso). “Art. 69: Tornando-se ilícita, impossível ou inútil à finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante”. A extinção da fundação privada também faz cessar a personalidade jurídica, assim, o resultado patrimonial positivo da liquidação do ativo com o passivo existente, será destinada a fundação com fim igual ou semelhante. 
Organizações religiosas:são todas as entidades de direito privado, formadas pela união de indivíduos com o propósito de culto a determinadas forças espirituais ou sobrenaturais, por meio de doutrina ou rituais antropologicamente próprios, envolvendo, em geral, preceitos éticos ou metafísicos. O Código Civil de 2002 exprime que são livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento e registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. Defesa que inclusive se encontra na Constituição Federal reciprocamente, trata-se da liberdade de organização religiosa, coexistindo com a liberdade de crença e culto. Isso não as exime da apreciação judicial de seus atos, uma vez que não seria constitucional abrir uma exceção ao princípio da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Encontrando-se, por exemplo, igrejas e seitas e até comunidades leigas, como confrarias ou irmandades, 
Partidos políticos: São entidades integradas por pessoas com ideias comuns, tendo por finalidade conquistar o poder para a consecução de um programa. São associações civis, que visam assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal. Para adquirirem personalidade jurídica, além de registro dos seus estatutos mediante requerimento ao cartório competente do Registro Civil das pessoas jurídicas, o devem ter também pelo Tribunal Superior Eleitoral. Poderão ser livremente criados, tendo autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidária. Ser-lhes-á proibido receber recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros, devendo prestar conta de seus atos à Justiça Eleitoral. Serão organizados e funcionarão conforme o disposto em legislação específica. Na falta de norma superior, esta lei específica continua sendo a Lei N. 9.096/95, que dispõe sobre os partidos políticos. 
A Lei N. 12.441, de 11 de julho de 2011, alterou o Código Civil Brasileiro, com o acréscimo de alguns dispositivos que permitiram a constituição de uma nova modalidade de pessoa jurídica, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), reconhecendo a possibilidade de criação de pessoas jurídicas unipessoais, ou seja, que não exige a presença de mais de uma pessoa para sua constituição, ou seja, a conjugação de vontades. Permite que uma única pessoa natural possa, sem precisar formar sociedade com absolutamente ninguém, constituir uma pessoa jurídica com responsabilidade limitada ao capital integralizado. Ou seja, sua responsabilidade é limitada ao capital constituído e integralizado, e não ao seu patrimônio pessoal, como no caso do empresário individual. Existe uma estipulação de capital mínimo estipulado para constituí-la (não será inferior a 100 vezes o salário mínimo vigente no País), visando à proteção de quem negocia com tal pessoa jurídica. A pessoa natural que constituir EIRELI somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. Pode ser originária, quando decorrente de ato de vontade de criação específica dessa modalidade de pessoa jurídica, ou superveniente, quando da concentração das quotas de outra modalidade societária nas mãos de um sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. A disciplina jurídica das sociedades limitadas é aplicável, no que couber, às EIRELI. 
As pessoas jurídicas respondem, com seu patrimônio, por todos os atos ilícitos que praticarem, por meio de seus representantes. 
Teorias da desconsideração da personalidade jurídica. Essa doutrina pretende o superamento episódico da personalidade jurídica da sociedade, em caso de fraude, abuso, ou simples desvio de função, objetivando a satisfação do terceiro lesado, junto ao patrimônio dos próprios sócios, que passam a ter responsabilidade pessoal pelo ilícito causado. Deve ser um afastamento de personalidade temporário e tópico, perdurando, apenas no caso concreto, até que os credores se satisfaçam nos patrimônio pessoal dos sócios infratores, verdadeiros responsáveis pelos ilícitos praticados. Em situações de excepcional gravidade, a despersonalização pode acontecer, entendido tal fenômeno como a extinção compulsória, pela via judicial, da personalidade jurídica (como no caso de algumas torcidas organizadas, pela violência de seus integrantes). Há a contribuição do Código de Defesa do Consumidor (Teoria Menor), que incorporou a desconsideração da personalidade jurídica no artigo 28: “O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração”, e ainda no § 5.º: “Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores”. A Teoria Maior exige a comprovação de desvio de finalidade da pessoa jurídica ou confusão patrimonial, tal qual alinhavada no artigo 50 CC-02: “Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”. No desvio de finalidade, desvirtua-se o objetivo social, para perseguirem fins não previstos contratualmente ou proibidos por lei. Na confusão patrimonial, a atuação do sócio ou administrador confundiu-se com o funcionamento da própria sociedade, utilizada como verdadeiro escudo, não se podendo identificar a separação patrimonial entre ambos. 
Assim como a pessoa natural, a pessoa jurídica completa o seu ciclo existencial, extinguindo-se. A dissolução poderá ser convencional: deliberada entre os próprios integrantes da pessoa jurídica, respeitando o estatuto ou o contrato social; administrativa: resulta da cassação da autorização de funcionamento, exigida para determinadas sociedades se constituírem e funcionarem; judicial: observadas umas das hipóteses previstas em lei ou no estatuto, o juiz, por iniciativa de qualquer dos sócios, poderá, por sentença, determinar a extinção. 
Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Agravo de Instrumento Cv : AI 10408090217634001 MG
Processo
AI 10408090217634001 MG
Orgão Julgador
Câmaras Cíveis / 10ª CÂMARA CÍVEL
Publicação
14/03/2014
Julgamento
25 de Fevereiro de 2014
Relator	
Pereira da Silva
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. NÃO CABIMENTO. A fraude e o abuso de direito, capazes de autorizar a adoção da teoria da desconsideração da personalidade jurídica, devem ser demonstrados de forma cabal, sendo insuficiente existência de meros indícios ou presunções, porque se cuida de uma situação excepcional, requerendo prova inconteste de que a pessoa jurídica tenha sido utilizada para encobrir interesses ilícitos de seus sócios, em prejuízo ao direito de crédito de terceiro. Decisão: RECURSO NÃO PROVIDO
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJ-RS - Agravo de Instrumento : AI 70067581926 RS
Processo
AI 70067581926 RS
Orgão Julgador
Décima Sexta Câmara Cível
Publicação
Diário da Justiça do dia 04/12/2015
Julgamento
2 de Dezembro de 2015
Relator
Paulo Sérgio Scarparo
Ementa
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CORRETAGEM. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. CABIMENTO. REQUISITOS PREENCHIDOS. Nos termos do art. 50 do Código Civil de 2002, o juiz pode desconsiderar a personalidade jurídica autônoma da pessoa jurídica, estendendoaos sócios ou administradores a responsabilidade pelo adimplemento de suas obrigações, se demonstrado que a personalidade jurídica foi utilizada para fins escusos ou diversos daqueles para os quais foi constituída ou quando se verificar a confusão entre o patrimônio da pessoa jurídica e o dos sócios. Caso em que estão configurados os requisitos para a concessão da medida. NEGADO SEGUIMENTO AO AGRAVO. (Agravo de Instrumento Nº 70067581926, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Sérgio Scarparo, Julgado em 02/12/2015).
QUESTÕES: 
Quais são as hipóteses previstas para afastar episodicamente a personalidade jurídica da pessoa jurídica? E qual a diferença entre despersonalização e desconsideração da personalidade jurídica?
Qual teoria sobre a personalidade jurídica foi adotada em nosso ordenamento jurídico-civil?
Qual o pressuposto indispensável para o início do ciclo existencial da pessoa jurídica? 
Diferencie pessoas jurídicas de direito público, interno e externo, de pessoas jurídicas de direito privado.
Diferencie associações de sociedades.

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