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REVISTA SARNEY 2018

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 Uma publicação:Uma publicação:Uma publicação:Uma publicação:Uma publicação:
Jornal A GazetaJornal A GazetaJornal A GazetaJornal A GazetaJornal A Gazeta
 PresidentePresidentePresidentePresidentePresidente
Sillas Assis Jr.
 EditoresEditoresEditoresEditoresEditores
Marcelle Nunes, Olimpio Gua-
rany e Charles Borges
 ColaboraçãoColaboraçãoColaboraçãoColaboraçãoColaboração
Neiva Nunes
 Editor capaEditor capaEditor capaEditor capaEditor capa
Ronaldo da Gama
 Assinatura e CirculaçãoAssinatura e CirculaçãoAssinatura e CirculaçãoAssinatura e CirculaçãoAssinatura e Circulação
Raimundo Hélio
 Programação visual e DiagramaçãoProgramação visual e DiagramaçãoProgramação visual e DiagramaçãoProgramação visual e DiagramaçãoProgramação visual e Diagramação
Márcio Bezerra
 Créditos fotográficosCréditos fotográficosCréditos fotográficosCréditos fotográficosCréditos fotográficos
Arquivo Pessoal/Orlando Brito/Geraldo Mage-
la/Agência Senado/Folha Press/ Rubens Bar-
bosa/ Jornal A Gazeta/ Mr. Fonseca/ Agência
O Globo/ Google Imagens/Elton Tavares/Már-
cio Couto/Heraldo Amoras/Divulgação
2  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
03 UM CORAÇÃO03 UM CORAÇÃO03 UM CORAÇÃO03 UM CORAÇÃO03 UM CORAÇÃO, T, T, T, T, TANTANTANTANTANTOS AMORESOS AMORESOS AMORESOS AMORESOS AMORES...............
000004 AS P4 AS P4 AS P4 AS P4 AS PALAALAALAALAALAVRAS NUNCA LHE FVRAS NUNCA LHE FVRAS NUNCA LHE FVRAS NUNCA LHE FVRAS NUNCA LHE FALALALALALTTTTTAMAMAMAMAM
000005 O CORAÇÃO DO ESCRIT5 O CORAÇÃO DO ESCRIT5 O CORAÇÃO DO ESCRIT5 O CORAÇÃO DO ESCRIT5 O CORAÇÃO DO ESCRITOROROROROR
000009 SARNEY COM MANUEL BANDEIRA9 SARNEY COM MANUEL BANDEIRA9 SARNEY COM MANUEL BANDEIRA9 SARNEY COM MANUEL BANDEIRA9 SARNEY COM MANUEL BANDEIRA
 E ODE ODE ODE ODE ODYLYLYLYLYLO COSTO COSTO COSTO COSTO COSTAAAAA
11 POLÍTICA COMO MISSÃO11 POLÍTICA COMO MISSÃO11 POLÍTICA COMO MISSÃO11 POLÍTICA COMO MISSÃO11 POLÍTICA COMO MISSÃO
12 NA RAMP12 NA RAMP12 NA RAMP12 NA RAMP12 NA RAMPAAAAA
13 BEM VINDA, DEMOCRACIA!13 BEM VINDA, DEMOCRACIA!13 BEM VINDA, DEMOCRACIA!13 BEM VINDA, DEMOCRACIA!13 BEM VINDA, DEMOCRACIA!
16 O CASO DO TELEFONE VERMELHO16 O CASO DO TELEFONE VERMELHO16 O CASO DO TELEFONE VERMELHO16 O CASO DO TELEFONE VERMELHO16 O CASO DO TELEFONE VERMELHO
17 O HOMEM DO NOSSO TEMPO17 O HOMEM DO NOSSO TEMPO17 O HOMEM DO NOSSO TEMPO17 O HOMEM DO NOSSO TEMPO17 O HOMEM DO NOSSO TEMPO
24 OS SARNEY24 OS SARNEY24 OS SARNEY24 OS SARNEY24 OS SARNEY
25 KYOLA25 KYOLA25 KYOLA25 KYOLA25 KYOLA
26 LAÇOS DE VIDA26 LAÇOS DE VIDA26 LAÇOS DE VIDA26 LAÇOS DE VIDA26 LAÇOS DE VIDA
30 JOSÉ SARNEY NA TERRA DE SÃO JOSÉ30 JOSÉ SARNEY NA TERRA DE SÃO JOSÉ30 JOSÉ SARNEY NA TERRA DE SÃO JOSÉ30 JOSÉ SARNEY NA TERRA DE SÃO JOSÉ30 JOSÉ SARNEY NA TERRA DE SÃO JOSÉ
31 OS CAMINHOS DA LUZ31 OS CAMINHOS DA LUZ31 OS CAMINHOS DA LUZ31 OS CAMINHOS DA LUZ31 OS CAMINHOS DA LUZ
33 VAMOS F33 VAMOS F33 VAMOS F33 VAMOS F33 VAMOS FALAR DALAR DALAR DALAR DALAR DA ZONA FRANCAA ZONA FRANCAA ZONA FRANCAA ZONA FRANCAA ZONA FRANCA
39 A REVOLUÇÃO NO SENADO39 A REVOLUÇÃO NO SENADO39 A REVOLUÇÃO NO SENADO39 A REVOLUÇÃO NO SENADO39 A REVOLUÇÃO NO SENADO
42 REDE SARAH NO AMAPÁ42 REDE SARAH NO AMAPÁ42 REDE SARAH NO AMAPÁ42 REDE SARAH NO AMAPÁ42 REDE SARAH NO AMAPÁ
43 A CASA É INVIOLÁVEL43 A CASA É INVIOLÁVEL43 A CASA É INVIOLÁVEL43 A CASA É INVIOLÁVEL43 A CASA É INVIOLÁVEL
45 CUL45 CUL45 CUL45 CUL45 CULTURA SEMPRE É PRIORIDTURA SEMPRE É PRIORIDTURA SEMPRE É PRIORIDTURA SEMPRE É PRIORIDTURA SEMPRE É PRIORIDADEADEADEADEADE
48 CO48 CO48 CO48 CO48 COTTTTTASASASASAS: INCL: INCL: INCL: INCL: INCLUSÃO E RESPEITUSÃO E RESPEITUSÃO E RESPEITUSÃO E RESPEITUSÃO E RESPEITOOOOO
50 289 EMEND50 289 EMEND50 289 EMEND50 289 EMEND50 289 EMENDAS PAS PAS PAS PAS PARA O AMAPÁARA O AMAPÁARA O AMAPÁARA O AMAPÁARA O AMAPÁ
51 CONQUIST51 CONQUIST51 CONQUIST51 CONQUIST51 CONQUISTASASASASAS
56 POLÍTICA ESTUDANTIL56 POLÍTICA ESTUDANTIL56 POLÍTICA ESTUDANTIL56 POLÍTICA ESTUDANTIL56 POLÍTICA ESTUDANTIL
57 ÀS MULHERES!57 ÀS MULHERES!57 ÀS MULHERES!57 ÀS MULHERES!57 ÀS MULHERES!
58 NÃO ADEUS58 NÃO ADEUS58 NÃO ADEUS58 NÃO ADEUS58 NÃO ADEUS, MAS UM A, MAS UM A, MAS UM A, MAS UM A, MAS UM ATÉ LTÉ LTÉ LTÉ LTÉ LOGO!OGO!OGO!OGO!OGO!
61 UMA VIDA DEDICADA À NAÇÃO61 UMA VIDA DEDICADA À NAÇÃO61 UMA VIDA DEDICADA À NAÇÃO61 UMA VIDA DEDICADA À NAÇÃO61 UMA VIDA DEDICADA À NAÇÃO
Desde os anos de Liceu, onde muito novo sentiu o quanto é inexorável a ausência de democracia, foi
quando lhe arrancaram o cálamo da destra - para que não imprimisse o pensamento da livre imprensa nas
rotativas - soube então que tinha o dever e a obrigação de por amor defender com unhas e dentes a expressão
cunhada por Comte que se aninha no cerne de pendão da República.
No amor; sempre nele, encontrou pouso para cumprir esta missão. Na cuna, quis o destino que
encarnasse no que já foi a França Equinocial, e, por lá conheceu seu primeiro e grande amor, Kyola, que
o banhou na pia santa e deu-lhe ao cura para consagrar-lhe em nome.
E sempre no amor, como em algum soneto do Bardo, arrebatado foi pelo semblante mais belo que a
Macieira produziu e a ela se uniu em bodas e de seu formoso e fecundo ventre, honraram as palavras do
Senhor para crescer, multiplicar e encher a terra.
Na política encontrou-se com seu destino, seguindo a corrente de Clístenes, pavimentou caminho a
laborar pela restauração da democracia há muito tirada de nós por mãos que só a queriam assim como 'a rosa
da fera', só para seu deleite privado. Mas, enfim sub lege progrediamur!
Quis o destino, que pelo rumo de uma fatalidade ele fosse convocado a se embrenhar mais ainda no meão
da nação, para no guidão ajudar a conduzir seus rumos. Daí então por dever de ofício e paixão pela sua pátria,
passou a labutar em seu peito um coração a bombear rios, que fluem
do alto da Contamana a desaguar no Seixas e do Caburaí
a singrar os campos até se misturar em espumas no
mar das barras do Chuí.
Mais tarde e mais maduro, nas terras do um
dia Contestado, eis que também por amor ane-
lou-se por lá, onde deixou uma parte de si
impressa em "olhos verdes, cabelos lisos que
escorriam nos ombros, a pele cafuza, peitos
firmes, de cones finos, que pareciam casta-
nheiras eretas, linheiras, que não dobra-
vam na ventania.". E assim, por lá ficou até
o coração clamar seu retorno para terra
que lhe engendrou.
Maranhense, amapaense, seja qual for
o gentílico. Após 88 anos, ele já não sente
mais que pertence a uma única coordenada
geográfica, mas sim a todas elas. Numa mís-
tica transmutação, que só os sentidos resu-
mem, hoje poderíamos intitulá-lo, tal como a
Abraão, artífice de uma grande nação. Mas,
que pela simplicidade de seu caráter, basta-
lhe resgatar o nome que ecoou no batistério e
chama-lo apenas José!
Nesse dia 24 de Abril, celebramos seu
aniversário com respeito pela sua tra-
getória e com gratidão pelo
futuro que traba-
lhou para construir.
 EDITORIAL
Um coração, tantos amores...
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  3
4  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
O ano de 2018 já começou marcado pela expectativa de uma novaobra de José Sarney. O livro "Ga-
lope à beira-mar: casos e acasos da política
e outras histórias" traduz 60 anos dedica-
dos à política do Brasil e as lutas pelo
Amapá, a terra que o senador nascido
no Maranhão escolheu como sua terra
de missão.
Muito influente nos bastidores
políticos, este é o 120° livro de Sar-
ney, sempre zeloso de sua trajetória
literária, cultivada há tanto tempo
quanto a sua carreira política.
O lançamento do livro aconte-
ceu em Brasília - sede do poder
político brasileiro e no Rio de Ja-neiro. O decano da Academia
Brasileira de Letras deixou claro
que, dessa vez, preferiu se ater a
detalhes, às graças e "às voltas
que a política dá" -como deu
quando Fernando Collor ouviu
de Ulysses Guimarães um so-
noro não ao pedir para ser seu
vice na chapa presidencial de
1989. Perdeu Ulysses, ganhou
Collor.
Sarney não deixa de contar,
claro, sobre sua vida, relatos de fa-
mília, da infância no interior do Ma-
ranhão e da juventude em São Luís.
Cenas da política em Brasília, no Vati-
cano, em Cuba e por onde lhe coube pas-
sar. A marca da obra, no entanto, é seu viés
anedótico.
As palavras
nunca lhe faltam
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  5
"A POLÍTICA MARCA O QUE EU PENSO, MAS A LITERATURA É UMA
VOCAÇÃO. DESDE MENINO, EU TENHO GOSTO PELAS PALAVRAS. O
GOSTO DAS PALAVRAS LEVA AO AMOR PELA LITERATURA. EU PENSEI
QUE EU FOSSE SER ESCRITOR. DE REPENTE, A POLÍTICA ME LEVOU. MAS
EU NÃO DEIXEI PASSAR NENHUM CONVITE QUE A LITERATURA ME FEZ.
ALÉM DISSO, LUTEI POR ELA, AO CONTRÁRIO DO QUE OCORREU NA
POLÍTICA, QUE FOI UM PASSO NATURAL" - JOSÉ SARNEY
do escritor
O coração
O coração do escritor
 Segundo o senador, todos que escrevem têm preferência por
alguma obra. Ele tem a dele. É o livro de contos Norte das Águas, de
1969.
 José Sarney entrou para a Academia Brasileira de Letras em 1980,
para ocupar a vaga deixada por José Américo de Almeida, escritor
paraibano de família influente na política.
 Aos 84 anos, quando Sarney finalmente decidiu se aposentar da
política como detentor de mandatos, deixou claro que chegara a hora
de dedicar-se a sua carreira de escritor.
COMO UM JOVEM QUE SE APAIXONA IRREVERSIVELMENTE PELA SUA
AMADA, ASSIM, HÁ MUITOS ANOS, SARNEY SE APAIXONOU PELA
LITERATURA E ATRAVÉS DESSE AMOR, O BRASIL PÔDE SE ENCANTAR
COM AS PÉROLAS ESCRITAS AO LONGO DESSE ENLACE.
6  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
TRADUÇÕES
As obras literárias de José Sarney já foram traduzidas para 13 idiomas diferentes: o romeno, o
chinês, o húngaro, o russo, o árabe, o inglês, o francês, o espanhol, o grego, o alemão, o italiano, o
búlgaro e o coreano. Os textos também já foram publicados em 16 países estrangeiros.
ROMANCES
Os romances O Dono do Mar e Sa-
raminda, de José Sarney, foram tradu-
zidos para o espanhol e editados pela
editora Fondo de Cultura Econômica,
do México. As duas obras estiveram na
lista de best sellers daquele país duran-
te várias semanas.
ACADEMIA BRASILEIRA
DE LETRAS
Sarney foi eleito em 17 de julho de 1980
para suceder ao escritor José Américo de
Almeida na Academia Brasileira de Letras,
onde ocupa a Cadeira 38, que tem como
patrono o poeta Tobias Barreto. É o deca-
no (o membro eleito há mais tempo) da
agremiação.
O início
José Sarney estreou muito moço como
poeta e ensaísta, muito influenciado pela
descoberta da poesia moderna portugue-
sa. Em 1953, publicou ‘Ensaio sobre a
Pesca de Curral’, e no ano seguinte ‘A
Canção Inicial’. Este livro afirmava sua
liderança no círculo intelectual, forma-
do de escritores e artistas, que se reuni-
am na Movelaria Guanabara, em São
Luís. Com a intensa atividade política
dos anos seguintes, só voltaria a publi-
car literatura depois de um longo inter-
valo, justamente, no entanto, quando vi-
via a efervescência do Governo do Mara-
nhão.
Tratava-se de um livro de contos,
Norte das Águas (1969), escrito com
uma linguagem de grande riqueza voca-
bular e domínio formal, saudado em todo
o Brasil como uma nova vertente literá-
ria. Depois de novo intervalo, em 1978,
voltou à poesia, com Os Maribondos de
Fogo. Novo interregno, até publicar, em
1995, O Dono do Mar, romance em que
renovaria as experiências formais de
Norte das Águas, num contexto de tem-
po múltiplo e forte erotismo. Em 2000
um novo romance, Saraminda, o confir-
maria como mestre do gênero, com uma
escrita despojada e poética, e transferin-
do seu cenário para a região da fronteira
do Amapá com a Guiana Francesa. Um
terceiro romance, A Duquesa Vale uma
Missa, de 2007, novamente muda o ce-
nário, para o eixo Rio - São Paulo.
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  7
8  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
Principais obras
 A pesca do curral (ensaio), 1953.
 A canção inicial (poesia), 1954.
 Norte das águas (contos), 1969.
 Marimbondos de fogo (poesia), 1978.
 O parlamento necessário (discursos, 2 volumes), 1982.
 Falas de bem-querer (discursos), 1983.
 Dez contos escolhidos, 1985.
 Brejal dos Guajas e outras histórias, 1985.
 A palavra do presidente (discursos, 6 volumes), 1985-1990.
 Sexta-feira, Folha (crônica), 1994.
 O dono do mar (romance), 1995.
 Mercosul, o perigo está chegando (geopolitica), 1997.
 Amapá, a Terra onde o Brasil começa (história), 1998.
 A onda liberal na hora da verdade (crônica), 1999.
 Saraminda (romance), 2000.
 Saudades mortas (poesia), 2002.
 Canto de página (crônica), 2002.
 Crônicas do Brasil contemporâneo, 2004, 2
volumes
 Tempo de pacotilha, 2004
 20 anos de democracia (discursos, 2
volumes), 2005.
 20 anos do Plano Cruzado (discur-
sos), 2006.
 Semana sim, outra também (crôni-
ca), 2006.
 A duquesa vale uma missa (ro-
mance), 2007.
 Maranhão - sonhos e realida-
des (romance), 2010.
 Política, Governo e Povo, 2014.
 Galope à beira-mar: casos e
acasos da política e outras históri-
as, 2018.
O coração do escritor
 O jornalista e escritor mara-
nhense Odylo Costa, filho dividia a
mesa com o jovem ensaísta e políti-
co José Sarney, então com menos de
30 anos, e com personalidades con-
sagradas. Também estavam presen-
tes o poeta pernambucano Manuel
Bandeira, a jurista sergipana Maria
Rita Soares de Andrade, o monse-
nhor Joaquim Nabuco, sacerdote da
Igreja Católica - que herdou o nome
do pai, o herói da Abolição, Joaquim
Nabuco.
Colega de Sarney na Academia
Maranhense de Letras, Odylo
compartilhava com o amigo pro-
fundo sentimento de ligação com
o Maranhão e a paixão pelas le-
tras. Os dois seriam também, mais
tarde, membros da Academia Bra-
sileira de Letras. A casa de Odylo
em Santa Teresa era um dos prin-
cipais pontos de encontro de in-
telectuais e políticos no Rio de Ja-
neiro, e ali Sarney iniciou amiza-
des fundamentais em sua vida.
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  9
Sarney com
Manuel
Bandeira e
Odylo Costa
ERA APENAS UM ALMOÇO. MAS O ENCONTRO - QUE
SE REPETIA FREQUENTEMENTE -, NO FINAL DA DÉCADA
DE 50, REUNIA PERSONALIDADES IMPORTANTES.
AlmoçoAlmoçoAlmoçoAlmoçoAlmoço
histórico - àhistórico - àhistórico - àhistórico - àhistórico - à
mesa, Josémesa, Josémesa, Josémesa, Josémesa, José
SarneySarneySarneySarneySarney,,,,,
MonsenhorMonsenhorMonsenhorMonsenhorMonsenhor
Nabuco, ManuelNabuco, ManuelNabuco, ManuelNabuco, ManuelNabuco, Manuel
Bandeira, OdyloBandeira, OdyloBandeira, OdyloBandeira, OdyloBandeira, Odylo
Costa, filho eCosta, filho eCosta, filho eCosta, filho eCosta, filho e
Maria RitaMaria RitaMaria RitaMaria RitaMaria Rita
Soares deSoares deSoares deSoares deSoares de
AndradeAndradeAndradeAndradeAndrade
"ACHEI"ACHEI"ACHEI"ACHEI"ACHEI
QUE AQUE AQUE AQUE AQUE A
LITERALITERALITERALITERALITERATURATURATURATURATURA
FOSSE OFOSSE OFOSSE OFOSSE OFOSSE O
MEUMEUMEUMEUMEU
DESTINODESTINODESTINODESTINODESTINO."."."."."
10  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018
A saúde de Tancredo frustra o Brasil. Sar-
ney cumpre serenamente o seu papel de subs-
tituto eventual e provisório. Faz questão de
ler o discurso que Tancredo havia preparado
para a primeira reunião ministerial. Os pri-
meiros momentos da Nova República são ter-
ríveis. Com a morte de Tancredo, em 21 de
abril de 1985, o Congresso Nacional declara
vaga a Presidência da República e José Sarney
é efetivado no cargo de presidente no no mes-
mo dia di falecimento do presidente eleito e do
mártir Tiradentes.
Política
como
missão
O ANO É 1985, O SENTIMENTO É
DE EXPECTATIVA. DEPOIS DE 21
ANOS DE DITADURA, O PAÍS VOLTA
A SER GOVERNADO POR UM
PRESIDENTE CIVIL.
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  11
Na rampa
A data da posse era 15 de março. Três
dias antes Tancredo Neves começou a ter
febre. O diagnóstico apresentado ao pú-
blico foi de diverticulite aguda.
No dia 14 de março, uma missa reu-
niu no Santuário Dom Bosco o presiden-
te e o vice-presidente eleitos e alguns
políticos mais próximos. À noite o qua-
dro se agravou. O presidente teve um
abdômen agudo (dor súbita de intensi-
dade variável no abdome) e foi submeti-
do a uma cirurgia. Nas salas de Brasília,
onde se vivia a expectativa do dia seguin-
te, começou a circular a notícia. No Hos-
pital de Base de Brasília, um pequeno
grupo discutia o que fazer.
Havia duas correntes: uns desejavam
a posse do presidente da Câmara dos De-
putados, o presidente do PMDB, Ulys-
ses Guimarães; outros sustentavam que
a regra constitucional estabelecia a posse
12  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
ENCARO A VIDA COMOENCARO A VIDA COMOENCARO A VIDA COMOENCARO A VIDA COMOENCARO A VIDA COMO
UMA GRAÇA DE DEUS EUMA GRAÇA DE DEUS EUMA GRAÇA DE DEUS EUMA GRAÇA DE DEUS EUMA GRAÇA DE DEUS E
TTTTTODO DIA TENHOODO DIA TENHOODO DIA TENHOODO DIA TENHOODO DIA TENHO
GRAGRAGRAGRAGRATIDÃO POR ELATIDÃO POR ELATIDÃO POR ELATIDÃO POR ELATIDÃO POR ELA.....
DEDIQUEI TDEDIQUEI TDEDIQUEI TDEDIQUEI TDEDIQUEI TODODODODODA ELA AA ELA AA ELA AA ELA AA ELA A
SERVIÇO DO MEU PSERVIÇO DO MEU PSERVIÇO DO MEU PSERVIÇO DO MEU PSERVIÇO DO MEU PAÍSAÍSAÍSAÍSAÍS,,,,,
PUDE AJUDÁ-LPUDE AJUDÁ-LPUDE AJUDÁ-LPUDE AJUDÁ-LPUDE AJUDÁ-LOOOOO
INCORPORANDOINCORPORANDOINCORPORANDOINCORPORANDOINCORPORANDO-ME À-ME À-ME À-ME À-ME À
SUSUSUSUSUA HISTÓRIAA HISTÓRIAA HISTÓRIAA HISTÓRIAA HISTÓRIA. ". ". ". ". "
José Sarney sobe a rampaJosé Sarney sobe a rampaJosé Sarney sobe a rampaJosé Sarney sobe a rampaJosé Sarney sobe a rampa
do Pdo Pdo Pdo Pdo Palácio do Planalto. Falácio do Planalto. Falácio do Planalto. Falácio do Planalto. Falácio do Planalto. Fotootootootooto
Orlando Brito.tifOrlando Brito.tifOrlando Brito.tifOrlando Brito.tifOrlando Brito.tif
do vice-presidente eleito, José
Sarney. Foi a opinião, respei-
tada, de Afonso Arinos.
As duas cerimônias, a pos-
se no Congresso Nacional e a
investidura no Palácio do Pla-
nalto, realizaram-se sob ten-
são e expectativa. O general
Figueiredo, repetindo o gesto
de Newton Bello na transmis-
são da chefia de governo do
Maranhão, e sinalizando, para
a história, a constatação, por
parte dos vencidos, da ruptu-
ra com uma situação política
até então vigente, não passou
o cargo e a faixa presidencial a
José Sarney.
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  13
Bem vinda,
democracia!
AO TOMAR POSSE, SARNEY FEZ QUESTÃO DE LER
O DISCURSO DE POSSE QUE TANCREDO HAVIA
PREPARADO, NOMEOU OS MINISTROS QUE
TANCREDO HAVIA ESCOLHIDO E ASSINOU OS
PRIMEIROS ATOS DE GOVERNO QUE TANCREDO
HAVIA PROGRAMADO.
14  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
Os primeiros momentosda Nova República foram terríveis. Fora a
tragédia de Tancredo Neves, duas
tarefas acumulavam uma carga de
dificuldades raras vezes conjuga-
da: de um lado, era preciso instau-
rar confiança no comando da tran-
sição para a democracia plena, cum-
prir os compromissos explícitos e
implícitos assumidos por Tancre-
do e pela Aliança Democrática; por
outro, era preciso administrar o
país, em péssima situação econô-
mica, financeira, social.
Já no dia 28 de março, Sarney
enviou mensagem ao Congresso
Nacional acabando, na prática, com
a figura dos "municípios de segu-
rança nacional", os das capitais e
outros, que não elegiam seus pre-
feitos. Instaurou, também, a plena
convivência democrática, gesto for-
malmente demonstrado com a recepção no Palácio do Planalto, dos
líderes comunistas, começando por Roberto Freire, do PCB, e Haroldo
Lima, do PC do B. À imprensa é assegurada, pela primeira vez na história
do Brasil, absoluta liberdade, inclusive econômica. Acaba a censura. A
liberdade de opinião torna-se um fato. Sarney conseguiu fazer no Brasil
a mais bem sucedida das transições democráticas.
Presidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney com
o arquiteto Oscar Niemeyero arquiteto Oscar Niemeyero arquiteto Oscar Niemeyero arquiteto Oscar Niemeyero arquiteto Oscar Niemeyer.....
FFFFFoto Getúlio Gurgeloto Getúlio Gurgeloto Getúlio Gurgeloto Getúlio Gurgeloto Getúlio Gurgel
Presidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney com
Ulysses Guimarães. FUlysses Guimarães. FUlysses Guimarães. FUlysses Guimarães. FUlysses Guimarães. Fotootootootooto
Orlando BritoOrlando BritoOrlando BritoOrlando BritoOrlando Brito
O presidente e seus três ministros militares,O presidente e seus três ministros militares,O presidente e seus três ministros militares,O presidente e seus três ministros militares,O presidente e seus três ministros militares,
Moreira Lima, Leônidas Pires Gonçalves eMoreira Lima, Leônidas Pires Gonçalves eMoreira Lima, Leônidas Pires Gonçalves eMoreira Lima, Leônidas Pires Gonçalves eMoreira Lima, Leônidas Pires Gonçalves e
Henrique Sabóia. FHenrique Sabóia. FHenrique Sabóia. FHenrique Sabóia. FHenrique Sabóia. Foto Arquivo pessoaloto Arquivo pessoaloto Arquivo pessoaloto Arquivo pessoaloto Arquivo pessoal
Nas viagens pelo interiorNas viagens pelo interiorNas viagens pelo interiorNas viagens pelo interiorNas viagens pelo interior, o presidente recebe, o presidente recebe, o presidente recebe, o presidente recebe, o presidente recebe
apoio de populares. Fapoio de populares. Fapoio de populares. Fapoio de populares. Fapoio de populares. Foto Orlando Britooto Orlando Britooto Orlando Britooto Orlando Britooto Orlando Brito
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  15
16  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  17
 Presidente Sarney
O homem além
do nosso tempo
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
A Universalização do Direito à Saúde é uma das
conquistas do governo Sarney. Até então, apenas os
trabalhadores que contribuíam para a Previdência
Social tinham direito a atendimento na rede de saúde
através do extinto INPS. Quem não contribuía com a
Previdência era atendido em hospitais filantrópicos
ou Santas Casas. O SUS veio para universalizar a aten-
ção à saúde do brasileiro.
CASA PRÓPRIA
Nenhum trabalhador brasileiro pode ter sua
casa própria penhorada por dívida. Poucos dias
antes de deixar a presidência da República,José
Sarney editou uma medida provisória, que im-
pediu a penhora, por dívida civil, comercial, fis-
cal, previdenciária ou de outra natureza, do imó-
vel familiar.
18  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
SEGURO DESEMPREGO
Sarney criou o Seguro Desemprego em 1986. Ins-
pirado no modelo europeu, o benefício garante uma
renda mínima temporária para que o trabalhador de-
sempregado possa manter-se enquanto procura um
novo emprego. Quase cem milhões de trabalhadores
já utilizaram esse benefício social.
VALE TRANSPORTE
O Vale Transporte foi criado pelo presidente Sar-
ney em 16 de dezembro de 1985. O benefício social
melhorou a vida de milhões de trabalhadores garan-
tindo o direito básico do trabalhador se locomover até
seu local de trabalho, sem que sua renda seja compro-
metida. Hoje, mais de 40 milhões de pessoas são con-
templadas pela lei.
CUBA
Durante a ditadura militar o governo brasileiro cor-
tou relações diplomáticas com Cuba. Em 1986, com
a redemocratização, José Sarney reatou o relaciona-
mento diplomático com o país. Três anos depois, Sar-
ney propôs o retorno de Cuba a Organização dos Es-
tados Americanos (OEA).
SECRETARIA DO
TESOURO NACIONAL
O presidente Sarney promoveu o reordenamento
do sistema financeiro brasileiro. Em 1987, Sarney criou
a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que absor-
veu as funções de execução orçamentária, até então a
cargo de um departamento do Banco do Brasil. Na
mesma época, promoveu-se a unificação dos orçamen-
tos que passam a ser inteiramente submetidos à apro-
vação do Congresso Nacional. O Legislativo também
passou a ter poderes de decidir sobre a dívida pública.
Foram extintos o orçamento monetário e todas as for-
mas de arranjos paralelos.
SIAFI
A pedido de José Sarney, a Secretaria do Tesou-
ro Nacional definiu e desenvolveu, em conjunto com
o SERPRO, o Sistema Integrado de Administração
Financeira do Governo Federal (SIAFI). O sistema
foi implantado em janeiro de 1987, para suprir o
Governo Federal de um instrumento moderno e
eficaz no controle e acompanhamento dos gastos
públicos. Hoje é possível ter acesso a todas as
despesas do poder público graças ao SI-
AFI.
LEI SARNEY DE
INCENTIVO A
CULTURA
A primeira legislação fe-
deral de incentivo fiscal à
produção cultural foi cri-
ada pelo presidente Sar-
ney em 1986. A Lei Sar-
ney de Incentivo a Cul-
tura estabelecia uma
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  19
José Sarney foi o primeiro político a tratar o tema
meio ambiente no Congresso Nacional. Em 1989, na
presidência da República, Sarney criou o IBAMA, ór-
gão que reuniu várias secretarias e extinguiu o Insti-
tuto Brasileiro de Desenvolvemneto Florestal (IBDF),
ficando responsável pela articulação, coordenação, exe-
cução e controle da política ambiental brasileira.
DESEMPREGO DO
GOVERNO SARNEY
A menor taxa de desemprego da historia brasileira
foi registrada no governo Sarney. Foi em 1986, logo
após o lançamento do Plano Cruzado, quando o avan-
ço do consumo trouxe uma notícia inesperada na épo-
ca. O nível de desemprego chegou a 2,16% durante o
relação entre poder público e se-
tor privado, onde o governo abria
mão de parte dos impostos devi-
dos para que empresas pudes-
sem investir na cultura. Mais
tarde, a lei Sarney foi substituída
pela Lei Rouanet, sendo relatada
no Congresso por José Sarney.
IBAMA
plano. Nunca mais na história, o país voltou a ter um
índice tão baixo de desemprego.
PARTIDOS POLÍTICOS
21 anos depois da ditadura, o presidente José Sar-
ney tirou todas as organizações políticas da clandesti-
nidade ao legalizar no Brasil todos os partidos políti-
cos perseguidos durante o regime militar, inclusive o
Partido Comunista.
URSS
Sarney foi o primeiro presidente brasileiro a visitar
a antiga URSS. O encontro com o presidente soviéti-
co Mikhail Gorbatchev e iniciou o processo de aber-
tura política com a Perestroika. Na política externa,
20  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
Sarney pautou-se de uma forma inovadora, cruzando
fronteiras e abrindo parcerias e buscando novos mer-
cados para o Brasil.
DISTRIBUIÇÃO DE
MEDICAMENTOS CONTRA AIDS
Em 1996, o Congresso aprovou a lei de iniciativa
do senador José Sarney, que garante o acesso de mi-
lhares de brasileiros portadores do vírus HIV, aos me-
dicamentos necessários ao combate e controle da do-
ença. Graças a distribuição gratuita do coquetel anti-
HIV, hoje o programa brasileiro é considerado mode-
lo em todo o mundo.
O FIM DA CENSURA
A censura foi criada durante o regime militar. Era
um instrumento de repressão e patrulha contra artis-
tas, a imprensa, manifestações culturais, entre outros.
A Censura, que era vinculada ao Ministério da Justi-
ça, foi extinta pelo presidente Sarney durante a tran-
sição democrática. Com a promulgação da Constitu-
inte Cidadã foi assegurada a livre manifestação do pen-
samento.
COTAS
José Sarney foi o primeiro parlamentar brasileiro a
apresentar no Congresso uma política de cotas para
negros no país. O projeto, apresentado em 1999, pre-
via cotas raciais no acesso à cargos e empregos públi-
cos, à educação superior e ao financiamento estudan-
til. Aprovado pelo Senado em 2002, o texto (PLS 650/
99) apresentado por Sarney foi enviado à Câmara dos
Deputados, que acabou por arquivá-lo.
MINISTÉRIO DA CULTURA
A criação do Ministério da Cultura ocorreu no pri-
meiro mês do governo Sarney, em março de 1985. A
criação fazia parte do processo de valorização da cultu-
ra brasileira, empreendido por Sarney. Antes, o Mi-
nistério da Educação e da Cultura (MEC) reunia os
Ao lado doAo lado doAo lado doAo lado doAo lado do
ex-presidenteex-presidenteex-presidenteex-presidenteex-presidente
FernandoFernandoFernandoFernandoFernando
Henrique CardosoHenrique CardosoHenrique CardosoHenrique CardosoHenrique Cardoso
dois setores considerados afins.
ZONAS DE PROCESSAMENTO
DE EXPORTAÇÃO - ZPES
A ideia de implantar as Zonas de Processamento de
Exportação (ZPES) chegou ao Brasil por iniciativa do
presidente José Sarney. Em 1988, após uma visita a Chi-
na, Sarney conheceu o modelo e resolveu implantá-lo no
país. As ZPE's são distritos industriais, cujas empresas
são beneficiadas com a suspensão de impostos para ex-
portar uma parcela substancial de sua produção.
SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
DO SENADO
A organização de todo o sistema de comunicação
do Senado começou a ser construída no primeiro man-
dato de José Sarney como presidente do Senado. Fo-
ram criados o Jornal do Senado, a Rádio e a TV Senado,
além do "Alô Senado" que atende o cidadão por meio
de um Call Center ou pela internet. É mais informa-
ção para deixar o Legislativo cada vez mais transpa-
rente.
PROCESSO LEGISLATIVO
ELETRÔNICO
O processo legislativo eletrônico foi implantado
na gestão do presidente Sarney e facilitou a tramitação
de todas as iniciativas legislativas dos senadores do
país, além de desburocratizar os
procedimentos, a medida trou-
xe racionalização nos gastos
com papel pela Casa.
CÓDIGOS
Sarney criou comissões de
juristas para reformar os Códi-
gos Civil, Penal, de Processo
Civil e de Defesa do Consumi-
dor. No caso do Código de
Processo Civil, por exemplo, a
matéria está na Câmara dos De-
putados, aguardando votação.
A iniciativa tem como objetivo
dar ao Brasil uma legislação
atualizada.
PROGRAMA NACIONAL
DO LEITE
José Sarney criou no primeiro ano da Nova
República, o Programa Nacional do Leite. O
programa foi reconhecido internacionalmen-
te e apontado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) como a iniciativamais im-
portante do mundo, naquela época, na área
de assistência governamental. No final do
governo Sarney, em 1990, 8 milhões de litros
de leite eram distribuídos diariamente às cri-
anças carentes.
PORTAL DA
TRANSPARÊNCIA
Durante o terceiro mandato como presi-
dente do Senado, José Sarney tomou várias
providências para modernizar o Senado. In-
vestiu-se na transparência. No site do Sena-
do foi criado o Portal da Transparência, que
publica a relação de todos os servidores efeti-
vos e comissionados da Casa. Contratos, li-
citações, despesas, tudo passou a ser publi-
cado na página do Senado.
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  21
22  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
"OS QUE DESEJAM SER PRESIDENTES NÃO SABEM O"OS QUE DESEJAM SER PRESIDENTES NÃO SABEM O"OS QUE DESEJAM SER PRESIDENTES NÃO SABEM O"OS QUE DESEJAM SER PRESIDENTES NÃO SABEM O"OS QUE DESEJAM SER PRESIDENTES NÃO SABEM O
GOSTGOSTGOSTGOSTGOSTO DO DO DO DO DA PRESIDÊNCIAA PRESIDÊNCIAA PRESIDÊNCIAA PRESIDÊNCIAA PRESIDÊNCIA. EU JÁ FIZ ESSA PRO. EU JÁ FIZ ESSA PRO. EU JÁ FIZ ESSA PRO. EU JÁ FIZ ESSA PRO. EU JÁ FIZ ESSA PROVVVVVA EA EA EA EA E
CONFESSO QUE NÃO É AGRADÁVEL. GOVERNEI O PAÍSCONFESSO QUE NÃO É AGRADÁVEL. GOVERNEI O PAÍSCONFESSO QUE NÃO É AGRADÁVEL. GOVERNEI O PAÍSCONFESSO QUE NÃO É AGRADÁVEL. GOVERNEI O PAÍSCONFESSO QUE NÃO É AGRADÁVEL. GOVERNEI O PAÍS
EM TEMPOS DE TEMPESTEM TEMPOS DE TEMPESTEM TEMPOS DE TEMPESTEM TEMPOS DE TEMPESTEM TEMPOS DE TEMPESTADEADEADEADEADE. SOU UMA ESPÉCIE RARA. SOU UMA ESPÉCIE RARA. SOU UMA ESPÉCIE RARA. SOU UMA ESPÉCIE RARA. SOU UMA ESPÉCIE RARA,,,,,
EM EXTINÇÃO - SOBREVIVENTE DE UM PERÍODO DEEM EXTINÇÃO - SOBREVIVENTE DE UM PERÍODO DEEM EXTINÇÃO - SOBREVIVENTE DE UM PERÍODO DEEM EXTINÇÃO - SOBREVIVENTE DE UM PERÍODO DEEM EXTINÇÃO - SOBREVIVENTE DE UM PERÍODO DE
TRANSIÇÃO DO ATRANSIÇÃO DO ATRANSIÇÃO DO ATRANSIÇÃO DO ATRANSIÇÃO DO AUTUTUTUTUTORITORITORITORITORITARISMO PARISMO PARISMO PARISMO PARISMO PARA AARA AARA AARA AARA A
DEMOCRADEMOCRADEMOCRADEMOCRADEMOCRACIACIACIACIACIA. E TRANSIÇÃO É A T. E TRANSIÇÃO É A T. E TRANSIÇÃO É A T. E TRANSIÇÃO É A T. E TRANSIÇÃO É A TAREFAREFAREFAREFAREFA MAIS DIFÍCILA MAIS DIFÍCILA MAIS DIFÍCILA MAIS DIFÍCILA MAIS DIFÍCIL
DDDDDA POLÍTICAA POLÍTICAA POLÍTICAA POLÍTICAA POLÍTICA. ELA TEM SIDO O TÚMUL. ELA TEM SIDO O TÚMUL. ELA TEM SIDO O TÚMUL. ELA TEM SIDO O TÚMUL. ELA TEM SIDO O TÚMULO DE GRANDESO DE GRANDESO DE GRANDESO DE GRANDESO DE GRANDES
ESTESTESTESTESTADISTADISTADISTADISTADISTASASASASAS: TRANSFORMA HERÓIS EM VILÕES: TRANSFORMA HERÓIS EM VILÕES: TRANSFORMA HERÓIS EM VILÕES: TRANSFORMA HERÓIS EM VILÕES: TRANSFORMA HERÓIS EM VILÕES, SANT, SANT, SANT, SANT, SANTOSOSOSOSOS
EM DEMÔNIOS, MÁRTIRES EM INQUISIDORES,EM DEMÔNIOS, MÁRTIRES EM INQUISIDORES,EM DEMÔNIOS, MÁRTIRES EM INQUISIDORES,EM DEMÔNIOS, MÁRTIRES EM INQUISIDORES,EM DEMÔNIOS, MÁRTIRES EM INQUISIDORES,
DEMOCRADEMOCRADEMOCRADEMOCRADEMOCRATTTTTAS EM DITAS EM DITAS EM DITAS EM DITAS EM DITADORES E REDUZ A CINZASADORES E REDUZ A CINZASADORES E REDUZ A CINZASADORES E REDUZ A CINZASADORES E REDUZ A CINZAS
GRANDES LIDERANÇAS"GRANDES LIDERANÇAS"GRANDES LIDERANÇAS"GRANDES LIDERANÇAS"GRANDES LIDERANÇAS"
JOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEY
"Minha vó, Dona Rita, regozijou-se com
o novo neto e anunciou:
- Nasceu José Adriano!
Era o nome de meu avô paterno. Mas meu
pai decidiu o contrário:
- Não, nasceu José Ribamar. Prometi a São
José do Ribamar. Se o parto fosse normal,
teria o nome do santo.
E assim foi. " - Conta Sarney
HISTÓRIA
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  23
A história do seu nomeainda teria mais umareviravolta, norteada,
dessa vez, pela voz do povo de Pi-
nheiro e das pequenas cidades
por onde peregrinou na infância,
que o batizaram novamente, se-
guindo o costume do Nordeste,
de associar-se o nome do filho ao
do pai, só o chamavam de José "do
Sarney".
Os Sarney
Fervoroso admirador do pai, o menino gostava
de ser tratado assim. Por sua vez, orgulhoso do fi-
lho, o pai o apoiou no propósito de mudar de nome.
O apelido foi reconhecido em cartório, aos 18 anos,
quando se tornou legalmente José Sarney nos pa-
péis do Registro Civil.
Numa demonstração de forte personalidade do
menino, toda a descendência do patriarca Sarney
de Araújo Costa, que teve 14 filhos, acompanhou-
o. Graças ao primogênito José, o prenome do pai
tornou-se sobrenome de todos. Nascia oficialmen-
te a família Sarney.
RAÍZES
José Sarney nasceu no dia 24 de abril de 1930 às
7:30 da manhã na cidade de Pinheiro, interior do
Maranhão. Filho de Sarney de Araújo Costa e Kyo-
la França Ferreira. O pai era promotor público da
comarca e tinha recém-chegado à cidadezinha.
Pinheiro fica no centro de uma região coloniza-
da por criadores de gado, parte da Baixada Mara-
nhense, formada por campos alagados e se situa
entre a capital, São Luís, e a fronteira do Pará. Além
da pecuária extensiva, havia engenhos que produ-
ziam açúcar mascavo, rapadura e mel. No Engenho
Queimado, nasceu Sarney de Araújo Costa, pai de
José Sarney.
O lado materno é pernambucano. Dona Kyola
nasceu em Correntes, Pernambuco, de mãe parai-
bana, do Ingá do Bacamarte, e pai piauiense, serta-
nejo de Valença, que aos seis meses de idade emi-
grou para a Paraíba, o destemido Assuéro Leopol-
dino Ferreira.
O sertanejo Assuéro sobreviveu aos temidos can-
gaceiros e deixou o sertão de Pernambuco nos anos
20. Emigrou em busca dos vales úmidos do Mara-
nhão com três filhos e a menina Kyola.
24  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
HISTÓRIA
Kyola
" DESDE O PRINCÍPIO ATÉ O FIM, FOI
MINHA MÃE QUEM MAIS MARCOU
MINHA VIDA. EU SEMPRE TIVE UMA
RELAÇÃO COM ELA QUE NUNCA TIVE
COM NINGUÉM. ERA UMA RELAÇÃO
DE SUBLIMAÇÃO, AMIZADE, AMOR,
TUDO. UMA ADMIRAÇÃO. EU ATÉ
HOJE NÃO ENTENDO O MUNDO SEM
A MINHA MÃE.
O carinho, o amor. Eu nunca vi minhamãe levantar a voz com ninguém. Nunca vi ela brigar com ninguém, nem re-
clamar de nada. E, sobretudo, como ela era muito
religiosa, tinha um gosto pela penitência.
Uma vez ela disse: 'Olha, quando vocês nasceram,
eu entreguei vocês a Nossa Senhora e pedi que ela
fizesse por vocês tudo que pudesse fazer de bem. Mas
outro dia eu falei com Jesus e pedi o seguinte: 'Jesus, se
o senhor puder ajudar o José, ajude'' - José Sarney
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  25
26  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
Laços de vida
EM 1946, AOS 16 ANOS, SARNEY
CONHECE MARLY MACIEIRA, DOIS
ANOS MAIS MOÇA. ELA É PRIMA DE UM
AMIGO, MURILO FERREIRA.
APROXIMAM-SE. NO ANO SEGUINTE,
MARLY O CONVIDA PARA SUA FESTA DE
QUINZE ANOS.
"Recordo-a" - Sarney escreve - "com um ves-
tido cor-de-rosa, de saia redonda e um enfeite
de pequenas rosas na cabeça. Estava deslum-
brante, era a moça mais bonita do Maranhão".
Marly e José Sarney casaram-se no dia 12 de
julho de 1952. Do casamento nasceram três fi-
lhos: Roseana, Fernando e José Sarney Filho, o
Zequinha. Roseana e Zequinha decidem seguir
o pai e fazem a opção pela política. Fernando for-
ma-se em Engenharia.
"Eu sempre fui um pai muito afetivo com
meus filhos. Eu sempre disse a eles que pai a
gente não escolhe, já nascemos com um pai, mas
amigos era coisa que na vida a gente tem que
construir e é difícil. E queria que fossem meus
filhos e meus amigos. Então eles se transforma-
ramtodos em meus amigos. E temos uma rela-
ção muito afetuosa, de muita intimidade, de
muita liberdade".
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  27
28  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
"O AMAPÁ"O AMAPÁ"O AMAPÁ"O AMAPÁ"O AMAPÁ
ME FEZ MUITME FEZ MUITME FEZ MUITME FEZ MUITME FEZ MUITOOOOO
BEM E MEBEM E MEBEM E MEBEM E MEBEM E ME
REJUVENESCEUREJUVENESCEUREJUVENESCEUREJUVENESCEUREJUVENESCEU,,,,,
SENDO O MEUSENDO O MEUSENDO O MEUSENDO O MEUSENDO O MEU
PRIMEIROPRIMEIROPRIMEIROPRIMEIROPRIMEIRO
E ÚLE ÚLE ÚLE ÚLE ÚLTIMOTIMOTIMOTIMOTIMO
AMORAMORAMORAMORAMOR"""""
JOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEY
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  29
30  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
Depois de deixar a presidência da República, José Sar-
ney foi para a Ilha do Curupu, no Maranhão. O descanso
foi interrompido em abril de 1990, quando Sarney voltou
a São Luís para comemorar seu aniversário de 60 anos.
Naquela época, o Maranhão era governado por Epitácio
Cafeteira, que havia rompido politicamente com José
Sarney.O primeiro entrave ao retorno estava dentro do
próprio PMDB, que negou legenda a Sarney para concor-
rer ao Senado pelo Maranhão.
Sarney foi sondado a mudar de partido, recebeu con-
vite do PFL, mas avaliava a possibilidade de se candidatar
pelo Amapá. O ex-território fora elevado à condição de
Estado pela Constituição de 1988, quando o presidente
era José Sarney.
A decisão de concorrer ainda não estava tomada, en-
tão Sarney e a esposa Marly mudaram-se para Macapá.
"Ao amanhecer do segundo dia de minha chegada ao
Amapá, ao abrir a porta da casa alugada onde me hospe-
dara, fui surpreendido por uma grande quantidade de
mulheres com filhos nos braços, talvez mais de cem, que
vinham conhecer e agradecer ao Presidente o Programa
do Leite, que dera mais de oito milhões de litros por dia
às nossas crianças, do nascimento aos cinco anos. A par-
tir desse instante o Amapá conquistou meu coração".
Quatro mesesQuatro mesesQuatro mesesQuatro mesesQuatro meses
depois de deixardepois de deixardepois de deixardepois de deixardepois de deixar
a presidência,a presidência,a presidência,a presidência,a presidência,
Sarney voltava aSarney voltava aSarney voltava aSarney voltava aSarney voltava a
concorrer a umconcorrer a umconcorrer a umconcorrer a umconcorrer a um
cargo político.cargo político.cargo político.cargo político.cargo político.
FFFFFoi eleitooi eleitooi eleitooi eleitooi eleito
senador pelosenador pelosenador pelosenador pelosenador pelo
Amapá comAmapá comAmapá comAmapá comAmapá com
236.618 votos236.618 votos236.618 votos236.618 votos236.618 votos
e reeleito pore reeleito pore reeleito pore reeleito pore reeleito por
mais duasmais duasmais duasmais duasmais duas
vezes, emvezes, emvezes, emvezes, emvezes, em
1998 e 2006.1998 e 2006.1998 e 2006.1998 e 2006.1998 e 2006.
José
Sarney
na terra de São José
Os caminhos
da luz
SARNEY CONTA QUE NO INÍCIO DA DÉCADA
DE 90, O AMAPÁ SOFREU GRAVE CRISE NO
ABASTECIMENTO DE ENERGIA COM MUITAS
HORAS DIÁRIAS DE RACIONAMENTO,
ATINGINDO GRAVEMENTE A POPULAÇÃO E A
ECONOMIA DO ESTADO. O FATO LEVOU O
SENADOR A REIVINDICAR VÁRIAS MEDIDAS
PARA REVERTER A SITUAÇÃO.
Foi uma longa caminhada com gestões que
passaram pelo Ministério das Minas e Ener-
gia, Eletrobrás e Eletronorte, entre outras
instâncias federais. De uma geração de
44MW, o Estado alcançou 296 MW,
gerados por um total de nove empreen-
dimentos em operação atualmente.
Sob a liderança de José Sarney, para
afastar o fantasma do racionamento que
atingia a população, a primeira medida
foi a transferência de três unidades gera-
doras de 18 MW cada. Estas unidades,
que estavam em Camaçari, na Bahia, en-
traram em operação no Amapá.
Depois veio a compra de 4 unidades gera-
doras de 15,5 MW cada. Estas unidades, ad-
quiridas na Finlândia, entraram em operação em
1997. Pouco depois, com a implantação da unida-
de 3 da Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes, a co-
nhecida usina de Paredão, que entrou em operação
em 2000.
Foi assim que o Amapá passou de 44 MW (era o
que existia na UHE Coaracy Nunes) para mais de 186
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  31
MW com estas novas uni-
dades geradoras. Além
disso, foi implantado o "Li-
nhão Norte" que integrou
os municípios de Tartaru-
galzinho, Amapá e Calço-
ene ao sistema da Eletro-
norte, trazendo energia
confiável para a população.
Foram implantadas
duas novas Subestações em
Macapá (Subestação
Equatorial com 53,2 MVA
e Subestação Macapá II
com 53,2 MVA), garantin-
do um melhor atendimen-
to para a capital e, também, Santana.
Em dezembro de 2011, como presidente do Se-
nado Federal, José Sarney vai ao município de La-
ranjal do Jari participar da programação de lança-
mento oficial da obra de construção da Hidrelétrica
de Santo Antônio, no rio Jari, hoje em pleno vapor.
Linhão
Após as primeiras usinas e com a possibilidade
do racionamento já afastada, o Amapá ainda merecia
mais. Foi então que o estado foi finalmente interliga-
do ao Sistema Interligado
Nacional (SIN) através do
linhão de Tucuruí. Com
aproximadamente 1.800
quilômetros de extensão, o
linhão passa por trechos de
florestas e atravessa o rio
Amazonas.
Mas para trazer parte da
potência energética gerada
na cidade de Tucuruí, no
sudeste do Pará, para o
Amapá, foi luta que preci-
sou de empenho direto do
senador José Sarney. Acon-
tece que não estava no pro-
jeto do governo federal a extensão do linhão até ao
estado, em virtude das condições geográficas e to-
pográficas da região.
Foi então que Sarney procurou Dilma Rousseff,
ainda quando ela ainda era ministra de minas e ener-
gia do governo Lula, para dizer da necessidade que
o Amapá tinha de contar com o linhão.
A mudança foi autorizada e o projeto alterado, a
construção da linha de transmissão passaria pela mar-
gem esquerda do rio Amazonas e o Amapá seria bene-
ficiado. E assim aconteceu, como articulou Sarney.
"ENCONTREI O AMAPÁ COM
MOTORES A ÓLEO DIESEL E
RACIONAMENTO DE ENERGIA
ELÉTRICA DURANTE TODO O
DIA. HOJE O ESTADO É UM
EXPORTADOR DE ENERGIA,
COM AS USINAS DO
CALDEIRÃO, DE FERREIRA
GOMES E DE SANTO ANTÔNIO.
ALÉM DE UMA COISA QUE NEM
EU MESMO ACREDITAVA QUE
PUDESSE CONSEGUIR: INFLUIR
PARA QUE O LINHÃO DO
TUCURUÍ COLOCASSE O
AMAPÁ NO SISTEMA ELÉTRICO
NACIONAL".
32  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  33
Vamos falar da
Zona Franca
Desde a obtenção do primeiro mandato pelo Amapá, o se-
nador Sarney sempre esteve diretamente envolvido nos gran-
des projetos que vem alterando o perfil do Estado, para torná-
lo economicamente desenvolvido.
A criação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana
(ALCMS), ocorreu logo no primeiro ano de mandato de ex-
Presidente do Brasil, José Sarney, com a edição da Lei 8387/91,
regulamentada através do Decreto 517/92, e efetivamente ins-
talada em março de 1993.
Área de Livre Comércio de Macapá e Santana
 Estratégia econômica vitoriosa
A ex- presidente Dilma emA ex- presidente Dilma emA ex- presidente Dilma emA ex- presidente Dilma emA ex- presidente Dilma em
assinatura de regulamentação daassinaturade regulamentação daassinatura de regulamentação daassinatura de regulamentação daassinatura de regulamentação da
Zona FZona FZona FZona FZona Franca Vranca Vranca Vranca Vranca Verde no Amapá.tiferde no Amapá.tiferde no Amapá.tiferde no Amapá.tiferde no Amapá.tif
A visão de estadista o levou a
identificar a vocação tradicional
do Amapá, para o comércio, o
objetivo da ALCMS era dar con-
dições normativas e de infraes-
trutura para a nova unidade da
federação.
A Superintendência da Zona
Franca de Manaus seria insta-
lada possibilitando o acesso a
recursos e investimentos, antes
impensáveis.
A estratégia para incremen-
tar o desenvolvimento econô-
mico, diante das poucas alter-
nativas vislumbradas para im-
plantação de projetos factíveis e
viáveis, tomou como parâmetro
a Zona Franca de Manaus, pro-
jeto exitoso como área de exce-
ção fiscal. A experiência na Presidência da Repú-
blica concedeu uma visão macro das potenciali-
dades da região Amazônica. A posição geográfica
do Amapá no extremo norte do País, exigia um
impulso à economia que à época era, quase que
unicamente, movida pelo setor público.
Em análise comparativa, José Sarney identifi-
cava a posição geográfica, a proximidade com as
guianas e Caribe, a fronteira com a Guiana Fran-
cesa, porta de entrada à Europa, as riquezas na-
turais e potencialidades existentes. Logo, os as-
pectos turístico, comercial e industrial deman-
davam uma ação imediata.
Marco econômico na história do Amapá, a AL-
CMS é uma área de exceção fiscal que abrange
benefícios tributários federais e estaduais. Os fe-
derais relacionam-se a descontos no Imposto deÁ
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34  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  35
Renda (IR), Contribuição para
a Seguridade Social (COFINS)
e suspensão e/ou isenção do
Imposto sobre Produtos Indus-
trializados (IPI). Quanto aos
tributos estaduais, há isenção e
desconto do Imposto Sobre
Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS), quando da
aquisição de produtos em ou-
tros Estados, crédito fiscal pre-
sumido, e vários benefícios
aplicáveis tanto para venda,
consumo e maquinário para
empresas.
A SUFRAMA
A instalação da SUFRAMA
possibilitou substanciais in-
vestimentos na infraestrutura,
valorizando o turismo e a mo-
bilidade urbana, além de obras
estruturais. Na cidade de Ma-
capá: a Suframa investiu na
construção do complexo Beira-
Rio que abrange toda a frente
da cidade - a orla do Santa Inês,
Praça e orla do Araxá, e orla do
Perpétuo Socorro; asfaltamen-
to das rodovias Duque de Ca-
xias e Juscelino Kubtscheck, no
trecho que liga Igarapé da For-
taleza à Fazendinha; praia da
Fazendinha; asfaltamento da rua
Claudomiro de Moraes; balne-
ário do Curiaú; São Joaquim do
Pacuí. No Município de Santa-
na: - asfaltamento da avenida
Ubaldo Figueira; construção do
Porto de Containers; constru-
ção do Terminal Hidroviário de
Santana, pavimentação do Dis-
trito Industrial e urbanização da
Área Portuária. Em 2017 ocor-
reu a inclusão do Amapá na Lei
de Informática da Zona Franca
de Manaus, possibilitando às instituições do Es-
tado voltadas à Pesquisa e Desenvolvimento, a
obtenção recursos para fomentar seus projetos.
Com a instalação de inúmeras importadoras,
a redução do preço dos produtos aumentou o
acesso a produtos mais baratos e de qualidade. A
população alterou seus hábitos de consumo. An-
tes da ALCMS era comum as compras serem fei-
tas em outros estados. O comércio se desenvol-
veu rapidamente, grandes empreendimentos
surgiram, shoppings dignos de qualquer capi-
tal, foram instalados. Com a oferta diversificada
e custo mais baixo, a opção pela compra no mer-
cado amapaense é, ainda, mais atraente que a do
e-commerce.
Zona Franca
Verde - ZFV
Marco para o desenvolvimento industrial.
Desde a criação da ALCMS alguns benefícios
relacionados à indústria já estavam contempla-
dos, levando o Estado a implantar uma série de
estímulos especiais à atividade industrial, tais
como: - infraestrutura para implantação de áre-
as, centros e distritos industriais nos municípi-
os de Macapá e Santana; tratamento diferencia
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36  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
dos para micro e pequenas em-
presas industriais; apoio técni-
co gerencial; simplificação do
processo relacionado às obriga-
ções tributárias.
 Em 2009, o senador José
Sarney, idealizou, promoveu a
elaboração e inserção dos artigos.
26 e 27 da Lei 11.898, criando o
que hoje se denomina Zona
Franca Verde -ZFV - abrindo um
novo caminho para fortalecimen-
to industrial no Amapá, comple-
mentando o projeto de desenvol-
"FOI MUIT"FOI MUIT"FOI MUIT"FOI MUIT"FOI MUITO DIFÍCIL TRAZER UMA ÁREA DEO DIFÍCIL TRAZER UMA ÁREA DEO DIFÍCIL TRAZER UMA ÁREA DEO DIFÍCIL TRAZER UMA ÁREA DEO DIFÍCIL TRAZER UMA ÁREA DE
LIVRE COMÉRCIO PLIVRE COMÉRCIO PLIVRE COMÉRCIO PLIVRE COMÉRCIO PLIVRE COMÉRCIO PARA O AMAPÁ. UMAARA O AMAPÁ. UMAARA O AMAPÁ. UMAARA O AMAPÁ. UMAARA O AMAPÁ. UMA
BABABABABATTTTTALHA VITALHA VITALHA VITALHA VITALHA VITORIOSAORIOSAORIOSAORIOSAORIOSA. HOJE. HOJE. HOJE. HOJE. HOJE, GRAÇAS A DEUS, GRAÇAS A DEUS, GRAÇAS A DEUS, GRAÇAS A DEUS, GRAÇAS A DEUS,,,,,
O COMÉRCIO AMAPO COMÉRCIO AMAPO COMÉRCIO AMAPO COMÉRCIO AMAPO COMÉRCIO AMAPAENSE VEMAENSE VEMAENSE VEMAENSE VEMAENSE VEM
SUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTANDO A ECONOMIA DO ESTANDO A ECONOMIA DO ESTANDO A ECONOMIA DO ESTANDO A ECONOMIA DO ESTANDO A ECONOMIA DO ESTADOADOADOADOADO,,,,,
GERANDO EMPREGOS E VENDENDOGERANDO EMPREGOS E VENDENDOGERANDO EMPREGOS E VENDENDOGERANDO EMPREGOS E VENDENDOGERANDO EMPREGOS E VENDENDO
PRODUTPRODUTPRODUTPRODUTPRODUTOS MAIS BARAOS MAIS BARAOS MAIS BARAOS MAIS BARAOS MAIS BARATTTTTOSOSOSOSOS. ME T. ME T. ME T. ME T. ME TOCAOCAOCAOCAOCAVVVVVAAAAA
MUITMUITMUITMUITMUITO FORTE A POSSIBILIDO FORTE A POSSIBILIDO FORTE A POSSIBILIDO FORTE A POSSIBILIDO FORTE A POSSIBILIDADE DE AJUDADE DE AJUDADE DE AJUDADE DE AJUDADE DE AJUDAR,AR,AR,AR,AR,
DE TRANSFORMAR, DE CONTRIBUIR PDE TRANSFORMAR, DE CONTRIBUIR PDE TRANSFORMAR, DE CONTRIBUIR PDE TRANSFORMAR, DE CONTRIBUIR PDE TRANSFORMAR, DE CONTRIBUIR PARAARAARAARAARA
TRAÇAR UM CAMINHO AOTRAÇAR UM CAMINHO AOTRAÇAR UM CAMINHO AOTRAÇAR UM CAMINHO AOTRAÇAR UM CAMINHO AO
DESENVDESENVDESENVDESENVDESENVOLOLOLOLOLVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTO ECONÔMICOO ECONÔMICOO ECONÔMICOO ECONÔMICOO ECONÔMICO.....
OBOBOBOBOBVIAMENTE QUE ESTRADVIAMENTE QUE ESTRADVIAMENTE QUE ESTRADVIAMENTE QUE ESTRADVIAMENTE QUE ESTRADASASASASAS, PORT, PORT, PORT, PORT, PORTOSOSOSOSOS,,,,,
AEROPORTAEROPORTAEROPORTAEROPORTAEROPORTOOOOO, ENERGIA, ENERGIA, ENERGIA, ENERGIA, ENERGIA, OU SEJA AS OBRAS, OU SEJA AS OBRAS, OU SEJA AS OBRAS, OU SEJA AS OBRAS, OU SEJA AS OBRAS
DE INFRAESTRUTURA BÁSICA PDE INFRAESTRUTURA BÁSICA PDE INFRAESTRUTURA BÁSICA PDE INFRAESTRUTURA BÁSICA PDE INFRAESTRUTURA BÁSICA PARA AARA AARA AARA AARA A
ECONOMIA DO AMAPÁ, ESTECONOMIA DO AMAPÁ, ESTECONOMIA DO AMAPÁ, ESTECONOMIA DO AMAPÁ, ESTECONOMIA DO AMAPÁ, ESTAAAAAVVVVVAMAMAMAMAM
INTEGRADINTEGRADINTEGRADINTEGRADINTEGRADAS A ESTE TRABALHOAS A ESTE TRABALHOAS A ESTE TRABALHOAS A ESTE TRABALHOAS A ESTE TRABALHO. ESSAS. ESSAS. ESSAS. ESSAS. ESSAS
OBRAS ESTRUTURANTES LEVOBRAS ESTRUTURANTES LEVOBRAS ESTRUTURANTES LEVOBRAS ESTRUTURANTES LEVOBRAS ESTRUTURANTES LEVAM TEMPO PAM TEMPO PAM TEMPO PAM TEMPO PAM TEMPO PARAARAARAARAARA
SEREM IMPLEMENTSEREM IMPLEMENTSEREM IMPLEMENTSEREM IMPLEMENTSEREM IMPLEMENTADADADADADASASASASAS,NÃO É POSSÍVEL, NÃO É POSSÍVEL, NÃO É POSSÍVEL, NÃO É POSSÍVEL, NÃO É POSSÍVEL
ADQUIRI-LAS NUMA PRAADQUIRI-LAS NUMA PRAADQUIRI-LAS NUMA PRAADQUIRI-LAS NUMA PRAADQUIRI-LAS NUMA PRATELEIRA DETELEIRA DETELEIRA DETELEIRA DETELEIRA DE
SUPERMERCADO"SUPERMERCADO"SUPERMERCADO"SUPERMERCADO"SUPERMERCADO"
(DECLARAÇÃO DO SENADOR JOSÉ SARNEY(DECLARAÇÃO DO SENADOR JOSÉ SARNEY(DECLARAÇÃO DO SENADOR JOSÉ SARNEY(DECLARAÇÃO DO SENADOR JOSÉ SARNEY(DECLARAÇÃO DO SENADOR JOSÉ SARNEY,,,,,
NO PROGRAMA PNO PROGRAMA PNO PROGRAMA PNO PROGRAMA PNO PROGRAMA PARA TVARA TVARA TVARA TVARA TV, HORÁRIO DO, HORÁRIO DO, HORÁRIO DO, HORÁRIO DO, HORÁRIO DO
PMDBPMDBPMDBPMDBPMDB, EM 2005)., EM 2005)., EM 2005)., EM 2005)., EM 2005).
vimento econômico. A regula-
mentação da ZFV foi efetivada
através do Decreto 8.597/2015.
Em 23.08.2017 foi aprovada a Lei
estadual 2.217, fixando instru-
mentos tributários de incentivo
aos projetos industrial a serem
instalados em Macapá e Santa-
na possibilitado a aquisição de
matéria prima de todos os mu-
nicípios amapaenses, estimu-
lando a circulação de riquezas e
incremento econômico a todo o
Estado.
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24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  37
Investimentos
A criação da ALCMS e da ZFV, foi resultado do trabalho de um
ex-Presidente da República com experiência e visão de estadista,
projetou o aspecto global sem descuidar das particularidades, fato
que resultou numa verdadeira revolução econômica, sem prece-
dentes para a geração de emprego e rendas, com repercussões po-
sitivas imensuráveis.
Analisando a evolução da ALCMS, temos o aumento do cres-
cimento econômico acima da média nacional durante o primeiro
mandato. Houve superávit comercial no segundo mandato. E o
PIB em 1998 que era de 1,33 bilhões, em 2015 representou 13,861
bilhões de reais. Atualmente as empresas privadas são responsá-
veis por mais de 80% dos postos de trabalho no Estado. Logo,
sem sombra de dúvida podemos afirmar que para o Amapá há
um marco divisório na economia: o antes e depois do senador
José Sarney.Á
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38  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
"A NOSSA LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO
E A DESORDEM, O CAOS E O ATRASO
SERÁ UMA LUTA INDORMIDA. NÃO
PASSARÁ HORA NEM MINUTO, NEM
ASSINATURA DE SERVIÇO E DE
CONTRATO, DE COMPRA E DE
CONVÊNIO EM QUE NÃO SE VEJA EM
CADA TRAÇO A VONTADE E O DESEJO
DE ACERTAR. (...) O QUE FOR DO MEU
DEVER E DO INTERESSE PÚBLICO SERÁ
FEITO, E PARA FAZÊ-LO SEREI
INTRANSIGENTE E SEREI INARREDÁVEL".
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  39
Em 1995, Sarney foi eleito, pela primeira vez,
presidente do Senado, derrotando o petista Lau-
ro Campos (DF) por 61 votos a 7. Ao longo de
suas gestões, aquela Casa de Leis passou por di-
versas mudanças:
1º MANDATO
Em sua gestão, que começou em 1995, foram
criados o Instituto Legislativo Brasileiro, o Servi-
A revolução
 no Senado
É NECESSÁRIO, NESTE INSTANTE DE TRANSFORMAÇÕES
HISTÓRICAS, SALVAR O PARLAMENTO DO DESPRESTÍGIO,
RECOLOCÁ-LO PERANTE A NAÇÃO NO SEU INTOCÁVEL
LUGAR DE CÚPULA DO SISTEMA DEMOCRÁTICO, SENDO
PARA O POVO O SEU GRANDE INSTRUMENTO DE
IGUALDADE, ONDE TODOS PASSAM A QUESTIONAR OS
GOVERNOS, FISCALIZÁ-LOS, ACOMPANHÁ-LOS."
Pela primeira vez, enfrentou uma candidatura que
não fosse meramente simbólica. O placar foi de
49 a 32.
Em seu discurso de posse, Sarney anunciou a
realização de uma reforma administrativa. Para
realizá-la, contratou a consultoria da Fundação
Getúlio Vargas. Do trabalho, em que o corpo fun-
cional do Senado teve grande participação, resul-
tou um projeto de reforma que está em tramita-
ção na Comissão de Constituição e Justiça.
ço de Atendimento ao Cidadão Popular, conhecido
como o Alô Senado, assim como o sistema de co-
municação do Senado, que incluía: a Rádio Senado,
o Jornal do Senado, a TV Senado e o Conselho Edi-
torial (a editora do Senado). Sarney também pro-
moveu a atualização das atas e o estabelecimento de
regras para a votação de projetos.
2º MANDATO
José Sarney foi eleito presidente do Senado pela
segunda vez em 1º de fevereiro de 2003, com 76 vo-
tos a favor, dois contrários e uma abstenção.
Sarney não quis ocupar o novo gabinete, no qual
haviam despachado anteriormente Antônio Carlos
Magalhães, Jader Barbalho e Ramez Tebet. Preferiu
o antigo, de seu tempo no comando da Casa.
A grande característica desse mandato a frente
da presidência do Senado foi a aproximação com o
presidente Lula. Sarney passou a ser peça chave na
interlocução entre Lula e o Congresso.
3º MANDATO
Sarney não queria disputar a Presidência do Se-
nado pela terceira vez, mas entrou na disputa. O
senador Tião Viana se apresentara como candidato
e o senador Sarney lhe dissera justamente que a
Presidência do Senado não estava em seus planos.
Entretanto, ao se aproximar o fim de 2008, come-
çaram a surgir pedidos para que disputasse. Ele
resistiu até meados de janeiro, quando cedeu à in-
sistência do PMDB e dos partidos de oposição,
DEM e PSDB.
Sarney passou a ser peçaSarney passou a ser peçaSarney passou a ser peçaSarney passou a ser peçaSarney passou a ser peça
chave na interlocução entrechave na interlocução entrechave na interlocução entrechave na interlocução entrechave na interlocução entre
Lula e o Congresso.Lula e o Congresso.Lula e o Congresso.Lula e o Congresso.Lula e o Congresso.
40  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
Tendo a FGV descoberto a existência de atos
oficiais não publicados, o presidente Sarney de-
terminou a abertura de inquérito e a punição dos
responsáveis. A imprensa e alguns senadores de-
nunciaram o escândalo, acusação que cai por terra
quando se sabe que dos atos não publicados ape-
nas 1,68% aconteceram durante as presidências
de Sarney.
4º MANDATO
José Sarney assumiu a presidência do Senado
pela 4ª vez em fevereiro de 2011. A vitória veio numa
votação expressiva. Foram 70 votos na disputa con-
tra o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Di-
ante de um Senado renovado em 2/3 e com muitos
parlamentares em primeiro mandato, Sarney fez seu
primeiro discurso destacando o desafio e a confian-
ça depositada por seus pares.
"Nós sabemos"Nós sabemos"Nós sabemos"Nós sabemos"Nós sabemos
perfeitamente que noperfeitamente que noperfeitamente que noperfeitamente que noperfeitamente que no
Congresso Nacional oCongresso Nacional oCongresso Nacional oCongresso Nacional oCongresso Nacional o
poder que temos veio depoder que temos veio depoder que temos veio depoder que temos veio depoder que temos veio de
Deus. FDeus. FDeus. FDeus. FDeus. Foi isso mesmo queoi isso mesmo queoi isso mesmo queoi isso mesmo queoi isso mesmo que
Jesus disse a Pilatos:Jesus disse a Pilatos:Jesus disse a Pilatos:Jesus disse a Pilatos:Jesus disse a Pilatos:
"T"T"T"T"Todo poder que tu tensodo poder que tu tensodo poder que tu tensodo poder que tu tensodo poder que tu tens
foi Deus que te deu."foi Deus que te deu."foi Deus que te deu."foi Deus que te deu."foi Deus que te deu."
Assim, devemosAssim, devemosAssim, devemosAssim, devemosAssim, devemos
agradecer a Deus, emagradecer a Deus, emagradecer a Deus, emagradecer a Deus, emagradecer a Deus, em
primeiro lugar a graça daprimeiro lugar a graça daprimeiro lugar a graça daprimeiro lugar a graça daprimeiro lugar a graça da
vida - já diziam osvida - já diziamosvida - já diziam osvida - já diziam osvida - já diziam os
latinos: primo vivere - elatinos: primo vivere - elatinos: primo vivere - elatinos: primo vivere - elatinos: primo vivere - e
depois tudo aquilo quedepois tudo aquilo quedepois tudo aquilo quedepois tudo aquilo quedepois tudo aquilo que
Deus nos proporcionou.Deus nos proporcionou.Deus nos proporcionou.Deus nos proporcionou.Deus nos proporcionou.
Devemos agradecer tudo,Devemos agradecer tudo,Devemos agradecer tudo,Devemos agradecer tudo,Devemos agradecer tudo,
os momentos bons e osos momentos bons e osos momentos bons e osos momentos bons e osos momentos bons e os
momentos difíceis. "momentos difíceis. "momentos difíceis. "momentos difíceis. "momentos difíceis. "
José SarneyJosé SarneyJosé SarneyJosé SarneyJosé Sarney
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  41
O senador José Sarney nutria amizade pessoal com Aloysio Campos da Paz
Júnior, médico ortopedista e idealizador da Rede Sarah de Hospitais. Após algu-
mas tratativas, quando se tornou urgente a necessidade do hospital especializado
em reabilitação no Amapá, Sarney articulou a instalação da rede junto a Aloysio.
Campos da Paz morreu em janeiro de 2015, em Brasília, aos 80 anos, ele estava
internado na unidade Sarah - Centro e faleceu de insuficiência respiratória. Há
unidades Sarah em Brasília, São Luís, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, Macapá,
Belém e Rio de Janeiro.
"Tive a felicidade de assistir Aloysio Campos da Paz pensar na Rede Sarah,
desde que era um pequeno barracão de madeira. Ele foi um ícone da medicina
brasileira. A Rede Sarah tem métodos exemplares de administração hospitalar,
como o da medicina que presta atendimento aos mais pobres com o mesmo nível
ao qual os ricos têm acesso. Isso precisava chegar ao Amapá" - José Sarney.
Rede Sarah
 no Amapá
42  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
A casa é
A Lei da Impenhorabilidade, de iniciativa dopresidente Sarney em
1990, mantém ainda hoje sua efi-
cácia contra a perda da casa pró-
pria no caso de dívidas.
Poucos dias antes de entregar
a Presidência da República a seu
sucessor, José Sarney editou uma
medida provisória, posterior-
mente convertida na lei nº 8.009/
90, que impede a penhora, por
dívida civil, comercial, fiscal, pre-
videnciária ou de outra natureza,
do imóvel em que a família resi-
de, se próprio, e todos os equipa-
mentos e móveis existentes na
casa.
A Lei da Impenhorabilidade
dos bens de família, ou ainda Lei
Sarney, como se tornou conheci-
da, tem até hoje sido efetiva para
evitar a perda da casa própria em
caso de dívidas. A lei em questão
abre exceções à impenhorabili-
dade, tais como os veículos de
transporte, as obras de arte e as
penhoras relativas à execução de
dívidas decorrentes de pensão
alimentícia, de construção ou de
tributos do próprio imóvel e de
débitos para com empregados
domésticos que operam no en-
dereço.
No Brasil, no começo da década de 90, com a inflação a todo
vapor e o fracasso dos planos econômicos, muita gente também
não conseguia honrar suas dívidas e acabava sendo empurrada
para o aluguel ou para casa de parentes, após ser despejada de
sua propriedade.
A legislação surgiu então com o principal objetivo de dar
proteção legal ao devedor insolvente, sem proteger aqueles que,
conscientes de sua incapacidade de saldar compromissos, ad-
quire imóvel de grande valor e para lá transfere a sua residência
familiar.
"O lar é um bem sagrado. Sempre entendi que respeitá-lo e
resguarda-lo é mais do que uma imposição da Lei da Impenho-
rabilidade, é uma missão de todos. Não importam quais sejam
as circunstâncias impostas, os bens familiares não devem ser
violados, pois neles estão enraizados parte da vida do povo bra-
sileiro."
inviolável
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  43
FIRME!
Ao logo dos anos, quando a Lei 8.009 foi editada, setores ligados a asso-
ciações bancárias questionaram, perante o Supremo Tribunal Federal, a sua
inconstitucionalidade, argumentando que não poderia haver isenção de
bens, de qualquer natureza, para penhora de dívida. Mas os ministros do
STF decidiram que a legislação era absolutamente constitucional. Em 2006,
a lei foi ameaçada com um projeto que previa alteração em alguns disposi-
tivos do Código de Processo
Civil, relativos ao processo
de execução de dívidas. As
mudanças iriam permitir a
penhora do imóvel residen-
cial com valor superior a
1.000 salários mínimos, bem
como até 40% dos salários
recebidos mensalmente, aci-
ma de 20 salários mínimos.
Sarney se empenhou em
manter a integralidade da Lei
da Impenhorabilidade e so-
licitou diretamente ao presi-
dente Lula, que vetasse as al-
terações que seriam introdu-
zidas no parágrafo 3º do Ar-
tigo 649 e no único do 650
do CPC e que derrubariam a
principal conquista da Lei
8.009/90.
44  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
Cultura sempre
 é prioridade
POLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS DE INCENTIVOPOLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS DE INCENTIVOPOLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS DE INCENTIVOPOLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS DE INCENTIVOPOLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS DE INCENTIVO
À PRODUÇÃO E VÀ PRODUÇÃO E VÀ PRODUÇÃO E VÀ PRODUÇÃO E VÀ PRODUÇÃO E VALALALALALORIZAÇÃO DORIZAÇÃO DORIZAÇÃO DORIZAÇÃO DORIZAÇÃO DA CULA CULA CULA CULA CULTURATURATURATURATURA
BRASILEIRABRASILEIRABRASILEIRABRASILEIRABRASILEIRA, IMPLEMENT, IMPLEMENT, IMPLEMENT, IMPLEMENT, IMPLEMENTADADADADADAS PELAS PELAS PELAS PELAS PELO ENTÃOO ENTÃOO ENTÃOO ENTÃOO ENTÃO
PRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DA REPÚBLICAA REPÚBLICAA REPÚBLICAA REPÚBLICAA REPÚBLICA, JOSÉ SARNEY, JOSÉ SARNEY, JOSÉ SARNEY, JOSÉ SARNEY, JOSÉ SARNEY,,,,,
APRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAM HOJE SINAIS DE AMADURECIMENTAM HOJE SINAIS DE AMADURECIMENTAM HOJE SINAIS DE AMADURECIMENTAM HOJE SINAIS DE AMADURECIMENTAM HOJE SINAIS DE AMADURECIMENTOOOOO
E FORTE FORTE FORTE FORTE FORTALECIMENTALECIMENTALECIMENTALECIMENTALECIMENTOOOOO.....
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  45
O Ministério da Cultura, por exemplo, foi cria-
do por Sarney e instituído logo no primeiro mês de
governo. E em março de 1985, o órgão deu início ao
processo de valorização da cultura brasileira.
Rouanet
A Lei Rouanet, que sucedeu a Lei nº 7.505/86 -
conhecida como Lei Sarney de Incentivo à Cultura.
A Lei Sarney estabelecia uma relação entre poder
público e setor privado, onde o governo abria mão
de parte dos impostos devidos para que empresas
pudessem investir na cultura.
Como contrapartida, o setor privado investi-
ria os recursos da renúncia fiscal em produtos
culturais - cinema, teatro, literatura, artes plásti-
cas, patrimônio. A ideia não era apenas estabele-
cer incentivos à cultura, mas, principalmente, in-
centivar aumento de produção nessa área para
criar um mercado nacional de cultura.
O grande destaque da Lei Rouanet é a politica
de incentivos fiscais que possibilita as empresas
(pessoas jurídicas) e cidadãos (pessoa física) apli-
carem uma parte do IR (imposto de renda) devi-
do em ações culturais.
46  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
"EU SOU POLÍTICO
E POETA. NÃO
DEIXO DE
ACREDITAR
NO
IMPOSSÍVEL,
NEM DE SONHAR
COM OTIMISMO"
JOSÉ SARNEY
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  47Sarney foi o primeiro parlamentarbrasileiro a propor
uma política de cotas para
estudantes negros. O proje-
to, apresentado em 1999,
previa cotas raciais no aces-
so à cargos e empregos pú-
blicos, à educação superior e
ao financiamento estudantil.
Aprovado pelo Senado em
2002, o texto (PLS 650/99)
apresentado por Sarney foi
enviado à Câmara dos De-
putados, que o incorporou ao projeto do Estatuto
da Igualdade Racial, de onde, na votação final, foi
Cotas: inclusão e respeito
retirado. Ao justificar a apre-
sentação do projeto, o sena-
dor apontou para a rara pre-
sença de pessoas negras nas
universidades brasileiras e em
postos de maior status na so-
ciedade. "Iniquidade flagran-
te que desmente o mito da de-
mocracia racial no país", dis-
se na ocasião.
Durante as comemorações
do Centenário da Abolição da
Escravatura, criou a Fundação
Cultural Palmares, a primei-
ra estrutura de Estado destinada à promoção da
população afrodescendente.
"Cheguei a apresentar"Cheguei a apresentar"Cheguei a apresentar"Cheguei a apresentar"Cheguei a apresentar
cinco vezes o projeto de leicinco vezes o projeto de leicinco vezes o projeto de leicinco vezes o projeto de leicinco vezes o projeto de lei
de incentivos fiscais para ade incentivos fiscais para ade incentivos fiscais para ade incentivos fiscais para ade incentivos fiscais para a
cultura afrodescendente nocultura afrodescendente nocultura afrodescendente nocultura afrodescendente nocultura afrodescendente no
Brasil, além de atuarBrasil, além de atuarBrasil, além de atuarBrasil, além de atuarBrasil, além de atuar
incessantemente na defesaincessantemente na defesaincessantemente na defesaincessantemente na defesaincessantemente na defesa
dos direitos humanos.dos direitos humanos.dos direitos humanos.dos direitos humanos.dos direitos humanos.
TTTTTenho orgulho de dizer queenho orgulho de dizer queenho orgulho de dizer queenho orgulho de dizer queenho orgulho de dizer que
trabalhei ativamente contratrabalhei ativamente contratrabalhei ativamente contratrabalhei ativamente contratrabalhei ativamente contra
a discriminação racial coma discriminação racial coma discriminação racial coma discriminação racial coma discriminação racial com
a criação da Fundaçãoa criação da Fundaçãoa criação da Fundaçãoa criação da Fundaçãoa criação da Fundação
PPPPPalmares e com a autoriaalmares e com a autoriaalmares e com a autoriaalmares e com a autoriaalmares e com a autoria
do primeiro projeto dedo primeiro projeto dedo primeiro projeto dedo primeiro projeto dedo primeiro projeto de
cotas para negros nascotas para negros nascotas para negros nascotas para negros nascotas para negros nas
universidades no Brasil".universidades no Brasil".universidades no Brasil".universidades no Brasil".universidades no Brasil".
48  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2018
50  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  24 de Abril de 2011
"GRAGRAGRAGRAGRATIDÃO ATIDÃO ATIDÃO ATIDÃO ATIDÃO AO POO POO POO POO POVVVVVOOOOO
DO AMAPÁ,DO AMAPÁ,DO AMAPÁ,DO AMAPÁ,DO AMAPÁ, QUE ME DEU TRÊS
MANDATOS DE SENADOR. GENTE
BOA, GENEROSA, HUMANA,
TRABALHADORA, QUE VAI CUMPRIR O
DESTINO DE CONSTRUIR - NÃO
TENHO DÚVIDA DISTO".
24 de Abril de 2018  REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES  49
O senador José Sarney foi eleito senador pelo
Amapá pela primeira vez com 236.618 votos e apre-
sentou emendas ao Orçamento Geral da União
desde o ano de 1991, à exceção do ano de 1998, quan-
do o primeiro suplente, senador Paulo Guerra, as-
sumiu o mandato por um curto período.
Ao longo de seus três mandatos (o terceiro ter-
minou em 2014), José Sarney apresentou um total
de 289 emendas individuais ao Orçamento Geral
da União beneficiando o Amapá.
Foi de R$ 600 milhões o valor total das emen-
das apresentadas no período. Nesses valores estão
consideradas as emendas coletivas (bancada e co-
missão), patrocinadas por José Sarney.
Desse total, cerca de R$ 221 milhões foram em-
penhados e é até aí que vai a ação legislativa. A
partir de tal etapa, o valor efetivamente pago de-
pende, sobretudo, da apresentação de projetos
compatíveis por parte das prefeituras e, em outras
vezes, da contrapartida de recursos municipais ou
estaduais.
De emendas de outros parlamentares e frentes
que contaram com a articulação política de Sarney
para chegar ao estado, contabilizam-se mais R$ 600
milhões. Somando assim R$ 1 bilhão e duzentos
de recursos já destinados aos amapaenses.
289 emendas
para o Amapá
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Conquistas
 Area de Livre Comér-
cio de Macapá e Santana -
Lei nº 8.387, de 30 de de-
zembro de 1991.
 Ampliação do Linhão
de Transmissão - Tartaru-
galzinho/município de
Amapá/Calçoene.
 Área Escola Técnica
Federal - obtenção da lei de
criação (Lei 11.534/ 2007).
 Universidade Federal
do Amapá - criação através
da Lei nº 7.530 /86 e Decre-
to nº 98.997/90.
 Construção do Hos-
pital Sarah Kubitschek - re-
ferência em aparelho loco-
motor - inaugurado em
2005.
 Criação do novo aero-
porto (internacional) de
Macapá.
 Municipalização do
Porto de Santana em 2002.
 Pátio de containers no
Porto de Santana e equipa-
mentos para o carregamen-
to (Suframa).
 Urbanização da Orla
de Macapá (Suframa).
 Revitalização e asfalta-
mento de vários trechos da
BR 156 - em andamento.
 Construção da Ponte
Binacional Oiapoque (AP)
- Saint George (Guiana
Francesa) - Obra concluída.
 Ponte de Laranjal do
Jarí (AP) a Monte Dourado
(PA) - recursos assegurados.
 Construção de Ponte
sobre o Rio Vila Nova - Obra
concluída.
 Construção do Museu
do Tumucumaque - recur-
sos assegurados
 Duplicação da Rodovia
Duca Serra - Macapá e San-
tana - obra em andamento.
 Transferência das ter-
ras da União para o Estado
do Amapá - Lei 11.949/ 17 de
junho de 2009.
 Zona Franca Verde - Lei
11.898, de 9 de janeiro de
2009.
 UHE Ferreira Gomes
- geração: 252 MWh - licen-
ça ambiental aprovada - mais
de R$ 1 bilhão em investi-
mentos.
 UHE Santo Antônio
do Jari - potência: 300 MW
- Obra executada.
 Luz para todos - in-
vestimento de R$ 163 mi-
lhões.
 Luta pelo reconheci-
mento do Forte de São José
de Macapá como patrimô-
nio da Humanidade - Reco-
nhecido pela Unesco.
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Articulação
 Como senador pelo
Amapá, Sarney buscou re-
cursos para a revitalização e o
asfaltamento de vários tre-
chos BR 156, que tem 900
km, chegou a Calçoene e ao
trecho na região sul do Ama-
pá, rumo a Laranjal do Jari.
Outra iniciativa é a constru-
ção da Ponte Binacional Oi-
apoque (AP) - Saint George
na Guiana Francesa, Inau-
gurada em 2011 e aberta ao
tráfego em 2017.
 Só para o Fundo Na-
cional de Saúde, para desen-
volvimento da assistência
médica qualificada e gratui-
ta a todos os níveis da popu-
lação - e também para o de-
senvolvimento de atividades
educacionais e de pesquisa
no campo -, Sarney reservou
R$ 230.333.333, para a es-
truturação da Rede de Ser-
viços de Atenção Básica de
Saúde, em Calçoene, através
do Fundo Nacional de Saú-
de, foram R$1.000.000.
Para a reestruturação da Rede
de Serviços de Atenção Bá-
sica de Saúde, em Cutias,
foram R$1.300.000 em
emendas do senador, tam-
bém, para o Fundo Nacio-
nal de Saúde.
 Para instalação e moder-
nização de bibliotecas públi-
cas em Macapá, o senador
Sarney ofereceu emenda ao
Fundo Nacional de Cultura,
no valor de R$ 1.000.000.

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