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Uma publicação:Uma publicação:Uma publicação:Uma publicação:Uma publicação: Jornal A GazetaJornal A GazetaJornal A GazetaJornal A GazetaJornal A Gazeta PresidentePresidentePresidentePresidentePresidente Sillas Assis Jr. EditoresEditoresEditoresEditoresEditores Marcelle Nunes, Olimpio Gua- rany e Charles Borges ColaboraçãoColaboraçãoColaboraçãoColaboraçãoColaboração Neiva Nunes Editor capaEditor capaEditor capaEditor capaEditor capa Ronaldo da Gama Assinatura e CirculaçãoAssinatura e CirculaçãoAssinatura e CirculaçãoAssinatura e CirculaçãoAssinatura e Circulação Raimundo Hélio Programação visual e DiagramaçãoProgramação visual e DiagramaçãoProgramação visual e DiagramaçãoProgramação visual e DiagramaçãoProgramação visual e Diagramação Márcio Bezerra Créditos fotográficosCréditos fotográficosCréditos fotográficosCréditos fotográficosCréditos fotográficos Arquivo Pessoal/Orlando Brito/Geraldo Mage- la/Agência Senado/Folha Press/ Rubens Bar- bosa/ Jornal A Gazeta/ Mr. Fonseca/ Agência O Globo/ Google Imagens/Elton Tavares/Már- cio Couto/Heraldo Amoras/Divulgação 2 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 03 UM CORAÇÃO03 UM CORAÇÃO03 UM CORAÇÃO03 UM CORAÇÃO03 UM CORAÇÃO, T, T, T, T, TANTANTANTANTANTOS AMORESOS AMORESOS AMORESOS AMORESOS AMORES............... 000004 AS P4 AS P4 AS P4 AS P4 AS PALAALAALAALAALAVRAS NUNCA LHE FVRAS NUNCA LHE FVRAS NUNCA LHE FVRAS NUNCA LHE FVRAS NUNCA LHE FALALALALALTTTTTAMAMAMAMAM 000005 O CORAÇÃO DO ESCRIT5 O CORAÇÃO DO ESCRIT5 O CORAÇÃO DO ESCRIT5 O CORAÇÃO DO ESCRIT5 O CORAÇÃO DO ESCRITOROROROROR 000009 SARNEY COM MANUEL BANDEIRA9 SARNEY COM MANUEL BANDEIRA9 SARNEY COM MANUEL BANDEIRA9 SARNEY COM MANUEL BANDEIRA9 SARNEY COM MANUEL BANDEIRA E ODE ODE ODE ODE ODYLYLYLYLYLO COSTO COSTO COSTO COSTO COSTAAAAA 11 POLÍTICA COMO MISSÃO11 POLÍTICA COMO MISSÃO11 POLÍTICA COMO MISSÃO11 POLÍTICA COMO MISSÃO11 POLÍTICA COMO MISSÃO 12 NA RAMP12 NA RAMP12 NA RAMP12 NA RAMP12 NA RAMPAAAAA 13 BEM VINDA, DEMOCRACIA!13 BEM VINDA, DEMOCRACIA!13 BEM VINDA, DEMOCRACIA!13 BEM VINDA, DEMOCRACIA!13 BEM VINDA, DEMOCRACIA! 16 O CASO DO TELEFONE VERMELHO16 O CASO DO TELEFONE VERMELHO16 O CASO DO TELEFONE VERMELHO16 O CASO DO TELEFONE VERMELHO16 O CASO DO TELEFONE VERMELHO 17 O HOMEM DO NOSSO TEMPO17 O HOMEM DO NOSSO TEMPO17 O HOMEM DO NOSSO TEMPO17 O HOMEM DO NOSSO TEMPO17 O HOMEM DO NOSSO TEMPO 24 OS SARNEY24 OS SARNEY24 OS SARNEY24 OS SARNEY24 OS SARNEY 25 KYOLA25 KYOLA25 KYOLA25 KYOLA25 KYOLA 26 LAÇOS DE VIDA26 LAÇOS DE VIDA26 LAÇOS DE VIDA26 LAÇOS DE VIDA26 LAÇOS DE VIDA 30 JOSÉ SARNEY NA TERRA DE SÃO JOSÉ30 JOSÉ SARNEY NA TERRA DE SÃO JOSÉ30 JOSÉ SARNEY NA TERRA DE SÃO JOSÉ30 JOSÉ SARNEY NA TERRA DE SÃO JOSÉ30 JOSÉ SARNEY NA TERRA DE SÃO JOSÉ 31 OS CAMINHOS DA LUZ31 OS CAMINHOS DA LUZ31 OS CAMINHOS DA LUZ31 OS CAMINHOS DA LUZ31 OS CAMINHOS DA LUZ 33 VAMOS F33 VAMOS F33 VAMOS F33 VAMOS F33 VAMOS FALAR DALAR DALAR DALAR DALAR DA ZONA FRANCAA ZONA FRANCAA ZONA FRANCAA ZONA FRANCAA ZONA FRANCA 39 A REVOLUÇÃO NO SENADO39 A REVOLUÇÃO NO SENADO39 A REVOLUÇÃO NO SENADO39 A REVOLUÇÃO NO SENADO39 A REVOLUÇÃO NO SENADO 42 REDE SARAH NO AMAPÁ42 REDE SARAH NO AMAPÁ42 REDE SARAH NO AMAPÁ42 REDE SARAH NO AMAPÁ42 REDE SARAH NO AMAPÁ 43 A CASA É INVIOLÁVEL43 A CASA É INVIOLÁVEL43 A CASA É INVIOLÁVEL43 A CASA É INVIOLÁVEL43 A CASA É INVIOLÁVEL 45 CUL45 CUL45 CUL45 CUL45 CULTURA SEMPRE É PRIORIDTURA SEMPRE É PRIORIDTURA SEMPRE É PRIORIDTURA SEMPRE É PRIORIDTURA SEMPRE É PRIORIDADEADEADEADEADE 48 CO48 CO48 CO48 CO48 COTTTTTASASASASAS: INCL: INCL: INCL: INCL: INCLUSÃO E RESPEITUSÃO E RESPEITUSÃO E RESPEITUSÃO E RESPEITUSÃO E RESPEITOOOOO 50 289 EMEND50 289 EMEND50 289 EMEND50 289 EMEND50 289 EMENDAS PAS PAS PAS PAS PARA O AMAPÁARA O AMAPÁARA O AMAPÁARA O AMAPÁARA O AMAPÁ 51 CONQUIST51 CONQUIST51 CONQUIST51 CONQUIST51 CONQUISTASASASASAS 56 POLÍTICA ESTUDANTIL56 POLÍTICA ESTUDANTIL56 POLÍTICA ESTUDANTIL56 POLÍTICA ESTUDANTIL56 POLÍTICA ESTUDANTIL 57 ÀS MULHERES!57 ÀS MULHERES!57 ÀS MULHERES!57 ÀS MULHERES!57 ÀS MULHERES! 58 NÃO ADEUS58 NÃO ADEUS58 NÃO ADEUS58 NÃO ADEUS58 NÃO ADEUS, MAS UM A, MAS UM A, MAS UM A, MAS UM A, MAS UM ATÉ LTÉ LTÉ LTÉ LTÉ LOGO!OGO!OGO!OGO!OGO! 61 UMA VIDA DEDICADA À NAÇÃO61 UMA VIDA DEDICADA À NAÇÃO61 UMA VIDA DEDICADA À NAÇÃO61 UMA VIDA DEDICADA À NAÇÃO61 UMA VIDA DEDICADA À NAÇÃO Desde os anos de Liceu, onde muito novo sentiu o quanto é inexorável a ausência de democracia, foi quando lhe arrancaram o cálamo da destra - para que não imprimisse o pensamento da livre imprensa nas rotativas - soube então que tinha o dever e a obrigação de por amor defender com unhas e dentes a expressão cunhada por Comte que se aninha no cerne de pendão da República. No amor; sempre nele, encontrou pouso para cumprir esta missão. Na cuna, quis o destino que encarnasse no que já foi a França Equinocial, e, por lá conheceu seu primeiro e grande amor, Kyola, que o banhou na pia santa e deu-lhe ao cura para consagrar-lhe em nome. E sempre no amor, como em algum soneto do Bardo, arrebatado foi pelo semblante mais belo que a Macieira produziu e a ela se uniu em bodas e de seu formoso e fecundo ventre, honraram as palavras do Senhor para crescer, multiplicar e encher a terra. Na política encontrou-se com seu destino, seguindo a corrente de Clístenes, pavimentou caminho a laborar pela restauração da democracia há muito tirada de nós por mãos que só a queriam assim como 'a rosa da fera', só para seu deleite privado. Mas, enfim sub lege progrediamur! Quis o destino, que pelo rumo de uma fatalidade ele fosse convocado a se embrenhar mais ainda no meão da nação, para no guidão ajudar a conduzir seus rumos. Daí então por dever de ofício e paixão pela sua pátria, passou a labutar em seu peito um coração a bombear rios, que fluem do alto da Contamana a desaguar no Seixas e do Caburaí a singrar os campos até se misturar em espumas no mar das barras do Chuí. Mais tarde e mais maduro, nas terras do um dia Contestado, eis que também por amor ane- lou-se por lá, onde deixou uma parte de si impressa em "olhos verdes, cabelos lisos que escorriam nos ombros, a pele cafuza, peitos firmes, de cones finos, que pareciam casta- nheiras eretas, linheiras, que não dobra- vam na ventania.". E assim, por lá ficou até o coração clamar seu retorno para terra que lhe engendrou. Maranhense, amapaense, seja qual for o gentílico. Após 88 anos, ele já não sente mais que pertence a uma única coordenada geográfica, mas sim a todas elas. Numa mís- tica transmutação, que só os sentidos resu- mem, hoje poderíamos intitulá-lo, tal como a Abraão, artífice de uma grande nação. Mas, que pela simplicidade de seu caráter, basta- lhe resgatar o nome que ecoou no batistério e chama-lo apenas José! Nesse dia 24 de Abril, celebramos seu aniversário com respeito pela sua tra- getória e com gratidão pelo futuro que traba- lhou para construir. EDITORIAL Um coração, tantos amores... 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 3 4 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 O ano de 2018 já começou marcado pela expectativa de uma novaobra de José Sarney. O livro "Ga- lope à beira-mar: casos e acasos da política e outras histórias" traduz 60 anos dedica- dos à política do Brasil e as lutas pelo Amapá, a terra que o senador nascido no Maranhão escolheu como sua terra de missão. Muito influente nos bastidores políticos, este é o 120° livro de Sar- ney, sempre zeloso de sua trajetória literária, cultivada há tanto tempo quanto a sua carreira política. O lançamento do livro aconte- ceu em Brasília - sede do poder político brasileiro e no Rio de Ja-neiro. O decano da Academia Brasileira de Letras deixou claro que, dessa vez, preferiu se ater a detalhes, às graças e "às voltas que a política dá" -como deu quando Fernando Collor ouviu de Ulysses Guimarães um so- noro não ao pedir para ser seu vice na chapa presidencial de 1989. Perdeu Ulysses, ganhou Collor. Sarney não deixa de contar, claro, sobre sua vida, relatos de fa- mília, da infância no interior do Ma- ranhão e da juventude em São Luís. Cenas da política em Brasília, no Vati- cano, em Cuba e por onde lhe coube pas- sar. A marca da obra, no entanto, é seu viés anedótico. As palavras nunca lhe faltam 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 5 "A POLÍTICA MARCA O QUE EU PENSO, MAS A LITERATURA É UMA VOCAÇÃO. DESDE MENINO, EU TENHO GOSTO PELAS PALAVRAS. O GOSTO DAS PALAVRAS LEVA AO AMOR PELA LITERATURA. EU PENSEI QUE EU FOSSE SER ESCRITOR. DE REPENTE, A POLÍTICA ME LEVOU. MAS EU NÃO DEIXEI PASSAR NENHUM CONVITE QUE A LITERATURA ME FEZ. ALÉM DISSO, LUTEI POR ELA, AO CONTRÁRIO DO QUE OCORREU NA POLÍTICA, QUE FOI UM PASSO NATURAL" - JOSÉ SARNEY do escritor O coração O coração do escritor Segundo o senador, todos que escrevem têm preferência por alguma obra. Ele tem a dele. É o livro de contos Norte das Águas, de 1969. José Sarney entrou para a Academia Brasileira de Letras em 1980, para ocupar a vaga deixada por José Américo de Almeida, escritor paraibano de família influente na política. Aos 84 anos, quando Sarney finalmente decidiu se aposentar da política como detentor de mandatos, deixou claro que chegara a hora de dedicar-se a sua carreira de escritor. COMO UM JOVEM QUE SE APAIXONA IRREVERSIVELMENTE PELA SUA AMADA, ASSIM, HÁ MUITOS ANOS, SARNEY SE APAIXONOU PELA LITERATURA E ATRAVÉS DESSE AMOR, O BRASIL PÔDE SE ENCANTAR COM AS PÉROLAS ESCRITAS AO LONGO DESSE ENLACE. 6 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 TRADUÇÕES As obras literárias de José Sarney já foram traduzidas para 13 idiomas diferentes: o romeno, o chinês, o húngaro, o russo, o árabe, o inglês, o francês, o espanhol, o grego, o alemão, o italiano, o búlgaro e o coreano. Os textos também já foram publicados em 16 países estrangeiros. ROMANCES Os romances O Dono do Mar e Sa- raminda, de José Sarney, foram tradu- zidos para o espanhol e editados pela editora Fondo de Cultura Econômica, do México. As duas obras estiveram na lista de best sellers daquele país duran- te várias semanas. ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS Sarney foi eleito em 17 de julho de 1980 para suceder ao escritor José Américo de Almeida na Academia Brasileira de Letras, onde ocupa a Cadeira 38, que tem como patrono o poeta Tobias Barreto. É o deca- no (o membro eleito há mais tempo) da agremiação. O início José Sarney estreou muito moço como poeta e ensaísta, muito influenciado pela descoberta da poesia moderna portugue- sa. Em 1953, publicou ‘Ensaio sobre a Pesca de Curral’, e no ano seguinte ‘A Canção Inicial’. Este livro afirmava sua liderança no círculo intelectual, forma- do de escritores e artistas, que se reuni- am na Movelaria Guanabara, em São Luís. Com a intensa atividade política dos anos seguintes, só voltaria a publi- car literatura depois de um longo inter- valo, justamente, no entanto, quando vi- via a efervescência do Governo do Mara- nhão. Tratava-se de um livro de contos, Norte das Águas (1969), escrito com uma linguagem de grande riqueza voca- bular e domínio formal, saudado em todo o Brasil como uma nova vertente literá- ria. Depois de novo intervalo, em 1978, voltou à poesia, com Os Maribondos de Fogo. Novo interregno, até publicar, em 1995, O Dono do Mar, romance em que renovaria as experiências formais de Norte das Águas, num contexto de tem- po múltiplo e forte erotismo. Em 2000 um novo romance, Saraminda, o confir- maria como mestre do gênero, com uma escrita despojada e poética, e transferin- do seu cenário para a região da fronteira do Amapá com a Guiana Francesa. Um terceiro romance, A Duquesa Vale uma Missa, de 2007, novamente muda o ce- nário, para o eixo Rio - São Paulo. 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 7 8 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 Principais obras A pesca do curral (ensaio), 1953. A canção inicial (poesia), 1954. Norte das águas (contos), 1969. Marimbondos de fogo (poesia), 1978. O parlamento necessário (discursos, 2 volumes), 1982. Falas de bem-querer (discursos), 1983. Dez contos escolhidos, 1985. Brejal dos Guajas e outras histórias, 1985. A palavra do presidente (discursos, 6 volumes), 1985-1990. Sexta-feira, Folha (crônica), 1994. O dono do mar (romance), 1995. Mercosul, o perigo está chegando (geopolitica), 1997. Amapá, a Terra onde o Brasil começa (história), 1998. A onda liberal na hora da verdade (crônica), 1999. Saraminda (romance), 2000. Saudades mortas (poesia), 2002. Canto de página (crônica), 2002. Crônicas do Brasil contemporâneo, 2004, 2 volumes Tempo de pacotilha, 2004 20 anos de democracia (discursos, 2 volumes), 2005. 20 anos do Plano Cruzado (discur- sos), 2006. Semana sim, outra também (crôni- ca), 2006. A duquesa vale uma missa (ro- mance), 2007. Maranhão - sonhos e realida- des (romance), 2010. Política, Governo e Povo, 2014. Galope à beira-mar: casos e acasos da política e outras históri- as, 2018. O coração do escritor O jornalista e escritor mara- nhense Odylo Costa, filho dividia a mesa com o jovem ensaísta e políti- co José Sarney, então com menos de 30 anos, e com personalidades con- sagradas. Também estavam presen- tes o poeta pernambucano Manuel Bandeira, a jurista sergipana Maria Rita Soares de Andrade, o monse- nhor Joaquim Nabuco, sacerdote da Igreja Católica - que herdou o nome do pai, o herói da Abolição, Joaquim Nabuco. Colega de Sarney na Academia Maranhense de Letras, Odylo compartilhava com o amigo pro- fundo sentimento de ligação com o Maranhão e a paixão pelas le- tras. Os dois seriam também, mais tarde, membros da Academia Bra- sileira de Letras. A casa de Odylo em Santa Teresa era um dos prin- cipais pontos de encontro de in- telectuais e políticos no Rio de Ja- neiro, e ali Sarney iniciou amiza- des fundamentais em sua vida. 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 9 Sarney com Manuel Bandeira e Odylo Costa ERA APENAS UM ALMOÇO. MAS O ENCONTRO - QUE SE REPETIA FREQUENTEMENTE -, NO FINAL DA DÉCADA DE 50, REUNIA PERSONALIDADES IMPORTANTES. AlmoçoAlmoçoAlmoçoAlmoçoAlmoço histórico - àhistórico - àhistórico - àhistórico - àhistórico - à mesa, Josémesa, Josémesa, Josémesa, Josémesa, José SarneySarneySarneySarneySarney,,,,, MonsenhorMonsenhorMonsenhorMonsenhorMonsenhor Nabuco, ManuelNabuco, ManuelNabuco, ManuelNabuco, ManuelNabuco, Manuel Bandeira, OdyloBandeira, OdyloBandeira, OdyloBandeira, OdyloBandeira, Odylo Costa, filho eCosta, filho eCosta, filho eCosta, filho eCosta, filho e Maria RitaMaria RitaMaria RitaMaria RitaMaria Rita Soares deSoares deSoares deSoares deSoares de AndradeAndradeAndradeAndradeAndrade "ACHEI"ACHEI"ACHEI"ACHEI"ACHEI QUE AQUE AQUE AQUE AQUE A LITERALITERALITERALITERALITERATURATURATURATURATURA FOSSE OFOSSE OFOSSE OFOSSE OFOSSE O MEUMEUMEUMEUMEU DESTINODESTINODESTINODESTINODESTINO."."."."." 10 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 A saúde de Tancredo frustra o Brasil. Sar- ney cumpre serenamente o seu papel de subs- tituto eventual e provisório. Faz questão de ler o discurso que Tancredo havia preparado para a primeira reunião ministerial. Os pri- meiros momentos da Nova República são ter- ríveis. Com a morte de Tancredo, em 21 de abril de 1985, o Congresso Nacional declara vaga a Presidência da República e José Sarney é efetivado no cargo de presidente no no mes- mo dia di falecimento do presidente eleito e do mártir Tiradentes. Política como missão O ANO É 1985, O SENTIMENTO É DE EXPECTATIVA. DEPOIS DE 21 ANOS DE DITADURA, O PAÍS VOLTA A SER GOVERNADO POR UM PRESIDENTE CIVIL. 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 11 Na rampa A data da posse era 15 de março. Três dias antes Tancredo Neves começou a ter febre. O diagnóstico apresentado ao pú- blico foi de diverticulite aguda. No dia 14 de março, uma missa reu- niu no Santuário Dom Bosco o presiden- te e o vice-presidente eleitos e alguns políticos mais próximos. À noite o qua- dro se agravou. O presidente teve um abdômen agudo (dor súbita de intensi- dade variável no abdome) e foi submeti- do a uma cirurgia. Nas salas de Brasília, onde se vivia a expectativa do dia seguin- te, começou a circular a notícia. No Hos- pital de Base de Brasília, um pequeno grupo discutia o que fazer. Havia duas correntes: uns desejavam a posse do presidente da Câmara dos De- putados, o presidente do PMDB, Ulys- ses Guimarães; outros sustentavam que a regra constitucional estabelecia a posse 12 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 ENCARO A VIDA COMOENCARO A VIDA COMOENCARO A VIDA COMOENCARO A VIDA COMOENCARO A VIDA COMO UMA GRAÇA DE DEUS EUMA GRAÇA DE DEUS EUMA GRAÇA DE DEUS EUMA GRAÇA DE DEUS EUMA GRAÇA DE DEUS E TTTTTODO DIA TENHOODO DIA TENHOODO DIA TENHOODO DIA TENHOODO DIA TENHO GRAGRAGRAGRAGRATIDÃO POR ELATIDÃO POR ELATIDÃO POR ELATIDÃO POR ELATIDÃO POR ELA..... DEDIQUEI TDEDIQUEI TDEDIQUEI TDEDIQUEI TDEDIQUEI TODODODODODA ELA AA ELA AA ELA AA ELA AA ELA A SERVIÇO DO MEU PSERVIÇO DO MEU PSERVIÇO DO MEU PSERVIÇO DO MEU PSERVIÇO DO MEU PAÍSAÍSAÍSAÍSAÍS,,,,, PUDE AJUDÁ-LPUDE AJUDÁ-LPUDE AJUDÁ-LPUDE AJUDÁ-LPUDE AJUDÁ-LOOOOO INCORPORANDOINCORPORANDOINCORPORANDOINCORPORANDOINCORPORANDO-ME À-ME À-ME À-ME À-ME À SUSUSUSUSUA HISTÓRIAA HISTÓRIAA HISTÓRIAA HISTÓRIAA HISTÓRIA. ". ". ". ". " José Sarney sobe a rampaJosé Sarney sobe a rampaJosé Sarney sobe a rampaJosé Sarney sobe a rampaJosé Sarney sobe a rampa do Pdo Pdo Pdo Pdo Palácio do Planalto. Falácio do Planalto. Falácio do Planalto. Falácio do Planalto. Falácio do Planalto. Fotootootootooto Orlando Brito.tifOrlando Brito.tifOrlando Brito.tifOrlando Brito.tifOrlando Brito.tif do vice-presidente eleito, José Sarney. Foi a opinião, respei- tada, de Afonso Arinos. As duas cerimônias, a pos- se no Congresso Nacional e a investidura no Palácio do Pla- nalto, realizaram-se sob ten- são e expectativa. O general Figueiredo, repetindo o gesto de Newton Bello na transmis- são da chefia de governo do Maranhão, e sinalizando, para a história, a constatação, por parte dos vencidos, da ruptu- ra com uma situação política até então vigente, não passou o cargo e a faixa presidencial a José Sarney. 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 13 Bem vinda, democracia! AO TOMAR POSSE, SARNEY FEZ QUESTÃO DE LER O DISCURSO DE POSSE QUE TANCREDO HAVIA PREPARADO, NOMEOU OS MINISTROS QUE TANCREDO HAVIA ESCOLHIDO E ASSINOU OS PRIMEIROS ATOS DE GOVERNO QUE TANCREDO HAVIA PROGRAMADO. 14 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 Os primeiros momentosda Nova República foram terríveis. Fora a tragédia de Tancredo Neves, duas tarefas acumulavam uma carga de dificuldades raras vezes conjuga- da: de um lado, era preciso instau- rar confiança no comando da tran- sição para a democracia plena, cum- prir os compromissos explícitos e implícitos assumidos por Tancre- do e pela Aliança Democrática; por outro, era preciso administrar o país, em péssima situação econô- mica, financeira, social. Já no dia 28 de março, Sarney enviou mensagem ao Congresso Nacional acabando, na prática, com a figura dos "municípios de segu- rança nacional", os das capitais e outros, que não elegiam seus pre- feitos. Instaurou, também, a plena convivência democrática, gesto for- malmente demonstrado com a recepção no Palácio do Planalto, dos líderes comunistas, começando por Roberto Freire, do PCB, e Haroldo Lima, do PC do B. À imprensa é assegurada, pela primeira vez na história do Brasil, absoluta liberdade, inclusive econômica. Acaba a censura. A liberdade de opinião torna-se um fato. Sarney conseguiu fazer no Brasil a mais bem sucedida das transições democráticas. Presidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney com o arquiteto Oscar Niemeyero arquiteto Oscar Niemeyero arquiteto Oscar Niemeyero arquiteto Oscar Niemeyero arquiteto Oscar Niemeyer..... FFFFFoto Getúlio Gurgeloto Getúlio Gurgeloto Getúlio Gurgeloto Getúlio Gurgeloto Getúlio Gurgel Presidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney comPresidente José Sarney com Ulysses Guimarães. FUlysses Guimarães. FUlysses Guimarães. FUlysses Guimarães. FUlysses Guimarães. Fotootootootooto Orlando BritoOrlando BritoOrlando BritoOrlando BritoOrlando Brito O presidente e seus três ministros militares,O presidente e seus três ministros militares,O presidente e seus três ministros militares,O presidente e seus três ministros militares,O presidente e seus três ministros militares, Moreira Lima, Leônidas Pires Gonçalves eMoreira Lima, Leônidas Pires Gonçalves eMoreira Lima, Leônidas Pires Gonçalves eMoreira Lima, Leônidas Pires Gonçalves eMoreira Lima, Leônidas Pires Gonçalves e Henrique Sabóia. FHenrique Sabóia. FHenrique Sabóia. FHenrique Sabóia. FHenrique Sabóia. Foto Arquivo pessoaloto Arquivo pessoaloto Arquivo pessoaloto Arquivo pessoaloto Arquivo pessoal Nas viagens pelo interiorNas viagens pelo interiorNas viagens pelo interiorNas viagens pelo interiorNas viagens pelo interior, o presidente recebe, o presidente recebe, o presidente recebe, o presidente recebe, o presidente recebe apoio de populares. Fapoio de populares. Fapoio de populares. Fapoio de populares. Fapoio de populares. Foto Orlando Britooto Orlando Britooto Orlando Britooto Orlando Britooto Orlando Brito 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 15 16 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 17 Presidente Sarney O homem além do nosso tempo SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS A Universalização do Direito à Saúde é uma das conquistas do governo Sarney. Até então, apenas os trabalhadores que contribuíam para a Previdência Social tinham direito a atendimento na rede de saúde através do extinto INPS. Quem não contribuía com a Previdência era atendido em hospitais filantrópicos ou Santas Casas. O SUS veio para universalizar a aten- ção à saúde do brasileiro. CASA PRÓPRIA Nenhum trabalhador brasileiro pode ter sua casa própria penhorada por dívida. Poucos dias antes de deixar a presidência da República,José Sarney editou uma medida provisória, que im- pediu a penhora, por dívida civil, comercial, fis- cal, previdenciária ou de outra natureza, do imó- vel familiar. 18 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 SEGURO DESEMPREGO Sarney criou o Seguro Desemprego em 1986. Ins- pirado no modelo europeu, o benefício garante uma renda mínima temporária para que o trabalhador de- sempregado possa manter-se enquanto procura um novo emprego. Quase cem milhões de trabalhadores já utilizaram esse benefício social. VALE TRANSPORTE O Vale Transporte foi criado pelo presidente Sar- ney em 16 de dezembro de 1985. O benefício social melhorou a vida de milhões de trabalhadores garan- tindo o direito básico do trabalhador se locomover até seu local de trabalho, sem que sua renda seja compro- metida. Hoje, mais de 40 milhões de pessoas são con- templadas pela lei. CUBA Durante a ditadura militar o governo brasileiro cor- tou relações diplomáticas com Cuba. Em 1986, com a redemocratização, José Sarney reatou o relaciona- mento diplomático com o país. Três anos depois, Sar- ney propôs o retorno de Cuba a Organização dos Es- tados Americanos (OEA). SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL O presidente Sarney promoveu o reordenamento do sistema financeiro brasileiro. Em 1987, Sarney criou a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que absor- veu as funções de execução orçamentária, até então a cargo de um departamento do Banco do Brasil. Na mesma época, promoveu-se a unificação dos orçamen- tos que passam a ser inteiramente submetidos à apro- vação do Congresso Nacional. O Legislativo também passou a ter poderes de decidir sobre a dívida pública. Foram extintos o orçamento monetário e todas as for- mas de arranjos paralelos. SIAFI A pedido de José Sarney, a Secretaria do Tesou- ro Nacional definiu e desenvolveu, em conjunto com o SERPRO, o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI). O sistema foi implantado em janeiro de 1987, para suprir o Governo Federal de um instrumento moderno e eficaz no controle e acompanhamento dos gastos públicos. Hoje é possível ter acesso a todas as despesas do poder público graças ao SI- AFI. LEI SARNEY DE INCENTIVO A CULTURA A primeira legislação fe- deral de incentivo fiscal à produção cultural foi cri- ada pelo presidente Sar- ney em 1986. A Lei Sar- ney de Incentivo a Cul- tura estabelecia uma 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 19 José Sarney foi o primeiro político a tratar o tema meio ambiente no Congresso Nacional. Em 1989, na presidência da República, Sarney criou o IBAMA, ór- gão que reuniu várias secretarias e extinguiu o Insti- tuto Brasileiro de Desenvolvemneto Florestal (IBDF), ficando responsável pela articulação, coordenação, exe- cução e controle da política ambiental brasileira. DESEMPREGO DO GOVERNO SARNEY A menor taxa de desemprego da historia brasileira foi registrada no governo Sarney. Foi em 1986, logo após o lançamento do Plano Cruzado, quando o avan- ço do consumo trouxe uma notícia inesperada na épo- ca. O nível de desemprego chegou a 2,16% durante o relação entre poder público e se- tor privado, onde o governo abria mão de parte dos impostos devi- dos para que empresas pudes- sem investir na cultura. Mais tarde, a lei Sarney foi substituída pela Lei Rouanet, sendo relatada no Congresso por José Sarney. IBAMA plano. Nunca mais na história, o país voltou a ter um índice tão baixo de desemprego. PARTIDOS POLÍTICOS 21 anos depois da ditadura, o presidente José Sar- ney tirou todas as organizações políticas da clandesti- nidade ao legalizar no Brasil todos os partidos políti- cos perseguidos durante o regime militar, inclusive o Partido Comunista. URSS Sarney foi o primeiro presidente brasileiro a visitar a antiga URSS. O encontro com o presidente soviéti- co Mikhail Gorbatchev e iniciou o processo de aber- tura política com a Perestroika. Na política externa, 20 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 Sarney pautou-se de uma forma inovadora, cruzando fronteiras e abrindo parcerias e buscando novos mer- cados para o Brasil. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS CONTRA AIDS Em 1996, o Congresso aprovou a lei de iniciativa do senador José Sarney, que garante o acesso de mi- lhares de brasileiros portadores do vírus HIV, aos me- dicamentos necessários ao combate e controle da do- ença. Graças a distribuição gratuita do coquetel anti- HIV, hoje o programa brasileiro é considerado mode- lo em todo o mundo. O FIM DA CENSURA A censura foi criada durante o regime militar. Era um instrumento de repressão e patrulha contra artis- tas, a imprensa, manifestações culturais, entre outros. A Censura, que era vinculada ao Ministério da Justi- ça, foi extinta pelo presidente Sarney durante a tran- sição democrática. Com a promulgação da Constitu- inte Cidadã foi assegurada a livre manifestação do pen- samento. COTAS José Sarney foi o primeiro parlamentar brasileiro a apresentar no Congresso uma política de cotas para negros no país. O projeto, apresentado em 1999, pre- via cotas raciais no acesso à cargos e empregos públi- cos, à educação superior e ao financiamento estudan- til. Aprovado pelo Senado em 2002, o texto (PLS 650/ 99) apresentado por Sarney foi enviado à Câmara dos Deputados, que acabou por arquivá-lo. MINISTÉRIO DA CULTURA A criação do Ministério da Cultura ocorreu no pri- meiro mês do governo Sarney, em março de 1985. A criação fazia parte do processo de valorização da cultu- ra brasileira, empreendido por Sarney. Antes, o Mi- nistério da Educação e da Cultura (MEC) reunia os Ao lado doAo lado doAo lado doAo lado doAo lado do ex-presidenteex-presidenteex-presidenteex-presidenteex-presidente FernandoFernandoFernandoFernandoFernando Henrique CardosoHenrique CardosoHenrique CardosoHenrique CardosoHenrique Cardoso dois setores considerados afins. ZONAS DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO - ZPES A ideia de implantar as Zonas de Processamento de Exportação (ZPES) chegou ao Brasil por iniciativa do presidente José Sarney. Em 1988, após uma visita a Chi- na, Sarney conheceu o modelo e resolveu implantá-lo no país. As ZPE's são distritos industriais, cujas empresas são beneficiadas com a suspensão de impostos para ex- portar uma parcela substancial de sua produção. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO DO SENADO A organização de todo o sistema de comunicação do Senado começou a ser construída no primeiro man- dato de José Sarney como presidente do Senado. Fo- ram criados o Jornal do Senado, a Rádio e a TV Senado, além do "Alô Senado" que atende o cidadão por meio de um Call Center ou pela internet. É mais informa- ção para deixar o Legislativo cada vez mais transpa- rente. PROCESSO LEGISLATIVO ELETRÔNICO O processo legislativo eletrônico foi implantado na gestão do presidente Sarney e facilitou a tramitação de todas as iniciativas legislativas dos senadores do país, além de desburocratizar os procedimentos, a medida trou- xe racionalização nos gastos com papel pela Casa. CÓDIGOS Sarney criou comissões de juristas para reformar os Códi- gos Civil, Penal, de Processo Civil e de Defesa do Consumi- dor. No caso do Código de Processo Civil, por exemplo, a matéria está na Câmara dos De- putados, aguardando votação. A iniciativa tem como objetivo dar ao Brasil uma legislação atualizada. PROGRAMA NACIONAL DO LEITE José Sarney criou no primeiro ano da Nova República, o Programa Nacional do Leite. O programa foi reconhecido internacionalmen- te e apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a iniciativamais im- portante do mundo, naquela época, na área de assistência governamental. No final do governo Sarney, em 1990, 8 milhões de litros de leite eram distribuídos diariamente às cri- anças carentes. PORTAL DA TRANSPARÊNCIA Durante o terceiro mandato como presi- dente do Senado, José Sarney tomou várias providências para modernizar o Senado. In- vestiu-se na transparência. No site do Sena- do foi criado o Portal da Transparência, que publica a relação de todos os servidores efeti- vos e comissionados da Casa. Contratos, li- citações, despesas, tudo passou a ser publi- cado na página do Senado. 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 21 22 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 "OS QUE DESEJAM SER PRESIDENTES NÃO SABEM O"OS QUE DESEJAM SER PRESIDENTES NÃO SABEM O"OS QUE DESEJAM SER PRESIDENTES NÃO SABEM O"OS QUE DESEJAM SER PRESIDENTES NÃO SABEM O"OS QUE DESEJAM SER PRESIDENTES NÃO SABEM O GOSTGOSTGOSTGOSTGOSTO DO DO DO DO DA PRESIDÊNCIAA PRESIDÊNCIAA PRESIDÊNCIAA PRESIDÊNCIAA PRESIDÊNCIA. EU JÁ FIZ ESSA PRO. EU JÁ FIZ ESSA PRO. EU JÁ FIZ ESSA PRO. EU JÁ FIZ ESSA PRO. EU JÁ FIZ ESSA PROVVVVVA EA EA EA EA E CONFESSO QUE NÃO É AGRADÁVEL. GOVERNEI O PAÍSCONFESSO QUE NÃO É AGRADÁVEL. GOVERNEI O PAÍSCONFESSO QUE NÃO É AGRADÁVEL. GOVERNEI O PAÍSCONFESSO QUE NÃO É AGRADÁVEL. GOVERNEI O PAÍSCONFESSO QUE NÃO É AGRADÁVEL. GOVERNEI O PAÍS EM TEMPOS DE TEMPESTEM TEMPOS DE TEMPESTEM TEMPOS DE TEMPESTEM TEMPOS DE TEMPESTEM TEMPOS DE TEMPESTADEADEADEADEADE. SOU UMA ESPÉCIE RARA. SOU UMA ESPÉCIE RARA. SOU UMA ESPÉCIE RARA. SOU UMA ESPÉCIE RARA. SOU UMA ESPÉCIE RARA,,,,, EM EXTINÇÃO - SOBREVIVENTE DE UM PERÍODO DEEM EXTINÇÃO - SOBREVIVENTE DE UM PERÍODO DEEM EXTINÇÃO - SOBREVIVENTE DE UM PERÍODO DEEM EXTINÇÃO - SOBREVIVENTE DE UM PERÍODO DEEM EXTINÇÃO - SOBREVIVENTE DE UM PERÍODO DE TRANSIÇÃO DO ATRANSIÇÃO DO ATRANSIÇÃO DO ATRANSIÇÃO DO ATRANSIÇÃO DO AUTUTUTUTUTORITORITORITORITORITARISMO PARISMO PARISMO PARISMO PARISMO PARA AARA AARA AARA AARA A DEMOCRADEMOCRADEMOCRADEMOCRADEMOCRACIACIACIACIACIA. E TRANSIÇÃO É A T. E TRANSIÇÃO É A T. E TRANSIÇÃO É A T. E TRANSIÇÃO É A T. E TRANSIÇÃO É A TAREFAREFAREFAREFAREFA MAIS DIFÍCILA MAIS DIFÍCILA MAIS DIFÍCILA MAIS DIFÍCILA MAIS DIFÍCIL DDDDDA POLÍTICAA POLÍTICAA POLÍTICAA POLÍTICAA POLÍTICA. ELA TEM SIDO O TÚMUL. ELA TEM SIDO O TÚMUL. ELA TEM SIDO O TÚMUL. ELA TEM SIDO O TÚMUL. ELA TEM SIDO O TÚMULO DE GRANDESO DE GRANDESO DE GRANDESO DE GRANDESO DE GRANDES ESTESTESTESTESTADISTADISTADISTADISTADISTASASASASAS: TRANSFORMA HERÓIS EM VILÕES: TRANSFORMA HERÓIS EM VILÕES: TRANSFORMA HERÓIS EM VILÕES: TRANSFORMA HERÓIS EM VILÕES: TRANSFORMA HERÓIS EM VILÕES, SANT, SANT, SANT, SANT, SANTOSOSOSOSOS EM DEMÔNIOS, MÁRTIRES EM INQUISIDORES,EM DEMÔNIOS, MÁRTIRES EM INQUISIDORES,EM DEMÔNIOS, MÁRTIRES EM INQUISIDORES,EM DEMÔNIOS, MÁRTIRES EM INQUISIDORES,EM DEMÔNIOS, MÁRTIRES EM INQUISIDORES, DEMOCRADEMOCRADEMOCRADEMOCRADEMOCRATTTTTAS EM DITAS EM DITAS EM DITAS EM DITAS EM DITADORES E REDUZ A CINZASADORES E REDUZ A CINZASADORES E REDUZ A CINZASADORES E REDUZ A CINZASADORES E REDUZ A CINZAS GRANDES LIDERANÇAS"GRANDES LIDERANÇAS"GRANDES LIDERANÇAS"GRANDES LIDERANÇAS"GRANDES LIDERANÇAS" JOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEY "Minha vó, Dona Rita, regozijou-se com o novo neto e anunciou: - Nasceu José Adriano! Era o nome de meu avô paterno. Mas meu pai decidiu o contrário: - Não, nasceu José Ribamar. Prometi a São José do Ribamar. Se o parto fosse normal, teria o nome do santo. E assim foi. " - Conta Sarney HISTÓRIA 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 23 A história do seu nomeainda teria mais umareviravolta, norteada, dessa vez, pela voz do povo de Pi- nheiro e das pequenas cidades por onde peregrinou na infância, que o batizaram novamente, se- guindo o costume do Nordeste, de associar-se o nome do filho ao do pai, só o chamavam de José "do Sarney". Os Sarney Fervoroso admirador do pai, o menino gostava de ser tratado assim. Por sua vez, orgulhoso do fi- lho, o pai o apoiou no propósito de mudar de nome. O apelido foi reconhecido em cartório, aos 18 anos, quando se tornou legalmente José Sarney nos pa- péis do Registro Civil. Numa demonstração de forte personalidade do menino, toda a descendência do patriarca Sarney de Araújo Costa, que teve 14 filhos, acompanhou- o. Graças ao primogênito José, o prenome do pai tornou-se sobrenome de todos. Nascia oficialmen- te a família Sarney. RAÍZES José Sarney nasceu no dia 24 de abril de 1930 às 7:30 da manhã na cidade de Pinheiro, interior do Maranhão. Filho de Sarney de Araújo Costa e Kyo- la França Ferreira. O pai era promotor público da comarca e tinha recém-chegado à cidadezinha. Pinheiro fica no centro de uma região coloniza- da por criadores de gado, parte da Baixada Mara- nhense, formada por campos alagados e se situa entre a capital, São Luís, e a fronteira do Pará. Além da pecuária extensiva, havia engenhos que produ- ziam açúcar mascavo, rapadura e mel. No Engenho Queimado, nasceu Sarney de Araújo Costa, pai de José Sarney. O lado materno é pernambucano. Dona Kyola nasceu em Correntes, Pernambuco, de mãe parai- bana, do Ingá do Bacamarte, e pai piauiense, serta- nejo de Valença, que aos seis meses de idade emi- grou para a Paraíba, o destemido Assuéro Leopol- dino Ferreira. O sertanejo Assuéro sobreviveu aos temidos can- gaceiros e deixou o sertão de Pernambuco nos anos 20. Emigrou em busca dos vales úmidos do Mara- nhão com três filhos e a menina Kyola. 24 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 HISTÓRIA Kyola " DESDE O PRINCÍPIO ATÉ O FIM, FOI MINHA MÃE QUEM MAIS MARCOU MINHA VIDA. EU SEMPRE TIVE UMA RELAÇÃO COM ELA QUE NUNCA TIVE COM NINGUÉM. ERA UMA RELAÇÃO DE SUBLIMAÇÃO, AMIZADE, AMOR, TUDO. UMA ADMIRAÇÃO. EU ATÉ HOJE NÃO ENTENDO O MUNDO SEM A MINHA MÃE. O carinho, o amor. Eu nunca vi minhamãe levantar a voz com ninguém. Nunca vi ela brigar com ninguém, nem re- clamar de nada. E, sobretudo, como ela era muito religiosa, tinha um gosto pela penitência. Uma vez ela disse: 'Olha, quando vocês nasceram, eu entreguei vocês a Nossa Senhora e pedi que ela fizesse por vocês tudo que pudesse fazer de bem. Mas outro dia eu falei com Jesus e pedi o seguinte: 'Jesus, se o senhor puder ajudar o José, ajude'' - José Sarney 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 25 26 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 Laços de vida EM 1946, AOS 16 ANOS, SARNEY CONHECE MARLY MACIEIRA, DOIS ANOS MAIS MOÇA. ELA É PRIMA DE UM AMIGO, MURILO FERREIRA. APROXIMAM-SE. NO ANO SEGUINTE, MARLY O CONVIDA PARA SUA FESTA DE QUINZE ANOS. "Recordo-a" - Sarney escreve - "com um ves- tido cor-de-rosa, de saia redonda e um enfeite de pequenas rosas na cabeça. Estava deslum- brante, era a moça mais bonita do Maranhão". Marly e José Sarney casaram-se no dia 12 de julho de 1952. Do casamento nasceram três fi- lhos: Roseana, Fernando e José Sarney Filho, o Zequinha. Roseana e Zequinha decidem seguir o pai e fazem a opção pela política. Fernando for- ma-se em Engenharia. "Eu sempre fui um pai muito afetivo com meus filhos. Eu sempre disse a eles que pai a gente não escolhe, já nascemos com um pai, mas amigos era coisa que na vida a gente tem que construir e é difícil. E queria que fossem meus filhos e meus amigos. Então eles se transforma- ramtodos em meus amigos. E temos uma rela- ção muito afetuosa, de muita intimidade, de muita liberdade". 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 27 28 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 "O AMAPÁ"O AMAPÁ"O AMAPÁ"O AMAPÁ"O AMAPÁ ME FEZ MUITME FEZ MUITME FEZ MUITME FEZ MUITME FEZ MUITOOOOO BEM E MEBEM E MEBEM E MEBEM E MEBEM E ME REJUVENESCEUREJUVENESCEUREJUVENESCEUREJUVENESCEUREJUVENESCEU,,,,, SENDO O MEUSENDO O MEUSENDO O MEUSENDO O MEUSENDO O MEU PRIMEIROPRIMEIROPRIMEIROPRIMEIROPRIMEIRO E ÚLE ÚLE ÚLE ÚLE ÚLTIMOTIMOTIMOTIMOTIMO AMORAMORAMORAMORAMOR""""" JOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEYJOSÉ SARNEY 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 29 30 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 Depois de deixar a presidência da República, José Sar- ney foi para a Ilha do Curupu, no Maranhão. O descanso foi interrompido em abril de 1990, quando Sarney voltou a São Luís para comemorar seu aniversário de 60 anos. Naquela época, o Maranhão era governado por Epitácio Cafeteira, que havia rompido politicamente com José Sarney.O primeiro entrave ao retorno estava dentro do próprio PMDB, que negou legenda a Sarney para concor- rer ao Senado pelo Maranhão. Sarney foi sondado a mudar de partido, recebeu con- vite do PFL, mas avaliava a possibilidade de se candidatar pelo Amapá. O ex-território fora elevado à condição de Estado pela Constituição de 1988, quando o presidente era José Sarney. A decisão de concorrer ainda não estava tomada, en- tão Sarney e a esposa Marly mudaram-se para Macapá. "Ao amanhecer do segundo dia de minha chegada ao Amapá, ao abrir a porta da casa alugada onde me hospe- dara, fui surpreendido por uma grande quantidade de mulheres com filhos nos braços, talvez mais de cem, que vinham conhecer e agradecer ao Presidente o Programa do Leite, que dera mais de oito milhões de litros por dia às nossas crianças, do nascimento aos cinco anos. A par- tir desse instante o Amapá conquistou meu coração". Quatro mesesQuatro mesesQuatro mesesQuatro mesesQuatro meses depois de deixardepois de deixardepois de deixardepois de deixardepois de deixar a presidência,a presidência,a presidência,a presidência,a presidência, Sarney voltava aSarney voltava aSarney voltava aSarney voltava aSarney voltava a concorrer a umconcorrer a umconcorrer a umconcorrer a umconcorrer a um cargo político.cargo político.cargo político.cargo político.cargo político. FFFFFoi eleitooi eleitooi eleitooi eleitooi eleito senador pelosenador pelosenador pelosenador pelosenador pelo Amapá comAmapá comAmapá comAmapá comAmapá com 236.618 votos236.618 votos236.618 votos236.618 votos236.618 votos e reeleito pore reeleito pore reeleito pore reeleito pore reeleito por mais duasmais duasmais duasmais duasmais duas vezes, emvezes, emvezes, emvezes, emvezes, em 1998 e 2006.1998 e 2006.1998 e 2006.1998 e 2006.1998 e 2006. José Sarney na terra de São José Os caminhos da luz SARNEY CONTA QUE NO INÍCIO DA DÉCADA DE 90, O AMAPÁ SOFREU GRAVE CRISE NO ABASTECIMENTO DE ENERGIA COM MUITAS HORAS DIÁRIAS DE RACIONAMENTO, ATINGINDO GRAVEMENTE A POPULAÇÃO E A ECONOMIA DO ESTADO. O FATO LEVOU O SENADOR A REIVINDICAR VÁRIAS MEDIDAS PARA REVERTER A SITUAÇÃO. Foi uma longa caminhada com gestões que passaram pelo Ministério das Minas e Ener- gia, Eletrobrás e Eletronorte, entre outras instâncias federais. De uma geração de 44MW, o Estado alcançou 296 MW, gerados por um total de nove empreen- dimentos em operação atualmente. Sob a liderança de José Sarney, para afastar o fantasma do racionamento que atingia a população, a primeira medida foi a transferência de três unidades gera- doras de 18 MW cada. Estas unidades, que estavam em Camaçari, na Bahia, en- traram em operação no Amapá. Depois veio a compra de 4 unidades gera- doras de 15,5 MW cada. Estas unidades, ad- quiridas na Finlândia, entraram em operação em 1997. Pouco depois, com a implantação da unida- de 3 da Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes, a co- nhecida usina de Paredão, que entrou em operação em 2000. Foi assim que o Amapá passou de 44 MW (era o que existia na UHE Coaracy Nunes) para mais de 186 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 31 MW com estas novas uni- dades geradoras. Além disso, foi implantado o "Li- nhão Norte" que integrou os municípios de Tartaru- galzinho, Amapá e Calço- ene ao sistema da Eletro- norte, trazendo energia confiável para a população. Foram implantadas duas novas Subestações em Macapá (Subestação Equatorial com 53,2 MVA e Subestação Macapá II com 53,2 MVA), garantin- do um melhor atendimen- to para a capital e, também, Santana. Em dezembro de 2011, como presidente do Se- nado Federal, José Sarney vai ao município de La- ranjal do Jari participar da programação de lança- mento oficial da obra de construção da Hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Jari, hoje em pleno vapor. Linhão Após as primeiras usinas e com a possibilidade do racionamento já afastada, o Amapá ainda merecia mais. Foi então que o estado foi finalmente interliga- do ao Sistema Interligado Nacional (SIN) através do linhão de Tucuruí. Com aproximadamente 1.800 quilômetros de extensão, o linhão passa por trechos de florestas e atravessa o rio Amazonas. Mas para trazer parte da potência energética gerada na cidade de Tucuruí, no sudeste do Pará, para o Amapá, foi luta que preci- sou de empenho direto do senador José Sarney. Acon- tece que não estava no pro- jeto do governo federal a extensão do linhão até ao estado, em virtude das condições geográficas e to- pográficas da região. Foi então que Sarney procurou Dilma Rousseff, ainda quando ela ainda era ministra de minas e ener- gia do governo Lula, para dizer da necessidade que o Amapá tinha de contar com o linhão. A mudança foi autorizada e o projeto alterado, a construção da linha de transmissão passaria pela mar- gem esquerda do rio Amazonas e o Amapá seria bene- ficiado. E assim aconteceu, como articulou Sarney. "ENCONTREI O AMAPÁ COM MOTORES A ÓLEO DIESEL E RACIONAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA DURANTE TODO O DIA. HOJE O ESTADO É UM EXPORTADOR DE ENERGIA, COM AS USINAS DO CALDEIRÃO, DE FERREIRA GOMES E DE SANTO ANTÔNIO. ALÉM DE UMA COISA QUE NEM EU MESMO ACREDITAVA QUE PUDESSE CONSEGUIR: INFLUIR PARA QUE O LINHÃO DO TUCURUÍ COLOCASSE O AMAPÁ NO SISTEMA ELÉTRICO NACIONAL". 32 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 33 Vamos falar da Zona Franca Desde a obtenção do primeiro mandato pelo Amapá, o se- nador Sarney sempre esteve diretamente envolvido nos gran- des projetos que vem alterando o perfil do Estado, para torná- lo economicamente desenvolvido. A criação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana (ALCMS), ocorreu logo no primeiro ano de mandato de ex- Presidente do Brasil, José Sarney, com a edição da Lei 8387/91, regulamentada através do Decreto 517/92, e efetivamente ins- talada em março de 1993. Área de Livre Comércio de Macapá e Santana Estratégia econômica vitoriosa A ex- presidente Dilma emA ex- presidente Dilma emA ex- presidente Dilma emA ex- presidente Dilma emA ex- presidente Dilma em assinatura de regulamentação daassinaturade regulamentação daassinatura de regulamentação daassinatura de regulamentação daassinatura de regulamentação da Zona FZona FZona FZona FZona Franca Vranca Vranca Vranca Vranca Verde no Amapá.tiferde no Amapá.tiferde no Amapá.tiferde no Amapá.tiferde no Amapá.tif A visão de estadista o levou a identificar a vocação tradicional do Amapá, para o comércio, o objetivo da ALCMS era dar con- dições normativas e de infraes- trutura para a nova unidade da federação. A Superintendência da Zona Franca de Manaus seria insta- lada possibilitando o acesso a recursos e investimentos, antes impensáveis. A estratégia para incremen- tar o desenvolvimento econô- mico, diante das poucas alter- nativas vislumbradas para im- plantação de projetos factíveis e viáveis, tomou como parâmetro a Zona Franca de Manaus, pro- jeto exitoso como área de exce- ção fiscal. A experiência na Presidência da Repú- blica concedeu uma visão macro das potenciali- dades da região Amazônica. A posição geográfica do Amapá no extremo norte do País, exigia um impulso à economia que à época era, quase que unicamente, movida pelo setor público. Em análise comparativa, José Sarney identifi- cava a posição geográfica, a proximidade com as guianas e Caribe, a fronteira com a Guiana Fran- cesa, porta de entrada à Europa, as riquezas na- turais e potencialidades existentes. Logo, os as- pectos turístico, comercial e industrial deman- davam uma ação imediata. Marco econômico na história do Amapá, a AL- CMS é uma área de exceção fiscal que abrange benefícios tributários federais e estaduais. Os fe- derais relacionam-se a descontos no Imposto deÁ re a d e L iv re C o m é rc io d e M a c a p á e S a nt a na 34 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 35 Renda (IR), Contribuição para a Seguridade Social (COFINS) e suspensão e/ou isenção do Imposto sobre Produtos Indus- trializados (IPI). Quanto aos tributos estaduais, há isenção e desconto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), quando da aquisição de produtos em ou- tros Estados, crédito fiscal pre- sumido, e vários benefícios aplicáveis tanto para venda, consumo e maquinário para empresas. A SUFRAMA A instalação da SUFRAMA possibilitou substanciais in- vestimentos na infraestrutura, valorizando o turismo e a mo- bilidade urbana, além de obras estruturais. Na cidade de Ma- capá: a Suframa investiu na construção do complexo Beira- Rio que abrange toda a frente da cidade - a orla do Santa Inês, Praça e orla do Araxá, e orla do Perpétuo Socorro; asfaltamen- to das rodovias Duque de Ca- xias e Juscelino Kubtscheck, no trecho que liga Igarapé da For- taleza à Fazendinha; praia da Fazendinha; asfaltamento da rua Claudomiro de Moraes; balne- ário do Curiaú; São Joaquim do Pacuí. No Município de Santa- na: - asfaltamento da avenida Ubaldo Figueira; construção do Porto de Containers; constru- ção do Terminal Hidroviário de Santana, pavimentação do Dis- trito Industrial e urbanização da Área Portuária. Em 2017 ocor- reu a inclusão do Amapá na Lei de Informática da Zona Franca de Manaus, possibilitando às instituições do Es- tado voltadas à Pesquisa e Desenvolvimento, a obtenção recursos para fomentar seus projetos. Com a instalação de inúmeras importadoras, a redução do preço dos produtos aumentou o acesso a produtos mais baratos e de qualidade. A população alterou seus hábitos de consumo. An- tes da ALCMS era comum as compras serem fei- tas em outros estados. O comércio se desenvol- veu rapidamente, grandes empreendimentos surgiram, shoppings dignos de qualquer capi- tal, foram instalados. Com a oferta diversificada e custo mais baixo, a opção pela compra no mer- cado amapaense é, ainda, mais atraente que a do e-commerce. Zona Franca Verde - ZFV Marco para o desenvolvimento industrial. Desde a criação da ALCMS alguns benefícios relacionados à indústria já estavam contempla- dos, levando o Estado a implantar uma série de estímulos especiais à atividade industrial, tais como: - infraestrutura para implantação de áre- as, centros e distritos industriais nos municípi- os de Macapá e Santana; tratamento diferencia Á re a d e L iv re C o m é rc io d e M a c a p á e S a nt a na 36 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 dos para micro e pequenas em- presas industriais; apoio técni- co gerencial; simplificação do processo relacionado às obriga- ções tributárias. Em 2009, o senador José Sarney, idealizou, promoveu a elaboração e inserção dos artigos. 26 e 27 da Lei 11.898, criando o que hoje se denomina Zona Franca Verde -ZFV - abrindo um novo caminho para fortalecimen- to industrial no Amapá, comple- mentando o projeto de desenvol- "FOI MUIT"FOI MUIT"FOI MUIT"FOI MUIT"FOI MUITO DIFÍCIL TRAZER UMA ÁREA DEO DIFÍCIL TRAZER UMA ÁREA DEO DIFÍCIL TRAZER UMA ÁREA DEO DIFÍCIL TRAZER UMA ÁREA DEO DIFÍCIL TRAZER UMA ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO PLIVRE COMÉRCIO PLIVRE COMÉRCIO PLIVRE COMÉRCIO PLIVRE COMÉRCIO PARA O AMAPÁ. UMAARA O AMAPÁ. UMAARA O AMAPÁ. UMAARA O AMAPÁ. UMAARA O AMAPÁ. UMA BABABABABATTTTTALHA VITALHA VITALHA VITALHA VITALHA VITORIOSAORIOSAORIOSAORIOSAORIOSA. HOJE. HOJE. HOJE. HOJE. HOJE, GRAÇAS A DEUS, GRAÇAS A DEUS, GRAÇAS A DEUS, GRAÇAS A DEUS, GRAÇAS A DEUS,,,,, O COMÉRCIO AMAPO COMÉRCIO AMAPO COMÉRCIO AMAPO COMÉRCIO AMAPO COMÉRCIO AMAPAENSE VEMAENSE VEMAENSE VEMAENSE VEMAENSE VEM SUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTANDO A ECONOMIA DO ESTANDO A ECONOMIA DO ESTANDO A ECONOMIA DO ESTANDO A ECONOMIA DO ESTANDO A ECONOMIA DO ESTADOADOADOADOADO,,,,, GERANDO EMPREGOS E VENDENDOGERANDO EMPREGOS E VENDENDOGERANDO EMPREGOS E VENDENDOGERANDO EMPREGOS E VENDENDOGERANDO EMPREGOS E VENDENDO PRODUTPRODUTPRODUTPRODUTPRODUTOS MAIS BARAOS MAIS BARAOS MAIS BARAOS MAIS BARAOS MAIS BARATTTTTOSOSOSOSOS. ME T. ME T. ME T. ME T. ME TOCAOCAOCAOCAOCAVVVVVAAAAA MUITMUITMUITMUITMUITO FORTE A POSSIBILIDO FORTE A POSSIBILIDO FORTE A POSSIBILIDO FORTE A POSSIBILIDO FORTE A POSSIBILIDADE DE AJUDADE DE AJUDADE DE AJUDADE DE AJUDADE DE AJUDAR,AR,AR,AR,AR, DE TRANSFORMAR, DE CONTRIBUIR PDE TRANSFORMAR, DE CONTRIBUIR PDE TRANSFORMAR, DE CONTRIBUIR PDE TRANSFORMAR, DE CONTRIBUIR PDE TRANSFORMAR, DE CONTRIBUIR PARAARAARAARAARA TRAÇAR UM CAMINHO AOTRAÇAR UM CAMINHO AOTRAÇAR UM CAMINHO AOTRAÇAR UM CAMINHO AOTRAÇAR UM CAMINHO AO DESENVDESENVDESENVDESENVDESENVOLOLOLOLOLVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTO ECONÔMICOO ECONÔMICOO ECONÔMICOO ECONÔMICOO ECONÔMICO..... OBOBOBOBOBVIAMENTE QUE ESTRADVIAMENTE QUE ESTRADVIAMENTE QUE ESTRADVIAMENTE QUE ESTRADVIAMENTE QUE ESTRADASASASASAS, PORT, PORT, PORT, PORT, PORTOSOSOSOSOS,,,,, AEROPORTAEROPORTAEROPORTAEROPORTAEROPORTOOOOO, ENERGIA, ENERGIA, ENERGIA, ENERGIA, ENERGIA, OU SEJA AS OBRAS, OU SEJA AS OBRAS, OU SEJA AS OBRAS, OU SEJA AS OBRAS, OU SEJA AS OBRAS DE INFRAESTRUTURA BÁSICA PDE INFRAESTRUTURA BÁSICA PDE INFRAESTRUTURA BÁSICA PDE INFRAESTRUTURA BÁSICA PDE INFRAESTRUTURA BÁSICA PARA AARA AARA AARA AARA A ECONOMIA DO AMAPÁ, ESTECONOMIA DO AMAPÁ, ESTECONOMIA DO AMAPÁ, ESTECONOMIA DO AMAPÁ, ESTECONOMIA DO AMAPÁ, ESTAAAAAVVVVVAMAMAMAMAM INTEGRADINTEGRADINTEGRADINTEGRADINTEGRADAS A ESTE TRABALHOAS A ESTE TRABALHOAS A ESTE TRABALHOAS A ESTE TRABALHOAS A ESTE TRABALHO. ESSAS. ESSAS. ESSAS. ESSAS. ESSAS OBRAS ESTRUTURANTES LEVOBRAS ESTRUTURANTES LEVOBRAS ESTRUTURANTES LEVOBRAS ESTRUTURANTES LEVOBRAS ESTRUTURANTES LEVAM TEMPO PAM TEMPO PAM TEMPO PAM TEMPO PAM TEMPO PARAARAARAARAARA SEREM IMPLEMENTSEREM IMPLEMENTSEREM IMPLEMENTSEREM IMPLEMENTSEREM IMPLEMENTADADADADADASASASASAS,NÃO É POSSÍVEL, NÃO É POSSÍVEL, NÃO É POSSÍVEL, NÃO É POSSÍVEL, NÃO É POSSÍVEL ADQUIRI-LAS NUMA PRAADQUIRI-LAS NUMA PRAADQUIRI-LAS NUMA PRAADQUIRI-LAS NUMA PRAADQUIRI-LAS NUMA PRATELEIRA DETELEIRA DETELEIRA DETELEIRA DETELEIRA DE SUPERMERCADO"SUPERMERCADO"SUPERMERCADO"SUPERMERCADO"SUPERMERCADO" (DECLARAÇÃO DO SENADOR JOSÉ SARNEY(DECLARAÇÃO DO SENADOR JOSÉ SARNEY(DECLARAÇÃO DO SENADOR JOSÉ SARNEY(DECLARAÇÃO DO SENADOR JOSÉ SARNEY(DECLARAÇÃO DO SENADOR JOSÉ SARNEY,,,,, NO PROGRAMA PNO PROGRAMA PNO PROGRAMA PNO PROGRAMA PNO PROGRAMA PARA TVARA TVARA TVARA TVARA TV, HORÁRIO DO, HORÁRIO DO, HORÁRIO DO, HORÁRIO DO, HORÁRIO DO PMDBPMDBPMDBPMDBPMDB, EM 2005)., EM 2005)., EM 2005)., EM 2005)., EM 2005). vimento econômico. A regula- mentação da ZFV foi efetivada através do Decreto 8.597/2015. Em 23.08.2017 foi aprovada a Lei estadual 2.217, fixando instru- mentos tributários de incentivo aos projetos industrial a serem instalados em Macapá e Santa- na possibilitado a aquisição de matéria prima de todos os mu- nicípios amapaenses, estimu- lando a circulação de riquezas e incremento econômico a todo o Estado. Á re a d e L iv re C o m é rc io d e M a c a p á e S a nt a na 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 37 Investimentos A criação da ALCMS e da ZFV, foi resultado do trabalho de um ex-Presidente da República com experiência e visão de estadista, projetou o aspecto global sem descuidar das particularidades, fato que resultou numa verdadeira revolução econômica, sem prece- dentes para a geração de emprego e rendas, com repercussões po- sitivas imensuráveis. Analisando a evolução da ALCMS, temos o aumento do cres- cimento econômico acima da média nacional durante o primeiro mandato. Houve superávit comercial no segundo mandato. E o PIB em 1998 que era de 1,33 bilhões, em 2015 representou 13,861 bilhões de reais. Atualmente as empresas privadas são responsá- veis por mais de 80% dos postos de trabalho no Estado. Logo, sem sombra de dúvida podemos afirmar que para o Amapá há um marco divisório na economia: o antes e depois do senador José Sarney.Á re a d e L iv re C o m é rc io d e M a c a p á e S a nt a na 38 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 "A NOSSA LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO E A DESORDEM, O CAOS E O ATRASO SERÁ UMA LUTA INDORMIDA. NÃO PASSARÁ HORA NEM MINUTO, NEM ASSINATURA DE SERVIÇO E DE CONTRATO, DE COMPRA E DE CONVÊNIO EM QUE NÃO SE VEJA EM CADA TRAÇO A VONTADE E O DESEJO DE ACERTAR. (...) O QUE FOR DO MEU DEVER E DO INTERESSE PÚBLICO SERÁ FEITO, E PARA FAZÊ-LO SEREI INTRANSIGENTE E SEREI INARREDÁVEL". 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 39 Em 1995, Sarney foi eleito, pela primeira vez, presidente do Senado, derrotando o petista Lau- ro Campos (DF) por 61 votos a 7. Ao longo de suas gestões, aquela Casa de Leis passou por di- versas mudanças: 1º MANDATO Em sua gestão, que começou em 1995, foram criados o Instituto Legislativo Brasileiro, o Servi- A revolução no Senado É NECESSÁRIO, NESTE INSTANTE DE TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS, SALVAR O PARLAMENTO DO DESPRESTÍGIO, RECOLOCÁ-LO PERANTE A NAÇÃO NO SEU INTOCÁVEL LUGAR DE CÚPULA DO SISTEMA DEMOCRÁTICO, SENDO PARA O POVO O SEU GRANDE INSTRUMENTO DE IGUALDADE, ONDE TODOS PASSAM A QUESTIONAR OS GOVERNOS, FISCALIZÁ-LOS, ACOMPANHÁ-LOS." Pela primeira vez, enfrentou uma candidatura que não fosse meramente simbólica. O placar foi de 49 a 32. Em seu discurso de posse, Sarney anunciou a realização de uma reforma administrativa. Para realizá-la, contratou a consultoria da Fundação Getúlio Vargas. Do trabalho, em que o corpo fun- cional do Senado teve grande participação, resul- tou um projeto de reforma que está em tramita- ção na Comissão de Constituição e Justiça. ço de Atendimento ao Cidadão Popular, conhecido como o Alô Senado, assim como o sistema de co- municação do Senado, que incluía: a Rádio Senado, o Jornal do Senado, a TV Senado e o Conselho Edi- torial (a editora do Senado). Sarney também pro- moveu a atualização das atas e o estabelecimento de regras para a votação de projetos. 2º MANDATO José Sarney foi eleito presidente do Senado pela segunda vez em 1º de fevereiro de 2003, com 76 vo- tos a favor, dois contrários e uma abstenção. Sarney não quis ocupar o novo gabinete, no qual haviam despachado anteriormente Antônio Carlos Magalhães, Jader Barbalho e Ramez Tebet. Preferiu o antigo, de seu tempo no comando da Casa. A grande característica desse mandato a frente da presidência do Senado foi a aproximação com o presidente Lula. Sarney passou a ser peça chave na interlocução entre Lula e o Congresso. 3º MANDATO Sarney não queria disputar a Presidência do Se- nado pela terceira vez, mas entrou na disputa. O senador Tião Viana se apresentara como candidato e o senador Sarney lhe dissera justamente que a Presidência do Senado não estava em seus planos. Entretanto, ao se aproximar o fim de 2008, come- çaram a surgir pedidos para que disputasse. Ele resistiu até meados de janeiro, quando cedeu à in- sistência do PMDB e dos partidos de oposição, DEM e PSDB. Sarney passou a ser peçaSarney passou a ser peçaSarney passou a ser peçaSarney passou a ser peçaSarney passou a ser peça chave na interlocução entrechave na interlocução entrechave na interlocução entrechave na interlocução entrechave na interlocução entre Lula e o Congresso.Lula e o Congresso.Lula e o Congresso.Lula e o Congresso.Lula e o Congresso. 40 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 Tendo a FGV descoberto a existência de atos oficiais não publicados, o presidente Sarney de- terminou a abertura de inquérito e a punição dos responsáveis. A imprensa e alguns senadores de- nunciaram o escândalo, acusação que cai por terra quando se sabe que dos atos não publicados ape- nas 1,68% aconteceram durante as presidências de Sarney. 4º MANDATO José Sarney assumiu a presidência do Senado pela 4ª vez em fevereiro de 2011. A vitória veio numa votação expressiva. Foram 70 votos na disputa con- tra o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Di- ante de um Senado renovado em 2/3 e com muitos parlamentares em primeiro mandato, Sarney fez seu primeiro discurso destacando o desafio e a confian- ça depositada por seus pares. "Nós sabemos"Nós sabemos"Nós sabemos"Nós sabemos"Nós sabemos perfeitamente que noperfeitamente que noperfeitamente que noperfeitamente que noperfeitamente que no Congresso Nacional oCongresso Nacional oCongresso Nacional oCongresso Nacional oCongresso Nacional o poder que temos veio depoder que temos veio depoder que temos veio depoder que temos veio depoder que temos veio de Deus. FDeus. FDeus. FDeus. FDeus. Foi isso mesmo queoi isso mesmo queoi isso mesmo queoi isso mesmo queoi isso mesmo que Jesus disse a Pilatos:Jesus disse a Pilatos:Jesus disse a Pilatos:Jesus disse a Pilatos:Jesus disse a Pilatos: "T"T"T"T"Todo poder que tu tensodo poder que tu tensodo poder que tu tensodo poder que tu tensodo poder que tu tens foi Deus que te deu."foi Deus que te deu."foi Deus que te deu."foi Deus que te deu."foi Deus que te deu." Assim, devemosAssim, devemosAssim, devemosAssim, devemosAssim, devemos agradecer a Deus, emagradecer a Deus, emagradecer a Deus, emagradecer a Deus, emagradecer a Deus, em primeiro lugar a graça daprimeiro lugar a graça daprimeiro lugar a graça daprimeiro lugar a graça daprimeiro lugar a graça da vida - já diziam osvida - já diziamosvida - já diziam osvida - já diziam osvida - já diziam os latinos: primo vivere - elatinos: primo vivere - elatinos: primo vivere - elatinos: primo vivere - elatinos: primo vivere - e depois tudo aquilo quedepois tudo aquilo quedepois tudo aquilo quedepois tudo aquilo quedepois tudo aquilo que Deus nos proporcionou.Deus nos proporcionou.Deus nos proporcionou.Deus nos proporcionou.Deus nos proporcionou. Devemos agradecer tudo,Devemos agradecer tudo,Devemos agradecer tudo,Devemos agradecer tudo,Devemos agradecer tudo, os momentos bons e osos momentos bons e osos momentos bons e osos momentos bons e osos momentos bons e os momentos difíceis. "momentos difíceis. "momentos difíceis. "momentos difíceis. "momentos difíceis. " José SarneyJosé SarneyJosé SarneyJosé SarneyJosé Sarney 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 41 O senador José Sarney nutria amizade pessoal com Aloysio Campos da Paz Júnior, médico ortopedista e idealizador da Rede Sarah de Hospitais. Após algu- mas tratativas, quando se tornou urgente a necessidade do hospital especializado em reabilitação no Amapá, Sarney articulou a instalação da rede junto a Aloysio. Campos da Paz morreu em janeiro de 2015, em Brasília, aos 80 anos, ele estava internado na unidade Sarah - Centro e faleceu de insuficiência respiratória. Há unidades Sarah em Brasília, São Luís, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, Macapá, Belém e Rio de Janeiro. "Tive a felicidade de assistir Aloysio Campos da Paz pensar na Rede Sarah, desde que era um pequeno barracão de madeira. Ele foi um ícone da medicina brasileira. A Rede Sarah tem métodos exemplares de administração hospitalar, como o da medicina que presta atendimento aos mais pobres com o mesmo nível ao qual os ricos têm acesso. Isso precisava chegar ao Amapá" - José Sarney. Rede Sarah no Amapá 42 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 A casa é A Lei da Impenhorabilidade, de iniciativa dopresidente Sarney em 1990, mantém ainda hoje sua efi- cácia contra a perda da casa pró- pria no caso de dívidas. Poucos dias antes de entregar a Presidência da República a seu sucessor, José Sarney editou uma medida provisória, posterior- mente convertida na lei nº 8.009/ 90, que impede a penhora, por dívida civil, comercial, fiscal, pre- videnciária ou de outra natureza, do imóvel em que a família resi- de, se próprio, e todos os equipa- mentos e móveis existentes na casa. A Lei da Impenhorabilidade dos bens de família, ou ainda Lei Sarney, como se tornou conheci- da, tem até hoje sido efetiva para evitar a perda da casa própria em caso de dívidas. A lei em questão abre exceções à impenhorabili- dade, tais como os veículos de transporte, as obras de arte e as penhoras relativas à execução de dívidas decorrentes de pensão alimentícia, de construção ou de tributos do próprio imóvel e de débitos para com empregados domésticos que operam no en- dereço. No Brasil, no começo da década de 90, com a inflação a todo vapor e o fracasso dos planos econômicos, muita gente também não conseguia honrar suas dívidas e acabava sendo empurrada para o aluguel ou para casa de parentes, após ser despejada de sua propriedade. A legislação surgiu então com o principal objetivo de dar proteção legal ao devedor insolvente, sem proteger aqueles que, conscientes de sua incapacidade de saldar compromissos, ad- quire imóvel de grande valor e para lá transfere a sua residência familiar. "O lar é um bem sagrado. Sempre entendi que respeitá-lo e resguarda-lo é mais do que uma imposição da Lei da Impenho- rabilidade, é uma missão de todos. Não importam quais sejam as circunstâncias impostas, os bens familiares não devem ser violados, pois neles estão enraizados parte da vida do povo bra- sileiro." inviolável 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 43 FIRME! Ao logo dos anos, quando a Lei 8.009 foi editada, setores ligados a asso- ciações bancárias questionaram, perante o Supremo Tribunal Federal, a sua inconstitucionalidade, argumentando que não poderia haver isenção de bens, de qualquer natureza, para penhora de dívida. Mas os ministros do STF decidiram que a legislação era absolutamente constitucional. Em 2006, a lei foi ameaçada com um projeto que previa alteração em alguns disposi- tivos do Código de Processo Civil, relativos ao processo de execução de dívidas. As mudanças iriam permitir a penhora do imóvel residen- cial com valor superior a 1.000 salários mínimos, bem como até 40% dos salários recebidos mensalmente, aci- ma de 20 salários mínimos. Sarney se empenhou em manter a integralidade da Lei da Impenhorabilidade e so- licitou diretamente ao presi- dente Lula, que vetasse as al- terações que seriam introdu- zidas no parágrafo 3º do Ar- tigo 649 e no único do 650 do CPC e que derrubariam a principal conquista da Lei 8.009/90. 44 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 Cultura sempre é prioridade POLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS DE INCENTIVOPOLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS DE INCENTIVOPOLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS DE INCENTIVOPOLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS DE INCENTIVOPOLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS DE INCENTIVO À PRODUÇÃO E VÀ PRODUÇÃO E VÀ PRODUÇÃO E VÀ PRODUÇÃO E VÀ PRODUÇÃO E VALALALALALORIZAÇÃO DORIZAÇÃO DORIZAÇÃO DORIZAÇÃO DORIZAÇÃO DA CULA CULA CULA CULA CULTURATURATURATURATURA BRASILEIRABRASILEIRABRASILEIRABRASILEIRABRASILEIRA, IMPLEMENT, IMPLEMENT, IMPLEMENT, IMPLEMENT, IMPLEMENTADADADADADAS PELAS PELAS PELAS PELAS PELO ENTÃOO ENTÃOO ENTÃOO ENTÃOO ENTÃO PRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DA REPÚBLICAA REPÚBLICAA REPÚBLICAA REPÚBLICAA REPÚBLICA, JOSÉ SARNEY, JOSÉ SARNEY, JOSÉ SARNEY, JOSÉ SARNEY, JOSÉ SARNEY,,,,, APRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAM HOJE SINAIS DE AMADURECIMENTAM HOJE SINAIS DE AMADURECIMENTAM HOJE SINAIS DE AMADURECIMENTAM HOJE SINAIS DE AMADURECIMENTAM HOJE SINAIS DE AMADURECIMENTOOOOO E FORTE FORTE FORTE FORTE FORTALECIMENTALECIMENTALECIMENTALECIMENTALECIMENTOOOOO..... 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 45 O Ministério da Cultura, por exemplo, foi cria- do por Sarney e instituído logo no primeiro mês de governo. E em março de 1985, o órgão deu início ao processo de valorização da cultura brasileira. Rouanet A Lei Rouanet, que sucedeu a Lei nº 7.505/86 - conhecida como Lei Sarney de Incentivo à Cultura. A Lei Sarney estabelecia uma relação entre poder público e setor privado, onde o governo abria mão de parte dos impostos devidos para que empresas pudessem investir na cultura. Como contrapartida, o setor privado investi- ria os recursos da renúncia fiscal em produtos culturais - cinema, teatro, literatura, artes plásti- cas, patrimônio. A ideia não era apenas estabele- cer incentivos à cultura, mas, principalmente, in- centivar aumento de produção nessa área para criar um mercado nacional de cultura. O grande destaque da Lei Rouanet é a politica de incentivos fiscais que possibilita as empresas (pessoas jurídicas) e cidadãos (pessoa física) apli- carem uma parte do IR (imposto de renda) devi- do em ações culturais. 46 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 "EU SOU POLÍTICO E POETA. NÃO DEIXO DE ACREDITAR NO IMPOSSÍVEL, NEM DE SONHAR COM OTIMISMO" JOSÉ SARNEY 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 47Sarney foi o primeiro parlamentarbrasileiro a propor uma política de cotas para estudantes negros. O proje- to, apresentado em 1999, previa cotas raciais no aces- so à cargos e empregos pú- blicos, à educação superior e ao financiamento estudantil. Aprovado pelo Senado em 2002, o texto (PLS 650/99) apresentado por Sarney foi enviado à Câmara dos De- putados, que o incorporou ao projeto do Estatuto da Igualdade Racial, de onde, na votação final, foi Cotas: inclusão e respeito retirado. Ao justificar a apre- sentação do projeto, o sena- dor apontou para a rara pre- sença de pessoas negras nas universidades brasileiras e em postos de maior status na so- ciedade. "Iniquidade flagran- te que desmente o mito da de- mocracia racial no país", dis- se na ocasião. Durante as comemorações do Centenário da Abolição da Escravatura, criou a Fundação Cultural Palmares, a primei- ra estrutura de Estado destinada à promoção da população afrodescendente. "Cheguei a apresentar"Cheguei a apresentar"Cheguei a apresentar"Cheguei a apresentar"Cheguei a apresentar cinco vezes o projeto de leicinco vezes o projeto de leicinco vezes o projeto de leicinco vezes o projeto de leicinco vezes o projeto de lei de incentivos fiscais para ade incentivos fiscais para ade incentivos fiscais para ade incentivos fiscais para ade incentivos fiscais para a cultura afrodescendente nocultura afrodescendente nocultura afrodescendente nocultura afrodescendente nocultura afrodescendente no Brasil, além de atuarBrasil, além de atuarBrasil, além de atuarBrasil, além de atuarBrasil, além de atuar incessantemente na defesaincessantemente na defesaincessantemente na defesaincessantemente na defesaincessantemente na defesa dos direitos humanos.dos direitos humanos.dos direitos humanos.dos direitos humanos.dos direitos humanos. TTTTTenho orgulho de dizer queenho orgulho de dizer queenho orgulho de dizer queenho orgulho de dizer queenho orgulho de dizer que trabalhei ativamente contratrabalhei ativamente contratrabalhei ativamente contratrabalhei ativamente contratrabalhei ativamente contra a discriminação racial coma discriminação racial coma discriminação racial coma discriminação racial coma discriminação racial com a criação da Fundaçãoa criação da Fundaçãoa criação da Fundaçãoa criação da Fundaçãoa criação da Fundação PPPPPalmares e com a autoriaalmares e com a autoriaalmares e com a autoriaalmares e com a autoriaalmares e com a autoria do primeiro projeto dedo primeiro projeto dedo primeiro projeto dedo primeiro projeto dedo primeiro projeto de cotas para negros nascotas para negros nascotas para negros nascotas para negros nascotas para negros nas universidades no Brasil".universidades no Brasil".universidades no Brasil".universidades no Brasil".universidades no Brasil". 48 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 50 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2011 "GRAGRAGRAGRAGRATIDÃO ATIDÃO ATIDÃO ATIDÃO ATIDÃO AO POO POO POO POO POVVVVVOOOOO DO AMAPÁ,DO AMAPÁ,DO AMAPÁ,DO AMAPÁ,DO AMAPÁ, QUE ME DEU TRÊS MANDATOS DE SENADOR. GENTE BOA, GENEROSA, HUMANA, TRABALHADORA, QUE VAI CUMPRIR O DESTINO DE CONSTRUIR - NÃO TENHO DÚVIDA DISTO". 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 49 O senador José Sarney foi eleito senador pelo Amapá pela primeira vez com 236.618 votos e apre- sentou emendas ao Orçamento Geral da União desde o ano de 1991, à exceção do ano de 1998, quan- do o primeiro suplente, senador Paulo Guerra, as- sumiu o mandato por um curto período. Ao longo de seus três mandatos (o terceiro ter- minou em 2014), José Sarney apresentou um total de 289 emendas individuais ao Orçamento Geral da União beneficiando o Amapá. Foi de R$ 600 milhões o valor total das emen- das apresentadas no período. Nesses valores estão consideradas as emendas coletivas (bancada e co- missão), patrocinadas por José Sarney. Desse total, cerca de R$ 221 milhões foram em- penhados e é até aí que vai a ação legislativa. A partir de tal etapa, o valor efetivamente pago de- pende, sobretudo, da apresentação de projetos compatíveis por parte das prefeituras e, em outras vezes, da contrapartida de recursos municipais ou estaduais. De emendas de outros parlamentares e frentes que contaram com a articulação política de Sarney para chegar ao estado, contabilizam-se mais R$ 600 milhões. Somando assim R$ 1 bilhão e duzentos de recursos já destinados aos amapaenses. 289 emendas para o Amapá 50 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 24 de Abril de 2018 Conquistas Area de Livre Comér- cio de Macapá e Santana - Lei nº 8.387, de 30 de de- zembro de 1991. Ampliação do Linhão de Transmissão - Tartaru- galzinho/município de Amapá/Calçoene. Área Escola Técnica Federal - obtenção da lei de criação (Lei 11.534/ 2007). Universidade Federal do Amapá - criação através da Lei nº 7.530 /86 e Decre- to nº 98.997/90. Construção do Hos- pital Sarah Kubitschek - re- ferência em aparelho loco- motor - inaugurado em 2005. Criação do novo aero- porto (internacional) de Macapá. Municipalização do Porto de Santana em 2002. Pátio de containers no Porto de Santana e equipa- mentos para o carregamen- to (Suframa). Urbanização da Orla de Macapá (Suframa). Revitalização e asfalta- mento de vários trechos da BR 156 - em andamento. Construção da Ponte Binacional Oiapoque (AP) - Saint George (Guiana Francesa) - Obra concluída. Ponte de Laranjal do Jarí (AP) a Monte Dourado (PA) - recursos assegurados. Construção de Ponte sobre o Rio Vila Nova - Obra concluída. Construção do Museu do Tumucumaque - recur- sos assegurados Duplicação da Rodovia Duca Serra - Macapá e San- tana - obra em andamento. Transferência das ter- ras da União para o Estado do Amapá - Lei 11.949/ 17 de junho de 2009. Zona Franca Verde - Lei 11.898, de 9 de janeiro de 2009. UHE Ferreira Gomes - geração: 252 MWh - licen- ça ambiental aprovada - mais de R$ 1 bilhão em investi- mentos. UHE Santo Antônio do Jari - potência: 300 MW - Obra executada. Luz para todos - in- vestimento de R$ 163 mi- lhões. Luta pelo reconheci- mento do Forte de São José de Macapá como patrimô- nio da Humanidade - Reco- nhecido pela Unesco. 24 de Abril de 2018 REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDA PERSONALIDADESADESADESADESADES 51 Articulação Como senador pelo Amapá, Sarney buscou re- cursos para a revitalização e o asfaltamento de vários tre- chos BR 156, que tem 900 km, chegou a Calçoene e ao trecho na região sul do Ama- pá, rumo a Laranjal do Jari. Outra iniciativa é a constru- ção da Ponte Binacional Oi- apoque (AP) - Saint George na Guiana Francesa, Inau- gurada em 2011 e aberta ao tráfego em 2017. Só para o Fundo Na- cional de Saúde, para desen- volvimento da assistência médica qualificada e gratui- ta a todos os níveis da popu- lação - e também para o de- senvolvimento de atividades educacionais e de pesquisa no campo -, Sarney reservou R$ 230.333.333, para a es- truturação da Rede de Ser- viços de Atenção Básica de Saúde, em Calçoene, através do Fundo Nacional de Saú- de, foram R$1.000.000. Para a reestruturação da Rede de Serviços de Atenção Bá- sica de Saúde, em Cutias, foram R$1.300.000 em emendas do senador, tam- bém, para o Fundo Nacio- nal de Saúde. Para instalação e moder- nização de bibliotecas públi- cas em Macapá, o senador Sarney ofereceu emenda ao Fundo Nacional de Cultura, no valor de R$ 1.000.000.
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