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CURSO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS Facilitador: Charles Soares Alves 2017 Especialistas em pequenos negócios / 0800 570 0800/www.sebrae.com.br Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais Olá! Estamos vivendo um tempo em que as mudanças ocorrem muito rapidamente em todos os segmentos, influenciando os aspectos sociais, políticos, tecnológicos e econômicos. As empresas estão sujeitas aos impactos dessas mudanças e, se não estiverem devidamente preparadas, as consequências podem ser graves. O aprimoramento das competências dos líderes é a etapa mais importante nessa preparação. São eles os responsáveis pelos resultados da empresa, porém, é somente por meio das equipes que eles serão alcançados. Cada vez mais é exigido das empresas o estabelecimento de relações sólidas de confiança com seus colaboradores, de modo a estimular o comprometimento de todos com os objetivos comuns, fortalecendo o espírito de equipe e o compartilhamento de conhecimentos, promovendo a melhoria contínua dos processos e um clima organizacional favorável. Esta postura é indispensável a todos os líderes das empresas, independentemente do seu ramo de negócio, porte ou quantidade de colaboradores, pois a sobrevivência de uma empresa nesse ambiente de mudanças passa necessariamente pela qualidade das equipes. Empresários, gerentes, coordenadores, supervisores ou qualquer profissional com a missão de estar à frente das equipes de trabalho precisam, primeiramente, exercitar o autoconhecimento, avaliando suas próprias competências como líderes de pessoas e gerentes de processos. É por meio da identificação das necessidades de aprimoramento pessoal e profissional que se obtém a capacidade de exercer a liderança de modo cada vez mais efetivo e produtivo. Desse modo obterão condições de orientar sua equipe para a eficácia e desenvolver as pessoas. É preciso, no atual contexto, conscientizar-se de que as situações não são mais tão previsíveis e estruturadas como eram até pouco tempo atrás e que o sucesso não depende apenas da competência de líder, mas do modo como ele consegue estimular e desenvolver as pessoas de sua equipe para se empenharem em alcançar os objetivos empresariais que são de todos. Lembre-se sempre: bons líderes desenvolvem pessoas, formam boas equipes e cuidam do clima organizacional. Boas equipes alcançam melhores resultados. Esperamos que você participe ativamente deste curso e que reflita sobre como você atua, que ações ou atitudes podem ser aperfeiçoadas e, até mesmo, que coisas você faz corretamente e deve continuar a fazer. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais O curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais tem como objetivo criar as condições necessárias para que você desenvolva as competências para: • Compreender os princípios e técnicas de liderança empregadas para tornar o seu negócio mais competitivo; • Reconhecer que as estratégias desenvolvidas pelos líderes de sucesso contribuem para atrair e manter o cliente, envolver os colaboradores internos e externos e aperfeiçoar as relações interpessoais, provocando impactos significativos no crescimento da empresa; • Utilizar de forma estratégica as técnicas gerenciais no seu negócio, buscando maximizar os seus resultados. Para responder a essas e a outras questões, este curso está dividido em cinco Encontros que buscam facilitar a sua aprendizagem. São eles: ENCONTRO 1 – As Competências do Líder: Capítulo I ENCONTRO 2 – As Competências do Líder: Capítulo II ENCONTRO 3 – A Equipe de Trabalho e a Liderança na Prática: Capítulo I ENCONTRO 4 – A Equipe de Trabalho e a Liderança na Prática: Capítulo II ENCONTRO 5 – Papéis Gerenciais da Liderança CARGA HORÁRIA 15 horas, sendo 5 encontros de 3 horas cada. Ao final deste curso, teremos plenas condições de implementar ações, estratégias, procedimentos e técnicas que otimizem as habilidades gerenciais de nossa empresa. Sucesso e bons estudos!!! Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais SUMÁRIO CURSO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS APRESENTAÇÃO DO CURSO ENCONTRO 1 – AS COMPETÊNCIAS DO LÍDER – CAPÍTULO I 5 Módulo 1 – O líder já nasce pronto ou pode se tornar líder com o tempo? 5 Módulo 2 - Gerente precisa ser líder? Líder precisa ser gerente? 6 Módulo 3 - A necessidade de ser um gerente-líder 8 Módulo 4 - As competências do gerente-líder 9 ENCONTRO 2 – AS COMPETÊNCIAS DO LÍDER: CAPÍTULO II 15 Módulo 1 – Autoconhecimento é fundamental? 15 Módulo 2 – O Líder e a Inteligência Emocional 17 Módulo 3 – Construir relações de confiança com as pessoas 19 Módulo 4 – Ética no exercício da Liderança 20 Módulo 5 – O Líder no papel de Gestor das mudanças organizacionais 23 ENCONTRO 3 – A EQUIPE DE TRABALHO E A LIDERANÇA NA PRÁTICA: CAPÍTULO I 28 Módulo 1 – O que são equipes e o papel do líder na formação das equipes 28 Módulo 2 – O papel do líder como motivador da equipe 31 Módulo 3 – Liderança situacional 33 Módulo 4 – Obstáculos ao exercício de liderança 34 Módulo 5 - O processo de comunicação e a liderança 37 Módulo 6 - Como aprimorar sua habilidade de comunicação? 38 ENCONTRO 4 – A EQUIPE DE TRABALHO E A LIDERANÇA NA PRÁTICA: CAPÍTULO II 41 Módulo 1 – Como praticar uma escuta ativa? 41 Módulo 2 – Fatores que interferem no processo de comunicação 41 Módulo 3 – O papel do líder na gestão de conflitos 47 Módulo 4 – A Liderança, Assédio Moral e Bullying 49 Módulo 5 – Liderança Empreendedora 51 Módulo 6 - O papel do líder na qualidade de vida no trabalho e na gestão do clima organizacional 52 ENCONTRO 5 – PAPÉIS GERENCIAIS DA LIDERANÇA 55 Módulo 1 – O papel do líder no planejamento empresarial 55 Módulo 2 – O Líder e a Tomada de Decisão 56 Módulo 3 – A Gestão do Desempenho da Equipe – Feedback e Feedforward 58 Módulo 4 – O papel do líder no desenvolvimento da equipe 61 Módulo 5 – Delegação 61 Encerramento do Curso 63 Referências 64 Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 4 Facilitador: Charles Soares Alves ENCONTRO 1 Olá! Neste encontro, você conhecerá as principais competências que transformam pessoas comuns em líderes de sucesso. Não é tarefa fácil liderar uma equipe. As pessoas possuem valores pessoais, objetivos, características e personalidades diferentes, por isso uma equipe nunca é como a outra. Entretanto, qualquer que seja sua equipe, há um ponto em comum para se tornar um líder eficaz: é preciso conhecer as competências fundamentais para o bom exercício da liderança. A partir do conhecimento dessas competências é necessário olhar para dentro de si e questionar-se: em que estágio me encontro e qual competência preciso desenvolver? É por meio dessa reflexão e da disposição para o desenvolvimento pessoal que você será reconhecido e legitimado pela equipe como um líder. Mas lembre-se: este é um processo de desenvolvimento contínuo, pois a excelência sempre estará um pouco mais à frente. Nesse encontro serão criadas condições para que você desenvolva competências para: • Conhecer o perfil pessoal de um líder de sucesso; • Compreender o papel, funções e habilidades de liderança para otimizar resultados; • Predispor-se a ampliar a percepção sobre si mesmo para alcançar habilidades de líder; Para responder a essas e a outras questões e para facilitar a compreensão e a aprendizagem, este ENCONTRO foi dividido nos seguintes Módulos: ENCONTRO 1 – As Competências do Líder: Capítulo I Módulo 1 – O líder já nasce prontoou pode se tornar líder com o tempo? Módulo 2 – Gerente precisa ser líder? Líder precisa ser gerente? Módulo 3 – A Necessidade de ser um Gerente-Líder Módulo 4 - As Competências do Gerente-Líder CARGA HORÁRIA 3 horas Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 5 Facilitador: Charles Soares Alves AS COMPETÊNCIAS DO LÍDER – CAPÍTULO I Módulo 1 – O líder já nasce pronto ou pode se tornar líder com o tempo? Antes de respondermos essa questão, propomos uma reflexão sobre o texto a seguir, escrito pelo teólogo João Libânio em seu livro Introdução à vida intelectual: “Não há um corte rígido entre profissão e vocação. Elas podem alimentar-se mutuamente. A vocação pede adestramento, conhecimentos objetivos e técnicos, eficiência e produtividade. Mas vai além com o espírito que a informa. A profissão ganha muito quando consegue despertar no profissional o sabor da vocação. É o barco a remo que iça uma vela e navega impulsionado pelo vento. A vocação é a vela insuflada e a profissão é o remo manejado. Há horas em que o vento arrefece, então o remo vem em auxílio. Há outras horas em que o remo pesa, então a vela, batida pelo vento, alivia a navegação”. A liderança implica na aquisição de uma série de competências específicas como: relacionamento interpessoal, comunicação, capacidade de influenciar pessoas, imparcialidade, justiça, dentre várias outras que veremos adiante. Algumas pessoas trazem dentro de si uma capacidade inata de desenvolver essas competências mais rapidamente que as outras e acabam se destacando como líderes sem nunca terem feito qualquer capacitação. No entanto, algumas mudanças nos cenários político, econômico e social podem afetar diretamente as empresas. Essas transformações irão exigir das lideranças um esforço de adaptação às novas realidades que se sucedem e impactam as empresas de maneira cada vez mais rápida. Portanto, mesmo as pessoas que “já nascem líderes”, como se costuma dizer, necessitam adquirir outros conhecimentos e técnicas para manter a eficácia de sua competência inata. De outro lado, temos aqueles que irão precisar de mais tempo e mais esforço para desenvolver essas habilidades. Tanto um quanto o outro terão plenas condições de se tornar excelentes líderes. Voltemos à metáfora do barco criada por João Libânio, citada acima. O barco equivale às equipes que estamos liderando, o vento é o ambiente externo, a vela significa as habilidades inatas, aquelas que impulsionam o barco enquanto há vento e o remo traduz o esforço para continuar navegando na ausência do vento. Enquanto o vento está favorável, o barco vai em frente. Entretanto, as condições climáticas podem mu- dar de uma hora para Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 6 Facilitador: Charles Soares Alves outra e o vento cessa. Neste momento, mesmo aqueles que já nasceram com o dom da liderança precisarão utilizar o remo dos conhecimentos e das habilidades desenvolvidas para continuar conduzindo o barco ao seu destino. Quanto mais competências são adquiridas sobre como navegar, menos peso terão os remos que manterão seu barco navegando. “Então respondemos à pergunta do título desse item: Todos podemos ser líderes. Alguns se tornarão líderes mais rapidamente, outros irão necessitar de mais tempo de capacitação, porém ambos precisarão investir permanentemente em seu autodesenvolvimento”. Módulo 2 - Gerente precisa ser líder? Líder precisa ser gerente? Em uma empresa, os profissionais podem exercer vários papéis e, para que eles consigam desempenhar esses papéis com sucesso, é necessário compreender com clareza qual é sua missão. Por isso, é essencial definir o que é ser gerente e o que é ser líder, pois existem características específicas de um e de outro. Há inúmeras definições para essas palavras e vamos procurar abordá-las de um modo mais prático que conceitual. Para tanto, vamos fazer um paralelo entre esses dois papéis, comparando suas principais atribuições que irão resultar no cumprimento de sua missão empresarial. Tudo indica que as palavras “gerente” e “líder” representam dois lados de uma mesma missão. Veja a seguir uma comparação entre as características do gerente e do líder: O gerente personifica o aspecto operacional no qual precisa focar em ordem, metas, objetivos, critérios, procedimentos, análises, acompanhamento e interpretações do desempenho para que a empresa possa alcançar os resultados com o máximo de eficácia. O gerente representa o pensamento racional. O líder envolve aspectos subjetivos, profundamente conectados com as relações humanas e que requerem o uso de seu sentimento e sensibilidade. O líder é o responsável pela coesão da equipe, inspirando seus membros a darem o melhor de si. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 7 Facilitador: Charles Soares Alves Na posição de comando de uma equipe, o gerente organiza as etapas de realização de trabalho, distribui tarefas, acompanha cada etapa, identifica eventuais falhas, corrige os rumos quando há necessidade e provê os meios adequados para que cada membro da equipe compreenda seu papel na cadeia produtiva da empresa. Para ser gerente é preciso conhecer e aplicar adequadamente o conhecimento e a habilidade de realizar uma tarefa. O líder, por sua vez, faz com que as pessoas acreditem que são capazes de realizar, demonstrando autêntico interesse em seu desenvolvimento, sendo honesto e sincero em seus feedbacks e criando vínculos decorrentes da confiança recíproca. Desse modo, faz com que as pessoas acreditem nele e decidam segui-lo. Portanto, a liderança é fundamentada no estímulo que o líder transmite aos membros da equipe, no respeito às individualidades e na compreensão das diferenças entre as pessoas. Para ser líder é necessário ter atitudes que inspirem as pessoas a acreditarem em si próprias. Gerentes comandam e exigem que as pessoas da equipe cumpram o seu papel em todos os planos para alcançar os objetivos de determinado processo. Cada membro deve ser capacitado para executar suas tarefas do modo com que foram determinadas. Líderes são como maestros. Quanto mais os músicos se desenvolvem individual- mente, mais perfeito será o resultado da orquestra. O maestro se mantém atento às performances de cada instrumentista, ouvindo sua execução, corrigindo eventuais erros de notas, acordes, tempo e intensidade. Compromete-se com o desenvolvimento, recomenda esforço e treinamento até que cada músico consiga executar sem erros a sua parte e, em seguida, une toda a equipe em torno de um objetivo em comum: apresentar as peças musicais com perfeição. Com essas atitudes, cria fortes relações de confiança, faz com que as pessoas entendam o significado do seu esforço e é uma fonte inspiradora do aprimoramento permanente. No ambiente das pequenas e microempresas, terá sucesso aquela que for conduzida por gerentes que incorporem em si as características de um líder, ou de líderes “maestros” que saibam como aplicar técnicas adequadas de gerenciamento. Ou seja, a missão do gerente e do líder são interdependentes e se complementam no dia a dia. No quadro a seguir demonstramos como os papéis de gerente e de líder se interagem: Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 8 Facilitador: Charles Soares Alves Missão do gerente Missão do Líder Coordenar o trabalho das pessoas ... e influenciá-las a executarem tudo com boa vontade. Operacionalizar os planosdando prioridade a planejamento, organização, planos, metas e controle... e fazer com que cada um compreenda o significado do seu trabalho, conven- cendo-os a defender a sua causa. Fazer com que as pessoas realizem as tarefas da maneira mais eficaz possível... e desenvolver as pessoas para que elas possam ser melhores hoje e no futuro. Estimular as pessoas a realizar... e influenciá-las para que elas desejem realizar. Ter foco no processo... para identificar um modo de desenvolver a pessoa. Administrar o que já está estabelecido... e manter-se aberto a novas ideias e visão do futuro. A empresa de sucesso é aquela na qual os que exercem cargos de comando de equipes são capazes de compreender os papéis de gerente e de líder como interdependentes e complementares. Módulo 3 - A necessidade de ser um gerente-líder Jack Welch, que durante 20 anos comandou a General Electric e fez com que ela obtivesse um crescimento gigantesco, tinha orgulho em dedicar a maior parte do seu tempo cuidando de gente e desenvolvendo líderes. Mesmo assim, ele insistia em afirmar que liderança e gerência se complementam e devem sempre andar de mãos dadas. Quando implantou o programa gerencial de melhoria da qualidade, o Seis Sigma, os líderes da empresa foram os primeiros a serem estimulados a usá-lo. Sua crença era que as ferramentas de gestão facilitam a ação das lideranças. Peter Drucker, considerado o pai da Administração moderna, afirmava que: “A administração será, cada vez mais, a disciplina e a prática pelas quais as lideranças vão readquirir seu reconhecimento, impacto e relevância”. Ele queria dizer que as competências de um líder são potencializadas pela prática de técnicas gerenciais. Nas pequenas e microempresas o contato entre líderes e colaboradores é diário e per- manente, tornando muito difusa a percepção do limite entre os papéis de gerente e de líder. Em certos momentos eles precisam de um líder, em outros momentos precisam de um gerente. Dessa forma, o ambiente das pequenas e microempresas requer que você exerça os dois papéis. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 9 Facilitador: Charles Soares Alves Você deverá ser, ao mesmo tempo, um líder e um gerente Se você é um líder reconhecido pela equipe, mas não aplica técnicas gerenciais adequadas, haverá o risco de não obter os resultados planejados. Se você é um excelente gerente, mas não consegue influenciar as pessoas para que se unam em torno de objetivos comuns, certamente não alcançará os resultados. O novo momento da realidade empresarial exigirá que você invista permanentemente no desenvolvimento das competências de líder e de gerente. Módulo 4 - As competências do gerente-líder Para o SEBRAE, competência é a faculdade de mobilizar conhecimentos/saberes, atitudes e habilidades/procedimentos levando em conta um desempenho satisfatório em diferentes situações de vida: pessoais, profissionais ou sociais. O conhecimento está relacionado ao saber adquirido por meio da educação formal ou pela experiência. As habilidades significam tudo o que a pessoa consegue fazer a partir do conhecimento adquirido. As atitudes estão relacionadas ao comportamento do indivíduo e têm a ver com alguns aspectos de sua personalidade. Ou seja, a competência é percebida como o estoque de recursos que o indivíduo detém e que, dentro do ambiente organizacional, deve ser compatível com as exigências do cargo que ocupa. Há dezenas de competências referenciadas em diversos livros e outras publicações sobre competências do gerente-líder. Aqui, selecionamos as competências que mais frequentemente são citadas como sendo as essenciais para o exercício da função de gerente- líder em pequenas e microempresas. Elas serão apresentadas no diagrama a seguir e na sequência há uma breve descrição de cada competência. Ao longo do texto desta apostila essas competências serão abordadas com mais profundidade. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 10 Facilitador: Charles Soares Alves Conhecimentos – Competência cognitiva É uma competência relacionada ao saber que pode ser adquirido em escolas, cursos, livros, etc. ou por meio da experiência. O saber torna a pessoa capaz de realizar análises mais profundas, ter argumentos sólidos, julgar com mais propriedade e ter capacidade de discernimento. Está centrado na capacidade de raciocínio da pessoa. Conhecer Técnicas de Planejamento e Organização No comando de uma equipe é necessário conhecer as etapas para a elaboração de um planejamento eficaz e as técnicas de organização para ser capaz de orientar os colaboradores na execução das atividades. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 11 Facilitador: Charles Soares Alves Ter visão sistêmica do negócio Visualizar a empresa como um todo para compreender como funcionam e se integram seus processos internos de captação, transformação e entrega dos produtos, serviços e informações aos clientes. Conhecer o ambiente externo Estar permanentemente atento às alterações do ambiente político, econômico e social para ter condições de gerir as mudanças decorrentes do ambiente externo. Conhecer técnicas de liderança Buscar o autodesenvolvimento para internalizar conhecimentos sobre técnicas de liderança de equipes Compreender os processos de trabalho Ter domínio sobre o ciclo completo das atividades que gerencia. Manter-se atualizado Investir continuamente em sua capacitação para conhecer novas maneiras de gerenciar atividades e liderar equipes. Habilidades – Competência operacional Esta competência refere-se à aplicação prática dos conhecimentos. São as capacidades, habilidades e destrezas orientadas para a obtenção de resultados. Saber para onde está indo Analisar o ambiente interno e externo e ter muita clareza na definição de objetivos e metas a serem alcançados pela equipe que lidera. Diz respeito ao planejamento da empresa. Capacidade de pensar à frente Antecipar-se ao futuro mantendo-se atento e vigilante às oportunidades e às ameaças, elaborando planos e estabelecendo prioridades e interesses. Diz respeito à estratégia da empresa. Realizar planejamento Aplicar técnicas de elaboração de planos, acompanhar, rever, alterar, a fim de direcionar a equipe e otimizar os recursos para alcançar os resultados. Organizar, distribuir atividades e gerir processos. Alocar adequadamente as pessoas na realização das atividades de acordo com suas competências, acompanhar, aferir resulta- dos e redirecionar quando for necessário. Comunicar-se com clareza e objetividade No processo de comunicação, selecionar os meios que possam transmitir com maior clareza e objetividade as mensagens direcionadas aos seus interlocutores. Dar feedbacks de maneira adequada Fornecer feedbacks aos colaboradores com objetividade e com a intenção de promover o seu desenvolvimento pessoal e profissional e melhorar seus resultados. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 12 Facilitador: Charles Soares Alves Focar no desenvolvimento da equipe Investir no desenvolvimento das competências dos membros da sua equipe para que sejam capazes de crescer pessoal e profissionalmente e alcançar resultados cada vez melhores. Gerir conflitos adequadamente Utilizar o meio correto para solucionar eventuais conflitos no trabalho ou nos relacionamentos. Saber negociar Ter capacidade de flexibilização e adaptação nas situaçõesde negociação visando obter a melhor situação possível para solu- ção de divergências no trabalho. Decidir pela melhor alternativa Ser capaz de tomar decisões para solucionar problemas ou de- finir a alternativa a ser seguida, assumindo os riscos inerentes. Liderar de acordo com a situação Utilizar a liderança situacional em seu dia a dia, avaliando crite- riosamente a situação do momento, a tarefa a ser realizada e a maturidade da pessoa que a realizará. Delegar Ser capaz de transferir certas tarefas, funções e obrigações para outra pessoa que tenha as competências adequadas para assumi-las. Atitudes – Competência atitudinal Capacidade de mobilizar crenças, sentimentos, emoções e comportamentos positivos. Pensamento inovador, criativo, sistêmico e projetivo. Comportamentos empreendedores. Atitudes de autoconfiança, autodesenvolvimento, comprometimento, iniciativa, proatividade, objetividade, flexibilidade, parceria, cooperação, diálogo, comunicação, persuasão, negociação, respeito à individualidade e diversidade, relacionamento interpessoal, autonomia, liderança, integridade, responsabilidade, honestidade, princípios éticos e valores da equipe e da organização. Buscar o autoconhecimento Conhecer-se profundamente para conhecer suas qualidades e deficiências e definir os aspectos que precisa desenvolver para aprimorar-se. Ser exemplo Ter atitudes honestas e éticas para que os membros da equipe possam inspirar-se no líder para se tornarem pessoas melhores. Ter coerência entre o que fala e o que faz. Transmitir credibilidade Cumprir seus compromissos pessoais e profissionais com as pessoas, sendo coerente com o seu discurso para que possa ser reconheci- do como uma pessoa confiável, na qual as pessoas Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 13 Facilitador: Charles Soares Alves Ser sincero e ter humildade Conscientizar-se de que a posição de líder não significa que sua pessoa é melhor do que as demais pessoas da equipe. Seja sincero consigo e reconheça que não é infalível. Ter equilíbrio e controle emocional Controlar as próprias emoções para evitar reações diferentes diante de uma mesma situação, uma vez que a falta de previsibilidade das reações do líder é uma causadora de insegurança nos membros da equipe. Assumir comportamentos assertivos Expressar seus sentimentos e percepções de maneira sincera e direta, no momento oportuno e mantendo o respeito à pessoa do colaborador. É basear-se em fatos e dados e não em julgamentos do comportamento dele. Manter o foco e perseverar Conduzir a equipe aos seus objetivos sem se desviar do foco e perseverar até alcançar os resultados desejados. Caso seja necessário alterar o foco em decorrência de alguma situação não prevista, comunicar com clareza e objetividade à equipe as mudanças que serão realizadas. Facilitar relacionamentos interpessoais Ser uma pessoa aberta ao relacionamento com os membros da equipe, mantendo-se disposto a receber feedbacks sem censura prévia. Praticar a empatia Criar sintonia emocional e cognitiva com as pessoas buscando a com- preensão da sua situação a partir dos sentimentos e do significado que elas atribuem a uma determinada situação. Saber ouvir Concentrar-se nas mensagens emitidas pelos outros com humilda- de, sem preconceitos, buscando interpretá-las adequadamente para captar o que a outra pessoa está dizendo. Criar e manter relações de confiança Ser um líder que se identifique com as pessoas, tenha consistência entre o falar e o agir, transmitindo credibilidade e imparcialidade para que as pessoas se sintam realmente Chegamos ao final desse Encontro e percebemos a importância de algumas competências dos líderes de sucesso. No encontro seguinte, Encontro 2, daremos continuidade às competências de um perfil de líder. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 14 Facilitador: Charles Soares Alves ENCONTRO 2 Olá, Nesse Encontro, daremos continuidade nas competências inerentes à líderes de sucesso. Nesse encontro serão criadas condições para que você desenvolva competências para: • Compreender que o autoconhecimento é fundamental para alcançar sucesso enquanto líder; • Envolver-se em trabalhar a inteligência emocional para conquistar melhores resultados; • Saber manter e lidar com a Ética no ambiente de trabalho; • Aprender a gerir as mudanças organizacionais na empresa. Para responder a essas e a outras questões e para facilitar a compreensão e a aprendizagem, este ENCONTRO foi dividido nos seguintes Módulos: ENCONTRO 2 – As Competências do Líder: Capítulo II Módulo 1 – Autoconhecimento é fundamental? Módulo 2 – O Líder e a Inteligência Emocional Módulo 3 – Construir relações de confiança com as pessoas Módulo 4 – Ética no exercício da Liderança Módulo 5 – O Líder no papel de Gestor das mudanças organizacionais CARGA HORÁRIA 3 horas Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 15 Facilitador: Charles Soares Alves AS COMPETÊNCIAS DO LÍDER: CAPÍTULO II Módulo 1 – Autoconhecimento é fundamental? O que é necessário para mudar uma pessoa é mudar sua consciência de si mesma.” (Abraham H. Maslow) De acordo com a psicologia, autoconhecimento é o conhecimento que um indivíduo possui sobre si mesmo, acreditando-se que sua prática conduz a pessoa a um melhor controle sobre suas emoções, sejam elas positivas ou não. Quando a pessoa se conhece, ela passa a identificar com mais precisão seus aspectos positivos e não se frustra nem tem sentimentos de baixa autoestima diante de suas próprias deficiências. Pelo contrário, essa descoberta provoca o ímpeto de modificá-las favoravelmente. O processo de autoconhecimento é indispensável ao desenvolvimento pessoal e reflete de maneira positiva no papel de líder. Para liderar uma equipe, antes é preciso aprender a liderar a si próprio, ser dono de suas emoções e pensamentos, compreender o que se passa interiormente, e esse processo torna os líderes mais assertivos e autoconfiantes. Tudo isso está profundamente conectado com o que externamos por meio de nossas palavras, atitudes e ações, e impacta os relacionamentos pessoais com os membros da equipe. Por meio do autoconhecimento é possível fazer escolhas mais acertadas, optando sempre por aquelas que se identificam consigo sem se deixar influenciar por outras pessoas nem por ideais contrários aos seus princípios. Desse modo, gerimos melhor nossos próprios conflitos, aprendemos a nos respeitar e passamos também a respeitar e entender melhor as outras pessoas. Passos que auxiliam o autoconhecimento: Primeiro passo Pergunte a si próprio: Quais são as crenças e valores em que eu acredito? Descobrir as crenças e valores possibilitará descobrir os fatores inconscientes que vêm embasando as suas ações no decorrer da vida. Se o líder acreditar que ele é sempre melhor que qualquer outra pessoa para realizar certo tipo de trabalho, dificilmente terá confiança nos membros da equipe e delegará pouco. Se acreditar que é uma pessoa azarada, irá creditar ao azar os erros que ele cometeu no planejamento e na gestão de sua Empresa. Colecionamos, no decorrer da vida, um grande Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 16 Facilitador: Charles Soares Alves número de crenças e valores que tanto podem nos limitar como ser um estímulo para a evolução pessoal. Segundopasso Tenha humildade para aceitar que temos pontos fortes e fracos, assumimos atitudes e tomamos decisões corretas, mas já falhamos em muitas ocasiões. Tenha coragem para reformular suas crenças e valores a partir de uma autocrítica sincera. Dessa forma criaremos a base para nossa evolução pessoal que fará surgir em nosso íntimo, o desejo de mudar, aprimorar, desenvolver e evoluir. Mas não adianta apenas ter o desejo. Se não o transformarmos logo em “querer”, será algo passageiro e voltaremos ao nosso estado inicial, invalidando o processo de autoconhecimento. Terceiro passo Examine seus desejos com atenção e maturidade para que eles se transformem em vontades e estas se transformem em atitudes concretas. Dessa maneira, o que efetivamente nos fará evoluir é o impulso para a realização, que é alimentado pelo pensamento lógico e sustentado pela racionalidade. Realizar os desejos de evoluir com base no que realmente queremos se tornará algo permanente e consolidará nosso desenvolvimento pessoal. No livro “O Monge e o Executivo” o autor James Hunter cita que quando ficamos arraigados aos nossos padrões mentais ocorre uma paralisia em nossas vidas, enquanto o mundo se transforma de modo cada vez mais rápido. Ficamos cegos a essas mudanças e travamos nosso processo de crescimento. Nossas crenças e valores precisam ser conhecidos, questionados, avaliados e revistos, se quisermos nos tornar líderes autênticos. Nas equipes, cada pessoa possui suas crenças e valores, e somente o líder que se conhece será capaz de compreendê-los. Essa compreensão tornará o líder mais atento às necessidades das pessoas e mais disposto a auxiliá-las em seu desenvolvimento pessoal e profissional. O líder nunca conseguirá controlar tudo o que se passa no mundo exterior, mas tem plena capacidade de transformar tudo o que está dentro dele. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 17 Facilitador: Charles Soares Alves Módulo 2 – O Líder e a Inteligência Emocional Inteligência Emocional é um termo utilizado para designar a inteligência que en- volve as habilidades de controlar as pequenas e grandes adversidades que a vida impõe, compreendendo, aceitando, percebendo e redirecionando suas emoções para obter melhores resultados e mais qualidade nos relacionamentos. Conhecer as emoções torna as pessoas mais compreensivas consigo mesmas e com os outros e, consequentemente, as torna mais felizes e capazes de contribuir com a felicidade das pessoas a seu redor. Para o líder, a inteligência emocional é um fator crucial para melhorar seu desempenho. Os sentimentos que temos são uma poderosa fonte de informações para nosso crescimento pessoal. Compreender as próprias emoções possibilita melhor compreensão das emoções das outras pessoas, facilitando a interação e proporcionando um sentimento empático com elas. É uma fonte de poder pessoal maior que o poder de posição que ocupa. O que motiva as pessoas encontra-se dentro delas. Quando o líder adquire a habilidade de compreender as emoções das pessoas de sua equipe, identificando o que as motiva intrinsecamente, a confiança aumenta e os resultados melhoram. O psicólogo Daniel Goleman, criador desse conceito, sustenta que qualquer líder deve usar a inteligência emocional para impulsionar mudanças e realizações. Controlar e dominar os impulsos negativos emocionais como ansiedade, frustração, raiva e tristeza faz com que as pessoas tenham foco para incorporar o autoconhecimento, a autoconsciência e a empatia, gerando grandes benefícios para a qualidade de sua vida pessoal e impulsionando sua produtividade. Goleman desenvolveu um modelo para o desenvolvimento da inteligência emocional, baseado em cinco áreas-chave. São elas: 1ª.- Autoconhecimento Conhecer-se e saber quais são suas emoções, aprimorando a consciência de si próprio. Faça um diário de suas emoções. Registre ao final do dia os fatos que ocorreram, quais as emoções que sentiu e como lidou com elas. Analise os momentos em que suas emoções foram exageradas. Procure conhecer a percepção dos outros sobre você. Pergunte a outras pessoas sobre seus pontos fortes e fracos e receba as opiniões sem discutir. Não há certo ou errado, é apenas outro ponto de vista sobre você. Reflita com calma a fim de processar e compreender suas emoções. Isso lhe ajudará a evitar emoções exageradas nas próximas ocasiões. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 18 Facilitador: Charles Soares Alves 2ª. - Autogestão Uma vez conhecidas suas emoções é o momento de exercitar o controle delas, especialmente quando se está passando por perturbações ou estresses. A prática do controle emocional evita explosões repentinas que tanto afetam os relacionamentos interpessoais. Busque manter a calma ao discutir eventuais divergências para que os entraves possam ser solucionados sem conflitos exagerados. 3ª. – Motivação Identifique seus próprios valores; essa é a chave para compreender o que realmente o motiva e produz em você o desejo de realizar algo. O cérebro capta esse desejo e se programa para alcançar um objetivo que seja significativo para você. Para conhecer melhor e identificar seus valores, a leitura do seu diário é indispensável. Nele você conseguirá identificar os momentos em que se sentiu realizado ou descobrir as coisas que valoriza. Não tenha pressa, pois essa reflexão demanda tempo. 4ª. – Empatia Lembre-se que você é só metade de um relacionamento. A outra metade se encontra nas pessoas que estão à sua volta. Se você tem suas emoções, as outras pessoas têm as delas. Experimente ouvir e compreender as pessoas sem ficar elaborando objeções enquanto as ouve. Elimine seus preconceitos e permita às outras pessoas que falem de seus sentimentos. Exercite-se: de vez em quando, assuma uma posição contrária à sua e analise como se sentiria uma pessoa nessa posição. Respeite as experiências dos outros. As suas não servem para eles. 5ª. - Habilidades Sociais Entre em sintonia com os sentimentos da outra pessoa buscando compreender o que ela pensa, sem críticas ou preconceitos. Ter habilidades sociais é saber como gerir o sentimento das pessoas que se relacionam com você. É saber avaliar as necessidades dos outros, negociar com elas a fim de equilibrá-las com suas próprias. Desse modo será possível descobrir os pontos em comum, gerenciar as relações no ambiente de trabalho, comunicar-se com mais assertividade, ser persuasivo, favorecer o trabalho em equipe, lidar com conflitos e ser alguém que inspire e influencie os outros. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 19 Facilitador: Charles Soares Alves Módulo 3 – Construir relações de confiança com as pessoas Nada tem mais poder nos relacionamentos de qualquer natureza do que a confiança. Construir e manter confiança é a base para alcançar resultados compartilhados com benefícios para todas as partes. A confiança é o requisito fundamental e indispensável a qualquer pessoa e muito mais para os líderes. Ninguém segue uma pessoa em que não confia. Se a confiança for colocada em dúvida, todos os demais aspectos do relacionamento estarão comprometidos. De acordo com Stephen Covey, o principal reflexo da credibilidade é a velocidade das ações das pessoas que o cercam. Quanto maior a confiança no líder, mais veloz será a resposta da equipe. O planejamento será executado com mais rapidez, mais precisão, menos retrabalho e, consequentemente, menor custo. Por outro lado, se a confiança é baixa, a velocidade da equipe é menor e o custo costuma ser mais elevado para a empresa. A credibilidadeé o principal elo das relações humanas. A construção de sua credibilidade está fundamentada na percepção das pessoas que o cercam, com base em quatro aspectos: 1 – Integridade Algumas pessoas atribuem à integridade o mesmo significado de honestidade. Ser honesto é viver de acordo com a verdade e deixar essa impressão para as pessoas que o cercam. No entanto a integridade vai além. É preciso também ter coerência, ou seja, não pode haver disparidade entre o seu comportamento e suas intenções. É fundamental ser a mesma pessoa, por dentro e por fora. A integridade tem a ver com a coragem de agir corretamente mesmo diante de uma situação difícil que possa até mesmo causar algum impacto nos resultados. É necessário ter a consciência de que está fazendo o melhor, com equilíbrio, ouvindo as pessoas, sem manifestar arrogância ou manipular as situações para obter vantagens. 2 - Intenção A intenção refere-se ao seu propósito, à sua razão para querer fazer alguma coisa. Esse querer deve lhe impulsionar para buscar o benefício mútuo em seus relacionamentos. Significa que você realmente se importa que as pessoas ganhem e sejam vencedoras. Em seguida, é preciso que o seu comportamento demonstre às pessoas que você age com verdadeiro interesse por elas. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 20 Facilitador: Charles Soares Alves 3 – Capacitações Para que as pessoas possam realizar suas tarefas com eficácia é imprescindível que sejam capacitadas. As pessoas capazes são confiáveis e inspiram confiança. Se o líder não buscar seu contínuo aprimoramento e desenvolvimento pessoal, poderá colocar em risco sua credibilidade. Lembre-se de que o líder sempre será a referência da equipe. 4 – Resultados Os resultados da equipe são fundamentais para consolidar a credibilidade. Não importa se o líder é íntegro, honesto, tem boas intenções e se capacite permanentemente. Sem resultados, a confiança se esvai e certamente os lucros de sua empresa irão junto com ela. Para construir sólidas relações de confiança com a equipe alguns comporta- mentos são indispensáveis ao líder. Não se esqueça: › Seja franco ao falar e demonstre sempre respeito pelos outros. Fale de modo claro e transparente. Faça com que todos compreendam quais são suas expectativas. › Seja leal às pessoas. Promessas devem ser sempre cumpridas. › É sua função corrigir os erros. Menos erros, melhores resultados. › Nunca perca o foco nos resultados. › Aperfeiçoe-se sempre. › Enfrente sem medo as situações difíceis. Compartilhe também as más notícias. Se você se esquivar dessas situações, parecerá desonesto. › Pratique a responsabilidade. › Sempre escute primeiro, sem defesas, sem justificativas, sem impor seu próprio pensamento. Se quiser que as pessoas confiem em você, confie nelas primeiro. Módulo 4 – Ética no exercício da Liderança A liderança ética é a demonstração de um modo de agir apropriado, tanto na realização de suas atribuições quanto nos relacionamentos com as pessoas. Um modo de agir apropriado pressupõe um comportamento baseado na honestidade, na confiança, na valorização do outro Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 21 Facilitador: Charles Soares Alves e na compreensão de que a função de liderança só se consolida por meio da percepção dos outros. A influência do líder sobre a equipe é construída a partir das suas atitudes. A consolidação da liderança ocorre quando o líder é reconhecido pelo seu papel de gestor moral da equipe. Para ser um gestor moral é preciso ser uma pessoa moral. Ser um gestor moral se refere ao modo com que o líder utiliza a autoridade de sua posição para influenciar comportamentos éticos nas pessoas que lidera. Ser uma pessoa moral é ser coerente, praticando no dia a dia valores como respeito às pessoas, honestidade, confiabilidade, cumprimento das leis, imparcialidade nos julgamentos, justiça e transparência de suas intenções. Equipes éticas são lideradas por pessoas éticas, cujo caráter, por si só, é o mais poderoso fator de influência nas pessoas que o cercam. O desenvolvimento das relações interpessoais entre o líder e sua equipe está asso- ciado ao comportamento ético do líder. Os valores éticos de um líder são diariamente observados pelos colaboradores e refletem de modo intenso no comportamento da equipe. Nessas equipes os conflitos tendem a ser produtivos, há maior colaboração, a comunicação é mais assertiva e o ambiente é livre de boatos ou fofocas, pois o líder municia a equipe com informações verdadeiras. Veja como construir a ética nas equipes: Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 22 Facilitador: Charles Soares Alves A base da liderança é o caráter. Falhas de caráter retiram a sustentação de qualquer líder; por outro lado, um caráter e uma base ética exemplares sustentam um líder mesmo em condições adversas durante o exercício da sua liderança. O líder só pode se considerar líder se for legitimado pela equipe. Se a todo momento precisa lembrar a sua equipe de que ele é o líder, então definitivamente não é. Possíveis linhas de ação O líder será sempre a referência e o exemplo para a equipe. Em pouco tempo a equipe irá refletir em seu comportamento as mesmas atitudes do líder. Se você não for exemplo de ética, idoneidade, honestidade e caráter para a equipe não exija que seus liderados o sejam. Seu caráter é você mesmo que constrói, mas são as atitudes que revelam quem você realmente é. Ninguém consegue mentir para si próprio e a autocondenação é algo que dura a vida inteira. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 23 Facilitador: Charles Soares Alves Módulo 5 – O Líder no papel de Gestor das mudanças organizacionais A mudança organizacional é qualquer transformação no ambiente de natureza política, social, econômica, tecnológica, legal, humana, estrutural, estratégica, cultural, que possa causar impacto na organização como um todo ou em alguns setores dela. Se há uma situação comum a todas as empresas, independente do seu porte, ramo de atividade ou local onde esteja instalada, é que todas, ao longo de sua história, em função dessas transformações, serão obrigadas a realizar algum processo de mudança. Isso é inevitável e vem ocorrendo de maneira cada vez mais acelerada e alheia à nossa vontade. Sendo uma situação inevitável, que às vezes amedronta e incomoda, não resta outra saída senão preparar-se para liderar os processos de mudança e isso, necessariamente, implica em uma forte presença junto à equipe. Nas Pequenas e Microempresas, a responsabilidade da liderança é ainda maior, pois há uma grande proximidade entre os colaboradores e suas lideranças. Devido a essa proximidade, as pessoas rapidamente exigirão um posicionamento da liderança ao primeiro sinal de instabilidade. Se o líder não responder com agilidade e eficácia a possíveis ameaças, a equipe pode se tornar insegura ou resistente e isto tem o poder de afetar a produtividade da empresa. O líder precisa perceber a necessidade de mudar e agir prontamente. Para isso é preciso ter consciência da vulnerabilidade da empresa em face das transformações do ambiente externo, manter-se informado e monitorar todos os fatores que possam afetar a empresa. Em seguida, precisará avaliar o potencial de reação da empresa, avaliando sua estrutura organizacional, as competências dos colaboradores, verificando necessidades de atualização tecnológica e de capacitação dos colaboradores, questionando a cultura organizacional existente, analisando seu planejamentofinanceiro, as estratégias de marketing e vendas, etc. Desse modo será possível formular estratégias para efetuar e gerir as mudanças necessárias. Como o líder deve conduzir os processos de mudança? Apresentamos aqui os oito passos descritos por Kotter5 em seu livro “Liderando mudanças”, adaptados à realidade das Pequenas e Microempresas. 1º Passo – Mostre a todos que é urgente. É fundamental que os colaboradores percebam a importância de agir rapidamente diante de um cenário de transformações. Se as pessoas estiverem plenamente envolvidas com Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 24 Facilitador: Charles Soares Alves o processo de mudança desde o início, as possibilidades de sucesso são potencializadas. O líder precisa ser rápido e claro ao transmitir informações aos colaboradores, assumir comportamento que demonstre o sentido de urgência, deixando explícita a necessidade de encontrar oportunidades nos novos cenários. Provavelmente nem todos irão aderir imediatamente à sua ideia, mas o líder precisa também lidar com as pessoas que dizem não e resistem às mudanças. 2º Passo - Crie alianças Depois da sensibilização inicial é fundamental que o líder faça aliados, especialmente entre aqueles colaboradores que exercem influência sobre certos grupos de pessoas. Eles o ajudarão a vencer as resistências naturais às mudanças e facilitarão a implantação dos planos de ação. 3º Passo - Desenvolva uma visão de mudança Um dos principais fatores de sucesso na liderança de mudanças é que os colaborado- res compreendam com clareza os benefícios que a mudança trará para a organização, ou seja, como o futuro será diferente (e melhor) do que o passado. Desta forma, busca-se motivar as pessoas a agir e caminhar na direção desejada, ainda que, no início, algumas mudanças possam trazer desconforto. 4º. Passo – Comunique sua visão para todos O líder deve aproveitar todas as oportunidades para falar da visão que sustenta o processo de mudança. É fundamental referir-se a ela durante as reuniões, apresentações, nos e-mails e avisos internos. Faça cartazes e afixe em locais visíveis a todos, crie uma frase de efeito e a escreva em todas as comunicações internas. Faça com que as pessoas percebam que você é o maior entusiasta da mudança. Os líderes devem se tornar um exemplo vivo do tipo de mudança que desejam realizar. Segundo Kotter, “Nada compromete um programa de comunicação mais rapidamente do que as ações inconsistentes da liderança”. 5º Passo – Elimine as barreiras O líder deve remover os obstáculos à mudança, tais como: estrutura organizacional inadequada, competências não condizentes com as mudanças que se pretende realizar, sistemas defasados, processos internos burocratizados e supervisores ou formadores de Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 25 Facilitador: Charles Soares Alves opinião não engajados no processo de mudança. Mude tudo que possa comprometer seriamente a visão. Adotar uma postura de diálogo honesto e franco é indispensável. 6º Passo: Consiga vitórias a curto prazo As vitórias também devem estar claramente relacionadas com o esforço de mudança. Tais vitórias fornecem provas de que o empenho ou os sacrifícios que as pessoas vêm fazendo estão produzindo resultado. Crie um canal de comunicação permanente para informar aos colaboradores as conquistas obtidas durante o processo de mudança. 7° Passo: Não desanime É natural que o líder encontre resistências explícitas ou nos bastidores. Portanto é muito importante que as conquistas sejam claramente comunicadas. Se o líder possui credibilidade e os resultados estão começando a aparecer, com o tempo as resistências serão minimizadas. O mais importante nessa fase é não desistir. Sempre que o líder desiste antes da efetivação da mudança, sua competência e credibilidade poderão ser questionadas. 8° Passo: Consolide a nova cultura As mudanças e novas práticas implantadas na empresa devem ter raízes profundas para que se consolidem como uma cultura empresarial, formada por normas de comportamento e valores compartilhados. Quando as novas práticas se transformam em cultura, elas serão naturalmente retransmitidas a todos os demais que venham a trabalhar na empresa. Uma mudança organizacional só ocorre se a liderança tem uma estratégia de persuasão coerente, pois a maioria das pessoas reluta em alterar seus hábitos e contenta-se com o que já foi experimentado no passado. Na ausência de ameaça iminente, as pessoas acabam por fazer o que sempre fizeram. No entanto, se o líder se postar à frente da equipe para orientar e estimular os processos de mudança, investir no desenvolvimento das pessoas e promover um ambiente de confiança mútua, a empresa irá conseguir minimizar os impactos das mudanças do ambiente externo e terá sucesso também na implantação de mudanças internas. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 26 Facilitador: Charles Soares Alves Chegamos ao final desse Encontro e percebemos a importância das competências dos líderes de sucesso. No encontro seguinte, Encontro 3, veremos como são as Equipes de Trabalho e a Liderança na prática. Observando os passos descritos por Kotter, fica evidente que os principais elementos para liderar um processo de mudança são: • Ter uma visão muito clara de onde se deseja chegar. • Envolver todos os colaboradores no esforço de mudança por meio de um processo de comunicação intenso e claro, para que todos se com- prometam com os resultados. • Capacitar as pessoas. • Ser um verdadeiro exemplo para os liderados. O líder eficaz consolida os valores organizacionais de forma explícita e permanente e suas ações sustentam suas palavras. Os membros da equipe irão sempre se espelhar em seu líder. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 27 Facilitador: Charles Soares Alves ENCONTRO 3 Olá, A prática da liderança pressupõe a aplicação das competências abordadas no capítulo anterior. Conhecer as competências é uma etapa fundamental em seu processo de desenvolvimento, porém é preciso aplicá-las no dia a dia, diante das inúmeras situações em que é requerida uma efetiva atuação do líder. Neste capítulo, serão abordados importantes aspectos relacionados ao papel da lide- rança e de que maneira a forma de atuação do líder afeta a produtividade das equipes e o grau de satisfação de cada um dos membros em pertencer a essa equipe. No decorrer dos textos há muitas recomendações para que você possa transpor para a prática os conceitos abordados neste capítulo. Sempre que precisar, recorra a este guia. O seu processo de desenvolvimento não pode parar. Nesse encontro serão criadas condições para que você desenvolva competências para: • Compreender as estratégias de formação de equipes; • Envolver-se em busca de conhecer o papel do líder como motivador de equipes, para conquistar melhores resultados; • Saber lidar com obstáculos e saber se comunicar no exercício da liderança. Para responder a essas e a outras questões e para facilitar a compreensão e a aprendizagem, este ENCONTRO foi dividido nos seguintes Módulos: ENCONTRO 3 – A Equipe de Trabalho e a Liderança na Prática: Capítulo I Módulo 1 – O que são equipes e o papel do líder na formação das equipes Módulo 2 – O papel do líder como motivador da equipe Módulo 3 – Liderança situacional Módulo 4 – Obstáculos ao exercício de liderança Módulo 5 - O processo de comunicação e aliderança Módulo 6 - Como aprimorar sua habilidade de comunicação? CARGA HORÁRIA 3 horas Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 28 Facilitador: Charles Soares Alves A EQUIPE DE TRABALHO E A LIDERANÇA NA PRÁTICA: CAPÍTULO I Módulo 1 – O que são equipes e o papel do líder na formação das equipes Uma verdadeira equipe pode ser definida como uma reunião de pessoas com as seguintes características: Características O que significa Possuem competências complementares: Trocam informações, desenvolvem novas ideias, ampliam o conhecimento coletivo, solucionam problemas, crescem juntos. Mantêm uma interdependência funcional: Compreendem que não atingirão os objetivos se trabalharem sozinhas. Por isso, cooperam umas com as outras. Têm metas de desempenho estabelecidas: As pessoas conhecem as metas empresariais, as metas da equipe e as suas próprias. São orientadas pelo líder sobre como alcançá-las. Trabalham em torno de um objetivo em comum: Assumem suas próprias responsabilidades com a consciência de que o objetivo da equipe só poderá ser alcançado se cada um fizer a sua parte. Possuem um relacionamento interpessoal autêntico: Possuem empatia. Colocam-se no lugar do outro, procurando sentir seus sentimentos. Agem com o outro do mesmo modo como gostariam que agissem consigo. Podemos identificar as equipes eficazes por meio da análise de dois aspectos-chave, conforme visão de Márcio Batitucci, autor do livro “Equipes 100%”: A - Missão e objetivos: Avalia o quanto as pessoas ou áreas de trabalho estão efetivamente comprometidas e caminham em direção ao atingimento da missão e dos objetivos da empresa. B - Interdependência: Avalia o quanto as pessoas ou áreas de trabalho, caminham juntas em direção aos objetivos comuns. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 29 Facilitador: Charles Soares Alves Dessa forma, as equipes são construídas por pessoas que estão efetivamente comprometidas com os objetivos comuns e têm consciência plena de que não irão alcançá-los sozinhos. Observe o quadro a seguir: Equipe: Os membros possuem alto envolvimento com a missão e plena consciência das relações de interdependência. Praticam um trabalho cooperativo e colocam a empresa na rota da excelência. Efeito: ótimos resultados e satisfação de todos os membros. Grupo: As pessoas estão focadas nos objetivos comuns, porém ainda trabalham como se não precisassem da competência de outras pessoas para atingir esses objetivos. A tendência é que os resultados alcançados percam a vinculação com os objetivos da empresa como um todo. Efeito: os resultados não são uniformes. Alguns alcançarão as metas e outros não. Esse fato causará um desequilíbrio no grau de satisfação dos membros. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 30 Facilitador: Charles Soares Alves Corporação: As pessoas mantêm um alto grau de interdependência, porém são voltadas para a obtenção de ganhos para elas próprias, pois não estão focadas nos objetivos estabelecidos pela empresa. Nessa configuração os resultados serão incompatíveis com as necessidades da organização. Efeito: a empresa como um todo não é beneficiada pelos resultados, mas as equipes terão a impressão de ter alcançado as metas. Nessa equipe os colaboradores terão grau de satisfação elevado enquanto a empresa perde. Bando: É a própria negação do conceito básico de equipe, como se cada um trabalhasse por si próprio, sem praticar a interdependência, sem padrões de trabalho e sem objetivos que possam ser compartilhados com todos. Efeito: nenhum resultado para a empresa e baixo grau de satisfação dos colaboradores. Não é tarefa fácil juntar um grupo de pessoas e transformá-lo em uma equipe eficaz pois é preciso lidar com variados aspectos relacionados às pessoas. Um dos maiores erros cometidos pelos líderes é centrar sua avaliação no conhecimento e nas habilidades, deixando em segundo plano os aspectos relacionados ao caráter das pessoas que estarão em sua equipe. É o caráter de cada um que irá determinar suas atitudes dentro da equipe e que as tornarão conscientes das relações de interdependência e dos objetivos compartilhados. Portanto, ao selecionar pessoas para formar suas equipes o líder deve avaliar: • A disposição para o trabalho em equipe. A atitude é o ponto mais importante. Pessoas competentes, mas com atitudes negativas, desagregam a equipe. É fundamental privilegiar quem sabe compartilhar e estabelecer relações interpessoais saudáveis. Procure reunir pessoas que saibam ouvir e apresentar seus argumentos, sejam tolerantes e flexíveis para adotar outras ideias que não sejam as suas e tenham disposição para contribuir com melhorias. • É imprescindível que o líder faça uma adequada distribuição do trabalho, dimensionando o número necessário de pessoas. • Em seguida, o líder deverá definir quais os conhecimentos e habilidades serão exigidos para que as pessoas tenham condições de executar as atividades da maneira correta. Nesse momento deve ser avaliada a experiência do colaborador ou o potencial que cada um tem para aprender um determinado processo. • Cada pessoa precisa saber com clareza as expectativas da Empresa com relação ao seu Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 31 Facilitador: Charles Soares Alves trabalho e quais os resultados a equipe deverá alcançar em conjunto. • Acompanhar o trabalho realizado pela equipe para certificar-se de que os resultados serão alcançados. Corrigir quando for preciso, remanejar pessoas para outras tarefas a fim de compatibilizar suas competências. • Solucionar conflitos buscando obter, por meio deles, novas ideias e alternativas para aprimorar os resultados da equipe. Lembre-se das seguintes premissas: • Ser líder é influenciar pessoas para que trabalhem com entusiasmo em torno de um objetivo em comum. Seu exemplo é a maior influência. • Mantenha uma comunicação franca e aberta que lhe dê a liberdade para sugerir mudanças de comportamento. • Não tenha receio em contribuir com o desenvolvimento profissional dos colaboradores. Faça o que for possível para aprimorar conhecimentos e habilidades deles. No entanto, esteja consciente de que alguns precisarão eventualmente ser desligados para o bem de toda a equipe. • E, finalizando, pare de reclamar de sua equipe. Foi você mesmo que a formou. Módulo 2 – O papel do líder como motivador da equipe A competência de um líder é avaliada não só pelos resultados que sua equipe produz, mas também pelo modo com que ela os obtém. Não basta apenas alcançar metas. É preciso que as pessoas convivam em um ambiente de respeito, colaboração, integração e motivação. Uma liderança eficaz ocupa-se com a evolução dos seus liderados e com a motivação que eles sentem em trabalhar e conviver com esse líder. Quando as pessoas estão motivadas, elas se comprometem com os objetivos estabelecidos, trabalham com mais foco, contribuem para a melhoria dos processos e se relacionam bem umas com as outras. Entretanto, a motivação é algo individual que está integralmente relacionado aos valores que cada pessoa guarda dentro de si e também com suas próprias necessidades. Por isso é tão difícil motivar, pois esse processo não depende apenas dos estímulos externos, como recompensas em dinheiro e premiações. É preciso atingir a real origem da motivação que está alojada no íntimo das pessoas e mantém uma estreita relação com a personalidade de cada um. Curso Desenvolvimento de HabilidadesGerenciais 32 Facilitador: Charles Soares Alves No entanto, por mais que seja difícil motivar as pessoas, algumas atitudes do líder irão contribuir significativamente para isto. Veja as recomendações abaixo: 1– Construa a confiança. Isso significa ser íntegro, manter a coerência entre o que fala e o que faz, julgar de maneira justa e imparcial, cumprir o que foi prometido e manter-se sinceramente interessado no desenvolvimento das pessoas. 2– Cultive relacionamentos saudáveis. Fazer com que as pessoas sintam que você é acessível, que se comunica com clareza e franqueza, sem camuflar suas reais intenções. 3– Entenda cada pessoa como ela é. Significa deixar de lado a pretensão de querer um grupo de robôs que podem ser programados para que ajam do mesmo modo. As atividades precisam ser planejadas e orientadas, mas as atitudes das pessoas são individuais. É esforçar-se para compreender cada pessoa como ela é sem negligenciar o necessário empenho para convergir todos em busca dos objetivos comuns da equipe. 4– Reconheça a competência e delegue. É altamente motivador o ato de transferir autoridade às pessoas para que elas definam como realizar determinada tarefa, pois isso produz um reflexo positivo em sua autoestima. No entanto, é necessário ter alguns cuidados no processo de delegação, como será visto mais adiante. 5– Acompanhe seu desenvolvimento e forneça feedbacks permanentes. Isso quer dizer que não se deve dar retorno sobre o desempenho do colaborador apenas quando tem algo a ser corrigido. Dar feedbacks é um ciclo contínuo voltado muito mais para a evolução das pessoas do que para a repreensão. O que irá facilitar o processo de feedback é o grau de confiança e o nível do relacionamento interpessoal que o líder mantém com seus liderados. 6– Estabeleça as referências. Ao líder cabe o papel gerencial de estabelecer metas, planejar os processos, dividir o trabalho, orientar e acompanhar, corrigir quando necessário. Quanto mais claras forem essas referências, mais segurança estará sendo concedida ao liderado. É indispensável que ele perceba claramente se o que vem realizando está de acordo com o que se espera dele. Certamente essas atitudes não garantem pleno sucesso na motivação das pessoas, pois, como dissemos, cada um se motiva por diferentes tipos de estímulos. No entanto, não agir dessa forma é o meio mais rápido de desmotivar a equipe e comprometer seriamente os resultados que se deseja alcançar. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 33 Facilitador: Charles Soares Alves Finalmente, fiquemos com a reflexão de Stephen Covey: “Muitos empresários e líderes procuram colaboradores com personalidade semelhante. Mas se nós vemos tudo da mesma maneira, um de nós é desnecessário”. Módulo 3 – Liderança situacional A Liderança Situacional é um conceito desenvolvido pelos autores Paul Hersey e Kenneth Blanchard, os quais identificaram que o líder de alta performance adota diferentes formas de liderar. A Liderança Situacional baseia-se na relação entre: › A intensidade de orientação e direção que o líder precisa fornecer ao colaborador: é chamada de comportamento de tarefa. › A intensidade de apoio socioemocional que o líder precisa oferecer ao colaborador: é chamada de comportamento de relacionamento. › Nível de maturidade dos liderados na realização de uma atribuição. Entendendo as variáveis: Comportamento de tarefa É quando o líder precisa comandar e orientar detalhadamente as pessoas sobre todas as fases de execução de uma atividade, orientando-as quanto ao objetivo, a forma e os resultados a serem alcançados, definindo os papéis de cada um com clareza. Comportamento de relacionamento É quando o líder precisa estar próximo das pessoas, empenhando-se em dar apoio, estimular e encorajar seus liderados por meio de uma comunicação bilateral, escutar ativamente e apoiar seus esforços. Maturidade dos liderados É a capacidade, vontade e disposição das pessoas para realizar as suas atribuições e gerir o próprio comportamento. Uma pessoa não é totalmente madura, nem imatura, pois a maturidade pode variar de acordo com a tarefa que está realizando. Qual é o melhor estilo de liderança? Não há um estilo que seja mais eficiente do que outro. A eficiência está na aplicação adequada do estilo de liderança. É o acerto na aplicação de um estilo de liderança que o torna mais eficiente. O estilo adequado do líder é um grande impulsionador da motivação da equipe, pois aumenta sua capacidade de influenciar positivamente seus liderados e contribui para que eles desenvolvam seus talentos e potencialidades. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 34 Facilitador: Charles Soares Alves O desafio está em saber como aplicar cada estilo, com quais pessoas e em quais circunstâncias. Ninguém nasce líder. Por isso, é fundamental o desenvolvimento dos conhecimentos sobre liderança que se transformarão em habilidades que o tornarão capaz de analisar cada situação, cada pessoa, cada objetivo, e assim discernir qual estilo utilizar. Todos os estilos têm prós e contras quando utilizados de forma errônea. Módulo 4 – Obstáculos ao exercício de liderança “Obstáculos são aquelas coisas assustadoras que você vê quando desvia os olhos da meta.” (Henry Ford) A cada dia, seja por conta do ambiente externo, ou por eventuais deficiências internas, o papel dos líderes vem se tornando mais complexo e difícil. Alguns obstáculos precisam ser ultrapassados e vencidos para que as equipes se mantenham motivadas e produtivas. Não há outro caminho para o líder senão manter-se preparado para identificar as barreiras e saber como se posicionar diante de cada uma delas. Manter-se preparado significa aprimorar suas competências pessoais e profissionais para o exercício de seu papel. Veja a seguir os dez principais obstáculos ao exercício da liderança e entenda como vencê-los. - Você pode ser o seu maior inimigo A principal causa do insucesso do líder pode ser descrita em uma pequena palavra: ego. Se você está centrado em si próprio, em seu status e focado em seu poder, sua liderança perde o principal sentido: as pessoas. O fato de estar em uma posição de liderança não o torna mais inteligente ou mais importante que os outros. A competência do líder é medida pelo sucesso da equipe. Faça com que todos da equipe se sintam proprietários dos bons resultados. Quem legitima o líder é a equipe, e não a imagem que ele tem de si próprio. - A palavra move, o exemplo arrasta Essa frase é conhecida desde a antiguidade e continua muito atual. Tudo o que você fala ou recomenda às pessoas pode ter o poder de causar alguma transformação nelas. Entretanto, você colocará tudo a perder se suas atitudes não forem coerentes com suas palavras. Somente o seu exemplo é capaz de motivar as pessoas. Na liderança de sua equipe, comece a praticar e talvez nem seja preciso falar. As equipes tendem a seguir o líder. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 35 Facilitador: Charles Soares Alves - Desenvolva o caráter Jack Welch, ex-presidente da General Electric, afirmava que: “Eu contrato o caráter, e a pessoa eu treino”. Conhecimentos e habilidades podem ser adquiridos por meio de treinamentos ou ser o resultado de experiências anteriores. É papel do líder, desenvolver o caráter e a integridade das pessoas de sua equipe. Além de dar o exemplo, o líder deve estar atento às atitudes das pessoas com relação ao trabalho e ao relacionamento com os outros. Construa relações de confiança sólidas e tenhafoco no crescimento das pessoas. Elas precisarão do apoio do líder para desenvolver seu caráter e integridade. - Sem o alinhamento de valores, não há objetivos comuns A principal característica de uma equipe é o trabalho em conjunto em torno de um objetivo comum. As pessoas se engajam nos objetivos quando percebem que os valores da empresa, implícitos nas atividades que realizam, são compatíveis com seus valores pessoais. É papel do líder, fazer com que os liderados compreendam o significado da atividade que realizam e possam avaliar a compatibilidade da mesma com os seus próprios valores. Um membro da equipe que não consiga conciliar seus valores pessoais com os da empresa pode comprometer o resultado de toda a equipe. - Visão imediatista As competências das pessoas de uma equipe que hoje produz excelentes resultados não garantem a continuidade desses resultados para sempre. A Empresa está sujeita a impactos externos que podem causar muitas mudanças em seu planejamento para o futuro. É preciso estar atento ao hoje mas, ao mesmo tempo, capacitar as pessoas para um cenário futuro, conforme o planejamento estratégico da empresa. As competências de hoje podem não ser adequadas para o amanhã. - Sem planejar e organizar sua equipe vira bando Planejar e organizar adequadamente as atividades da empresa é uma atribuição in- delegável do líder. É ele quem deve assumir o controle e responsabilizar-se pelos resultados da equipe. Se o líder não planeja e organiza a distribuição das atividades, e não negocia claramente as expectativas com cada um, haverá sempre o risco de cada um fazer do modo que acha melhor. Pessoas que trabalham juntas sem um objetivo comum, sem planejamento e sem orientação, transformam-se em um bando e com- prometem seriamente os resultados da empresa. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 36 Facilitador: Charles Soares Alves - Não há pessoas prontas para fazer parte de sua equipe Não gaste sua energia procurando no mercado pessoas que irão se adequar 100% à sua empresa. Não se angustie quando perceber que ninguém é 100% competente. Todas as pessoas, incluindo o líder, possuem algo a ser desenvolvido. A excelência é um objetivo inalcançável, mas é o que impulsiona o crescimento das pessoas. Faça um acompanhamento permanente do desempenho de cada um e invista em seu desenvolvimento. Ao selecionar um novo colaborador, busque prioritariamente a pessoa de melhor caráter e tenha, é claro, um bom programa de desenvolvimento para ele. - Não basta apenas desenvolver competências Nada frustra tanto um profissional quanto a impossibilidade de aplicar seus conheci- mentos e habilidades no trabalho. Se uma das principais atribuições do líder é desenvolver pessoas, a atribuição seguinte é alocá-las na atividade correta, onde poderão aplicar suas competências. Se isso não ocorre, a empresa perde os recursos investidos na capacitação, compromete sua produtividade e é obrigada a conviver com a insatisfação e a desmotivação das pessoas, tão prejudiciais aos resultados que se deseja alcançar. - Esqueça a roupa de super-homem Este é outro aspecto em que o líder perde para ele mesmo. Se você é o empresário ou líder de uma equipe, saiba que definitivamente não terá tempo para gerenciar adequadamente se decidir executar todas as atividades porque não confia no trabalho das pessoas de sua equipe. Saiba também que você tem grandes possibilidades de não ser melhor do que a pessoa que está sendo paga para isso. Invista no aprimoramento das competências de cada um, acompanhe, certifique-se de que já está apta a executar a atividade e delegue. Ser um super- homem o tempo todo vai lhe causar estresse e comprometer até mesmo sua vida pessoal. - Não tenha medo de ser líder Você tem um papel a desempenhar e sua equipe vai tê-lo como referência. Nunca negligencie esse papel. Planeje, estabeleça as metas, organize, oriente, acompanhe, faça cobranças e correções, estimule, capacite, desenvolva, comemore os resultados. As pessoas esperam que você lhes dê uma direção, que esteja plenamente interessado no crescimento delas, que avalie os resultados e as oriente quando necessário. Esperam que você seja um exemplo de caráter, confiável, imparcial e justo. Eles que- rem alguém que possam reconhecer como líder. Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 37 Facilitador: Charles Soares Alves Módulo 5 - O processo de comunicação e a liderança A palavra comunicação significa “tornar comum”, trocar informações e compartilhar ideias. Comunicação é a transferência e compreensão de significados e ocorre por meio de palavras, gestos, tom de voz, olhares, imagens, símbolos etc. Comunicar tem o sentido de estabelecer com o outro um estímulo e provocar uma resposta, numa troca dinâmica e interativa. A comunicação é o veículo por onde transitam as informações sobre planos, programas, projetos, metas, objetivos, decisões, instruções sobre a execução de um trabalho, enfim, tudo o que leva uma equipe a alcançar os resultados desejados. Hoje se sabe que a maioria dos problemas e conflitos internos nas organizações, causadores de enormes prejuízos às empresas, têm sua origem nas falhas dos processos de comunicação interna. Ou ela não existiu, ou foi omitida, ou a transmissão da informação foi realizada de modo ineficaz e não foi entendida pelos interlocutores. Nas Pequenas e Microempresas há ótimas condições para um processo de comunicação eficaz, pois esta é facilitada pela proximidade entre as pessoas, o que permite uma comunicação direta sem intermediários entre eles. Porém, o fato de estarem próximos não garante a qualidade da comunicação, pois ela depende do modo com que a informação foi transmitida e a forma com que foi recebida. Qualquer distorção poderá causar inúmeros transtornos e prejuízos à empresa, uma vez que são geradoras de desentendimentos entre as pessoas, desmotivam a equipe como um todo e podem tornar o ambiente empresarial altamente desagradável. A comunicação é uma via de mão dupla na qual transitam emissor e receptor. Qualquer problema futuro decorrente de um processo de comunicação mal feito, será responsabilidade de ambos. Em casos de comunicação de assuntos mais importantes ou complexos, procure registrar essa comunicação por escrito ou utilizando mecanismos de áudio, vídeo, foto- grafia ou qualquer outro, que permita resgatar a mensagem quando necessário. Esse cuidado será fundamental para evitar que, após algum tempo, ambos esqueçam o que já foi comunicado anteriormente. A comunicação é uma competência essencial da liderança e praticamente separa os bons dos maus líderes. É por meio de uma comunicação clara que os líderes de sucesso conseguem influenciar os membros de sua equipe a trabalharem com entusiasmo para alcançar um objetivo comum. As relações de confiança, tão essenciais para a construção de Curso Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais 38 Facilitador: Charles Soares Alves relacionamentos interpessoais autênticos, têm sua origem na eficácia da comunicação. Não há como confiar em um líder que coloca barreiras na comunicação com as pessoas. Relações de confiança nascem da comunicação, portanto, se não houver comunicação, não há confiança. Se o líder não adotar um processo de comunicação aberto e franco, abre-se espaço para o surgimento de redes informais e a formação de pequenos grupos. Dentro desses “grupinhos” são geradas mensagens diferentes das originais, geralmente distorcidas e com capacidade de afetar intensamente os resultados pretendidos. Ou seja, quando o líder não assume seu papel no
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