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DIREITOS HUMANOS GARANTIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ESTUDO DE CASO DE OBRA NA CIDADE DE NITERÓI

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EDICARLOS DA COSTA CARVALHO
direitos humanos garantidos na construção civil
ESTUDO DE CASO DE OBRA NA CIDADE DE NITERÓI
Niterói
2018
edicarlos da costa carvalho
direitos humanos garantidos na construção civil
ESTUDO DE CASO DE OBRA NA CIDADE DE NITERÓI
Trabalho de Acadêmico apresentado à Faculdade Anhanguera de Niterói, como requisito parcial para a obtenção de nota em Direitos Humanos no curso de Engenharia Civil.
Orientador: Amaury Figueiras
Niterói
2018
CARVALHO, Edicarlos da Costa. Direitos Humanos garantidos na Construção Civil: Estudo de caso de obra em Niterói. 2018. Número total de folhas 19. Trabalho Acadêmico do Curso de Engenharia Civil – Faculdade Anhanguera de Niterói, Niterói, 2018.
RESUMO
O presente trabalho tem o intuito de estudar uma obra em execução na cidade de Niterói, promovendo ações a fim de garantir os direitos humanos e trabalhistas dos operários envolvidos na obra. Na construção civil é comum que estes direitos sejam violados, isso devido a algumas particularidades do setor. Durante a execução da obra, o construtor muitas vezes não leva em consideração algumas dificuldades e problemas no âmbito social enfrentados pelos trabalhadores no ambiente de trabalho. Este trabalho tem a finalidade de levantar o maior número possível de dados que sirvam como referência para atividades que garantam a estes trabalhadores o que lhe são de direito, como segurança, condições de trabalho, acomodações adequadas, conhecimento, ou seja, os seus direitos como humanos.
Palavras-chave: Direitos Humanos; Segurança; Conhecimento.
 
CARVALHO, Edicarlos da Costa. Direitos Humanos garantidos na Construção Civil: Estudo de caso de obra em Niterói. 2018. Número total de folhas 19. Trabalho Acadêmico do Curso de Engenharia Civil – Faculdade Anhanguera de Niterói, Niterói, 2018.
ABSTRACT
The present work intends to study a work in execution in the city of Niterói, promoting actions in order to guarantee the human and labor rights of the workers involved in the work. In civil construction it is common that these rights are violated, due to some particularities of the sector. During the execution of the work, the builder often does not take into account some difficulties and problems in the social context faced by workers in the work environment. The purpose of this work is to collect as many data as possible that can serve as reference for activities that guarantee these workers what they are entitled to, such as safety, working conditions, adequate accommodation, knowledge, that is, their rights as humans.
Key-words: Human Rights; Safety; knowledge.
LISTA DE ILUSTRAÇÕEs
Figura 1 – Estado civil	11
Figura 2 – Número de filhos	12
Figura 3 – Cor da pele/etnia	12
Figura 4 – Grau de instrução	13
Figura 5 – Tempo de serviço na construção	13
Figura 6 – Consumo de bebida alcoólica	14
Figura 7 – Origem	14
Figura 8 – Atividades ligadas a agricultura	15
Figura 9 – Condições de moradia	15
Figura 10 – Dificuldades na construção civil	16
Figura 11 – Discriminação por trabalhar na construção civil	16
Figura 12 – Abordagem policial no trajeto para o trabalho	17
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................06
O CRESCIMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL..................08
2. METODOLOGIA ....................................................................................10
3. RESULTADOS.........................................................................................11
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................18
REFERÊNCIAS...............................................................................................19
INTRODUÇÃO
As pessoas que trabalham na construção civil enfrentam a dificuldade de trabalhar em um setor que ainda sofre grande desvalorização por parte da sociedade. Isso ocorre devido ao nível de escolaridade destes profissionais e as peculiaridades das atividades que exercem. Vários estudos são elaborados todos os anos no ramo da construção civil, estudos estes sempre ligados a temas como processos construtivos, acidentes de trabalho, métodos de produção, doenças causadas pelo exercício da profissão e etc... Poucas pesquisas associam as atividades exercidas com os direitos dos profissionais envolvidos.
A construção civil tem um papel histórico importante na expansão, ampliação e nascimento das cidades pelo mundo, tendo os trabalhadores como peça fundamental para este panorama. Infelizmente os mesmos não receberam os devidos créditos, sofrendo com péssimas condições de trabalho nos canteiros e assim mantendo sempre um alto índice de acidentes, acidentes estes que muitas vezes levam a óbito ou deixam sequelas irreversíveis. Segundo o Centro Colaborador de Vigilância dos Acidentes de Trabalho da UFBA – Universidade Federal da Bahia, entre 2008 e 2010, tivemos no Brasil 118 acidentes com vítimas fatais no ramo da construção. Isso ocorre devido a negligência de muitos empregadores, visto que as pessoas envolvidas neste tipo de atividade são na grande maioria de classes pobres, que não tiveram acesso a educação ou mesmo não puderam estudar devido as condições financeiras.
A demanda de mão de obra na construção civil em grandes metrópoles, por envolver um número considerável de trabalhadores, gera uma migração de operários de diversas regiões do país, na grande maioria oriundos de áreas rurais. Com isso temos uma concentração de pessoas de baixa renda nas grandes cidades aumentando os problemas sociais como educação, habitação, violência e saúde pública. Os ganhos adquiridos por esses operários são baixos, dificultando uma mudança de panorama, e mesmo assim, ainda se deparam com um desinteresse por parte dos empregadores em lhes oferecer melhores condições sociais e de conhecimento, e muitas vezes sofrem com a violação dos seus direitos.
Analisando uma construção em Niterói, este trabalho tem o objetivo de apresentar as condições impostas aos trabalhadores nela envolvidos, a fim de garantir que seus direitos não sejam esquecidos, proporcionando aos empregadores uma visão mais social da situação. Para tanto a metodologia admitida por essa pesquisa foi o levantamento de dados através de um questionário direcionado a um grupo de trabalhadores envolvidos na obra. Esta pesquisa trata-se de uma pesquisa básica, elaborada em uma obra pequena e restrita, que visa uma melhoria na relação empregador/empregado, analisando dados que sejam diretamente ligados aos direitos humanos. Por tanto, a situação real destes trabalhadores exige estudos de caráter mais abrangente e uma conscientização do poder público, para que assim se desenvolvam ações sociais que garantam os direitos humanos de todos envolvidos neste tipo de atividade.
1 o crescimento da construção civil no brasil
A construção civil é de origem pré-histórica, afinal, nesta época os homens já construíam edificações feitas de pedra afim de protegê-los contra as intempéries e possíveis predadores. Já na idade média começaram a surgir grandes obras arquitetônicas, principalmente religiosas. Foi também na idade média que começaram a surgir as primeiras cidades, que eram construídas por mão de obra escrava e tinham como influência arquitetônica os pensamentos Romanos e Gregos. Esta utilização de mão de obra escrava se estendeu até a idade moderna.
A classe operária da indústria da construção surgiu em meados do século XVIII, isto devido a revolução industrial. Com a mecanização dos processos de fabricação, minimizando a presença de mão de obra humana, muitos galpões e fábricas foram construídos. Com isso, os trabalhadores da construção civil deixaram de ser autônomos e passaram a trabalhar com vínculo empregatício. A partir do século XX, houve uma modernização na construção civil,e o maior ponto desta mudança foi a divisão hierárquica dos profissionais envolvidos, criando funções como Engenheiros Civis, Pintores, Encanadores e etc...
No Brasil, o crescimento da construção civil andou paralelamente com o crescimento das regiões periféricas do país. Com a abolição da escravidão e o crescimento urbano, vieram também a construção das Usinas, ferrovias e estradas. Devido a demanda de mão de obra, foram surgindo então vilas operárias. 
Com o surgimento e crescimento das grandes Cidades, deu-se início ao êxodo rural, o trabalhador do campo deixa sua terra natal e vai a procura de melhores oportunidades nas metrópoles. Esta migração entrega à construção civil trabalhadores sem experiência, gerando um problema de qualificação profissional. Com uma demanda de grande porte, mesmo a mão de obra desqualificada foi aceita, dando origem a trabalhadores exercendo suas funções em situações de trabalho precárias e com baixas rendas. Essa inferioridade social prosseguiu junto com o crescimento do setor, mesmo com o surgimento de grandes Empresas como a Petrobrás, CSN-Companhia Siderúrgica Nacional e Vale do Rio Doce, empresas essas que exigiam mais qualificação profissional dos seus colaboradores. Este histórico de inferioridade se deve ao desinteresse das empreiteiras e subempreiteiras em qualificas seus profissionais.
A construção civil como vemos hoje começou a se reorganizar a partir da década de 60, visando melhorar os processos produtivos extinguindo problemas como a falta de qualificação de seus profissionais. Normas foram reformuladas como exemplo da NR-18, a fim de garantir mais segurança aos profissionais envolvidos, porém mesmo com tantas mudanças, o fator produtividade prevaleceu. O interesse capitalista dos empregadores mantém até os dias de hoje trabalhadores em condições precárias de acomodação, higiene e saúde.
O setor em estudo precisa ser ainda muito modificado, conscientizando sindicatos, empresários e principalmente governantes, que é haja uma preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores envolvidos na construção civil. O déficit de informações e conhecimento destes operários viabiliza a violação de direitos básicos constitucionais a eles concedidos. Desta forma nos deparamos com trabalhadores sem vínculo empregatício, trabalhando de forma perigosa, condições semelhantes a escravidão, trabalho infantil, e muitas outras situações que ignoram os direitos humanos.
O ambiente de construção civil é um espaço perigoso, com equipamentos e estruturas de grande porte. Desta maneira chegamos a altos índices de acidentes, justificando a preocupação com estes números, porém não podemos esquecer que além do risco de acidentes, os operários do setor também estão sujeitos a discriminações sócias, preconceitos, falta de acesso ao conhecimento e saúde, envolvimento com drogas e bebidas, medo, vergonha e humilhações sofridas em exercício de suas funções.
O trabalho faz parte do cotidiano da maioria das pessoas, e assim tem influência direta em suas vidas. Em todo e qualquer tipo de trabalho, é comum o surgimento de doenças profissionais, stress, acidentes e etc... e na construção civil isso se deve a natureza das atividades de desenvolvidas, a forma como elas são geridas e principalmente ao nível de instrução dos trabalhadores envolvidos. Em todos os setores existem uma exploração da mão de obra humana pelo homem, porém na construção civil temos uma complexidade maior, que se deve ao histórico do setor.
Infelizmente os trabalhadores do setor de construção sofrem com tratamentos que os simbolizam como insignificantes, tratamentos estes por parte dos construtores e da própria sociedade. Isso se deve aos mesmos desenvolverem trabalhos braçais e manuais, muitas vezes desempenhados em meio ao barro, ou mesmo se sujando de cimento. Estes trabalhadores são muitas vezes considerados como um custo para as empresas devido aos valores empregados por elas para alimentação e alojamento dos operários. Por serem de origem pobre, com baixo grau de instrução e estarem próximos ao estado de miséria, estas pessoas se tornam alvos perfeitos para o tráfico, a criminalidade e a violência.
Os operários da construção civil possuem identidades semelhantes, e na grande maioria, idades entre 30 e 35 anos; origem rural; analfabetos ou semianalfabetos; recebem menos de 2 salários mínimos; são do sexo masculino. Mesmo com todos esses fatores negativos, eles ainda são as peças mais importantes do setor, por se tratar de um sistema produtivo semelhante ao artesanal, porém que envolve muita mão de obra braçal e bruta. Devido a sua importância mereciam mais reconhecimento e valorização, garantido que seus direitos constitucionais e trabalhistas fossem assegurados.
2 METODOLOGIA
Neste trabalho foi desenvolvido um estudo de caso através de uma pesquisa básica e um levantamento em campo, a fim de identificar as situações ocorridas de maneira histórica e confrontá-las com os dias atuais. Desta forma, podemos identificar possíveis problemas que acompanharam a evolução do setor e até hoje ameaçam os direitos das pessoas envolvidas no mesmo. Quanto aos conceitos históricos, foi desenvolvida uma pesquisa através de livros, artigos, monografias e informações de profissionais do setor. O levantamento de campo foi realizado junto a um grupo de pessoas envolvidas na execução de uma obra na cidade de Niterói, tanto na área operacional, quanto administrativa. Um questionário foi elaborado e os trabalhadores entrevistados um a um.
3 RESULTADOs
O levantamento das informações pessoais foi feito através de entrevistas individuais com 10 funcionários de uma construtora, envolvidos na execução de uma obra de reforma e ampliação de área de lazer na cidade de Niterói. As entrevistas foram realizadas no canteiro de obras no decorrer de 6 dias, visto o cuidado de não atrapalhar o andamento da obra. Foram entrevistados trabalhadores tanto do setor operacional quando administrativo. Esta pesquisa foi realizada em uma obra específica, por tanto pode não expressar a real situação da construção civil na cidade de Niterói.
Iniciamos a pesquisa com a obtenção do sexo dos entrevistados, e constatamos quem 100% dos trabalhadores são do sexo masculino. Percebemos que nesta obra em questão, não existe a presença feminina tanto no setor operacional quanto no setor administrativo. Percebe-se a que a mão de obra feminina ainda não está maciça na construção civil, tornando o setor um setor ainda machista.
O segundo dado colhido foi referente ao estado civil, e está expresso na figura 1. Nota-se que a maioria dos trabalhadores são casados, atingindo 30% dos entrevistados. 10% são solteiros, 20% vivem em união estável, 10% são separados, 20% namoram e 10% estão enrolados em mais de 2 relacionamentos. Fica expresso que 90% dos entrevistados possuem algum tipo de relação afetiva, sendo 50% casado e vivendo união estável. Algumas dessas uniões se constituíram aqui na metrópole, mais a maioria já tinha o relacionamento antes da migração.
Figura 1 – Estado Civil
Fonte: Autor (2018)
Quanto ao número de filhos, percebe-se que a maioria dos trabalhadores não possuem filhos, isso se dá em função da média de idade dos mesmos que está em torno de 27 anos. Na figura 2 temos a relação com o número de filhos e vemos 40% sem filhos, 30% com 1 filho, 10% com 2 filhos, 10% com 3 filhos e 10% com mais de 3 filhos.
Figura 2 – Número de Filhos
Fonte: Autor (2018)
O quarto item avaliado foi a cor da pele ou etnia, e encontramos a maior parte de pele branca, atingindo 40% do efetivo. Temos ainda 30% pardos, 20% negros e 10% não declararam, conforme expresso na figura 3. Fica perceptivo que a predominância de trabalhadores deste setor ainda é de origem negra e parda.
Figura 3 – Cor da pele/etnia
Fonte: Autor (2018)
No grau de instrução temos um fator positivo, com 40% dos entrevistados graduados ou com graduação em curso, porém estes números se referem aos profissionais do setor administrativo. Quando falamos dos operários nosdeparamos com 30% que não chegaram a cursar o 2ª grau, e temos apenas 10% com 2ª grau completo. Estas informações retratam a falta de acesso ao conhecimento sofrida por estas pessoas.
Figura 4 – Grau de Instrução
Fonte: Autor (2018)
Analisando o tempo de serviço destes trabalhadores na construção civil, verificamos através da figura 5 que 80% dos entrevistados trabalham no setor a mais de 4 anos, e grande parte destes oriundos da região rural. 30% dos operários atuam no ramo a mais de 10 anos, o que evidencia a falta de oportunidade de crescimento ou mudança para outros seguimentos.
Figura 5 – Tempo de serviço na construção
Fonte: Autor (2018)
Em relação ao consumo de bebida alcoólica, enxergamos na figura 6 que apenas 10% dos trabalhadores não bebem. Já existe uma relação comum entre operários e bebidas que fica evidenciado neste gráfico. Percebemos que 60% dos entrevistados fazem uso de bebidas alcoólicas com frequência, sendo 20% de uso diário. Nota-se uma relação entre a bebida e o stress causado pelo trabalho, onde os envolvidos a utilizam como válvula de escape. 10% bebem eventualmente, e alegam este beber em momentos de descontração e confraternização.
Figura 6 – Consumo de bebida alcoólica
Fonte: Autor (2018)
Na figura 7 percebe-se um fato citado anteriormente neste trabalho, a migração da mão de obra oriunda das regiões rurais do país, o que resulta em 70% do efetivo, sendo todos inseridos no serviço braçal. Os 30% de origem metropolitana exercem suas funções ligadas ao administraitivo.
Figura 7 – Origem
Fonte: Autor (2018)
Podemos observar na figura 8 que 60% dos operários já exerceram funções ligadas a agricultura, ou seja, quase todo efetivo oriundo da região rural. Isso nos mostra a falta de incentivos dos governos para manter estes trabalhadores em suas regiões, obrigando os mesmos a deixar suas famílias e migrarem para as regiões metropolitanas em busca de melhores salários e condições de vida.
Figura 8 – Atividades ligadas a agricultura
Fonte: Autor (2018)
50% dos entrevistados vivem em alojamentos, longe de suas esposas, filhos e pais, como podemos observar na figura 9. Podemos considera este como um fator para o alto índice de consumo de bebida alcoólica expresso na figura 6. O que preocupa são as condições destes alojamentos, que na maioria das vezes são precárias.
Figura 9 – Condições de moradia
Fonte: Autor (2018)
Abordamos nesta pesquisa as dificuldades enfrentadas na construção civil de acordo com os entrevistados, e encontramos uma insatisfação gigante em relação aos baixos salários. Na figura 7 temos um efetivo de 50% que aponta os salários como a grande dificuldade de se trabalhar na construção civil. Percebe-se uma preocupação maior por parte dos trabalhadores com os rendimentos do que os riscos e perigos, visto que apenas 20% apontaram esta como a grande dificuldade.
Figura 10 – Dificuldades na construção civil
Fonte: Autor (2018)
Outro fator importante é a discriminação devido aos serviços exercidos, logo demonstrado na figura 11. Temos 40% dos trabalhadores que já sofreram discriminação devido sua profissão. Percebe-se um problema social de preconceito, enfrentado por esta classe. Alguns dos entrevistados se dizem desmotivados, ou já se sentiram assim devido esta discriminação.
Figura 11 – Discriminação por trabalhar na construção civil
Fonte: Autor (2018)
O último ponto abordado foi quanto a abordagem policial ao se direcionar ao trabalho. Encontramos trágicos 60% do efetivo que já sofreu este tipo de abordagem. Isto prova mais uma vez a discriminação social, encontrada até mesmo nas forças de segurança.
Figura 12 – Abordagem policial no trajeto para o trabalho
Fonte: Autor (2018)
Com a coleta dos dados citados acima, percebe-se que os problemas enfrentados por esta classe em todo histórico do setor descrito neste trabalho, perdura até os dias atuais. Nota-se então uma falta de valorização dos direitos destes trabalhadores, que são humanos e precisão tê-los respeitados.
CONsiderações finais
O intuito deste trabalho foi levantar o maior número de informações possíveis sobre um grupo de trabalhadores da construção civil que estão realizando uma obra de ampliação e reforma de uma área de lazer na cidade de Niterói, a fim de identificar possíveis violações dos direitos humanos dos mesmos, para assim, desenvolver medidas que garantam o respeito a estes direitos. Com isso pudemos conhecer melhor os problemas enfrentados por estes operários no exercer de suas funções. Fica notório um desinteresse dos empregadores no aperfeiçoamento e na educação destas pessoas, afetando de maneira direta suas famílias e toda a sociedade.
Medidas como acesso a educação, saúde, lazer e até programas que propiciassem a eles a permanência em suas regiões de origem, teriam impacto positivo e cooperariam para que seus direitos institucionais e trabalhistas fossem garantidos.
Outro ponto importante que precisa de um foco especial é a conscientização dos empregadores, principalmente empreiteiros, que estes operários são humanos, e por tanto merecem todo respeito e reconhecimento. Desta forma teríamos um setor de construção civil mais democrático e civilizado.
REFERÊNCIAS
BONI, Valdete; QUARESMA, Sívia Jurema. Aprendendo a Entrevistar: como fazer Entrevistas em Ciências Sociais. UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina: Santa Catarina: 2005. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/18027/16976 Acesso em: 05 mai. 2018
IRIART, Jorge Alberto Bernstein; OLIVEIRA, Roberval Passos de; XAVIER, Shirlei da Silva; COSTA, Alane Mendara da Silva; ARAÚJO, Gustavo Ribeiro de; SANTANA, Vilma Sousa. Representação do Trabalho Informal e dos Riscos à Saúde entre Trabalhadoras Domésticas e Trabalhadores da Construção Civil. UFBA – Universidade Federal da Bahia: Bahia: 2006. Disponível em: https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-81232008000100021&script=sci_arttext&tlng Acesso em: 05 mai. 2018
OLIVEIRA, Valéria Faria; OLIVEIRA, Edson Aparecida de Araújo Querido. O Papel da Indústria da Construção Civil na Organização do Espaço e do Desenvolvimento Regional. UNINDU: São Paulo: 2012. Disponível em: http://www.unitau.br/unindu/artigos/pdf570.pdf Acesso em: 06 mai. 2018
PIERRE, Luiz A. A.. Elementos Básicos de Direito do Trabalho. São Paulo: 2008. Disponível em: http://www.academus.pro.br/professor/luizpierre/material/ebook/direito_trabalho.pdf Acesso em: 06 mai. 2018
UFBA. Centro Colaborador Vigilância dos Acidentes de Trabalho; UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Boletim Epidemiológico Acidentes de Trabalho. BAHIA: UFBA, 2011. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/arquivos/projetos/estatistica/boletins/acidentes-fatais.pdf Acesso em: 06 mai. 2018

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