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INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE

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O EXERCÍCIO DO PODER DE POLICIA QUANDO DA INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
Samanta Silva Melcher
Professor: Rodrigo Oliveira Ragni de Castro Leite
UNISEPE
RESUMO: O presente trabalho aborda o tema da intervenção do Estado na propriedade particular, restringindo-a ou mesmo condicionando seu uso, utilizando0se de seu Poder de Policia em prol de toda a coletividade.
Palavras-chave: Direito Administrativo. Intervenção do Estado. Modalidades. Poder de Policia. Coletividade.
INTRODUÇÃO:
		O Direito de Propriedade é um direito real que garante ao seu titular a possibilidade de usar, gozar, usufruir, dispor e rever o bem de quem é que esteja esbulhando. Este direito é exercido de forma absoluta, exclusivo e perpétuo.
		O Direito de Propriedade está assegurado nas Clausulas Pétreas da Nossa Constituição da República Federativa do Brasil, no art. 5º, nos incisos “XXII - é garantido o direito de propriedade;” e “XXIII - a propriedade atenderá a sua função social”.
		No entanto, nenhum direito é absoluto, podendo sofrer limitações, legitimamente suprimidos pelo Poder Estatal, cuja justificativa se dá em razão do princípio da supremacia do interesse público sobre o particular e da necessidade de a propriedade atender a sua função social.
		Dessa forma, ao mesmo tempo em que o ordenamento jurídico assegura o direito de propriedade, também contempla mecanismos que possibilitam ao Estado nela intervir, restringindo, condicionando ou adequando seu uso aos interesses da coletividade.
DESENVOLVIMENTO: 
Existem diversos meios de intervenção do Estado na propriedade. 
No entanto, é possível dividi-los em duas formas básicas de intervenção: 1.ª intervenção restritiva; e 2.ª intervenção supressiva.
A intervenção restritiva é aquela em que o Estado impõe limites e condições ao uso da propriedade, mas não a subtrai do seu titular. A doutrina tradicionalmente se refere aos seguintes meios de intervenção restritiva: a) servidão administrativa; b) requisição; c) ocupação temporária; d) limitação administrativa; e) tombamento.
A intervenção supressiva é aquela em que o Estado utiliza da sua supremacia para transferir coercitivamente para si a propriedade de algum bem de terceiro; é o que ocorre na desapropriação.
		Todavia, faz-se necessário tecer alguns comentários sobre cada uma das modalidades de intervenção estatal.
		No que diz respeito à intervenção na modalidade restritiva, tem-se as seguintes situações:
		A servidão administrativa é um ônus real que incide sobre um bem particular com a finalidade de permitir a sua utilização pública. É possível citar como exemplos de servidão administrativa a obrigação do proprietário em consentir a passagem de fios elétricos ou telefônicos por sua propriedade ou a colocação de placas indicativas de ruas em edifícios privados.
A servidão administrativa é forma de intervenção não supressiva do direito de propriedade, uma vez que, apesar de afetar o caráter de exclusividade no exercício do direito, não acarreta sua perda.
Cabe ressaltar que, como a servidão administrativa não implica supressão da propriedade ao seu dono, em regra este não tem direito à indenização. Contudo, se da servidão decorrer efetivo prejuízo, os danos porventura existentes deverão ser indenizados previamente.
A requisição é o instrumento de intervenção estatal mediante o qual, em situação de perigo público iminente, o Estado utiliza bens móveis, imóveis ou serviços particulares com indenização ulterior, se houver dano.
A requisição administrativa está prevista no art. 5º, inciso XXV, da Constituição Federal e pode ocorrer tanto em tempo de Guerra, quanto em tempo de Paz, podendo, ainda, pode ser civil ou militar.
O instituto da ocupação temporária é a forma de intervenção estatal pela qual o Poder Público usa transitoriamente imóveis privados, como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos.
Seu fundamento está no artigo 5º, inciso XXV, da Constituição Federal, servindo, como exemplo, como na época das eleições ou campanhas de vacinação pública, em que o Poder Público usa de escolas, clubes e outros estabelecimentos privados para a prestação dos serviços.
A instituição da ocupação temporária dá-se por meio da expedição de ato autoexecutório (que não depende de apreciação prévia do Judiciário) pela autoridade administrativa competente, que deverá fixar, se for o caso, a justa indenização devida ao proprietário do imóvel ocupado. 
Limitações administrativas são determinações de caráter geral, por meio das quais o Poder Público impõe a proprietários indeterminados obrigações de fazer (obrigações positivas), ou obrigações de deixar de fazer alguma coisa (obrigações negativas), ou de não fazer ou de permitir, com a finalidade de assegurar que a propriedade atenda sua função social.
As limitações administrativas derivam do poder de polícia da Administração e se exteriorizam em imposições unilaterais e imperativas, sob a modalidade positiva (fazer), negativa (não fazer) ou permissiva (permitir fazer). No primeiro caso, o particular fica adstrito a realizar o que a Administração lhe impõe; no segundo, deve abster-se do que lhe é vedado; no terceiro, deve permitir algo em sua propriedade.
Para a limitação administrativa a justificativa será a supremacia do interesse público. O Poder Judiciário, em regra, não pode controlar limitação administrativa, tendo em vista tratar-se de uma conveniência e oportunidade da Administração Pública. Entretanto, no que tange a legalidade e aos princípios constitucionais, é possível a atuação do Judiciário.
Frise-se que a limitação não pode ser confundida com a servidão administrativa. Enquanto a primeira é uma restrição geral e gratuita imposta indeterminadamente às propriedades particulares em beneficio da coletividade, a segunda, servidão administrativa, é um ônus real sobre determinada e específica propriedade privada, mediante indenização pelo Poder Público para propiciar a execução de algum serviço público.
		Tombamento é a modalidade de intervenção do Estado na propriedade, por meio de um procedimento administrativo, que tem por finalidade preservar o patrimônio histórico, cultural, artístico, científico, paisagístico ou turístico.
		Previsto no art. 216, parágrafo 1º da Constituição Federal, o tombamento é sempre resultante de vontade expressa do Poder Público, manifestada por ato administrativo do Executivo.
		É comum, também, o tombamento de bairros ou até mesmo de cidades, quando retratam aspectos culturais do passado. O tombamento pode, ainda, recair sobre bens imóveis.
		No que tange a intervenção supressiva do Estado, esta se caracteriza perda da propriedade quando a intervenção estatal atingir todos os elementos, hipótese em que o bem será desapropriado.
		Na desapropriação haverá um sacrifício do direito de propriedade, pois trata-se de forma originária de aquisição da propriedade, assim, independe da concordância ou anuência do atual proprietário. Esse instituto atinge o caráter perpétuo da propriedade.
		As modalidades de desapropriação serão definidas segundo a forma de indenização, sendo dividida em Desapropriação Comum, Ordinária ou Geral e a Desapropriação Extraordinária.
		Na Desapropriação Comum ou Ordinária ou Geral depreende-se da necessidade ou utilidade pública interesse ou por interesse social, conforme preceitua o artigo 5º, inciso XXIV da Constituição Federal: "XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;"
		Cabe ressaltar que essa modalidade de desapropriação é permitida a todos os entes federativos, mediante a indenização prévia, justa e em dinheiro, abrangendo todos os bens de apreciação econômica.
		Nesta modalidade, há de se considerar que existem ainda 3 espécies, quais sejam: Desapropriação por zona ou extensiva, onde o Estado realiza a desapropriação da área para a realização deuma obra pública; Desapropriação para industrialização ou urbanização, com a finalidade de construir parques industriais ou urbanizar determinada e; Desapropriação florística ou para fins ambientas.
		A Desapropriação Sancionatória ou Extraodrinária vem em razão do descumprimento e desrespeito à função social da propriedade. Verifica-se aqui que essa desapropriação tem natureza de sanção/pena, sendo a indenização realizada através de títulos da dívida pública.
		Esta modalidade de desapropriação é subdividida em: Desapropriação Sanção para Reforma Agrária, com fundamento constitucional nos art. 184 e 191 da Constituição Federal; Desapropriação Sanção por Desobediência do Plano Diretor, com previsão no art. 182, §4º, da Constituição Federal e; Desapropriação Sanção por Tráfico Ilícito de Drogas, previsto no art. 243, Constituição Federal.
		A desapropriação para Reforma Agrária atinge somente bens imóveis rurais com a utilização da propriedade com mão de obra em condições análogas a escrava, latifúndio improdutivo, desrespeito das normas ambientais.
 A indenização feita em título da dívida agrária (TDA), devendo ser resgatáveis no prazo máximo de 20 anos. Somente a terra nua é paga em título. O que houver em benfeitorias (sede, currais, cercas) deve ser indenizado em dinheiro. 		Esta desapropriação sanção possui uma vedação: não pode alcançar a pequena e média propriedade, como único imóvel e a propriedade produtiva.
Quando uma propriedade descumpre o Plano Diretor de um município, a administração irá comunicar o proprietário e impor medidas de forma gradual e sucessiva. Primeiro, irá determinar ao titular que realize a edificação ou parcelamento do imóvel dentro de 1 (um) ano. Transcorrido esse prazo, a administração passará a realizar a cobrança de um IPTU progressivo, aumentando a alíquota em até 15% em um período de 5 (cinco) anos. Caso o proprietário não cumpra, caberá por fim, a desapropriação-sancionatória.
		A Desapropriação Sanção por Desobediência do Plano Diretor tem competência restrita aos municípios e ao Distrito Federal e a indenização será feita em título da dívida pública, sendo resgatáveis em até 10 (dez) anos.
		Por fim, há a Desapropriação Sanção por Tráfico Ilícito de Drogas, também conhecida como Desapropriação CONFISCATÓRIA ou EXPROPRIATÓRIA, está prevista no art. 243, Constituição Federal.
		Nessa hipótese não há justa indenização. Os bens que foram utilizados para o tráfico serão expropriados e revertidos a favor da fiscalização e repressão ao tráfico de drogas, bem como a instituições de tratamento de usuários de drogas.
		Há, ainda, a Desapropriação Indireta, na qual o Poder Público, sem conduzir o regular processo expropriatório, apossa-se ou esgota o conteúdo econômico de um bem alheio. Desde o momento do fato gerador da desapropriação indireta até o advento da prescrição existirá, em favor do proprietário, pretensão indenizatória.
		A grande maioria da doutrina não aborda a questão da pretensão possessória. Alguns doutrinadores, entretanto, defendem que, enquanto for possível a reversão, ou seja, até o momento da consumação da desapropriação indireta, paralelamente à pretensão indenizatória, garantir-se-á a pretensão possessória.
		Quando a intervenção restritiva estabelecer limitações que acabem por esgotar o conteúdo econômico da propriedade, converte -se tal intervenção restritiva em Desapropriação Indireta. Proferida a sentença na ação de Desapropriação Indireta, o valor nela definido será pago através do sistema de precatórios.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ante todo o exposto e, dada a complexidade dos fins almejados pelo Estado em prol do interesse público, são diversos os meios de intervenção do Estado na propriedade.
Todavia, que tais intervenções devem nortear-se pelo interesse maior da coletividade, como bem pela estrita observância dos meios e procedimentos autorizados na Constituição e nas leis reguladoras, sob pena de incorrer o Estado em conduta flagrantemente ilegítima aos direitos individuais dos cidadãos.
Cabe ressaltar que em qualquer tipo de intervenção estatal, o Poder Judiciário poder ser acionado pelo proprietário prejudicado e, se caso o for, determinar o pagamento de justa indenização.
BIBLIOGRAFIA:
MEDEIROS, Fabiano Saraiva. Da intervenção do estado na propriedade: Da servidão administrativa, requisição, ocupação temporária, limitação administrativa e tombamento. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 29 set. 2015. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.54462&seo=1>. Acesso em: 03 maio 2018.
MANGANOTTI, Paulo. Intervenção do Estado na Propriedade. Direito Administrativo. UEL. Passei Direito. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/3956683/3. Acesso em 03 de maio de 2018.
SENE, Thais Sanson. O exercício do poder de polícia pela Administração Pública sob a luz do princípio da proporcionalidade. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 29 ago. 2017. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.589650&seo=1>. Acesso em: 03 maio 2018.
Artigo Publicado por Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes. Jusbrasil. Disponível https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/989115/intervencao-do-estado-na-propriedade. Acesso em 03 e maio de 2018.

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