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Sujeito Lacan

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No Seminário 11, Lacan indica que o sujeito surge no campo do Outro, imerso na linguagem e como efeito de duas operações: alienação e separação. São duas operações articuladas que abordam a relação do sujeito com o Outro. É bom enfatizar, que não se tratam de etapas ou fases, mas de uma lógica onde se insere a constituição do sujeito - dividido e do inconsciente. 
ALIENAÇÃO 
	O sujeito é efeito do discurso do Outro. Por exemplo, antes de uma criança nascer, um lugar é preparado para ela no universo dos pais: eles falam daquela criança ainda na barriga da mãe, buscam escolher o nome perfeito, preparam seu quarto e seu enxoval, desejam que ela tenha tais características, imaginam como serão suas vidas com uma nova pessoa no lar. Esse discurso que circunda a criança antes dela nascer molda seu desejo e suas fantasias. O discurso dos pais remete ao desejo deles por essa criança e é com isso que podemos afirmar que o sujeito é causado pelo desejo do Outro; o sujeito encontra-se alienado ao desejo do Outro.
	Na alienação, partirmos de dois conjuntos: o do ser (sujeito) e o do Outro (sentido). O sentido remete ao Outro da linguagem que constitui o sujeito. Se o sujeito escolhe o do SER, ele escolhe não se alienar no campo do Outro, ele não se constitui. Mas se escolhe o SENTIDO, aceita alienar seu desejo no desejo do Outro, ele pode advir como sujeito. Em psicanálise, não lidamos com o ser, nem falamos em essência no ser humano. Assujeitar-se ao Outro implica necessariamente na perda de si mesmo.
	No qual está em jogo uma escolha que tem por conseqüência: nem um; nem outro. Lacan apresenta a seguinte escolha imposta por um assaltante: “A bolsa ou a vida! Se escolho a bolsa, perco as duas. Se escolho a vida, tenho a vida sem a bolsa, isto é, a vida decepada.” ((1998 [1964], p. 201) Cocluimos, escolhendo a bolsa (o ser, ser por ele mesmo), a vida é perdida e o sujeito fica impossibilitado de se constituir. Por outro lado, escolhendo a vida (o sentido), existe algo perdido. Dizer que o sentido só existe decepado, partido, é apontar que o humano se constitui dividido, tendo um saber e um não saber sobre si mesmo, sendo isto a dimensão do inconsciente no sujeito.
SEPARAÇÃO
 	Na separação, salienta a tentativa do falante de sair do lugar de objeto e assim, poder assumir a condição de sujeito desejante. O Outro não é o mesmo que o Outro da alienação, na separação, ele aparece barrado, também faltoso. Lacan diz que na separação está em jogo o recobrimento de duas faltas: a do sujeito e a do Outro.
	Nisso, o sujeito constata que essa relação é marcada por um desencontro onde o Outro deseja além dele, o Outro é barrado. Isso permite ao sujeito, sair do lugar de objeto e escolher pelo desejo. Na interseção entre o sujeito e o Outro, não há nada, portanto será ocupado pelo objeto a, objeto esse causa de desejo.

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