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Fichamento Fonte: DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo: LTr, 2017. 1) TELETRABALHO 2) JORNADA DE TRABALHO POR TEMPO PARCIAL 3) SOBREAVISO E PRONTIDÃO 4) INTERVALO INTERJORNADA 5) INTERVALO INTRAJORNADA 6) DESCANSO SEMANAL REMUNERADO 7) HORAS NOTURNAS 1) TELETRABALHO A Lei 13.467/2017 destinou os artigos 75-A ao 75-E para tratar especificamente do Teletrabalho. A CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, passou a considerar o teletrabalho como a prestação de serviços pelo empregado fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. De acordo com a CLT, ainda que o empregado compareça às dependências do estabelecimento para realizar atividades específicas isso não poderá descaracterizar o regime de teletrabalho e todas as atividades que o empregado desenvolver na prestação de serviços nessa modalidade, deverão ser especificadas, de forma expressa, no contrato individual de trabalho. O legislador permitiu que possíveis alterações através de aditivos contratuais pudessem ser feitas desde que houvesse acordo mútuo entre empregador e empregado, no que diz respeito a alteração de regime presencial e teletrabalho. Também permitiu que da parte do empregador, por determinação, fosse realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial, desde que garanta um prazo de transição mínimo de quinze dias, também como no caso anterior exigindo o registro em aditivo contratual. No que diz respeito às responsabilidades pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto pelo empregado, como também o reembolso de despesas arcadas pelo empregado para a realização dos serviços, tudo isso deverá ser previsto e registrado em contrato escrito. Não devendo essas despesas integralizar a remuneração do empregado. Embora o empregado esteja distante do estabelecimento, ele não deve abrir mão dos cuidados para evitar acidentes de trabalho e doenças, por isso, necessário se faz que o empregador instrua o empregado, de forma expressa e ostensiva acerca desses cuidados. Ficando o empregado com a responsabilidade de assinar um termo se comprometendo a seguir a instruções fornecidas pelo empregador. 2) JORNADA DE TRABALHO POR TEMPO PARCIAL O trabalho em regime de tempo parcial terá uma duração que não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda aquela cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. Contudo, fica estipulado que o salário a ser pago aos empregados sob esse regime parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. Os atuais empregados, poderão mediante opção manifestada perante a empresa, pedir a adoção do regime de tempo parcial e será feita na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva. Quando houver casos em que o contrato de trabalho em regime de tempo parcial seja estabelecido em número inferior a vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras para fins do pagamento estipulado, estando também limitadas a seis horas suplementares semanais. Se estende aos empregados contratados sob regime de tempo parcial o direito de converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário. E no que diz respeito às férias, será regida pelo disposto no art. 130 da CLT: Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I – 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; III – 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; IV – 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. 3) SOBREAVISO E PRONTIDÃO Os empregados sobreaviso e de prontidão, executam serviços imprevistos ou substituiem outros empregados que faltam à escala organizada. A CLT considera de “sobreaviso” o empregado efetivo, que permanece em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de “sobreaviso” é, no máximo, de 24 (vinte e quatro) horas. As horas de “sobreaviso”, para todos os efeitos, são contadas à razão de um terço do salário normal. No que diz respeito à “prontidão”, é o empregado que fica nas dependências da Estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão é, no máximo, de doze horas. As horas de prontidão são, para todos os efeitos, contadas à razão de dois terços do salário hora normal. Quando, no estabelecimento ou dependência em que se acha o empregado, houver facilidade de alimentação, as doze horas de prontidão, podem ser contínuas. Quando não existe essa facilidade, depois de seis horas de prontidão, há sempre um intervalo de uma hora para cada refeição, que não é, nesse caso, computada como de serviço. 4) INTERVALO INTERJORNADA Os intervalos entre as jornadas são chamados interjornadas. São lapsos temporais regulares, distanciadores de uma duração diária de labor e outra imediatamente precedente e imediatamente posterior, caracterizados pela sustação da prestação de serviços e pela disponibilidade do obreiro perante o empregador. Ao lado dos intervalos interjornadas, há os intervalos intersemanais de trabalho, que separam semana e outra de labor obreiro (trata-se dos descansos semanais remunerados). Estes intervalos são também conhecidos como dias de descanso (juntamente com os feriados). Os objetivos dos intervalos interjornadas e intersemanais tendem a ser mais amplos do que os característicos dos intervalos intrajornadas. É verdade que também visam tais lapsos temporais recuperar as energias do empregado, em seguida ao cumprimento diário ou semanal de seu labor. Nesse sentido, também eles se constroem em torno de preocupações voltadas à saúde, higiene e segurança do obreiro — tal como os intervalos intrajornadas. Os intervalos interjornadas recebem três tipos principais de classificação: a que os distingue em intervalos interjornadas e intervalos intersemanais; a que os diferencia entre intervalos comuns e especiais e a que os classifica em intervalos remunerados e não remunerados. a) Intervalos Interjornadas e Intersemanais — No contexto desta tipologia, é exemplo principal de intervalo interjornadas o lapso temporal de 11 horas consecutivas que deve separar uma jornada e outra de trabalho (art. 66, CLT). Ainda no tocante à primeira tipologia, é exemplo de intervalo intersemanal o lapso temporal de 24 horas consecutivas que deve separar uma semana e outra de trabalho — o chamado descanso semanal. b) Intervalos Comuns e Especiais — A segunda tipologia constrói-se em função da participação maior ou menor dos intervalos interjornadas no conjunto dos módulos de duração de trabalho que caracterizam as diversas categorias profissionais. Os intervalos comuns são aqueles abrangentes das diversas categorias integrantes do mercado de trabalho, ao passo que os intervalos especiais são aqueles característicos apenas de certa categoria profissional ou do exercício do trabalho em certas circunstâncias diferenciadas. Éintervalo interjornadas do tipo comum o lapso temporal de 11 horas que deve intersecionar duas jornadas vizinhas (art. 66, CLT). É intervalo interjornadas do tipo especial, ilustrativamente, o lapso temporal de 17 horas que deve se situar entre duas jornadas vizinhas, no tocante a empregados sujeitos a horários variáveis, com duração diária de labor Curso de Direito do Trabalho 1085 de 7 horas, nos serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, radiotelegrafia e radiotelefonia (art. 229, CLT). 5) INTERVALO INTRAJORNADA Os intervalos intrajornadas definem-se como lapsos temporais regulares, remunerados ou não, situados no interior da duração diária de trabalho, em que o empregado pode sustar a prestação de serviços e sua disponibilidade perante o empregador. Os objetivos dos intervalos intrajornadas, em virtude de seus próprios curtos limites temporais, tendem a ser significativamente menos diversificados, como já exposto. Visam tais lapsos de descanso situados dentro da jornada de trabalho, fundamentalmente, a recuperar as energias do empregado, no contexto da concentração temporal de trabalho que caracteriza a jornada cumprida a cada dia pelo obreiro. Seus objetivos, portanto, concentram-se essencialmente em torno de considerações de saúde e segurança do trabalho, como instrumento relevante de preservação da higidez física e mental do trabalhador ao longo da prestação diária de serviços. Os objetivos dos intervalos intrajornadas tendem a ser mais limitados do que os característicos aos demais intervalos e repousos, em decorrência dos próprios limites temporais desses curtos lapsos internos à jornada laborativa. Sabe-se que os intervalos interjornadas e os próprios descansos trabalhistas na semana, em feriados e em férias cumprem objetivos amplamente diversificados. É verdade que, à semelhança dos intervalos intrajornadas, tais lapsos temporais também visam a recuperar as energias do empregado, em seguida ao cumprimento efetivo do labor contratual. Entretanto, concomitantemente a esse primeiro objetivo relevante, visam ainda tais intervalos mais amplos assegurar ao trabalhador lapsos temporais diários, semanais e mesmo durante o ano (caso das férias) relevantes à sua fruição pessoal, inclusive quanto à sua inserção no contexto familiar e comunitário. 6) DESCANSO SEMANAL REMUNERADO De acordo com a CLT, está assegurado a todo empregado um descanso semanal de vinte e quatro horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte. Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização. O descanso semanal será de vinte e quatro horas consecutivas e coincidirá no todo ou em parte com o domingo, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa de serviço, a juízo da autoridade competente, na forma das disposições gerais, caso em que recairá em outro dia. Observar-se-ão, igualmente, os preceitos da legislação geral sobre a proibição de trabalho nos feriados civis e religiosos. Vale destacar as principais características do descanso semanal, são elas: lapso temporal de 24 horas de duração; ocorrência regular ao longo das semanas em que se cumpre o contrato; coincidência preferencial com o domingo; imperatividade do instituto; remuneração do correspondente período de descanso. 7) HORAS NOTURNAS Pontos importantes: • Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de vinte por cento, pelo menos, sobre a hora diurna. • A hora do trabalho noturno será computada como de cinquenta e dois minutos e trinta segundos. • Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as vinte e duas horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte. O trabalho noturno provoca no indivíduo agressão física e psicológica intensas, por supor o máximo de dedicação de suas forças físicas e mentais em período em que o ambiente físico externo induz ao repouso. Somado a isso, ele também tende a agredir, com substantiva intensidade, a inserção pessoal, familiar e social do indivíduo nas micro e macrocomunidades em que convive, tornando especialmente penosa para o obreiro a transferência de energia que procede em benefício do empregador. A prestação de trabalho pode concretizar-se, em princípio, em qualquer fase do dia ou da noite. Contudo, a prestação noturna de trabalho é, obviamente, mais desgastante para o trabalhador, sob o ponto de vista biológico, familiar e até mesmo social. Por essas razões o Direito do Trabalho sempre tendeu a conferir tratamento diferenciado ao trabalho noturno, em contrapartida ao trabalho realizado durante o dia. Esse tratamento diferenciado abrange, regra geral, duas dimensões: de um lado, um conjunto de restrições à própria prestação do trabalho no turno da noite (de que é exemplo mais expressivo a vedação a labor noturno de menores de 18 anos). De outro lado, o favorecimento compensatório no cálculo da jornada noturna (através da redução ficta da hora noturna, por exemplo), e/ou o favorecimento compensatório no cálculo da própria remuneração devida àquele que labora à noite (mediante o pagamento de um adicional específico, por exemplo). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BRASIL, Decreto 5452 de 01 de Maio de 1943 - Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decreto- lei/del5452.htm>. Acesso em: 27 Out. 2017. Lei 13.467/2017, publicação oficial – DOU 14.07.2017. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Editora LTr, 7ª edição, 2008. VENEZIANO, André Horta. Direito e Processo do Trabalho, 6 – Coleção OAB Nacional – Primeira Fase. Coordenação geral: Fábio Vieira Figueiredo, Fernando Ferreira Castellani, Marcelo Tadeu Cometti. 3ª ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2010.
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