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RESPOSTA DO CASO CONCRETO

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RESPOSTA DO CASO CONCRETO – PROCESSO PENAL
É cediço que no Processo Penal, vigora o princípio da correlação entre a imputação e a Sentença, segundo o qual os fatos narrados na inicial (denúncia ou queixa) devem manter relação lógica com a Sentença.
Visando atingir tal postulado, é dado ao Juiz doi instrumentos: a emendatio libelli prevista no artigo 383 do CPP e a mutatio libelli, prevista no artigo 384 do CPP.
De acordo com a emendatio libelli, o juiz, quando da sentença, verificando que a tipificação não corresponde aos fatos narrados na petição inicial, poderá de ofício apontar sua correta definição jurídica. Nessa hipótese, os fatos provados são exatamente os fatos narrados. Já na mutatio libelli, quando o juiz concluir que o fato narrado na inicial não corresponde aos fatos provados na instrução processual, deve remeter o processo ao Ministério Público que deverá aditar a peça inaugural. Aqui, os fatos provados são distintos dos fatos narrados.
Dispõem os artigo 383 e 384 do CPP: 
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.
No caso em apreço, o Juiz de maneira errada ao proferir a Sentença condenatória, pois o fato narrado na denúncia era furto, tipificado no artigo 155 do CP e o fato provado durante a instrução processual foi roubo, tipificado no artigo 157 do CP, ou seja, o fato provado na instrução é totalmente distinto daquele narrado na denúncia, estando aí configurada a hipótese de mutatio libelli prevista no artigo 384 do CPP. Assim, o Juiz, ao invés de ter proferido a Sentença, deveria ter remetido o Processo ao Ministério Público para que este aditasse a denúncia.

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