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PRATICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. EM MATEMÁTICA II AULA 4 PRINCÍPIOS DA APRENDIZAGEM Introdução Nesta aula, abordaremos os princípios da aprendizagem matemática. Vamos conhecer os princípios da aprendizagem geral de Burton e da aprendizagem lógica de Piaget. Objetivos • Reconhecer os princípios da aprendizagem matemática: princípios da aprendizagem do paradigma condutual, princípios da aprendizagem geral de Burton e princípios da aprendizagem de Piaget; • Proporcionar a vivência e análise de situações reais de ensino–aprendizagem em Matemática; • Avaliar criticamente os aspectos científicos, éticos, sociais, econômicos e políticos, que envolvem a prática docente; • Desenvolver uma postura investigativa e uma visão crítica, que permita compreender o espaço escolar como espaço de pesquisa e reflexão. Antes de começarmos a falar sobre os princípios da aprendizagem, precisamos entender o conceito de aprendizagem. Observe: O processo de aprendizagem consiste em experimentar a ação que há de ser aprendida. Nesse processo, simultaneamente ocorrem variadas atividades e resultados de aprendizagem, ou seja, ele ocorre mediante uma ampla variedade de experiências e materiais de estudo. Assim, se as condições da aprendizagem são ótimas e a disposição do aluno para percebê- la é positiva, o que se aprende integra-se de forma adaptável conforme as necessidades. Com o conceito de processo de aprendizagem fixado, podemos entender como ocorre esse processo na aprendizagem da matemática. A Matemática, como área de conhecimento, apresenta duas características distintas, que estão em permanente relação: É uma ferramenta para o entendimento de problemas nas mais variadas áreas do conhecimento. Fórmulas, teoremas e, mais geralmente, teorias matemáticas são usados na resolução de problemas práticos e na explicação de fenômenos nas mais variadas áreas do conhecimento. Neste sentido, o aspecto importante é a aplicabilidade da Matemática. Consiste no desenvolvimento de conceitos e teoremas que constituem uma estrutura matemática. O objetivo é a descoberta de regularidades e de invariantes, cuja evidência se estabelece pela demonstração baseada no raciocínio lógico e mediado tão somente pelos axiomas de fundamentação da estrutura e teoremas já destes deduzidos. É investigação no plano puramente matemático. Um dos grandes desafios para os educadores matemáticos é encontrar os caminhos que levem seus alunos a apropriarem-se deste conhecimento. E para isto, alguns princípios da aprendizagem matemática merecem uma análise. Veja: PRATICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. EM MATEMÁTICA II Princípios da aprendizagem do paradigma condutual Nos princípios da aprendizagem do paradigma condutual, o que se aprende é automatizado pela repetição frequente. Princípios da aprendizagem geral de Burton Nos princípios da aprendizagem geral de Burton, deve ser levada em consideração a maturidade do aluno e não se deve antecipar o ensino se a criança não está pronta para recebê-lo. Princípios da aprendizagem de Piaget Os princípios da aprendizagem de Piaget enfatizam que não se pode trabalhar com conceitos complexos nas idades iniciais; deve-se trabalhar o lúdico e o concreto, e só depois introduzir os conceitos. Vamos conhecer cada princípio com mais detalhe, a seguir. Segundo Huete & Bravo (2006 p.63), três princípios regem o paradigma condutual: PRINCÍPIO 1 Quando um estímulo e a resposta a este ocorrem em intervalos pequenos, terminam associando-se. PRINCÍPIO 2 O que se aprende é automatizado pela repetição frequente. PRINCÍPIO 3 O aluno só irá repetir aquilo que, em virtude de suas consequências, é satisfatória, motivador, estimulante ou agradável. Tudo o que não for assim será evitado. Segundo Huete & Bravo (2006 p.64), doze princípios regem a aprendizagem geral de Burton: P1 - O processo de aprendizagem consiste em experimentar a ação que há de ser aprendida; contudo ocorrem simultaneamente variadas atividades e muitos resultados de aprendizagem. P2 - O processo de aprendizagem se da mediante uma ampla variedade de experiências e materiais de estudo. P3 - As respostas do aluno durante a aprendizagem são modificadas pelas consequências destas sobre aquele. P4 - O objetivo de quem aprende domina a situação de aprendizagem e leva a resultados desejáveis. P5 - A necessidade inicial une-se em algum momento a uma motivação intrínseca ou extrínseca. P6 - A maturidade e a experiência do aluno devem ser o que ajusta o processo de aprendizagem acima de outras considerações. P7 - É importante conhecer os processos e as deficiências, assim como a fixação do nível de competências. P8 - O processo de aprendizagem é facilitado sob a orientação didática de pessoas do meio do aluno. P9 - São processodutos da aprendizagem: normas, valores, significados, atitudes, avaliações, aptidões e habilidades. P10 - Os produtos da aprendizagem alcançados são aqueles que satisfazem uma necessidade e ao mesmo tempo são úteis. PRATICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. EM MATEMÁTICA II P11 - A transferência da aprendizagem se realizará eficazmente quando o aluno descobrir relações entre tarefas distintas. P12 - É necessário saber o significado do que está sendo memorizado, visto que a automatização de certas aprendizagens mediante este processo pode ser nociva. Piaget (1988) analisou os fatores biológicos e os sociais na constituição do ser humano. Na análise da gênese do conhecimento, certamente o ser humano nasce com estruturas inatas do sistema nervoso (próprio da espécie) e forma de adaptação biológica. No entanto, nossas ações que se elaboram a partir do estofo inicial biológico se constituem progressivamente graças aos fatores sociais Podemos afirmar, então, que para Piaget, a aprendizagem está vinculada ao desenvolvimento. Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/jean-piaget- 428139.shtml Piaget (1988) aponta três princípios que nortearão uma aprendizagem bem-sucedida. Segundo Huete & Bravo (2006 p.65), os três princípios que regem a aprendizagem matemática de Piaget são: PRINCÍPIO 1 Para que o aluno possa compreender um conceito, uma ideia, uma noção, é necessário que ele o reinvente por meio de processos de busca de equilíbrio. PRINCÍPIO 2 Quando um aluno é incapaz de expressar com palavras o que deve fazer ou compreender, devem ser propostas aprendizagens que envolvam, de forma real e consciente, seus processos de raciocínio. PRINCÍPIO 3 É necessária a criação de uma estrutura entre a matemática natural dos alunos e a matemática formal, já que as estruturas utilizadas em uma e outra não são as mesmas, para organizar o conteúdo da disciplina de maneira que as atividades possam favorecer o desenvolvimento das ideias para um processo de formalização sistemático. SAIBA MAIS Para Piaget (1988) os princípios que norteiam uma aprendizagem bem-sucedida passam pela reconstrução do conhecimento pelo aluno, a busca da verdade e consequentemente da compreensão. Assim, é necessário que o conhecimento não seja simplesmente transmissão e passividade, mas que haja atividade e ação sobre o conhecimento a ser assimilado. Também é preciso que haja um trabalho unificado com equipes escolares motivadas por objetivos e finalidades coerentes com o que as crianças necessitam sendo imprescindível a relação entre professores e psicólogos. PRATICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. EM MATEMÁTICA II PRATICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. EM MATEMÁTICA II PRATICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. EM MATEMÁTICA II Resumo do conteúdo Nesta aula, você: Aprendeu que, nos princípios da aprendizagem do paradigma condutual, o que se aprende é automatizadopela repetição frequente; Entendeu que, nos princípios da aprendizagem geral de Burton, deve ser levada em consideração a maturidade do aluno e não se deve antecipar o ensino se a criança não está pronta para recebê-lo; Avaliou os princípios da aprendizagem de Piaget, observando que não se pode trabalhar com conceitos complexos nas idades iniciais; deve-se trabalhar o lúdico e o concreto, e só depois introduzir os conceitos. Referências desta aula HUETE, J. C. Sanches, BRAVO, J. A. Fernandez. O ensino da Matemática: fundamentos teóricos e bases psicopedagógicas. Porto Alegre: Artmed, 2006. PIAGET, J. Para onde vai a Educação? 9. ed. Rio de Janeiro: José Olympo, 1988. Explore + Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, assista ao vídeo: A matemática no dia a dia. Disponível em: http://redeglobo.globo.com/globoeducacao/videos/v/a-matematica-no-dia-a- dia/1926594/
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