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Prévia do material em texto

Excelentíssimo Senhor, Doutor Juiz de Direito da Vara Única da Comarca de Delfos.
Themis da Silva, brasileira, solteira, comerciante, RG MG-11.222.333 SSP/MG, CPF 000.111.222-33, endereço eletrônico themis@jusmail.com , residente e domiciliada na Av. Panthéon, nº 7, bairro Coliseu, em Delfos/MG, CEP 35.444-555, vem perante Vossa Excelência, por meio de seu procurador Alison Dias, brasileiro, solteiro, advogado inscrito na OAB sob o nº 164686, carteira de identidade RG MG-19.134.187, CPF 015.742.626-64, residente e domiciliado na Rua Firmino Lopes Câmara, n° 1120, Bairro Centro, em Delfos/MG , CEP 35.444-555, ajuizar a presente.
AÇÃO DE COBRANÇA INDEVIDA, CUMULADA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, CUMULADA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA EM CARÁTER LIMINAR.
Em face da Instituição Financeira Sofistas S.A., CNPJ 11.933.844/0001-10, Av. Creta, nº 940, Bairro Shangri-la, em Delfos/MG, CEP 35.555-777.
Dos Fatos
Em julho de 2015, foi emitido pela empresa Sofistas S.A um cartão de crédito em nome de Themis da Silva com data de vencimento em julho de 2017. Em março do corrente ano, por não a convir mais, esta solicitou através do SAC por telefone, gerando o protocolo nº 2017982300 o cancelamento do vínculo contratual. Entretanto a instituição financeira deixou de proceder conforme lhe foi solicitado e continuou enviando faturas com vencimento nas datas de 15/05/2017, 15/06/2017, 15/07/2017, 15/08/2017 e 15/09/2017, cada uma no valor de R$ 50,00. Apesar das diversas tentativas de solução amigável da controvérsia por parte da autora, a ré promoveu a inclusão do nome da consumidora em cadastro de restrição ao crédito, conforme cartas enviadas em 22/09/2017 e 02/10/2017. Com receio de que a situação se agravasse, Themis efetuou o pagamento das faturas enviadas pela empresa Sofistas S.A, o que, no entanto, não foi suficiente para afastar a restrição cadastral em seu nome no SPC. 
Dos Direitos
Trata-se de ação de cobrança indevida, cumulada com pedido de indenização por danos morais, cumulada com pedido de tutela antecipada em caráter liminar em face da ré.
A esse respeito, os artigos 
AÇÃO DE COBRANÇA INDEVIDA, CUMULADA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, CUMULADA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA EM CARÁTER LIMINAR.
Dos Pedidos
DA TUTELA ANTECIPADA
"O novo art. 273 do Código de Processo Civil, ao instituir de modo explícito e generalizado a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, veio com o objetivo de ser uma arma poderosíssima contra os males do tempo no processo." (in "A Reforma do CPC", 2ª ed., ver. e ampla., São Paulo, Malheiros Editores, 1995).
Por conseguinte, trata-se o instituto da tutela antecipada da realização imediata do direito, já que dá a autora o bem por ele pleiteado. Dessa forma, desde que presentes a prova inequívoca e a verossimilhança da alegação, a prestação jurisdicional será adiantada sempre que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
Assim, verificamos que as condições para que o magistrado conceda a tutela antecipada, são: a) verossimilhança da alegação;
b) fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação e, comentando tais requisitos, o Juiz Federal Teori Albino Zavascki pondera que:
"Atento, certamente, à gravidade do ato que opera restrição a direitos fundamentais, estabeleceu o legislador, como pressupostos genéricos, indispensáveis a qualquer das espécies de antecipação da tutela, que haja (a) prova inequívoca e (b) verossimilhança da alegação. O fumus boni iuris deverá estar, portanto, especialmente qualificado: exige-se que os fatos, examinados com base na prova já carreada, possam ser tidos como fatos certos.
Em outras palavras: diferentemente do que ocorre no processo cautelar (onde há juízo de plausibilidade quanto ao direito e de probabilidade quanto aos fatos alegados), a antecipação da tutela de mérito supõe verossimilhança quanto ao fundamento de direito, que decorre de (relativa) certeza quanto à verdade dos fatos.
Sob esse aspecto, não há como deixar de identificar os pressupostos da antecipação da tutela de mérito, do art. 273, com os da liminar em mandado de segurança: nos dois casos, além da relevância dos fundamentos (de direito), supõe-se provada nos autos a matéria fática. (...).
Assim, o que a lei exige não é, certamente, prova de verdade absoluta, que sempre será relativa, mesmo quando concluída a instrução, mas uma prova robusta, que, embora no âmbito de cognição sumária, aproxime, em segura medida, o juízo de probabilidade do juízo de verdade" (Antecipação da Tutela, Editora Saraiva, São Paulo, 1997, fls. 75-76).
Araken de Assis, em sua obra "Aspectos Polêmicos da Antecipação de Tutela", Ed. Revista dos Tribunais, p. 30, assevera que "a verossimilhança exigida no dispositivo se cinge ao juízo de simples plausibilidade do direito alegado em relação à parte adversa. Isso significa que o juiz proverá com base em cognição sumária”.
Assim, o juízo de verossimilhança reside num juízo de probabilidade, resultante da análise dos motivos que lhe são favoráveis e dos que lhe são desfavoráveis. Se os motivos favoráveis são superiores aos desfavoráveis, o juízo de probabilidade aumenta.
Nessa esteira, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, em seu monumental Código de Processo Civil Comentado, comentam:
"Antecipação da tutela. Pelo CPC 273 e 461, § 3°, com a redação dada pela L 8.952/94, aplicáveis à ACP (LACP 19), o juiz pode conceder a antecipação da tutela de mérito, de cunho satisfativo, sempre que presentes os pressupostos legais. A tutela antecipatória pode ser concedida quer nas ações de conhecimento, cautelares e de execução, inclusive de obrigação de fazer.” V. Coment. CPC 273, 461, § 3° e CDC 84, § 3° ." (3ª edição, revista e ampliada, Revista dos Tribunais, 1997, p. 1.149)
No caso em tela, os requisitos exigidos pelo diploma processual para o deferimento da tutela antecipada encontram-se devidamente preenchidos.
A existência do fumus boni iuris mostra-se clara, considerando a documentação ora acostada, bem como a inobservância de diversos princípios constitucionais fundamentais da defesa do consumidor além da inobservância de diversas normas legais, como, por exemplo, a lei do SAC DECRETO Nº 6.523, DE 31 DE JULHO DE 2008 em seu artigo 17, § 3o que diz:
Quando a demanda versar sobre serviço não solicitado ou cobrança indevida, a cobrança será suspensa imediatamente (...)
A urgência, ou periculum in mora, resta caracterizada na medida em que a manutenção dessas cobranças em seu cartão da Autora, por mais outras conta do que aquelas que já foram cobradas pela Ré, só lhe causará mais danos, do que os já demonstrados nesta peça vestibular.
Assim, presentes os requisitos necessários à concessão da tutela antecipada, requer a Autora, com fulcro no art. 12 da Lei n.º 7.347 de 24 de julho de 1985, o seu deferimento, inaudita altera parte, objetivando a urgente suspensão das cobranças praticadas em seu cartão de crédito citado acima.
Requer-se ainda, com base no art. 12, § 2.º, da Lei n.º 7.347/85, para o caso de descumprimento da ordem judicial, a cominação de multa diária em valor a ser estipulado por Vossa Excelência, atitude necessária para que se tenha um eficiente meio de pressão sobre a ré, com o fito de que seja compelida a cumprir a decisão proferida.
DA PRÁTICA ABUSIVA
Conforme dispõe o art. 39, III do CDC: É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
III- enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
DOS DANOS MATERIAIS E MORAIS
O direito à indenização por danos materiais e morais encontra-se expressamente consagrado em nossa Carta Magna, como se vê pela leitura de seu artigo 5º, incisos V e X, os quais transcrevo: "É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenizaçãopor dano material, moral ou àimagem" (artigo 5º, inciso V, CF).
"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral, decorrente de sua violação" (artigo 5º, inciso X, CF).
É correto que, antes mesmo do direito à indenização material e moral ter sido erigido à categoria de garantia constitucional, já era previsto em nossa legislação infraconstitucional, bem como, reconhecido pela Justiça.
O comando constitucional do art. 5º, V e X, também é claro quanto ao direito da parte autora à indenização dos danos morais sofridos. É um direito constitucional.
E se não bastasse o direito constitucional previsto no art. 5º, é a própria Lex Mater que em seu preâmbulo alicerça solidamente como um dos princípios fundamentais de nossa nação e, via de conseqüência, da vida em sociedade, a defesa da dignidade da pessoa humana. Dignidade que foi ultrajada, desprezada pela Ré.
A indenização dos danos morais e materiais que se pleiteia é direito constitucional a todos. E no ordenamento jurídico infra constitucional, além do CDC, está o Código de Leis Substantivas Civis de 2002 a defender o mesmo direito da parte autora. Com efeito o artigo 927 do Código Civil apressa-se em vaticinar a obrigação de reparar que recai sobre aquele que causar dano a outrem por ato ilícito.
E o ato ilícito presente neste acidente de consumo é, conforme norma ínsita no artigo 186 do Códex Civil, a ação ou omissão voluntária da ré que vieram a causar dano à parte autora.
É assente a doutrina no sentido da reparação do dano sofrido. Assim é que Sérgio Severo afirma: “Dano patrimonial é aquele que repercute, direta ou indiretamente, sobre o patrimônio da vítima, reduzindo-o de forma determinável, gerando uma menos-valia, que deve ser indenizada para que se reconduza o patrimônio ao seu status que ante, seja por uma reposição in natura ou por equivalente pecuniário.” (In Os Danos Extrapatrimoniais. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 40).
“Dano moral é aquele que, direta ou indiretamente, a pessoa, física ou jurídica, bem assim a coletividade, sofre no aspecto não econômico dos seus bens jurídicos”. (Op. Cit. p. 42).
Quanto ao valor ou critério de seu estabelecimento, já se firmou a jurisprudência: “Na indenização a título de danos morais, como é impossível encontrar um critério objetivo e uniforme para a avaliação dos interesses morais afetados, a medida da prestação do ressarcimento deve ser fixada a arbítrio do juiz, levando-se em conta as circunstâncias do caso, a situação econômica das partes e a gravidade da ofensa, de modo a produzir, no causador do mal, impacto bastante para dissuadi-lo de igual e novo atentado, sem, contudo, significar um enriquecimento sem causa da vítima, visto que quem está enriquecendo ilicitamente é a empresa UOL ao se apropriar indevidamente dos recursos financeiros da Autora. (TJ-MG – Ac. da 2ª Câm. Cív. julg. em 22-5-2001 – Ap. 000.197.132-4/00-Divinópolis – Rel. Dês. Abreu Leite; in ADCOAS 8204862).
PEDIDOS
Por todo o exposto requerer:
A- A antecipação parcial dos efeitos da tutela pretendida, inaudita altera pars, com fulcro no art. 273, I, do CPC e art. 84 da Lei 8.078/90, através de MEDIDA LIMINAR, uma vez que necessita de crédito em caráter de urgência determinando que a ré se abstenha de realizar novas cobranças a parte autora e, sobretudo, sendo compelida a suspender a inscrição de débitos e a inscrição do nome da parte Autora nas listas restritivas de crédito – SPC/SERASA, até o fim da demanda;
B- A citação da parte ré para comparecer à audiência de conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, sob pena de revelia (serem julgados verdadeiros todos os fatos descritos nesta petição);
C- Inversão do ônus da prova conforme o art. 6º, VIII, do CDC que constitui direito básico do consumidor a facilitação da defesa dos seus direitos em juízo;
D- Seja a Ré condenada na obrigação de encerrar definitivamente o contrato existente entre as partes, anulando todos os seus efeitos, em especial os débitos oriundos da cobrança indevida;
E- Seja a empresa Ré condenada a pagar a Autora os danos materiais sofrido no valor de R$ 520,85 reais.
F- Seja a Ré condenada à repetição do indébito cobrado da Autora em valor igual ao dobro, acrescido de correção monetária e juros legais, consoante ao Art. 42, parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor- lei 8.078/90.
G- Seja, ao final, julgado procedente a presente demanda, para tornar definitiva a tutela antecipada deferida e condenar a Ré a pagar a parte Autora indenização por Danos Morais, no valor 8 (oito) mil reais, tendo em vista prática abusiva praticada pela Ré, a fim de responder não só a efetiva reparação do dano, mas também ao caráter preventivo-pedagógico do instituto, no sentido de que no futuro o fornecedor de serviços tenha mais cuidado e zelo com o consumidor sem, contudo, caracterizar em hipótese alguma enriquecimento ilícito por parte da Autora, Pois o Princípio da Razoabilidade das indenizações por danos morais é um prêmio aos maus prestadores de serviços, públicos e privados. O que se reclama é uma correção do desvio de perspectiva dos que, a guisa de impedir o enriquecimento sem causa do lesado, sem perceber, admitem um enriquecimento indireto do causador do dano.
Por último protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.
Dá-se a causa o valor de R$ 9.562,55 reais.
O DANO MORAL
Quanto ao dano moral, o mesmo ficou configurado, pois os fatos, por certo, causaram à Autora aborrecimentos que superam os do cotidiano, sendo, por isso, passíveis de reparação.
Assinale-se, que segundo a doutrina, diferencia–se o dano material do dano moral por afetar o primeiro, exclusivamente os bens concretos que compõem o patrimônio do lesado, diminuindo desta forma, o seu quantum financeiro, e o segundo, por afetar diretamente o indivíduo e a sociedade em seu funcionamento. Foco atingido é o foro íntimo do lesado, sua honra, sua imagem, em síntese, os mais nobres valores humanos.
Todos doutrinadores pátrios são unânimes quando nos ensinam, tais como Ada Pellegrini Grinover, Afrânio Silva Jardim, Alexandre Freitas Câmara, James Tubenchlak, João Mestiere, José Carlos Barbosa Moreira, Yussef Said Cahali, dentre outros tantos, in, pg 58, Doutrina, Editora Instituto do Direito, in verbis:
“ Danos Morais são formas de lesão de um bem jurídico de reconhecido interesse da vítima, que fazem com que o detentor do direito moral tutelado na esfera jurídica – positiva - objetiva, se estranhe num estado psicológico conturbado, incapaz de ser mensurável, traduzido tão somente pela sensação dolorosa, vergonha, que cause dor íntima, espanto, emoção negativa ou constrangimento...”
E ainda:
“O fundamento da reparação pelo dano moral está em que, a par do patrimônio em sentido técnico, o indivíduo é titular de direitos integrantes de sua personalidade, não podendo confirmar-se a ordem jurídica em que sejam impunemente atingidos.”
Vejamos ainda como vem sendo analisada a discussão acerca do dano moral pela Jurisprudência:
"DANO MORAL PURO. CARACTERIZAÇÃO. Sobrevindo, em razão de ato ilícito, perturbação nas relações psíquicas, na tranquilidade, nos sentimentos e nos afetos de uma pessoa, configura-se o dano moral, passível de indenização. Recurso especial conhecido e provido"(REsp. Nº 8.768, rel. Min. Barros Monteiro, em Rev. STJ, nº 34, p. 285).
"... Todo mal causado ao ideal das pessoas, resultando mal-estar, desgostos, aflições, interrompendo-lhes o equilíbrio psíquico, constitui causa eficiente para reparar o dano moral"(TJ-RS - Ap. Cív. N. 594.125.569, de Porto Alegre, rel. Des. Flávio Pâncaro da Silva)
"DANO MORAL - INDENIZAÇÃO - CRITÉRIO DE QUANTIFICAÇÃO - O critério de fixação do valor indenizatório levará em conta, tanto a qualidade do atingido, como a capacidade financeira do ofensor, de molde a inibi-lo a futuras reincidências, ensejando-lhe expressivo, mas suportável, gravame patrimonial. (TJRS - EI595032442 - 3º GCC - Rel. Dês. Luiz Gonzaga Pilla Hofmeister).
Aliás, em casos análogos, já decidiu o Eg. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro que serviços contratados ou de forma divergente da ofertada gera danos de natureza moral. Confira:
Recurso inominado nº 0002193-74.2011.8.19.0041 Recorrente: GLEISIANE CRISTIANE FERREIRA Recorrido: BANCO SANTANDER S/A Ementa: Direito do consumidor. Cobrança por débito já quitado. Negativação indevida. Dano moral in re ipsa. Sentença reformada. V O T O Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou ação na qual o Recorrido buscava compensação por danos morais, em razão negativação de seu nome por débito já quitado. A sentença recorrida julgou o pedido parcialmente procedente para declarar a inexistência do débito que gerou o aponte e para determinar a expedição de ofício para que se proceda à baixa do nome da Autora dos cadastros restritivos de crédito. Merece reforma a sentença recorrida. Precipuamente, é necessário salientar que o caso vertente cuida de relação de consumo, pelo que incide toda a concepção principiológica da Lei nº 8078/90. Cabe também salientar que se presume a boa-fé no comportamento e alegações da autora, conforme artigos 4º, I e III da referida lei, aliada às regras de experiência comum de que se pode valer o magistrado, consoante artigo 5º da Lei nº 9099/95. O Autor comprovou a negativação de seu nome por ordem da Ré, como se vê do documento de fl. 17. No caso em exame, torna-se evidente a responsabilidade da ré em razão de falha na prestação dos serviços - fato do serviço, consubstanciada no artigo 14 da lei supramencionada, já que a dívida levada a aponte não existia, o que é forçoso concluir pelo fato de que a Autora comprovou a quitação integral do acordo de refinanciamento de débito, pelo que se deflui que houve violação ao artigo14 do CDC. Cabia à Parte Ré demonstrar a legitimidade da cobrança, eis que não pode ser imputado ao consumidor o ônus de provar fato negativo. Ocorre que a parte ré não trouxe aos autos qualquer prova relativa a alguma excludente de responsabilidade disposta nos incisos do parágrafo do artigo 14 mencionado. Faz-se necessário salientar que o ônus de desconstituir o alegado pela parte autora competia à parte ré, uma vez que se aplica à hipótese a inversão ope legis consubstanciada no parágrafo 3º do artigo 14 da lei em comento, onde a inversão do ônus probatório se faz presente pelo próprio direito material, o que não se verificou no caso em tela. Assim, cabe responsabilização pelos danos causados, considerando-se ainda que a oferta integra o contrato à luz dos artigos 30 e 31, do Código de Defesa do Consumidor. No tocante aos danos morais, deve-se observar que os fatos acima elencados, por si só, geraram constrangimentos à parte autora, considerando os efeitos nefastos à honra objetiva que a negativação indevida acarreta, de forma a caracterizar o referido dano imaterial, que no caso é in re ipsa, uma vez que se encontra ínsito na própria conduta perpetrada pela parte ré. Por fim, deve ser salientado que a indenização deve compreender aos valores discutidos nessa ação, atendendo-se também na fixação do quantum aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade em sentido estrito, bem como o caráter punitivo e pedagógi co do dano moral. Isto posto, VOTO no sentido de conhecer o recurso e dar provimento parcial para condenar a ré a pagar à parte autora a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a título de indenização por danos morais, acrescida de juros legais de um por cento ao mês desde a data da negativação indevida, nos termos do artigo 398 do Código Civil, e correção desde a presente data, uma vez que a compensação está sendo fixada em valores atuais, mantida no mais a sentença por seus próprios fundamentos, sem ônus sucumbenciais. Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2013 VANESSA DE OLIVEIRA CAVALIERI FELIX Juíza Relatora - Data de julgamento: 07/10/2013.
Para salvaguardar o seu Direito de Consumidor, a Autora acredita na Justiça, para que com isso sejam compensados os seus sacrifícios e o constrangimento sofrido, e demonstrando ao Réu que seus clientes devem ser tratados com mais atenção, consideração e respeito.
Cabe salientar a lição do Desembargador SÉRGIO CAVALIERI FILHO, em sua obra “Programa de responsabilidade Civil”, Ed. Malheiros, 1998, que leciona:
“…deve ser reputado como dano moral, a dor, o vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo a normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar… Se assim não se entender, acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais aborrecimentos”.
DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Tendo-se em vista os fatos acima narrados, não pode a Autora, em decorrência de um erro por parte das Rés, sofrer prejuízo, em função do desconto indevido ter seu patrimônio ceifado indevidamente pela Ré.
Logo, pugna a Autora desde já, pela antecipação de tutela, inaudita altera pars, conforme disposto no art. 273 do CPC, já que atendidos os pressupostos legais de prova inequívoca, verossimilhança da alegação, e fundado receio de dano irreparável. Cabe ainda salientar no tocante ao parágrafo 2º do art. 273, que no caso em tela, não há sequer o perigo de irreversibilidade do provimento ora requerido antecipadamente, vez que o como já comprovado alhures, o Empréstimo já foi integralmente QUITADO.
Fazendo desta forma a Autora, jus a antecipação de tutela, para que a Ré se abstenha, imediatamente, de realizar o desconto indevido do contracheque da Autora, sob pena de multa diária correspondente a quantia de R$ 200,00 (duzentos reais), tendo em vista a efetivação da tutela específica, conforme aludido no art. 461, parágrafos 3 e 4 do CPC.
A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Com base na documentação ora inclusa, verifica-se a verossimilhança das alegações autorais, bem como a hipossuficiência face ato ilícito da Ré, o que autorizam a inversão do ônus probandi, conforme inciso VIII, do art. 6º do CDC, in verbis:
“Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
VIII- a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
E assim sendo, requer desde já a inversão do ônus da prova.
OS PEDIDOS
Ante a todo o exposto, pede a Autora a V. Exa.:
a) seja concedida a ANTECIPAÇÃO DE TUTELA para que a Ré se abstenha, imediatamente, de realizar o desconto indevido do contracheque da Autora, sob pena de multa diária correspondente a quantia de R$ 200,00 (duzentos reais), tendo em vista a efetivação da tutela específica, conforme aludido no art. 461, parágrafos 3 e 4 do CPC;
b) a citação do representante legal da Ré para, querendo, oferecer resposta, sob pena de revelia e confissão;
c) a inversão do ônus da prova, em virtude da hipossuficiência da Autora;
d) seja Julgado procedente o pedido para condenar as Rés a cancelarem definitivamente toda e qualquer cobrança existente em nome do Autor;
e) seja julgado procedente o pedido para tornar definitiva a tutela acima pleiteada;
g) a condenação da Ré ao pagamento de danos morais, em valor equivalente a 40 (quarenta salários mínimos), pelos constrangimentos suportados pela cobrança indevida;
h) que em caso de interposição de Recurso, seja ainda a Empresa Ré condenada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios no importe de 20% (vinte por cento), sobre o valor da condenação e demais condenações legais;
Protesta a Autora pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em conformidade com o artigo 32 do Código de Defesa do Consumidor, especialmente documental suplementar, sob pena de confissão.
Atribui-se à causa o valor de R$ 31.000,00 (trinta e um mil reais).
Nestes Termos,
Pede Deferimento.DATA
ADVOGADO

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