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PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III Aula 9 - Tema Estruturador: Análise de dados Introdução No Ensino Médio, um conjunto de temas que possibilitam o desenvolvimento das competências almejadas com relevância científica e cultural e com uma articulação lógica das ideias e conteúdos matemáticos pode ser sistematizado em três grandes eixos ou temas estruturadores, desenvolvidos de forma concomitante nas três séries: Álgebra (números e funções), Geometria e medidas e a Análise de dados. Nesta aula, abordaremos o Tema Estruturador Análise de Dados. A Análise de dados tem sido essencial em problemas sociais e econômicos, como nas estatísticas relacionadas a saúde, populações, transportes, orçamentos e questões de mercado. O terceiro eixo ou tema estruturador do ensino Análise de dados tem como objetos de estudo os conjuntos finitos de dados, que podem ser numéricos, ou informações qualitativas, o que dá origem a procedimentos bem distintos daqueles dos demais temas, pela maneira como são feitas as quantificações, usando-se processos de contagem combinatórios, frequências e medidas estatísticas e probabilidades. Objetivos Analisar situações reais de ensino-aprendizagem em Matemática, por meio da vivência; Discutir criticamente os aspectos científicos, éticos, sociais, econômicos e políticos, que envolvem a prática docente; Explicar que o ensino da estatística é uma das melhores oportunidades que existem para aprender matematizar a realidade; Examinar uma prática de ensino voltada para a Análise de dados e Estatística nas aulas de matemática do Ensino Médio. Análise de dados O desenvolvimento da Estatística, nas escolas básicas, tem sido alvo de pesquisas em algumas partes do mundo, e muitos pesquisadores publicam trabalhos a respeito, procurando justificar a relevância do assunto. Nesse sentido, entendemos que a Estatística deve ser ensinada para que todos os indivíduos possam dominar seus conhecimentos básicos para atuarem na sociedade. Atualmente, as propostas curriculares de matemática, em todo mundo, dedicam atenção especial a esses temas, enfatizando que o estudo da Estatística é imprescindível para que as pessoas possam analisar índices de custo de vida, realizar sondagens, escolher amostras e tomar decisões em várias situações do cotidiano. ATENÇÃO! No Estudo de Análise de dados, não basta ao cidadão entender as porcentagens expostas em índices estatísticos, como o crescimento populacional, taxas de inflação, desemprego, mas, acima de tudo, é preciso analisar criticamente os dados apresentados. No trabalho com Análise de dados, torna-se relevante ao possibilitar ao estudante desenvolver a capacidade de coletar, organizar, interpretar e comparar dados para obter e fundamentar conclusões, que é a grande base do desempenho de uma atitude científica. Esses temas são essenciais na educação para a cidadania, uma vez que possibilitam o desenvolvimento de uma análise crítica sob diferentes aspectos científicos, tecnológicos ou sociais. PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III Campo de atuação Para pensar o estudo do eixo estruturador Análise de dados nas aulas de Matemática, precisamos ter claros quais são os objetos de estudo e seu campo de atuação. Esse eixo envolve noções de estatística, possibilidades e elementos do estudo da probabilidade, além de problemas de contagem que englobam o princípio multiplicativo. É o campo da disciplina que estuda processos de obtenção, organização e análise de dados e métodos pelos quais é possível tirar conclusões e até fazer previsões sobre um fenômeno em estudo. Estatística Quando falamos de Análise de dados, não é possível desconectar a palavra estatística. Lopes (2008) refere-se à educação estatística como a possibilidade do desenvolvimento de formas particulares de pensamento e raciocínio, presentes nos fenômenos aleatórios, na interpretação de amostras, nas inferências e na sistematização de resultados por meio da linguagem estatística. Nesse sentido, podemos dizer que ser competente em estatística é essencial aos cidadãos das sociedades atuais. A habilidade possibilita o estudante ser crítico em relação às informações disponíveis no cotidiano, compreendendo e comunicando-se com base na própria interpretação dos dados. É também uma via importante para a tomada de decisões, uma vez que grande parte da organização dessas mesmas sociedades, social é feita com base nesses conhecimentos. Os alunos necessitam ter a oportunidade de adquirir a compreensão da lógica das pesquisas estatísticas, desenvolvendo ideias sobre a natureza e os processos de uma pesquisa. Leitura: estatística Nessa perspectiva, temos quatro fases: 1. Parte-se da formulação do problema e da pergunta subjacente ao tema que se quer investigar; 2. Planeja-se a coleta e a organização das informações; 3. Analisa-se os dados e posteriormente; 4. O processo é finalizado no momento em que ocorre a interpretação e discussão dos resultados, instância que privilegia a tomada de decisões sobre a temática investigada. Possibilitar a vivência dessas etapas permite que o aluno adquira domínio de certos procedimentos estatísticos. Fases do método estatístico Partindo-se disso, podemos caracterizá-la como: Fase 1 - Planejamento Determinar o procedimento necessário para resolver o problema e, em especial, como levantar informações sobre o assunto objeto do estudo. Exemplos: Elaboração do questionário, tipo de levantamento (censo ou amostra), cronograma de execução, exame das informações disponíveis. Fase 2 - Coleta de Dados PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III É o registro sistemático de dados, com um objetivo determinado. • Dados primários: São publicados pela própria pessoa ou organização que os haja recolhido. Ex: Tabelas do censo demográfico do IBGE. • Dados secundários: São publicados pro outra organização. Ex: Quando determinado jornal publica estatísticas referentes ao censo demográfico extraídas do IBGE. A coleta de dados direta pode, ainda, ser classificada quanto ao fator em tempo em: • Contínua – Realizada continuamente. Ex.: frequência de alunos às aulas. Dia a dia. • Periódica – Realizada em intervalos constantes de tempos. Ex: censo demográfico. Uma vez por mês, de dois em dois meses. • Ocasional – Realizada a fim de atender uma conjuntura ou a uma emergência. Ex.: epidemias, pesquisa de opinião pública a respeito do lançamento de um novo produto. Uma situação emergencial. Fase 3 - Apuração Dos Dados É a soma e o processamento dos dados obtidos e a disposição mediante critérios de classificação. Pode ser feita de forma manual, eletromecânica ou eletrônica. Depois de realizada as etapas anteriores, é feita a contagem do que foi obtido. Fase 4 - Apresentação dos Dados Há duas formas de apresentação, que não se excluem mutuamente. • A apresentação tabular, ou seja, é uma apresentação numérica dos dados em linhas e colunas distribuídas de modo ordenado, segundo regras práticas fixadas pelo Conselho Nacional de Estatística. • A apresentação gráfica dos dados numéricos constitui uma apresentação geométrica permitindo uma visão rápida e clara do fenômeno. Fase 5 - Análise e Interpretação dos Dados A última fase do trabalho estatístico é a mais importante e delicada. Está ligada essencialmente ao cálculo de medidas e coeficientes, cuja finalidade principal é descrever o fenômeno (estatística descritiva). Na estatística indutiva, as interpretações dos dados se fundamentam na teoria da probabilidade. O Ensino de Estatística Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998, p. 136) estabelecem que é fundamental ainda que ao ler e interpretar gráficos, os alunos se habituem a observar alguns aspectos que lhe permitam confiar ou não nos resultados apresentados. Costuma ser frequente nos resumosestatísticos a manipulação de dados, que são apresentados em gráficos inadequados, o que leva a erros de julgamento. Esses erros podem ser evitados, se os alunos forem habituados a identificar as informações que foram levantadas, bem como informações complementares, a comprovar erros que são cometidos ao recolher dados, a verificar informações para chegar a uma conclusão. Nesse sentido, é fundamental que o aluno levante dados de situações de seu cotidiano, organize os dados, calcule as medidas necessárias e, assim, mediado pelo professor, possa discutir os resultados, analisar a estratégia utilizada, verificar existência de erros e PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III efetuar análises dos resultados obtidos. Nesse contexto, o aluno passa a desenvolver sua criticidade e outras habilidades, na perspectiva da educação estatística. A educação estatística visa uma compreensão crítica e tem como objetivo desenvolver nos alunos a criticidade e o engajamento, de maneira que o aluno seja capaz de pensar sobre as questões políticas e sociais que são relevantes para a sua comunidade e região, contribuindo dessa forma para a melhoria de vida das pessoas. Para que isso efetivamente aconteça é necessário que professores e alunos aceitem seu papel de participantes no processo de aprendizagem, por meio da criação de possibilidades múltiplas que auxiliam na construção do conhecimento. Desse modo, é possível que se crie um espaço de múltipla possibilidade para a construção do conhecimento em que podem ser realizadas atividades intelectuais relacionadas à investigação crítica, à interpretação dos resultados que nos são apresentados, bem como análises políticas, sociais e econômicas, contribuindo para a formação do sujeito responsável e conhecedor dos seus direitos que possa realmente exercer a sua cidadania. Leitura: ensino_estatistica A Probabilidade Integrado ao ensino da estatística, não podemos esquecer-nos do trabalho com a probabilidade. A principal finalidade da probabilidade na escola básica é a de que o aluno compreenda que muitos dos acontecimentos do cotidiano são de natureza aleatória e que se pode identificar possíveis resultados desses acontecimentos e até estimar o grau de possibilidade acerca do resultado de um deles. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998, p. 56) estabelecem que a principal finalidade para o estudo de probabilidade é a de que o aluno compreenda que grande parte dos acontecimentos do cotidiano é de natureza aleatória e é possível identificar prováveis resultados desses acontecimentos. As noções de acaso e incerteza, que se manifestam intuitivamente, podem ser exploradas na escola, em situações nas quais o aluno realiza experimentos e observa eventos. ATENÇÃO! Para Lopes (2008), a competência nesses assuntos permite aos alunos uma sólida base para desenvolverem estudos futuros e atuarem em diversas áreas científicas. Além disso, ao considerarmos o mundo em rápida mudança como o que estamos vivendo, é imprescindível o conhecimento da probabilidade de ocorrência de acontecimentos para a tomada de decisão e fazermos previsões. Como os conteúdos de probabilidade são de grande dificuldade para o alunado do Ensino Médio, por motivos intrínsecos e porque, em geral, ainda não estudaram probabilidade até essa idade, deveria ser feito um grande esforço para apresentar esses temas de forma lúdica. Atividades Propostas 1. Qual a fase do Método estatístico que consiste em planejar o modo como será realizada as fases seguintes, determinando o objetivo da pesquisa e os métodos que serão utilizados? Nesta etapa são definidos os objetivos, as características da amostra, o método de aquisição e de processamento de dados. A) Crítica dos dados. PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III B) Coleta de dados. C) Planejamento. D) Apuração dos dados. E) Exposição ou apresentação dos dados. 2. Qual a fase do Método estatístico que consiste na obtenção dos dados pelo próprio pesquisador através de levantamento de registros (nascimentos, óbitos, notas fiscal, impostos etc.) ou coletada diretamente por meio de inquéritos, questionários? A) Crítica dos dados. B) Planejamento. C) Apuração dos dados. D) Coleta de dados. E) Exposição ou apresentação dos dados. 3. Qual a fase do Método estatístico em que dados obtidos devem ser criticados à procura de falhas sistemáticas no planejamento, aquisição e armazenamento dos dados? A) Crítica dos dados. B) Coleta de dados. C) Planejamento. D) Apuração dos dados. E) Exposição ou apresentação dos dados. Resumo do conteúdo Nesta aula, você: Reconheceu uma prática de ensino voltada para a Análise de dados e Estatística nas aulas de matemática do Ensino Médio; Identificou que o ensino da Estatística é uma das melhores oportunidades que existem para aprender matematizar a realidade; Descreveu aspectos científicos, éticos, sociais, econômicos e políticos, que envolvem a prática docente de análise de dados.
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