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1 PPRROOCCEESSSSOO DDEE CCOONNHHEECCIIMMEENNTTOO DDOO TTRRAABBAALLHHOO ((PPCCTT –– 880066XX)) Professor: Carlos Alessandro Ribeiro dos Santos 11.. PPRRIINNCCÍÍPPIIOOSS DDOO DDIIRREEIITTOO PPRROOCCEESSSSUUAALL DDOO TTRRAABBAALLHHOO:: O grande jurista Miguel Reale formulou o seguinte conceito: “Princípios são verdades fundantes de um sistema de conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido comprovados, mas também por motivos de ordem prática de caráter operacional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa e da praxis”. (Lições Preliminares de Direito, 4 ed., Saraiva, 1977, p. 299) Os Princípios informam, orientam e inspiram preceitos legais, por dedução, e podem deles ser extraídos, via raciocínio indutivo, e dão organicidade a institutos e sistemas processuais. Princípios Próprios (Específicos do Processo do Trabalho): 1º) Princípio do “Jus Postulandi” – Art. 791 da CLT – “Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.” Com o advento da Constituição Federal de 1.988, em decorrência da redação de seu Artigo 133, acendeu-se forte discussão quanto à sobrevivência ou não do jus postulandi no âmbito da Justiça do Trabalho, sabido que tal princípio consiste na capacidade postulatória de empregados e empregadores, tal como autorizado pelo Artigo 791 da CLT, para ajuizarem pessoalmente suas reclamações e acompanhá-las até final, sem necessitarem da presença do advogado. Os Tribunais do Trabalho, em mais de uma oportunidade, dissiparam a dúvida, proclamando a permanência viril do princípio, mesmo depois da vigente do novo ordenamento constitucional de 1.988. O jus postulandi na esfera trabalhista não se trata, como é sabido, de conquista exclusiva do Direito Brasileiro, posto que ele está presente na legislação laboral de quase todos os países do globo, e nenhuma dessas nações, até agora, imaginou abolir essa capacidade postulatória. 2 Editada a Lei n.º 8.906, de 4 de Julho de 1.994, dispondo sobre o "Estatuto da Advocacia e da OAB", novamente entra em ebulição o discurso a respeito da revogação do jus postulandi no âmbito da Justiça do Trabalho, em decorrência de ter o Artigo 1º da nova lei dito que consistiria atividade privativa da advocacia "a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais". Este, como outros pontos do novo estatuto corporativo da advocacia brasileira, sofreu contestação em juízo, perante o Supremo Tribunal Federal, merecendo reprimenda, já que vários de seus dispositivos foram liminarmente suspensos, não produzindo efeitos até julgamento do mérito. Atualmente, o Princípio do “Jus Postulandi”, após toda a discussão quanto à sua manutenção ou não, continua em validade, mas faz-se importante pontuar que as regras de validade do referido Princípio, hodiernamente, são as seguintes: O Jus Postulandi é a capacidade de estar em juízo sem acompanhamento de advogado ou procurador, podendo, tanto o empregado, como o empregador, reclamarem em juízo, por si sós, sendo que, essa capacidade se limita ao acompanhamento do processo perante as Varas do Trabalho e aos TRT’s – Tribunais Regionais do Trabalho, sendo obrigatório o acompanhamento do processo, por intermédio de advogado, na fase de tramitação junto ao TST – Tribunal Superior do Trabalho, bem como, também é obrigatória a postulação por meio de advogado, em qualquer Instância, quando se tratar de Ação Rescisória, Ação Cautelar e Mandado de Segurança, em decorrência da regra contida na SSúúmmuullaa nn..ºº 442255, ddoo TTSSTT, e na fase de tramitação junto ao STF – Supremo Tribunal Federal, também é obrigatória a postulação via advogado, em decorrência do RISTF – Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. “SSúúmmuullaa nnºº 442255 ddoo TTSSTT JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.” 3 2º) Princípio da Irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias – No âmbito da Justiça Especializada do Trabalho não há a possibilidade de interposição de Recurso em face de Decisões Interlocutórias, pelo que, nos casos de decisões de julgamento de pedido liminar, em que se concede ou não a liminar, perante a Justiça do Trabalho, não cabe Recurso, já que essa decisão de julgamento de pedido liminar é um exemplo de Decisão Interlocutória. Obs.1: Não confundir. O que falamos aqui é que não há a possibilidade, na Justiça do Trabalho, de atacar Decisão Interlocutória, por meio de Recurso, mas há a possibilidade de se atacar a Decisão Interlocutória, proferida na esfera trabalhista, através de Remédio Constitucional, qual seja, Mandado de Segurança. Obs.2: Também, em nenhum momento afirmamos que não existe Agravo de Instrumento, na Justiça do Trabalho, pois há sim a possibilidade de interposição de Agravo de Instrumento, na Justiça do Trabalho, mas não em face de Decisão Interlocutória, e sim em face de Decisão Denegatória de Seguimento de Recurso. 3º) Princípio da Irrecorribilidade em Dissídios de Alçada – Não há a possibilidade de interposição de Recurso, nos Procedimentos/Ritos de Dissídios de Alçada cujo valor da causa não supera a importância de 02 (dois) salários mínimos, salvo se o dissídio versar sobre matéria constitucional. Ou seja, no Procedimento de Alçada, específico da Justiça do Trabalho, cujo valor atribuído à causa, na Petição Inicial, não ultrapassar a monta de 02 (dois) salários mínimos, se a parte só faz pedidos que encontram fundamento em qualquer Fonte do Direito, que não seja a Constituição Federal de 1988, não há a possibilidade de interposição de Recurso, portanto, proferida a Sentença, a causa está definitivamente decidida, sem possibilidade Recursal. Mas, se o Pedido discutido em Processo que tramita pelo Rito de Alçada, tiver como fundamento a Constituição Federal, nessa hipótese, há a possibilidade de interposição de Recurso. 4 22.. OORRGGAANNIIZZAAÇÇÃÃOO DDAA JJUUSSTTIIÇÇAA DDOO TTRRAABBAALLHHOO:: 2.1- Órgãos da Justiça do Trabalho: 1ª INSTÂNCIA: VARAS DO TRABALHO: As Varas do Trabalho, antes denominadas de Juntas de Conciliação e Julgamento, são os órgãos de 1ª Instância da Justiça do Trabalho. A Emenda Constitucional n.º 24/1999 que extinguiu as Juntas e delegou à Lei a competência para criar Varas do Trabalho. A Constituição Federal/88, no seu Artigo 112, disciplina que “a lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-las aos Juízes de Direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.” Os Critérios adotados na Resolução n.º 63/2010, do CSJT – Conselho Superior da Justiça do Trabalho, alterada pela Resolução n.º 160/2015 do CSJT, para a criação de novas Varas são os seguintes: a) o Tribunal Superior do Trabalho (TST), a cada dois anos, aprecia as propostas de criação de novas Varas para encaminhamento ao Governo; b) é condição para a criação de uma Vara a existência de mais de 24.000 empregados na área ou o ajuizamento de pelo menos 600 reclamações trabalhistas judiciais anuais, em média, no últimotriênio; c) nas áreas onde já existam Varas só são criadas outras quando nas existentes o número de processos por ano seja superior a 1.500, no último triênio; d) a jurisdição de uma Vara só é estendida à Municípios situados em um raio máximo de 100 (cem) quilômetros da sede, e desde que existam facilidades de acesso e meios de comunicação regulares. As Varas do Trabalho são compostas de um Juiz Titular (Artigo116 da CF/88), mas também possuem Juízes Substitutos, e funcionam conciliando, instruindo e julgando os processos. - Competência: Compete ao Juiz Singular da Vara do Trabalho processar e julgar as ações de dissídios individuais, seja na fase do Processo de Conhecimento, seja após o trânsito em julgado da decisão, na fase do Processo de Execução. 5 2ª INSTÂNCIA: TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO (TRT’s): A Constituição Federal prevê a existência de Tribunais Regionais do Trabalho em seu Artigo 111, Inciso II. Há, na Justiça do Trabalho, 24 Tribunais Regionais do Trabalho. No Estado de São Paulo há dois, um com sede na Capital e outro em Campinas. Os Tribunais Regionais não têm igual número de juízes, o que diversifica a Composição de cada um, que terá no mínimo 07 (sete) juízes (Artigo 115, da CF/88), alguns de carreira e outros do quinto constitucional, oriundos da Advocacia e do Ministério Público do Trabalho. Alguns Tribunais são divididos em Turmas e outros não. - Competência: Os TRT’s – Tribunais Regionais do Trabalho julgam, originariamente, os dissídios coletivos, bem como, julgam os recursos das decisões proferidas pelos órgãos de 1ª Instância, em dissídios individuais. INSTÂNCIA ESPECIAL: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST): A Constituição Federal de 1.946 quem criou o TST, com sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional. - Composição: 2277 ((vviinnttee ee sseettee)) MMiinniissttrrooss escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação, pela maioria absoluta, do Senado Federal, cuja lista para aprovação pelo Senado Federal é montada da seguinte forma: I- 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com o mesmo tempo mínimo de efetivo exercício (Quinto Constitucional dos Tribunais); II- os demais dentre juízes dos TRT’s, oriundos da Magistratura de Carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho. - Órgãos Internos do TST: CCoonnsseellhhoo SSuuppeerriioorr ddaa JJuussttiiççaa ddoo TTrraabbaallhhoo (Artigo 111-A, §2º, Inciso II, CF) – exerce a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de 1º e 2º Graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante; EEssccoollaa NNaacciioonnaall ddee FFoorrmmaaççããoo ee AAppeerrffeeiiççooaammeennttoo ddooss MMaaggiissttrraaddooss (Artigo 111-A, §2º, Inciso I, CF) – regulamenta os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira da Magistratura Trabalhista; TTrriibbuunnaall PPlleennoo – composto pelos 27 Ministros do Tribunal; ÓÓrrggããoo EEssppeecciiaall – composto de 14 Ministros; 0011 SSeeççããoo EEssppeecciiaalliizzaaddaa eemm DDiissssííddiiooss CCoolleettiivvooss – composta de 09 Ministros; 6 0022 SSeeççõõeess EEssppeecciiaalliizzaaddaass eemm DDiissssííddiiooss IInnddiivviidduuaaiiss – a SBDI-I composta de 14 Ministros e a SBDI-II composta de 09 Ministros; 0088 TTuurrmmaass – Cada uma composta de 03 Ministros; PPrreessiiddêênncciiaa; CCoorrrreeggeeddoorriiaa--GGeerraall; CCoonnsseellhhoo ddaa OOrrddeemm ddoo MMéérriittoo JJuuddiicciiáárriioo ddoo TTrraabbaallhhoo – 06 Ministros. - Competência: Compete ao TST – Tribunal Superior do Trabalho processar, conciliar e julgar, em grau ordinário, ou seja, em competência originária, os dissídios coletivos entre trabalhadores e empregadores que excedam a jurisdição dos TRT’s, bem como, processar e julgar os recursos interpostos em face dos acórdãos proferidos pelos TRT’s. INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF): Está acima de todos os demais Tribunais dos 05 Ramos do Poder Judiciário Brasileiro (Artigo 101, da CF), assim, também do TST. - Composição: 1111 ((oonnzzee)) MMiinniissttrrooss, possuindo uma estrutura interna com um Tribunal Pleno, cujas sessões participam todos os Ministros, e duas Turmas cujas decisões, conforme a matéria, podem ser revistas pelo Tribunal Pleno, tudo conforme disciplinado no seu Regimento Interno. “Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.” “Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.” Obs.: Para ser nomeado Ministro do STF – Supremo Tribunal Federal, o cidadão dever ser, necessariamente, brasileiro nato, uma vez que o Ministro Presidente do STF faz parte da linha sucessória do Presidente da República, nos termos dos Artigos 12, § 3º, Inciso IV c/c 80, ambos da Constituição Federal de 1.988. - Competência: Julga Ações Trabalhistas quando à matéria envolve a interpretação e aplicação da Constituição Federal, expede Súmulas, inclusive com efeito vinculante, que refletem sobre as questões da competência da Justiça do Trabalho, e efetua o controle direto e indireto da constitucionalidade, aquele mediante o julgamento de Ações Diretas de Inconstitucionalidade ou Ações Declaratórias de Constitucionalidade, este por meio do julgamento de Recursos Extraordinários das decisões do TST. 7 33.. JJUURRIISSDDIIÇÇÃÃOO EE CCOOMMPPEETTÊÊNNCCIIAA:: Jurisdição = é o poder de julgar; é o poder de dizer o Direito; Competência = é a divisão/parcelamento da atividade jurisdicional. Absoluta – insuscetível de prorrogação. - Competência{ Relativa – suscetível de prorrogação. Obs.: Ocorre à prorrogação de competência, quando um Órgão que não era competente para processar e julgar certa causa, passa a ser competente. A prorrogação de competência somente é admitida com relação a Competência Relativa. Material - Critérios de Determinação da Competência{ Territorial Funcional 3.1- Competência Material (ex ratione materiae): Antes da Emenda Constitucional n.º 45/2004, apenas as relações de emprego eram de competência material da Justiça do Trabalho, sendo que com as novas redações do Artigo 114, da CF/88, determinadas pela Emenda Constitucional n.º 45/2004, todo litígio advindo de relação de trabalho deve ser processado e julgado pela Justiça Especializada do Trabalho. Assim aquelas figuras que, anteriormente à referida Emenda estavam excluídas da competência da Justiça do Trabalho, como o trabalhador autônomo e o eventual, hoje são de plena competência da Justiça do Trabalho, uma vez que, compreendidos no conceito de relações de trabalho. NOTAS: 1º) Nos termos da Emenda Constitucional n.º 45/2004, quanto às relações de trabalho com a Administração Pública Direta e Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, tanto se tratando de Servidores Públicos com Contratos de Emprego Público/Celetistasou de Servidores Estatutários, a competência para processar e julgar as ações de cunho trabalhista, inerentes a esses servidores, é inteiramente da Justiça do Trabalho (Artigo 114, 8 Inciso I, da CF/88). Ocorre que, o STF, em julgamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade, movida pela Associação dos Juízes Federais, para manter os servidores estatutários na competência da Justiça Comum Federal, determinou que a Justiça Comum que é a competente para processar e julgar as ações trabalhistas dos Servidores Públicos Estatutários. 2º) Competência Material se enquadra como Competência Absoluta, e assim, não admite prorrogação. Obs.: Quando se tratar de Incompetência Absoluta, como no caso do Juiz ser incompetente para julgar determinada matéria, o próprio Juiz pode declará-la de “Ofício” (por conta própria). No caso do Juiz não se declarar incompetente de Ofício, a parte demandada poderá alegar a Incompetência Absoluta do Juiz, através da Preliminar do Inciso II, do Artigo 337, do CPC, na Contestação. A Incompetência Absoluta pode ser alegada pela parte interessada, em qualquer fase processual, mesmo após o trânsito em julgado da Sentença, dentro do prazo da Ação Rescisória (02 anos contados da data do trânsito em julgado da decisão), nos termos do Artigo 966, Inciso II, do Novo CPC, por ser matéria de ordem pública. 3.2- Competência Territorial (ex ratione loci): Denomina-se competência territorial ou ratione loci, ou, ainda, de foro, aquela determinada com base nos espaços geográficos sobre os quais atua o órgão jurisdicional. Trata-se, portanto, de um modo de delimitação territorial da jurisdição. Assim, para propor uma Ação Trabalhista, indispensável é a verificação das regras de competência territorial, que são instituídas com o visível e justificável propósito de facilitar o processo para o trabalhador e evitar sua locomoção e os gastos daí decorrentes, e que estão dispostas no Artigo 651, da CLT, in verbis: “Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.” (Atuais Varas do Trabalho) 9 - Diretrizes para Fixação da Competência Territorial: 1ª) Regra Geral – Local da Prestação do Serviço (Artigo 651, da CLT); 2ª) Quanto aos viajantes e agentes que prestam seus serviços movimentando-se em localidades diferentes, será competente a Vara do Trabalho da localidade em que prestam contas de seus serviços ao seus superiores hierárquicos e, na falta dessa estipulação, o local do domicílio do trabalhador viajante, nos termos do § 1º, do Artigo 651, da CLT; 3ª) Quanto às empresas que promovem atividades em mais de uma localidade, será competente tanto a Vara do Trabalho do local onde o empregado estiver exercendo a atividade, como a Vara do Trabalho da localidade em que está estabelecida a sede da empresa, se essa corresponde ao lugar da celebração do contrato de trabalho, nos termos do § 3º, do Artigo 651, da CLT. NOTA: - A Competência Territorial se enquadra como sendo Competência Relativa, e, portanto, pode ser prorrogada. Somente a alegação de Incompetência Territorial é suscetível de Exceção de Incompetência (Artigo 799, da CLT). Não sendo apresentada a Exceção pela parte interessada, prorroga-se a competência, ou seja, o Juiz que era incompetente, quanto ao território, para julgar a causa, passa a ser competente. No caso de Incompetência Relativa/Territorial, o Juiz não pode declará-la de “Ofício” (por conta própria), bem como, a parte interessada só pode requer a declaração pelo Juiz, dessa incompetência, no prazo de Defesa (Exceção de Incompetência). REFORMA TRABALHISTA: Com a Lei n.º 13.467/2017, que alterou dispositivos da CLT, a partir de 13/11/2017, o prazo para apresentação de Exceção de Incompetência, para a parte alegar incompetência territorial do Juízo, que era até a 1ª Audiência, passou a ser de 05 (cinco) dias, contados da Notificação, conforme novo texto do Artigo 800, da CLT, in verbis: “Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo.” (Alterado pela Lei n.º 13.467/2017) 10 3.3- Competência Funcional: A Competência Funcional refere-se a um aspecto do processo relativo à competência para execução dos diversos atos pelos órgãos e juízes de determinado ramo do Poder Judiciário, no mesmo processo. Plano Horizontal – critério de determinação das Competência Funcional{ funções dos juízes num mesmo processo. Plano Vertical – enumeração das funções dos magistrados de diversos órgãos pelos quais o processo, em 1ª e 2ª Instância, tramita. Obs.: A Competência Funcional é Absoluta, e assim, não admite prorrogação. Incompetência Absoluta (Material / Funcional) Incompetência Relativa (Territorial) Declaração pelo Juiz Deve ser declarada de Ofício pelo Juiz. Não pode ser declarada de Ofício pelo Juiz. Fase Processual Pode ser alegada em qualquer fase processual, desde o prazo de Defesa, bem como, em grau de Recurso, até mesmo após o trânsito em julgado da Sentença, através de Ação Rescisória. Pode ser alegada somente por ocasião da Defesa, até antes da entrada em vigor da Lei n.º 13.467/2017, ppooiiss aa ppaarrttiirr ddee 1133//1111//22001177,, ccoomm aa eennttrraaddaa eemm vviiggêênncciiaa ddeessttaa LLeeii ((RReeffoorrmmaa TTrraabbaallhhiissttaa)),, oo pprraazzoo ppaarraa aapprreesseennttaaççããoo ddee EExxcceeççããoo ddee IInnccoommppeettêênncciiaa ppaassssoouu aa sseerr ddee 0055 ddiiaass,, ccoonnttaaddooss ddaa NNoottiiffiiccaaççããoo ddoo RReeccllaammaaddoo,, ccoonnffoorrmmee nnoovvoo tteexxttoo ddoo AArrtt.. 880000,, ddaa CCLLTT. Tipo de Defesa Contestação com Preliminar do Inciso II, do Artigo 337, do CPC. Exceção de Incompetência (Artigos 799 e 800, da CLT). 11 44.. PPRREESSCCRRIIÇÇÃÃOO TTRRAABBAALLHHIISSTTAA:: 4.1. Espécies de Prescrição Trabalhista: A CCoonnssttiittuuiiççããoo ddaa RReeppúúbblliiccaa FFeeddeerraattiivvaa ddoo BBrraassiill ddee 11998888, dispõe acerca da Prescrição Trabalhista, em seu AArrttiiggoo 77ºº,, IInncciissoo XXXXIIXX, in verbis: “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXIX– ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;” A CCLLTT, no seu AArrttiiggoo 1111, repete a regra constitucional, acerca da Prescrição Trabalhista: REFORMA TRABALHISTA: Com a Lei n.º 13.467/2017, que alterou dispositivos da CLT, a partir de 13/11/2017, o Artigo 11, da CLT, passou a ter a seguinte redação: “Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.” (Alterado pela Lei n.º 13.467/2017) “Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazode dois anos. § 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução.” (Incluído pela Lei n.º 13.467/2017) 12 Portanto, nos termos do Inciso XXIX, do Artigo 7º, da CF/88 e do Artigo 11, da CLT, existem 02 (duas) Espécies de Prescrição Trabalhista, que são: PRESCRIÇÃO BIENAL: prazo de 02 (dois) anos para ajuizamento da Ação Trabalhista, contado da data da extinção do contrato de trabalho, ou seja, uma vez rescindido o contrato de trabalho, o trabalhador tem o prazo de 02 (dois) anos para ajuizar sua Ação Trabalhista. A Prescrição Bienal pode ser declarada de Ofício pelo Juiz ou a requerimento da parte interessada. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL: uma vez ajuizada a Ação Trabalhista, o trabalhador somente fará jus aos últimos 05 (cinco) anos, contados da data da distribuição da Ação (protocolo da Petição Inicial). A Prescrição Quinquenal não pode ser declarada de Ofício pelo Juiz, portanto, somente se a parte interessada alegá-la no processo, que o Juiz poderá declará-la. OBS.1: Nos termos do Artigo 440, da CLT: “Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição.” OBS.2: No caso de ajuizamento de Ação visando anotações para fins de prova junto à Previdência Social, não corre prazo prescricional, nos termos do § 1º, do Artigo 11, da CLT. OBS.3: O Prazo Prescricional de 30 (trinta) anos (Prescrição Trintenária), quanto à cobrança de créditos de contribuições de FGTS, disposto no § 5º, do Artigo 23, da Lei n.º 8.036/90, e que também era aplicado, com base nas Súmulas n.º 362, do TST e 210, do STJ, foi declarado INCONSTITUCIONAL, pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal, em 13 de Novembro de 2014, no ARExt 709.212/DF, que decidiu que o prazo prescricional aplicável às cobranças dos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço é o previsto no Artigo 7º, Inciso XXIX, da Constituição da República (Prescrição Quinquenal), por se tratar de direito dos trabalhadores urbanos e rurais, expressamente arrolado no inciso III do referido dispositivo constitucional. 13 NOVA REDAÇÃO DA SÚMULA N.º 362, DO TST: Diante do Acórdão proferido pelo Pleno do STF, na data de 13/11/2014, que declarou a Inconstitucionalidade do Prazo Prescricional de 30 anos, quanto ao FGTS, a Súmula n.º 362, do TST, que defendia a referida prescrição trintenária, fora alterada em 09/06/2015, através da Resolução n.º 198/2015 do TST, passando a possuir a seguinte redação: “Súmula n.º 362 do TST – FGTS. PRESCRIÇÃO (redação alterada) – Res. 198/2015, republicada em razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015 I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos após o término do contrato; II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em 13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STFARE-709212/DF).” OBS.4: O Prazo Prescricional de 10 (dez) anos (Prescrição Decenal), quanto à cobrança de Contribuições Previdenciárias (INSS), disposto no Artigo 46, da Lei n.º 8.212/91, foi declarado INCONSTITUCIONAL, através da Súmula Vinculante n.º 8, do STF, prevalecendo o prazo prescricional quinquenal, previsto no Artigo 7º, Inciso XXIX, da Constituição Federal de 1988. 55-- PPRROOCCEESSSSOO DDEE CCOONNHHEECCIIMMEENNTTOO DDOO TTRRAABBAALLHHOO:: 5.1- Processo: Atos, Termos e Prazos Processuais: 5.1.1- Atos Processuais – Dias Úteis “Artigo 770 da CLT – “Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.” Parágrafo único. “A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do juiz ou presidente.” 14 5.1.2- Termos – Materialização dos Atos; (Artigos 771 a 773, da CLT) “Artigo 773 da CLT – “Os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples notas, datadas e rubricadas pelos chefes de secretaria ou escrivães.” 5.1.3- Prazos – O prazo é o tempo previsto para que seja praticado determinado ato processual. - Contagem do Prazo (Artigo 775, da CLT): O Artigo 775, da CLT, estabelece a regra específica de contagem dos prazos processuais, da Justiça Especializada do Trabalho, senão vejamos: REFORMA TRABALHISTA: Com a Lei n.º 13.467/2017, que alterou dispositivos da CLT, a partir de 13/11/2017, o Artigo 775 da CLT, passou a ter a seguinte redação: “Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.” (Alterado pela Lei n.º 13.467/2017) Obs.1: O Decreto n.º 779/1969 disciplina que a UUnniiããoo,, ooss EEssttaaddooss,, oo DDiissttrriittoo FFeeddeerraall,, ooss MMuunniiccííppiiooss,, aass AAuuttaarrqquuiiaass ee aass FFuunnddaaççõõeess PPúúbblliiccaass ddee qquuaallqquueerr eessffeerraa possuem: - Prazo em Quádruplo para Contestar; - Prazo em Dobro para Recorrer. Obs.2: O MMiinniissttéérriioo PPúúbblliiccoo ddoo TTrraabbaallhhoo, com base no disposto no Artigo 180, do CPC, tem prazo em dobro para efetivar qualquer manifestação processual. - Principais Prazos Recursais da Justiça Especializada do Trabalho: - 8 dias – Recurso: Ordinário; de Revista; Agravos; Recurso de Embargos ao TST. - 5 dias – Embargos à Execução e Embargos de Declaração. 15 5.2- Tipos de Procedimento: As Ações Trabalhistas impõem três tipos de ritos procedimentais, a saber: a) Rito de Alçada ou Sumário: diz-se sujeitas ao Rito de Alçada, as causas cujo valor que lhe houvera sido atribuído não ultrapasse a 02 (dois) salários mínimos, na data de seu ajuizamento (Lei nº 5.584/70, Artigos 4º e 18). Nesse tipo de procedimento, a Audiência haverá de ser sempre UNA (Conciliação, Instrução e Julgamento), podendo cada parte ouvir até 03 (três) testemunhas, não sendo passível de interposição de recurso, salvo quando a Sentença contrariar dispositivo constitucional (Lei nº 5.584/70, Artigo 4º); b) Rito Sumaríssimo: em relação às causas com valor superior a 02 (dois) salários mínimos, mas limitado a 40 (quarenta) salários mínimos, o rito procedimental haverá de ser o Sumaríssimo. Nesse Procedimento, geralmente são realizadas 02 Audiências, a primeira UNA, em que são realizadas a Conciliação e Instrução, e uma 2ª Audiência, somente para que seja proferida a Sentença (Audiência de Julgamento). Referido rito permite a oitiva de somente 02 (duas) testemunhas de cada parte (Artigo 852-H, § 2º, da CLT), além de nnããoo ser ppeerrmmiittiiddaa aa ssuuaa iinnssttaauurraaççããoo, eemm ffaaccee ddaa AAddmmiinniissttrraaççããoo PPúúbblliiccaa DDiirreettaa, AAuuttáárrqquuiiccaa e FFuunnddaacciioonnaall (Artigo 852-A, Parágrafo único, da CLT); c) Rito Ordinário: instaurado nas causas em que o valor atribuído for superior a 40 (quarenta) salários mínimos, sendo possível à divisão da instrução em duas ou mais audiências, assim como a oitiva de até 03 (três) testemunhas para cada parte (Artigo 821, da CLT). Geralmente, nnaa pprrááttiiccaa, neste procedimento, são realizadas 03 (três) Audiências, a 1ª Audiência de Conciliação, para tentativa de acordoe recebimento da Defesa do Reclamado, caso não haja acordo; a 2ª Audiência de Instrução, para produção de provas; e a 3ª Audiência de Julgamento, somente para proferimento de Sentença. Rito Obrigatório nos Processos em que for parte a AAddmmiinniissttrraaççããoo PPúúbblliiccaa DDiirreettaa, AAuuttáárrqquuiiccaa e FFuunnddaacciioonnaall. 16 5.3- Petição Inicial: - Importância – É o ato de maior importância para o Autor, devendo juntamente com ela seguir todos os documentos necessários à comprovar todos os fatos alegados na mesma (Art. 320, do Novo CPC – “A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação”). - Lógica Formal da Petição Inicial: (Artigos 840 da CLT e 319 do CPC) O Artigo 840, da CLT, disciplina que a Reclamação Trabalhista pode ser ESCRITA ou VERBAL. “Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.” “§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.” O Artigo 319, do Novo CPC, disciplina que: “Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.” 17 Diante dos referidos dispositivos legais, a Lógica Formal da Petição Inicial de uma Reclamação Trabalhista é a seguinte: a) Endereçamento da Peça; b) Preâmbulo: Qualificação das Partes; Nomeação da Ação; c) Exposição dos Fatos e Fundamentos Jurídicos dos Pedidos (causas de pedir); d) Pedidos com suas especificações; e) Requerimento de Notificação/Citação da Reclamada; f) Prova com que o Reclamante pretende demonstrar a verdade dos fatos; g) Facultativamente, outros requerimentos como pedido de gratuidade de Justiça em face do desemprego involuntário do Reclamante; h) Valor da Causa e consequente indicação do rito se de Alçada/Sumário; Sumaríssimo ou Ordinário; i) Local e data; j) Assinatura do Reclamante ou de seu Patrono (Advogado). 5.4- Audiência Trabalhista: - Horário – O Artigo 813, da CLT, disciplina que: “Art. 813- As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente. - Unicidade – Em regra, as Audiências na Justiça do Trabalho devem ser Unas, ou seja, Conciliação, Instrução e Julgamento realizados em uma mesma Audiência, o que não ocorre na prática. - Notificação das Partes para o Ato de Audiência: As partes devem ser notificadas a comparecer ao ato de Audiência, num prazo mínimo de 05 (cinco) dias antes da data designada para realização da Audiência, sendo que, se a parte Reclamada for a Administração Pública Direta da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou Autarquias e Fundações Públicas, este prazo deve ser de no mínimo 20 (vinte) dias, ou seja, em quádruplo. 18 - Representação das Partes no Ato de Audiência - §§ 1º e 2º, do Artigo 843, da CLT: Representação do Empregador: “Art. 843. (…) § 1º - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.” Súmula nº 377 do TST PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO (nova redação) - Res. 146/2008, DJ 28.04.2008, 02 e 05.05.2008 Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Obs.1: Preposto na Justiça do Trabalho = Funcionário + Conhecimentos dos Fatos. REFORMA TRABALHISTA: Com a Lei n.º 13.467/2017, que alterou dispositivos da CLT, a partir de 13/11/2017, o Artigo 843 da CLT, passou a ter um novo § (Parágrafo): “Art. 843. (…) § 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada.” (Incluído pela Lei n.º 13.467/2017) Portanto, a partir de 13/11/2017, a empresa, na Audiência Trabalhista, poderá ser representada por qualquer pessoa, só tendo que preencher o requisito de ter conhecimento dos fatos, não havendo mais a obrigação de que seja empregado da empresa. Obs.2: Não são cumuláveis as funções de Preposto e Procurador (advogado). 19 Representação do Empregado: “Art. 843. (…) § 2º - Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.” - Consequência da Ausência das Partes à 1ª Audiência (seja Una do Rito Sumaríssimo, seja Inicial do Rito Ordinário): “Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.” Ausência do Reclamante à 1ª Audiência = ARQUIVAMENTO. Ausência da Reclamada à 1ª Audiência = REVELIA e CONFISSÃO quanto à matéria de fato. REFORMA TRABALHISTA: Com a Lei n.º 13.467/2017, que alterou dispositivos da CLT, a partir de 13/11/2017, o Artigo 844 da CLT, passou a ter novos §§ (Parágrafos): “Art. 844. (…) § 1º Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência. § 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. § 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova demanda. § 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.” 20 NOTA: EXISTE A FIGURA DA PEREMPÇÃO TEMPORÁRIA? Resposta: Sim, ocorre Perempção Temporária quando o Reclamante der causa ao ARQUIVAMENTO do processo, por 02 (duas) vezes consecutivas, como quando falta ao ato de realização da 1ª Audiência, perdendo assim, o direito de ação pelo período de 06 (seis) meses, ou seja, a Perempção é temporária, pois a parte só perderá o direito de ação por determinado lapso de tempo, nos termos dos Artigos 732 c/c 731, da CLT. - Consequência da Ausência das Partes à Audiência de Instrução: Ausência do Reclamante à Audiência de Instrução= CONFISSÃO FICTA. Ausência da Reclamada à Audiência de Instrução= CONFISSÃO FICTA. Obs.: Se ambas as partes não compareceremna Audiência de Instrução, o Processo não será Arquivado, e sim, as partes serão consideradas confessas, cada uma com relação à matéria fática alega na peça de maior importância da outra parte. - Prazos em Audiência: Defesa Verbal = 20 (vinte) minutos; Impugnação Verbal = 20 (vinte) minutos; Alegações Finais Orais = 10 (dez) minutos; 5.5- Modalidades de Defesa ou Respostas do Reclamado: 5.5.1 – Contestação: - Conceito: A Contestação é o ato processual mais importante para a parte Reclamada, devendo nela ser concentrada toda a matéria de defesa, nos termos do Princípio da Concentração. - Exceção ao Princípio da Concentração: A arguição de Prescrição é um tipo de defesa processual, que pode ser efetuada em qualquer momento processual, até mesmo, depois de proferida a Sentença, em fase de Recurso. 21 - Princípio da Especificidade: A parte deve contestar todos os pedidos do autor, especificamente, sob pena de serem tidos como verdadeiros. - Prazo: Na Justiça Especializada do Trabalho a Defesa é apresentada no ato da realização da Audiência Inaugural (Rito Ordinário) ou Una (Ritos de Alçada/Sumário e Sumaríssimo), ou seja, independente do rito processual, a Defesa, na Justiça do Trabalho, deve ser apresentada sempre na 1ª Audiência. Obs.: A Revelia na Justiça do Trabalho é a ausência da parte. Já na Justiça Comum, a Revelia é a ausência de Defesa. - A elaboração da Contestação depende da análise minuciosa da Petição Inicial: 1º Passo: Análise da existência de PRELIMINARES a serem arguidas – Artigo 337, do Novo CPC (Chamada de Defesa Processual Direta); Ex.: Todo pedido se respalda numa causa de pedir, caso existente o pedido, mas ausente sua causa de pedir, na Inicial, alegar Preliminar de Inépcia da Petição Inicial, nos termos do Artigo 337, Inciso IV, do CPC, devendo, por consequência, ser requerido o indeferimento da Inicial, que leva a extinção do processo sem julgamento de mérito. Ex.: Se os pedidos não são de competência da Justiça do Trabalho quanto ao processamento e julgamento, alegar a Preliminar de Incompetência Absoluta, nos termos do Artigo 337, Inciso II, do CPC, que acarreta, caso seja acatada pelo Juiz, na extinção do feito sem julgamento de mérito. 2º Passo: Análise da existência de possível PREJUDICIAL DE MÉRITO = PRESCRIÇÃO – Que dá causa à extinção do processo, com julgamento de mérito. Ex.: Alegar a PRESCRIÇÃO QUINQUENAL estabelecida no Artigo 7º, Inciso XXIX, da CF/88 c/c Artigo 11, da CLT. 3º Passo: DEFESA DE MÉRITO, em que a Reclamada vai apresentar seus fatos e fundamentos e solicitar a total ou até parcial improcedência dos pedidos do Reclamante. 22 5.5.2- Reconvenção: - Conceito: Reação do Réu contra o Autor, no bojo dos mesmos autos em que é demandado pelo Autor, a título de economia processual, ou seja, se a Reclamada tem um pedido para efetivar em face do Reclamante, deve fazê-lo através desse tipo de defesa. - Natureza Jurídica: Ação do Reclamado em face do Reclamante, ou seja, é uma modalidade de Defesa que tem natureza e finalidades idênticas a de uma Ação, pois nela se pede o reconhecimento de um direito/pedido. - Admissibilidade: Atualmente é plenamente admissível no âmbito da Justiça Especializada do Trabalho. - Prazo: Deve ser apresentada juntamente com a Contestação (mesmo prazo). - Resposta do Reconvindo/Reclamante: Reconvindo é o Reclamante em face do qual foi apresentada além da Contestação uma Reconvenção, ocasião em que deverá, além de Impugnar a Contestação, também Contestar a Reconvenção em igual prazo. - Da Aplicação Subsidiária do CPC: O Novo Código de Processo Civil, no seu Artigo 343, dispõe acerca da Reconvenção, dispositivo legal esse que é aplicado, subsidiariamente, no âmbito processual trabalhista, assim, tanto a Reconvenção da área Cível como Trabalhista possuem as seguintes características: A desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a extinga, não obsta ao prosseguimento da Reconvenção (§ 2º, do Artigo 343, do CPC); A Reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. Obs.: Com o advento do Novo Código de Processo Civil Brasileiro, hoje tanto na Justiça Comum, como na Justiça do Trabalho, a Reconvenção deve ser efetuada na mesma peça da Contestação, na forma de pedido reconvencional (essa regra já existia na Justiça do Trabalho). 23 5.5.3 – Exceção (Artigos 799 a 802, da CLT): - Conceito: Exceção é um tipo de Defesa de natureza processual que objetiva denunciar os vícios de constituição do processo ou fatos impeditivos do prosseguimento normal da relação jurídico-processual. - Prazo: Deve ser apresentada juntamente com a Contestação, em Audiência, por escrito, ou até verbalmente, pelo que o Excipiente terá o prazo de 20 (vinte) minutos. Obs.: Oposta a Exceção, se de Incompetência, abrir-se-á vista ao Excepto, por 24 (vinte e quatro) horas, devendo a sentença ser proferida na primeira Audiência que se seguir (Artigo 800, da CLT); se si tratar de exceção de Suspeição, o Juiz designará Audiência, dentro de 48 (quarenta e oito horas), para Instrução e Julgamento (Artigo 802, da CLT). REFORMA TRABALHISTA: Com a Lei n.º 13.467/2017, que alterou dispositivos da CLT, a partir de 13/11/2017, o Artigo 800 da CLT, passou a ter nova redação, no seu “caput” e novos §§ (Parágrafos): “Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. § 1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. § 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. § 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente. § 4º Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente.” 24 Obs.: A Exceção suspende o andamento do processo principal, até que seja definitivamente julgada. - Denominações: A parte Reclamada que apresenta a Defesa na forma de Exceção é nominado de Excipiente, sendo que, aquele contra quem fora apresentada a Exceção (Reclamante), é nominado de Excepto. - Espécies de Exceções Trabalhistas: O Processo Trabalhista, por força do que dispõe o Artigo 799, da CLT, conhece apenas 02 (duas) espécies de Exceções: a) Exceção de Incompetência: Nesse tipo de Exceção deve-se alegar a Incompetência Relativa do Juízo em que fora ajuizada a demanda trabalhista, pelo Reclamante, ou seja, nessa espécie de Exceção se alega a incompetência territorial do Juízo, e requer-se a extinção do feito sem julgamento de mérito, ou, alternativamente a remessa dos autos ao Juízo competente territorialmente, para julgar a causa. Obs.: Quando se tratar de alegação de Incompetência Absoluta do Juízo, ou seja, sua incompetência para julgar a matéria em litígio, nesse caso, não se apresenta Exceção de Incompetência, mas sim, se alega a Preliminarde Incompetência Absoluta, no próprio bojo da Contestação, nos termos do Artigo 337, Inciso II, do CPC. b) Exceção de Suspeição: Nesse tipo de Exceção, se a parte conhecer de algum fato constante dos Artigos 801da CLT, que torne suspeito de parcialidade o Juiz de 1º Grau, ou até de 2º Grau de Jurisdição, deverá requerer seja considerado suspeito o Juiz, solicitando que o mesmo decline de sua competência, ou que seja determinada ordem de substituição do Juiz suspeito, por um suplente, que passará a processar e julgar a causa, até seu julgamento de mérito. - Casos que configuram a Suspeição do Juiz – Artigo 801, da CLT: “Art. 801 - O juiz, presidente ou juiz classista, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes: a) inimizade pessoal; b) amizade íntima; c) parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil; d) interesse particular na causa.” 25 5.6- Regras Específicas da Justiça do Trabalho quanto à Produção de Provas: - Objetivo da Prova – munir o Juiz de todos os meios comprobatórios da realidade dos fatos, com o fim de formar seu convencimento para poder bem julgar à causa. - Destinatário da Prova – Juiz – Princípio da Livre Persuasão Racional (Livre Convencimento) - Ônus da Prova – “Art. 818 - A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.” Obs.: A parte que alegou o fato que deve comprová-lo, sendo que se a parte Reclamada apenas nega o fato alegado na Inicial, não tem o dever de comprovar fato negativo, a não ser que seja referente à caso em que a Lei determina a aplicação de inversão do ônus da prova. Agora se a Reclamada não se limitar a negar os fatos apresentados na Inicial, mas sim, argumentar fatos que são impeditivos ou modificativos do direito do Autor, aí sim deverá comprovar esses fatos. REFORMA TRABALHISTA: Com a Lei n.º 13.467/2017, que alterou dispositivos da CLT, a partir de 13/11/2017, o Artigo 818 da CLT, passou a ter nova redação, no seu “caput” e novos §§ (Parágrafos): “Art. 818. O ônus da prova incumbe: I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2º A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.” 26 5.6.1- Depoimento Pessoal: (Artigos 819/820, da CLT e 385/388, do CPC) “Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.” “Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos juízes classistas, das partes, seus representantes ou advogados.” - Ordem dos Depoimentos – Obrigatoriamente, primeiro colhe-se o depoimento pessoal do Reclamante, momento em que o Reclamado deverá se retirar da sala de audiência, para que, em seguida, retorne e preste seu depoimento pessoal. - Não comparecimento para Depor ou recusa em Depor – Consequência – CONFISSÃO FICTA quanto à matéria de fato. Obs.: O desconhecimento do Preposto da Empresa quanto aos fatos relacionados à causa, acarreta a aplicação da pena de CONFISSÃO (Ausência de Demonstração da Condição de Conhecimento dos Fatos). - Tipos de Confissão: REAL – Quando a própria parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável a parte adversa, na usa própria petição/defesa; FICTA – Ocorre, por exemplo, no caso de não comparecimento da parte à Audiência em que deveria depor ou recusa da parte em depor, em que lhe será aplicada a pena de CONFISSÃO FICTA; PROVOCADA – É aquela advinda no momento em que a parte está prestando seu depoimento pessoal, e através dos questionamentos do Juiz e da outra parte, acaba confessando a veracidade de fato negativo a sua pretensão. 5.6.2- Prova Testemunhal: (Artigos 819/825 e 828/829, da CLT e 442/463, do CPC) “Art. 442. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. “Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: I - já provados por documento ou confissão da parte; II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.” 27 - Indicação – Artigo 821, da CLT: “Art. 821. Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).” Quando se tratar, especificamente, de Processo tramitando pelo Rito Sumaríssimo, na Justiça do Trabalho, a indicação de Testemunhas é na quantidade indicada no § 2º, do Artigo 852-H, da CLT, in verbis: “Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente.” (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) “§ 2º. As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação.” - Comparecimento da Testemunha (Artigo 825, da CLT): “Art. 825. As testemunhas comparecerão à audiência independentemente de notificação ou intimação.” “Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação.” Obs.1: Quanto aos pedidos aduzidos na Inicial, referentes a todo o período alegado pelo Reclamante, como trabalhado para a empresa Reclamada, ele somente atingirá êxito total na causa, se produzir prova testemunhal que comprove a ocorrência das causas de pedir de seus pedidos quanto a todo o período laborado, ou seja, se ele laborou de 2012 à 2016 e sua Testemunha somente laborou de 2012 à 2014 na empresa, e ele somente produzir essa única prova testemunhal, restarão comprovadas as causas de pedir, de seus pedidos, apenas com referência ao período trabalhado pela testemunha, ou seja, de 2012 à 2014, portanto não obterá êxito quanto ao período de 2014 à 2016, pois não produziu prova, seja testemunhal ou qualquer outro tipo de prova, para comprovar seu direito às verbas trabalhistas referentes à esse período. 28 Obs.2: No momento em que a Testemunha está sendo qualificada, em Audiência, para que seja interrogada, o MM. Juiz deve, antes de inquiri-la quanto aos fatos relacionados efetivamente à causa, perguntar-lhe se tem interesse na causa, ou se é amiga ou inimiga de uma das partes, sendo que, caso seja positiva a resposta, a outra parte, de imediato, deverá CONTRADITAR a Testemunha, requerendo que não seja ouvida nessa qualidade de testemunha, uma vez que confessara fato que a torna suspeita ou impedida para prestar testemunho, ocasião em que o MM. Juiz deverá acatar a Contradita e não ouvir a testemunhaou pode até ouvi-la, mas não na qualidade de testemunha, mas apenas como informante. NOTA: A Súmula n.º 357 do TST disciplina que: “Súmula nº 357 do TST TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA. SUSPEIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador.” - Ônus da Prova Quanto ao Registro da Jornada de Trabalho: “Súmula n.º 338 do TST JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo- se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003)” 29 5.6.3- Prova Documental: “Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações.” (CPC) - Momento de Apresentação da Prova Documental – Nos termos do transcrito Artigo 434, do Novo CPC, cabe as partes colacionarem aos autos, as provas documentais comprovadoras de suas alegações, juntamente com a peça que lhes é mais importante, ou seja, o Reclamante, por ocasião da Petição Inicial, e o Reclamado, por ocasião da Defesa (Contestação), sendo que, após esse momento, somente será permitida a juntada de prova documental que prestar a comprovar fato novo, que é aquele ocorrido após os articulados na Petição Inicial e na Defesa. - Forma (Artigo 830, da CLT): “Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.” Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses documentos.” 5.6.4- Prova Pericial: (Artigos 826/827, da CLT e 464/480, do CPC) “Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. § 1º. O juiz indeferirá a perícia quando: I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico; II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; III - a verificação for impraticável.” Toda vez que o MM. Juiz entender seja necessária a realização de exame, vistoria ou avaliação, poderá deteminar a efetivação de Prova Pericial, pelo que, deverá nomear Perito Judicial para execução da Perícia, devendo fixar prazo para que as partes possam, querendo, indicar Assistente Técnico, para acompanhamento da Perícia, e Quesitos a serem respondidos pelo r. Perito. 30 Apresentado o Laudo Pericial pelo r. Perito, o MM. Juiz deve fixar prazo para que as partes se manifestem acerca do Laudo, sendo que, se uma das partes Contestar o Laudo Pericial, o Juiz decidirá se determinará a realização de nova Perícia, com nomeação de novo Perito, ou se validará essa primeira Perícia. No âmbito da Justiça do Trabalho, na maioria dos casos o Juiz Trabalhista valida o 1º Laudo Pericial, ou seja, mesmo que seja o Laudo contestado por uma das partes, ele não determina a realização de nova Perícia. 5.7- Alegações ou Razões Finais: Comumente conhecidas pelos operadores do direito pela expressão "Alegações Finais", podem também receber a denominação de "Razões Finais", ou mesmo "Memoriais", dependendo da forma como é apresentada, no Processo. No Direito Processual do Trabalho, por expressa determinação legal, a denominação "Razões Finais" foi eleita pela CLT como a mais correta, senão vejamos o disposto no Artigo 850: “Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.” - Faculdade – Como dispõe o Artigo 850, da CLT, as Razões Finais poderão ser apresentadas após o término da instrução processual. Note-se que se trata de uma faculdade da parte e não de uma obrigação. Dessa forma, é facultado que as partes apresentem Razões Finais, após o término da instrução processual. - Prazo – Cada parte terá o prazo de 10 (dez) minutos para a apresentação das Alegações ou Razões Finais, ou seja, 10 (dez) minutos para o Reclamante e 10 (dez) minutos para o Reclamado. Havendo mais de um Reclamado, cada um terá o prazo de 10 (dez) minutos para apresentar as Razões Finais, exceto no caso de procurador único. Em se tratando de Reclamação Plúrima, ou seja, com vários Reclamantes, o prazo é de apenas 10 (dez) minutos. - Espécies de Alegações ou Razões Finais: Razões Finais Orais – as Razões Finais Orais são aquelas em que, logo após o encerramento da Instrução e antes do Juiz proferir a Sentença, em Audiência, o advogado da parte ou a própria parte apresenta de forma verbal, tendo o prazo de 10 (dez) minutos para tanto. 31 Razões Finais Escritas ou Memoriais – admite-se que o Juiz, diante da complexidade de fato e de direito da causa, conceda prazo para a apresentação de Razões Finais de forma escrita. Entretanto, trata-se de uma faculdade do Juiz e somente será utilizada se o magistrado entender ser oportuno este procedimento, quando, por exemplo, se trata de um processo com muitas provas produzidas, então o Juiz acaba fixando prazo para apresentação de Memoriais (Razões Finais Escritas), para que as partes tenham como destacar e pontuar melhor os fatos e provas, sendo que, geralmente o prazo fixado para tanto, pelo Juiz, ou é de 10 ou 15 dias. Razões Finais Remissivas – por se tratar de um procedimento facultativo, na prática, tanto Reclamante, quanto Reclamado têm deixado de apresentar Razões Finais Orais ou Escritas, apenas se restringindo a renovaram o pedido de Procedência ou Improcedência da Ação. 5.8- Sentença: (Artigos 831 a 836, da CLT) - Conceito – ato do Juiz que põe fim ao processo de conhecimento. Materialização da vontade do Estado. - Requisitos: (Artigo 832, da CLT) I- Relatório: Nome das partes; breve resumo do pedido e da defesa e apreciação das provas; II- Fundamentação: Parte da Sentença em que o Juiz demonstra as razões em que se baseou para proferir a decisão, em que muitas vezes se utiliza de passagens doutrinas, transcrição de Artigos de Lei e Jurisprudência; III- Conclusão/Dispositivo: É a parte final da Sentença, em que efetivamente o Juiz decide se a Ação é totalmente procedente, parcialmente procedente ou improcedente. Obs.1: Somente o Requisito de Conclusão/Dispositivo da Sentença que transita em julgado. “Art. 504. Não fazem coisa julgada: (CPC) I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance daparte dispositiva da sentença; II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.” Obs.2: A Ausência de qualquer dos Requisitos da Sentença importa em sua Nulidade. 32 - Custas Processuais – O Artigo 789, § 3º, da CLT, disciplina que: “Art. 789 - Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e serão calculadas: I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa; III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da causa; IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar.” Obs.1: A União é isenta de pagamento de custas processuais. Obs.2: A parte que obtêm Justiça Gratuita, está dispensada do pagamento de custas processuais, e não isenta. BIBLIOGRAFIA: SARAIVA, Renato; et al. CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – Reforma Trabalhista e Medida Provisória 808, de 14.11.2017. 21ª edição revista e atualizada. São Paulo: Juspodivm, 2018. LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 40ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2018. SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 13ª Ed. São Paulo: LTR, 2018. MARTINS FILHO, Ives Gandra da Silva. Manual Esquemático de Direito e Processo do Trabalho. 25ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
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