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internacional 2° bimestre

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1. PERSONALIDADE INTERNACIONAL: O ESTADO
O Estado – sujeito originário de DIP – é o mais importante sujeito do direito das gentes – é a pessoa do DIP que se acha dotada de capacidade plena.
Estados soberanos e organizações internacionais
Os Estados soberanos e as organizações internacionais são sujeitos de direito internacional público, ou seja, são pessoas jurídicas de direito internacional público.
a) Estados – têm personalidade jurídica originária e plena.
b) Organizações internacionais – têm personalidade jurídica derivada: produto resultante da vontade conjugada de certo número de Estados. É uma realidade jurídica, derivada de tratado constitutivo (que as constitui), que lhe disciplina o funcionamento (estatuto).
c) SANTA-SÉ (caso excepcional – deriva do acordo de LATRÃO firmado em 1929, com a Itália que lhe reconhece além da personalidade jurídica, a soberania). É formado pela Cúria Romana e pelo Papa.
Na SANTA-SÉ falta dimensão pessoal, não há vínculo de nacionalidade.
A SANTA-SÉ, apesar de não se identificar com os Estados comuns, possui, por legado histórico, personalidade jurídica de direito internacional.
Elementos Constitutivos do Estado
O nascimento do Estado é um fenômeno histórico, sociológico e político.
São elementos constitutivos do Estado:
a) base territorial - área terrestre + espaços hídricos internos (rios, lagos), mar territorial (12 milhas marítimas) e espaço atmosférico sobre este. 
b) comunidade humana estabelecida (massa de indivíduos que habitam o território em determinado momento histórico); 
c) sobre seu território exerce jurisdição ou competência (geral e exclusiva), ou seja, detém uma série de competências para atuar com autoridade e, forma de governo não subordinado a qualquer autoridade exterior (soberania).
JURISDIÇÃO GERAL: exerce todas as competências de ordem legislativa, administrativa e jurisdicional sobre o território.
JURISDIÇÃO EXCLUSIVA: no exercício de tais competências o Estado local não enfrenta a influência ou concorrência de qualquer outra soberania (independência).
d) da capacidade de manter relações com os demais Estados. 
Nascimento do Estado – um Estado pode surgir por:
Guerra;
Desmembramento (URSS = países bálticos);
Colônias que adquiriram independência;
Reunião dos elementos constitutivos; (formação originária)
Fusão – Estado núcleo absorve outro Estado - desaparece a personalidade dos anteriores, formando um novo Estado.
Dissolução total de um Estado (extinção da personalidade jurídica do antigo Estado).
Aquisição e perda do território, pode se dar por:
Descoberta – ocupação da terra nullius (terra de ninguém)
Contigüidade – avanço pelo território adentro até encontrar resistência – (lei da física – matéria atrai matéria)
Conquista – emprego de força unilateral – aniquilamento dos ocupantes nativos
Cessão onerosa – compra e venda ou permuta (Brasil adquiriu o Acre da Bolívia em 1905 por 2 milhões de Libras esterlinas) 
Cessão gratuita – figura típica dos tratados de paz, ex: França derrotada cedeu Alsácia à Alemanha. Na 1ª guerra a França venceu Alemanha – Alemanha restituiu Alsácia – Lorena à soberania francesa (Tratado de Versalhes 1919) (ato penitencial)
Por decisão política de uma organização internacional, por ex. no âmbito da ONU
Delimitação territorial: linhas limítrofes entre os territórios podem resultar de uma decisão arbitral ou judiciária ou, resultar de tratados bilaterais entre os Estados vizinhos que determinam o exato traçado de suas fronteiras..
Linhas limítrofes artificiais (geodésicas – os paralelos e os meridianos ou diagonais a elas. Ex. limite entre Canadá e Estados Unidos)
Linhas limítrofes naturais: geralmente rios ou cordilheiras. Ex: fronteira Brasil x Venezuela, por onde correm as águas da chuva, na vertente das cordilheiras.
Rios: sistema da linha da eqüidistância as margens (ponto central de sua largura), ex: Brasil x Argentina (rios Uruguai e Iguaçu)
1.2. Reconhecimento de Estado
Reconhecimento de Estado
É o ato jurídico mediante o qual Estados já existentes, declaram e reconhecem uma entidade postulante a membro da ordem internacional, a qualidade de Estado, passando a ser considerada como tal.
Reconhecimento de Estado – reunidos os elementos que constituem um Estado, este buscará o seu reconhecimento pela comunidade internacional, buscando a qualidade de Estado, cuja conseqüência é a sujeição às normas de direito internacional. Ex: Tratado de Paz e Aliança - o Rei de Portugal estabeleceu as condições do reconhecimento do Brasil, inclusive as financeiras.
Classificação do ato jurídico do reconhecimento
Significa a decisão do governo de um Estado existente em aceitar outra entidade como um Estado. É um ato jurídico, com conseqüências jurídicas. È um ato declaratório com efeitos jurídicos: O novo Estado passará a gozar de direitos e a cumprir deveres a ele atribuídos pelo DIP.
O reconhecimento, sendo ato jurídico, classifica-se como ato: unilateral, discricionário, incondicional e irrevogável.
- Unilateral – porque sua validade e os efeitos jurídicos que produzem dependem da manifestação de vontade de apenas um Estado.
- Discricionário – a conveniência e a oportunidade decorrem do interesse do Estado que faz o reconhecimento, além de representar o exercício de sua soberania.
- Incondicional – em geral é incondicional, a condição é elemento estranho ao reconhecimento.
Para Hildebrando Accioly: “O reconhecimento é feito, em geral, sem condições, mas, como se trata de ato unilateral, pode ser subordinado a condições. Citam-se, aliás, diversos casos de reconhecimento condicional.”
- Irrevogável – tem caráter perpétuo, a revogação não pode ser arbitrária ou discricionária, tem que ser justificada.
Todavia, “a inexecução ou desrespeito, por parte do novo Estado, das condições estabelecidas para o reconhecimento deve determinar a suspensão ou anulação do reconhecimento”.
- Individual ou coletiva – pode se dar de forma unilateral ou coletiva (no âmbito da ONU, por exemplo).
Requisitos que deve um Estado preencher para ser reconhecido como Estado, pelo DIP:
Os requisitos que devem ser preenchidos para o reconhecimento são: a) o governo deve ser independente de outro governo estrangeiro, devendo ser dotado de completa autonomia e autodeterminação na condução de seus negócios exteriores; b) o governo deve exercer efetiva autoridade sobre sua população e seu território; c) o governo deve estar apto a cumprir suas obrigações internacionais; e d) o interessado deve possuir um território delimitado (embora as fronteiras exatas possam não estar, ainda, perfeitamente definidas); e) além, de possuir os elementos constitutivos de um Estado.
Doutrina do não reconhecimento – um Estado, criado em violação do direito internacional não deve ser reconhecido – Resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas.
Os efeitos jurídicos e políticos do reconhecimento de Estado são: a) estabelecimento de relações diplomáticas (considerado o mais importante); b) imunidade de jurisdição, isto é, a garantia de que o governo não será submetido ao julgamento de outro; c) reconhecimento da validade das leis e dos atos governamentais; d) sujeição as normas e obrigações contidas no DIP;
1.2.1. Reconhecimento de Estado em condição de beligerância ou insurgência 
O reconhecimento de beligerância ocorre quando parte da população se revolta para criar novo Estado ou então, de insurgência para modificar a forma de governo já existente e, quando os demais Estados resolvem tratar ambas as partes como beligerantes num conflito, aplicando as regras de direito internacional a respeito.
Efeitos do reconhecimento de beligerância – confere ao grupo beligerante os direitos e deveres de um Estado, no tocante à guerra.
Características do grupo beligerante:
Grupo forte para possuir e exercer poderes análogos aos do governo do Estado.
O grupo mantém autoridade sobre parte definida do território do Estado.
 Possui força armada organizada.
Disposição de respeitar osdireitos e os deveres de neutralidade.
Qual a natureza jurídica do ato que reconhece um movimento como beligerante?
R: O reconhecimento do movimento como beligerante tem natureza jurídica declaratória, consistindo em ato discricionário do Estado feito, normalmente, mediante uma declaração de neutralidade; modernamente, porém, a doutrina de DIP tem passado a considerá-lo como ato obrigatório, satisfeitas determinadas condições.
1.2.2. Reconhecimento de governo (governo no sentido de poder de dirigir o Estado e representá-lo):
 Ocorre quando o novo governo é resultante de transformação de estrutura política internacional – daí a necessidade do reconhecimento de governo isto é, quando ocorre mudança de um governo pelas vias não institucionais, quebra da ordem política como as revoluções ou golpes de Estado, violação da Constituição. Todavia, estas circunstâncias não alteram a personalidade internacional dos Estados. 
O Brasil, nos moldes dos Estados Unidos, leva em conta as seguintes circunstâncias para efetuar o reconhecimento de um governo:
1ª - a existência real de um governo aceito e obedecido pelo povo
2ª - a estabilidade desse governo
3ª - a aceitação, por este, das responsabilidades pelas obrigações internacionais do respectivo Estado.
1.3. Extinção ou desaparecimento de um dos elementos constitutivos e sucessão de Estados
A extinção dos Estados é questão não pacífica pela doutrina, pode se dar entre outras situações por : absorção, ocupação, anexação, desmembramento (repartição) e fusão (União – perda da personalidade de formação um novo Estado) etc.
Sucessão de Estados
Sucessão: princípio da continuidade: o Estado como realidade física com contingente humano que vive sobre uma base territorial, que se encontra sob a regência de certa ordem jurídica, tende a continuar a existir, mesmo que sob outra roupagem política ou sob outra soberania. Por isso, a matéria da sucessão de Estados é debatida pela doutrina.
Entende-se por sucessão de Estados o fato de um Estado (Estado predecessor) ter sua personalidade jurídica internacional alterada, sendo substituído por outro em suas obrigações internacionais (Estado-sucessor). Rege-se pelas Convenções de Viena de 1978 e 1983.
Casos de sucessão de Estados
Pode ocorrer este fenômeno da sucessão de Estados nos seguintes casos: 
a) emancipação (ex.: ex-colônias que se tornam independentes do colonizador); b) fusão ou agregação (ex.: reunião de dois ou mais Estados para formar um terceiro, com personalidade internacional distinta dos anteriores, como no caso do Iêmen do Norte e do Iêmen do Sul, que se fundiram para formar a República do Iêmen); c) anexação (absorção, total ou parcial de um Estado por outro. Pode ser parcial – ex.: incorporação da Alsácia e da Lorena pela Alemanha – ou total – ex.: países bálticos, anexados pela antiga URSS); d) desmembramento (fenômeno inverso da anexação ou da fusão) – dois ou mais Estados resultam da divisão do que até então era uma única soberania. Ex: processo de descolonização das colônias britânicas como a Indonésia; e) transferência territorial – nenhuma soberania surge ou desaparece – área territorial pertencente a um deles é transferida ao outro – muda somente a soberania sobre aquela porção do território; f) Secessão países que reassumem suas identidades anteriores;(ex: Rússia x Países bálticos)
1.3.1. Efeitos jurídicos decorrentes da sucessão em matéria de tratados, bens públicos, dívidas públicas e pessoas.
Sucessão de Estados em matéria de tratados (Convenção de Viena de 1978)
A Convenção de Viena de 1978, dispõe sobre a sucessão em matéria de tratados:
Essa Convenção estabelece o princípio de que inexiste obrigatoriedade de transmissão dos tratados, estabelecendo que nada obriga o Estado sucessor a respeitar os tratados anteriormente firmados pelo Estado predecessor, com isso, fica a critério do Estado sucessor assumir os tratados anteriormente firmados.
 Estabelece também a Convenção que: a) um Estado tornando independente recentemente não está obrigado a respeitar tratados anteriormente celebrados pela antiga metrópole, no mesmo caso o Estado resultante de desmembramento e transferência territorial, o princípio que se aplica é o da tábula rasa “ele se encontra diante de uma mesa vazia de obrigações, que irá preenchendo na medida em que celebre tratados não está obrigado, pode obrigar-se mediante notificação de sucessão”; todavia excepciona no caso de fusão, havendo união de dois Estados para formar um terceiro, os tratados permanecem em vigor. Assim, o Estado resultante de fusão ou agregação (união) é responsável pelo conjunto das obrigações convencionadas pelo Estado predecessor.
ATENÇÃO
Existem casos em que é obrigatório para o Estado sucessor continuar a respeitar as obrigações constantes de tratados anteriormente firmados? Sim. Os tratados de cunho real ou dispositivo (isto é, que causam gravame permanente no território de determinado Estado = fronteiras) devem, como regra geral, ser mantidos, com base no princípio res transit cum suo onere (= a situação passa com seu ônus). Mesmo esses tratados, no entanto, podem ser revistos pelo Estado sucessor, caso deles lhe resulte prejuízo considerável, ou uma situação considerada como de ameaça a seus direitos. Nesses casos, pode a revisão ser invocada com base na cláusula rebus sic stantibus, ou seja, que o tratado não pode ser cumprido em virtude de alterações substanciais, imprevisíveis não condições sob as quais ele foi celebrado.
1.3.2 Sucessão de Estados em matéria de bens dos Estados, arquivos e dívidas
Sucessão em matéria de bens (patrimônio indissociável do território)
Os bens públicos passam de pleno direito ao Estado sucessor, é o chamado domínio eminente, atributo da soberania e vale, para toda sua extensão. Ex. áreas comuns de uso do povo: ruas estradas, parques, prédios públicos, reservas imobiliárias, etc.
Sucessão em matéria de dívidas (arts. 32 a 41 da Convenção de Viena) – não há solução satisfatória.
Entende-se por dívida, toda a obrigação financeira de um Estado para com outro ou com uma Organização Internacional ou com qualquer outro sujeito do DIP.
No caso da emancipação:
a) Com objetivo de proteger os Estados recentemente independentes (emancipação) há princípio de que nenhuma dívida do Estado predecessor passará ao Estado sucessor (art. 38, § 8º), salvos as contraídas em benefícios exclusivo do território. 
b) No caso de União de Estados (fusão, anexação, agregação): as dívidas do Estado predecessor são transferidas ao Estado sucessor. 
c) No caso de dissolução de Estado: os Estado sucessores arcarão com parte da dívida, tendo como base os direitos de propriedade. 
d) No caso de desmembramento e na transferência territorial: o princípio é o da repartição ponderada da dívida, considerando-a sua destinação, sua causa e origem na dívida: isto é, dívidas de Estado – contraídas no interesse geral da comunidade (devem ser compartilhadas por ocasião da sucessão) – dívidas de regime contraídas no interesse do poder preexistente (não devem ser partilhadas).
1.3.3 Sucessão em matéria de pessoas (institutos para proteger a nacionalidade: plebiscito e opção)
Conceito de nacionalidade – é um vínculo político entre o Estado soberano e o indivíduo com disciplina jurídica de direito interno outorgado pelo Estado (art. 15 – Declaração Universal dos Direitos do Homem ONU – 1948). O Estado não pode privar o indivíduo do direito a sua nacionalidade, nem do direito de nacionalidade.(vide também art. 12 da CF/88)
Questões referentes à nacionalidade das pessoas: a) fusão ou agregação surge nova nacionalidade; b) desmembramento – os habitantes do novo Estado adquirem nova nacionalidade, perdendo a primitiva, todavia podem ter eventual direito de opção; c) transferência de território – idem; e d) anexação – idem.
Opção
Opção é o direito concedido aos habitantes (ou cidadãos) de um Estado, de escolherem sua nacionalidade de origem ou a do Estado anexante.
Critérios existentes para escolhados indivíduos aos quais é concedida a opção:
 Os indivíduos podem exercer a opção, escolhendo um dos seguintes critérios: a) do nascimento – os nascidos no território anexado; b) do domicílio – os domiciliados no território anexado à data de anexação; c) do nascimento e do domicílio, simultaneamente – os nascidos e domiciliados no território anexado, à data da anexação; e d) do nascimento ou do domicílio, alternativamente – os nascidos ou domiciliados no território.
O que ocorre com os direitos adquiridos dos particulares habitantes de um Estado, quando é sucedido por outro?
R: Os direitos adquiridos dos particulares são respeitados, isto é, o Estado sucessor deve assegurá-los.
2. Direitos e Deveres dos Estados
Direitos dos Estados (Convenção sobre Direitos e Deveres dos Estados – Montevidéu 1933 e seguintes, Protocolo de Buenos Aires de 1967).
Os direitos dos Estados podem ser classificados em duas categorias:
a) direitos fundamentais, aqueles essenciais, inatos – isto é, aqueles que decorrem da existência do Estado, ou de sua qualidade de Estado Soberano no seio internacional - são os decorrentes de sua existência.
 b) direitos acidentais ou adquiridos – resultantes de tratados e costumes internacionais ou, ainda, relativos a situações particulares.
Principais direitos fundamentais dos Estados
Segundo um projeto de declaração elaborado pela Comissão de Direito Internacional da ONU em 1949, os direitos fundamentais dos Estados são: a)a autonomia e à independência – liberdade; b) ao exercício de sua jurisdição no território nacional; c) à igualdade jurídica com os demais Estados; e d) à legítima defesa; e) ao respeito mútuo; f) direito de desenvolvimento: considera-se que todos os Estados têm, também, o direito ao desenvolvimento cultural, político e econômico e; g) direito à inviolabilidade (conservação) do território e da soberania (legítima defesa).
Direito à liberdade
O direito à liberdade, deriva do direito à existência e compreende a soberania interna e a soberania externa.
Soberania interna: poder do Estado sobre as pessoas e as coisas dentro do seu território. Refere-se à autonomia. 
A soberania interna compreende o direito a: a) organização política; b) legislação; c) jurisdição, isto é, submeter ao âmbito de seus próprios tribunais ações referente as pessoas e coisas que se encontram sob seu território; d) domínio eminente sobre seu próprio território; e, e) organização administrativa.
Soberania externa: competência conferida ao Estado e, representa a liberdade do Estado de se relacionar com os demais membros da comunidade internacional. Refere-se a independência. 
A soberania externa compreende vários direitos como: a) celebrar Tratados e Convenções; b) direito de legação, que é o direito de receber ou enviar missões diplomáticas ou representação; c) fazer guerra e, promover a paz; d) o de igualdade; e) o de respeito mútuo; e f) defesa e conservação.
Direito à igualdade
Direito à igualdade, consiste no direito dos Estado Soberanos de serem iguais perante a lei internacional (Direito à igualdade jurídica); significa agir livremente nos limites de sua jurisdição, possuir os mesmos direitos e deveres frente à comunidade internacional e, não depender de qualquer outro membro desta e, principalmente, o direito à imunidade de jurisdição, que veremos a seguir.
Direito à soberania
O direito à soberania estabelece que nenhum Estado ou grupo de Estados têm o direito de intervir direta ou indiretamente, seja qual for o motivo, nos assuntos externos ou internos de qualquer outro. Decorre do dever jurídico de respeito à soberania e do dever de não-intervir. 
Direito de defesa – atos necessários contra ofensas de inimigos internos e externos.
Direito ao respeito mútuo – ser tratado com consideração, direito de exigir respeito aos seus legítimos direitos bem como respeito à sua dignidade moral e física (símbolos nacionais e fronteiras) – respeito à sua integridade física, política e moral.
Direito de desenvolvimento-sócio, cultural, econômico, etc.
2.1 Deveres dos Estados
Deveres jurídicos e morais
Jurídicos: possuem caráter jurídico e seu descumprimento representa falta de cumprimento de uma obrigação internacional, gerando responsabilidade internacional. Ex: respeitar os direitos fundamentais, como a soberania e a independência, respeitar as regras de DIP (Tratados, Convenções, costumes etc.)
Morais: na sua execução em regra não podem ser exigidos juridicamente mas, são deveres relacionados ao jus cogens. Ex: assistência mútua, cooperação da justiça, boa-fé na execução dos compromissos internacionais etc.
 - Em conclusão, quais são os principais deveres jurídicos e morais dos Estados, perante a comunidade internacional?
Os principais deveres dos Estados perante a comunidade internacional são o de:
Respeitar os direitos dos demais Estados;
Cumprir os tratados;
Não-intervenção;
Não utilizar a força, exceto em legítima defesa;
Não permitir que em seu território se prepare revolta ou guerra civil contra outro Estado;
Respeitar os direitos internacionais do Homem;
Evitar que em seu território sejam praticados atos contrários à paz ou à ordem internacionais;
Resolver litígios em que estiver envolvido por meios pacíficos;
Não utilizar a força como ameaça à integridade de outro Estado;
Não reconhecer aquisição de território havida com o descumprimento do item “i”;
Não utilizar da guerra como instrumento de política nacional;
Não auxiliar Estado que tiver descumprido os deveres constantes no item “k” e contra a qual a ONU estiver exercendo ação de política internacional;
Relacionar-se com a comunidade internacional com base no DIP.
Dever de não- intervenção 
Primeiramente é necessário definir o que é intervenção.
 - O que é intervenção, em Direito Internacional?
R: Intervenção é a interferência de um ou mais Estados nos assuntos internos e/ou externos de outro Estado Soberano ou independente, sem o seu consentimento, de forma a impor vontade dos interventores, com a finalidade de manter o status quo.
 - Elementos que caracterizam a intervenção:
1. Ato abusivo, com o intuito de apropriação das prerrogativas de Estado Soberano. 
2. Ato que significa imposição de uma vontade estranha aos interesses de outro Estado.
 - Atos que caracterizam uma intervenção
“São, porém, atos de intervenção: a imposição ou a tentativa de imposição de uma forma de governo, ou de certas instituições políticas, ou de um chefe de governo, ou de uma dinastia; a oposição efetiva a atos ilícitos de outro Estado; a imposição ou tentativa de imposição da celebração de um tratado; ou a adoção ou revogação de certas medidas legislativas ou administrativas ou da suspensão de relações diplomáticas, ou da aceitação ou recusa atitude política; a ingerência na administração da justiça ou em quaisquer atos da competência exclusiva de outro Estado etc.”.
 - Espécies:
1. Intervenção diplomática – através de representações verbais ou escritas;
2. Armada – apoiada por forças armadas; (Iraque)
3. Individual – provém de um só Estado;
4. Coletiva – conjunto de Estados, ou coletividade que apóia um só para execução. (Iraque).
 - O que é princípio da não-intervenção?
R: O princípio da não-intervenção (enunciado, pela primeira vez, pelo filósofo alemão Emmanuel Kant, em 1795, e consagrado por inúmeros tratados internacionais), corolário dos direitos fundamentais dos Estados (especialmente do direito à igualdade jurídica e do direito à soberania) estabelece que nenhum Estado ou grupo de Estados tem o direito de intervir direta ou indiretamente, seja qual for o motivo, nos assuntos externos ou internos de qualquer outro. Decorre do dever jurídico de respeito à soberania.
- Exceções ao princípio da não-intervenção 
“Vários autores, entretanto, têm admitido certas exceções ao princípio, embora nem sempre tenham concordado sobre a natureza ou alcance das mesmas. As mais invocadas foram ou são ainda as seguintes: intervenção emnome do direito de defesa e conservação; intervenção por motivos de humanidade; intervenção para a proteção internacional dos direitos humanos. (Ex. OTAN X proteção aos Albaneses – para proteção dos albaneses a OTAN bombardeou pontos estratégicos da Sérvia, para estacionar suas tropas na Província de Kosovo, para proteger a minoria étnica albanesa); intervenção em caso de guerra civil; intervenção coletiva; intervenção para a proteção de direitos e interesses legítimos de nacionais em país estrangeiro”.
3. Restrições aos Direitos Fundamentais do Estado
Destacam-se, como principais restrições: (a) imunidade de jurisdição local do Estado: chefes de Estados, agentes diplomáticos, certos cônsules, tropas estrangeiras que ocupem temporariamente parte do território, oficiais e tripulações de navios e aviões de guerra autorizados a ocupar o território; b) as capitulações; c) restrições ao direito de propriedade (garantias, servidões condomínio e arrendamentos de territórios; e d) neutralidade permanente; e) neutralização.
O que é servidão internacional?
R: A jurisdição de um Estado sobre o seu território pode sofrer restrições em favor de outro, ou outros Estados. 
O que é neutralidade permanente?
R: Neutralidade permanente é a restrição à soberania do Estado, que submete o sujeito do DIP (Estado) aos deveres de não fazer a guerra (tendo, no entanto, direito à legitima defesa), de não concluir tratados que o levem à guerra, e de manter-se imparcial na condução de suas relações exteriores. Ex: Suíça (1815), Áustria (1955), Cidade do Vaticano (1929).
O que é neutralização?
R: Neutralização é a restrição aos direitos fundamentais do Estado, pela qual este fica impedido de adotar medidas militares; não se confunde com neutralidade permanente. Representa uma servidão negativa. Ex: Território litigioso – se subtrai à jurisdição dos Estados que litigam sobre ele até que se decida a controvérsia. Ex: Amapá com a França.
3.1. Imunidade de jurisdição
Direito de Jurisdição: direito básico do Estado de submeter: todas as pessoas e bens situados em seu território acham-se submetidos às leis suas aos tribunais de seu próprio país.
O que é imunidade de jurisdição? – Restrição ao Direito Fundamental do Estado
R: Imunidade de jurisdição é o direito de um Estado independente (extensível a determinadas funções ou cargos de alguns de seus nacionais) de não estar submetido às leis de outro Estado e também direito de não se submeter a julgamento por tribunais estrangeiros.
3.2. Imunidade de jurisdição do Estado
Nenhum Estado tem o direito de reclamar jurisdição sobre outro Estado soberano, isto é, os tribunais de um Estado não têm jurisdição, não têm competência judiciária sobre outros Estados.
Contudo, cabe destacar que a imunidade de jurisdição pode declinar conforme os atos do Estado no exercício de sua soberania: esta é conforme sejam os atos considerados ius imperii (com imunidade) ou ius gestiones (sem imunidade), conforme a Convenção Européia sobre Imunidade do Estado – Basiléia em 1972.
Que atos são considerados de ius imperii? 
Os atos de autoridade (ius imperii) – são aqueles desempenhados no exercício de sua soberania como pessoa pública – estão isentos da jurisdição de qualquer tribunal estrangeiro. 
São considerados de ius imperii, dentre outros, os seguintes atos: a) os legislativos; b) os envolvendo as forças armadas; c) os relativos à atividade diplomática; d) os de administração interna; e, e) os empréstimos contratados pelo Estados com organismos internacionais.
- Exceções à imunidade: Todavia, existem atos que são praticados pelo Estado como pessoa privada - são os atos ius gestionis (atos de gestão) que podem sofrer jurisdição de outro Estado, isto é podem ser submetidos a julgamento por tribunais estrangeiros.
Todavia, pode ocorrer de o Estado, declinar desta imunidade de jurisdição, que se dá por renúncia expressa ou tácita.
Outra exceção à imunidade de jurisdição (relativização da imunidade absoluta)- o Estado estrangeiro se submete a jurisdição do outro Estado quando:
O Estado estrangeiro pode ser submetido a condição de parte perante o foro interno de outro Estado.
A imunidade absoluta não subsiste no que se refere a “toda espécie de processo derivado de relação jurídica entre o Estado estrangeiro e o meio local – mais exatamente os particulares locais”.
A Justiça local é competente para conhecer da demanda contra o Estado estrangeiro, sem que este possa argüir imunidade, justamente naqueles casos em que o direito substantivo local é aplicável. Tal caso da reclamação trabalhista deduzida por aquele que a embaixada recrutou in loco (não importando sua nacionalidade, que pode ser até mesmo a do Estado empregador), ou da cobrança do preço da empreitada, dos serviços médicos, do aluguel em atraso, da indenização pelo infortúnio no trânsito, imputável ao Estado estrangeiro acarretando danos a pessoas da terra.
“Um projeto de tratado sobre a imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro e a inviolabilidade de seus bens foi concluído em junho de 1991 pela Comissão do Direito Internacional das Nações Unidas, tendo dado origem a alguma análise critica em doutrina, e constituído até hoje o objeto de estudos e debates no interior da organização. O confronto desse projeto com o direito positivo preexistente – a Convenção européia de 1972, as leis internas promulgadas nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, na Austrália, no Canadá – e com precedentes judiciários de nações diversas permite ter como provável que a imunidade não substituirá no que se refere a toda espécie de progresso derivado de relação jurídica entre o Estado estrangeiro e o meio local – mais exatamente os particulares locais. Isso significa algo afinal previsível por sua perfeita naturalidade: a Justiça local é competente para conhecer da demanda contra o Estado estrangeiro, sem que este possa argüir imunidade, justamente, naqueles casos em que o direito substantivo local é aplicável. Tal caso da reclamação trabalhista deduzida por aquele que a embaixada recrutou in loco (não importando sua nacionalidade, que pode ser até mesmo a do Estado empregador), ou do aluguel em atraso, da indenização pelo infortúnio no trânsito.
A imunidade tende a reduzir-se, desse modo, ao mesmo estrito sentido dos acta jure imperii, a um domínio regido seja pelo direito das gentes, seja pelas leis do próprio Estado estrangeiro: suas relações com o Estado local ou com terceiro soberania, com seus próprios agentes recrutados na origem, com seus nacionais em matéria de direito público – questões tendo a ver com a nacionalidade, os direitos políticos, a função pública, o serviço militar,entre outras”. (REZEK, Francisco, Direito Internacional Público – Curso Complementar, 13ª ed., pág. 178/179, Saraiva, 2006). 
Renúncia expressa: deriva de disposição expressa, contida em tratados, convenções ou declaração oficial. 
Renúncia tácita - casos detectados: a) o Estado propõe como autor ação perante tribunal estrangeiro; b) quando acionado (réu) perante tribunal estrangeiro não levanta a declinatória de incompetência; c) quando exerce atos de comércio em território estrangeiro (como pessoa privada) e a ação proposta judicialmente é referente a atos de gestão; d) referente à ação real relativa a direito ou interesse sobre bens imóveis situados em território estrangeiro; e, e) ações referentes à aquisição, sucessão ou doação de bens sujeitos à jurisdição de Estado estrangeiro.
A imunidade de jurisdição aplica-se também às demais unidades da federação: Estados e municípios.
3.2.1. Imunidade de jurisdição na diplomacia: agentes ou representantes dos Estados. 
Normas que regem as relações diplomáticas e consulares:
Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961)
Convenção de Viena sobre Relação Consulares (1963) - anteriormente Comissão de Havana de 1928. Ex: Convenção de Viena sobre a Representação dos Estados em suas relações dos Estados com as organizações Internacionais (1.975).
Órgãos das relações entre os Estados;- Chefe de Estado - a ordem interna limita os seus poderes e suas atribuições – tem responsabilidade pela política exterior.
O Ministro Chefe das Relações Exteriores – é o chefe hierárquico dos funcionários diplomáticos e consulares do país . Auxilia na execução e elaboração desta política exterior.
Diplomata – representa o Estado de origem junto à soberania local e, destina-se ao trato bilateral dos assuntos de Estado.(interesses do Estado)
Cônsul – representa o Estado de origem para cuidar (tratar), no território onde atua, dos interesses privados de seus compatriotas que ali se encontrem a qualquer título, também interesses no caso de turismo, comércio, intercâmbio, importação, exportação, etc. (desenvolvimento de relações comerciais, econômicas, culturais e científicas).
Pessoas que gozam de imunidade de jurisdição;
Os chefes de Estado e Governo; (extensivo a sua família e aos membros da comitiva)
Os agentes diplomáticos (também seus familiares e os integrantes do pessoal administrativo e técnico).
Determinadas categorias de cônsules;
Tropas estrangeiras devidamente autorizadas a atravessar o território de um Estado ou de nele se instalar temporariamente;
Os oficiais e tripulantes dos navios de guerra de um Estado aceito em águas territoriais de um outro;
Oficiais e tripulantes de aeronave militar autorizada a pousar em território estrangeiro.
- Prerrogativas diplomáticas e imunidades diplomáticas –
Objetivos – condição necessária para o perfeito desempenho de suas funções, para tratar com plena liberdade e franqueza os negócios do Estado ou das respectivas missões.
Prerrogativas:
a) Imunidade de jurisdição penal e civil;
b) Inviolabilidade física e domiciliar; Inviolabilidade física do diplomata: é inviolável, não poderá sofrer qualquer ato ofensivo ou violento, à sua dignidade, integridade ou liberdade.
c) Inviolabilidade do local da missão (a inviolabilidade – atinge o local da missão diplomática e seus bens, arquivos e documentos);
d) Isenção tributária
 
Extensão das prerrogativas: à família dos diplomatas, ao pessoal administrativo e técnico. O pessoal de serviço ou subalternos só tem imunidade aos atos de ofício (custeados pelo Estado acreditante); quanto aos criados particulares, custeados pelo próprio diplomata não gozam de imunidade.
 - Aspectos da imunidade penal
Furtos, homicídios dentre outros ilícitos penais estão imunes ao julgamento pelo tribunal do local do serviço diplomático; porém, o agente diplomático não se livra da jurisdição de seu Estado de origem. Pode, contudo, a polícia do local, investigar o crime e preparar a prova (realizar o inquérito policial) para o Estado de origem processar o seu agente.
 - Aspectos da imunidade da jurisdição civil – compreende-se a faculdade dos agentes diplomáticos de não depor como testemunha sobre fatos de seu conhecimento.
Exceções quanto à jurisdição civil: o beneficiário das prerrogativas pode, no exercício de um direito privado, particular, propor perante o tribunais estrangeiros do local do exercício da missão:
ações sucessórias a título privado
ação que envolva direito real sobre imóvel particular
quando o agente for autor de reconvenção
ações relativas ao exercício de profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente, apesar de serem expressamente proibidas o exercício de tais atividades paralelas à missão diplomática.
 - Exceções quanto à isenção tributária
Não há imunidade quanto a impostos indiretos (aqueles impostos sobre bens e serviços ou sobre imóveis particulares que possuir no território local da missão).
 - Renúncia à imunidade diplomática 
A renúncia à imunidade implica na aplicação e submetimento à jurisdição local. Assim a renúncia é uma causa de extinção à imunidade penal.
O Estado creditante – e, somente ele, pode renunciar às imunidades (penal, civil, tributária) de que gozam seus representantes diplomáticos e consulares.
O beneficiário da imunidade não dispõe do direito de renúncia. Todavia tem sido aceita a declaração de renúncia pelo beneficiário; todavia, somente o Estado pode renunciar à imunidade penal do agente em causa.
 - Termo (final) da missão diplomática pode se dar por:
ato administrativo do governo;
remoção do agente para outro posto, demissão, aposentadoria ou morte;
o Estado acreditado declarar o diplomata persona non grata;
ruptura das relações diplomáticas;
o Estado acreditante resolver fechar a missão;
Extinção do Estado acreditado.
3.2.2. Prerrogativas e imunidades consulares:
O que são consulados e que espécies de serviços prestam?
 R: Consulados são repartições públicas estabelecidas por um Estado em território de outro Estado, que tem por finalidade prestar uma gama variada de serviços, que compreendem: a) legalizar documentos; b) conceder vistos de entrada no seu país; c) prestar assistência e oferecer proteção aos seus nacionais no exterior; d) defender os interesses comerciais do Estado de origem; e) coletar e informar dados comerciais e sócio-econômicos sobre o país onde funcionam; e f) organizar e apoiar atividades culturais, científicas e comerciais do país representado no país situado no exterior. 
As funções consulares derivam da legislação interna dos respectivos Estados, especificando as funções consulares que são permitidas.
Prerrogativas da Repartição consular – inviolabilidade da repartição, dos arquivos e das correspondências, isenção fiscal e aduaneira, imunidade tributária.
- Exceção da inviolabilidade consular – incêndio ou sinistro que exija penetração imediata
 Prerrogativas dos Cônsules – a imunidade de jurisdição penal ou civil, só alcançam os atos de ofício (autorização fraudulenta de passaportes, a falsidade ou não lavratura de guias de exportação) gozam nesses casos de inviolabilidade pessoal ou física quantos aos atos de oficio. Quanto aos crimes comuns, os cônsules podem ser processados e punidos no local da pratica do crime.
Isenção fiscal: é admitida, porém o art. 49, enumera grande elenco de exceções, que enfraquecem a regra geral da isenção.
Isenção aduaneira (alfandegária) é aplicada nos bens de uso pessoal e aos usos dos membros de sua família, inclusive móveis e instalações.
Todavia, deve respeitar os artigos cuja importação ou exportação estão proibidos.
3.3. Deveres do meio local a serem obedecidos pelos beneficiários da Imunidade de jurisdição (diplomatas e cônsules) 
“• Primado do direito local. Tanto a Convenção de Viena sobre relações diplomáticas quanto a que cuida das relações consulares dispõem que os detentores do privilégio estão obrigados, não obstante, a respeitar as leis e regulamentos do Estado territorial. O primado do direito local, no que tem de substantivo, é, portanto indiscutível, apesar de frustrada pela imunidade a ação judicial correspondente à sua garantia de vigência. (...)
Contudo, em todas as suas relações com o meio local, deve o Estado estrangeiro, por norma costumeira, e devem seus agentes diplomáticos e consulares, por disposição expressa dos textos de Viena, conformar-se com as prescrições do direito local”. (REZEK, Francisco, Direito Interacional Público – Curso Complementar, 13ª ed., pág. 174, Saraiva, 2006)
Portanto, os detentores das prerrogativas estão obrigados a respeitar leis e regulamento de ordem geral do Estado territorial (local da missão), referente a segurança, saúde pública etc., mesmo diante da imunidade de eventual processo. • Por outro lado, a recíproca se impõe, isto é, o representante do Estado estrangeiro não está sujeito ao direito do Estado acreditado. Ex.: o representante do país que permite poligamia, pode exercê-la aqui no Brasil, mesmo que este a proíba. 
• Ainda, nas relações com o meio local devem os Estados e seus agentes diplomáticos e consulares obedecer às prescrições legais locais. Ex. contratos de empreitada, de trabalho, construção imobiliária , pagamentos de impostos diretos etc.
4. RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL
Responsabilidade Internacional dos Estados – sistemaque tem por finalidade conferir uma sanção aos sujeitos do DIP por desobediência das normas internacionais
(normas do DIP, consubstanciada nas fontes do DIP) e pela prática de atos ilícitos. 
Conceito de responsabilidade internacional
Responsabilidade internacional é o dever de reparação do Estado que pratica ato contrário ao DI (isto é, um ato ilícito internacional), cujo efeito consiste em indenizar o Estado contra o qual foi praticado o ato lesivo.
Sujeitos – Estados ou organizações internacionais-
Há um projeto de Convenção sobre responsabilidade internacional dos Estados (CDI – ONU), mas ainda não há tratado específico sofre o tema.
A responsabilidade pode ser delituosa ou contratual: delituosa - quando resulta de atos delituosos (ilícitos) e contratuais quando resulta da inexecução de compromissos contraídos.
Princípios gerais da responsabilidade
Princípios gerais da responsabilidade: revela-se no princípio fundamental da “justiça”, que consiste na obrigação de cumprir os compromissos pactuados, e reparar o mal injustamente causado a outrem; ou, de outro modo no principio que proíbe o enriquecimento sem causa, o enriquecimento injusto.
Aplicação dos princípios gerais
No estudo da aplicação dos princípios gerais serão examinadas as seguintes hipóteses: 1ª) atos dos órgãos do Estado (responsabilidade direta); 2ª) atos de coletividades que exercem função pública e de Estados subordinados ou protegidos (responsabilidade indireta); 3ª) atos de indivíduos; e, 4ª) responsabilidade por danos resultantes de motins ou guerras civis”.
Natureza da responsabilidade internacional: obrigação jurídica
Fundamentos: critérios objetivo (risco) e subjetivo (culpa) – a culpa consiste na insuficiência de zelo (prevenção), na falta de diligência.
 
Espécies da Responsabilidade Internacional – objetiva ou subjetiva.
Responsabilidade Objetiva ou por risco – consiste na responsabilidade por atos não proibidos, expressamente pelo DIP – Pressupostos: existência de atividades arriscadas, perigosas, mas necessárias. Essas atividades decorrentes da modernidade possuem um regime especial, com regulamentação particular, que pregam responsabilidade objetiva – Ex: responsabilidade por violação ao meio ambiente – espaços marítimos; por danos nucleares, lançamentos de objetos espaciais, poluição marinha, etc.
Nesse sentido:
“A responsabilidade dita objetiva ou por risco, ou, em sua denominação dada pela CDI, trata da ‘responsabilidade por atos não proibidos pelo Direito Internacional’, tem por pressuposto a existência de atividades arriscadas, perigosas, mas que constituem necessidades do homem moderno, cuja vida é cada vez mais cercada de riscos à saúde, à sua integridade física e mental e, a seus bens. Resultou de uma lenta elaboração dos direitos internos dos Estados, que finalmente, na segunda metade do século XX, irrompeu no Direito Internacional; em parte devido à intensificação dos fenômenos da globalização vertical (invasão das normas internacionais nas esferas antes reservadas às autoridades internas dos Estados), no segundo Pós-Guerra. Prescinde ela, da indagação de uma violação de norma anterior e se configura tão-somente no caso de estarem presentes as condições para sua existência, conforme objetivamente fixadas numa norma escrita. Trata-se, como já dissemos, de um sistema que se autobasta”, uma vez que não há necessidade de definir-se por outro subsistema normativo, o que constitui um ilícito (pois a responsabilidade é ‘sem culpa’)”. (SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de Direito Internacional Público, p.194). 
“Por ser um regime especial, que excepciona o regime geral, que é o da responsabilidade por culpa, a responsabilidade objetiva necessita de uma regulamentação particular e minuciosa, numa norma escrita que discipline uma determinada atividade potencialmente perigosa”.
Responsabilidade Subjetiva
A responsabilidade por culpa ou subjetiva, é, em regra, a espécie da responsabilidade internacional que se acha regulada pelos, usos, costumes, doutrina e princípios gerais do direito e, ainda, pelos tratados; portanto, ela se dá pelo desrespeito das normas aí constantes. 
Elementos Essenciais para responsabilização
É indispensável que se verifiquem, conjuntamente, os seguintes elementos essenciais: 
Ato ilícito; violação dos deveres ou das obrigações internacionais(violação das fontes);
Imputabilidade: que o dano seja imputável ao Estado;
Dano: lesão ou prejuízo provocado ao direito alheio.
Nexo entre dano e o ilícito que cria ao ofendido um direito subjetivo de exigir uma reparação.
a) O ato ilícito decorre de:
Conduta ilícita;
Afronta a uma norma do direito das gentes, uma norma costumeira ou mesmo aos princípios gerais do direito;enfim, violações às fosntes do DIP.
Desobediência às regras estabelecidas em tratados em vigor.
Descumprimento dos deveres assumidos na seara internacional
b) Imputabilidade: Ação imputada a um sujeito do DIP.
Consiste na ação ou omissão caracterizadas como ilícita, isto é, contrária ao direito internacional, imputada a um Estado ou a uma organização internacional em virtude de seu comportamento.
c) Dano
Não há que se falar em responsabilidade sem que haja dano. O dano deve ser oriundo de um comportamento atribuível ao Estado decorrente de uma violação de um dever internacional, ou seja, oriundo de conduta ilícita.
 O dano pode ser: dano material (com expressão econômica) e dano imaterial (moral) – decorrente da violação aos valores inerentes ao Estado como: sua honra, sua dignidade, sua auto-imagem;
4.1. A responsabilidade do Estado pode se dar por 2 vertentes:
I -Responsabilidade direta – atos de órgãos do Estado - Há responsabilidade do Estado por atos de seu próprio governo, ou de seus órgãos, ou por agentes de qualquer natureza ou nível hierárquico; inclusive por atos dos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e, ainda, por atos das pessoas que, no ordenamento interno, agem em nome ou por conta do Estado ( ex: empresa permissionária ou concessionária de serviço público ou cuja atividade se acha controlada pelo poder público).
Atos dos órgãos do Poder Executivo ou Administrativo: atos como abuso de direito, decisões (vide retro sobre as pessoas que praticam atos ou omissões em nome ou por conta do Estado).
O que é abuso de direito? Dar exemplo.
R: Abuso de direito é a prática de ato pelo Estado, que ao exercer um direito, provoca dano, acarretando, em conseqüência, a responsabilidade internacional. Ex: expulsão arbitrária de estrangeiro de seu território, não pagamento de dívidas públicas, prisões ilegais ou injustas, falta de proteção devida aos estrangeiros.
Elementos:
dano causado pelo Estado ao exercer um direito
exercício exorbitante desse direito
caráter abusivo – tanto quanto à forma de exercício, quanto aos efeitos do ato.
b) Atos dos órgãos do Poder Legislativo: promulgação de leis incompatíveis com o DIP – os comportamentos do legislativo que geram responsabilidade podem se dar: por recusa de aprovação legislativa de tratados ou atos que impeçam o Executivo de cumprir uma obrigação internacional. Ex: se o Poder Legislativo adota uma lei contrária ou incompatível com deveres internacionais ou deixa de adotar normas necessárias para a execução de alguns desses deveres ou cumprimento de tratados.
- Regra Universal: o Estado não pode declinar de sua responsabilidade internacional, invocando isenção contida no Direito Interno. Todavia essa regra tem sido relativizada (art. 27 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados). 
Atos dos órgãos do Poder Judiciário 
Segundo Accioly, podem os seguintes atos implicar em responsabilidade internacional: “1º) quando um Estado não fornece aos estrangeiros a devida assistência judiciária, ou porque não lhes permite o acesso a seus tribunais, ou porque não possui tribunais adequados; 2º) quando as autoridades judiciárias se negam a tomar conhecimento das causas que os estrangeiros lhes submetem por meios regulares e acujo respeito tenham jurisdição; 3º) quando as ditas autoridades se negam a proferir sentença em tais causas, ou retardam obstinadamente as respectivas sentenças; 4º) quando os tribunais do Estado não oferecem aos estrangeiros as garantias necessárias para a boa administração da justiça”.
Outro caso consiste na denegação de justiça, que consiste no tratamento processual discriminatório de estrangeiros – ex: impedir o direito de defesa, desrespeito as normas que consagrem imunidade diplomática ou lei nacional conflitante com tratados em vigor, violação à proteção dos estrangeiros por força do Direito Universal dos Direitos Humanos.
Pode ainda a responsabilidade surgir: 1º) de uma decisão judiciária definitiva, incompatível com as obrigações internacionais; 2º) ou de uma decisão judiciária definitiva manifestamente injusta (parcial, má-fé, flagrante injusto); 3º) Aplicação de normas vigentes no ordenamento jurídico interno, de forma a constituir violação de uma obrigação internacional por parte do Estado (ex: recusa de admitir eficácia a uma norma internacional no ordenamento interno).
Alguns governos relutam em aceitar esta responsabilidade fundamentando-se nas seguintes razões: a) a independência dos órgãos judiciários (tribunais); b) respeito à coisa julgada; e, c) as garantias constitucionais existentes do poder judiciário. 
O que é denegação de justiça?
R: Denegação de justiça é conceito que compreende: a) a vedação de acesso de estrangeiro, aos tribunais de um Estado (denegação em sentido estrito); b) deficiência do aparelho judiciário estatal; c) decisão judicial injusta. Nos dois últimos casos, trata-se de denegação em sentido amplo.
II- Responsabilidade Indireta – atos praticados por indivíduos ou particulares, mas que podem ser imputáveis ao governo. Ainda, é considerada responsabilidade indireta a lesão praticada por Estados a ele subordinados ou protegidos (tutela).
Atos de indivíduos
Segundo Accioly: “os atos ilícitos de particulares, suscetíveis de comprometer a responsabilidade internacional do Estado, ou são lesivos a um Estado ou, a meros indivíduos estrangeiros. No primeiro caso, podemos citar como exemplos: os ataques ou atentados contra o chefe ou os representantes oficiais de um Estado estrangeiro; o insulto à bandeira ou emblemas nacionais de um país estrangeiro; as publicações injuriosas contra eles dirigidas, etc”.
“Por outras palavras, pode dizer-se que o Estado será responsável por atos de particulares: 1º) se deixou de cumprir o dever de manter a ordem, isto é, de assegurar à pessoa e bens do estrangeiro a proteção que lhe é devida; 2º) se foi negligente na repressão de atos ilícitos cometidos contra o estrangeiro”
“Qual, porém, a proteção devida à pessoa e bens dos estrangeiros? Ou, quais os deveres dos Estados para com os estrangeiros que se encontrem em território sob sua jurisdição?”
R: “Em suma, não se pretende colocar os estrangeiros acima dos nacionais. O que se tem em vista é assegurar a todos os indivíduos, como tais, certos direitos e garantias elementares, indispensáveis ao homem civilizado”.
Deve-se, portanto, garantir aos estrangeiros os direitos fundamentais inerentes ao homem civilizado, direitos que são garantidos a qualquer nacional.
O Estado ocorrerá em ilícito quando faltar com seus deveres de repressão e prevenção dos danos causados.
4.2. Responsabilidade por danos resultantes de guerras civis
No caso de responsabilização por estes danos, devemos considerar algumas questões:
“Cumpre, por conseguinte, examinar-se apenas: 1º) se o Estado procedeu sem a conveniente diligência para prevenir os fatos; 2º) se deixou de os reprimir, isto é, se não reagiu contra tais fatos com a devida diligencia. Se verificar qualquer destas duas hipóteses, a responsabilidade do Estado acha-se comprometida.”
“A questão pode assumir os dois aspectos seguintes, variando as soluções conforme as hipóteses: 1º) o de danos causados por insurretos ou amotinados, ou pela população; 2º) o de danos causados pelas forças armadas ou autoridades do Estado, na repressão de uma insurreição ou de motins ou outros distúrbios”.
4.3. Circunstâncias que excluem a responsabilidade
Segundo Accioly: “A doutrina e a prática internacional têm, geralmente, admitido que, em certos casos, devidos a circunstâncias especiais, a responsabilidade internacional dos Estados desaparece. Tais casos são: 1º) Aqueles em que o ato perde o caráter ilícito, transformando-se no exercício de um direito reconhecido (legitima defesa) desde que conforme a Carta da ONU, art. 51; 2º) Aqueles em que o ato determinante da responsabilidade, apesar de ser ilícito, não pode acarretar as conseqüências naturais dos fatos ilícitos (represálias) ; 3º) Aqueles em que o decurso do tempo extingue a responsabilidade (prescrição liberatória); 4º) Aqueles que representam a conseqüência direta do comportamento inconveniente e censurável do indivíduo lesado (culpa exclusiva do indivíduo lesado”; 5º) perigo extremo; 6º) estado de necessidade: o ilícito decorre de uma única saída para salvaguardar um interesse essencial do Estado contra um perigo grave e eminente e, ainda;7º) caso fortuito e força maior.
4.4. Conseqüências jurídicas da Responsabilidade Internacional
Formas e extensão da reparação
Restituição integral – indenização justa: a) indenização de natureza moral e patrimonial, além de juros moratórios. 
- Satisfação :– dano moral – satisfação desagravo, desculpas, retratação.
Dever de reparação correspondente ao dano – dever de restabelecer as coisas no estado anterior à lesão. – (natureza compensatória da reparação), não necessariamente indenizatória ou pecuniária, mas também mediante sanção, compensação, satisfação.
 A reparação deve abranger os danos emergentes (prejuízo sofrido) e lucros cessantes (o que deixou de ganhar).
O que é sanção, e quais suas finalidades?
R: Sanção é medida repressiva, de caráter compulsório e coativo, imposta a alguém, por violação da lei ou do contrato. Suas finalidades são: a) a punição do culpado; e b) a reparação do dano, em favor do ofendido.
 Aplica-se em DIP as seguintes sanções: a) embargo seqüestro de bens ex.: (navios de cargas) ou proibições de saídas dos portos; b) boicote: interrupção de relações econômicas e financeiras; c) rompimento de relações diplomáticas; d) retorsão (retaliação – aumento de impostos de importação) e) represálias – aplicação de sanção como resposta a violação de normas jurídicas mediante uso de força, atos violentos; f) bloqueio pacífico; g) exclusão de entidade internacional por violação de regras organizacionais; h) intervenção.
5. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Conceito: Organização internacional é uma associação de sujeitos de direito internacional público, criada para atingir fins específicos, no campo internacional, e que gozam de prerrogativas e imunidades, extensíveis a seus funcionários. As organizações internacionais, no seu conjunto, são um reflexo das relações internacionais, podendo mesmo afirmar-se que formam uma espécie de superestrutura da comunidade internacional. São titulares de direitos e obrigações e têm capacidade de agir no plano internacional.
Generalidades – são heterogêneas nos aspectos quantitativo e qualitativo.
Possuem personalidade jurídica derivada – sua capacidade jurídica decorre de tratado.
Composição das organizações internacionais:
a) Órgãos: Assembléia Geral (competência legislativa) – Conselho Permanente (competência executiva) – Secretaria (administração)
b) Espécies:
- Quanto ao alcance: universal ou regional
- Quanto à finalidade, técnica, política, específica.
b.1) Finalidades: (política, econômica, social, cultural, segurança, técnica). 
1. Por exemplo: preservação, segurança, harmonização, desenvolvimento sócio-cultural, científico e proteção internacional dos direitos humanos.
Espécies de normas criadas pelas organizações internacionais:
As organizações internacionais criam, por meio de deliberações, normas internacionais cogentes(tais como decisões, regulamentos e resoluções) e normas internacionais não obrigatórias (ditames, recomendações e votos).
5.1. A ONU – foi instituída pela Carta das Nações Unidas: Principais finalidades: estabelecer a paz entre as nações, desenvolvimento harmônico na área social, cultural e econômica, proteção internacional dos direitos humanos, segurança coletiva (soluções amistosas de conflitos, acordos regionais de paz):
– Resolução dos litígios internacionais e nacionais.
 -- Luta pelo respeito aos Direitos Humanos.
Principais órgãos da ONU e suas principais funções. 
Órgãos: uma Assembléia Geral, um Conselho de Segurança da ONU (5 membros permanentes – (China, Estados Unidos, França, Rússia, Reino Unido),um Conselho Econômico e Social, um Conselho de Tutela, uma Corte Internacional de Justiça (Judiciário) e a Secretaria Geral – 
• Conselho de Segurança – responsável pela manutenção da paz e segurança internacional
Assembléia Geral:
- foro de decisões entre os Estados – poder de constituir comissões com delegados de Estado (Ex: Comissão de Direitos Humanos e a Comissão de Desarmamento.)
Sistema decisório, sem o poder inibitório do veto;
Recomendação de medidas que favoreçam o bem-estar geral;
Tem atuado por meio da CDI (Comissão de Direito Internacional e pela Uncitral) na tarefa de codificar e fomentar o progresso do Direito Internacional Público.
Tem caráter permanente com sede em Genebra, que resultam em atos de relevância Internacional;
Secretariado: órgão geral que tem como Chefe, o Secretario Geral da ONU, com as seguintes atribuições: a) chefe de um complexo órgão burocrático; b) desempenhar as funções que lhe são acometidas por decisão do Conselho ou da Assembléia Geral; c) Chamar a atenção do Conselho para assuntos que comprometam a paz e a segurança internacional; d) Solução amistosa de controvérsias – órgão internacional, independente e neutro.
Corte Internacional de Justiça: principal órgão judiciário da ONU: jurisdição contenciosa = solução de litígios (solução judiciária) e também jurisdição consultiva.
Possui Estatuto próprio: 15 juizes, sede em Haia.
Atividade permanente
Função jurisdicional
Competência em razão de matéria – estende-se a todas as questões que as partes lhe submetam bem como a todos os assuntos especificamente previstos na Carta das Nações Unidas ou em tratados ou Convenções em vigor. 
Partes – a qualidade de membro da ONU implica a aceitação da Jurisdição isto é, o Estado assume o compromisso de se submeter ao julgamento e à decisão da Corte no caso em que for parte
A natureza jurídica da ONU – A natureza jurídica da ONU é a de uma organização internacional intergovernamental. Constituída pela Carta das Nações Unidas, que é um tratado e, que possui características de uma verdadeira constituição, já que tem supremacia em relação a qualquer outro tratado internacional.
Análise atual da ONU:
Tem grande atuação nas finalidades a que se propõe. 
Tem grande atuação na solução de litígios internacionais
Se não consegue evitar determinada guerra (ex:EUA x Iraque) tem conseguido evitar guerra generalizada e assegurar a paz limitada entre os Estado do séc. XXI.
5.2. Diversidade das organizações internacionais quanto ao alcance e finalidade
Alcance universal, finalidade política: ONU.
Alcance universal, e com finalidade técnica e específica: (Organizações internacionais especializadas: OIT, UNESCO [Paris], FMI, BIRD [empréstimo 1946], OMC [1993]).
 Alcance Regional e com finalidades política ou específica: OEA, (Mercosul, Tratado de Assunção de 1991 – Protocolo de Ouro Preto 1995), União Européia, Tratado de Roma de 1950, OTAN.
Organizações internacionais especializadas
Organizações internacionais especializadas são aquelas instituídas por acordos intergovernamentais, vinculadas às Nações Unidas (porém autônomas), e dotadas de responsabilidade internacional; são delimitada por seus instrumentos básicos, e estatutos, atuante nos campos cultural, educacional, econômico, sanitário, social ou outros, de interesse para a comunidade internacional.
Algumas das principais organizações internacionais especializadas.
Organização Internacional do Trabalho – OIT, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO, Organização Mundial da Saúde – OMS, Fundo Monetário Internacional – FMI, Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD, também conhecido como World Bank (ou Banco Mundial).
 
- Principais funções do FMI
O FMI, criado durante a Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas, realizada em Bretton Woods, no estado americano de New Hampshire (1944), e sediado em Washington, tem como principais funções: a) manter estáveis os balanços de pagamento dos diversos países, de forma a evitar oscilações cambiais; b) promover o comércio internacional; e c) conceder empréstimos aos países-membros.
6. PESSOA HUMANA
Na atualidade a pessoa humana recebe excepcionalmente, atribuição de personalidade internacional, mas com restrições e condições que a norma internacional estabelece pois, existem normas precisas em tratados e convenções multilaterais de natureza universal ou regional, que concedem pleno direito a indivíduos ou a entidades privadas de poderem acionar mecanismos de reclamações apresentadas a entidades internacionais, diretamente contra os Estados, sejam da própria nacionalidade, sejam qualquer outros, desde que vítimas de violação de direitos humanos e humanitários. Ainda como autores de crimes previstos no Estatuto do Tribunal Penal Internacional e, conforme a competência deste Tribunal. Vide: Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial de 1965 (promulgada pelo Decreto nº 65.810, de 8-12-1969), em seu art. 14, e a Convenção contra a tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, de 1984 (promulgada pelo Decreto nº 40 de 15-2-1991), em seu art. 22. Convenção Européia para proteção dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais (Roma 1950).
“Portanto, a nosso ver, na atualidade, é indiscutível haver clara atribuição da personalidade de direito internacional à pessoa humana, com as restrições factuais e os condicionamentos legais que a norma internacional pode estabelecer (como, de fato, estabelece, para qualquer outra pessoa de Direito Internacional, que não seja um Estado, reconhecido como tal por este Direito, inclusive as organizações intergovernamentais constituídas pelos Estados)”.
7. DIMENSÃO PESSOAL DO ESTADO: NACIONALIDADE NO REGIME BRASILEIRO
Conceito: segundo Pedro Lenza – Nacionalidade, pode ser definida como vínculo jurídico – político que liga um individuo a um determinado Estado, fazendo com que este individuo passe a integrar o povo daquele Estado e, por conseqüência, desfrute de direitos e submeta-se a obrigações. Como dizia Pontes Miranda, a nacionalidade faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão pessoal do Estado.
Cidadania – o cidadão nacional + direitos políticos.
Nacionalidade – é da competência exclusiva do Estado, definida em seu ordenamento jurídico. Entre nós, rege-se pela Constituição Federal. É vínculo político – jurídico que une o indivíduo a seu território.
• Art. 12 – CF – a nacionalidade originária, em regra é determinada pelo princípio do jus soli
 
BRASILEIRO NATO
Como regra geral prevista no art. 12, I, o Brasil, país da imigração, adotou o critério do ius solis. Esta regra, porém, é atenuada em diversas situações, ou “temperada” por outros critérios, como veremos. Lembrar que o art. 12, I, traz hipóteses taxativas de previsão de aquisição da nacionalidade brasileira. Assim, serão brasileiros natos:
Jus soli (art. 12, I, a da CF)– são brasileiros natos os nascidos em território brasileiro, a bordo de navios ou aeronaves que se encontrem no espaço aéreo que o cobre ou sobre suas águas territoriais. 
Direito à nacionalidade: princípios gerais: art. 15 daDeclaração Universal dos Direitos do Homem (ONU - 1948 – “todo indivíduo tem direito a uma nacionalidade”) e Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de São José da Costa Rica 1969 “toda pessoa tem direito à nacionalidade em cujo território houver nascido”.
Exceção ao princípio jus solis: os filhos dos agentes estrangeiros a serviço do seu país, nascidos em território brasileiro. (art. 12, I, a da CF), adquirem a nacionalidade dos pais - princípio jus sanguinis (somente nesse caso).
A nacionalidade no sistema brasileiro – vide art. 12, inc I e II da CF
 I – Nacionalidade originaria	
 II – nacionalidade derivada
 Analise do art. 12, inc. I, alíneas a, b, c:
• Inc I – brasileiros natos
 
 -alínea “a“ 
 Jus Solis 	-alínea “a” parte final
	-alínea”b” exceção – critério Jus 
	 Sanguinis
. 
• ius solis (art. 12, I “a”): qualquer pessoa que nascer no território brasileiro (República Federativa do Brasil), mesmo que seja filho de pais estrangeiros. Os pais estrangeiros, no entanto, não podem estar a serviço de seu país. Se tiverem, o que podemos afirmar é que o individuo que nasceu em território brasileiro não será brasileiro nato. Se será nacional de seu país, não saberemos. Devemos analisar, e sempre, as regras do direito do estrangeiro
Observação: (parte final da alínea “a”): no caso de estrangeiros, se um dos pais estiver a serviço do seu país ou ambos do mesmo país o filho terá a nacionalidade dos pais, também no caso de o outro cônjuge não fizer mais que acompanhar o outro cônjuge. Porém, se um dos cônjuge pertencer a outro país e estiver também em missão oficial o filho será brasileiro, pois a C.F. exigiu que ambos estejam a serviço do seu país.
Embaixador Suíco X Funcionária Americana das nações Unidas – é brasileiro, pois as Nações Unidas é um organismo internacional.
A serviço do governo brasileiro em território estrangeiro
• ius sanguinis + território do Brasil (art. 12, I, "b”): E se o nascimento se der fora do Brasil? Serão considerados brasileiros natos os que, mesmo tendo nascido no estrangeiro, sejam filhos de pai ou mãe brasileiros e qualquer deles (o pai, a mãe, ou ambos) esteja a serviço da Republica Federativa do Brasil (administração direta ou indireta);
O jus soli estende-se aos nascidos em território estrangeiro, desde que filhos de brasileiros a serviço do nosso país. (art. 12, I, b da CF)
Não é apenas somente o serviço diplomático ordinário que confere a nacionalidade; compreende todo encargo ou missão oficial por conta do governo brasileiro, a serviço da República Federativa do Brasil, qualquer um dos pais ou ambos. Observação: (alínea “b”): critério Jus Sanguinis.
Ex: o embaixador do Brasil namorou uma embaixatriz Sueca – qualquer um dos pais, basta um ou outro - o filho do casal será brasileiro.
José Afonso da Silva entende que se o embaixador ou embaixatriz brasileira adota uma criança estrangeira no exterior, essa criança é brasileira, pois a CF não distingui a origem da filiação.
O que é a serviço do Brasil? A serviço da administração direta (União, Est, Mun.) – é tranqüilo – José Afonso da Silva entende que a serviço do Brasil se estende a serviços, em caráter de missão oficial.
Ex: No caso de jogador de futebol da Seleção Brasileira que faz filho no exterior – não é brasileiro porque não é missão a serviço do Brasil.
“Hipótese excepcional” o que ocorreu no Haiti quando a Seleção Brasileira foi jogar em missão diplomática oficial.
Qual o momento de se atribuir a nacionalidade no caso de ser a serviço do Brasil? No momento do nascimento ou da concepção? Vários doutrinadores entendem que o momento é o da concepção.
Ex: embaixador brasileiro engravida uma italiana e em seguida falece. O filho será brasileiro.
7.2. Brasileiros Natos por opção 
São também brasileiros natos (art. 12, I, c da CF) os filhos de pais brasileiros, mesmo que nascidos no estrangeiro desde que venham a residir no Brasil e optem por esta nacionalidade a qualquer tempo art.12, inc I ,letra c. Emenda Constitucional 
Alínea “c” – filho de pai ou mãe : ius sanguinis + opção confirmativa (art. 12, I, "c”): Se o nascimento não ocorrer no Brasil, filhos de pai ou mãe brasileiros e os pais não estiverem a serviço do país? Ex.: Maria, em férias no Japão, tem seu filho em Tóquio. Pergunta-se: o filho de Maria será considerado japonês? Depende da regra daquele país. E brasileiro? O filho de Maria só será considerado brasileiro nato, desde que sejam registrados em repartição pública brasileira competente e se vier residir no Brasil e optar, a qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Trata-se da chamada nacionalidade potestativa , eis que a aquisição depende da exclusiva vontade do filho.
Emenda Constitucional nº 54, de 20 de setembro de 2007, que dá nova redação à alínea c do inciso I do art. 12 da Constituição Federal e acrescenta art. 95 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, assegurando o registro nos consulados de brasileiros nascidos no estrangeiro.
"Art. 12 ......................................................................................
I - ...............................................................................................
............................................................................?........................
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente ou venham a residir na República Federativa do
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira;
.........................................................................................."(
Hoje - O critério adotado na primeira parte de inciso é o Jus Sanguinis , mas desde que preenchido três requisitos: a) sejam registrados em repartição brasileira competente; b) vir a qualquer tempo residir no Brasil – critério objetivo. b)e, após a maioridade, optar pela nacionalidade brasileira – critério subjetivo a qualquer tempo.
Desde quando se confere a nacionalidade quando os pais mudam para o Brasil? 
A Doutrina tem entendido que residência já gera a nacionalidade, mas com a condição suspensiva da opção, isto é, antes da opção não gera o beneficio de usufruir dos direitos conferidos a nacionalidade brasileira.
Vindo a criança morar no Brasil, os pais podem fazer opção para o filho – pedido na Justiça Federal – é chamado de pedido de opção provisória – aí o filho passa a usufruir de todas as vantagens de ser brasileiro.
Oposição Doutrinária falta o STF decidir – a opção provisória dos pais vale até a maioridade do filho. Com o advento da maioridade ele pode em qualquer tempo optar pela nacionalidade brasileira. A opção tem efeito retroativo.
O que acontece entre o lapso da maioridade até a opção feita por ele?
R: Enquanto ele faz 18 anos até o dia da opção continua sendo brasileiro, mas com a situação Jurídica de Naturalizado , portanto sofre restrições a alguns direitos dos brasileiros natos.
• Portanto, opção significa renunciar? Nas duas originárias não tem problema cumular, o que não pode cumular é a originária com a adquirida.
NATURALIZAÇÃO: Brasileiros naturalizados (nacionalidade derivada ou adquirida) -Nacionalidade secundária ou voluntária: não decorre de um fato natural (nascimento) – decorre de um fato voluntário, declaração de vontade. São três hipóteses: 
Art. 12, inc II - Naturalizados - vide Estatuto do Estrangeiro – Lei 6815/80. A Lei ordinária cria casos de nacionalidade secundária.
A declaração de vontade decorre exclusivamente do Estado – quando o Estado confere a nacionalidade aos que estiverem no Brasil, como ocorreu na Constituição Republicana do Brasil de 1891 (para os imigrantes)
A declaração de vontade decorre exclusivamenteda pessoa: o Estado estipula as condições e, se a pessoa preenche os requisitos adquire a nacionalidade ( naturalização potestativa).
 A declaração de vontade depende da vontade conjugada do Estado e da pessoa.
É princípio acolhido pela doutrina e, pela legislação da maioria dos Estados, que o indivíduo pode trocar livremente de nacionalidade ou adquirir dupla ou plurinacionalidade ,obedecendo os critérios de concessão de nacionalidade empregados pelos países conforme sua lei interna.
• Naturalização: ato de soberania é concessão do Estado de qualidade de nacional a um estrangeiro.
 - Confere-se a aqueles que obedecendo às prescrições legais adquirirem a nova nacionalidade. A Lei 6.815/1980 com alteração da Lei 6.964/1981 fixa os requisitos indispensáveis para adquirir a naturalização: capacidade civil; autorização permanente; residência ininterrupta (4 anos) ; domínio do idioma; exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria de seus familiares; bom procedimento; carecimento de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no estrangeiro por crime doloso, a que seja imposta pena mínima de prisão abstratamente apreciada, superior a um ano; boa saúde.
- O prazo acima é de 1 ano se: ter filho ou cônjuge brasileiro; ser filho de brasileiro; haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao nosso país, a critério do Ministério da Justiça; recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; 
- O prazo de 4 anos reduz-se para 2 anos se : proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, mil vezes maior valor de referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota ou ações integralizadas de montante no mínimo, idêntico, em sociedade comercial ou civil, consagrada, principal e de maneira contínua, à exploração de atividade industrial ou agrícola.
Exceção: abona-se os requisitos acima se o alienígena residir em nosso país por 15 anos ininterruptamente. Nesse caso, deve-se conceder a naturalização.
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Inc. II, Letra “a” – caso de naturalização ordinária concedida aos originários dos países de língua portuguesa (Angola, Portugal, Moçambique, Timor Leste)- basta residir por um ano e ter idoneidade moral. (Nacionalidade potestativa, parte final).
Inc. II, Letra “b” – Estrangeiros de qualquer nacionalidade, sem condenação, e residentes no país há mais de 15 anos. Essa letra b é caso de naturalização extraordinária.
ART. 12, § 1º - caso de quase nacionalidade – concessão de direitos recíprocos – os direitos que Portugal conceder aos brasileiros, no Brasil concede aos portugueses; a concessão parte de Portugal.
Os portugueses terão os mesmos direitos dos brasileiros naturalizados, nunca os direitos dos brasileiros natos.
ART. 12, § 2º -
ART. 12, § 3º - ver o art. 222 “caput”, § 1º e § 2º, art. 89 VII da CF.
Cargos privativos de brasileiros natos – inc. I a IV - linha necessária.
Até sargento pode ser brasileiro naturalizado – “oficial das forças armadas” é cargo de tenente para cima, aí só brasileiros natos inc. VI
7.2.2. A perda da nacionalidade pode ocorrer nos seguintes casos:
ART. 12, § 4º - casos de perda da nacionalidade – 
 INC.I –
 INC.II – por aquisição de outra nacionalidade. Observação: Ronaldinho e Roberto Carlos se adquirem outra nacionalidade voluntária perdem a nacionalidade brasileira.
Não perde a nacionalidade brasileira:
• Á exceção da letra “a” (aquisição de outra nacionalidade, ex: brasileiro – italiano) e da letra “b” (imposição de lei. A vontade é viciada pela coação). 
Quando você perde a nacionalidade brasileira, os efeitos da perda retroagem? Não retroagem o efeito é ex nunc, a partir de então.
Existe hipótese de readquirir a nacionalidade?
R: Por ação rescisória – rescinde a sentença de naturalização (no caso do inc. I)
Você pode pedir a Presidente da República que lhe devolva a nacionalidade brasileira
 A aquisição da nacionalidade não tem efeito retroativo – Não é com efeito retroativo – efeito ex nunc, a partir de então. 
Você volta a ser brasileiro como brasileiro nato ou naturalizado? Se era originalmente naturalizado – volta naturalizado. Se era originalmente nato – a doutrina é divergente. E a jurisprudência não se manifestou – Alexandre Moraes fala que volta como naturalizado e José Afonso da Silva fala da volta na mesma condição, portanto brasileiro nato. 
O brasileiro nato que voluntariamente adquire outra nacionalidade (declaração do Presidente da República) em face da prova de naturalização estrangeira e, desiste da brasileira. 
b) Naturalizados: 1. Em decorrência de atividade contrária, nociva ao interesse nacional; 2. Ou, por adquirir outra nacionalidade por naturalização derivada de seu próprio desígnio (voluntária) e específica, 3. Ou por decisão judicial.
7.2.3. Formas para aquisição de outra nacionalidade (naturalização ou dupla/plurinacionalidade)
Vários são os casos pelos quais o indivíduo pode abandonar a sua nacionalidade adquirindo outra – pelo casamento, pela naturalização, por vontade da lei, por permissão da lei, por opção.
Há casos pelos quais o indivíduo pode ter duas nacionalidades entre os quais podemos citar:
Casamento; (como exemplo, a lei francesa)
Naturalização em um outro Estado sem declaração expressa de renúncia ou perda de nacionalidade anterior.
Decorrente da dessemelhança dos sistemas atributivos de nacionalidade adotados pelos vários Estados, um mesmo indivíduo pode ter mais de uma nacionalidade (o que pode ocorrer quando ele nasce em um Estado que adota o jus soli e seus genitores pertencem a um Estado que acolhe o jus sanguinis).
• Outras exceções - vontade exclusiva do Estado:jus comunicatio – nacionalidade adquirida pelo casamento.
Atenção: a) nas hipóteses de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira, por exemplo, pela lei italiana que adota o princípio do jus sanguinis; art. 5º, §4º, inc. II alínea; b) se mencionada naturalização constituir, de acordo com o direito forâneo, condição para sua permanência no território estrangeiro ou para o exercício de direitos civis o brasileiro nato não perde a nacionalidade originária (brasileira), art. 5º , § 2º, inc. b; é fenômeno da plurinacionalidade: jus soli + jus sanguinis, que é permitido, se compatíveis com as leis dos países envolvidos – jus solis x jus solis (não é possível). 
Efeitos da Plurinacionalidade – o indivíduo fica protegido e submetido a diversos sistemas jurídicos, aos direitos e deveres de caráter nacional de dois ou mais Estados.
Diferenças de direitos entre brasileiros natos e naturalizados: as diferenças estão na lei – art. 5º, inc. XI da CF; art. 12, § 3º; art. 12, §4º, inc. VII e art. 222, CF.
7.5. Nacionalidade da Pessoa Jurídica:: local de sua constituição (art. 11 da L.I.C.C).
7.6. Garantias conferidas pela nacionalidade
Direito civis – direitos políticos – vide art. 5º, CF.
7.7. Apátrida – resulta da concomitância de elementos fatuais (jus sanguinis e jus soli) no momento e local do nascimento de um individuo, ou em épocas posteriores de sua vida, de tal maneira que não se verificam os vínculos reconhecidos pelos sistemas jurídicos nacionais que permitam a atribuição a ele de qualquer nacionalidade.
 O apátrida é considerado estrangeiro em qualquer território que se encontre, não podendo exercer os direitos inerentes ao cidadão, muito pelo transitar legalmente de um país ao outro, pois não possui documento (passaporte) hábil para tal fim.
7.2.4. Estatuto da igualdade
Tratado oriundo da Convenção Sobre Igualdade de Direitos entre Brasileiros e Portugueses (Brasília, 1971). Decreto 79.391/12.04.72
Dois padrões de igualdade – (efeitos individuais):
1º) relativos à igualdade de direitos e obrigações civis; e,
2º) inclusive para obtenção de direitos políticos.
Procedimento: Decorre de pedido postulado ao Ministério da Justiça – 
Efeitos: o beneficiário obtém direitos inacessíveis aos demais estrangeiros, como o de ser proprietário

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