Buscar

internacional- 3° bimestre

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Direito Internacional- 3 bimestre
2. CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO
A matéria se refere a:
 - Legislação: regulamentação dos direitos proporcionados aos estrangeiros - CF, Estatuto do Estrangeiro (Lei 6.815/80)
 - Direito de defesa, conservação e segurança do Estado;
 - Direito e deveres do estrangeiro (art. 5º da CF + tratados) – os mesmos concedidos aos nacionais, excluindo-se os expressos na lei – Direitos concedidos aos estrangeiros: direitos fundamentais (liberdade, inviolabilidade); Direitos civis e os de família; Direitos de propriedade ( restrito pelo interesse público , nos casos expressos na Lei); Não exercem os direitos políticos na forma da lei, bem como aqueles direitos reservados aos brasileiros natos.
- Na Antiguidade – o estrangeiro era considerado inimigo.
 - Admissão do estrangeiro em território de cada Estado – a critério do Estado (é ato discricionário, se dá mediante autorização (vistos).
O nosso ordenamento jurídico alberga as seguintes modalidades de vistos:
I) de trânsito - concedido ao estrangeiro que, para alcançar o país de destino, tenha de adentrar em nosso território.
II) de turista – permitido ao alienígena que venha ao Brasil em caráter recreativo ou de visita.
III) temporário – é dado ao estrangeiro que tencione vir ao nosso território em viagem cultural ou em missão de estudos, de negócios, na condição de artista ou desportista, de estudante, de cientista, professor, técnico ou profissional de outra categoria, sob regime de contrato ou a serviço do nosso Governo, correspondente de jornal, revista, rádio, televisão ou agência de noticia estrangeira, de Ministro de confissão Religiosa ou membro de Instituto de vida consagrada e de congregação ou de ordem religiosa.
IV) permanente – outorgado ao estrangeiro que deseja sefixar definitivamente no Brasil. 
V) cortesia, oficial ou diplomático
Imigrantes do final do Séc XIX e início do séc. XX- visto permanente
2. 1. Extradição 
Textos básicos: CF, art. 5º inc LI e LII, Lei 6.815/80 e o Decreto n. 86.715/81 que regulamentou a Lei 6.815/80 e o Código Internacional de Direito Privado (Código de Bustamante)
• Conceito de Extradição: é um instituto jurídico - pode ser definido como o ato pelo qual um Estado-Requerido entrega um indivíduo acusado de ter cometido um crime ou, em virtude deste já ter sido condenado pelo Estado- Requerente que é competente para julgá-lo.Vide: (art. 102, inc. I, letra “g”, da Constituição/ - brasileiro – art. 5º, LI/ estrangeiro art. 5º, LII).- competência do STF.
Trata-se de uma relação executiva (entre os governos dos países envolvidos como Requerente e Requerido).
• Processo: o pedido de extradição tramita perante o poder judiciário - sua legalidade deve ser apreciada e julgada pelo STF
 
Fundamento político: cooperação, solidariedade e manutenção da paz social.
Objetivo: repressão aos atos delituosos; alcance da justiça; evitar a impunidade;
2.1.1. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO da extradição – a extradição será deferida após o preenchimento dos requisitos de legalidade, ou seja, dos pressupostos formais e materiais constantes do tratado de extradição ou promessa de reciprocidade, bem como na lei interna dos países envolvidos. 
Requisitos de Legalidade – o exame prévio da decisão sobre o pedido de extradição fica a cargo do STF (art. 102, I, g, da CF) que neste caso averiguará os requisitos de legalidade, que constam de:
 Pressupostos formais: processo penal contra o extraditando e, tratado ou promessa de reciprocidade de Extradição entre os Estados envolvidos.
Pressupostos materiais Nacionalidade do extraditando (vide art. 5º, inc. LII da CF):
a) condição pessoal do extraditando:
Ex: O Brasil adota o princípio da não-extradição de seus nacionais (brasileiros natos ou naturalizados, conforme previsão do art. 5º, inc LI ; (vide também art. 7º, II, b, do Código Penal). Já a Inglaterra a admite. 
Exceção ao critério da nacionalidade: a nossa Constituição autoriza a extradição de brasileiro “naturalizado” por prática de crime anterior a naturalização ou por tráfico de drogas, neste caso, independentemente da cronologia (data do crime).
Obs: Aplicação da lei aos brasileiros que cometam crimes no estrangeiro: Situação de extraterritorialidade condicionada. (Ver art. 7º, inc. II, letra “b” do CP).
“Mas, a negativa à extradição de brasileiros não significa que estes fiquem impunes, pois de acordo com o art. 7º, II, b, do CÓDIGO PENAL fica sujeito à nossa lei o brasileiro que cometer um crime no estrangeiro, desde que haja a ocorrência dos seguintes requisitos: entrar o agente em nosso território, ser o fato punível também no país em que foi praticado, estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição, não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena e não ter sido perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável (§ 2º do art. 7º citado)”. São condições de objetivas de punibilidade. Vide caso Márcio Scherer. 
b) Natureza de infração : crime de natureza comum e, de certa gravidade: (grau da pena - pena privativa de liberdade com o mínimo superior igual a um ano – fato determinante; o Brasil não concede extradição por crime político – art. 5º, LII da CF- conforme esse dispositivo há necessidade da natureza da infração constituir-se num crime comum (delicta iuris gentium) e, de certa gravidade.
O terrorismo como ato que espalha o terror é diferente de crime político(art.109, IV da CF).
 c) O extraditando esteja sujeito à jurisdição do Estado Requerente;
 d) Não tenha ocorrido a extinção da punibilidade pelo decurso do tempo (prescrição da pretensão punitiva);
 e) Existência de um processo penal prévio, no país requerente.
 f) Especialidade – indivíduo somente pode ser julgado pelo delito que ensejou o pedido.
g) Identidade ou tipicidade recíproca – o Estado requerido deve considerar a ação delituosa também como crime em seu ordenamento interno, ou seja, o tipo penal previsto na legislação dos países envolvidos deve ser idêntico ou simétrico.
 
h) frustra-se a extradição quando a lei brasileira não impõe à infração, pena privativa de liberdade ou comine pena neste sentido inferior a um ano e ainda não autoriza a extradição para o cumprimento de prisão perpétua ou pena de morte.
I) detração: o tempo de prisão deve ser computado em favor do extraditando.
j) preponderância da justiça Nacional: preponderância da nossa lei; deverá ser aplicada, se + benéfica ao indivíduo.
 Razões para a submissão ao Exame Judiciário (STF): (art. 102, inc. I, letra g da CF).
 - causa: a liberdade do ser humano;
 - função: exame de legalidade – (conforme a lei interna) e atendimento das condições do tratado;
 - requisito: encarceramento do extraditando durante o julgamento do pedido.
 - a defesa do extraditando não adentra no mérito da acusação, somente se refere a matéria pertinente a identidade, instrução do pedido e à legalidade.
Procedimento do Pedido de Extradição: é encaminhado do Ministério das Relações Exteriores, que encaminha ao Ministério da Justiça que encaminha ao STF, que após o julgamento encaminha ao Presidente da Republica para decisão final.
A concessão (decisão final) sobre o pedido de extradição é ato discricionário do Chefe do Poder Executivo- cabe ao Presidente da República decidir, após o deferimento pelo STF, pela conveniência ou não de efetivar a extradição – art.84, inc. VII da CF.
Procedimento da entrega do extraditando: depois da fase judicial e executiva, volta para a fase administrativa para que esta comunique o resultado à missão diplomática do Estado requerente; a partir daí, começa o prazo de 60 dias para a retirada, pelo Estado requerente, do extraditando do território nacional; caso não seja feita a retirada, ele será posto em liberdadepara evitar coação ilegal. 
Ver Súmula 421 do STF sobre Extradição.
• Súmula 421 STF – da Extradição.
Ver sobre filiação, casamento, portugueses, dupla nacionalidades que são particularidades da extradição.
Obra específica sobre Nacionalidade, Aquisição, Perda e Requisição. Francisco Xavier C. Guimarães – Editora Forense.
O Brasil tem firmado há mais 13 anos acordos sobre trocas de presos; já o fez com Chile, Espanha e Canadá. Se o preso concordar pode haver a troca – Ex. caso dos seqüestradores do Abílio Diniz que foram trocados por brasileiros que estavam presos no Canadá. Isso é diferente de extradição.
2.2. Direito de Asilo
Asilo: pode ser conceituado como um lugar onde o indivíduo que nele se encontra não pode ser retirado; esse direito consiste na necessidade de se proteger o homem vítima de perseguição do Estado por motivos políticos que, sem o asilo ficaria à mercê das iniqüidades dos detentores do poder.
2.2.1 
Tipo de crime que enseja o asilo
 
 - Crime político: crime contra ordem política do Estado ou determinado por motivos políticos.
2.2.2. Tipo de asilo: territorial – diplomático (art. 4º, X da CF) – (art. XIV da Declaração Universal dos Direitos Humanos).
Caráter da perseguição – política, religiosa ou racial.
ONU e OEA – não concedem asilo em suas sedes
2.3 Deportação (art. 57 a 64 da Lei n. 6.815/80 e art. 98 e 99 do Decreto 86.715/81).
É uma forma de exclusão do território nacional, daquele estrangeiro que aqui se encontra após uma entrada irregular – geralmente clandestina –, ou cuja estada tenha-se tornado irregular por descumprimento das obrigações ou restrições impostas pela lei ao estrangeiro – quase sempre decorre por excesso de prazo do visto, ou por exercício de trabalho remunerado , por exemplo caso estrangeiro com visto de turista.
Iniciativa: é das autoridades locais, sem envolvimento da cúpula do governo. O ato de deportação ocorre na esfera administrativa, ou a cargo dos agentes policiais federais.
Prazo mínimo: 3 dias; prazo máximo: 8 dias para retirada voluntária do estrangeiro do território nacional – após esse prazo a Policia Federal realizará a imediata deportação compulsória que só ocorre depois do descumprimento do prazo. O ressarcimento com as despesas é requisito para o regresso. (O deportado é convidado, através de notificação a deixar o país).
Destino do deportado: para o país de origem ou para outro que consinta em recebê-lo –opção do deportado e ato discricionário do país que irá recebê-lo.
Atenção: Não se realizará a deportação se esta implicar em extradição.
2.4. Expulsão de estrangeiro do território nacional
É ato político – jurídico a critério do governo – o decreto de expulsão é de competência do Presidente da República (art. 66); a este cabe decidir sobre a conveniência e a oportunidade da expulsão – é um direito que consiste ao Estado, porém não absoluto – não pode ser exercido arbitrariamente, só diante da necessidade e conservação do Estado e preservação da sua segurança.
Expulsão de estrangeiro: a lei ordinária (interna) em vigor que dispõe sobre o assunto é a de nº 6.815, de 19.08.1980, que, no seu art. 65, dispõe: “É passível de exclusão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular, cujo procedimento o torne nocivo ou perigoso à conveniência e aos interesses nacionais”. 
Isto é, atos que ensejam a expulsão – a) ofensa à dignidade nacional; b) mendicância e vagabundagem; c) desordem; d) espionagem; e) entrada ilícita, art. 65e seu § único de mediante a prática de fraude com o fim de obter documentos para ingresso no país.
Processo – inquérito no âmbito do Ministério da Justiça, com direito de defesa, rito sumário – prazo previsto de 15 dias. O Ministério da Justiça poderá pedir a prisão por 50 dias do expulsando, podendo prorrogá-lo por igual período – decisão final – a cargo do Presidente da República, mediante decreto.
Controle do judiciário – apurar arbítrio na expulsão.
Regresso: A princípio não se permite o regresso. Admite-se retorno somente com a revogação do decreto de expulsão pelo Presidente da República: O regresso desautorizado é crime.
Não pode ser expulso o estrangeiro que tenha cônjuge brasileiro (casado ou tenha convivente) ou, com filhos brasileiros.
Expulsão e refúgio – Lei 9474/97 – lei dos refugiados, específica para o caso – Convenção de Genebra – abrigo aos refugiados – não serão expulsos os regularmente registrados.
Diferença entre extradição e deportação
Diferença entre extradição e expulsão
Diferença entre extradição e entrega
ENTREGA: é possível a entrega de estrangeiros e de nacionais (brasileiros natos e naturalizados) = a entrega está prevista no Tratado de Roma que criou o TPI; a entrega é o ato que se dá para um órgão supranacional que irá julga-lo, no caso o TPI.
Emenda Constitucional nº45, art. 5º, § 4º = O Brasil firmou definitivamente a jurisdição do TPI para julgamento de brasileiros que cometam os delitos previstos no Estatuto do TPI.
3. DIREITO INTERNACIONAL PENAL
Conceito: Direito Internacional Penal é ramo do Direito Internacional Público;; consiste em um conjunto de normas e princípios pactuados pelos Estados que disciplinam os delitos internacionais e suas respectivas sanções; isto é, o ramo do direito que disciplina o direito de punir dos Tribunais Supra-nacionais. Disciplina, portanto as condutas e omissões que violam o Direito Internacional, ou seja, as ações criminais denominadas delicta iuris gentuim, isto é, que devem ser punidas no interesse da humanidade.
• Causas: internacionalização da delinqüência
• Sujeitos: Estados e indivíduos
• Objetivo: repressão à impunidade, segurança da comunidade internacional.
Tribunal Penal Internacional – instituído pelo Tratado de Roma em 1998 só em 2002 consagrou-se sua função jurisdicional, devido à ratificação e ou adesão de mais de120 países - Estatuto do TPI/1998 – Brasil 2002 – os Estados Unidos não participam. Atenção: só os Estados que ratificaram ou aderiram ao tratado de sua constituição é que estão sujeitos à jurisdição deste Tribunal.
TPI – tem sua sede em Haia (Holanda)- antecedentes históricos: 1. Fim da II Guerra Mundial – Tribunal Ad-Hoc de Nuremberg (Alemanha) e Tribunal Ad-Hoc de Tóquio (Japão)
 2. (Fim da Guerra Fria) – AD – hoc para antiga Iugoslávia (1993) e para Ruanda – (1994 – criada pelo CSO – ONU)
Função do TPI: cooperação e assistência judiciária.
Jurisdição: O Brasil definitivamente aceitou a jurisdição do TPI por força do art. 5º § 4º da CF, incluído pela Emenda Constitucional nº45, cuja criação da TPI manifestou adesão.
Jurisdição complementar do TPI - falta ou incapacidade dos Estados - partes em processar e punir os responsáveis.
Jurisdição do TPI – competência em razão das pessoas: são as pessoas e não os Estados que estão submetidos ao TPI. 
Pessoas que se encontram vinculadas aos:
a) Estados - Partes: (um, ou os dois) ou, por aceitação voluntária.
b)Estados nos quais tenham sido cometidos os crimes. 
c)O Estado da nacionalidade do acusado.
• Fenômeno da Intraterritorialidade – para fatos ocorridos no Brasil, aplica-se a Lei de fora do país (previstas em tratado ou convenções Internacionais, a exemplo do Estatuto do TPI). 
 • Espécies de delitos
São sancionados pelo Direito Internacional Penal, somente os delitos tipificados nas normas internacionais, tais como os crimes de guerra, o genocídio, crimes contra a humanidade, agressão, etc. Vide Estatuto do TIP - competência em razão da matéria.
• Jurisdição do TPI - competência em razão da matéria:
Só se aplica aos crimes de extrema gravidade, previstos no Estatuto.-julgamento dos criminosos pela prática de crimes de guerra, contra a humanidade, genocídio, agressão; 
Quais os atos tipificados como crimes pelo Estatuto doTPI?
R: Seguindo determinação do Estatuto do TPI, este enumerou como crimes; a) crimes de guerra: ou crimes contra as leis e costumes aplicáveis em conflitos armados (Convenções de Haia) e, hostilidade entre guerrilheiros proteção das vitimas em conflitos,( Convenções de Genebra); assassinato, deportação, maus-tratos de população civis ou de prisioneiros de guerra, execução de reféns, destruição injustificada de cidades ou aldeias; b) crimes contra a Humanidade art. 7º: assassinato, exterminação, escravização ou qualquer outro ato desumano cometido contra populações civis, perseguição por motivos políticos, raciais ou religiosos, sempre que esses atos forem cometidos em conexão com qualquer crime contra a paz ou crime de guerra; c)genocídio; d)agressão (art.5º).
• Estatuto do TPI – Código Criminal Internacional.
• Acionamento do TPI - pode se dar pelo CSO (ONU) Conselho de Segurança, ou, pelos Estados-partes, bem como pela promotoria do TPI, ou por outro Estado interessado em se submeter a sua Jurisdição.
Penas: prisão por no máximo 30 anos para as infrações gravíssimas – prisão perpétua, possibilidade de revisão de duração de sentença com 2/3 da decursa.Atenção: a pena aplicada a brasileiros entregues ao TPI não pode desrespeitar o limite previsto na nossa CF.
Princípios: não retroatividade, da legalidade, da não duplicação dos processos (ne bis in idem) - processo justo e imparcial, com respeito ao contraditório à ampla defesa.
3. 2. Direito Penal Internacional 
Direito Penal Internacional é ramo do Direito Público interno; consiste em um conjunto de normas e princípios que determinam a competência internacional dos Estados para a repressão de delitos; isto é, o conjunto de regras que disciplina o direito de punir entre os Estados.
 Fenômeno de extraterritorialidade = para fatos ocorridos fora do Brasil se aplica a lei brasileira, como no caso da imunidade diplomática e nos casos previstos no art. 7º, inc. I e II e § 1ºº § 2º do CP. 
3.2.1. Diferença entre o Direito Internacional Penal e o Direito Penal Internacional
O Direito Internacional Penal é formado por normas e princípios de origem internacional, enquanto o Direito Penal Internacional é formado por normas internas de cada Estado.
3.3. Sistemas e princípios que são utilizados para determinar a competência dos Estados para julgar e punir os delitos – DIReito PENAL INTERNACIOANAL
3.3.1. Os principais sistemas são:
a) da territorialidade; b) da extraterritorialidade. 
- Territorialidade – é aquele que prevê que o delito deve ser punido no âmbito do território do Estado em que o agente praticou o delito, qualquer que seja a nacionalidade do agente ou da vítima (art. 5º, CP e Código de Bustamante, art. 296).
- Extraterritorialidade – consiste na aplicação da lei penal nacional a um fato ocorrido fora do nosso território. É aquele que determina que certas pessoas, pelo que representam, não estão sujeitas aos Tribunais dos Estados, ainda que cometam delitos nesse território, por exemplo, os casos decorrentes da imunidade de jurisdição:(agentes diplomáticos; agentes consulares; funcionários internacionais; tropas estrangeiras; crimes a bordo de aeronaves militares ou navios de guerra); a aplicação da lei nacional se dá também no caso da qualidade do bem jurídico tutelado tendo vítimas por exemplo, chefe de Estado; 
3.3.2. Os principais princípios são:
a) da competência pessoal ou da nacionalidade; b) da competência real; c) da competência universal; e d) da representação.
3.3.2.1. Competência pessoal ou da nacionalidade – reconhece a jurisdição do Estado com base na nacionalidade ao autor do delito. (art 7, inc. II, b e art 7, §3ºdo CP)
Nacional de determinado Estado somente pode ser julgado e condenado por tribunal de seu próprio país, mesmo que cometa delito em território de outro Estado (a lei segue o nacional –Ex. crime de genocídio praticado por brasileiro ( art. 7º, I, “d” do CP e art. 7º, II,”b” e art. 7º, § 2º, do CP). Este princípio é conseqüência da proibição constitucional da não-extradição de nacionais, pois caso contrário daria margem à impunidade de brasileiros que perpetrem crime no exterior.
3.3.2.2. Competência real ou da nacionalidade do bem ou interesse lesado
Competência para julgar e punir é da justiça do Estado a cuja nacionalidade pertence o bem jurídico protegido atingido pela conduta do agente. (art. 7, inc. I, a, b e c)
Este critério foi hospedado em nosso ordenamento jurídico, ao submeter ao mesmo os crimes cometidos:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República (sistema da personalidade passiva);
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, do Estado, do Território, do Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço (art. 7º, I, a, b e c), como, por igual, ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se reunidas as condições previstas no § 2º do art. 7º, não foi solicitada ou foi negada a extradição e houve requisição do Ministro da Justiça (§ 3º, do art. 7º).
3.3.2.3. Competência universal (art. 7º, inc. II, letra a e art 7º, inc. I “d” do CP)
Qualquer Estado é competente para punir o autor de um crime, independentemente de sua nacionalidade.
A punição do ilícito deverá ser feita onde quer que o criminoso se encontre independentemente do local onde delinqüiu ou da nacionalidade do sujeito ativo e do sujeito passivo (art. 7º, II, a). Ex: prática de atos de pirataria.
3.3.2.4. Princípio da representação – É aquele pelo qual se autoriza um Estado, não titular do ius puniendi original, a julgar e punir autores de delitos. É o caso de crimes cometidos a bordo de aeronaves e navios privados nacionais, quando se encontram em território de outro Estado. (art. 7º, II, c)
• Execução da Sentença Estrangeira - art. 9º CP 
4. LITÍGIOS INTERNACIONAIS E solução pacífica de litígios internacionais
Sociedade internacional – não jurisdicionada; é desprovida de um tribunal universal que garanta direitos ou decida conflitos e que aplique sanções. 
4.1. Definição de litígios – desacordo sobre questão de direito ou de fato cuja solução atinge os interesses dos Estados.
	•Objetivos: não recorrer à guerra, reprimir atos de agressão, evitar ameaças à paz, respeito às obrigações contidas nos tratados e nas outras fontes do DIP.
• Causa: políticas ou jurídicas.
Políticas – choque de interesses
Jurídicas – violação dos tratados e das outras fontes do DIP.
4.2. Meios pacíficos de solução dos litígios internacionais:
a) Meios diplomáticos e/ou políticos propriamente ditos:
Meios políticos propriamente ditos:
 
 - Derivam da necessidade de solucionar conflitos de gravidade que importam em violação ou ameaça ao clima de paz – participação da Assembléia Geral da ONU, ou do próprio Conselho de Segurança das Nações Unidas (instância política), realizada pelos órgãos políticos da ONU.
 - As soluções de conflitos de âmbito regionais podem ser solucionadas mediante recomendações, a cargo, por exemplo, da OEA, U.E., Liga dos Estados Árabes, etc, Ela pode ocorrer à revelia de uma das partes ou mesmo de ambas.
 - Resultado: recomendação cuja desobediência não configura ilícito.
 - Importância de órgãos regionais e ou especializados OEA; LEA. OMC.
 - Negociação direta entre as partes – fica a cargo das respectivas missões diplomáticas e dos ministérios das relações exteriores. Resultado = renúncia de um, desistência ou o reconhecimento do direito do outro (aquiescência); ou, por concessões recíprocas (transação). È meio direto e, geralmente, opera-se mediante troca de notas, sem a participação de terceiros. É atualmente o meio mais utilizado. 
 - Serviços amistosos (congressos e conferências) – para resolver questões de interesse de vários Estados, questões internacionaisque interessam aos vários Estados ou à comunidade internacional; são reuniões para discussões de questões internacionais. 
 - Bons ofícios – entendimento direto entre os contendores, tendo a aproximação das partes envolvidas realizada por um terceiro sujeito do DIP - (instrumental, pois não toma conhecimento das razões) . Ex: Estados Unidos – aproximação de Egito e Israel –acordo de Camp David (1979) – O terceiro atua no sentido de levar as partes a chegarem a um acordo – OEA –Comissão Interamericana de Paz. Pode ser oferecido ou solicitado.
 - Sistema de consultas – não há participação de terceiros - se dá por consultas mútuas – consiste em trazer à mesa as mútuas reclamações – decorre de troca de opiniões sobre interesses comuns e problemas de natureza urgente – encontros periódicos entre os próprios Estados, por seus representantes – geralmente buscando a solução pelo diálogo. (Prevista na Carta da OEA).
 - Comissão de investigação; - realiza um inquérito que averigua a materialidade dos fatos - caráter instrumental: consiste numa instância preliminar – comissões semelhantes a comissão de conciliação (vide à frente) Procedimento preliminar de instância diplomática, política ou jurisdicional.
 • MEDIAÇÃO: consiste na interposição amistosa de um ou mais Estado, entre outros Estados, para a solução pacifica de um litígio. “Accioly”.
Conceito de Joel Dias: “é uma forma de tentativa de aproximação dos contendores a fim de que encontrem uma solução amigável capaz de resolver definitivamente a questão”.
Mediação faz-se através de envolvimento de terceiro de confiança das partes que toma conhecimento do litígio e propõe uma solução (parecer ou proposta); a mediação não tem forma previamente definida pelos litigantes (que pode ser oferecida ou solicitada, facultativa ou obrigatória, individual ou coletiva). Decorre da atuação de pessoa que goza da confiança dos Estados entre os quais existe o litígio, que participa de forma ativa nas negociações, toma conhecimento das razões buscando o consenso entre os litigantes, por meio de concessões mútuas – participação direta do terceiro.
A mediação tem como resultado uma composição, um conselho, um parecer. Porém o resultado não é obrigatório. O êxito depende da vontade dos contendores agirem conforme a proposta do mediador.
O C.S.O pode funcionar como mediador, autorizado pela Carta das Nações Unidas (art. 36 e 38).
• conciliação – variante formal da mediação – a forma é prevista em tratados – é institucionalizada, composta por uma comissão de conciliadores (representantes dos Estados em conflito e um neutro – vence a decisão da maioria – relatório – não tem força obrigatória entre as partes) – previsto na Convenção de Viena de 1969 e Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar. Função: facilitar a solução de litígios internacionais ou elucidação de fatos controvertidos para obter a conciliação.
Diferença entre conciliação e mediação: a conciliação é formal, coletiva, institucionalizada previamente prevista em tratados, os conciliadores são em número impar e, de confiança das partes envolvidas; é formada por um membro neutro e por um membro de cada Estado em litígio.
 - Distinção entre meios políticos-diplomáticos e os jurídicos (judiciários) como a arbitragem e solução judiciária: ao juiz e ao árbitro incumbem aplicar ao caso concreto a norma jurídica pertinente, devendo suprí-la se for o caso pela analogia e equidade, seu descumprimento é considerado ao ilícito, que gerará responsabilidade internacional; enquanto os meios políticos e ou diplomáticos, restringem-se a conselhos, orientações pareceres, cuja desobediência não implica em ato ilícito, o êxito da solução depende de seu cumprimento conforme a vontade dos Estados.
5. Meio jurídico, judiciário e jurisdicional: solução judiciária
CONCEITO DE JURISDIÇÃO: foro independente e especializado, que examina os litígios à luz do direito e profere decisões obrigatórias.
FASE PRÉ-JUDICIÁRIA: Comissões internacionais De inquérito: 
A exemplo de conciliação, são comissões criadas para ajudar na solução dos litígios internacionais, elucidando e esclarecendo fatos controvertidos através de investigação dos fatos de forma imparcial e criteriosa sobre os quais versa o litígio. Pode ser permanente (comissão permanente) ou ad. hoc; em geral é composta de cinco membros, sendo dois indicados por cada das partes e, o quinto eleito em comum pelas partes.
 
5.1 Solução JUDICIÁRIA
 
• Solução judiciária – decorre de tribunal ou corte permanente, compostos por juizes independentes, não escolhidos pelas partes, cuja função é julgamento de conflitos internacionais, tendo como base o direito internacional. A sentença cria jurisprudência do próprio tribunal que são entidades jurisdicionadas, permanentes repletas de profissionais, com o escopo de julgar os conflitos internacionais;
 - Opção soberana: conflitos entre entidades soberanas, ou organizações internacionais, compete a Corte Internacional de Justiça o respectivo julgamento.
História: Corte Permanente de Justiça Internacional de Haia – ainda houve a Corte Centro - Americana de Justiça – 1920-1945 – Hoje Corte Internacional de Justiça (Haia) – é o principal órgão judiciário da ONU.
 - Juizes (15) – AGO – CSO – 9 anos (efetivo) – common law e sistema romano germânico. Indicações – o juiz deve exercer função judiciária e dedicação ao direito internacional.
Estatuto da CIJ– 70 artigos.
• Competência em razão da matéria – se estende a todas as questões de ordem jurídica que possam atingir o Estado ou organização; esta é a matéria contenciosa objeto da controvérsia. Na sua decisão, a corte aplica o direito internacional revelado pelos tratados, costumes, princípios gerais do direito e demais fontes, bem como as questões previstas na Carta das Nações Unidas – questões políticas também podem ser apreciadas, depende da aceitação da Corte.
• Competência consultiva – emite pareceres consultivos aos demais órgãos da ONU, como ex, pedido da Assembléia Geral ou Conselho de Segurança.
• Competência em razão das partes: litígios entre Estados Soberanos – membros ou não da ONU (estes, desde que aceitem a jurisdição por acordo específico). Quanto as Organizações – não há previsão no estatuto, mas é possível que estas também sejam partes.
 Regras para submissão à competência da CIJ: a) o Estado tem que aceitar a jurisdição da corte expressa (tratado) ou tacitamente (não contestação); b) obrigado a aceitá-la por força de ser signatário de cláusula facultativa de jurisdição obrigatória.
• cortes regionais e/ou especializadas: além da Corte Internacional de Justiça e do TPI, que são tribunais de âmbito universal existem outras cortes regionais e ou especializadas, com competência em razão da matéria – por ex. proteção dos Direitos Humanos existem as Corte Interamericana dos Direitos Humanos como sede em São José da Costa Rica, no âmbito da OEA; e, o Tribunal de Estrasburgo, no âmbito da União Européia; para assuntos relacionados ao fenômeno da integração e a formação do mercado comum, há a Corte de Justiça da Comunidade Européia (Luxemburgo – Direito Comunitário da União Européia – Estados, indivíduos e empresas).
 - Ainda, existem instaladas a Corte Universal Espacial e o Tribunal Internacional do Direito do Mar, instituído pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar adotada pela Convenção de Montego Bay, 1982- na Jamaica- Hoje o Tribunal já se acha instalado e com sede em Hamburgo na Alemanha . 
Características da sentença judiciária: definitiva, obrigatória, irrecorrível (cabe, porém, pedido de interpretação), não executória (Exceção: Executória só em circunstâncias excepcionais a cargo do Conselho de Segurança da ONU, mediante uso das Forças Armadas se fizer necessário para preservar a paz e garantir a segurança coletiva.(art. 94 da carta da ONU).
Uma revisão da sentença só poderá ser feita em razão do descobrimento de algum fato suscetívelde exercer influência decisiva.
Atenção: o descumprimento da sentença judiciária é considerado ato ilícito, gerando responsabilidade internacional.
6. Meio jurídico, jurisdicional, porém não judiciário, segundo Resek - A Arbitragem INTERNACIONAL 
(Momento histórico da arbitragem – É um dos institutos mais antigos – vem desde a era do Egito Antigo e da Grécia – Corte Permanente de Arbitragem.
 Hoje – é meio relevante no campo do direito econômico internacional e no fenômeno da integração (Mercosul, U.E.).
• Conceito: É o meio pacífico de solução de litígios entre dois ou mais Estados, realizada geralmente por um número ímpar de indivíduos (um ou mais), escolhidos livremente pelas partes que, através de um compromisso arbitral ou cláusula compromissória, estabelecem as normas a serem seguidas no processo arbitral, ficando as partes sujeitas a decisão final. É possível sua aplicação a todas as controvérsias internacionais, de qualquer natureza (causa jurídica ou suscetível de ser formulada juridicamente).O resultado da arbitragem é uma sentença definitiva, obrigatória (em geral) sobre determinado litígio, porém depende da boa-fé e vontade das partes o seu cumprimento ; consiste em um laudo arbitral derivado de um tribunal ad hoc (constituído somente para resolver o litígio- não judiciário, não permanente; a desobediência ao laudo ou sentença arbitral também se caracteriza como a prática de um ato ilícito internacional, gerando responsabilidade.
 - Características da arbitragem: a) o acordo de vontades das partes quanto ao objeto do litígio, ao numero de árbitros; b)livre escolha dos árbitros; c)obrigação de obediência à decisão, sob pena de cometimento de ilícito.
 - Formas de arbitragem – Facultativa ou obrigatória.
 - A arbitragem, como meio de solução pacífica dos litígios tem sua base jurídica derivada de: a) de cláusula compromissória – que está contida em tratado de qualquer natureza, que prevê que os Estados devam se submeter à solução pacífica dos litígios mediante arbitragem ou, por b) por compromisso arbitral – versa sobre lide já existente (tratado bilateral que versa especificamente sobre a arbitragem): nesse caso as regras da arbitragem são pré-estabelecidas pelas partes que determinam o processo arbitral, que descrevem sobre o objeto do litígio e número de árbitros, os poderes dos árbitros, o caráter e os limites de competência a estes conferidas, enfim trazem todas as regras que disciplinam aquele procedimento arbitral.
 - Características do laudo arbitral: sentença definitiva, obrigatória (obriga juridicamente) e irrecorrível, porém não executória. Em casos especiais pode ser considerada nula (sem eficácia obrigatória), quando derivar de excesso de poder do árbitro, de fraude, por deslealdade, pronunciada por árbitros incapazes ou, por violação de algum princípio fundamental do processo. Só obriga as partes litigantes – só faz coisa julgada entre as partes (efeito relativo). 
 - O seu descumprimento significa um ato ilícito, que gera responsabilidade internacional. Seu caráter irrecorrível não exclui a possibilidade de embargos declaratórios que aí levam o nome de pedido de interpretação. 
O tratamento dado pela legislação brasileira à arbitragem internacional privada - a arbitragem, que consta do Código Civil (arts. 851 e ss) e é objeto da Lei nº 9.307, de 23.09.1996. A lei dispõe sobre a arbitragem internacional nos arts. 32 a 40, impondo que, para reconhecimento e execução do laudo arbitral estrangeiro que verse sobre interesses privados (denominado, na lei, de sentença arbitral estrangeira) deverá ser submetido à homologação pelo STJ.(art. 105. INC. I, letra i da CF, introduzido pela emenda constitucional nº 45 de dezembro de 2004. Também o CPC (arts. 483 e 484) dispõe, genericamente, sobre a homologação de sentença estrangeira; O art.35 da referida Lei diz que a sentença arbitral estrangeira para ser reconhecida ou executada no Brasil estará sujeita a homologação pelo STJ. Essa espécie de arbitragem, no entanto, é de Direito Privado.
Vide art. 34 da Lei 9.307/96 – dispõe que a sentença arbitral estrangeira será reconhecida no Brasil, de acordo com os tratados internacionais com eficácia no ordenamento interno, estritamente nos termos da lei (arbitragem internacional privada).
O Mercosul tem já instalado o Tribunal Permanente de Arbitragem para assuntos do Mercosul, como órgão para solução de controvérsias no âmbito do Mercosul, conforme havia previsão no Tratado De Assunção.
Diferenças entre arbitragem e a solução judiciária
As seguintes diferenças entre a arbitragem e a solução judiciária podem ser apontadas: a) há uma diferença formal entre ambas, no sentido de que o tribunal arbitral é constituído para decidir determinado litígio, desaparecendo após a prolação do laudo arbitral, enquanto o tribunal judiciário tem caráter permanente; b) na arbitragem, os julgadores são escolhidos pelas partes, enquanto nos tribunais inexiste escolha de juízes pelas partes; c) na arbitragem, as regras são estabelecidas pelas partes, o que não ocorre no tribunal; d) por ser permanente, cria o tribunal jurisprudência própria, o que não ocorre na arbitragem; e) A sentença é executória em situações especiais( CSO), o laudo arbitral não admite execução.
6. SOLUÇÕES COERCITIVAS DE CONTROVÉRSIAS
 São verdadeiras sanções:
Fase: esgotamento dos meios pacíficos, porém sem utilização de ataque armado.
Art. 41. No âmbito da ONU, o Conselho de Segurança da Onu, é o órgão que tem competência para aplicar estas soluções, às vezes em forma de sanção.
Meios empregados: a) retorsão; b) represália; c) embargo; d) bloqueio pacífico; e) boicotagem; f) rupturas das relações diplomáticas.
 - RETORSÃO: O Estado ofendido aplica contra o agressor as mesmas medidas que sofreu deste (pena de Talião) – funda-se no princípio da reciprocidade e no respeito mútuo, é medida legítima. É sanção aplicada em conformidade com a norma internacional, motivada por ato que o Direito não reprove – medida legais ou administrativas em tempo de paz. Ex: concessão diferenciada de privilégios a nacionais de um determinado Estado.
 - REPRESÁLIAS: é a aplicação de sanção a um Estado, como retaliação a determinada medida adotada por este.Consiste na resposta ao ato ilícito- (medida aplicada em violação à normas internacionais). A represália, em geral é efetivada à força por meio de atos violentos – Ex. legitima defesa – armadas ou não armadas, expulsão ou prisão como reféns, de nacionais do Estado agressor.
 - BLOQUEIO PACÍFICO: consiste em impedir através do emprego da força armada, as comunicações com os portos, a entrada e saída de navios dos portos ou da costa de um país ao qual se pretende obrigar a proceder de determinado modo ou a proceder de acordo com a carta da ONU, C.S.O.
 - BOICOTEAGEM; É a interrupção de relações comerciais com um Estado que ofende os nacionais ou o interesse dos outros Estados. E é meio que os Estados ou seus nacionais utilizam para fazer com que o ofensor deixe de praticar atos agressivos, ofensivos ou injustos. Pode ser aplicado por oficiais de um governo ou por particulares como legítima defesa não gera responsabilidade, mas de outra forma com participação direta ou indireta do Estado, gera responsabilidade.
 - INTERVENÇÃO: o ato pelo qual um Estado intervem por meio de força nos negócios internos de outro Estado, só é legal quando por organização internacional, nos casos previstos expressamente. 
 - RUPTURA DE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS: manifesta na cessação temporária das relações oficiais entre Estados por um ter violado os direitos do outro ou servir como meio de pressão de um Estado sobre o outro com a finalidade de forçá-lo a chegar a algum acordo, aceitação de decisões, deixar de praticar algum ato. Ocorre através da entrega de passaporte ao agente diplomático do Estado a que se aplica a sanção ou retirada do Estado do corpo diplomático do Estado ofendido.

Outros materiais