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Apelação Cível - Hospital - OK

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 45ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO – SÃO PAULO.
Processo n.º 1234/2014
				RENATO AUGUSTO, já devidamente qualificado nos autos do processo supracitado, Ação de Indenização por Danos Morais e Materias c.c Lucros Cessantes, que move em face da Sociedade Rust In Peace Serviços Médicos Hospitalares LTDA. , por intermédio de seu advogado, assinado in fine, vem, com fundamento no art. 513 do Código de Processo Civil, e no prazo de art. 508 do mesmo Diploma, APELAR para o Egrégio Tribunal ad quem.
	
Pede deferimento.
São Paulo, 25 de fevereiro de 2014.
______________________________________
Guilherme Felipe Rezende Mirallas
OAB/RA 113718
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Processo n.º 1234/2014
Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais c.c Lucros Cessantes
Origem: 45ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO – SÃO PAULO.
Apelante: RENATO AUGUSTO
Apelada: SOCIEDADE RUST IN PEACE SERVIÇOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA.
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Doutos Julgadores:
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
 				Insurge-se o Apelante contra a respeitável sentença que julgou o pedido improcedente, devido ao dano causado quando o apelante sofreu acidente automobilístico e foi encaminhado ao Hospital Rust in Peace, mantido pela Sociedade Rust in Peace Serviços Médicos Hospitalares Ltda. ora apelada, para tratamento. O hospital é notoriamente conhecido pela sua agilidade e eficiência na prestação de serviços médicos, constantemente objeto de propaganda nos meios de comunicação, mantendo, para tanto, equipe de profissionais médicos empregados. Todavia, em que pese a cirurgia a que se submeteu ter sido bem-sucedida, Renato Augusto contraiu infecções hospitalares, que o deixou internado por 2 (dois) meses. Assim Renato Augusto postulou ação, devido ao tempo que ficou internado e sem trabalhar, e por não poder sustentar sua família nesse período. Contudo, a ação foi julgada improcedente.
 II – DAS RAZÕES DO INCONFORMISMO
 
 				A decisão do juízo negou o pedido do apelante sob o fundamento da falta de comprovação da culpa da apelada, adotando a teoria da responsabilidade civil subjetiva, amparada nos moldes do art. 14, § 4º do Código de Defesa do Consumidor (CDC). No entanto, decidiu com equívoco o juízo, sendo que referido dispositivo aplica-se exclusivamente às relações entre os profissionais liberais, ou seja, os médicos responsáveis por ministrar o tratamento, e o paciente.
No caso em questão, entretanto, o apelante pleiteia a condenação da sociedade responsável pela manutenção do hospital no qual o autor foi internado(grifo nosso), vindo a contrair, posteriormente, infecção hospitalar, submetendo-se, portanto, à responsabilidade objetiva prevista no art. 14, caput, do CDC:
 				“O fornecedor de serviços responde, independentemente da 				 	 existência de culpa, pela reparação dos danos causados 					 aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos 					 serviços, bem como por informações insuficientes ou 				 		 inadequadas sobre sua fruição e riscos.”
Merece reforma nos termos que seguem.
DO MÉRITO
A doutrina compartilha deste entendimento:
(REsp 400.843/RS, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA julgado em 17.02.2005, DJ 18.04.2005 p. 304)
Responsabilidade civil. Atendimento hospitalar.
1. Quando o paciente procura o hospital para tratamento, principalmente naqueles casos de emergência, e recebe atendimento do médico que se encontra em serviço no local, a responsabilidade em razão das conseqüências danosas da terapia pertence ao hospital. Em tal situação, pouco releva a circunstância de ser o médico empregado do hospital, porquanto ele se encontrava vinculado ao serviço de emergência oferecido. Se o profissional estava de serviço no plantão, tanto que cuidou do paciente, o mínimo que se pode admitir é que estava credenciado para assim proceder. O fato de não ser assalariado nesse cenário não repercute na identificação da responsabilidade do hospital.
2. Recurso especial conhecido e provido.
Neste sentido é o acórdão abaixo:
“CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MATERIAIS, MORAIS E ESTÉTICOS. REDUÇÃO DA CAPACIDADE ARTICULATÓRIA DO JOELHO DIREITO. INFECÇÃO HOSPITALAR APÓS PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRESCINDIBILIDADE DA COMPROVAÇÃO DA CULPA DO HOSPITAL. DANO E NEXO DE CAUSALIDADE DEMONSTRADOS. OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR CARACTERIZADA. DANO MATERIAL CIRCUNSCRITO AO PAGAMENTO DE CONSULTAS E FISIOTERAPIAS. REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORAL NÃO COMPROVADA. DANO À IMAGEM E DANO MORAL. ABRANGÊNCIA. CRITÉRIOS PARA O ARBITRAMENTO DA VERBA INDENIZATÓRIA. RAZOABILIDADE. Os hospitais, considerados prestadores de serviços, submetem-se às normas insertas no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. Por isso, a responsabilidade civil das entidades hospitalares é do tipo objetiva, que não exige a comprovação da culpa do nosocômio, exigindo tão-somente prova do dano e do nexo de causalidade” (TJSC – Ap. cív. nº 2000.007946-4, de Santo Amaro da Imperatriz. Relator: Des. Luiz Carlos Freyesleben. Julgado em 01/12/2005).
DO DANO MORAL
		Não se conformando, data vênia, com a improcedência da ação ao dano moral sofrido pelo apelante, pelo fato de ser um hospital notoriamente conhecido e respeitado, a vítima contraiu uma infecção hospitalar, que poderia lhe causar a morte.
		Pois bem, no caso presente, a vítima ficou internada por 2 (dois) meses, sem haver nenhuma possibilidade deste produzir o sustento de sua família, sendo somente ele que sustenta a casa.
Acerca do assunto, leciona Rafaelli Santini "in" Dano Moral. São Paulo, ed. Thompson Flores, 1997, p. 43/44:
"Embora o dano moral seja um sentimento de pesar íntimo da pessoa ofendida, para o qual se não encontra estimação perfeitamente adequada, não é isso razão para que se lhe recuse em absoluto uma compensação qualquer. Essa será estabelecida, como e quando possível, por meio de uma soma, que não importando uma exata reparação, todavia representará a única salvação cabível nos limites das forças humanas. O dinheiro não os extinguirá de todo; mas pelas vantagens que o seu valor permutativo poderá proporcionar, compensando, indiretamente e parcialmente o suplício moral que os vitimados experimentaram".
Restou comprovada, portanto, a ocorrência de falha na prestação do serviço, fato este que ocasionou o apelante a contrair grave infecção. Portanto, deve ser reformada a sentença de 1º grau para responsabilizar a apelada pelo pagamento de indenização pelos danos decorrentes da infecção que acometeu o apelante. Por essas razões, em face da capacidade econômica da apelada, o dano moral deve ser fixado de tal forma que vise coibir novas condutas como a do caso presente, devendo o mesmo ser majorado para, no mínimo, R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
DO DANO MATERIAL
O Código Civil traz expresso a respeito de lucros cessantes:
LUCROS CESSANTES
A reparação de lucros cessantes se refere aos danos materiais efetivos sofridos por alguém, em função de culpa, omissão, negligência, dolo, imperícia de outrem.
Para caracterização do pleito, há necessidade de efetiva comprovação dos lucros cessantes – não basta argumentar que existiram, deve-se prová-los.
O Código Civil brasileiro, assim dispõe sobre a reparação de danos:
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
Foi constatado realmente pelas provas em anexo nos autos, que Renato Augusto ficou internado, sem a possibilidade de gerar fundos para si e sua família, correndo o risco até de perder o emprego pela ausência de quase 2(dois) meses devido a infecção.
Está provadonos autos, os fatores que provam que o hospital tem a responsabilidade objetiva no caso de infecções hospitalares:
“Os hospitais, por serem fornecedores de serviços da área da saúde, possuem suas atividades reguladas pelas normas do direito do consumidor. Isso ocorre porque o Código de Defesa do Consumidor define “serviço” como qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, com exceção da relação de trabalho. Assim, a atividade desenvolvida pelos estabelecimentos hospitalares enquadra-se perfeitamente no conceito de serviço trazido pela legislação”.
Do mesmo modo, o Código de Defesa do Consumidor define consumidor como “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”, de modo que os pacientes são considerados consumidores, por serem destinatários finais desses serviços.
Assim, os estabelecimentos hospitalares e assemelhados possuem responsabilidade objetiva na reparação dos danos causados aos seus pacientes, devendo responder, independentemente da existência de culpa, pela prestação defeituosa de serviços.
Conforme a legislação vigente, o dever de indenizar dos hospitais pelos danos causados aos consumidores, decorrentes de defeitos na prestação dos serviços, só pode ser afastado se o estabelecimento hospitalar comprovar a inexistência de defeito na prestação desse serviço ou no caso de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Dentre os danos ocorridos nos estabelecimentos hospitalares, destaca-se a questão da infecção hospitalar, dada a freqüência em que ocorre e a gravidade que muitas vezes apresenta. Na infecção hospitalar, o paciente adquire uma doença durante uma internação para o tratamento de alguma enfermidade ou para a realização de algum procedimento cirúrgico.
E se a infecção hospitalar está relacionada à contaminação, esta geralmente tem origem na falta de assepsia, ou em sua realização de maneira incorreta. Assim, não realizados os procedimentos para impedir a contaminação em suas dependências, o hospital deve responder pelos danos sofridos pelo paciente acometido de infecção hospitalar.
A responsabilidade do hospital em relação aos danos decorrentes da infecção hospitalar é objetiva, pois a incolumidade do paciente internado é obrigação de resultado, e não simples obrigação de meio, como a atividade médica em geral.
Assim, ainda que na prestação de serviços na área da saúde não exista – e nem é possível que assim seja – a obrigação de garantir a cura do paciente, há a obrigação de garantir a incolumidade do paciente, resguardando-o da ocorrência de danos durante o período de internação.
De modo que, diante das normas estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor, verifica-se que nos casos em que o paciente adquire infecção hospitalar nas dependências de estabelecimento hospitalar ou assemelhado, em razão da prestação defeituosa de seus serviços, este é o responsável de forma objetiva pelos prejuízos causados, devendo, portanto, reparar os danos causados.”
Artigo Publicado originalmente em: GEWEHR, Mathias Felipe; GOMES, Daniela Vasconcellos. A responsabilidade civil dos hospitais em caso em infecção hospitalar. Jornal Informante, Farroupilha – RS, p. 05 – 05, 11 mar. 2011.
DO PEDIDO
Os documentos juntados aos autos comprovam os danos materiais sofridos pelo apelante na quantia de R$ 20.000,00, decorrente do se salário que deixou de receber durante o tempo que ficou internado.
Além disso, os danos morais ficaram caracterizados pelas demais provas produzidas na instrução do feito, mormente no sentido de que o apelante sofreu risco de vida causado pela infecção sendo constatado no próprio prontuário do paciente que o hospital se negou a entregar em primeiro momento.
Ressalta-se, além disso, a possibilidade cumulação de danos morais com danos materiais advindos do mesmo fato, conforme Súmula 37, do Superior Tribunal de Justiça.
Portanto, tratando-se de matéria de fato e de direito, estando o feito em condições de julgamento, JULGAR PROCEDENTE a ação de indenização proposta por Renato Augusto contra a Sociedade Rust In Peace Serviços Médicos Hospitalares Ltda., condenando-se este:
a) ao pagamento de R$ 20.000,00(vinte mil reais), relativos aos danos materiais sofridos, com correção monetária desde o desembolso dos valores e juros de mora desde a citação;
b) ao pagamento de R$ 30.000,00(trinta mil reais), relativos aos danos morais sofridos, com correção monetária desde a data dos fatos e juros de mora desde a citação;
c) ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes a serem fixados nos termos do artigo 20, do Código de Processo Civil.
 		Ante o exposto, requer que seja conhecido e provido o recurso de Apelação, reformando-se parcialmente a r. Sentença de Primeira Instância, quanto ao valor atribuído ao dano moral, manutenção do valor original da astreinte e honorários advocatícios, por ser medida de costumeira e imparcial JUSTIÇA!
					
Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo, 25 de fevereiro de 2014.
______________________________________
Guilherme Felipe Rezende Mirallas
OAB/RA 113718
End: Rua Guatemala, nº 291 – Jd. América – Tupã-SP | CEP: 17.605-260
Tel: (14) 3496-2817 e (14) 99826-1272

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