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Guilherme Felipe Rezende Mirallas
R.A. 113718 - 4º Ano
_________________________________________________
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS/SP
RENATO AUGUSTO, brasileiro, casado, aposentado, portador da cédula de identidade nº 00.000.000-0, inscrito no CPF nº 111.222.333-44, residente e domiciliado na Rua Um, n. 45, centro, nesta Cida de Comarca de Campinas, CEP: 17.500-000, no Estado de São Paulo, vem por meio de seu representante legal Drº. GUILHERME FELIPE REZENDE MIRALLAS, brasileiro, solteiro, advogado inscrito na OAB/SP sob o nº. 113.718, com escritório na Rua Guatemala, 291, Jardim América, CEP: 17605-260, na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, onde recebe intimações, vem à presença de V.Exa., propor a presente:
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
“Inaudita altera parte” com fulcro no Código de Defesa do Consumidor, na Constituição Federal, na Lei 9.566 de 03 de julho de 1998, e os demais dispositivos legais aplicáveis á espécie, contra SEGURADORA SEVENTH SON OF A SEVENTH SON LTDA pessoa jurídica inscrita no CNPJ/MF sob o n. 00.111.222/0001-33, estabelecida à Rua Liberdade, 600, Centro, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
DOS FATOS
O AUTOR teve diagnosticado grave enfermidade renal, para a qual o transplante era a única solução, de acordo com a declaração firmada pelo profissional médico que o assiste (conforme documento anexo). A patologia que o AUTOR é portador é gravíssima, exigindo acompanhamento médico constante e se não combatida com eficácia, poderia provocar a falência do órgão, fazendo com que o AUTOR se submetesse a constantemente tratamento de Hemodiálise.
O problema de saúde do AUTOR foi diagnosticado a pouco menos de 1 ano e, no momento, foi imprescindível a realização do transplante de rim. Contudo a SEGURADORA SEVENTH SON OF A SEVENTH SON LTDA vem se negando a realizar o reembolso das despesas médico-hospitalares, sustentando que a doença do AUTOR era preexistente à assinatura do contrato e que fora por ele omitida da contratação do plano de saúde.
DOS SERVIÇOS CONTRATADOS
 				SERVIÇOS MÉDICOS COBERTOS - Os serviços médicos cobertos compreendem os especificados no contrato com a Ré SEGURADORA SEVENTH SON OF A SEVENTH SON LTDA na data de 05 de Janeiro de 2012, a pouco mais de 2 anos (conforme cópia do contrato em anexo). Porem o problema de saúde renal do Autor se manifestou há 1(um) ano, no momento foi imprescindível a realização do transplante de rim.
 				Portanto, fica clara e comprovada que a relação entre o Autor e a empresa Ré é a de consumo, assim como o disposto no Código de Defesa do Consumidor:
 Art. 2 Consumidor é toda pessoa física ou 						 jurídica que adquire ou utiliza produto ou 						 serviço como destinatário final.
 			 O texto legal a seguir mencionado nos conduz a assegurar o valor da justiça e da Lei para fazer valer os direitos do autor. O Código de Defesa do Consumidor, assim como a Constituição, estão a respaldar o entendimento da Autora, conforme se pode aferir pelo voto abaixo transcrito, exarado pela Exma. Juíza Maria Elza, na Apel. Cível n. 264.003-9, publicado no Diário do Judiciário no Estado de Minas Gerais em 12/05/1999, a saber:
A saúde como um bem extraordinariamente relevante a vida e a dignidade humana, foi levado pela Constituição Federal à condição de direito fundamental do homem. A Carta Magna, preocupada em garantir a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social, tratou de incluir a saúde como um dos direitos previstos na Ordem Social (art.193). Assim, como norma de se garantir efetivamente o bem-estar social, a Constituição Federal tomou três importantes medidas ao cuidar da saúde:
Assegura em seu art. 196, que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante politicas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações para sua promoção, proteção e recuperação”;
Garante, em seu artigo 199, que “a assistência à saúde é livre à iniciativa privada”; 
E considera, em seu artigo 197, que “são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Publico dispor, nos termos da Lei sobre sua regulamentação e fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e também por pessoa física ou jurídica de Direito Privado”.
Interpretando, harmoniosamente, os referidos preceitos constitucionais, infere-se que o intuito maior do texto constitucional foi o de assegurar, efetivamente, a todo cidadão, independentemente de sua condição econômica e social, o direito á saúde. O constituinte, no entanto, ciente de que o Estado não conseguiria sozinho desempenhar tal mister constitucional, permitiu que a assistência à saúde fosse prestada também pela livre iniciativa, ressaltando, contudo, como forma de evitar abusos do setor privado, que os serviços de saúde são de relevância publica, de modo que o Poder Publico possa regular, fiscalizar e controlar esses serviços.
Assim, face ao texto constitucional, conclui-se que a saúde, embora dever do Estado, não é monopólio deste, mas constitui atividade aberta à iniciativa privada. Entretanto, como a saúde não se caracteriza como uma mercadoria qualquer nem pode ser confundida com outras atividades econômicas, visto ser um meio importantíssimo de se garantir o direito fundamental à vida e à dignidade humana,(grifo nosso) tem-se que o particular, que presta uma atividade econômica relativa correlacionada com os serviços médicos e de saúde, possui os mesmos deveres do Estado, ou seja, os de prestar uma assistência médica integral para os consumidores dos seus serviços.
Diante, portanto, da ilibada lição retro e acima transcrita, fruto de caso concreto idêntico ao que se traz noticiado nesta peça inaugural, combinado com as normas do Código de Defesa do Consumidor, indubitavelmente se torna que, se efetivamente existir cláusula contratual que iniba a cobertura do tratamento médico sob análise, essa é ilegal e não pode persistir, ainda mais, depois da lei n. 9.566 de 03 de junho de 1998.
 Art.51 caput São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
(...)
IV estabeleçam obrigações consideradas iniquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerado, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade.
O direito do AUTOR a cobertura das despesas médicas e hospitalares decorrentes transplante renal perfazem o montante de R$ 55.000,00 (cinqüenta e cinco mil reais). 
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL E DA ABUSIVIDADE DA RECUSA
O contrato celebrado entre o autor e a ora Ré configura-se, indiscutivelmente, como na relação de consumo. Além disso, trata-se de instrumento pré-elaborado pela empresa, que já vêm prontos e impresso para assinatura, sendo impossível para autora alterá-lo, no caso de discordar de alguma cláusula no ato de assinatura.
Portanto, a prestação de serviços médico-hospitalares oferecidos devem ser ponderados e avaliados, levando-se em conta a aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC), já que o mesmo tem como pressuposto a proteção de bens jurídicos tutelados pela Constituição Federal, consoante artigos 6º, 196 e 197.
Destarte, vale destacar o que dispõe o artigo 46, do Código de Defesa do Consumidor. Veja-se:
Art.46 Os contratos que regula as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. 
Ocorre, Excelência, que o transplante necessitado pelo autor foi indispensável para um resultado preciso e coroado de êxito, evitando-se tratamentos médicos dolorosos e ineficazes, com risco para o agravamento do problemade saúde que já é, por si só, gravíssimo. Impõe-se reconhecer que a Ré deve custear o Transplante médico-hospitalar em questão a fim de que o contrato tenha sua finalidade garantida.
Diante desses fatos, em razão da confirmação de moléstia grave a que foi submetido o autor, e tendo ele (o autor) direito à cobertura por seu plano de saúde, não restou outra alternativa senão o ajuizamento da presente ação.
A conduta da Ré, como se vê, foi de total desleixo, desrespeito ao seu cliente/consumidor, que com ela mantém contrato. Não há a mínima observância ao principio da boa-fé objetiva. Longe disso, sua conduta é infeliz e inaceitável. Beira à delinqüência.
 
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que:
a) Determine a citação e intimação da Ré, pelo correio, para em, querendo, responda aos termos da presente ação, sob pena de sofrer os efeitos da revelia; e
b) Julgue procedente os pedidos iniciais, tornando definitiva à Ré cobrir as despesas médicas e laboratoriais/hospitalares decorrentes do transplante realizado pelo Hospital das Clínicas de Jundiaí-SP, com o Dr. Monteiro Lobato
c) Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente: (1) PROVA ORAL, consistente no depoimento pessoal do representante legal da Ré, sob pena de confissão, e na oitiva de testemunhas, a serem oportunamente arroladas; (2) PROVA PERICIAL; e (3) PROVA DOCUMENTAL, esta consistente na expedição de oficio às entidades pertinentes, conforme necessidade que surja ao longo do processo.
Dá à causa o valor de R$ 55.000,00 (cinqüenta e cinco mil reais).
Termos que pede deferimento.
 Campinas, 20 de fevereiro de 2014
___________________________________________
GUILHERME FELIPE REZENDE MIRALLAS
OAB/SP 113.718
________________________________________________________________________

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