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Historia da Família no brasil

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CURSO DE DIREITO – 1° SEMESTRE
A Família no Brasil
O conceito de família no Brasil vem se transformando ao longo do tempo, hoje embora pareça encontrar-se em uma transição, ainda não temos um modelo ideal do atual papel da família na formação do indivíduo em conjunto com a sociedade. Para se entender melhor essa discussão, necessário se faz trazer à tona a discussão do conceito de infância, para tal torna-se pertinente entender algumas crenças e tradições que fizeram parte do imaginário popular ao longo deste processo.
Ao longo de todo o país adotou-se posturas e mitos que tendiam a justificar algumas ações e atitudes das crianças, uma delas foi a idéia de “menino fujão”, atribuída a crianças que por ventura arriscavam-se ou sofriam algum acidente, tornava-se mais conveniente atribuir a responsabilidade do comportamento a própria criança, acreditando que isto era um problema e precisava ser contido através de benzedeiras e rezas, uma vez que algum “espírito mal” espreitava a criança; outra crença muito fértil foi a importância do batismo, seguindo os mesmo princípios anteriores, evitava-se correr o risco de ter um filho pagão, outra crença somada a este universo é a da guarda ou mesmo do enterro do “cordão umbilical”, como forma de proteger o futuro desta criança, se menino cresceria vigoroso e trabalhador, se menina, prendada e uma boa dona de casa. Contudo, os riscos ao se perder ou ter roubado o cordão umbilical por um rato, por exemplo, a infelicidade no futuro era esperada com grande incerteza para meninos reservava ser ladrão e as meninas prostitutas.
Apesar deste complexo universo de interpretações e entendimentos a criança era vista simplesmente como um adulto em miniatura e aos pais cabiam o provento de questões de subsistência, a família era muito mais funcional do que afetiva. A estrutura familiar se apoiava na orientação dos mais velhos como avós e tios que orientavam a criação e o desenvolvimento das crianças e eram por elas responsáveis. Famílias numerosas se proliferavam a fim de garantir a perpetuação do “nome” e nutriam apoio independente de sua estrutura, isto é, na impossibilidade de assumir as responsabilidades outro membro se prontificaria a assumi-la. Entretanto, a posição hierárquica desta pessoa era sempre inferior ou não legítima, uma vez que “pegou pra criar” (fez um favor que precisava ser retribuído). Eram comuns os casamentos entre parentes e os acordos de casamentos e enlaces desde a infância.
Estas crianças eram vindas geralmente de famílias mais pobres e na grande maioria das vezes utilizadas no trabalho infantil (de afazeres domésticos a iniciação sexual), na grande maioria com o consentimento dos pais por entender que essa criança iria viver em “casas de famílias”, a pobreza era um dos fatores determinantes desta escolha, pois ia ficar na casa de um parente “rico”. (início do século XX).
Evidenciam então, os primeiros conflitos entre pais biológicos e pais criadores, algumas expressões foram criadas para determinar essa relação, de um lado a idéia de: “mãe é só uma”, como forma de garantir o domínio e o sustento pelos filhos. A mãe biológica rejeitava a idéia de ter “abandonado” um filho, era uma espécie de empréstimo, onde o ponto chave perecia ser a remuneração. Por outro lado a discussão se acentuava e foi a vez da criadora intervir, afinal: “mãe é quem cria”, representando um ato de caridade e sacrifício.
Essa guerra social possibilitou uma reordenação dos tramites legais que envolvem a idéia de família. A adoção passa a ser um processo legal – sem volta e o discurso da valorização da família começa a vigorar apoiado principalmente em casais estéreos e nos discursos das igrejas. A única parcela que permanecia a mesma era a condição de pobreza. O laço consangüíneo sempre foi preferido, mas não o exclusivo. Começa a ser discutido os bons cuidados e o desenvolvimento da criança como forma de assegurar um pleno cumprimento destes, para que não seja “necessária” a presença da mãe biológica.
Neste universo as crianças sempre são bem vindas, principalmente, em lares dos quais elas podem preencher ausências e garantir companhia a famílias e pessoas que parecem não ter ninguém mais próximo. Algumas crianças oriundas de instituições parecem vir com uma certificação de que se os objetivos não forem atendidos elas podem ser devolvidas.
Hoje começa-se a traçar e idealizar um novo conceito ou padrão do modelo familiar e sua estrutura, o discurso mais afetivo ganha espaço nas relações e os papeis tentem a se configurar sob uma nova ótica, mães provedoras e pais cuidadores, famílias de um único genitor, pais do mesmo sexo e famílias demasiadamente mistas passam a compor este campo que vem lentamente se desvendando.
No Brasil, adotar já foi um processo muito mais longo, burocrático e estressante. Hoje, com o apoio da legislação e o advento dos Juizados da Infância e da Juventude, está muito mais fácil e rápido adotar um filho.
Sonhos e Realidades no Divórcio
O divórcio impõe dois conjuntos de encargos para os adultos nele envolvidos. O primeiro é reconstruir suas vidas como adultos a fim de poder utilizar bem as novas oportunidades por ele proporcionadas. O segundo é educar os filhos após o divórcio, protegê-los do jogo cruzado entre o ex-cônjugues e educá-los enquanto crescem.
A maneira como uma família se separa em um divórcio (independente do que realmente ocorreu no casamento) pode ajudar a determinar a natureza dos anos seguinte ao divórcio para todas as pessoas nele envolvidas. Quando as famílias continuam com um comportamento instável e mutualmete destrutível por muitos anos após o divórcio, a fúria muitas vezes tem sua origem e seu estimulo no modo como o casamento se desfez. Quando o casamento termina desse modo, as imagens se congelam, incitando uma raiva permanente e reduzindo as possibilidades de uma nova oportunidade.
Portanto, a primeira tarefa do divórcio, é por fim ao casamento da maneira mais civilizada possível, sem que um dos parceiros, controlado pelo desejo de se vingar ou de ferir alguém. Com o termino do casamento, esses sentimentos podem competir pelo papel principal. Embora seja difícil, os adultos devem negociar e concluir os acordos financeiros e a custodia do filhos, com realismo, moralismo, estabilidade emocional e discernimento.
É importante dizer que quando bem feita, essa tarefa pode tornar o futuro de crianças e adultos mais tranqüilo. Mal feita, pode se transformar num cenário de raiva continua, sofrimento e privação para todos os envolvidos.
O chorar a perda tem início quando o casamento termina, e se estende ao período posterior ao divórcio. Se o casamento durou muitos anos, a dor da separação é muito maior e é sentida por mais tempo. É importante chorar porque somente o choro reduz a raiva a dimensões humanas. É pelo choro que os adultos conseguirão fechar a porta atrás de si e seguir em frente. Vale dizer que, até mesmo o casamento mais infeliz continha alguma expectativa de uma vida melhor, de companheirismos, amor, estima, e, embora não se possa lamentar o parceiro perdido, o significado simbólico do casamento deveria acabar de uma forma mais amena.
Recuperar o próprio ego é outro passo que, junto a lamentação, significa desligar-se do casamento. Envolve a recuperação ou a criação de um novo significado de ego, de um novo senso de identidade.
A voz do antigo parceiro – censurando ou humilhando – precisa ser exorcizada, para que o homem ou a mulher não leve consigo o antigo fracasso matrimonial para novos relacionamentos.
O divórcio gera sentimentos que podem subjugar as pessoas durante anos. Esses sentimentos são muitas vezes realimentados através dos anos pelos acontecimentos subseqüências: o segundo casamento do ex-parceiro, o fracasso do próprio segundo casamento, desigualdade financeira, ou os rumos de vida inevitavelmente diferentes que cada pessoa segue após o divórcio. Essas emoções inquietantes podem destruir a pessoa que se sente prejudicada, para que se tente enfrentá-lasnão é o de oferecer a outra face mas sim o de evitar ser dominado pelo trauma do divórcio.
Vale ressaltar que, uma pessoa divorciada tem de encontrar coragem para tentar novos relacionamentos, novos papeis e novas soluções para antigos problemas, tanto no trabalho quando como no campo sexual.
Não existe substituto para a coragem. O fracasso é sempre possível, o perigo é sempre a antítese da oportunidade. A confiança é adquirida não de uma única passada, mas do caminho, e quase nunca numa linha reta.
Reconstituir – essa é a mais importante tarefa social e psicológica do divórcio, seu objetivo é criar um novo relacionamento adulto, melhor que aquele que ficou para trás, e que inclui os filhos, ou estabelecer uma viela gratificante fora do casamento, que inclui, mas não sobrecarrega os filhos.
Os filhos do divórcio aprenderam na pratica que os relacionamentos podem se romper, e tem medo de serem abandonados. Tendo visto os pais fracassarem, temem futuros fracassos na vida dos pais e em suas próprias vidas. Portanto, os filhos precisam de garantias de que os pais irão salvaguardar seus anos de crescimento e atenderão a suas necessidades e preocupações.
As crianças reagem inicialmente ao divórcio segundo sua idade e desenvolvimento gerando a ruptura. Compreendendo as reações específicas de cada idade e sabendo o que esperar, os pais serão mais capazes de ajudar cada criança.
Exemplo: Fase – Pré-escolar = por serem totalmente dependentes dos pais para seus cuidados físicos, os que freqüentam a pré-escola são os que mais temem ser abandonados.
Os primeiros anos escolares, dos cinco aos oito anos de idade. As crianças dessa idade tendem a se preocupar com sentimentos de perda, rejeição, culpa e com conflitos de lealdade.
O comportamento das crianças durante e após o divórcio reflete em temores e fantasias: podem chorar, tornarem-se irritáveis, sentirem-se vazias, incapazes de se concentrar. Metade das crianças dessa faixa etária apresenta uma súbita diminuição no rendimento escolar.
A fase da 3ª até 6ª série do ensino fundamental, dos nove aos doze anos. As crianças dessa idade dependem dos pais para ter estabilidade. Muitas crianças dessa idade ficam com muita raiva dos pais por terem se divorciado. Sentem tristeza, ansiedade, solidão e uma sensação de impotência. Seus relacionamentos com outras crianças podem ficar prejudicados, aparece também o comportamento delinqüente, como pequenos roubos, mentiras e tramóias, o rendimento escolar cai de uma hora pra outra.
A reação do divórcio entre adolescentes é assustador, também ficam apavorados com a perspectiva de vir a repetir o fracasso dos pais. Preocupam-se com o futuro. Será que seus próprios casamentos vão fracassar? Muitos sentem-se rejeitados por ambos os pais, que então envolvidos e seus próprios problemas e tem pouco tempo para eles. As ansiedades normais da adolescência são intensificadas. Alguns jovens iniciam muito cedo sua atividade sexual, outros assumem mais responsabilidades, como ajudar nas tarefas domésticas e na tomada de decisões. Nesse processo, podem adquirir forças e independência muito maiores ou podem perder importantes aspectos de sua experiência como adolescentes.
Os filhos do divórcio dependem do auxílio dos adultos para entender o que está acontecendo na família, para dominar os novos e complexos relacionamentos que surgem nos anos seguintes do divórcio, porém, lamentar as perdas a ele associadas, para superar a ansiedade e a culpa, e para assumir todos os encargos psicólogos resultantes do divórcio.
No momento de transmitir sua decisão, os pais devem dar uma explicação clara do que está ocorrendo na família. As crianças precisam saber o significado do divórcio, embora a explicação varie de acordo com a idade de cada um.
Os pais precisam preparar os filhos de maneira mais concreta possível para o que terão de enfrentar. Devem admitir com toda a honestidade que as coisas vão mudar.
Deve-se também dizer a elas varias vezes que o divórcio não enfraquece os laços que unem pais e filhos, embora possam não viver juntos.Os pais podem se divorciar, mas não se divorciar dos filhos.
É fundamentalmente importante que os pais precisam dar aos pais, contudo as crianças precisam sentir que sua integridade individual é respeitada, que tem direito a seus próprios sentimentos e que ninguém está lhes pedindo para se aliar à um dos pais contra o outro. O divórcio, deve enfatizar, é uma questão entre dois adultos.
As crianças seguem uma escala de desenvolvimento que é comum a todas, mas cada umas segue sozinha, em seu próprio ritmo. Portanto, é necessário que além das tarefas normais do crescimento, as crianças que passam pelo divórcio enfrentam um conjunto adicional de tarefas específicas ao divórcio. O crescimento é inevitavelmente mais difícil para os filhos do divórcio porque estes devem lidar com problemas psicológicos que os filhos de famílias “intactas” não tem de enfrentar.
Arriscar-se a amar, talvez seja a mais importante tarefa para as crianças e adolescentes em crescimento e para a sociedade. Apesar do modo como a vida os tratou, apesar dos temores e das ansiedades duradouras, os filhos do divórcio devem crescer, abrir-se a possibilidade de mudar ou de fracasso, e tentar amar e ser amados.
Umas das formas apresentadas como fator atenuante na disputa de filhos pelos pais ou mesmo como forma de minimizar as lacunas deixadas com a separação foi a “guarda compartilhada” refere-se a um tipo de guarda onde os pais e mães dividem a responsabilidade legal sobre os filhos ao mesmo tempo e compartilham as obrigações pelas decisões importantes relativas à criança. Existe ainda, “guarda alternada”: caracteriza-se pela possibilidade de cada um dos pais deter a guarda do filho alternadamente, segundo um ritmo de tempo que pode ser um ano, um mês, uma semana ou qualquer outro período acordado. Durante esse período, o responsável pela guarda detém de forma exclusiva os ‘poderes’ e deveres com relação à criança. No término do período, os papéis invertem-se; a “guarda dividida”: apresenta-se quando o filho, menor de idade, vive em um lar fixo e recebe a visita periódica do pai ou da mãe que não tem a guarda e “aninhamento”: é um tipo de guarda raro, no qual os pais se revezam mudando-se para a casa onde vivem as crianças em períodos alternados de tempo.
Referencias:
ARIÈS, P., História Social da Criança e da Família. 2ªed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
CARTER, Betty, MCGOLDRICK, Monica & colaboradores. As mudanças do ciclo de vida familiar: uma estrutura para terapia familiar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
WALLERSTEIN, Judith, BLASKESLEE, Sandra. Sonhos e realidades no divórcio. São Paulo: Saraiva,1991.
http://racabrasil.uol.com.br/Edicoes/109/artigo47675-1.asp, em 24.09.2008
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Disciplina: Psicologia Aplicada ao Direito
Professor: Nazir Rachid Filho

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