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TRABALHO LICENÇA PARENTAL com alterações

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RESUMO
O presente artigo tem como objetivo a exposição legislativa e doutrinária frente à licença parental, a evolução dos institutos familiares e sua influencia direta aos aspectos do direito civil e, também, do direito trabalhista. A regulamentação da licença paternidade e maternidade e sua diferenciação no tocante ao prazo de concessão. Abordaremos também o entendimento atual dos tribunais Superiores acerca da possibilidade de adoção por casal homoafetivo e a análise parental nos casos de guarda provisória.
ABSTRACT
 The purpose of this article is the legislative and doctrinal exposure to parental leave, the evolution of family institutes and their direct influence on aspects of civil law and also on labor law. The regulation of the paternity and maternity leave and its differentiation regarding the term of concession. We will also address the current understanding of the High Courts regarding the possibility of homosexual adoption and parental analysis in cases of provisional custody. 
INTRODUÇÃO
BREVE HISTÓRICO DA MULHER NO BRASIL 
	Desde os primórdios, o homem tinha o dever de trabalhar e sustentar a família e a mulher deveria educar os filhos e cuidar da casa. Tal ideologia perdurou durante décadas no país, até que as mulheres começaram a trabalhar, mas sob condições insalubres e com jornadas de trabalho de até 16 horas por dia. 
Neste sentido, a doutrina de Sérgio Pinto Martins aborda como os direitos das mulheres nesta época eram escassos: 
No decorrer da Revolução Industrial (século XIX), o trabalho da mulher foi muito utilizado, principalmente para a operação de máquinas. Os empresários preferiam o trabalho da mulher nas indústrias porque elas aceitavam salários inferiores aos dos homens, porem faziam os mesmos serviços que estes. Em razão disso, as mulheres sujeitavam-se a jornadas de 14 a 16 horas por dia, salários baixos, trabalhando em condições prejudiciais à saúde e cumprindo obrigações além das que lhes eram possíveis, só para não perder o emprego. Além de tudo, a mulher deveria, ainda, cuidar dos afazeres domésticos e dos filhos. Não se observava uma proteção na fase de gestação da mulher, ou de amamentação. Com base nesses problemas é que começou a surgir uma legislação protecionista em favor da mulher.
	 Estas explorações de trabalho com a mulher durou por muitos anos, até que foram implantados alguns direitos concernentes à dignidade do trabalhador. Passado o tempo, começou a ter movimentos sociais onde as mulheres exigiam direitos e tratamento igualitário, pois não queriam ficar somente por conta do lar e dos filhos, pretendiam trabalhar, estudar e construir uma carreira.
	Com o decorrer dos anos a mulher passou a poder trabalhar sem pedir permissão ao marido, obteve o direito ao voto e adquiriu muitas outras conquistas. Sendo que, uma destas é a luta pela igualdade entre o homem e a mulher na carreira profissional que a cada dia vem tomando uma importância maior no país.
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS E OS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER 
	A CLT criada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, já previa um capítulo destinado à proteção dos direitos das mulheres para cuidar dos filhos recém-nascidos. A CLT assegurava um tempo de afastamento após o parto sem prejuízo do salário e dos direitos correspondentes. A licença que era de 84 dias e custeada pelo empregador foi em 2002 ampliada para 120 dias, em alguns casos devido a um programa governamental criado em 2010 é permitido o afastamento por até 180 dias, e quem passou a arcar com tais custos foi a Previdência Social.
	Ao homem, a CLT previa apenas um dia de licença paternidade, pois se entendia que ele deveria somente efetuar o registro civil do filho quando do nascimento e enquanto a mulher ainda estava se recuperando, pois ela era considerada a única responsável pela função de cuidado dos filhos.
Tal dispositivo foi revogado com o advento da Constituição Federal de 1988, que passou a garantir a licença no período de cinco dias. Em alguns casos cabe o próprio empregador estabelecer junto com sindicato, a licença em até 20 dias.
 A constituição de 1988 no seu artigo art. 7º, inciso XIX regulamentou tais direitos:
 Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias.
XIX – licença paternidade, nos termos fixados em lei.
Após a adaptação da Constituição Federal em relação a esses direitos, foram surgindo novas famílias, e os pais adotivos também começaram a requerer na justiça o direito à licença. Alegavam que seus empregadores não reconheciam a licença parental nos casos de adoção, e os pais acabavam por não terem aquele contato essencial nos primeiros dias com a criança adotada, se tornando, portanto, ausentes naquele principal momento familiar. Os empregadores seguindo as doutrinas e a Constituição Federal, afirmavam que tal benefício era concedido somente a pais biológicos.
Com as crescentes demandas judicias, para que a licença parental seja dada aos pais adotivos, mais uma vez o direito brasileiro teve que se adaptar, dando a estes pais o direito à licença de maternidade e paternidade, para então se igualarem e terem os mesmos direitos que os pais biológicos teriam. 
O adotado passa a ter a condição de filho, como se filho biológico fosse, gerando assim todos os direitos essenciais, tanto para ele, quanto para os seus pais adotivos.
 	Segundo os ensinamentos de Maria Berenice Dias, em seu Livro Manual de Direito de família, diz que:
“A relação de parentesco se estabelece entre o adotado e toda a família do adotante. Os seus parentes tornam-se parentes do adotado, tanto em linha reta, como em linha colateral. Também idênticos os graus de parentesco que se estabelecem em relação aos filhos biológicos do adotante [...]” DIAS, MARIA BERENICE. Manual de. Direito das Famílias, pág. 482.
Portanto, fica claro que, os pais de filhos adotivos têm os mesmos direitos como se pais biológicos fossem, uma vez que não só eles criam um laço parental com o adotado, mas sim toda a sua família, como por exemplo, o seus pais que viram avós do filho adotado.
Tendo então todos os direitos sobre o adotado, os pais conseguiram de fato, ao passar dos anos, o direito a licença parental, estabelecido de acordo com a idade da criança, conforme a Lei 10421/2002, além do direito a estabilidade e recebimento do salário enquanto estiver de licença. A licença não será dada apenas a mulher adotante, mas também ao pai no caso de adoção unilateral, adotando, portanto aos seguintes critérios.
Os prazos de afastamento maternidade em casos de adoção de criança ou obtenção de guarda judicial para fins de adoção foram, inicialmente, diferenciados: 120 dias, se a criança tivesse até um ano de idade; 60 dias, se tivesse entre um e quatro anos de idade; 30 dias, se a criança tivesse de quatro a oito anos de idade (art. 392-A, CLT e art. 71-A da Lei n. 8.213/91, ambos inseridos pela Lei n. 10421/2002). A partir da Lei n.12.010/2009 (nova Lei de Adoção), vigente desde 3.11.2009 (art. 7º), o prazo da licença maternidade tornou-se uniforme, ou seja, 120 dias, qualquer que seja a idade da criança adotada (revogação dos §§ 1º ao 3º do art. 392-A da CLT pelo art. 8º da nova Lei de Adoção). (DELGADO, 2013, p. 1107).
Entretanto, com o advento da nova lei trabalhista tanto o homem quanto a mulher passaram a adquirir maiores direitos, como a extensão do prazo da licença maternidade e licença paternidade, e principalmente em se tratando da adoção onde o adotado passa a ter os mesmos direitos que o filho biológico. 
3.1- AS GARANTIAS ESTABELECIDAS NA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO 
		Há também enorme destaque no Direito do trabalho gerado pelas alterações da lei 13.509/17, trazendo à estabilidade do trabalhador adotante, assim como à empregada gestante, diante o artigo 391-A e parágrafo único, daConsolidação das Leis Trabalhistas que expressa.
 Art.391-A A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.   
Parágrafo único.  O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção.
		As alterações apresentadas pela nova lei trazem direitos igualmente adquiridos pelos pais adotantes e os genitores biológicos da criança ou adolescente, fato que visa aumentar significativamente o número de adoções em todo o país e, ainda, facilitar o processo de guarda provisória.
		Outro acontecimento importante a se destacar, foi o impacto ocasionado pela nova lei 13.509/17, na CLT, acerca da licença a maternidade para adoções de adolescentes, benefício que até então somente era cedido, na antiga lei, as mães que adotassem crianças com idade inferior aos 12 anos, agora é estabelecido também a mães adotivas de filhos acima da idade mencionada.
O direito de licença maternidade se estende em favor da mãe adotante desde o momento do requerimento da adoção e não do momento da guarda provisória concedida pela Vara de Infância e Juventude. Entendimento também compartilhado com o Tribunal Regional Federal da 3ª Região 
“ Agravo de instrumento. Recurso de revista. Termo inicial da estabilidade provisória da mãe adotante. Direito social à fruição da licença-adotante indevidamente obstado. Provável violação do artigo 392-A, § 1º, da CLT. Agravo de instrumento conhecido e provido. II – Recurso de revista. Termo inicial da estabilidade provisória da mãe adotante. Direito social à fruição da licença-adotante indevidamente obstado. 1. O art. 7º, XVIII, do texto constitucional concede licença de cento e vinte dias à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário. Para possibilitar o exercício do direito e proteger, antes e depois, a maternidade, o art. 10, II, ‘b’, do ADCT da Constituição Federal de 1988 veda a despedida arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. 2. A Constituição utiliza o termo ‘gestante’, mas a licença de cento e vinte dias abrange, nos termos da parte final do art. 7º, caput, da Constituição, o direito social destinado à melhoria das condições de trabalho das mães adotantes, previsto no art. 392-A da CLT, daí que a utilização da expressão licença-maternidade abrange a licença-gestante e a licença-adotante. 3. A licença-adotante é um direito social, porque tem por fim assegurar a proteção à maternidade (art. 6º, da CF), visando a utilização de um tempo à estruturação familiar que permita a dedicação exclusiva aos interesses necessários ao desenvolvimento saudável da criança. Para a mãe adotante poder alcançar a licença-maternidade sem o risco de ser despedida, é preciso que ela também seja beneficiada pela estabilidade provisória prevista no art. 10, II, ‘b’, do ADCT da Constituição Federal de 1988. 4. A trabalhadora, mãe adotante, ajuizou o processo de adoção em 5.6.2008, mesma data em que recebeu a criança (nascida em 28.05.2008) sob seus cuidados, por autorização da mãe biológica e da Vara da Infância e Juventude. 5. Não tendo ocorrido disputa sobre a guarda, a carecer de decisão judicial que a definisse, tem-se que a estabilidade da trabalhadora, mãe adotante, restou assegurada a partir do momento em que expressou judicialmente o interesse em adotar a criança oferecida, daí computando-se o período de estabilidade, em que compreendida a licença-adotante. Ou seja, tem direito ao gozo de licença-adotante, com a estabilidade necessária ao exercício do direito até cinco meses após o recebimento da criança a ser adotada. O entendimento de que a autora só se tornaria estável após a conclusão do processo de adoção simplesmente inviabilizaria, como inviabilizou, o exercício do direito à fruição da licença-adotante no curso do contrato, contrariando os objetivos do art. 392-A, caput e § 4º, da CLT. 6. Assim como as estabilidades do dirigente sindical e do cipeiro têm início a partir do registro da candidatura e não da eleição, a da mãe adotante tem início a partir do requerimento de adoção, e não da sentença transitada em julgado, ainda mais quando há registro de autorização da mãe biológica e da Vara da Infância e Juventude para o recebimento da criança, pela adotante, no mesmo dia em que ajuizada a ação (5.6.2008), e não depois da concretização da guarda provisória (12.6.2008). 7. A estabilidade da mãe adotante tem, evidentemente, marcos inicial e final distintos da mãe gestante. Enquanto a desta tem início a partir da confirmação da gravidez e se estende até cinco meses após o parto, a daquela se situa no período de cinco meses após a concretização do interesse na adoção, em que inserido o período de licença-adotante, de cento e vinte dias. 8. Dessa forma, não merece prosperar a […] dispensa da empregada sem justa causa ocorrida em 11.6.2008, mais precisamente durante o período que corresponderia aos direitos à estabilidade e à fruição da licença-adotante, ou seja, exatamente um dia antes da assinatura, em juízo, do termo de guarda e responsabilidade provisória do menor (que já se encontrava com a adotante desde 05.06.2008, por autorização judicial), ao fundamento de que não tinha conhecimento do processo de adoção ou da guarda provisória. Aplica-se aqui, em última análise, a mesma solução dada à gestante, pela jurisprudência trabalhista. Assim como a confirmação da gravidez é fato objetivo, a confirmação do interesse em adotar, quer por meio da conclusão do processo de adoção, quer por meio da guarda provisória em meio ao processo de adoção, quer por meio de requerimento judicial, condicionado à concretização da guarda provisória, é também fato objetivo, a ensejar a estabilidade durante o prazo de cinco meses após a guarda provisória e a fruição da licença correspondente, de cento e vinte dias. 9. Verifica-se, portanto, que a empresa obstou o gozo da licença-adotante, assegurado à empregada a partir do momento em que expressou interesse em adotar a criança oferecida, ou seja, do ajuizamento do processo de adoção. Recurso de revista conhecido, por violação do artigo 392-A da CLT, e provido” (TST, 3ª T., RR 200600-19.2008.5.02.0085, Rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 07.08.2015).
		Ainda a fim de facilitar os procedimentos adotivos o artigo 396, da CLT, trouxe o intervalo exclusivo para que mães de adotantes amamentem.
	Para amamentar seu filho, inclusive se advindo de adoção, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um..
 Nesse sentido, uma alteração trazida em 2016 pelo marco legal da primeira infância, que aumentou o prazo da licença-paternidade de 05 para 20 dias úteis, para as empresas que trabalham com a lei da empresa cidadã. Neste sentido, o art. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. 
 
O parágrafo único do artigo 22 do ECA, foi acrescentado como reconhecimento da igualdade entre os progenitores. 
 A lei 13.257/2016 alterou a lei do programa empresa cidadã e também o artigo 473 da CLT, acrescentando os incisos X e XI. A partir de agora, sem prejuízo do salário, concede-se ao empregado até dois dias de licença para acompanhamento de consultas médicas e examesdurante a gravidez da companheira/esposa. Também há a concessão de um dia por ano para acompanhar filho ou filha ao médico. 
LICENÇA PARENTAL 
4.1- Conceito 
Síndrome de Alienação Parental (SAP):
Em 2008 entrou em vigor a Lei 11.698/08 que diz respeito a guarda compartilhada, ou seja, a criança terá contato tanto com o pai, quanto com as mãe nos dias combinados pelos genitores.Mesmo com criação de tal lei ainda ocorre a Síndrome de Alienação Parental, onde o pai ou a mãe lutam pela guarda da criança não aderindo a guarda compartilhada. Neste sentido o conceito do psiquiatra Richard A. Gardner: 
“A síndrome de alienação parental (SAP) é uma disfunção que surge primeiro no contexto das disputas de guarda. Sua primeira manifestação é a campanha que se faz para denegrir um dos pais, uma campanha sem nenhuma justificativa. É resultante da combinação de doutrinações programadas de um dos pais (lavagem cerebral) e as próprias contribuições da criança para a vilificação do pai alvo.” (GARDNER, R.A. (1998). The Parental Alienação Syndrome )
4.2- Licença-parental inicial
 Está definido que a mãe e o pai possam gozar de 120 pu 150 dias consecutivos que podem ser partilhados e gozados em simultâneo após o parto. 
4.3- Licença-parental inicial exclusiva da mãe 
 O artigo 41 do código do trabalho define que a mãe, antes do parto, pode gozar até 30 dias da licença parental, sendo obrigatório o gozo de seis semanas da licença após o parto. 
4.4- Licença parental inicial a gozar por um progenitor em caso de impossibilidade do outro 
 Surge no artigo 42 do código do trabalho e prevê que pai ou mãe possa gozar de licença parental inicial em situações de incapacidade física ou psíquica ou morte do progenitor que estiver gozando da licença.
4.5 - Licença-parental inicial exclusiva do pai
 Estabelece no artigo 43 do código do trabalho que é obrigatório o gozo pelo pai de uma licença parental de 15 dias úteis, seguidos ou interpolados, nos 30 dias seguintes ao nascimento do filho, sendo que 5 desses dias tem que ser gozados de modo consecutivo e imediatamente a seguir ao nascimento do bebê. Após esses 15 dias, o pai tem direito a mais 10 dias úteis de licença, seguidos ou interpolados, desde que gozados em simultâneo com o gozo da licença parental inicial por parte da mãe. 
O CÓDIGO CIVIL E AS ALTERAÇÕES DEFINIDAS PELA LEI 13.509/17 - INCOMPLETO
		Diante o conceito do poder familiar a doutrina esclarece que são direitos e deveres, os quais devem ser exercidos pelos pais em referência aos filhos, Carlos Roberto Gonçalves conceitua o poder familiar como:
 “filhos adquirem direitos e bens, sem ser por via de sucessão dos pais. Há, pois, que defender e administrar esses direitos e bens; e para este fim, representa-los em juízo ou fora dele. Por isso, aos pais foi concedida ou atribuída uma função semipública, designada poder parental ou pátrio poder, que principia desde o nascimento do primeiro filho, e se traduz por uma série de direitos-deveres, isto é, direitos em face de terceiros e que são, em face dos filhos, deveres legais e morais”.
 
		Adentre as alterações trazidas pela lei 13.509/17, a perda do poder familiar ocorre quando há irregularidade do pai ou da mãe, sendo ocasionado abandono ou entrega dos filhos a terceiros.
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
(...)V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.
		Evidentemente, a lei visa resguardar a proteção da criança ou adolescente diante os numerosos casos de abandono, destituindo o poder pátrio familiar nas hipóteses em que ocorrer a atrocidade prevista na lei.
 
ANÁLISE DA LICENÇA PARENTAL EM CASOS DE GUARDA PROVISÓRIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES FRENTE AO DIREITO DE FAMÍLIA
Pode-se afirmar que a guarda provisória tem um prazo determinado qual seja unicamente até que venha a ser substituída pelo poder familiar que irá nascer com a sentença concessiva da adoção aos novos pais. Desse modo, as pessoas que tem a guarda provisória só poderá ter a criança retirada de si se houver uma reviravolta no processo de adoção e por isso ela poderá ser caçada e a criança ou reabrigada ou devolvida à família biológica, ou seja, na guarda provisória se recebe uma criança que se quer como filho.
Segundo o civilista Carlos Roberto Gonçalves, a adoção “é o ato jurídico solene pelo qual alguém recebe em sua família, na qualidade de filho, pessoa a ela estranha”. Para Pontes de Miranda, “adoção é o ato solene pelo qual se cria entre o adotante e o adotando relação fictícia de paternidade e filiação. O conceito de adoção no ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), encontra respaldo no artigo 41:
“Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotando, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.”
Dessa forma todo o processo de adoção esta presidido nas normas dispostas ao ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) que tem o zelo de garantir o interesse do menor, e não apenas o direito de constituir uma família. Sendo primordial que o momento da adoção seja cercado de certeza dos adotantes para a construção afetiva de laços, em uma inclusão sadia da família. Conforme argumenta Cemim (2014, p.404): 
“Tanto as famílias que terão filhos biológicos como as que adotarão necessitam de preparação. A adoção será um elemento novo na estrutura de uma família. Geralmente a história dos pais adotivos, na nossa cultura, envolve algum tipo de sofrimento: “quase sempre em um cenário que tem ao fundo a vivência de impotência e uma culpabilidade cujas raízes provêm de diferentes fontes conscientes e inconscientes”. Apenas a evolução para uma posição mais amadurecida permite aos pais adotivos lidar com suas angústias e não investir o filho na função de suprir suas frustrações, omissões ou seus sentimentos de solidão e impotência”.
É importante salientar que a chamada “lei da adoção” (lei 12.010/09), tinha como objetivo principal garantir a irreversibilidade na adoção de crianças e adolescentes e jovens, a fim de protegê-los e evitar qualquer arrependimento superveniente por parte dos adotantes. 	No entanto, a implantação de cadastros, a subordinação dos adotantes a um procedimento de habilitação prévio gerou uma grande burocracia advinda da morosidade no campo da adoção, pois acabou ocasionando um grande desestímulo á adoção, a desistência de adotantes que esperavam anos da fila.
Diante da situação descrita acima, com o advento da lei 13.509/17, houve alterações ao Código Civil e a Consolidação das Leis do Trabalho, mas principalmente houve o resgate á adoção com a readequação necessária ao Estatuto da Criança e do Adolescente, no atual cenário da realidade do século XXI, tema que será abordado de maneira mais enfática mais adiante.
O código do trabalho, em seu artigo 33°, acerca do período de licença do trabalhador dispõe:
“períodos de concessão das prestações sociais correspondentes, atribuídas a um dos progenitores no âmbito do subsistema de solidariedade e do sistema previdencial da segurança social ou outro regime de proteção social de enquadramento obrigatório”.
Da mesma forma há além da licença parental em virtude do nascimento de um filho, a licença parental em virtude da adoção, referente aos direitos da parentalidade, conforme se verifica no Código do trabalho em seu artigo 35°:
Licença em situação de risco clínico durante a gravidez
Licença por interrupção de gravidez
Licença parental, em qualquer das modalidades
Licença por adoção
Licença parental complementar em qualquer das modalidades
Dispensa da prestação de trabalho por parte de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante, por motivo de proteção da sua segurança e saúde
Dispensa para consulta pré-natal
Dispensa para avaliação para adoção
Dispensa para amamentação ou aleitação
Faltas para assistência a filho
Faltaspara assistência a neto
Licença para assistência a filho
Licença para assistência a filho com deficiência ou doença crónica
Trabalho a tempo parcial de trabalhador com responsabilidades familiares
Horário flexível de trabalhador com responsabilidades familiares
Dispensa de prestação de trabalho em regime de adaptabilidade
Dispensa de prestação de trabalho suplementar
Dispensa de prestação de trabalho no período noturno
Todos estes direitos se aplicam apenas depois do nascimento do filho. 
Em um mesmo sentido, a lei 13.509/2017 veio a facilitar o processo de adoção no Brasil, promovendo alterações ao Estatuto da Criança e do Adolescente, ao Código Civil e a Consolidação das Leis do Trabalho.
O art. 392-A da CLT, com redação dada pela Lei 13.509/2017, prevê que à empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança ou adolescente será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392 da Consolidação das Leis do Trabalho, ou seja, de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário. Contemplando dessa maneira não apenas adoção de crianças, mas também a adoção de adolescentes. Há saber de acordo com o artigo 2° da Lei 8.069/1990:
“Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.”
Entre as modificações na CLT são possíveis vislumbrar também modificações não somente quanto a Licença-maternidade para mulher que adotar criança ou adolescente, tanto como estabilidade provisória para empregado adotante (artigo 391) e também o descanso para amamentação (artigo396)
 	O art. 391-A da CLT prevê que a confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante estabilidade provisória prevista na alínea “b” do inciso II do art. 10 do ADCT da CF/88 (desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto).
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção.
O art. 396 da CLT prevê que a empregada mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a dois descansos especiais de meia hora cada um, para amamentar seu filho. Sendo que a lei 13.509/2017dispõe este mesmo direito para a empregada que deseja adotar um filho. 
“Art. 396. Para amamentar seu filho, inclusive se advindo de adoção, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um.”
Referente ás alterações ocorridas no ECA ( Estatuto da Criança e Adolescentes) se destacam, principalmente, modificações advindas sobre a convivência familiar e o apadrinhamento. Uma vez que, o prazo que antes era estipulado livremente pelo juiz para a fase inicial da adoção, denominado estágio de convivência familiar, atualmente possui prazo de 90 dias. E para cada casal que reside fora do Brasil o período é de 30 á 45 dias, pois antes não se previa tempo máximo para o estágio de convivência familiar. 
Já o apadrinhamento nada mais é que a afetividade com as crianças e adolescentes que de algum estão em plena situação de risco, demonstrando para as mesmas como funciona uma vida familiar saudável. Sendo este “programa” realizado especialmente para crianças e adolescentes que vão ficando anos em instituições ou em programas de acolhimento familiar. Conforme se verifica nos artigos abaixo descritos:
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão participar de programa de apadrinhamento.
§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. 
(...)
§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva.
COMPARAÇÃO DAS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ESTABELECIDAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PELA LEI 13.509/17 NA GUARDA PROVISÓRIA
		As principais novidades abordadas pela Lei 13.509, referentes ao ECA foram a inclusão de preceitos onde o estatuto, há certos momentos, era omisso, dessa forma evitando uma interpretação com uma menor analogia pelo poder judiciário, como é visto no artigo 19-A, §4º da Lei; 
Art. 19-A, §4º - Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional.	
		A adoção provisória da família habilitada também poderá ocorrer na forma do artigo Art. 19-A, §6, quando os genitores responsáveis não exercerem o poder familiar ou a guarda, aos representantes habilitados será concedida a guarda do menor.
	 	Nas duas hipóteses, o direito da pessoa responsável pela guarda provisória é resguardado, bem como nos tópicos anteriormente citados, fazendo com que a família adotante tenha um preparo maior eliminando à possibilidade de imprevistos decorrentes do processo de adoção.
O prazo para conclusão do procedimento adotivo 
	
		Na CLT de 1943, o prazo estipulado para a adoção era avaliado pelo próprio juiz, aplicando uma ideologia através do caso concreto onde mensurava a data, segundo seu entendimento. Já de acordo com as novidades trazidas pela nova lei o período de convivência da criança ou adolescente com seus futuros país passam a ser de máximo 90 dias, e o prazo para conclusão do procedimento adotivo passa a ser de 120 dias.
		As alterações envolvendo o prazo para adoção ainda são imensamente repercutidas devido à precariedade de nosso sistema judiciário, a falta de estrutura e desenvolvimento dificulta a adaptação de nosso juízo brasileiro para o melhor aproveitamento das alterações estabelecidas pela lei. Atualmente as Varas da infância de todo o país encontram enorme dificuldade em lhe dar com essas mudanças.
		Ainda em meio as criticas recebida, a nova lei e bem recebida em grande parte das famílias brasileiras que desejam adotar ou que já estão aguardando para a conclusão do processo adotivo, esses dois grupos familiares relatam grande com grande confiança de que com a nova lei em vigor a adoção tornou-se um procedimento mais simples.
As modificações estabelecidas no quesito à prioridade na adoção 
		Nesse ponto, a lei trouxe uma importante matéria que não era bem estabelecida pela norma anterior. O critério “prioridade” busca aumentar significativamente a visão familiar na possibilidade de adoção da criança ou adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde e também o de grupo de irmãos
		Essa alterações foram implementadas pelo artigo 50, §15, LEI Nº 8.069, e dispõe que:
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção.      
§ 15.  Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de grupo de irmãos.
  		O objetivo dessa nova proposta é minimizar a diferença no volume adotivo entre às crianças, trazendo um critério de igualdade maior entre elas, concedendo às crianças e adolescentes a igualdade na medida de suas desigualdades, perante a sociedade.
 
 Famílias homoafetivas
 A união entre homossexuais vem crescendo cada vez mais no Brasil,aonde, este novo tipo de família vem aparecendo e se concretizando. Estes casais passam a exigir o respeito por toda a parte da população e lutam por seus direitos e igualdade, principalmente no que diz respeito à construção familiar, como o reconhecimento do casamento homoafetivo no cartório, a adoção de filhos e a inseminação artificial. 
Nos tempos atuais, a família deixa de ser somente uma relação entre homem e mulher, deixa de ter somente uma família matrimonial, e passa a haver uma pluralidade de modelos de família, como a família eudemonista, a família multiparental, a família paralela e a estudada por este ponto do artigo, a família homoafetiva.
A família homoafetiva é aquela constituída por pessoas do mesmo sexo, onde se fundamenta a afetividade na relação destas duas pessoas. Com o decorrer do tempo esse tipo de família tem alcançado o reconhecido de alguns direitos, porém essa igualdade não está totalmente alcançada, já que vem sofrendo um grande repudio social e uma rejeição religiosa, por acharem que tais tipos de família não conseguem se multiplicar. Este fato não se confirma, uma vez que no mundo contemporâneo existe a inseminação e a adoção de filhos por estes casais, como podemos ver no trecho da doutrina Manual de Direito de Família de Maria Berenice Dias:
Apesar de a ideologia da família parental de origem patriarcal pensar o contrário, não é requisito indispensável para haver família que haja homem e mulher, pai e mãe. Não se pode fechar os olhos e continuar acreditando que os casais de pessoas do mesmo sexo, por não disporem de capacidade reprodutiva, simplesmente não possuem filhos.
[...]
É cada vez mais comuns casais homossexuais fazerem uso de bancos de material reprodutivo, firmando ambos os termos de consentimento informado. Gays utilizam o sêmen de um ou de ambos para fecundar uma mulher. Lésbicas extraem o óvulo de uma , que , fertilizado in vilro, é implantado no útero da outra, que vem a dar à luz.” DIAS, MARIA BERENICE. Manual de. Direito das Famílias.
De fato, os filhos sendo eles biológicos quanto adotados, não podem crescer em meio a este preconceito, já que terão dois pais ou duas mães. Este preconceito poderá trazer sérios problemas à criança, onde ela poderá se sentir excluída, ou pode até mesmo rejeitar seus pais, e indo contra o respeito e a dignidade da pessoa humana e infringindo o direito a liberdade, previsto na constituição Federal de 1988, de cada um a construir a família como bem entender.
A LICENÇA PARENTAL NOS CASOS DE ADOÇÃO POR CASAIS HOMOAFETIVOS
Em virtude do princípio da igualdade, após o reconhecimento da união estável de casais homoafetivos como entidade familiar e, logo com a edição da Resolução 175 do CNJ que autoriza o casamento civil por pessoas do mesmo sexo e a conversão da união estável em casamento, seria inconcebível não aplicar, ainda que em analogia, os direitos concernentes às mulheres aos homens que adotam.
Tendo em vista que a licença visa aumentar e fortificar os laços, principalmente nos casos de adoção, negar a licença paternidade seria um ato atentatório à família homoafetiva, já aceita pelo Estado e pela sociedade.
Diante disso, em razão da ausência de previsão legal sobre a concessão da “licença maternidade” aos pares homoafetivos, em muitos casos, é necessário que o interessado recorra ao poder judiciário para obter o seu direito e, assim, se afastar do emprego pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias, com direito à remuneração e, consequentemente, ter a garantia da estabilidade provisória.
Os tribunais têm concedido essa licença parental ampliada, sempre aplicando o direito por analogia em respeito ao princípio da igualdade, o melhor interesse da criança e do direito da família que, conforme previsão do artigo 227, CR/88, tem especial proteção do Estado.
Neste sentido:
PROTEÇÃO AO PAI ADOTANTE CONTRA A DISPENSA IMOTIVADA. CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. LICENÇA ADOTANTE. EMPREGADO GUARDIÃO. RELAÇÃO HOMOAFETIVA. IGUALDADE DE DIREITOS.
Em sintonia com a Constituição Federal que ampliou o conceito de família, a CLT em seus arts. 392-A e 392-C instituiu as hipóteses de concessão de licença adotante, nos mesmos moldes e prazos da licença maternidade, não se restringindo ao sexo feminino, uma vez que aos empregados do sexo masculino também é facultada a adoção de forma independente ou em união homoafetiva.
Entendo que a diferenciação constitucional entre homens e mulheres se fundamenta na existência de ações afirmativas aos direitos das mulheres, não se constituindo em óbice à que o homem que adote uma criança usufrua dos direitos integrais de estabilidade e licença gestação, mormente quando em uma relação homoafetiva.
Comprovada, no caso concreto, a concessão de guarda provisória de menor ao autor, considera-se nula a dispensa no curso da licença adotante, independentemente de se tratar de contrato a prazo determinado, diante da estabilidade provisória conferida ao empregado, por aplicação análoga da Súmula 244, II do TST. Recurso a que se dá parcial provimento.( Recurso Ordinário nº: 0011352-75.2015.5.01.0001. Tribunal Regional do Trabalho. Relator Sayonara Grillo Coutinho Leonardo da Silva. Data de julgamento 12/05/2017).
Os adotados precisam de um tempo especial com seus novos pais, uma vez que ali si instaura uma nova família. Na jurisprudência, fica claro que o principal interessado e beneficiário é a criança, e será nestes dias as suas primeiras experiências com os novos pais, onde ali irá se acostumar com o mundo novo propiciado a ele. Tendo isto como base, o empregador não pode deixar de dar a licença de paternidade somente porque é um casal homoafetivo, tem que haver a igualdade de gêneros, e respeitar a liberdade da formação de famílias, conforme a Constituição de 1988 prevê, respeitando, o período de licença, independente se o empregador beneficiário for contratado sob o regime por tempo indeterminado ou determinado. 
Ementa: SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. Licença adoção. Autor que vive em união homoafetiva. Reconhecimento do direito pleiteado que dá eficácia ao princípio da isonomia. Benefício social que envolve bem-estar de menor impúbere. Proteção à dignidade familiar - Observância à proteção especial concedida à criança pela Constituição Federal . Sucumbência mínima do autor. Verba honorária comporta redução. RECURSOS PROVIDOS EM PARTE, para redução dos honorários advocatícios para R$3.000,00.(Apelação nº: 1039082-82.2014.8.26.0114. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Relatora Isabel Cogan. Data de julgamento 07/04/2016).
Outro caso concreto, onde se tem um servido público, que vivendo em união homoafetiva, conseguiu o beneficio a licença parental, garantindo a isonomia e igualdade e poder participar dos primeiros momentos do inicio da nova família formada, tendo a criança o devido cuidado, carinho, afeição e segurança desde o inicio na sua nova família.
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR. ADOÇÃO OU GUARDA DE CRIANÇA. LICENÇA REMUNERADA DE 120 DIAS. CONCESSÃO. DIREITO DO FILHO. CASAL HOMOAFETIVO. DISCRIMINAÇÃO. VEDAÇÃO. 1. A licença é direito também do filho, pois sua finalidade é "propiciar o sustento e o indispensável e insubstituível convívio, condição para o desenvolvimento saudável da criança" (TRF da 3ª Região, MS n. 2002.03.00.026327-3, Rel. Des. Fed. André Nabarrete, j. 24.11.05), razão pela qual a adotante faria jus ao prazo de 120 (cento e vinte dias) de licença remunerada. 2. Pelas mesmas razões, é razoável a alegação de que importaria em violação à garantia de tratamento isonômico impedir a criança do necessário convívio e cuidado nos primeiros meses de vida, sob o fundamento de falta de previsão constitucional ou legal para a concessão de licença de 120 (cento e vinte) dias, no caso de adoção ou de guarda concedidas a casal homoafetivo. De todo modo, após a ADI n. 132 não mais se concebe qualquer tipo de discriminação ou mesmo restrição legal em razão de orientação sexual. E, como consectário lógico, à família resultantede união homoafetiva devem ser assegurados os mesmos direitos à proteção, benefícios e obrigações que usufruem aquelas que têm origem em uniões heteroafetivas, em especial aos filhos havidos dessas uniões (STF, ADI n. 4277, Rel. Min. Ayres Britto, j. 05.05.11).
Conforme a jurisprudência citada acima, a decisão do Tribunal, garantiu não só apenas o direito ao casal homossexual de ter o beneficio da licença parental, mas antes de tudo, garantiu que a criança adota, que é a principal beneficiada, tenha o seu direito inviolado, direito este de convívio com a sua nova família, de poder se desenvolver, ao lado de seus novos pais, de receber o afeto e o carinho que ele tanto necessita.
FALTA ABORDAR: 
Subsídio parental 
Direito a licença parental complementar
Referência(s) Bibliográfica(s)
BRASIL. LEI Nº 13.509, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2017. Dispõe sobre adoção e altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 10.406, de 10 de janeiro 2002. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13509.htm>. Acesso 18 de março de 2018
BRASIL.Senado Federal. Críticas à lei nacional de adoção. Disponível em: <https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/adocao/contexto-da-adocao-no-brasil/criticas-a-lei-nacional-de-adocao.aspx>. Acesso em: 22 de março de 2018.
DAUD JUNIOR .Antônio. Lei 13.509 – mais alterações na CLTHYPERLINK "https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-13-509-mais-alteracoes-na-clt/". Disponível em: <https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-13-509-mais-alteracoes-na-clt/> Acesso em: 19 de março de 2018.
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 10ª edição. Porto Alegre: Livraria do Advogado.
EFRAIM. ANITA. Como funcionam a licença-maternidade e a licença-paternidade para casais homoafetivos? Disponível em: <http://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,como-funcionam-a-licenca-maternidade-e-a-licenca-paternidade-para-casais-homoafetivos,10000077838 > acesso em 20 de março de 2018.
GONÇALVES, Carlos Roberto – Direito Civil Brasileiro, volume 6: direito de família – 9ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.
MONTE. Hávilla Fernanda Araújo do; OLIVEIRA. Thaís Freitas de. Adoção por casais homoafetivos. A nova família e suas possibilidades jurídicas. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/19993/adocao-por-casais-homoafetivos> Acesso em 22 de março de 2018.
NASCIMENTO. Marcelo C. Mascaro. A licença paternidade no direito do trabalho. Disponível em :< http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI164107,11049-A+licenca+paternidade+no+direito+do+trabalho> . Acesso em 31 de Abril de 2018
http://genjuridico.com.br/2017/11/28/estabilidade-provisoria-adotante-licenca-maternidade-adocao-crianca-adolescente/
www.conjur.com.br/2017-nov-23/lei-tenta-agilizar-adocao-proibe-demitir-quem-guarda-provisoria
http://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/comentarios-a-lei-13-509-2017-que-facilita-o-processo-de-adocao#.WsAlmIjwbIU
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITO-E-JUSTICA/542313-CAMARA-APROVA-PROJETO-QUE-AGILIZA-PROCEDIMENTOS-DE-ADOCAO-DE-CRIANCAS-E-ADOLESCENTES.html
http://www.migalhas.com.br/Registralhas/98,MI272501,21048-A+lei+135092017+e+a+ressurreicao+da+adocao
http://silvanammadv.blogspot.com.br/2013/08/guarda-definitiva-x-guarda-provisoria-x.html
6 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do trabalho. 28 ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 615
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http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos2012_1/juliana_guilhermano.pdf
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