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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP UNIDADE VILA DOS REMÉDIOS – OSASCO-S/P SERVIÇO SOCIAL – BACHARELADO 8º SEMESTRE CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL ADILZA ARRUDA DOS SANTOS RA – 9133215604 DIABETES MELLITUS: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS ORIENTADORA: Simone Carvalho Artigo apresentado ao Curso de Serviço Social do Centro de Educação à Distância – CEAD da Universidade Anhanguera UNIDERP como requisito obrigatório para o cumprimento da disciplina de TCC II. Osasco, 29/11/2017. 1 1-AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado sabedoria, garra, força, e me conceder a oportunidade de concretizar mais este sonho na minha vida. Aos meus pais, Adilson (in memoriam) e Maria José, por todo incentivo, carinho e dedicação, em especial ao meu Pai, pois dediquei todos os estágios, Projetos e TCC, onde fiz estes trabalhos voltado a doença que o tirou a vida (Diabetes Mellitus II). A minha filha amada, Samilla, mesmo morando muito distante, em outro pais, me apoiava sempre, incentivava, me ouvia nos momentos de desespero quando algo não dava certo, nunca me deixou desistir, agradeço a Deus todos os dias por você existir e me apoiar sempre. Aos meus irmãos: Adenilza, Adenilson e Adilson Filho, que sempre me apoiaram nessa caminhada. Ao meu esposo Manoel, por ter me acompanhado ao longo desta jornada e ter suportado meus momentos de estresses, loucura, momentos que chorava e ria ao mesmo tempo. Às minhas colegas de Faculdade, em especial: Mariana, Amanda, Marcia, Alexandra e Luciane pelos momentos felizes e pelas gargalhadas que me fizeram dar. Às minhas supervisoras de estágio: Amanda e Deise Aparecida, por todo carinho, atenção e dedicação, que aceitaram o desafio de mostrar a prática de um Assistente Social, que pode até parecer fácil, mas no fundo é uma prova. Aos demais familiares, por terem me apoiado e terem compreendido minha ausência em alguns momentos. Aos Professores e Coordenação que contribuíram para minha formação profissional. A todos vocês muito obrigada!!! Amo todos vocês!!! 2 2-DIABETES MELLITUS: CAUSAS E CONSEQUENCIAS RESUMO Este artigo tem como finalidade principal abordar o Diabetes Mellitus, suas causas e consequências, principalmente na população idosa, é cediço que o diabetes constitui de um grupo de doenças metabólicas que apresenta características em comum a hiperglicemia. No diabetes, a hiperglicemia ocorre devido a defeitos na secreção da insulina e/ou na sua ação. A hiperglicemia crônica e a desregulamentação metabólica encontra-se associada a várias complicações como disfunções e insuficiência de vários órgãos. No sentido de buscar melhor compreensão ao fenômeno pesquisado, teve-se como norte a pesquisa bibliográfica, fundamentada na revisão de literatura de cunho descritiva em que as principais teorias estudadas compreendem: Dantas(2005), Fernandes(2004), Gomes (20011, Mendes(20011), Sartoreli e Franco(2003), além de documentos eletrônicos da Sociedade Brasileira de Diabetes; Portal da Saúde, Documentos do Ministerio da Saúde, entre outros. Os estudos indicaram que os conhecimentos sobre a diabetes devem ser melhor divulgados, sobretudo na população idosa que é a que mais sofre desse mal, carecendo, portanto de melhores cuidados tanto da família como também dos órgãos governamentais. PALAVRA-CHAVE: Hiperdia. Diabetes Mellitus.Saúde do Idoso. Qualidade de vida. 3 2.1-ABSTRACT This article has main purpose to approach the Diabetes Mellitus, their causes and consequences, mainly in the sênior population, it is clever that the diabetes constitute of a group metabolic diseases that it presentes as characteristic in common the hyperglycemia. In the diabetes, the hyperglycemia happens due to defects in the secretion of the insulin and/or in her action. The chronic hyperglycemia and the metabolic deregulation is associated to several complications as dysfunctions and inadequacy of several organs. In the sesse of looking for better understanding to the researched phenomenon was had as nort the bibliographical research, based in yhe revision of descriptive stamp literature in that the main studied theories understood: Dantas(2005), Fernandes (2004), Gomes (2011), Mendes((2011), Sartoreli and Franco(2003), besides electronic documents of the Brasilian Society of Diabetes; Portal of the Health, Documents of Health, among others. The studies of Diabetes; Portal of the Health, Documents of Ministry of Health, among others. The studies indicated that the knowledge on to diabetes they should be published better, above all in the senior population that in what more suffers of that evil, lacking therefore of better cares as much of the family as well as of the government organs. KEY-WORDS: Hiperdia. Diabetes Mellitus. The senior’s health. Life quality. 4 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS............................................................................................. 1 RESUMO............................................................................................................... 2 ABSTRACT........................................................................................................... 2.1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 3 CONTEXTO HISTÓRICO DO DIABETES MELLITUS II....................................... 4 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................. 5 DIABETES MELLITUS II...................................................................................... 5.1 CLASSIFICACÃO E TIPOS DE DIABETES......................................................... 5.2 FATORES DE RISCO.......................................................................................... 5.3 ORIENTAÇÃO ALIMENTAR................................................................................. 5.4 OBESIDADE......................................................................................................... 5.5 DIABETES GESTACIONAL................................................................................. 5.6 IDADE,SEXO E GRUPO ETNICO....................................................................... 5.7 SEDENTARISMO................................................................................................. 5.8 FATORES GENETICOS....................................................................................... 5.9 EXERCICIOS FISICOS............................................................................................6 ORIENTAÇÃO ALIMENTAR.................................................................................. 6.1 NECESSIDADE CALÓRICAS............................................................................... 6.2 DIETA FRACIONADA............................................................................................ 6.3 CONSUMO DE ALIMENTOS DIETÉTICO............................................................ 6.4 INGESTÃO DE SAL.............................................................................................. 6.5 5 USO DE ADOÇANTES........................................................................................ 6.6 CONSUMO DE BEBIDAS ALCÓOLICAS............................................................ 6.7 ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL..................................................................7 ASSISTENTESOCIAL E O TRATAMENTO DA DIABETES............................... 7.1 AUTO COUDADO COM O DIABETES..................................................................8 CUIDADO COM OS PÉS.......................................................................................9 HIGIENE CORPORAL........................................................................................... 10 HIGIENE ORAL..................................................................................................... 11 AUTOAPLICAÇÃO DE INSULINA......................................................................... 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 13 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS...................................................................... 14 6 3-INTRODUÇÃO Pode-se dizer que o envelhecimento da população, a urbanização e o estilo de vida causado, sobretudo pela globalização e as novas tecnologias, tem aumentado desmasiamente o sedentarismo, isso aliado ao alto consumo de álcool e outras drogas, produtos industrializados com grandes quantidades de açúcar e sal, firmam- se como principais responsáveis pelas doenças crônicas. O diabetes mellitus encontra dentre essas doenças representando um grave problema de saúde pública. Essa questão tem despertado atenção dos órgãos de saúde em todo país, a Organização Mundial de Saúde(OMS) acerca dessa questão, recomenda ações urgentes para minimizar e reduzir os piores efeitos que essa doença pode causar. Portanto, a fim de compreender quais as principais causas e as suas consequências aos idosos que em virtude do estilo de vida estão mais propensos a desenvolver a doença se propôs o desenvolvimento desse artigo, pois se acredita que este será de grande relevância à classe acadêmica e a população em geral. Neste sentido, o artigo em si se justifica, mesmo que dentro de um enfoque bibliográfico, tendo como base a revisão da literatura, nesta procurará agregar o maior numero possível de informações já publicadas acerca do assunto que acredita-se serem suficientes para entender o fenômeno a ser pesquisado. Na raiz dessa abordagem, o artigo encontra-se sistematizado da seguinte forma: no primeiro momento aborda o contexto histórico da diabetes mellitus, suas características e conceitos, classificação e tipos de diabetes, diagnósticos e principais sintomas e os critérios utilizados desse diagnostico. No segundo momento, discute-se o tratamento combinado no diabetes mellitus tipo 2, as principais causas e consequências do diabetes em idosos com destaque à diabetes hereditária. Em terceiro plano, traz a tona como se processa a prevalência do diabetes mellitus em idosos, a aplicação de insulina e as melhores formas de prevenção da doença. As informações mais pertinentes acerca do tema estão disponibilizadas no decorrer do texto. 7 4-CONTEXTO HISTORICO DA DIABETES MELLITUS Relatos dos sintomas atribuídos ao diabetes, remonta há quase 4000 anos, desde então muito se desenvolveu no conhecimento dessa patologia, de tal sorte que atualmente já terem sido feitos transplantes celulares no começo desse século para a cura da doença(BRASIL, 2001). Conforme Fernandes (2009), as primeiras informações acerca ao diabetes remetem a era egípcia, pois papiros descobertos no século XV já contavam sintomas característicos da doença, mas sem, no entanto denomina-la. Entre o povo Hebreu inúmeras praticas endócrinas foram relatadas. A partir dos relatos dessa época, pode se dizer que existia a prevalência do diabetes gestacional, mesmo porque o aborto chegou a ser permitido nos casos em que a gravidez apresentasse risco para a vida da mamãe. No século IV A.C., registrou-se também em algumas pessoas na Índia o sabor adocicado da urina. Ainda destacando Fernandes(2009), o diabetes de fato somente teve sua descrição cerca de dois milênios depois do século supramencionado, por um médico da região grega da capadócia, cujo nome era Abreu, por volta de 70 d.C. Esse cidadão, que viveu numa Grécia dominada pelo império Romano, [...], esse cidadão observou quatro complicações nos doentes (lembrando que poli se refere a muito): polifagia(fome), polidipsia(sede), poliuria(urina) e poliastenia(fraqueza). Ariteu também percebeu que quem tinha esses sintomas, quase sempre, entrava em coma antes de encontrar o Ades, vulgo morrer; era algo “grave e misterioso”, pois mesmo com a fartura de alimentos, a falta de energia era clara. Foi inclusive esse respeitadíssimo que deu o nome a doença de diabetes(que nada tem a ver com as chacretes do diabo) (Fernandes, 2009, p. 5). A partir dai por meio do conhecimento extraocidental, mais precisamente na década 1670, o médico inglês Thomas Willis experimentou a urina de inúmeros cidadãos que apresentavam os mesmos sintomas, descobrindo que a urina era doce. Sistema endócrino é o conjunto de órgãos que apresentam como atividades características a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados na corrente sanguínea e irão atuar em outra parte do organismo, principais órgãos produtores de hormônios são: a hipófise, o hipotálamo, a tireoide, as paratireoides, as supra-renais, o pâncreas, o fígado, as gôndolas e os ovários muitos doces e cheios de açúcar, deu-se então o nome de Mellitus, referindo-se ao sabor de mel(OMS,2008). Segundo Canon da Medicina, de Avicena, em 1975, Dopson identificou a presença de glicose na urina, e Frank classificou o diabetes de 8 duas formas: mellitus, ou vera, e insípida, sem urina doce. Em 1978, Cawley fez a primeira observação por necropsia em um diabético, e Jhon Rollo atribuiu causas gástricas a doença, conseguindo notáveis melhoras com um regime rico em proteínas e gorduras e com poucos carboidratos, e olha que ele nem sabia o que era betaoxidação e gliconeogênese! Somente em 1948 ocorreram os primeiros trabalhos experimentais relacionados ao metabolismo dos glicídios, quando foi descoberto o glicogênio hepático, motivo da aparição da glicose na urina, por excitar os centros bulbonares (Fernandes,2009,p.3). No ano de 1889, dois renomados cientistas alemães , Von Mering e Minkowski, por meios de experimentos chegaram a conclusão que pâncreas produz uma substancia , ou hormônios produzidos pelas ilhotas de Langerhans; alguns cientistas estiveram muito próximos de achar, mas não conseguiram. Somente Paul Langerhans descreveu esses hormônios, daí o nome de ilhotas de Langerhans; no ano de 1921, dois jovens canadenses, Banting e Charles Best, isolaram a insulina demonstrando seus efeitos hiperglicêmicos, sendo esta descoberta uma das maiores conquistas na área da medicina do século XX, pois, transformou a vida das pessoas diabéticas possibilitando a ampliação no campo do experimento e biológico, tendo como intuito o estudo da doença e do metabolismo de glicídios (FERNANDES, 2009). Em razão do diabetes encontrar-se conexo a maiores taxas de hospitalizações, existem maiores necessidades de cuidados médicos envolvendo incidência de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, cegueira, problemas renais e amputações não traumáticas de membros inferiores, isso tudo ocasiona uma alta carga para os sistemas de saúde dos países latino americanos, a grande maioria ainda com grandes dificuldades no controle de doenças infecciosas (POZZEBON,2012). No Brasil no final da década de 1980, estimou-se que o diabetes ocorria em cerca de 8% da população, de 30 à 69 anos de idade, residente em áreas metropolitanas brasileiras. Essa prevalência variava de 3% a 17% entre as faixas de 30-39 e de 60-69anos. A prevalência da tolerância à glicose diminuída era igualmente de 8%, variando de 6 à 11% entre as mesmas faixas etárias. Hoje estima-se 11% da população igual ou superior a 40 anos, o que representa cerca de 5 milhões e meio de portadores(população estimada IBGE 2005) (BRASIL, 2006.p.9). Estimou que 2% dos indivíduos acometidos com DM, após 15 anos de doença, estarão cegos e 10% terão deficiência visual grave. De 30 a 54%, terão algum grau de retinopatia, 10 a 20% de 9 nefropatia, 20 a 35% de neuropatia e 10 a 25% terão desenvolvido doença cardiovascular(BRASIL, 2006, p.32).Há diversos estudos na área de saúde que demonstram que o diabetes como causa de morte tem sido subnotificado, pois os diabéticos geralmente morrem devido às complicações cônicas da doença, sendo estas que figuram como causa de óbito. 5- REVISÃO DE LITERATURA 5.1 DIABETES MELLITUS II Segundo a OMS (2005), o número de adultos portadores da doença já era de 30 milhões na década de 80, em todo mundo e sabe-se que essa estatística ultrapassará até o momento os 173 milhões de diabéticos e que se multiplicara até o ano de 2030. A Diabetes Mellitus, é um problema de saúde pública de alta prevalência e por ser sistêmica, crônica e multifatorial, se torna cada vez mais difícil seu controle e pode deixar sequelas irreversíveis. Os danos em longo prazo causados pela doença referem-se à disfunção ou até mesmo falência de órgãos como: rins, olhos, nervos, vasos sanguíneos e coração.(BRASIL,2002. Sendo uma moléstia silenciosa, geralmente aparece em indivíduos acima dos 40 anos de idade. A Diabetes Mellitus, é denominada pela resistência ou secreção prejudicada de insulina, e caracterizada por um desequilíbrio do organismo ao metabolizar os alimentos, particularmente os hidratos de carbonos ou os açúcares. Para que a glicose possa ser utilizada convenientemente pelo organismo, é necessária a presença de um hormônio produzido pelo pâncreas chamado insulina. A incapacidade do corpo para guardar ou utilizar a glicose resulta em perda de peso, fome e cansaço. A diabetes também acarreta um distúrbio no metabolismo dos lipídios e acelera a degeneração de pequenos vasos sanguíneos. A doença muitas vezes se manifesta claramente e só é descoberto em exame médico de rotina. Essa doença costuma atingir um numero maior de pessoas hereditariamente predisposta à doença, embora a obesidade seja o principal indicativo de um diabete latente. Existem outros fatores que também podem contribuir para a existência da DM II, são eles: sedentarismo, estresse fisiológico ou emocional, gravidez, obesidade central (cintura), hipertensão arterial, colesterol, triglicérides maior que 150mg/dl, história de macrossomia (RN acima de 4 quilos), síndrome de ovários policísticos(condições que evolui com alterações menstruais ou hormonais), doenças cardiovascular, 10 vascular periférica e cerebrovascular, alguns fármacos como os diuréticos tiazidicos, corticoides supra-renais e anticoncepcionais orais que antagonizam os efeitos da insulina. A síndrome metabólica é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular e está relacionada à disposição central de gordura e a resistência a insulina. Segundo SMELTZER E BARE (2002), o DM é causado por um distúrbio metabólico devido a deficiência da produção de insulina ou queda de ação da mesma. É uma doença que não tem cura, mas que com tratamento em base nutricional, exercícios físicos, medicamentos hipoglicemiantes orais e insulina, conseguem manter os níveis glicêmicos. O exercício físico, a mudança de hábitos alimentares com acompanhamentos é a melhor terapia para o tratamento por favorecer a redução da circunferência abdominal e da gordura visceral, melhorando a sensibilidade a insulina e diminuir as concentrações plasmáticas de glicose e triglicérides, aumentando os valores HDL e assim reduzindo os fatores de risco para o desenvolvimento de Diabetes Mellitus e Doenças Cardiovasculares. O sedentarismo e sobre peso, leva ao aumento de glicose e acido graxos livres (AGL) que metabolizados são transformados em energia acompanhados de aumento de radicais livres(stress oxidativo). As doenças crônicas começam de formas agudas, sem muitas importâncias e se prolonga através da exacerbação e remissão. Muitas vezes é passível de controle, porém o acumulo de eventos e restrições adquiridas pelo tratamento pode levar a uma drástica mudança de estilo de vida das pessoas. Com a disponibilidade de tratamento moderno e autocontrole, quase todos os diabéticos tem possibilidade de viver normalmente. Para os portadores de diabetes dependente de insulina, a expectativa de vida é ligeiramente deferente de pessoas que não tem a doença, já os dependente de insulina têm expectativa de vida um pouco menos em função de distúrbios circulatórios ou cardíacos quando pré-existentes. Portaria nº 2.583/07 definiu o elenco de medicamentos e insumos disponibilizados aos usuários com DM, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).Entretanto, para que os direitos do usuário com DM, previstos na legislação, sejam assegurados, é necessário sua divulgação de modo a torná-los conhecidos pela população e profissionais de saúde (SANTOS; TEIXEIRA; SANTOS, 2011). 11 5.2- CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE DIABETES Os processos patogênicos envolvidos no desenvolvimento do diabetes variam muito, apesar de todas as formas terem em comum a hiperglicemia. Segundo Guyton e Hall (2006), existem dois tipos mais frequentes de Diabetes Mellitus: a) O diabetes do tipo 1 é causado pela destruição das células β do pâncreas, e é caracterizado pela ausência de secreção da insulina, na maioria dasvezes atinge população jovem, seu tratamento se resume a dieta e aplicação de insulina. “O termo tipo 1 indica destruição da célula beta que eventualmente leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte” (BRASIL, 2006a, p. 7). Esse tipo de diabetes pode ter o seu desenvolvimento de forma rápida ou progressiva, sobretudo na faixa etária de 10 a 14 anos de idade, já em adultos ele progride lentamente; b) O diabetes do tipo 2 é causado pela diminuição da sensibilidade dos tecidos-alvos ao efeito metabólico da insulina. Atinge pessoas com mais de 40 anos, seu tratamento é feito com dietas ou pastilhas. A maioria dos casos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura. Em geral, mostram evidências de resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de insulina manifesta-se pela incapacidade de compensar essa resistência. Em alguns indivíduos, no entanto, a ação da insulina é normal, e o defeito secretor mais intenso (BRASIL, 2006a). Outro tipo de diabetes encontrado frequentemente é o diabetes gestacional que é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada, inicialmente na gestação, podendo ou não persistir após o parto. Segundo o Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional (EBDG), 7,6% das mulheres em gestação apresentam intolerância à glicose ou diabetes (BRASIL, 2001). Em que pese o diabetes tipo 2 segundo afirma Sartoreli (apud MENDES, 2011, p. 3): “A DM2 está entre essas doenças crônicas que representam um grave problema de saúde pública pela alta prevalência no mundo e maior entre os idosos, pela morbidade e pelos fatores de risco cardiovascular e cerebrovascular”. Conforme recomenda o Programa de Prevenção do Diabetes (DPP), pessoas com risco de desenvolver o diabetes tipo 2 podem melhorar o nível de glicemia e retornar a níveis de normalidade com modificações no estilo de vida envolvendo dietae exercício. Idosos com pré-diabetes podem reduzir a probabilidade de progressão do diabetes tipo 2 12 em aproximadamente 70%. O controle do metabolismo conjugado com medidas preventivas e curativas de forma simples tem a capacidade de prevenir ou retardar o aparecimento das complicações crônicas do diabetes mellitus. 5.3- FATORES DE RISCO 5.4- OBESIDADE Não está associada ao diabetes insulinodependente, porem esta ligada três vexes mais ao diabetes não insulinodependente e também a diabetes gestacional duas vezes mais. 5.5- DIABETES GESTACIONAL Quando gestante apresentam diabetes na gravidez, há uma chance de desenvolver diabetes posteriormente. Alguns estudos mostram que 60% das mulheres gestantes num período de 16 anos apresentam o desenvolvimento da doença. 5.6-IDADE,SEXO E GRUPO ÈTNICO A incidência de diabete insulinodependente acontece entre os 10 e 15 anos de idade, e é semelhante entre os dois sexos (BRASIL, 2002). O diabete não insolinodependente apresenta prevalência e incidência a partir dos 40 anos de idade, sendo mais frequente em mulheres do que em homens. 5.7- SEDENTARISMO Está relacionado ao diabete não insulinodependente, pois a falta de exercícios diários e ingestão descontrolada dos alimentos favorecem a obesidade. 5.8- FATORES GENÉTICOS E FAMILIARES As pessoas que tem familiares diabéticos em 1º grau tem de duas a seis chances de virem a desenvolver o diabetes. 13 6. ORIENTAÇÃO ALIMENTAR O organismo pode ser comparado a uma máquina transformadora de energia, onde o combustível é o alimento que ingerimos. Consumimos diversos alimentos diferentes e a qualidade que ingerimos depende da nossa cultura, das nossas tradições e do nosso padrão socioeconômico. Os alimentos podem ser divididos em três grupos: as proteínas, as gorduras e os hidratos de carbono. Em nosso organismo, os hidratos de carbonos pela sua ação chamada “enzimas digestivas”, se transformam em glicose, nossa principal fonte de energia. O principal item da vida da pessoa portadora de diabete é o tratamento. Uma alimentação adequada controla o metabolismo, mas para que se obtenham esses resultados é necessário orientação e cooperação do paciente (TAKAHASHI, 1997). Para a falta de cumprimento das orientações nutricionais, condições socioeconômica, culturais e hábitos não saudáveis contribuem para a falta de cumprimento das orientações nutricionais. Segundo a AAD (Associação Americana de Diabetes) fala que é recomendado, nos apoio nutricional do paciente diabético um aumento moderado de carboidratos, aumento de fibras e diminuição de gorduras, e tomar muito cuidado com as proteínas devido a nefropatia. A elaboração de uma dieta e orientação alimentar, quando bem conduzidos oferece bem estar e qualidade de vida ao paciente (TAJKAHASHI, 1997). 6.1- NECESSIDADES CALORICAS A dieta de uma pessoa diabética é a mesma de uma pessoa normal. A necessidade calórica é relacionada à sua altura; peso; idade; sexo e atividade física. A redução de peso deve ser lenta e gradual mais ou menos de 1 a 2 kg por mês. A ingestão calórica também deve ser gradativa, para que o paciente consiga se adaptar a nova situação e não venha desistir do tratamento. (TAKAHASHI,1997). 6.2- DIETA FRACIONADA O fracionamento da dieta é fundamental para evitar hiperglicemia ou hipoglicemia. O ideal é que se faça de cinco a seis refeições diárias, tanto individuo sadio e principalmente diabético em especial, nos insulinodependentes. 14 6.3- CONSUMO DE ALIMENTOS DIETÉTICOS O Paciente deve ser esclarecido que alimentos dietético servem para várias finalidades e não especificamente para dietas baixas em calorias ou para diabéticas. Ao falarmos de alimentos diabéticos não podemos confundir como sendo um alimento sem açúcar ou baixa caloria. O consumo desses alimentos deve ser realizado com moderação, devido à taxa de calorias, pois oferece baixo teor de açúcar , mas alto teor de gordura.(TAKAHASHI, 1997). 6.4- INGESTÃO DE SAL O consumo de sal segundo a AAC ( Associação Americana do Coração) é de 1.000mg de sódio/1.00kcal não excedendo 3.000mg/dia. É preciso tomar muito cuidado com estrin severa de sódio em pacientes diabéticos com hipotensão postural mal controlada e desequilíbrio de fluídos ( TAKAHASHI,1997). 6.5- USO DE ADOÇANTES Não se deve fazer uso abusivos de adoçantes. Deve-se orientar o paciente de que os adoçantes são ingeridos nas varias formas(café, refrigerante, sucos e alimentos).È importante lembrar que o uso de adoçantes deve ser evitado durante a gestação, pois atravessam a placenta e seus efeitos sobre o feto ainda não são conhecidos. 6.6- CONSUMO DE BEBIDA ALCÓOLICA Deve-se orientar o paciente diabético quanto ao uso de bebida alcóolica, o seu consumo deve ser simultâneo com a ingestão de alimentos e dar preferencia as bebidas destiladas que são menos prejudiciais do que as bebidas fermentadas. O paciente deve assegurar que seu diabetes esteja controlado antes de ingerir bebida alcóolica e seu consumo não deve ultrapassar 6% do seu VCT (Valor Calórico Total), ou seja, para uma dieta de 2000 kcal, pode-se ingerir 30 ml de bebida destilada ou 120 ml de bebida fermentada (TAKAHASHI, 1997) 15 7– EXERCICIOS FÍSICOS A realização de atividade física é saudável para qualquer pessoa, pois oferece bem estar físico e mental ajuda na redução e manutenção do peso corpóreo. Quando o portador de diabetes realiza atividade física adquiri benefício para si próprio como: melhora no condicionamento físico, expansão na capacidade cardiorrespiratória, aumento da massa muscular e diminui a tensão psicológica provocada pela doença e pelos problemas diários. A pratica de exercícios físicos com regularidade tende a diminuir a glicemia nos diabéticos, ao mesmo há melhora na utilização da insulina. Pode ocorrer também diminuição dos níveis de lipídios no sangue reduz as possibilidades de ocorrerem problemas vasculares e doenças coronárias. São indicados exercícios físicos de intensidades moderada. As caminhadas são indicadas para os mais idosos e as corridas leves, natação, ciclismo, dança, ginastica aeróbica para os mais jovens. O diabético pode jogar vôlei, basquete e outras modalidades esportivas, desde que tome cuidado para não exceder a atividade e provocar hipoglicemia severa(TAKAHASHI et al, 1997). 8.0- ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL Quanto à experiência profissional do Serviço Social com pacientes diabéticos, existem a socialização das informações, a luta pelos direitos, a não discriminação, a articulação com outros grupos, a mobilização em torno de causas justas, a valorização do indivíduo e da coletividade.(PAPALEO, 2011) Em todos os atendimentos do Serviço Social, o profissional atua junto à equipe multiprofissional, contribuindo para a análise do sujeito em sua totalidade, com vistas à qualidade dos serviços prestados e para a concretização do princípio de atenção integral aos usuários do SUS. Portanto, o Projeto Ético-Político do Serviço Social é comprometido e articulado com os valores e princípios que se afinam aos do Sistema Único de Saúde, pois a área da saúde se caracteriza como um dos campos de enfrentamento das expressões da questão social. O assistente social, por ser capacitado para reconhecer a totalidade do sujeito, trabalha com a ampliação e consolidação da cidadania, visando à qualidade dos serviços prestados e, neste sentido, trabalha em prol da emancipação humana e logo, social. 16 8.1- O ASSISTENTE SOCIAL E O TRATAMENTO DA DIABETES Equipe multidisciplinar e interdisciplinar: Abordagem isoladanas áreas de atuação. 17 9.0- AUTO CUIDADO EM DIABETES É importante estimular o paciente a realizar o auto cuidado, buscando conquistar a auto estima, vontade de aprender, controlar e conviver com a doença (GUARIENTE et al, 1997). 10.0- CUIDADOS COM OS PÉS * Verificar os pés diariamente; * Avisar sempre que notar rachaduras, calos, alterações de cor e ulceras; * Calçar meias limpas de lã ou algodão e em elásticos; * Não usar calçados apertados; * Usar calçados confortáveis; * Não usar sapatos sem meias; * Jamais usar descalço; * Lavar os pés diariamente com água e sabão neutro; * Secar bem os pés e principalmente entre os dedos para evitar propagação de fungos bactérias; * Cortas as unhas uniformemente e com cuidado para não se ferir; * Não remover calos e unhas encravadas, deixar um profissional especializado que faça o procedimento; * Evitar o fumo, pois o cigarro dificulta a circulação sanguínea o que em diabéticos podem causar gangrena e até mesmo amputações. 18 11.0- HIGIENE CORPORAL * Manter a pele limpa através de banhos e secando bem as dobras cutâneas; * Evitar banhos demorados, pois a pele fica seca e quebradiça onde facilita o aparecimento de infecções; * Evitar arranhões, picadas, ferimentos e queimaduras, em caso de ferimentos, fazer a limpeza do local afetado com água e sabão neutro, observar edema, calor local, vermelhidão e procurar a unidade de saúde; * Observar presença de prurido vulvovaginal ou em qualquer região do corpo e avisar o médico. 12.0- HIGIENE ORAL * Realizar higiene oral, no mínimo nas principais refeições e fazer uso do fio dental com muito cuidado para não provocar sangramento; * Visitar o dentista periodicamente para prevenção bem como para detecção precoce de lesões como câncer bucal; * Orientar que antes de iniciar tratamento dentário é importante saber se o diabetes se encontra controlado. 13.0- AUTOAPLICAÇÃO DE INSULINA A equipe de saúde deve estar apta a treinar o paciente, para que o mesmo se torne independente de seus familiares ou dos serviços de saúde. Deve haver o controlo rigoroso dos horários de aplicação, lavagem das mãos antes e depois de cada aplicação; administração da insulina, realizar rodízios nos locais de aplicação para evitar atrofia e hipertrofia do tecido cutâneo; o frasco de insulina que estiver em uso poderá ser mantido fora da geladeira em temperatura ambiente, de preferência em local fresco, por exemplo, perto do filtro de água; nunca colocar o frasco insulina dentro do congelador (QUARIENTE et al, 1997. 19 14. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo nos permitiu observar que o diabetes mellitus é uma doença crônica não-transmissível que afeta milhares de pessoas no mundo todo. Sob a expectativa do aumento do número de afetados pela doença, torna-se muito importante para todos conhecerem mais sobre o assunto, já que boa parte dos fatores de risco podem ser diminuídos ou modificados com hábitos de vida saudáveis (dieta alimentar e atividade física), mesmo cientes de que fatores genéticos podem estar envolvidos em muitos casos. Entendemos que mudanças no estilo de vida sedentário não é tarefa fácil, envolvendo muita disciplina e apoio dos familiares e de toda equipe médica para o sucesso do tratamento. As complicações relacionadas ao DM2 representam uma importante questão no que diz respeito aos custos à saúde pública, uma vez que, os casos de internação no Brasil aumentam a cada dia. Portanto é necessário que existam programas de prevenção e orientação no sentido de evitar que pessoas saudáveis desenvolvam a doença por desconhecerem todos os fatores de risco e que os portadores da doença não prejudiquem ainda mais sua situação. É preciso á participação integral de vários profissionais de Saúde e do Assistente Social, onde ele irá atuar na prevenção e orientação da doença. O Serviço Social passa a fazer parte do conjunto de profissões necessárias à identificação e análise dos fatores que intervém no processo saúde e doença. Os Assistentes Sociais emprestam suas vidas para conscientizar, alertar e conhecer a vida de seus semelhantes, e assim abrir caminhos para possibilitar um melhor encaminhamento e solução dos problemas de uma grande parcela da sociedade que são tratados de forma diferente. São profissionais que ajudam a superar as políticas manipuladoras e demagógicas para políticas públicas sociais e promotoras do desenvolvimento social para todos sendo homens e mulheres em uma sociedade. Educar em diabetes é um processo ativo e contínuo através do qual profissionais, pacientes e familiares aprendem sobre o diabetes para a sobrevivência e melhoria da qualidade de vida. 20 15.0- REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS MOTA. A . E . Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2006. Dantas(2005), Fernandes(2004), Gomes (20011, Mendes(20011), Sartoreli e Franco(2003), (BRASIL, 2002), além de documentos eletrônicos da Sociedade Brasileira de Diabetes; Portal da Saúde, Documentos do Ministério da Saúde Diabetes – Causas e Consequências hpp://saúde. gov.br. Https://drrocha.com.br/tudo-sobre-diabetes-sintomas-causas-consequencias TAKAHASHI, O.C. et.al. Diabetes Mellitus- Uma Abordagem Simplificada para Profissionais de Saúde- Cap.5, Exercício Físico, pag.43-46; 1997. GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de pesquisa social.6.ed. São Paulo: Atlas, 2008. BRASIL, Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde-SUS, 1993. Sociedade Brasileira de Diabetes. 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