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ap1 Fisica Básica

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APOSTILA 
 
 
 
 
 
 
FÍSICA BÁSICA - 2FIS018 
 
DISCIPLINA DOS CURSOS DE LICENCIATURA E 
BACHARELADO EM FÍSICA 
 
 
 
Profs responsáveis: 
Prof. Dr. Marcelo Alves de Carvalho 
Prof. Dr. Alexandre Urbano 
 
 
 
 
 
 
 
 
2014 
Apostila de Física Básica - Informativo Geral 
 
1 
 
Informativo geral sobre Física Básica 
 
 
1. Histórico: 
 
A disciplina de Física Básica (2FIS018), que consta do currículo do Curso de Física da 
Universidade Estadual de Londrina, é dirigida a futuros profissionais em Física 
(licenciados e bacharéis). Ela foi idealizada e inicialmente ministrada há 30 anos pelos 
professores Isaac de Queiroz Júnior (falecido) e Roberto de Andrade Martins 
(atualmente professor de Física da UNICAMP), para alunos de Licenciatura em Física e 
química nos anos de 1974, 75 e 76. Já naquela época, se tinha ciência de que uma grande 
parte dos alunos que entra no Curso de licenciatura em Física da UEL apresentava sérios 
problemas de leitura, interpretação de textos, falta de traquejo com operações 
matemáticas simples, falta de familiaridade no manuseio e interpretação de gráficos, e 
principalmente, falta de método na resolução de problemas. Essas dificuldades se faziam 
refletir no elevado índice de reprovação (e desistência) nos dois primeiros anos do curso. 
O departamento de Física percebeu, ao longo do tempo, que os problemas 
enfrentados por considerável parte dos nossos calouros são idênticos àqueles 
apresentados há três décadas e, por isso mesmo, decidiu a re-oferta da disciplina na 
tentativa de sanar tais deficiências. 
 
2. Objetivos Gerais e Específicos: 
 
Ao longo dos anos temos constatado que os alunos não enfrentam grandes 
dificuldades quando se deparam com leis e conceitos físicos tais como força, carga 
elétrica, leis da óptica geométrica, etc. Não teremos, portanto, nessa disciplina, a 
preocupação de ensinar toda a física aprendida no ensino médio, e nem mesmo uma 
parte dela, mas de estimular e desenvolver certas capacidades e hábitos nos alunos, 
especificamente no que concerne a: 
- capacidade de compreensão de textos; 
- costume em planificar o trabalho a ser executado; 
- compreensão das relações lógicas em um enunciado; 
- capacidade de elaborar e interpretar gráficos; 
- compreensão de métodos úteis na solução de problemas simples, etc. 
Apostila de Física Básica - Informativo Geral 
 
2 
 
É claro que a lista das capacidades a serem desenvolvidas é imensa. 
Dessa maneira, o principal objetivo da Física Básica é a criação de atitudes e o 
desenvolvimento de métodos de trabalho e não o de fornecer aos estudantes certa 
quantidade de informações específicas. 
 
 
3. Conteúdo: 
 
Estando claro que o principal objetivo em Física Básica não é o de fornecer 
informações específicas, mas criar certas atitudes e desenvolver métodos de trabalho, o 
assunto que iremos estudar é secundário; a escolha recaiu sobre textos originais de 
radioatividade, de H. Becquerel. Pode parecer absurdo que, estudando sobre esse 
assunto, o aluno possa se preparar para as demais disciplinas básicas do currículo de 
Física. É justamente esse ponto que torna importante a presente iniciativa. Não há 
qualquer livro texto (nacional ou estrangeiro) que possa ser adotado em Física Básica - 
tanto pelo conteúdo e nível, quanto pelo tipo de abordagem escolhido. Assim sendo, 
todo o material necessário ao desenvolvimento da disciplina será distribuído na forma de 
textos que se baseiam em artigos (originais) escritos por cientistas que realizaram as 
principais descobertas sobre a radioatividade: Becquerel, Curie, Rutherford, etc. A 
elaboração desses textos exigiu o esforço de pesquisa histórica e bibliográfica de grande 
extensão, por parte dos docentes que idealizaram a disciplina. 
 
4. Atividades didáticas, Procedimentos e Avaliação 
 
A disciplina foi dividida em um determinado número de etapas a serem 
cumpridas que exigirão, acreditamos, de duas a duas semanas e meia de dedicação. Em 
cada uma dessas etapas serão introduzidas novas informações, técnicas e atitudes. Ao 
término de cada etapa deverá haver uma avaliação. Esse procedimento evita o acúmulo 
de trabalho e estimula o aluno a um estudo de modo continuado da disciplina. Estima-se 
que o aluno deva se dedicar, no mínimo, 6 horas extraclasse para alcançar um bom 
aproveitamento. Haverá, também, alguns questionários individuais aos quais não se 
atribuirá notas. Eles serão muito importantes para os docentes que ministram a disciplina 
uma vez que darão informações importantes como: evolução da disciplina, evolução do 
aluno na disciplina, etc. 
Apostila de Física Básica - Informativo Geral 
 
3 
 
Os estudantes que, a cada avaliação, obtiverem nota igual ou superior a 6,0 (o 
que corresponde a 60% de aproveitamento), passarão a se preparar para a avaliação da 
etapa seguinte da disciplina. Em caso contrário, se o rendimento obtido estiver entre 
40% e 60%, o estudante poderá preparar-se para duas avaliações de duas etapas, uma a 
cumprir e a próxima. Estudantes que obtiverem rendimento menor que 40% deverão 
preparar-se exclusivamente para a avaliação da etapa em atraso. A nenhum estudante 
está permitido participar da avaliação de uma dada etapa se o mesmo tiver duas 
anteriores com rendimento inferior ao mínimo exigido (60%). 
A disciplina é organizada de maneira a que os estudantes que obtiverem 
rendimento adequado nas avaliações possam cumprir suas tarefas didáticas até o mês de 
julho do ano letivo. Para estes estudantes restara cumprir o que denominamos prática 
vivenciada ao longo do curso, cuja atividade principal constará de auxiliar os estudantes 
com etapas em atraso. Aos estudantes com etapas a cumprir a partir de julho do ano 
letivo serão propiciados o atendimento fora do horário normal de aulas. A partir de 
julho, cada avaliação de uma dada etapa só poderá ser feita pelo aluno no máximo duas 
vezes, sendo atribuída ao aluno a maior nota obtida. A média final será obtida pela soma 
das notas referente às sete etapas divididas por sete. 
 
Apostila de Física Básica - Teste preliminar de compreensão de textos 
 
4 
 
Teste preliminar de compreensão de textos 
 
Nome: ______________________________________ Turma: _______ 
 
Este teste destina-se a verificar a sua capacidade de compreender aquilo que lê, e a 
compreensão de relações lógicas entre sentenças. Coloque à frente de cada afirmação 
abaixo uma letra, conforme a seguinte convenção: 
C – se a afirmação estiver correta de acordo com o “ Informativo Geral” de 
Física Básica, distribuído. 
E – se a afirmação estiver seguramente incorreta; ou seja, se ela contraria o 
“ Informativo” . 
X – se ela puder estar correta ou incorreta, mas não for possível afirmar uma 
coisa ou outra a partir do “ Informativo” . 
 
1) A disciplina “ Física Básica” começou a ser ministrada em 1973. 
 
2) Neste semestre, pela primeira vez, o departamento de Física começou a preocupar-se 
com as deficiências de seus alunos. 
 
3) O departamento de Física preocupa-se com as deficiências dos “ calouros” do curso. 
 
4) Segundo os comentários gerais, os alunos que entraram na UEL este ano são mais 
fracos que aqueles que entraram no ano passado. 
 
5) Há um elevado número de reprovação de alunos no curso de Física. 
 
6) Não é válido reprovar os alunos que atingiram o nível desejado. 
 
7) Não se observou, nos alunos, deficiências relacionadas ao conhecimento de leis e 
conceitos físicos. 
 
8) As disciplinas mais importantes, no primeiro ano, em Física são Física Básica e 
Estrutura da Matéria. 
 
Apostila de Física Básica - Teste preliminar de compreensão de textos 
 
5 
 
9) A “Física Básica” só poderia ser um “cursinho” ou “ colegial intensivo” . 
 
10) Não é útil em Físicaa capacidade de compreender textos. 
 
11) As deficiências realmente graves encontradas nos alunos são a falta de certas 
atitudes e capacidades. 
 
12) O objetivo de “Física Básica” é a aquisição de algumas atitudes e técnicas. 
 
13) A “ Física Básica” foi idealizada pelos professores Isaac de Queiroz Júnior e Roberto 
de Andrade Martins, há cerca de 30 anos atrás. 
 
14) Nenhum livro texto existente poderá ser utilizado em “ Física Básica” . 
 
15) Não há livros textos sobre “ radioatividade” . 
 
16) Becquerel, Curie, Rutherford e outros pesquisadores escreveram artigos científicos. 
 
17) “Física Básica” foi dividida em sete etapas didáticas. 
 
18) Na primeira etapa de “Física Básica” serão introduzidas novas informações, técnicas 
e atitudes. 
 
19) O resultado de “Física Básica” não depende do esforço do professor. 
 
20) Os alunos deverão se dedicar a, no mínimo, 6 horas de estudos diários para ter um 
bom aproveitamento nessa disciplina. 
 
21) Não é necessário obter aprovação em “ Física Básica” . 
 
22) No próximo ano letivo os professores de “Física Básica” serão Gilberto, Sandra e 
Veríssimo. 
Apostila de Física Básica - Teste de Resolução de Problemas 
 
6 
 
Teste de Resolução de Problemas 
 
O presente teste não se destina a fornecer uma nota; ele se destina a verificar a 
capacidade preliminar que você tem de resolver problemas complexos. Será realizado 
outro teste semelhante ao final do semestre a fim de verificar se sua capacidade de 
resolução de problemas desse tipo aumentou. Isto mostrará se a disciplina funcionou (ou 
não). 
 
1) Quatro meninas, Alice, Marta, Lúcia e Sílvia, competiram por uma bolsa de estudos. 
Alguém lhes perguntou qual tinha sido o resultado. Uma disse: “Lúcia ganhou, Marta foi 
a segunda” . Outra disse: “não, Lúcia foi a segunda, e Sílvia foi a terceira” . Outra disse: 
“Silvia foi a última, Alice foi a segunda” . Sabe-se que cada uma delas deu uma 
informação correta e outra incorreta. Quem ganhou a bolsa de estudos? 
 
2) Dois baldes cilíndricos e iguais são colocados, vazios, e ao mesmo tempo, sob 
torneiras diferentes. Quando a altura da água no primeiro é de 10 cm, a altura no 
segundo é 15 cm. Quando a água no primeiro atingiu a metade da altura, ela está a 10 
cm da borda do segundo. Foram necessários 6 minutos para que o segundo balde se 
enchesse. Quanto tempo foi gasto até que a água atingisse uma altura de 20 cm do 
primeiro balde? 
 
3) Um urso caminha 2 km para o Sul, 2 km para Leste e, andando mais 2 km para o 
Norte, ele torna ao ponto de partida. Qual é a cor do urso? 
 
4) Um homem enche um celeiro de palha em 3 dias. Dois homens esvaziam o celeiro em 
um dia. Se, ao mesmo tempo, 7 homens estiverem enchendo o celeiro, e 3 esvaziando, 
em quanto tempo o celeiro estará cheiro? 
 
5) Um mendigo é capaz de fazer um cigarro a partir de cada 5 tocos de cigarro. Ele 
possui 16 tocos que encontrou no chão; quantos cigarros ele poderá fumar? 
 
6) Um rei possui 15 guardas e quer que 5 deles fiquem em cada lado do castelo, que é de 
forma triangular. Todas as noites ele percorre o castelo, e olha para fora através de três 
janelas situadas no centro das paredes do castelo, a fim de contar o número de guardas 
em cada lado. Se, de alguma as janelas, não avistar 5 guardas, ele mandará decapitar a 
Apostila de Física Básica - Teste de Resolução de Problemas 
 
7 
 
todos eles. Os guardas não vêem o rei, e não podem correr de um 
lado para o outro durante a contagem. Qual é o número máximo 
de guardas que podem escapar para tomar cerveja de cada vez, 
sabendo-se que o rei enxerga bem mas é muito burro? 
 
 
Apostila de Física Básica - Primeira Etapa 
 
8 
 
 
FÍSICA BÁSICA – PRIMEIRA ETAPA 
 
 Este é o primeiro material de estudo de Física Básica. Consiste de um artigo curto 
e uma série de questões sobre o mesmo. O texto é de autoria de Henri Becquerel, 
considerado o descobridor da radioatividade. Na época em que o artigo foi escrito, 
ninguém ainda tinha ouvido falar em radiações alfa, beta e gama; o nome “ radiação” era 
aplicado apenas à luz, às ondas de rádio, à radiação infravermelha e ultra-violeta; e aos 
raios X, que tinham sido descobertos no mês anterior ao da apresentação deste trabalho 
de Becquerel. Foi justamente a descoberta dessa radiação que motivou a pesquisa 
exposta neste artigo. Becquerel acreditava que as substâncias fosforescentes emitiam 
raios X, devido a alguns estudos anteriores de outros cientistas; e resolveu pesquisar o 
assunto. 
 
 Após ler o artigo, você deve responder às questões apresentadas. Após as 
questões, são fornecidas as respostas consideradas corretas. O método de estudo consiste 
em ler a questão, respondê-la, e só depois conferir sua resposta com a que é fornecida. 
Alguém pode ser tentado a ler a pergunta e imediatamente consultar a resposta. Isso é 
permitido, mas não lhe ensinará muito. Os testes de avaliação conterão questões 
diferentes, mas do mesmo tipo. Se você não se esforçar para resolver estas, não poderá 
ter sucesso na avaliação. 
 
 Procure compreender bem as questões (tanto no caso de ter acertado como no caso 
de ter errado). Para isso, discuta as respostas com seus colegas e, se isso não levar a um 
esclarecimento completo, consulte o professor. 
 
 Após as questões, há uma espécie de “ dicionário” que explica os termos 
científicos menos comuns do texto. 
 
 Além desse trabalho em classe, há trabalhos a serem realizados fora da classe, 
individualmente. Eles não serão recolhidos, e não será atribuída nota ou conceito a quem 
os realizar. O interesse em aprender deve ser seu, e não nosso. É importante que esses 
trabalhos sejam efetuados individualmente pois, nos testes de avaliação, o trabalho 
também será individual. Quem só for capaz de resolver as questões em conjunto com 
Apostila de Física Básica - Primeira Etapa 
 
9 
 
outras pessoas não estará preparado para o teste. Esperamos que você atinja os objetivos 
propostos para a disciplina. Bom estudo! 
 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
10 
 
 
PRIMEIRO TEXTO: 
 
Primeiro Texto: “ Sobre a radiação emitida na fosforescência” 
Autor: Henri Becquerel 
(tradução de “ Sur les radiations émises par phosphorescence” ; r evista Comptes 
Rendus de l´Academie des Sciences, Paris, 1896, volume 122:páginas 420-421; 
24/02/1896) 
 
 Em uma reunião precedente da Academia Francesa de Ciências, Charles Henry 
notificou que, ao se colocar sulfeto de zinco fosforescente no caminho dos raios que 
saem de um tubo de Crookes, aumentava a intensidade das radiações que penetram o 
alumínio. 
 
 Além disso, Niewenglowski descobriu que o sulfeto de cálcio fosforescente, 
comercial, emite radiações que penetram em substâncias opacas. 
 
 Esse comportamento se extende a várias substâncias fosforescentes e, em 
particular, aos sais de urânio, cuja fosforescência tem uma duração muito curta. 
 
 Com o sulfato duplo de urânio e potássio, de que possuo alguns cristais sob a 
forma de uma crosta transparente, fina, realizei a seguinte experiência: 
 
 Envolve-se uma chapa fotográfica de Lumière em duas folhas de papel negro 
muito espesso de tal forma que a chapa não se escureça mesmo quando exposta ao sol 
durante um dia. Coloca-se uma placa da substância fosforescente sobre o papel, do 
lado de fora, e o conjunto é exposto ao Sol durante várias horas. Quando se revela a 
chapa fotográfica, surge a silhueta da substância fosforescente, que aparece negra no 
negativo. Se for colocada uma moeda ou uma chapa metálica perfurada entre a 
substância fosforescente e o papel, a imagem desses objetos poderá ser vista no 
negativo. 
 
 As mesmas experiências podem ser repetidas colocando-se uma chapa fina de 
vidro entre a substância fosforescente e o papel, e isso excluia possibilidade de 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
11 
 
qualquer ação química por vapores que pudessem sair da substância ao ser aquecida 
pelos raios do Sol. 
 
 Pode-se concluir dessas experiências que a substância fosforescente em questão 
emite radiações que penetram um papel opaco à luz e reduzem sais de prata. 
 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
12 
 
QUESTÕES DO PRIMEIRO TEXTO: 
 
(1) Qual das afirmações a seguir melhor define o objetivo do 
autor do artigo? 
(a) Apresentar as idéias de Charles Henry e Niewenglowski. 
(b) Comunicar um novo fenômeno observado nas chapas fotográficas de Lumière. 
(c) Demonstrar a existência de uma radiação penetrante emitida pelo sulfato duplo de 
urânio e potássio. 
(d) Explicar o fenômeno da fosforescência em vários materiais. 
 
2) Qual das alternativas abaixo melhor representa o assunto do artigo? 
(a) Emissão de radiações por substâncias fosforescentes. 
(b) Escurecimento de chapas fotográficas. 
(c) Penetração de radiações através de várias substâncias. 
(d) Diferenças entre substâncias fosforescentes. 
 
3) Qual das alternativas abaixo representa adequadamente o método empregado pelo 
autor do artigo? 
(a) Teórico (partindo de idéias bem conhecidas, o autor deduz novas conclusões). 
(b) Empírico (o autor do texto cita dados experimentais mas não tira conclusões a 
respeito). 
(c) Demonstrativo (o autor do texto cita fatos e argumentos para demonstrar uma idéia). 
(d) Dogmático (o autor cita muitas idéias, sem justificá-las, e nada de novo tira delas). 
 
4) A principal conclusão do autor está melhor expressa em: 
(a) As substâncias fosforescentes emitem radiações que penetram em substâncias opacas 
à luz. 
(b) As substâncias fosforescentes emitem algo que é capaz de atravessar um papel opaco 
e sensibilizar chapas fotográficas. 
(c) As substâncias fosforescentes emitem radiações que penetram em substâncias 
transparentes à luz. 
(d) O sulfato duplo de urânio e potássio fosforescente emite radiações que penetram em 
substâncias opacas e que são iguais às do sulfeto de cálcio fosforescente, comercial. 
(e) O sulfato duplo de urânio e potássio fosforescente emite radiações que impressionam 
chapas fotográficas. 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
13 
 
(f) O sulfato duplo de urânio e potássio é capaz de produzir o escurecimento de chapas 
fotográficas, através de um papel opaco, por meio de radiações que emite. 
(g) Uma placa fotográfica pode escurecer-se, pela redução dos sais de prata que contém, 
mesmo que esteja envolvida em papel preto. 
(h) O sulfato duplo de urânio e potássio, fosforescente, é a substância em questão. 
 
5) Quais são as limitações ou particularidades importantes do trabalho de Becquerel? 
(a) Só estudou uma substância. 
(b) Não usou papel de outras cores. 
(c) Só usou um tipo de chapa fotográfica. 
(d) Não estudou radiações que não penetram no papel. 
(e) Só estudou substâncias fosforescentes. 
 
6) O artigo permite concluir que as conclusões do autor são válidas: 
(a) Para várias substâncias fosforescentes. 
(b) Para todos os sais de urânio. 
(c) Para todo tipo de radiação emitido na fosforescência. 
(e) Apenas para o sulfeto de zinco fosforescente. 
(f) Apenas para o sulfeto de cálcio fosforescente. 
(g) Apenas para o sulfato duplo de urânio e potássio fosforescente. 
(h) Apenas para as radiações luminosas. 
 
7) Escreva um resumo do texto em que constem (não necessariamente nessa ordem): 
(a) Objetivos do autor. 
(b) O assunto do texto. 
(c) O método de trabalho. 
(d) As conclusões. 
(e) Os limites das conclusões. 
 
8) Risque do texto (sem tornar ilegível, no entanto) as frases e palavras que não são 
necessárias para que o artigo comunique o objetivo do autor (ver objetivo na questão 1). 
 
9) Escreva à frente de cada uma das afirmações abaixo o nome que melhor a caracterize, 
de acordo com a seguinte convenção: 
 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
14 
 
- descrição (de aparelhagem ou procedimento de trabalho). 
- observação (descrição de fenômenos ou medidas). 
- conclusão (qualquer coisa que tenha sido concluída). 
- tese (aquilo que se queria demonstrar). 
 
(a) As chapas fotográficas eram envolvidas em duas folhas de papel negro. 
(b) No negativo revelado aparecia uma silhueta negra da substância fosforescente. 
(c) A substância fosforescente era colocada sobre o papel, do lado de fora. 
(d) O sulfeto de cálcio fosforescente, comercial, emite radiações que penetram em 
substâncias opacas. 
(e) Não são vapores do sulfato de urânio e potássio que produzem o escurecimento da 
chapa fotográfica. 
(f) O sulfato duplo de urânio e potássio se comporta de forma semelhante ao sulfeto de 
cálcio fosforescente, comercial. 
(g) O sulfato de urânio e potássio emite radiações que penetram em substâncias opacas e 
reduzem os sais de prata. 
(h) A placa fotográfica e a substância fosforescente eram colocadas, juntas, ao Sol 
durante várias horas. 
(i) Uma chapa fina de vidro colocada entre a substância fosforescente e a placa 
fotográfica não afetou os efeitos. 
 
10) Utilizando diagramas, desenhos e outras formas pictóricas de representação, mostre 
a experiência de Charles Henry. Verifique se os seguintes aspectos estão contemplados 
nas suas representações: 
(a) A forma dos objetos visíveis. 
(b) Nome dos objetos visíveis. 
(c) Grandezas abstratas ou objetos invisíveis. 
(d) Nomes ou símbolos dessas grandezas ou objetos invisíveis. 
(e) Variação de algum ente ou grandeza durante a experiência. 
(f) Relações ou ligações entre as grandezas ou entre objetos. 
(g) Valores de grandezas ou dimensões dos objetos. 
 
11) Faça um diagrama ilustrando a experiência de Becquerel em que era colocada a 
chapa metálica perfurada; mostre também a aparência da chapa fotográfica após a 
revelação. Indique o maior número de aspectos possíveis dentre aqueles da lista da 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
15 
 
questão anterior. Pode exagerar algumas distâncias para melhor mostrar o que está 
acontecendo. 
 
12) Indicar se, de acordo com o texto, pode-se seguramente concluir que as afirmações 
abaixo estão corretas (C) ou erradas (E), ou outros casos que não se incluam nesses (X): 
(a) Se colocarmos sulfeto de zinco fosforescente no caminho dos raios que saem do tubo 
de Crookes, a intensidade das radiações emitidas pelo sulfeto de zinco aumenta. 
(b) Se colocarmos sufeto de zinco fosforescente no caminho dos raios que saem do tubo 
de Crookes a intensidade das radiações que penetram o alumínio aumenta. 
(c) Se colocarmos sulfeto de zinco fosforescente no caminho dos raios que saem do tubo 
de Crookes a intensidade das radiações emitidas pelo tubo aumenta. 
(d) Todas as radiações emitidas pelos sais de urânio têm duração muito curta. 
(e) As substâncias fosforescentes emitem radiações que penetram em papel opaco mas 
não afetam os sais de prata. 
(f) As experiências provaram que o sulfeto duplo de urânio e potássio é uma substância 
fosforescente. 
(g) Uma substância fosforescente, quando aquecida pelos raios solares, liberta vapores 
que impressionam chapas fotográficas. 
(h) Uma substância fosforescente, quando aquecida pelos raios solares, liberta vapores 
que impressionam chapas fotográficas mas não atravessam o vidro. 
(i) Uma substância fosforescente, quando aquecida pelos raios solares, não liberta 
vapores. 
(j) Se as radiações atravessassem o papel e a moeda com a mesma facilidade, a imagem 
da moeda não apareceria na chapa fotográfica. 
(k) É indispensável a exposição do conjunto ao Sol, para que surjam os efeitos 
observados por Becquerel. 
 
Procure entender bem a questão anterior; a questão seguinte é do mesmo tipo. 
 
13) Indicar se, de acordo com o texto, pode-se seguramente concluir que as afirmações 
abaixo estão corretas (C) ou erradas(E), ou outros casos que não se incluam nesses (X): 
(a) Becquerel foi o primeiro a observar que certas substâncias fosforescentes emitem 
radiações penetrantes. 
(b) Todos os sais de urânio são fosforescentes e emitem radiações que atravessam o 
papel. 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
16 
 
(c) Saem radiações do tubo de Crookes que são capazes de atravessar o alumínio. 
(d) Todas as radiações do tubo de Crookes penetram o alumínio. 
(e) O sulfeto de zinco e o sulfeto de cálcio emitem espontaneamente radiações que 
penetram em substâncias opacas. 
(f) Existem substâncias fosforescentes que têm fosforescência muito curta. 
(g) Se uma chapa fotográfica, em envoltório for colocada ao Sol, ela ficará escura. 
(h) Na experiência descrita, a chapa fotográfica ficou escura porque foi atingida pelos 
raios solares. 
(i) Vapores não atravessam o vidro. 
 
14) Por quê motivo o autor: (assinalar o motivo correspondente) 
(a) Colocava o conjunto no Sol? 
(b) Envolvia a chapa em papel negro? 
(c) Revelava a chapa fotográfica? 
(d) Cita as experiências da moeda e da chapa metálica? 
(e) Afirma que a silhueta aparece negra no negativo? 
(f) Cita as experiências de Charles Henry e Niewenglowski? 
 
( ) Se não fizesse isso, não poderia saber se tinha realmente ocorrido a sensibilização. 
( ) Foi isso que o levou a imaginar que o sulfeto duplo de urânio e potássio, 
fosforescente, também emitia radiações penetrantes. 
( ) Porque imaginava que era pela fosforescência que o sal emitia radiação, e sendo a 
fosforescência curta, só poderia ser observada com uma iluminação constante. 
( ) Porque uma das propriedades das radiações então conhecidas era serem interceptadas 
por metais, que produzem, portanto, uma “sombra” . 
( ) Para evitar que a luz do sol ou a luz emitida pela fosforescência do sulfato de urânio e 
potássio atingissem a placa – o que não permitiria observar outros efeitos. 
( ) Para mostrar a semelhança entre a radiação e a luz que atinge um genativo e fica 
escuro. 
 
15) Supondo-se verdadeiro (mesmo que contrarie o texto) cada um dos fatos abaixo (a, 
b, c, d), assinalar a conclusão que poderia ser efetuada a partir de cada um deles: 
(a) Colocando-se um objeto metálico entre a substância e a placa, não se observa 
modificação alguma na mancha da placa. 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
17 
 
(b) Colocando-se uma placa de vidro entre a substância fosforescente e a placa, já não se 
observa mais efeito algum na placa. 
(c) A substância fosforescente era colocada em contato com a chapa fotográfica, e o 
papel negro envolvia o conjunto. 
(d) Mesmo quando não se expunha o conjunto (placa, papel negro, sulfato) ao sol, 
observava-se o escurecimento da chapa. 
 
( ) Nada se poderia concluir, pois os efeitos sobre a chapa fotográfica poderiam ser 
causados pela própria luz emitida na fosforescência. 
( ) A radiação emitida pelo sulfato duplo de urânio e potássio nada tem a ver com sua 
fosforescência, pois esta é de curta duração, e desapareceria na ausência de iluminação. 
( ) A radiação emitida pelo sulfato duplo atravessa os metais sem ser absorvida e sem 
aumentar de intensidade. 
( ) Ou o efeito observado se deve a um vapor, ou as radiações do sulfato duplo de urânio 
e potássio atravessam o vidro. 
 
16) Uma grandeza física é algo que pode ser medido ou calculado. Quais das grandezas 
abaixo foram citadas no texto? 
(a) Massa dos cristais fosforescentes. 
(b) Espessura dos cristais fosforescentes. 
(c) Escurecimento das placas fotográficas. 
(d) Aquecimento dos cristais. 
(e) Intensidade de radiação. 
(f) Intensidade da fosforescência. 
(g) Duração da fosforescência. 
(h) Espessura da placa fotográfica. 
(i) Espessura do papel. 
(j) Duração da experiência. 
 
17) Quais dos seguintes fatores foram variados por Becquerel durante suas experiências? 
(a) Tamanho da chapa fotográfica. 
(b) Distância dos cristais à chapa fotográfica. 
(c) Duração da experiência. 
(d) Espessura da placa fotográfica. 
(e) Espessura da placa metálica. 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
18 
 
(f) Tamanho (área) do cristal fosforescente. 
(g) Temperatura dos cristais. 
(h) Espessura do papel negro. 
 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
19 
 
ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES: 
 
FOSFORESCÊNCIA: Fenômeno pelo qual uma substância (“ substância 
fosforescente” ) emite luz ou outras radiações durante algum tempo, após ter sido 
iluminada ou após receber alguma radiação. A luz ou radiação emitida vai se tornando 
mais “ fraca” com o passar do tempo até tornar-se imperceptível, mas pode ser 
“ reavivada” fazendo-se com que a substância receba novamente as radiações que a 
tornam fosforescentes (“ radiações excitadoras” ). A fluorescência é um fenômeno 
semelhante, mas que só ocorre durante o tempo em que a radiação excitadora está 
atingindo a substância. Nas lâmpadas fluorescentes, a radiação excitadora é ultra-violeta, 
produzida dentro da lâmpada, e a emitida é a luz comum. 
 
TUBO DE CROOKES: Aparelho de vidro, soldado, arredondado, com uns 10 a 20 cm 
de comprimento, contendo ar ou gases rarefeitos em seu interior, cujas paredes são 
atravessadas for dois fios metálicos, presos à placas metálicas no interior do tubo. 
Estabelecendo-se uma alta voltagem entre esses dois terminais, sai da placa negativa 
(“ cátodo”) uma radiação (“ raios catódicos” ) que torna luminosa a região da parede de 
vidro que atinge. Dessa região saem outras radiações muito penetrantes, descobertas por 
Röntgen e atualmente conhecidas como “ raios X” . 
 
OPACO: Material ou objeto que não se deixa atravessar por luz ou outra radiação. Um 
material pode ser opaco à luz e transparente à radiação ultra-violeta ou aos raios X, e 
vice-versa. Não confundir com “ fosco” , propriedade de superfícies que espalham para 
todos os lados a luz que sobre elas incide (difundem a luz, não refletem a luz). Uma 
parede pode ser fosca ou “brilhante” mas, em qualquer dos dois casos, costuma ser 
opaca à luz. 
 
CHAPA (OU PLACA) FOTOGRÁFICA DE LUMIÈRE: Antigas placas 
fotográficas, correspondentes aos atuais negativos, que consistiam em uma placa coberta 
por uma película de gelatina que contém a substância sensível à luz (algum sal de prata). 
Quando a luz atinge essa placa, ocorre na parte iluminada uma reação química que 
“ liberta” a prata de seus compostos (“ reduz” a prata). Após a revelação da chapa, a prata 
“ reduzida” permanece na placa, tornando escuras as regiões que foram atingidas pela 
luz. 
 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
20 
 
RESPOSTAS DAS QUESTÕES DO PRIMEIRO TEXTO: 
 
1) c; 2) a; 3) c; 4) f; 5) a; 6) g 
 
7) Um exemplo de resposta: Neste artigo referente às radiações emitidas por substâncias 
fosforescentes, Becquerel cita várias experiências para mostrar a existência de uma 
radiação emitida pelo sulfato duplo de urânio e potássio fosforescente, capaz de 
atravessar papel opaco à luz, e conclui favoravelmente à tese. Não foi estudada pelo 
autor nenhuma outra substância. 
 
8) Podem ser cortados os três primeiros parágrafos inteiros. 
 
9) a) descrição b) observação c) descrição d) conclusão (de Niewenglowski) e) 
conclusão f) tese (pois não tinha sido citado nenhum fato que permitisse concluir isso) g) 
conclusão h) descrição i) observação. 
 
12) a) X (o texto não afirma que o sulfeto de zinco emite radiações) b) C c) X (a 
afirmação deve estar errada) d) X (o texto afirma que as radiações luminosas – 
fosforescência – têm duração muito curta) e) E (as radiações afetam os sais de prata, 
segundo o texto) f) E (não foram as experiências que provaram isso; o autor afirmou isso 
antes de descrever as experiências; as experiências provaram a conclusão do texto) g) X 
(as experiências provaram que não era um vapor que estava produzindo o fenômeno; 
mas nãoprovaram a inexistência de um vapor, nem que esse vapor não impressiona 
chapas fotográficas) h) X (com uma observação: se isso de fato ocorrer, o efeito do 
vapor deve ser muito fraco, pois não se notou efeito algum pela colocação do vidro) i) X 
j) X (essa afirmação deve, de fato, ser verdadeira mas o texto não afirma isso) k) X (para 
provar-se isso, seria necessário repetir as experiências fora do alcance do sol). 
 
13) a)E; b)X; c)C; d)X; e)X; f)C; g)X; h)E; i)X 
 
14) c f a d b e 
 
15) c d a b 
 
16) b c d e g i j 
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto 
 
21 
 
 
17) Somente b (quando colocava a placa metálica) 
 
Apostila de Física Básica - Segundo Texto 
 
22 
 
SEGUNDO TEXTO: 
 
Segundo Texto: “ Sobre as radiações invisíveis emitidas por substâncias 
fosforescentes” 
Autor: Henry Becquerel 
(tradução de “ Sur les radiations émises per les corps phosphorescents” , Comptes 
Rendus ..., 1896, 122: 501-503) – reprodução parcial. 
 
Na última reunião, descrevi brevemente as experiências a que fui levado a 
realizar a fim de demonstrar as radiações invisíveis emitidas por certas substâncias 
fosforescentes; radiações que penetram em várias substâncias opacas à luz. 
 
Surgiram os mesmos fenômenos quando a fosforescência não era excitada por 
raios solares diretos, mas por radiações solares refletidas no espelho metálico de um 
heliostato, e refratadas por um prisma e lente de quartzo. 
 
Insistirei particularmente no seguinte fato que me parece muito importante e 
bastante alheio ao domínio dos fenômenos que se poderia observar: as mesmas lamelas 
cristalinas, colocadas junto à chapas fotográficas, nas mesmas condições, isoladas 
pelos mesmos anteparos, mas sem receber excitação por incidência de radiação e 
guardadas no escuro, ainda produzem as mesmas impressões fotográficas. Eis de que 
maneira fui levado a fazer essa observação: dentre as experiências precedentes, 
algumas foram preparadas na quarta-feira, 26, e na quinta-feira, 27 de fevereiro; e 
como, nesses dias o sol apareceu apenas de modo intermitente, conservei as 
experiências que havia preparado e coloquei as placas com seus envoltórios na 
obscuridade da gaveta de um móvel, deixando as lâminas do sal de urânio em seu lugar. 
Como o Sol não apareceu também nos dias seguintes, revelei as placas fotográficas a 1o 
de março, esperando encontrar imagens muito fracas. Pensei logo que a ação deveria 
ter continuado no escuro, e preparei a experiência seguinte: No fundo de uma caixa de 
cartão opaco coloquei uma placa fotográfica; depois, sobre o lado sensível, coloquei 
uma lamela do sal de urânio, lamela convexa (com a parte central mais alta) e que 
tocava a gelatina apenas em poucos pontos; então, ao lado, na mesma placa, coloquei 
outra lâmina do mesmo sal, separada da gelatina por uma fina lâmina de vidro. Após 
realizar essa operação, na sala escura, a caixa foi fechada, então colocada dentro de 
outra caixa de papelão e, por fim, dentro de uma gaveta. 
Apostila de Física Básica - Segundo Texto 
 
23 
 
 
Repeti o processo com um receptáculo fechado por uma folha de alumínio em que 
coloquei uma chapa fotográfica e, do lado de fora, uma lamela do sal de urânio. O 
conjunto foi fechado em uma caixa de papelão opaco e, depois, em uma gaveta. Após 
cinco horas, revelei as placas e as silhuetas das lâminas cristalinas apareceram em 
negro, como nas experiências precedentes, como se tivessem se tornado fosforescentes 
pela luz. Em relação à lamela colocada diretamente sobre a gelatina, praticamente não 
havia diferença entre os efeitos nos pontos de contato e das partes da lamela que 
estavam separadas da gelatina por cerca de um milímetro; a diferença pode ser 
atribuída às diferentes distâncias das fontes das radiações ativas. A ação da lamela 
colocada sobre o vidro estava um pouco enfraquecida, mas a forma da lamela foi muito 
bem reproduzida. Finalmente, através da folha de alumínio, a ação foi 
consideravelmente enfraquecida mas, apesar disso, era muito nítida. 
 
É importante notar que este fenômeno não parece ser atribuído à radiações 
luminosas emitidas por fosforescência, já que após 1/100 de segundo estas radiações se 
tornam tão fracas que são quase imperceptíveis. 
 
Uma hipótese que surge muito naturalmente ao espírito seria a suposição de que 
essas radiações, cujos efeitos possuem uma forte analogia com os efeitos produzidos 
pelas radiações estudadas por Lenard e Röntgen, poderiam ser radiações emitidas por 
fosforescência, cuja duração de persistência fosse infinitamente maior do que a das 
radiações emitidas por essas substâncias. No entanto, as experiências presentes, sem 
serem contrárias a essa hipótese, não permitem formulá-la. As experiências que estou 
desenvolvendo agora poderão, espero, contribuir com algum esclarecimento sobre esse 
novo tipo de fenômeno.” 
 
 
QUESTÕES SOBRE O SEGUNDO TEXTO: 
 
1) Escreva, resumidamente: 
(a) Quais são os objetivos do autor no texto? Ele pretende demonstrar alguma coisa? 
(b) Qual é o assunto do texto? 
(c) Quantas experiências o autor faz? O que existe de comum nessas experiências? Qual 
é o método de trabalho? 
Apostila de Física Básica - Segundo Texto 
 
24 
 
(d) O autor tira conclusões? Quais? 
(e) As conclusões do autor (se existirem) são gerais (aplicáveis a qualquer caso) ou são 
limitadas? Quais são os limites das conclusões? 
 
2) Elabore um resumo do texto, procurando colocar nesse resumo as idéias de suas 
respostas à questão anterior (objetivos, assunto, método, conclusões e limitações). 
 
3) Risque no texto as palavras, frases ou fatos que não são importantes para que o artigo 
comunique os objetivos do autor. 
 
4) (a) Qual era a tese do autor, no texto? 
(b) Ele faz alguma hipótese? Qual? 
(c) Grife, no texto, com linha cheia, as descrições de aparelhagens e procedimentos. 
(d) Grife, no texto, com linha ondulada, as descrições de observações ou medidas. 
 
5) Cite diferenças e semelhanças entre esse texto e o texto anterior. 
 
6) Quais as condições ou grandezas que foram variadas durante a experiência? Quais as 
influências observadas? 
 
7) Faça um diagrama das experiências. 
 
8) Que conclusão poderia ser obtida das experiências, se seu resultado fosse negativo? 
 
9) Assinale, segundo o código abaixo, se, de acordo com o texto, pode-se concluir com 
segurança que as afirmações a seguir são corretas (C), erradas (E) ou outros casos (X): 
 
(a) Mesmo sem receber excitação, as substâncias fosforescentes emitem radiações 
luminosas. 
(b) As substâncias estudadas por Becquerel são capazes de emitir radiações penetrantes 
mesmo que nunca tenham recebido qualquer radiação excitadora. 
(c) A radiação estudada é capaz de atravessar o alumínio, porém torna-se enfraquecida. 
(d) Nas substâncias que têm esse tipo de “ fosforescência invisível” , o fenômeno tem 
uma duração infinita, como provam as experiências. 
Apostila de Física Básica - Segundo Texto 
 
25 
 
(e) O material colocado entre a lamela e a chapa fotográfica pode alterar 
consideravelmente o enegrecimento da chapa fotográfica. 
(f) As placas citadas no parágrafo 3 do texto não receberam iluminação alguma durante 
a experiência. 
(g) Becquerel não esperava que os sais de urânio emitissem radiações na obscuridade. 
(h) Becquerel esperava que as radiações estudadas atravessassem o alumínio. 
 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
26 
 
TERCEIRO TEXTO: 
 
Terceiro Texto: “ Sobre as radiações invisíveis emitidas por substâncias 
fosforescentes” 
Autor: Henry Becquerel 
(tradução de “ Sur les radiations émises per les corps phosphorescents” , Comptes 
Rendus ..., 1896, 122: 501-503) – reprodução parcial. 
 
2. Emissão por vários sais do urânio. Persistência. Excitação. 
 
 Se o fenômeno deemissão de radiações invisíveis que estamos estudando é um 
fenômeno de fosforescência, deveria ser possível demonstrar sua excitação por 
radiações específicas. Este estudo é dificultado pela prodigiosa persistência da emissão, 
quando as substâncias são mantidas no escuro, isoladas de radiações luminosas ou das 
radiações invisíveis de natureza conhecida. Ao fim de mais de quinze dias, os sais de 
urânio ainda emitem radiações que são quase tão intensas quanto no primeiro dia. 
Quando, sobre a mesma placa fotográfica, acima do papel negro, colocamos uma 
lamela mantida por longo tempo no escuro, e outra que acabou de ser exposta à luz 
solar, a impressão da silhueta da segunda é um pouco mais forte do que a da primeira. 
A luz de magnésio, sob as mesmas condições, produziu apenas um efeito imperceptível. 
Se as lamelas do sulfato duplo de urânio e potássio são iluminadas vigorosamente pelo 
arco elétrico ou por faíscas brilhantes da descarga de uma garrafa de Leyden, as 
impressões são consideravelmente mais escuras. O fenômeno, portanto, parece 
realmente ser um fenômeno de fosforescência invisível, mas não parece estar 
intimamente ligado com fosforescência ou fluorescência visível. Realmente, embora os 
sais do sesquióxido de urânio sejam muito fluorescentes, sabemos que os sais uranosos 
verdes, cujas curiosas propriedades de absorção tive a oportunidade de estudar, não 
são fosforescentes nem fluorescentes. Mas o sulfato uranoso se comporta como o sulfato 
urânico, e emite radiações invisíveis que são igualmente intensas. 
 
 Comunicarei ainda outra experiência interessante: Sabe-se que o nitrato de 
urânio deixa de ser fosforescente ou fluorescente quando dissolvido ou fundido em sua 
água de cristalização. Portanto, tomei um cristal desse sal e, após colocá-lo em um 
pequeno tubo fechado por uma fina placa de vidro, aqueci-o no escuro, procurando 
evitar mesmo as radiações da lâmpada de álcool que o aquecia. O sal fundiu-se; deixei-
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
27 
 
o cristalizar-se no escuro, e então coloquei-o sobre uma placa fotográfica envolvida em 
papel preto, sempre protegendo o sal da ação da luz. Esperar-se-ia que não seria 
observado efeito algum, já que tinha sido evitada toda excitação luminosa desde o 
momento em que a substância cessara de ser fosforescente. No entanto, a impressão foi 
tão forte quanto para sais expostos à luz e, nos pontos em que o sal aderiu à placa de 
vidro, a impressão era mais forte do que a de um fragmento de sulfato urânico colocado 
para comparação sobre a mesma placa. 
 
 Sobre esta mesma placa fotográfica havia outros cristais de nitrato de urânio, 
colocados com diferentes faces repousando sobre o vidro, para os quais os efeitos foram 
substancialmente os mesmos. 
 
 Também obtive algumas superfícies contínuas, cobertas com sulfato urânico e 
também com sulfato duplo de urânio e potássio, e projetei sobre essas superfícies o 
espectro do arco elétrico, através de um aparelho de quartzo. As faixas de excitação 
ultra-violeta foram marcadas nitidamente pela fluorescência mas, quando reproduzi a 
silhueta dessas superfícies sobre uma chapa fotográfica, a silhueta tornou-se quase 
uniformemente escura, indicando ou que a emissão característica da substância 
encobria as fracas diferenças que deveriam ser observadas para as diferentes regiões 
de excitação, ou que a excitação não ocorreu na região do espectro projetada sobre a 
superfície estudada. 
 
 
 
QUESTÕES SOBRE O TERCEIRO TEXTO: 
 
1) Qual é o objetivo do autor do texto? 
 
2) Qual é o assunto do texto? 
 
3) Qual é o método empregado pelo autor? 
 
4) Quais são as conclusões? 
 
5) Quais são as limitações ou particularidades das conclusões? 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
28 
 
 
6) Escreva um resumo do texto: 
 
7) Indique, no texto: 
a) Sublinhando com linha cheia, as descrições de aparelhagens e procedimentos; 
b) Sublinhando com linha ondulada, as descrições de observações e medidas; 
c) Com linha tracejada as hipóteses; 
d) Com linha contínua, dupla, as conclusões. 
 
8) Indicar, baseando-se no texto, se seguramente pode-se concluir que as afirmações 
abaixo estão corretas (C) ou erradas (E) ou outros casos que não esses (X): 
 
(a) A emissão de radiações invisíveis é um fenômeno de fosforescência. 
(b) Todos os corpos fosforescentes emitem radiações invisíveis. 
(c) Apenas os corpos fosforescentes emitem radiações invisíveis. 
(d) Após excitado, o sulfato duplo de urânio e potássio emite radiações invisíveis por 
muito tempo, mesmo sendo mantido no escuro. 
(e) As radiações invisíveis estudadas diminuem muito pouco, mesmo quando as 
substâncias são guardadas muito tempo ao abrigo de todas as radiações conhecidas. 
(f) A luz de magnésio não produz excitação que conduza à emissão de radiações 
invisíveis, ou produz muito pouco. 
 
8) Continuação 
(g) O arco elétrico e as faíscas da garrafa de Leyden impressionam a chapa fotográfica 
mais fortemente do que a luz de magnésio. 
(h) O arco elétrico e as faíscas da garrafa de Leyden excitam a emissão da radiação 
invisível mais fortemente do que a luz de magnésio. 
(i) Fosforescência invisível é a emissão de radiação invisível quando ocorre após uma 
excitação inicial da substância. 
(j) A fosforescência invisível e a fosforescência visível não ocorrem simultaneamente. 
(k) Sais verdes não são fluorescentes nem fosforescentes. 
(l) Existem sais uranosos que são fosforescentes. 
 
8) Continuação 
(m) Em condições normais, o nitrato de urânio é fosforescente ou fluorescente. 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
29 
 
(n) A dissolução em água elimina a fosforescência e fluorescência. 
(o) A fosforescência e a fluorescência não dependem apenas da composição química da 
substância. 
(p) Mesmo enquanto dissolvido, o nitrato de urânio continua a emitir radiações 
invisíveis. 
(q) O nitrato de urânio foi aquecido com uma lâmpada de álcool. 
(r) O tubo de vidro que continha o nitrato foi envolvido em uma folha metálica opaca, a 
fim de evitar as radiações da lâmpada de álcool. 
(s) O nitrato só foi observado depois que tinha se cristalizado de novo. 
 
8) Continuação 
(t) O nitrato de urânio, após perder a fosforescência e mantido no escuro, produzia 
efeitos iguais aos dos sais expostos à luz. 
(u) Só é possível projetar o espectro do arco elétrico através de um aparelho de quartzo. 
(v) A radiação ultra-violeta produziu fluorescência no sulfato urânico e no sulfato duplo 
de urânio e potássio. 
(w) As superfícies sobre as quais foi projetado o espectro não emitiram radiações 
invisíveis. 
(x) A região do espectro projetada sobre as superfícies estudadas por Becquerel não 
excita a emissão de radiação invisível; ou excita muito pouco. 
 
9) Descreva que conclusões novas poderiam ser deduzidas, supondo-se que Becquerel 
tivesse observado cada um dos fatos abaixo; ou se esses fatos reforçam alguma das 
conclusões de Becquerel: 
(a) Quanto maior o tempo durante o qual são conservadas as substâncias no escuro, mais 
fraca se torna a emissão de radiação invisível. 
(b) Somente os sais de urânio que apresentam fosforescência ou fluorescência visível 
emitem radiações invisíveis. 
(c) Projetando-se apenas uma faixa estreita do espectro sobre as superfícies estudadas, 
observou-se que na chapa fotográfica aparecia, no lugar correspondente, uma faixa mais 
escura. 
 
 Nem sempre se pode confiar na intuição para se julgar se uma afirmação é 
dedutível de um texto, contraria o texto, ou relaciona-se com o texto de 
alguma outra forma. Além disso, essa terceira possibilidade (“ relaciona-se 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
30 
 
com o texto de alguma outra forma” ) é muito vaga, e pode ser subdividida. O 
objetivo do material subseqüente será analisar mais profundamente acomparação de afirmações com um texto, a fim de tornar mais claro o 
procedimento a ser usado e a fim de mostrar diferentes tipos de afirmações 
que nem são dedutíveis do texto nem o contrariam. 
 Há dois casos possíveis de comparações lógicas: 
1) A afirmação dada é comparada com uma só afirmação que pode ser isolada 
do texto; 
2) A afirmação dada é comparada com um encadeamento de afirmações do 
texto, que não podem ser destacadas uma da outra. 
 
Exemplos: 
item m da questão 8: “ Em condições normais, o nitrato de urânio é fosforescente ou 
fluorescente” . Esta afirmação está correta e, para verificá-la, basta compará-la com uma 
afirmação do texto: “Sabe-se que o nitrato de urânio deixa de ser fosforescente ou 
fluorescente quando dissolvido ou fundido em sua água de cristalização” . 
 
item j da questão 8: “A fosforescência invisível e a fosforescência visível não ocorrem 
simultaneamente” . Esta afirmação está errada mas, para verificar isso, é preciso associar 
entre si várias afirmações do texto pois nenhuma, isoladamente, afirma o contrário disto. 
 
10) Procure, na questão 8, um exemplo de cada tipo de comparação. 
 
 
 
 
Para se comparar duas afirmações entre si, sugere-se a seguinte sucessão de 
indagações (nessa ordem): 
a) Elas têm alguma relação? Têm algo em comum? 
 não - “afirmações independentes” 
 sim – passar para b 
 
b) Elas se contradizem? Elas se excluem mutuamente? 
 sim - “ afirmações mutuamente exclusivas” 
 não - passar para c 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
31 
 
 
c) Elas são equivalentes? Dizem a mesma coisa? 
 sim - “ afirmações equivalentes” 
 não - passar para d 
 
d) Uma delas é mais geral do que a outra? Contém a outra? 
 sim - “ afirmações subalternas” (especificar a mais geral) 
 não – “afirmações fracamente relacionadas” 
 
11) Utilize o esquema acima para identificar a relação entre a afirmação “Algumas 
substâncias fosforescentes emitem radiações sem ter recebido excitação” e as afirmações 
abaixo: 
a) Existem substâncias que emitem radiações sem ter recebido excitação. 
b) O sulfato duplo de urânio e potássio é uma substância fosforescente. 
c) Todas as substâncias fosforescentes emitem radiações, em qualquer situação. 
d) Existem substâncias que emitem radiações sem ter recebido excitação e que são 
fosforescentes. 
e) Nenhuma das substâncias que emite radiações sem ter recebido excitação é 
fosforescente. 
 
12) Suponhamos que a afirmação dada no enunciado do exercício anterior pertencesse a 
um texto. Assinale se cada uma das outras (a, b, c, d, e) seguramente está de acordo com 
o texto (C), ou errada (E), ou outros casos (X). 
 
Ao se efetuar comparações lógicas, é útil distinguir em cada afirmação: 
a) O tipo de sujeitos da afirmação. 
b) Os predicados (propriedades do sujeito). 
c) As condições explícitas. 
 
Exemplo: “Após excitado, o sulfato duplo de urânio e potássio emite radiações” . 
a) tipo de sujeitos: “ sulfato duplo de urânio e potássio” 
b) predicado: “emite radiações” . 
c) condições explícitas: “ após excitado” . 
 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
32 
 
13) Identificar, na afirmação do enunciado da questão 11, o sujeito, predicado e 
condição. 
 
 
 
 É importante, também, notar a extensão de cada classe de coisas que 
aparece em uma afirmação. Podem aparecer termos como: 
(A) “ todos” , “sempre” , “os”, etc 
 que significam que a afirmação é universal 
(E) “nenhum”, “ todos ... não são...” , etc 
 que significam que a afirmação é universal negativa 
(I) “ alguns” , “há casos em que” , “pelo menos um”, etc 
 que significam que a afirmação é parcial 
(O) “ nem todos” , “alguns ...não são...” , etc 
 significam que a afirmação é uma negação parcial 
(U) “ o” , “aquele” , etc 
 significam que a afirmação é singular (refere-se a um só caso). 
 
14) Analisar a extensão do sujeito em cada uma das afirmações da questão 11 (a, b, c, d, 
e). 
 
15) Construa afirmações dos tipos A, E, I, O, U, tomando por base a afirmação “ O 
sulfato e o nitrato de urânio emitem radiações invisíveis” . 
 
 Utilizando-se a nomenclatura introduzida, pode-se esclarecer melhor o 
modo como se pode verificar a relação lógica entre duas afirmações, seguindo 
o esquema já exposto: 
 
(a) Duas afirmações têm alguma relação se possuem o mesmo tipo de 
sujeitos, ou mesmas condições, ou mesmo predicado; e não há relação 
entre elas se não possuem o mesmo tipo de sujeitos, nem as mesmas 
condições, nem o mesmo predicado. 
 
(b) Duas afirmações se contradizem se os sujeitos e condições forem iguais, 
mas os predicados forem opostos (incompatíveis); ou se o tipo de 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
33 
 
sujeito, as condições e os predicados forem iguais, mas as extensões 
forem, respectivamente, A e E; ou A e C; ou E e I (U pode contradizer 
A ou E). 
 
(c) Duas afirmações são equivalentes se e somente se os sujeitos, 
predicados e extensão forem iguais. 
 
(d) Uma afirmação q é subalterna a uma afirmação p se elas não são 
equivalentes e, além disso, satisfazerem às condições: 
 
1) suas extensões são iguais; ou 
 p é do tipo E e q é do tipo O 
 p é do tipo A e q é do tipo I 
 p é do tipo U e q é do tipo O ou I(depende do caso) 
2) a classe de sujeitos é igual; ou 
o tipo de sujeitos de p está incluído no tipo de sujeitos de q (para 
afirmações I ou O) 
o oposto, no caso de afirmações A ou E 
3) as condições das afirmações são iguais; ou as condições de q são 
mais restritivas do que as de p (para afirmações A e E) 
o oposto, no caso de afirmações I e O 
4) Os predicados são iguais; ou afirma-se mais predicados em p do 
que em q. 
 
 
16) Dada a afirmação “ Todas as substâncias fosforescentes emitem radiações visíveis e 
invisíveis, penetrantes” , dizer sua relação lógica com cada uma das afirmações abaixo 
(sem usar as informações do quadro acima) 
(a) Todas as substâncias emitem radiações visíveis e invisíveis. 
(b) As substâncias fosforescentes não emitem radiações. 
(c) Os raios ultra-violetas não são radiações visíveis. 
(d) Existem substâncias fosforescentes que emitem radiações visíveis e invisíveis, 
penetrantes. 
(e) São emitidas radiações visíveis e invisíveis, penetrantes, por todas as substâncias 
fosforescentes. 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
34 
 
(f) O sulfeto de cálcio fosforescente emite radiações visíveis e invisíveis, penetrantes. 
(g) Todas as substâncias fosforescentes azuis emitem radiações visíveis e invisíveis, 
penetrantes. 
(h) Todas as substâncias fosforescentes emitem radiações visíveis. 
(i) Há substâncias fosforescentes que não emitem radiações invisíveis. 
(j) Algumas substâncias que não são fosforescentes emitem radiações visíveis. 
 
17) Explique, usando o quadro anterior, as respostas da questão 16. 
 
 Algumas vezes duas afirmações parecem diferentes pela simples 
ordenação de seus termos, ou pela troca de sujeito e predicado. Observe-se as 
seguintes regras: 
 * Pode-se trocar a ordem do sujeito e predicado, sem alterar o significado, 
em afirmações do tipo I e E: 
 Exemplos: 
“alguns sais de urânio são corpos fosforescentes” ; “alguns corpos 
fosforescentes são sais de urânio” ; “nenhum sal de urânio é 
fosforescente” ; 
“nenhum material fosforescente é sal de urânio” 
 * Não se pode trocar a ordem do sujeito e predicado em afirmações dos 
tipos A e O: 
 Exemplos: 
“ todos os sais de urânio são corpos fosforescentes” , não é 
equivalente a 
“ todos os corpos fosforescentes são sais de urânio” (poder-se-ia 
apenas deduzir que alguns corpos fosforescentes são sais de urânio) 
“alguns corpos fosforescentes não são sais de urânio” , nãoé 
equivalente a 
“alguns sais de urânio não são fosforescentes” (poder-se-ia apenas 
deduzir que existem coisas que não são sais de urânio e que não são 
fosforescentes). 
 
18) Dizer se os seguintes pares de afirmações são equivalentes ou não; ou se uma delas é 
subalterna à outra (pode ser deduzida da outra): 
(a) Alguns sais uranosos são verdes. 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
35 
 
 Existem coisas verdes que são sais uranosos. 
(b) Nenhum sal uranoso é fosforescente. 
 Nenhuma substância fosforescente é sal uranoso. 
(c) Todos os sais de urânio emitem radiações. 
 Todas as radiações são emitidas por sais de urânio. 
(d) Sempre que as radiações atingem chapas fotográficas, estas escurecem. 
 Sempre que as chapas fotográficas escurecem, foram atingidas por radiações. 
(e) Nem todo emissor de radiação é fosforescente. 
 Nem toda substância fosforescente emite radiação. 
 
 A comparação lógica de uma afirmação com um texto inteiro é muito 
mais complicada. Deve-se, primeiramente, procurar no texto alguma frase ou 
todas as frases que tenham relação com a afirmação dada; isto é, que tenham o 
mesmo tipo de sujeitos, ou condições, ou predicado. Se não encontrar, então 
não há relação entre o texto e a afirmação. 
 
 Se houver, no texto, afirmações relacionadas à afirmação dada, deve-se 
procurar as mais parecidas com ela e procurar se, entre elas, há alguma 
equivalente ou que a contradiga. Se não houver, deve-se tentar unir algumas 
das afirmações e obter, a partir delas, uma nova afirmação (uma conclusão) 
que seja equivalente ou contradiga a afirmação analisada. Se isso também não 
for possível, passa-se à tentativa seguinte: 
 
 Procure-se no texto alguma afirmação mais geral; isto é, alguma a que a 
afirmação dada esteja subordinada. Esgotadas as possibilidades, verifica-se se 
alguma afirmação do texto, ou dedutível do texto, é subordinada à afirmação 
dada. 
 
 Se nenhuma dessas alternativas for verificada, a relação lógica entre o 
texto e a afirmação dada é fraca. 
 
19) Determinar a relação lógica com o terceiro texto: 
(a) Todo fenômeno de fosforescência tem sua intensidade aumentada quando o objeto é 
exposto à radiação ultra-violeta. 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
36 
 
(b) Se alguma parte do espectro projetado sobre as superfícies de sais de urânio tivesse 
sido excitada, a silhueta da superfície na chapa fotográfica não teria sido uniforme. 
(c) Durante uma das experiências, o nitrato de urânio foi colocado sobre uma placa 
fotográfica envolvida em papel preto. 
(d) Todos os sais de urânio emitem radiações invisíveis. 
 
 
ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES 
 
LUZ DE MAGNÉSIO: Luz emitida na queima de um fio ou fita do metal magnésio, 
em presença de ar; o magnésio produz luz branca, intensa, que pode ser utilizada para 
fins fotográficos (lâmpadas de “ flash” de magnésio). 
 
ARCO ELÉTRICO: Fonte luminosa em que a corrente elétrica atravessa, no ar ou 
outro gás, uma distância de alguns milímetros, entre dois carvões ou dois bastões 
metálicos. È uma fonte luminosa de grande brilho, utilizada em projetores de cinema e 
outras aplicações que exigem luz muito intensa. 
 
GARRAFA DE LEYDEN: Tipo de acumulador de eletricidade capaz de armazenar 
grandes quantidades de carga elétrica e capaz, portanto, de produzir grandes faíscas. 
 
ÁGUA DE CRISTALIZAÇÃO: Muitas substâncias cristalinas (sal de cozinha, salitre, 
sulfato de cobre azul, etc) contém água em seu estado normal. Se são aquecidas, 
algumas perdem esta água diretamente, sob a forma de vapor; outras parecem se derreter 
mas, se forem fortemente aquecidas também perdem a água de cristalização e tornam-se 
novamente sólidas. 
 
ESPECTRO LUMINOSO: Quando se faz passar um feixe estreito de luz branca 
através de um prisma de vidro ou outro material transparente, o feixe se alarga e 
apresenta uma série de cores; o feixe colorido é denominado “espectro luminoso” . A luz 
pode também conter outras radiações, invisíveis, que formam então um “espectro 
invisível” , situado nos dois lados do espectro colorido (radiações ultra-violeta e 
infravermelha). 
 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
37 
 
APARELHO DE QUARTZO: O quartzo (ou cristal de rocha) tem, sobre o vidro, a 
vantagem de permitir a passagem de radiação ultra-violeta, que é absorvida por vidros 
comuns. Becquerel utilizou uma aparelhagem de quartzo justamente porque é a radiação 
ultra-violeta que produz, normalmente, os fenômenos de fluorescência que ele julgava 
estarem relacionados à emissão da radiação penetrante que estava estudando. 
 
 
RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DO TERCEIRO TEXTO: 
 
1) Verificar se a emissão de radiações invisíveis pelos sais de urânio pode ser 
considerada um fenômeno de fosforescência. 
 
2) Efeito da luz e da radiação ultra-violeta na emissão de radiações invisíveis pelos sais 
de urânio. 
 
3) Ele formula hipóteses e verifica experimentalmente se suas hipóteses são válidas ou 
não (método demonstrativo). 
 
4) A incidência de vários tipos de luz aumenta a emissão de radiação invisível do sal de 
urânio. Esse aumento é pequeno. Mesmo substâncias que não são fosforescentes nem 
fluorescentes, ou que deixaram de ser fosforescentes ou fluorescentes por dissolução, 
continuam a emitir as radiações invisíveis, com igual intensidade. Todas as regiões de 
uma placa coberta com sais de urânio, embora iluminadas por diferentes regiões do 
espectro, emitem radiações invisíveis de iguais intensidades. Becquerel não consegue 
concluir se de fato há aí um fenômeno de fosforescência ou não, pois alguns efeitos 
parecem indicar que sim, e outros efeitos parecem indicar o oposto. 
 
5) Para a primeira e segunda conclusões, as experiências foram feitas com o sulfato 
duplo de urânio e potássio observando-se a radiação com placas fotográficas e 
iluminando-se as lamelas com luz solar, luz de magnésio, arco elétrico e faíscas de uma 
garrafa de Leyden. No caso da terceira conclusão, o sal que não era fosforescente nem 
fluorescente era o sulfato uranoso, e o que foi dissolvido (em sua própria água de 
cristalização) foi o nitrato de urânio, aquecido no escuro por uma lâmpada de álcool e 
estudado com chapas fotográficas. No caso da quarta conclusão, utilizou-se sulfato 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
38 
 
urânico e sulfato duplo de urânio e potássio, iluminados com a luz de um arco elétrico 
através de um aparelho de quartzo e sendo a radiação estudada com placas fotográficas. 
 
6) Becquerel cita várias experiências destinadas a verificar se a radiação emitida pelos 
sais de urânio é um fenômeno de fosforescência. O aumento de radiação quando o 
sulfato duplo de urânio e potássio é excitado por certas radiações parece indicar uma 
fosforescência, mas há a ocorrência de emissão mesmo em casos em que não há 
fosforescência e fluorescência visíveis, e a impossibilidade de detecção da região de 
excitação para outros casos não favorece essa idéia. 
7) “Se o fenômeno ... radiações específicas.” – hipótese 
“ ... prodigiosa persistência da emissão, “ – conclusão 
“ ... as substâncias são ... conhecemos. Ao fim de mais de quinze dias, “ – descrição de 
procedimento 
“ ... os sais de urânio ... primeiro dia.” – observação 
“ ... sobre a mesma placa fotográfica ... à luz solar,” - procedimento 
“ ... a impressão ... que a da primeira” – observação 
“A luz ... condições” – procedimento 
“ ... produziu apenas um efeito imperceptível.” – observação 
“ ... as lamelas ... garrafa de Leyden” – procedimento 
“ ... as impressões ... escuras.” – observação 
“O fenômeno ... fluorescência visível” . – conclusão 
“ ... os sais do ... muito fluorescentes” – hipótese 
“ ... os sais uranosos verdes não são fosforescentes nem fluorescentes”- hipótese 
“ ... o sulfato uranoso ... igualmente intensas” . – observação 
“ ... o nitrato de urânio ... água de cristalização” – hipótese 
“ ... tomei um cristal ... protegendo o sal da ação da luz.” – procedimento 
“ ... não seria observado efeito algum” – hipótese 
“ ... tinha sido evitada ... ser fosforescente.” – procedimento 
“ ... a impressão foi ... fragmento de sulfato urânico” – observação 
“ ... colocado para comparação sobre a mesma placa” – procedimento 
“Sobre esta ... sobre o vidro” – procedimento 
“ ... os efeitos foram substancialmente os mesmos.” – observação 
“ ...obtive algumas superfícies ... aparelho de quartzo.” – procedimento 
“As faixas ... pela fluorescência” – observação 
“ ... reproduzi a ... placa fotográfica” – procedimento 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
39 
 
“ ... a silhueta tornou-se quase uniformemente escura” – observação 
“ ... ou que a emissão ... a superfície estudada.” – conclusão. 
 
8) a) X (o texto diz que parece ser); b) X; c) E (ver o caso do sulfato uranoso); d) C; 
e) C; f) C. 
 
8) Continuação g)X (o texto não diz qual é o efeito desses tipos de luz sobre a chapa 
fotográfica, e sim sobre os sais de urânio); h)C; i)X; j)E (o texto cita o nitrato de 
urânio, que tem os dois tipos); k)X; l)X. 
 
8) Continuação m) C (pois ele deixa de ser quando dissolvido); n) X(o texto não faz 
uma afirmação tão geral); o) C (pois podem desaparecer pelo simples aquecimento); p) 
X (Becquerel não verificou isso); q) C; r) X; s) X (é provável que sim, mas o texto não 
afirma isso claramente). 
 
8) Continuação t)C; u)X; v)C; w)E (continuaram a emitir como antes); x)C. 
 
9) a) Se isso fosse observado, o fenômeno seria ainda mais semelhante à fosforescência 
(embora isso não provasse que é um tipo de fosforescência, pois seria ainda necessário 
que o fenômeno fosse alterado pelos fatores que normalmente alteram a fosforescência). 
b) Esse fato, sozinho, se fosse observado, provaria que a emissão de radiações invisíveis 
sempre acompanha a fosforescência ou fluorescência, mas não provaria que são a 
mesma coisa (assim como a chuva é sempre acompanhada por nuvens, e chuva e nuvens 
são coisas diferentes). 
c) A luz excita a emissão de radiação invisível; mas Becquerel não tinha notado nada em 
sua experiência porque toda a superfície era atingida pelo espectro, e em toda ela 
aumentava a emissão de radiação (isto poderia também ser uma explicação da 
experiência de Becquerel). 
 
11) a) A afirmação é subalterna à do anunciado, pois a partir da afirmação dada é 
possível deduzir-se a, e o contrário não é possível. 
b) Esta afirmação está fracamente relacionada à do enunciado. 
c) Esta afirmação é mais geral do que a do enunciado; a do enunciado é subalterna a 
esta. 
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto 
 
40 
 
d) Esta afirmação é equivalente à do enunciado (há simplesmente uma mudança na 
ordem dos termos). 
e) Esta afirmação contradiz à do enunciado (são mutuamente exclusivas). 
 
12) a)C; b)X; c)X; d)C; e)E 
 
13) tipo de sujeitos: substâncias fosforescentes 
 predicado: emitem radiações 
 condição: sem ter recebido excitação. 
 
14) a)parcial; b)singular; c)universal; d)parcial; e)negação universal. 
15) Exemplo de possível resposta: 
(A)“ Todos os sais de urânio emitem radiações invisíveis” 
(E)“Nenhum sal que contenha urânio emite radiações invisíveis” 
(I)“Alguns sais de urânio emitem radiações invisíveis” 
(O)“Alguns sais de urânio não emitem radiações invisíveis” 
(U)“O sulfeto de urânio emite radiações invisíveis” . 
 
(poderia também ser usada, no caso E, a afirmação “Nenhum sal de urânio emite 
radiações invisíveis” ) 
 
16) (a)mais geral; (b)mutuamente exclusiva; (c)fracamente relacionadas; 
(d)subalterna; (e)equivalente; (f)subalterna; (g)subalterna; (h)subalterna; 
(i)mutuamente exclusivas; (j)fracamente relacionadas. 
 
18) (a)equivalentes; (b)equivalentes; (c), (d) e (e):nem equivalentes nem subalternas. 
Conferir com as regras do quadro proposto para o exercício. 
(a) – tipo I; (b) – tipo E; (c) – tipo A; (d) – tipo A; (e) – tipo O. 
 
19) (a) mais geral do que o texto (o texto cita apenas um caso particular, subordinado a 
essa afirmação); (b) essa afirmação é dedutível do texto; (c) essa afirmação é dedutível 
do texto; (d) mais geral do que o texto. 
 
 
Apostila de Física Básica - 2º Questionário Individual 
 
41 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA 
CCE – DEPARTAMENTO DE FÍSICA 
2FIS018 - FÍSICA BÁSICA – Turmas 1000/2000. 
 
2o QUESTIONÁRIO INDIVIDUAL 
Nome:________________________________________________________ 
 
1) Você estudou o material já fornecido de Física Básica: 
 a) em classe ? tudo ( ) parte ( ) nada ( ) 
 b) em casa ? tudo ( ) parte ( ) nada ( ) 
 
2) Você considera o material utilizado 
a) incompreensível, para você 
b) muito difícil 
c) difícil, mas compreensível 
d) tem nível adequado 
e) muito fácil 
 
3) Em que aspectos tem sentido maiores dificuldades: 
a) ler o texto (vocabulário, etc) 
b) identificar objetivos, método, etc, e fazer resumo 
c) questões tipo C, E, X 
d) identificar descrições, hipóteses, conclusões, etc 
e) fazer diagramas 
f) outros(especificar)_____________________________________________ 
 
4) Ao estudar o material, você 
a) consegue concentrar-se ? _______________ 
b) gasta um tempo excessivo ? ______________ 
c) responde antes de olhar a resposta ? ______________ 
 
5) Quando sente dificuldades ou em caso de dúvida, você costuma 
a)consultar os colegas? ( )nunca ( )poucas vezes ( )sim 
b)consultar o professor? ( )nunca ( )poucas vezes ( )sim 
Apostila de Física Básica - 2º Questionário Individual 
 
42 
 
 
6) Se não consulta ou consulta pouco aos colegas e professor, isto se deve a: 
a) falta de interesse 
b) não quer amolar 
c) acha que não adianta 
d) timidez 
 
7) Gostaria de estudar em grupos, em classe? ( )sim ( )não 
Você já estudou em grupos? ( )nunca ( )poucas vezes ( )muitas vezes 
Sente dificuldades em formar grupos? ( )não ( )um pouco ( )sim 
 
8) Acredita que o estudo em grupos 
a)é lento demais ? ______________ 
b)é mais eficiente do que estudos individuais ? _____________ 
 
 
Observações: 
 
 Não devolva agora o questionário ao professor. Quando os colegas que estiverem 
à sua volta tiverem também terminado de responder às questões, agrupe-se a eles (3 ou 4 
pessoas por grupo) e, para cada uma das perguntas do questionário, cada um deve ler as 
próprias respostas. Se houver grandes diferenças entre vocês, procure explicar aos outros 
sua opinião. Não é necessário chegar-se a conclusão alguma. Queremos apenas que 
vocês troquem idéias entre si. 
 
 Após terminarem a troca de idéias, podem anotar em suas folhas alguma alteração 
de opinião que tenha ocorrido. Depois entregue os questionários ao professor. 
 
 Se quiserem, podem continuar reunidos para estudar o material distribuído ou, se 
preferirem, estudem separadamente. Caso escolham estudar em grupo, discutam qual o 
método a ser utilizado – por exemplo, cada um tenta responder a uma ou algumas 
questões separadamente, depois discutem; ou a questão é lida em conjunto, e cada um dá 
a sua opinião; ou fazem as questões isoladamente e só discutem as dificuldades que 
surgirem; ou outro processo qualquer. É importante planejar o trabalho. Lembrem-se 
Apostila de Física Básica - 2º Questionário Individual 
 
43 
 
também que não é necessário criar um grupo fixo. É interessante variar de grupo, de vez 
em quando. 
 
 
Apostila de Física Básica - OBJETIVOS 
 
44 
 
 
 
Nesta primeira etapa de Física Básica, foram estabelecidos vários objetivos. Ao 
longo dessas primeiras aulas, etambém por meio do material para trabalho em casa, 
procuramos ensinar e exercitar esses objetivos. Mesmo que ainda não tenha dominado as 
técnicas ensinadas, você já sabe o que elas significam e, pelo exercício repetido, deve 
aperfeiçoar essas capacidades e acostumar-se a utilizá-las. 
 
 Sempre que você tiver que estudar um texto, estará diante de um problema: 
entendê-lo. Mas o que significa entender um texto? Certamente não significa que você 
deva ser capaz de repetí-lo de cor e, sim, que deve ser capaz de realizar certos tipos de 
operações com aquilo que leu. Por exemplo: produzir um resumo; fazer um diagrama, 
etc. Portanto, ao ler um texto procure pensar: “o que eu quero obter?” Lembre-se de que 
não é importante memorizar o texto, e pense “o que preciso fazer” para entendê-lo. Você 
pode, inicialmente, consultar a lista de objetivos da primeira etapa e verificar o que é útil 
fazer no sentido de compreender melhor o texto. Pode, também, procurar estabelecer, 
utilizando as técnicas estudadas, um esquema a ser usado sempre que estudar um texto; 
“qual seria o melhor meio” para estudar um artigo? “Como começar?” 
 
 Recorde-se do objetivo da disciplina: não basta que você aprenda a usar as 
técnicas ensinadas apenas quando pedimos que as aplique; é importante que você se 
acostume a usá-las. Este é outro problema. Pense nisso: “ o que eu quero obter” nesta 
disciplina? Simplesmente passar? Não. Preparar-se para seus estudos futuros e, mesmo, 
para sua vida. “ O que eu preciso fazer” para me acostumar a usar essas técnicas 
ensinadas? Isso depende de você, e não de nós. Ninguém pode forçá-lo a acostumar-se a 
utilizar isso. E você se conhece melhor do que nós o conhecemos. Só você sabe que tipo 
de resoluções é capaz de cumprir. Não se prometa algo que seja incapaz de fazer. 
 
 
 
Apostila de Física Básica - OBJETIVOS 
 
45 
 
OBJETIVOS DA 1a ETAPA DE FÍSICA BÁSICA: 
 
Ao final da 1a etapa, você deve ser capaz de: 
 
1.1. Escrever o resumo de um texto dado. Nele devem constar: objetivo do texto, 
assunto, método utilizado, conclusões, limitações ou condições. 
 
1.2. Citar semelhanças e diferenças entre um texto dado e textos já estudados. 
 
1.3. Assinalar, em um texto as frases ou palavras que possam ser retiradas sem 
prejuízo para a seqüência geral. 
 
1.4. Identificar em um texto: tese, hipóteses, descrições de aparelhagem ou 
procedimento, observações, conclusões. 
 
1.5. Descrever a relação lógica entre duas afirmações: não estão relacionadas, são 
mutuamente exclusivas, uma é subalterna à outra, estão fracamente 
correlacionadas. 
 
1.6. Descrever a relação lógica entre uma afirmação e um texto dado. 
 
1.7. Dada uma alteração das condições de um texto, dizer como se alteram as 
conclusões. 
 
1.8. Dada a descrição de uma situação, fazer um diagrama que indique: forma e nome 
dos objetos, entes invisíveis, símbolos e valores de grandezas, relações ou 
ligações entre os objetos e/ou grandezas, variações. 
 
1.9. Identificar as grandezas físicas contidas num dado texto, dizendo quais delas são 
variáveis e quais são constantes. 
 
1.10. Estabelecer as relações e dependências entre as grandezas identificadas em um 
dado texto. 
 
Apostila de Física Básica - OBJETIVOS 
 
46 
 
1.11. Identificar se a relação entre duas grandezas é monótona e, se for, se é crescente 
ou decrescente. 
 
1.12. Verificar se um modelo fornecido se comporta como um dado fenômeno. Idem, 
para uma analogia. 
Apostila de Física Básica - Quarto Texto 
 
47 
 
QUARTO TEXTO: 
 
Quarto Texto: “ Sobre algumas pr opr iedades novas das radiações invisíveis 
emitidas por diversos corpos fosforescentes” 
Autor: Henry Becquerel 
(traduzido de “ Sur quelques propr iétés nouvelles des radiations invisibles émises 
per divers corps phosphorescents” , Comptes Rendus ..., 1896: 559-564) – 
reprodução parcial. 
 
1.- Ação sobre os corpos eletrizados 
 
 Na última reunião, comuniquei à Academia as observações que fui conduzido a 
fazer com diversos sais de urânio e, em particular, com o sulfato duplo de urânio e 
potássio; mostrei que esse corpo emite radiações que atravessam diversos corpos 
opacos à luz, tais como o papel negro, o alumínio e o cobre, e que essa emissão se 
produzia tanto sob a influência de raios que excitam a fosforescência quanto na 
obscuridade, muito tempo após a substância ter cessado de ser excitada pela luz. 
Lembro, igualmente, que esse corpo não emite mais radiações luminosas perceptíveis 
cerca de 1/100 de segundo após o momento em que cessa sua excitação pela luz. 
Observei recentemente que as radiações invisíveis emitidas nessas condições têm a 
propriedade de descarregar os corpos eletrizados a elas submetidos. 
 
 A experiência é realizada simplesmente substituindo-se o tubo de Crookes 
empregado na experiência de Benoist e Hurmuzescu por uma lamela de sulfato duplo de 
urânio e potássio. 
 
 Sabe-se que o eletroscópio de Hurmuzescu, protegido contra as influências 
elétricas exteriores por um envoltório metálico e contra as radiações ultra-violetas por 
vidros amarelos, permanece carregado por vários meses. Se substituirmos um dos 
vidros amarelos por uma lâmina de alumínio de 0,12 mm de espessura e, se aplicarmos 
contra essa folha, do exterior, uma lâmina da substância fosforescente, vê-se que as 
folhas do eletroscópio se aproximam pouco a pouco, indicando uma descarga lenta do 
aparelho. Medindo a separação entre as folhas de ouro em instantes suficientemente 
próximos, pode-se traçar as curvas dos desvios em função do tempo e determinar ou a 
Apostila de Física Básica - Quarto Texto 
 
48 
 
rapidez de descarga em cada instante ou a duração da perda de eletricidade do 
aparelho – recarregado a cada vez ao mesmo potencial. 
 
 Sem fornecer aqui todos os dados obtidos, indicarei somente que, nas condições 
que acabei de descrever, uma carga que fazia as folhas de ouro divergirem por cerca de 
18o foi dissipada em duas horas e cinqüenta e seis minutos. 
 
 Obtém-se resultados mais rápidos colocando as substâncias diretamente abaixo 
das folhas de ouro, no interior da caixa. Uma lamela de sulfato duplo urânico-potássico 
foi assim disposta abaixo das folhas de ouro; ela media 45 mm de comprimento e 25 mm 
de largura, e havia sido protegida da luz durante cinco dias. 
 
 As distâncias variavam entre 1 cm e 3 cm, aproximadamente. As folhas de ouro 
divergiam de 12o, e a duração da descarga variou entre 21 e 25 minutos para uma 
carga negativa, e foi de 23 minutos para uma carga positiva que produzia a mesma 
divergência das folhas de ouro. Essa mesma carga foi dissipada em uma hora e 
quarenta e oito minutos pela mesma lamela, quando colocada no exterior, atrás da 
folha de alumínio. 
 
 Quando os corpos estavam colocados abaixo das folhas de ouro, interpôs-se uma 
placa de alumínio de 2 mm de espessura; a descarga tornou-se, então, muito mais lenta 
e, a partir do momento em que as folhas de ouro divergiam de 12o até se tocarem, 
passaram-se uma hora e 52 minutos. 
 
 
QUESTÕES SOBRE O QUARTO TEXTO: 
 
1) Verifique, na lista de objetivos da 1a etapa, quais os que podem ser utilizados para 
ajudá-lo a compreender o texto. 
 
2) Escolha algumas das atividades representadas pelos objetivos acima, e trabalhe sobre 
o texto, utilizando-as. Utilize, para isso, 30 minutos mais ou menos. Escolha 
previamente a ordem de trabalho, colocando de início aquilo que achar mais importante 
afim de que depois, ao fim dos 30 minutos, não verifique que deixou de fazer algo 
Apostila de Física Básica - Quarto Texto 
 
49 
 
essencial. Se resolver escrever um resumo do texto verifique se, de fato, aquilo que você 
colocar no resumo está de acordo com o texto. 
 
3) Quais das grandezas abaixo são mencionadas no texto? 
(a)

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