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A primeira fase do modernismo. 
O ovo (urutu) (1928).
De Tarsila de Amaral.
 Após a semana de arte moderna, o Modernismo passou a viver sua ‘’ fase heroica’’, isto é, a divulgação das ideias modernistas em todo o país e de aprofundamento das questões estéticas lançadas pela semana.
 Essa fase foi marcada essencialmente por duas tendências: destruição e construção. 
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO
 O movimento modernista no Brasil contou com duas fases : a primeira foi de 1922 a 1930 , e a segunda, de 1930 a 1945. A primeira fase caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento renovador e pela divulgação de obras e ideias modernistas.
 Apesar da diversidade de correntes e ideias, pode-se dizer que, de modo geral, os escritores de maior destaque dessa fase defendiam a reconstrução da cultura brasileira sobres bases nacionais , a promoção de uma revisão crítica, da realidade brasileira.
 Mário de Andrade, na conferência que fez em 1942 sobre a semana de arte moderna, assim se referiu a esse período:’’ E vivemos uns oito anos, até perto de 1930 , na maior orgia intelectual que a história artística do país registra.
 várias obras, grupos , movimentos , revistas e manifestos ganharam o cenário intelectual brasileiro, numa investigação profunda, e por vezes radical , de novos conteúdos e de novas formas de expressão. Os resultados deixados por esse período de pesquisa foram a implantação definitiva do movimento modernista e a maturidade e autonomia de nossa literatura. 
A orgia intelectual
 O período a que Mário de Andrade chama de ‘’ orgia intelectual’’ é rico em publicações de obras literárias, revistas e manifestos . Entre as revistas fundadas para difundir as propostas modernistas, destacam-se : Klaxon (1922), criada em São Paulo logo após a semana de arte moderna ; Estética (1924), no Rio de Janeiro; A revista (1925) , em Belo Horizonte ; Terra roxa e outras terras (1927) , em São Paulo; a Revista de Antropofagia (1928) , porta-voz do movimento Antropofagia , fundado por Oswald de Andrade.
 Simultaneamente ´a publicação de obras e a fundação de revistas , foram lançados vários manifestos e movimentos , que aglutinavam e dividiam os escritores da época . Entre eles, destacam-se quatro: Pau-Brasil, Verde-Amarelismo, Antropofagia e a Escola da Anta.
Pau-Brasil: a poesia de exportação
Em 1924, Oswald de Andrade lançou o manifesto da poesia Pau-Brasil, dando início ao movimento Pau-Brasil, que inspirado em nosso primeiro produto de exportação, o pau-brasil, defendia a criação de uma poesia brasileira de exportação. Demonstrando irreverência e revolta contra a cultura acadêmica e a dominação cultural europeia em nosso país, o movimento propunha uma poesia primitivista, construída com base na revisão crítica de nosso passado histórico e cultural e na aceitação e valorização dos contrastes da realidade e da cultura brasileiras, como ilustra este fragmento: 
Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil. O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente. Rui Barbosa: uma cartola na senegâmbia. Tudo revertendo em riqueza. A riqueza dos bailes e das frases feitas. Negras de jóquei. Odaliscas no catumbi. Falar difícil. 
Do ponto de vista técnico, o manifesto de Oswald propunha: a criação de uma língua brasileira
(‘’A língua sem arcaísmo, sem erudição’’, ‘’ A contribuição milionária de todos os erros’’) ; 
a síntese; o equilíbrio; a surpresa. 
Verde-Amarelismo e Anta: a reação
Como reação ao tipo de nacionalismo defendido por Oswald de Andrade no Manifesto da Poesia Pau-Brasil e ao espirito anarquista de seu autor, surgiu em São Paulo o movimento verde-Amarelismo, constituído por Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo.
Defendendo um nacionalismo ufanista, com evidente inclinação para o nazifascismo( conforme ficaria comprovado mais tarde com a adesão Plínio Salgado ao integralismo), o grupo alegava o movimento Pau-Brasil era ‘’afrancesado’’
 Em 1927, tomando a anta e o índio tupi como símbolos da nacionalidade primitiva, o grupo verde-amarelo transformou-se na Escola da Anta.
A antropofagia: a deglutição cultural 
 Revidando com sarcasmo o primitivismo xenófobo da Anta. Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Raul Bopp lançaram, em 1928, o mais radical de todos os movimentos do período: a Antroprofagia. O movimento foi inspirado no quadro Abaporu ( ‘’antropófago’’, em tupi), que Tarsila oferecera a Oswald com presente de aniversário.
 Partidários de um primitivismo crítico, os antropófagos propunham a decoração da cultura estrangeira.
 As ideias do grupos tinham como porta-voz a Revista de Antropofagia, da qual também participavam Antônio de Alcântara Machado, Geraldo Costa e outros.
 Contrariamente a xenofobia da Escola da Anta, os antropófagos não negavam a cultura estrangeira, mas também não a copiavam nem imitavam. 
 Assim como os índios primitivos devoravam seu inimigo, acreditando que desse modo assimilariam suas qualidades, os artistas antropófagos propunham a “ devoração simbólica” da cultura estrangeira, aproveitando suas inovações artísticas, porém sem a perda da nossa própria identidade cultural. Trata-se, portanto, de um aprofundamento da ideia da ‘’ digestão cultural” Já proposta no Manifesto da Poesia Pau-Brasil
Observe, nestes fragmentos do Manifesto Antropófago, de autoria de Oswald de Andrade, o posicionamento ideológico do escritor em relação ao sistema social e a dominação cultural estrangeira.
Só a antropografia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
.Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivos . De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.
Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitos postos em drama, Freud acabou com o enigma mulher e com os outros sustos da psicologia impressa.
Nunca fomos catequizados. Fizemos foi carnaval . O índio vestido de senador do império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons sentimentos portugueses.
Já tínhamos o comunismo . Já tínhamos a língua surrealista . A idade de ouro.
Contra a realidade social , vestida e opressora, cadastrada por Freud-a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama. 
 Oswald de Andrade
Em Piratininga
Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha.
Da primeira Geração do modernismo brasileiro, participaram vários escritores, entre os quais se destacaram Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida, Ronald de Carvalho e Raul Bopp.
OSWALD DE ANDRADE: O ANTROPÓFAGO DO MODERNISMO
Retrato de Oswald de Andrade ( 1923), de Tarsila do Amaral.
A obra de Oswald de Andrade ( 1890-1954) representa um dos cortes mais profundos do Modernismo brasileiro em relação a cultura do passado. Paulista, de família rica, Oswald cursou direito e ingressou na carreira jornalística. Em 1911 fundou a revista semanal. O Pirralho, que, com Alcântara Machado e Juó Bananére, dirigiu até 1917 , ano em que a publicação teve fim. Nesse mesmo ano, em sua coluna no jornal do commercio, defendeu Anita Malfatti das críticas de Monteiro Lobato. Viajava frequentemente a Europa, onde fez várias amizades nos meios artísticos, o que lhe permitiu estar a par das novidades introduzidas pelas correntes de vanguardas e, no Brasil, assumir um papel de liderança. Em 1926, casou-se com Tarsila do Amaral
Em 1929, sofreu um grande abalo financeiro com a crise do café. Em 1930, casou-se com a escritora comunista Patrícia Galvão ( a Pagu). Junto com ela militou nos meios operários e, em 1931, ingressou no partido Comunista, no qual permaneceu até 1945. Desse período são suas obras mais marcadas ideologicamente , como o manifestoAntropófago, o romance serafim Ponte Grande e a peça teatral o rei da vela.
Tal qual a obra que escreveu, Oswald sempre foi debochado, irônico e crítico, pronto para satirizar os meios acadêmicos ou a própria burguesia, classe de que se originara.
Seu conceito de nacionalismo era diferente daquele pregado pelos românticos e mesmo por certos grupos modernistas, como o verde-amarelismo e o Anta. Sem ser ingênuo e ufanista, Oswald defendia a valorização de nossas origens, de nosso passado histórico e cultural, mas de forma crítica, isto é, recuperando, parodiando, ironizando e atualizando nossa história de colonização. Sua visão de brasil, ao mesmo tempo que procura captar a natureza e as cores próprias do país, flagra igualmente as contradições moderno-primitivas de nossa realidade. Observe, nos poemas que seguem, as cores locais em “ bucólica” e as contradições entre o primitivo ( sapos, mata), o provinciano e o moderno (o cinema, a orquestra) em “cidade”
Bucólica
Agora vamos correr o pomar antigo
Bicos aéreos de patos selvagens
 Tetas verdes entre folhas
E uma passarinhada nos vaia 
Num tamarindo
Que decola para o anil
Árvores sentadas
Quitandas vivas de laranjas maduras
vespas
Cidade 
Foguetes pipocam o céu quando em quando
Há uma moça magra que entrou no cinema 
Vestida pela última fita
Conversas no jardim onde crescem bancos 
Sapos
Olha
A iluminação é de bulha branca
Mamães estão chamando
A orquestra rabecoa na mata

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