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Dúvidas Vigilância epidemiológica No Brasil, o marco para institucionalização das ações de Vigilância Epidemiológica foi a Campanha de Erradicação da Varíola em 1973. A lei nº 8.080/90 define no âmbito do SUS vigilância epidemiológica como “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos” LEI No 6.259, DE 30 DE OUTUBRO DE 1975. Dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras providências. Art 3º Cabe ao Ministério da Saúde a elaboração do Programa Nacional de Imunizações, que definirá as vacinações, inclusive as de caráter obrigatório. Art 4º O Ministério da Saúde coordenará e apoiará, técnica, material e financeiramente, a execução do programa, em âmbito nacional e regional. § 3º Ficará, em geral, a cargo do Ministério da Previdência e Assistência Social, por intermédio da Central de Medicamentos, o esquema de aquisição e distribuição de medicamentos, a ser custeado pelos órgãos federais interessados. Art 7º São de notificação compulsória às autoridades sanitárias os casos suspeitos ou confirmados: I - de doenças que podem implicar medidas de isolamento ou quarentena, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional. II - de doenças constantes de relação elaborada pelo Ministério da Saúde, para cada Unidade da Federação, a ser atualizada periodicamente. § 1º Na relação de doenças de que trata o inciso II deste artigo será incluído item para casos de "agravo inusitado à saúde". PORTARIA Nº 1.378, DE 9 DE JULHO DE 2013 Epidemiologia “... ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição populacional e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração, e avaliação das ações de saúde.” Vigilância sanitária As ações de Vigilância Sanitária (VISA) devem promover e proteger a saúde da população e serem capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção, da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é responsável por criar normas e regulamentos e dar suporte para todas as atividades da área no País. A ANVISA também é quem executa as atividades de controle sanitário e fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras. No Paraná a Vigilância Sanitária Estadual acompanha o trabalho executado pelas vigilâncias sanitárias municipais e complementa ações e normas quando há necessidade. LEI Nº 9.782, DE 26 DE JANEIRO DE 1999. Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências. CAPÍTULO I Art. 1º O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária compreende o conjunto de ações definido pelo § 1º do art. 6º e pelos arts. 15 a 18 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, executado por instituições da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que exerçam atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária. Art. 2º Compete à União no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária: I - definir a política nacional de vigilância sanitária; II - definir o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; III - normatizar, controlar e fiscalizar produtos, substâncias e serviços de interesse para a saúde; IV - exercer a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo essa atribuição ser supletivamente exercida pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios; V - acompanhar e coordenar as ações estaduais, distrital e municipais de vigilância sanitária; VI - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; VII - atuar em circunstâncias especiais de risco à saúde; e VIII - manter sistema de informações em vigilância sanitária, em cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Estudos epidemiológicos Classificação: • Quanto à unidade em estudo • Quanto à intervenção do investigador • Quanto ao propósito geral do estudo Tipos de estudos: 1. Relato de caso Estudo descritivo, apenas 1 caso 2. Série de casos Estudo descritivo, vários casos 3. Correlação ou ecológico Estudo analítico analisa a população de forma indireta 4. Transversal ou seccional Analítico, analisa a população em apenas uma oportunidade como uma foto 5. Coorte observacional, analítico Escolhe a população com base na variável independente (fator causal, hábito) e espera o resultado final 6. Caso controle observacional,analítico Escolhe pessoas do grupo da variável dependente (doença, resultado final) e investiga o passado 7. Ensaios clínicos Investigativo, realiza testes, existe o grupo de expostos e não expostos 8. Metanálise Busca na literatura vários estudos e os analisa de forma geral, chegando em alguma conclusão. Indivíduo (questionário individual) População (ECOLÓGICO)= fontes secundárias Não intervém (OBSERVACIONAIS) Intervém (EXPERIMENTAIS) DESCRITIVO (relatos de caso)� processo de conhecer a doença ANALÍTICO � usado para entender as diferenças entre grupos distintos Estudos transversais ou seccionais-> se caracterizam pela observação direta da população em estudo em UMA ÚNICA OPORTUNIDADE. Problema: NÃO prevê relação temporal, ruim para doenças raras Vantagem: rápido, barato, bom para levantamento inicial de hipóteses Coorte ou longitudinais-> São estudos observacionais onde a situação dos participantes quanto à exposição de interesse determina sua seleção para estudo, ou sua classificação após inclusão no estudo. Este indivíduos são monitorados ao longo do tempo para avaliar a incidência de doença ou de outro desfecho de interesse. Problema: caro, demanda muito tempo, ocorrem muitas desistências, sujeito a confundidores. Vantagem: consegue avaliar a incidência, história natural da doença, relação de temporalidade. Caso-controle: Os estudos tipo caso-controle partem de um grupo de indivíduos acometidos pela doença em estudo, os casos, comparando-os com outro grupo de indivíduos que devem ser em tudo semelhantes aos casos, diferindo somente por não apresentarem a referida doença, os controles. Identificados os casos e selecionados os controles, o investigador estuda retrospectivamente a história pregressa dos casos e controles com o objetivo de identificar a presença ou ausência de exposição a determinado fator que pode ser importante para o desenvolvimento da doença em estudo. Os estudos tipo caso-controle são particularmente indicados em: • Situações como as encontradas em surtos epidêmicos ou diante de agravos desconhecidos, em que é indispensável a identificação urgente da etiologia da doença com o objetivo de uma imediata ação de controle. • Esse delineamento permite, de forma rápida e pouco dispendiosa, a investigação de fatores de risco associados a doenças raras e de longo período de latência. Exposição e desfecho Como uma fotografia Problema: dificuldade de seleçãodos controles; as informações obtidas freqüentemente são incompletas; os vieses de memória, de seleção e de confusão; impossibilidade de cálculo direto da incidência entre expostos e não-expostos e, portanto, do risco relativo. Vantagem: fácil execução; baixo custo e curta duração Ecológico ou correlação Estudos ecológicos: dados referem-se a grupos de pessoas e não a indivíduos. A unidade de estudo é uma área geográfica. Os dados dessa área são comparados a outras, ou no tempo (séries temporais) ou ambos. Muito usados na pesquisa de câncer em que taxas de câncer de diferentes órgãos são examinadas por áreas geográficas (distrito, cidade, estado, país). Tipos de variáveis: 1. Medidas agregadas: sintetizam características individuais dentro de cada grupo proporção de fumantes, taxa de incidência de uma doença, renda familiar média 2. Medidas ambientais: características físicas do ambiente, nível de poluição do ar, qualidade da água, nível de radiação solar 3. Medidas globais: atributos de grupos, organizações ou lugares sem análogo no nível individual densidade demográfica, nível de desigualdade social, existência de determinado tipo de sistema de saúde Problema: • Informações sobre comportamento, atitudes e história clínica não estão disponíveis (dados pessoais não disponíveis) • Depende da qualidade das informações disponíveis (fontes diversas) • Não se leva em conta a variabilidade da característica estudada dentro do grupo. Vantagem: Baixo custo e execução rápida, devido às fontes de dados secundáriosϖ disponíveis Conseguem estimar bem os efeitos de uma exposição quando ela varia pouco na área de estudo, pela comparação entre áreas (os estudos individuais não conseguem) Existem efeitos que somente podem ser medidos no nível ecológico, porϖ ex. implantação de um novo sistema de saúde Portaria 529/2013- Programa Nacional de Segurança do paciente Compete ao Comitê de Implementação do Programa Nacional de Segurança do Paciente (CIPNSP) I - propor e validar protocolos, guias e manuais voltados à segurança do paciente em diferentes áreas, tais como: a) infecções relacionadas à assistência à saúde; b) procedimentos cirúrgicos e de anestesiologia; c) prescrição, transcrição, dispensação e administração de medicamentos, sangue e hemoderivados; d) processos de identificação de pacientes; e) comunicação no ambiente dos serviços de saúde; f) prevenção de quedas; g) úlceras por pressão; h) transferência de pacientes entre pontos de cuidado; e i) uso seguro de equipamentos e materiais; protocolos de segurança do paciente: � Cirurgia segura � Identificação do paciente � Prática de higiene das mãos � Prevenção de queda � Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos � Úlcera por pressão PORTARIA NO - 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016- Notificação Compulsória de doenças VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal; VIII - notificação compulsória semanal (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, a partir do conhecimento da ocorrência de doença ou agravo; IX - notificação compulsória negativa: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória; PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011- Política Nacional de Atenção Básica Neste sentido, atenção básica deve cumprir algumas funções para contribuir com o funcionamento das Redes de Atenção à Saúde, são elas: I -Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de descentralização e capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre necessária; II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais; III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos singulares, bem como acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e integrada com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. Para isso, é necessário incorporar ferramentas e dispositivos de gestão do cuidado, tais como: gestão das listas de espera (encaminhamentos para consultas especializadas, procedimentos e exames), prontuário eletrônico em rede, protocolos de atenção organizados sob a lógica de linhas de cuidado, discussão e análise de casos traçadores, eventos-sentinela e incidentes críticos, dentre outros. As práticas de regulação realizadas na atenção básica devem ser articuladas com os processos regulatórios realizados em outros espaços da rede, de modo a permitir, ao mesmo tempo, a qualidade da micro- regulação realizada pelos profissionais da atenção básica e o acesso a outros pontos de atenção nas condições e no tempo adequado, com equidade; e IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos usuários. Prevalência = Nº de casos conhecidos da doença num determinado período x 100.000 População durante o mesmo período A prevalência mede a proporção de pessoas numa dada população que apresentam uma específica doença ou atributo, em um determinado ponto no tempo. Nº de casos novos de uma doença ocorridos numa população em determinado período x 1.000 Incidência= Nº de pessoas sob risco de desenvolver a doença durante o mesmo período A incidência (ou taxa de incidência) expressa o número de casos novos de uma determinada doença durante um período definido, numa população sob o risco de desenvolver a doença PORTARIA Nº 3.332, revogada pela c, DE 25 DE SETEMBRO DE 2013- Planejamento do SUS Art. 4º A Programação Anual de Saúde (PAS) é o instrumento que operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde e tem por objetivo anualizar as metas do Plano de Saúde e prever a alocação dos recursos orçamentários a serem executados. § 1º Para Estados e Municípios, a PAS deverá conter: I - a definição das ações que, no ano especifico, garantirão o alcance dos objetivos e o cumprimento das metas do Plano de Saúde. II - a identificação dos indicadores que serão utilizados para o monitoramento da PAS; e III - a previsão da alocação dos recursos orçamentários necessários ao cumprimento da PAS; § 2º Para a União, serão estabelecidas metas anualizadas do Plano de Saúde e a previsão da alocação dos recursos orçamentários necessários ao cumprimento da PAS. § 3° O prazo de vigência da PAS coincidirá com o anocalendário. Art. 5º No processo de elaboração e execução da PAS, os gestores de saúde observarão os seguintes prazos:I - elaboração e envio para aprovação do respectivo Conselho de Saúde antes da data de encaminhamento da LDO do exercício correspondente; e II - execução no ano subsequente. Art. 6º O Relatório de Gestão é o instrumento de gestão com elaboração anual que permite ao gestor apresentar os resultados alcançados com a execução da PAS e orienta eventuais redirecionamentos que se fizerem necessários no Plano de Saúde. § 1º O Relatório de Gestão contemplará os seguintes itens: I - as diretrizes, objetivos e indicadores do Plano de Saúde; II - as metas da PAS previstas e executadas; III - a análise da execução orçamentária; e IV - as recomendações necessárias, incluindo eventuais redirecionamentos do Plano de Saúde. PORTARIA N 3085, REVOGADA PELA PORTARIA Nº 2.135, DE 25 DE SETEMBRO DE 2013- Planejamento do SUS HIPÓCRATES A vida profissional de Hipócrates - O médico grego Hipócrates, tido como Pai da Medicina, depois de repudiar o modelo de Medicina que prevalecia em sua época, a saber, a Medicina egípcia, ele implantou, por volta de 420 antes de Cristo, um novo sistema de cura que ficou conhecido como Medicina Holística. O modelo de Medicina criado pelo grego Hipócrates dispensava o uso dos chamados “remédios de simpatia” e os rituais macabros, que envolviam práticas de feitiçaria e magia. Diante disso, ele foi ridicularizado e tachado de “charlatão” pelos próprios colegas de profissão e pelos líderes religiosos de então. A Medicina e a religião, ou seja, médicos e líderes religiosos se uniram para combater o modelo de cura que estava sendo implantado por Hipócrates. Crendices e superstições - Nessa época, os médicos do Egito e da Mesopotâmia, que precederam a Medicina Holística, acreditavam que as doenças eram resultantes da influência de demônios e de maus espíritos. Com isso, tratavam os doentes com rituais sobrenaturais, a exemplo do que vemos atualmente entre os “xamans” e “pajés” de tribos indígenas brasileiras, americanas e africanas (As Grandes Descobertas da Medicina, pág. 13-19). Foi nesse clima de ignorância e superstições que nasceu Hipócrates, em 460 a.C., o mais famoso dos médicos. Ele fez jus ao título de “Pai da Medicina” por ter criado o primeiro modelo de tratamento e cura com base científica, a saber, a Medicina Holística. Com o seu novo modelo de Medicina que via o ser humano por inteiro, nas dimensões física, mental e espiritual, Hipócrates lançou por terra as superstições que prevaleciam como verdadeiras. Na época, Hipócrates provou cientificamente que as moléstias eram causadas, não por influência dos “deuses hostis” ou de “maldosos demônios” como era ensinado, e sim, resultante de um estilo de vida errado no comer e no beber, além do meio ambiente, sedentarismo, água e ar poluídos. Discriminado e acusado de charlatanismo - Como em sua época só existiam os templos de Imhotep, que funcionavam como locais de rituais religiosos, escolas médicas e espaços de tratamento, Hipócrates saia de casa em casa, acompanhado de seus alunos, tratando os doentes, visando divulgar o seu novo modelo de cura, agindo como verdadeiro “charlatão”. Ele foi acusado de charlatanismo porque aplicava técnicas estranhas ao modelo vigente da Medicina de então. A terapêutica da Medicina Holística tinha como pilar a alimentação natural orientada. Ele se notabilizou pela frase que criou com os seguintes dizeres: “Médico, cura-te a ti mesmo; fazei do alimento o teu remédio”. Além da dietética, ele utilizava os remédios da Natureza, como argila, ervas medicinais, compressas e massagem. A Verdadeira Origem da Medicina Convencional - No seu tempo, a Medicina egípcia era bastante desenvolvida e já usava drogas e cirurgias. Naquele tempo já existiam as especialidades médicas, envolvendo especialistas de olhos, de pele, de estômago e outros órgãos e partes do corpo. As especialidades médicas não são novidades, pois já existiam há cerca de 2.000 anos antes de Cristo. A chamada Medicina moderna foi esquematizada no modelo antigo criado em Babilônia, pelos caldeus, por volta de 2980 antes de Cristo, e mais tarde, em 2650 a.C., organizada no Egito, pelo sacerdote-médico, Imhotep, à sombra da feitiçaria, da bruxaria, da idolatria pagã e do sobrenatural. A figura do médico clínico geral foi criada por Hipócrates. Na Revista Teológica do SALT-IAENE, edição de Julho/Dezembro de 1999, pág. 74 e 75, está uma confirmação do que estamos falando. Assim está escrito: “Em resposta à doença, a pseudo-ciência médica foi desenvolvida no Egito, e também na Mesopotâmia. Alguns dos tratamentos destas nações pagãs incluíam a feitiçaria, a bruxaria, a astrologia, o exorcismo, a adivinhação por agouros e encantamentos. Isto faz parte do solo pagão em que foram regadas e nutridas as antigas raízes da saúde holística da Nova Era”. Hipócrates criticava a dicotomização do corpo humano, sob a alegação de que o ser humano é indivisível e não pode ser tratado como “dicotomia”, ou seja, em partes separadas. O homem, segundo ele, deve ser tratado por completo como um todo. Foi por isso que surgiu o termo “holístico” ou “holísmo”. Também, condenava o uso de drogas e cirurgias na terapêutica. Para reforçar o seu repúdio à prática médica de então, ele criou o seu famoso em todo o mundo: o “Juramento de Hipócrates”. Wilson Dias, jornalista, escritor e pesquisador de assuntos sobre Medicina Natural e fundamento da filosofia das religiões “Quem quiser prosseguir no estudo da ciência da medicina deve proceder assim. Primeiro, deve considerar que efeitos cada estação do ano pode produzir, porque todas as estações não são iguais, mas diferem muito entre si mesmas e nas suas modificações. Tem que considerar em outro ponto os ventos quentes e os frios, em particular aqueles que são universais, mostrando bem aqueles peculiares a cada região. Deve também considerar as propriedades das águas, pois estas diferem em gosto e em peso, de modo que a propriedade de uma difere muito de qualquer outra. Usando esta prova, deve examinar os problemas que surgem. Porque se um médico conhece essas coisas bem, de preferência todas elas, de qualquer modo a maior parte, ele, ao chegar a uma cidade que não lhe é familiar, não ignorará as doenças locais ou a natureza daquelas que comumente dominam” , (HIPÓCRATES). Conseqüências ético-profissionais – Conselho de medicina Após a apuração, ocorre o julgamento, que é realizado pelas Câmaras de Julgamento, formadas por médicos conselheiros dos Conselhos de Medicina, que decidirão pela inocência ou culpa do médico. Se for declarado culpado, o profissional receberá uma das cinco penas disciplinares aplicáveis, previstas em Lei, pela ordem de gravidade: a) advertência confidencial em aviso reservado – punição exclusivamente moral, pela qual o Conselho de Medicina adverte o médico, reservadamente, da infração ética por ele cometida; b) censura confidencial em aviso reservado – como na advertência, trata-se de punição exclusivamente moral, pela qual o Conselho de Medicina adverte mais seriamente o médico, ainda de modo reservado; c) censura pública em publicação oficial – punição que visa tornar pública, mediante sua publicação nos Diários Oficiais dos Estados ou da União, a infração ética cometida pelo médico; d) suspensão do exercício profissional em até 30 dias – punição pela qual o Conselho de Medicina impede o médico de exercer sua profissão por até 30 dias; e) cassação do exercício profissional – neste caso o Conselho de Medicina cassa o registro profissional do médico, impedindo-o de exercer a medicina, desde que seja referendada pelo Conselho Federal de Medicina. MEDIDAS QUE PODEM RESGUARDAR O MÉDICO DIANTE DE ACUSAÇÕES DE ERRO MÉDICO: Boa relação médico-paciente; prontuário bem elaborado e descritivo; termo de consentimento esclarecidoPrincípios doutrinários/ éticos • Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. • Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. • Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017- Política Nacional de Atenção Básica Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. §1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizadovs na rede. 3.4- Tipos de Equipes: 1.- Equipe de Saúde da Família (eSF): É a estratégia prioritária de atenção à saúde e visa à reorganização da Atenção Básica no país, de acordo com os preceitos do SUS. É considerada como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica, por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade. Composta no mínimo por médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe o agente de combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal.O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local. Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população com número máximo de 750 pessoas por ACS. Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade de carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde membros da ESF. Dessa forma, os profissionais da ESF poderão estar vinculados a apenas 1 (uma) equipe de Saúde da Família, no SCNES vigente. 2.- Equipe da Atenção Básica (eAB): esta modalidade deve atender aos princípios e diretrizes propostas para a AB. A gestão municipal poderá compor equipes de Atenção Básica (eAB) de acordo com características e necessidades do município. Como modelo prioritário é a ESF, as equipes de Atenção Básica (eAB) podem posteriormente se organizar tal qual o modelo prioritário. As equipes deverão ser compostas minimamente por médicos preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro preferencialmente especialista em saúde da família, auxiliares de enfermagem e ou técnicos de enfermagem. Poderão agregar outros profissionais como dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de saúde e agentes de combate à endemias. A composição da carga horária mínima por categoria profissional deverá ser de 10 (dez) horas, com no máximo de 3 (três) profissionais por categoria, devendo somar no mínimo 40 horas/semanais. O processo de trabalho, a combinação das jornadas de trabalho dos profissionais das equipes e os horários e dias de funcionamento devem ser organizados de modo que garantam amplamente acesso, o vínculo entre as pessoas e profissionais, a continuidade, coordenação e longitudinalidade do cuidado. A distribuição da carga horária dos profissionais é de responsabilidade do gestor, devendo considerar o perfil demográfico e epidemiológico local para escolha da especialidade médica, estes devem atuar como generalistas nas equipes de Atenção Básica (eAB). Importante ressaltar que para o funcionamento a equipe deverá contar também com profissionais de nível médio como técnico ou auxiliar de enfermagem. 3.- Equipe de Saúde Bucal (eSB): Modalidade que pode compor as equipes que atuam na atenção básica, constituída por um cirurgião-dentista e um técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB) e de devem estar vinculados à uma UBS ou a Unidade Odontológica Móvel, podendo se organizar nas seguintes modalidades: Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e; Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou outro TSB. Independente da modalidade adotada, os profissionais de Saúde Bucal são vinculados a uma equipe de Atenção Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), devendo compartilhar a gestão e o processo de trabalho da equipe, tendo responsabilidade sanitária pela mesma população e território adstrito que a equipe de Saúde da Família ou Atenção Básica a qual integra. Cada equipe de Saúde de Família que for implantada com os profissionais de saúde bucal ou quando se introduzir pela primeira vez os profissionais de saúde bucal numa equipe já implantada, modalidade I ou II, o gestor receberá do Ministério da Saúde os equipamentos odontológicos, através de doação direta ou o repasse de recursos necessários para adquiri-los (equipo odontológico completo). 1.- Equipes de Saúde da Família para o atendimento da População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantaneira: Considerando as especificidades locorregionais, os municípios da Amazônia Legal e Pantaneiras podem optar entre 2 (dois) arranjos organizacionais para equipes Saúde da Família, além dos existentes para o restante do país: Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR) Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR)
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