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Raphael Simões Vieira – Graduando em Medicina Veterinária 2º período Sistema digestivo O sistema digestivo consiste no trato digestivo – cavidade oral, esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso, reto e ânus – e suas glândulas associadas – glândulas salivares, fígado e pâncreas; Tem como função a obtenção de moléculas necessárias para a manutenção, o crescimento e as demais necessidades energéticas do organismo. Estrutura geral do trato digestivo Todos os componentes do trato digestivo apresentam certas características estruturais em comum; Trata-se de um tubo oco composto por uma luz, circundado por uma parede formada por quatro camadas distintas: mucosa, submucosa, muscular e serosa; A camada mucosa é composta por um revestimento epitelial, uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo (rico em vasos sanguíneos e linfáticos e células musculares lisas) e uma muscular da mucosa, que separa a camada mucosa da submucosa; A camada submucosa é composta por tecido conjuntivo e um plexo nervoso submucoso (plexo de Meissner); A camada muscular contém células musculares lisas, dispostas em duas subcamadas. Entre estas duas subcamadas observa-se o plexo nervoso mioentérico (ou plexo de Auerbach) e tecido conjuntivo; A serosa é uma camada delgada de tecido conjuntivo frouxo, revestido por um epitélio pavimentoso simples denominado mesotélio. Em locais onde o órgão digestivo está unido a outros órgãos ou estruturas, no entanto, a serosa é substituída por uma adventícia espessa, que consiste em tecido conjuntivo sem o mesotélio; O revestimento epitelial do trato digestivo forma uma barreira seletivamente permeável entre o conteúdo do lúmen e os tecidos do organismo, facilita o transporte e a digestão do alimento, dentre outras funções; Os nódulos linfoides presentes no trato digestivo protegem o organismo de possíveis invasões de microrganismos, já que o trato digestivo é a “porta de entrada” para o organismo e, portanto, mais propenso à invasão de organismos estranhos; A camada muscular da mucosa promove o movimento da camada mucosa independentemente de outros movimentos do trato digestivo, aumentando o contato da mucosa com o alimento. Cavidade oral É revestida por um epitélio pavimentoso estratificado, queratinizado ou não queratinizado dependendo da região; A camada córnea protege a mucosa oral de agressões mecânicas durante a mastigação e pode ser observada na gengiva e no palato duro; Epitélio pavimentoso não queratinizado reveste o palato mole, lábios, bochechas e o assoalho da boca; Nos lábios observa-se uma transição do epitélio oral não queratinizado para o epitélio queratinizado da pele. Língua É uma massa de músculo estriado esquelético revestida por uma membrana mucosa cuja estrutura varia de acordo com a região; A superfície ventral da língua é lisa, enquanto a superfície dorsal é irregular, recoberta anteriormente por uma grande quantidade de eminências pequenas denominadas papilas; As papilas linguais são elevações do epitélio oral e lâmina própria que assumem diversas formas e funções. Há quatro tipos de papilas: Papilas filiformes: possuem formato cônico alongado, são numerosas e presentes sobre toda a superfície dorsal da língua. Seu epitélio de revestimento, que não possui botões gustativos, é queratinizada; Papilas fungiformes: assemelham-se a cogumelos. Possuem poucos botões gustativos e estão irregularmente distribuídas entre as papilas filiformes; Papilas foliadas: consistem em duas ou mais rugas paralelas separadas por sulcos na superfície dorsolateral da língua. Contêm botões gustativos; Papilas circunvaladas: possuem botões gustativos. Numerosas glândulas serosas (glândulas de von Ebner) secretam seu produto para limpar a substância que está estimulando o botão gustativo, permitindo assim a chegada de outra substância para excitá-lo. A língua apresenta como funções auxiliar na fonação, impulsionar o alimento contra os dentes para haver mastigação, deglutição (sem saliva não seria possível deglutir), etc. Dentes Cada dente possui uma porção que se projeta acima da gengiva – a coroa – e uma ou mais raízes abaixo da gengiva, que unem os dentes aos alojamentos ósseos denominados alvéolos, um para cada dente; A coroa é recoberta por um tecido mineralizado extremamente duro denominado esmalte e as raízes, por outro tecido mineralizado, o cemento; Mais internamente, imediatamente abaixo do esmalte e do cemento, encontra-se a dentina, outro tecido mineralizado; A dentina circunda um espaço denominado cavidade pulpar, preenchido com tecido conjuntivo frouxo muito vascularizado e inervado, denominado polpa dental; O tecido conjuntivo com feixes grossos de fibras colágenas inseridos no cemento e no osso alveolar, que fixa o dente firmemente no alvéolo, é denominado ligamento periodontal; O periodonto compreende as estruturas responsáveis por manter o dente nos ossos maxilar e mandibular. É composto por: cemento, ligamento periodontal, osso alveolar e gengiva; A Gengiva, osso e periodonto são responsáveis por ajustar a força de mastigação; Os dentes são importantes na mastigação, triturando o alimento em moléculas menores; A mastigação mistura o alimento com a saliva, aumentando a superfície de contato para que haja assim, a ação das enzimas (lipase lingual – início da digestão de lipídeos – amilase salivar – digestão de carboidratos); A saliva umidifica os alimentos e os dissolve, facilitando assim a estimulação dos botões gustativos (dando a sensação de paladar). Auxilia na limpeza dos dentes e funciona como sistema tampão: toda vez que comemos algo ácido, o pH da boca que é quase neutro, cai muito. Se esse pH baixo persistisse, ocorreria uma desmineralização dos dentes. Ao ingerirmos coca cola, um alimento ácido, os dentes são desmineralizados, mas ao a saliva restituir o pH neutro da boca, ocorre a remineralização; Se constantemente há desmineralização do esmalte do dente, ele vai se tornando poroso, dessa forma bactérias consegue penetrar, formando a cárie, que são bactérias que colonizam a dentina e invadem o dente; Quando deposita-se nos dentes cloreto de cálcio ao invés de fosfato de cálcio, ao a boca se tornar ácida, há uma menor desmineralização. Esse é o motivo de fluoretarem a água, aumentando assim o flúor nos fluidos bucais. O flúor se liga ao cálcio, formando fluoreto de cálcio, que é um composto mais estável, mais difícil de ser desmineralizado; Faringe É uma região de transição entre a cavidade oral e os sistemas digestivo e respiratório, forma uma região de comunicação entre a região nasal e a laringe; É revestida por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado na região contínua ao esôfago e por epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes nas regiões próxima à cavidade nasal; Contém as tonsilas palatinas; Possui muitas glândulas salivares (há três glândulas maiores e inúmeras menores); A deglutição é dividida em três fases: voluntária (quando o alimento “desce”), fase faríngea (da faringe para o esôfago) e fase esofagiana (do esôfago para o estômago). Esôfago É um tubo muscular cuja função é transportar o alimento da boca para o estômago; É revestido por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. Esse epitélio pode se queratinizar, pois é um epitélio próprio para proteção. Pessoas que tomam algo quente frequentemente (como chimarrão), podem ter esse epitélio queratinizado; Dá-se o nome de metaplasia, quando há a transformação de um tecido em outro. Essa transformação é uma lesão pré-cancerosa; Na região submucosa do esôfago há glândulas esofágicas, que produzem muco; Já que o órgão está muito próximo à traqueia, não tem camada serosa, tendo somente a adventícia; Quanto à camada muscular, no primeiro terço do esôfago encontra-se músculo estriado esquelético, no primeiro terço médio, músculo estriado esquelético e liso, e no terço inferior músculo liso.
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