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SISTEMA TEGUMENTAR

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Raphael Simões Vieira – Graduando em Medicina veterinária – 2ºperíodo
SISTEMA TEGUMENTAR
Pele
A pele recobre a superfície do corpo e apresenta-se constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme (epitélio pavimentoso estratificado queratinizado), e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme (varia de tecido conjuntivo frouxo a tecido conjuntivo denso não modelado);
Constitui o maior órgão do nosso corpo;
A pele e seus anexos (pelos, unhas, cascos) compõem o sistema tegumentar;
Funciona como barreira mecânica contra agentes externos, barreira hidráulica, impedindo a desidratação do indivíduo pela pele, tem função homeostática – com o aumento da temperatura o fluxo sanguíneo fica mais próximo à pele para melhor dissipação do calor e há também o papel da sudorese – é responsável pela imunidade inata e funciona como órgão sensorial;
Possuímos dois tipos de imunidade: aquela com a qual já nascemos e aquela que é adquirida durante a vida (imunidade específica). A pele faz parte da imunidade inata, funcionando como barreira não específica, atacando os invasores sem especificidade (como funciona na imunidade específica, onde um anticorpo é próprio para um antígeno);
Em continuidade com a derme, encontra-se a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da pele, apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes e permite certo deslizamento da pele em relação a esses órgãos. A hipoderme é de origem mesodérmica;
Dependendo da espessura da epiderme, distingue-se a pele fina e a espessa / glabra. A pele espessa é encontrada na palma das mãos e na planta dos pés, e não apresenta pelos. O resto do corpo é protegido por pele fina, que pode apresentar pelos;
Epiderme
É constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado;
A epiderme é composta por diferente estratos que formam a camada externa do corpo;
A espessura relativa dos estratos da epiderme varia de região para região;
A epiderme é dividida em cinco camadas. São elas:
Camada basal: Na camada basal da epiderme “nascem” as células. Logo, essa camada é responsável pela renovação de toda a epiderme. Conforme as células vão sofrendo mitose na camada basal, elas empurram as outras células para cima, ocorrendo assim renovação celular. As células da camada basal contêm filamentos intermediários de queratina, que se vão tornando mais numerosos à medida que a célula avança para a superfície. As queratinas constituem a metade das proteínas da camada córnea;
Camada espinhosa: formada por células cuboides ou ligeiramente achatadas, de núcleo central, citoplasma com curtas expansões que contêm feixes de filamentos de queratina (tonofilamentos). Essas expansões citoplasmáticas se aproximam e se mantêm unidas com as das células vizinhas através de desmossomos, o que dá a cada célula um aspecto espinhoso. Ao microscópio eletrônico verificou-se que os tonofilamentos terminam inserindo-se nos espessamentos citoplasmáticos dos desmossomos. Os filamentos de queratina e os desmossomos têm importante papel na manutenção da coesão entre as células da epiderme e na resistência ao atrito. Na camada espinhosa também existem células-tronco dos queratinócitos, e as mitoses ocorrem na camada basal e, em menor número, na camada espinhosa. O estrato espinhoso varia em espessura, sendo espesso em regiões sem pelos e fino em regiões com muitos pelos.
Camada granulosa: possui de 3-5 fileiras celulares. Essas células são achatadas, com núcleo central e citoplasma carregado de grânulos basófilos, chamados grânulos de querato-hialina, que não são envolvidos por membrana. Outra característica das células da camada granulosa são os grânulos lamelares, vistos somente em microscopia eletrônica. Esses grânulos possuem discos lamelares formados por bicamadas lipídicas e são envoltos por membrana. Se fundem com a membrana plasmática e expulsam seu conteúdo para o espaço intercelular da camada granulosa, onde o material lipídico se deposita, indo contribuir para formar uma barreira contra a penetração de substâncias e tornar a pele impermeável, impedindo a desidratação do organismo. Esse impermeabilizante epidérmico surgiu nos répteis e foi um evento importante do ponto de vista evolutivo, para permitir a vida fora da água.
Camada lúcida: é mais evidente na pele espessa. Constituída por uma delgada camada de células achatadas, eosinófilas e translúcidas, cujos núcleos e organelas citoplasmáticas foram digeridos por enzimas dos lisossomos e desapareceram. O citoplasma apresenta numerosos filamentos de queratina, compactados e envolvidos por material elétron-denso. Ainda se podem ver desmossomos entre as células.
Camada córnea: tem espessura muito variável e é constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo. O citoplasma dessas células apresenta-se repleto de queratina. Nessa altura da diferenciação, os queratinócitos estão transformados em placas sem vida e descamam continuamente. 
Curiosidade: uma enfermidade denominada psoríase é responsável por descamação intensa dos queratinócitos (camada córnea), resultando em pele avermelhada e mais exposta a invasores.
Tipos Celulares
Queratinócitos: são células especializadas na produção de queratina. Presentes em todas as camadas da epiderme, se tornam queratinizadas à medida que amadurecem (ou seja, quanto mais próximas da camada córnea da epiderme, mais queratina elas possuem). São as células em mais abundância. Em seres humanos são renovados a cada 22 dias.
Melanócitos: A cor da pele resulta de vários fatores. Os de maior importância são: seu conteúdo em melanina e caroteno, a quantidade de capilares na derme e a cor do sangue nesses capilares. Os melanócitos são células especializadas na produção de melanina, que consiste em um pigmento de cor marrom-escura. Os melanócitos se encontram na junção da derme com a epiderme ou entre os queratinócitos da camada basal da epiderme. Os melanócitos são derivados da crista neural embrionária; apresentam citoplasma globoso, de onde partem prolongamentos que penetram em reentrância das células das camadas basal e espinhosa, e transferem os grânulos de melanina para as células dessas camadas. Os melanócitos não formam desmossomos com os queratinócitos, mas se prendem à membrana basal por meio de hemidesmossomos.
A melanina é sintetizada nos melanócitos com a participação da enzima tirosinase. Devido à ação dessa enzima, o aminoácido tirosina é transformado primeiro em 3,4-diidroxifenilalanina (dopa). A tirosinase também age sobre a dopa, produzindo dopa-quinona, que, após várias transformações, converte-se em melanina. A tirosinase é sintetizada nos polirribossomos, introduzida nas cisternas do retículo endoplasmático rugoso e acumulada em vesículas formadas no aparelho de Golgi. É nessas vesículas (melanossomos) que se inicia a síntese da melanina. Inicialmente coexistem melanina e tirosinase nos melanossomos. Quando cessa a síntese de melanina, o melanossomo está repleto de melanina e perde sua atividade tirosinásica, recebendo, então, o nome de grânulo de melanina.
Uma vez formados, os grânulos de melanina migram pelos prolongamentos dos melanócitos e são injetados, por mecanismo pouco conhecido, no citoplasma dos queratinócitos, que funcionam como depósitos de melanina e contêm maior quantidade desse pigmento do que os melanócitos.
O escurecimento da pele por exposição à luz do sol ocorre inicialmente devido ao escurecimento da melanina preexistente e á aceleração da transferência de melanina para os queratinócitos. Numa segunda etapa, a síntese de melanina é aumentada.
Patologias: o albinismo é causado pela falta da enzima tirosinase, não possibilitando ao organismo a síntese de melanina. A pessoa albina possui os melanócitos porém não possuem a enzima responsável pela síntese de melanina, que é a tirosinase.
O vitiligo é uma doença autoimune ou pode ocorrer devido a uma radiação excessiva no local, ou outro fator externo. A falta de pigmentação em determinada área é causada pela falta de melanócitos,
que foram atacados pelo próprio corpo ou morreram devido a algum fator externo.
Na doença de Addison, há uma alteração hormonal que hiperpigmenta alguma região do corpo.
Os primatas têm áreas de maior pigmentação durante a gestação, devido ao estrógeno, que aumenta a produção de MSH (hormônio melanotrófico).
Células de Langerhans: quando coradas por HE, são células arredondadas e com o citoplasma claro. São muito ramificadas e localizam-se em toda a epiderme entre os queratinócitos, porém são mais frequentes na camada espinhosa. Essas células se originam de células precursoras da medula óssea que são transportadas pelo sangue circulante. As células de Langerhans são capazes de captar antígenos, processá-los e apresenta-los aos linfócitos T, participando da estimulação dessas células. Em consequência, elas têm um papel importante nas reações imunitárias cutâneas.
Células de Merkel: existentes em maior quantidade na pele espessa da palma das mãos e planta dos pés. Apresentam pequenos grânulos citoplasmáticos elétron-denso. As células de Merkel se localizam na parte profunda da epiderme, apoiadas na membrana basal e presas aos queratinócitos por meio de desmossomos. As células de Merkel são mecano-receptores (sensibilidade tátil).
Derme
É o tecido conjuntivo onde se apoia a epiderme e une a pele ao tecido celular subcutâneo ou hipoderme. A derme apresenta espessura variável de acordo com a região observada. Sua superfície externa é irregular, observando-se saliências, as papilas dérmicas, que acompanham as reentrâncias correspondentes da epiderme;
 As papilas aumentam a área de contato da derme com a epiderme, reforçando a união entre essas duas camadas. As papilas são mais frequentes nas zonas sujeitas a pressões e atritos;
A derme é subdividida em duas camadas, uma mais superficial (papilar) e outra mais profunda (reticular);
A camada papilar é delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo que forma as papilas dérmicas. Serve como meio de união entre derme e epiderme;
A camada reticular é mais espessas, constituída por tecido conjuntivo denso. Além dos vasos sanguíneos e linfáticos, e dos nervos, também são encontradas na derme as seguintes estruturas, derivadas da epiderme: folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.
Hipoderme
Consiste em uma camada bastante delgada;
É formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme aos órgãos subjacentes;
É a camada responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas nas quais se apoia;
Dependendo da região, a hipoderme poderá apresentar um panículo adiposo, que preenche os espaços;
O panículo adiposo modela o corpo (regido pelos hormônios sexuais), é uma reserva de energia e proporciona proteção contra o frio.

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