Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Estrutura dos ácidos nucleicos O DNA é uma macromolécula filamentar muito longa, feita de um grande número de unidades dedesoxirribonucleotídeos. Os nucleotídeos são compostos por: um açúcar (pentose), a desoxirribose (DNA) ou a ribose (RNA), uma base nitrogenada (base nitrogenada heterocíclica) ligada ao carbono 1’ da pentose e um ou até 3 grupos fosfatos (PO4 - ), ligados ao carbono 5’ da pentose As bases nitrogenadas podem ser: Purinas – adenina (A) e guanina (G) Pirimidinas – citosina (C) e timina (T) ou uracila (U) As bases ligam-se ao carbono 1’ da pentose através de uma ligação glicosídica b. A molécula composta pela base nitrogenada ligada ao açúcar, sem grupos fosfato, é denominada nucleosídeo. Os desoxirribonucleotídeos são denominados de acordo com a base nitrogenada componente. Na molécula de DNA, os desoxirribonucleotídeos formam cadeias ligadas entre si por pontes fosfodiésteres estabelecidas entre o grupo fosfato e o grupo OH (hidroxila) do carbono 3’ do nucleotídeo adjacente. Todos os nucleotídeos na cadeia polipeptídica (DNA) têm a mesma orientação relativa. Estando o carbono 5’ da pentose voltado para cima, todos os demais nucleotídeos da cadeia estarão na mesma posição. Isso confere às cadeias polinucleotídicas direcionalidade. Na extremidade 5’ da cadeia, um grupo fosfato está presente e, na extremidade 3’, um grupo OH. As cadeias polipeptídicas são, por convenção, representadas na orientação 5’ ® 3’ e apenas as letras indicativas das bases nitrogenadas são representadas. Ex: 5’ AACGTTGCTATCGT 3’ Dupla-Hélice do DNA: Em 1953, James Watson e Francis Crick propuseram um modelo de estrutura tridimensional do DNA, baseado, principalmente, nos estudos de difração de raio X de Rosalind Franklin e Maurice Wilkins e em estudos químicos da molécula. Este modelo demonstrou que o DNA é uma dupla-hélice e que duas fitas de DNA se enrolam em torno do eixo da hélice. As ligações fosfodiesteres nas duas fitas estão em direções opostas – uma na direção 5’ ® 3’ e a outra 3’ ® 5’ – sendo antiparalelas. Os anéis aromáticos das bases nitrogenadas são hidrofóbicos e ficam orientados para o interior da estrutura e as desoxirribose ficam externas exposta ao meio aquoso. As bases estão pareadas entre as duas fitas da moléculas, mantendo sua estrutura. Este pareamento de bases é fundamental para a manutenção das dupla- hélice. A presença de grupos cetônicos (-C O) e grupo amino (C-NH2) permite a formação de pontes de hidrogênio entre as bases. Desta forma: T e U podem parear com A – formando 2 pontes de hidrogênio. C pode parear com G - formando 3 pontes de hidrogênio. As ligações glicosídicas no DNA, entre as desoxirriboses e as bases nitrogenadas, não estão diretamente opostas na dupla-hélice, gerando duas cavidades desiguais em seu contorno. As duas cavidades são denominadas de cavidade (ou sulco) maior e cavidade (ou sulco) menor. Várias forças agem em conjunto para estabilizar a estrutura da dupla-hélice do DNA. Além das ligações covalentes, que unem os átomos nas moléculas, outras forças mais fracas atuam no DNA, entre elas forças de Van der Walls (entre os anéis aromáticos de bases adjacentes). O pareamento de bases tem grande significado fisiológico e, devido a ela, as duas fitas de DNA são ditas complementares. Essa propriedade garante a replicação precisa de cadeias longas de DNA e a transmissão das informações genéticas às proteínas, vias transcrição. Estrutura do RNA Existem semelhanças entre a estrutura do RNA e do DNA. Ambos são polímeros lineares de subunidades ligadas entre si por ligações fosfodiésteres 5’ ® 3’. Entretanto, na molécula de RNA, o açúcar presente é a ribose, e a timina (T) é substituída pela uracila (U). As outras 3 bases adenina, citosina e guanina estão presentes. O RNA está normalmente na forma de fita simples, embora pareamento entre C e G e entre A e U possam ocorrer entre regiões da própria cadeia, formando estruturas secundárias que são importantes na função dos RNAs e no reconhecimento proteínas-RNA. Alguns RNA podem formar fita dupla. Alguns vírus podem ter RNA de fita dupla no genoma. Os híbridos RNA-DNA são formados em diferentes processos na célula, como por exemplo na transcrição. Desnaturação e Renaturação do DNA Os termos desnaturação e renaturação são sinônimos de fusão e reanelamento, respectivamente. Esses fenômenos físicos que ocorrem com o DNA dupla-hélice são fundamentais para os processos de replicação, transcrição e recombinação. A desnaturação ocorre quando as pontes de hidrogênio entre as cadeias complementares do DNA são rompidas e as fitas se separam. A desnaturação da estrutura secundária do DNA pode ser obtida: · aumento de temperatura · titulação com substâncias ácidas ou álcalis · por agentes desnaturantes como a formamida e o dimetil sulfóxido (DMSO). Os ácidos protonizam os anéis nitrogenados de A, G e C e os álcalis desprotonizam os anéis nitrogenados de G e T. Esses tratamentos geram grupos carregados no interior da dupla-hélice, o que leva ao rompimento das pontes de hidrogênio entre as bases complementares. Como as ligações glicosídicas nas purinas que são sensíveis ao pH baixo, a desnaturação por ácido tem pouca aplicação prática. A desnaturação do DNA pode ser acompanhada pela medida em espectrofotômetro daabsorbância (260 nm) da luz ultravioleta (UV). As bases nitrogenadas são responsáveis pela maior parte dessa absorção. Fitas completamente separadas – A260nm = 37% maior que o DNA na sua forma nativa. A temperatura na qual 50% do DNA se encontra desnaturado é chamado de Tm. Para romper um par GC é necessário:uma temperatura mais elevada , pH mais alto ou maiores concentrações de agentes desnaturantes do que para separar um par AT. Assim: O Tm de um par DNA depende da proporção de AT em relação a GC. Tm (°C) = 69,3 + 0,41 (GC%) Mesmo quando as fitas do DNA está completamente separadas, o processo pode ser revertido. A renaturação do DNA tb pode ser acompanhada por espectrofotometria. Dna desnaturado por calor for lentamente resfriado as fitas complementares se reassociam e a absorção a 260 nm diminui. Esse anelamento ocorre normalmente 25°C abaixo da Tm.
Compartilhar