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CONCEITOS BÁSICOS EM APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO MOTOR Aprendizagem e desenvolvimento motor Prof. MSc. Vitor Tajra de Sousa Desenvolvimento? Desenvolvimento substantivo masculino 1. ação ou efeito de desenvolver(-se); desenvolução. 2. crescimento, progresso, adiantamento. "d. da economia, das ciências" Desenvolvimento HUMANO? Desenvolvimento humano é o processo de ampliação das liberdades das pessoas, com relação às suas capacidades e as oportunidades a seu dispor, para que elas possam escolher a vida que desejam ter. O estudo do Desenvolvimento Portanto, o campo do desenvolvimento humano constitui- se do estudo científico de como as pessoas mudam, bem como das características que permanecem razoavelmente estáveis durante toda a vida. Aprendizagem Aprendizagem é o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. Aprendizagem Aprendizagem: centro de toda educação. · Qualquer que seja o objetivo sempre estará ocorrendo interação entre professor e aluno. · Interação depende da forma como o professor estrutura o ambiente de aprendizagem. Aprendizagem Para o professor torna-se fundamental compreender: ·Como o ser humano aprende ? ·Quais os aspectos do comportamento humano que envolvem a aprendizagem? ·Até que ponto a aprendizagem se assemelha ou se diverge em face de vários tipos de comportamento? Para compreender a pessoa em termos de comportamento humano, a perspectiva desenvolvimentista defende, para fins de análise, a criação de CATEGORIAS DE COMPORTAMENTO (DOMINIOS) para determinar, didaticamente, quais os tipos de aprendizagem podem ocorrer em cada um desses domínios, lembrando que na realidade concreta tudo se relaciona e é inseparável. Compreendendo o comportamento humano OS DOMÍNIOS SÃO: MOTOR COGNITIVO AFETIVO A compreensão dos domínios é importante para distinguir as atividades de Educação Física em termos de sua especificidade em relação aos mundos em que se desenvolve esta prática profissional (esporte, lazer, portadores de necessidades especiais e geracional, educação, reabilitação, etc.) Compreendendo o comportamento humano Estabelece uma base para identificação do movimento corporal humano. Este domínio também é denominado Psicomotor (ou perceptivo-motor), dada a relação racional/mental com a maioria das habilidades motoras. ASPECTO MOTOR Habilidades motoras simples e fundamentais incluindo atividades esportivas, laborais, encontram-se classificadas neste domínio e envolvem componentes dos outros tipos de comportamento. ASPECTO MOTOR IMPORTÂNCIA DO MOVIMENTO NO DESENVOLVIMENTO HUMANO: É PELO COMPORTAMENTO PERCEPTIVO-MOTOR que a criança tem uma concepção mais ajustada sobre o MUNDO DO QUAL FAZ PARTE. ASPECTO MOTOR O desenvolvimento global da criança depende (apoia-se) no comportamento perceptivomotor, o qual exige como condição variadas oportunidades de aplicação: a exploração lúdica, o controle motor, a percepção figura- fundo, integração intersensorial (sentidos), noção de corpo, espaço e tempo, etc. ASPECTO MOTOR Qualquer aprendizagem escolar, quer se trate de leitura, escrita ou de cálculo (lógico-matématica), ou mesmo a representação do mundo de forma, verbal ou teleológica é, fundamentalmente, um processo de relação perceptivo- motora. ASPECTO MOTOR Semelhante a “atividades intelectuais” (Guilford, 1959). Característica principal: Capacidade do organismo para fazer uso da informação de que dispõe. Taxonomia de Bloom: ASPECTO COGNITIVO Exemplos: · descoberta ou reconhecimento da informação; · retenção ou armazenamento de informação ( memória); · geração de informações a partir de certos dados; · tomadas de decisão ou julgamentos. ASPECTO COGNITIVO Trata dos sentimentos e das emoções manifestadas comportamentalmente. Característica principal: Maior parte deste tipo de comportamentos é aprendido (Berkowitz) na forma de comportamento social. ASPECTO AFETIVO Receber ou Receptividade (também designado como acolhimento e aquiescência): Aperceber-se da existência de uma dado valor apresentado na instrução (prestar atenção). Dirigir sua atenção para algo ou alguém de modo seletivo e intencional. ASPECTO AFETIVO Responder: Ato de reagir ou agir ao que se está sendo exposto. Em todo processo de aquisição de conhecimento o indivíduo age perante às situações, nem que seja o simples fato de hipotetisar sobre o que está acontecendo. ASPECTO AFETIVO Valorizar: Atribuição de valor ao aprendizado adquirido, de modo a incorporar nos padrões de comportamento. Organizar: Reinterpretação do valor adquirido à luz de outros valores análogos ou antagônicos. Análise de diferentes ângulos do valor, comparando-o a valores concorrentes. ASPECTO AFETIVO Caracterizar: O processo de internalização atinge o ponto em que o indivíduo passa a ser identificado pela sua comunidade como um símbolo ou representante do valor que ele incorporou. Outros exemplos: Motivação, interesse, respeito ao próximo, responsabilidade. ASPECTO AFETIVO O QUE É HABILIDADE? E CAPACIDADE? E DESEMPENHO? Habilidade motora é aquilo que se aprende ao longo da vida, e Capacidade motora é aquilo que se nasce com, e pode ser desenvolvido. Habilidade motora e Capacidade motora no estudo de ADM F CAPACIDADE HABILIDADE As habilidades são conjuntos de movimentos que agrupados da forma certa desempenham uma função (com precisão, exatidão e controle), por exemplo andar, ficar em pé, manipular objetos, saltar, arremessar, etc. HABILIDADE MOTORA Deslocamento (andar, correr, saltitar, saltar). Manipulação (segurar, lançar, quicar, chutar). Estabilização (girar, rolar, equilibrar-se). HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS E existem habilidades específicas que são aquelas que foram criadas pelo ser humano, podendo ser dividido e combinado nos três aspectos anteriores: deslocamento (chassê do ballet, salto carpado da ginástica), manipulação (girar uma espada, manipular uma fita de ginástica rítmica chute 'bica' do futebol) e estabilização (pirueta do jazz, rolamento lateral do judô, avião da ginástica). HABILIDADES ESPECÍFICAS Já as capacidades motoras, todos os seres humanos possuem. Podem ser divididas em: - Condicionantes (os tipos de força, flexibilidade, velocidade, agilidade). - Coordenativas (ritmo, equilíbrio, coordenação motora, adaptação espaço-temporal). Existem muitas outras capacidades e todas elas são desenvolvidas durante o processo de crescimento e desenvolvimento humano. CAPACIDADE MOTORA Apesar de diferentes, as habilidades e capacidades estão totalmente ligadas. Não é possível executar um salto com dupla pirueta (habilidade específica de estabilização e deslocamento) se você não desenvolveu força muscular explosiva, equilíbrio e coordenação motora (capacidades motoras condicionantes e coordenativas). Capacidade motora + habilidade motora Denomina-se desempenho ao grau de desenvoltura que um indivíduo tem sobre algo, ou alguma função/ ação. Desempenho (ou performance) diz respeito ao rendimento obtido através atuação isolada ou integrada de cada um dos domínios do comportamento humano (motor, cognitivo e afetivo). DESEMPENHO (performance) PARA PENSAR: QUAIS SÃO AS NECESSIDADES HUMANAS? TEORIASDO DESENVOLVIMENTO As diversas teorias existentes sobre o desenvolvimento humano se ocupam por explicar como o ser humano vive de acordo com algumas características específicas que o acompanham ao longo da sua vida. DIVERSAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO A grande discussão que gira em torno das explicações acerca do desenvolvimento humano é justamente sobre as questões biológicas e as questões do ambiente. Ou seja, é o ambiente que determina o desenvolvimento do sujeito? Ou são suas características genéticas que moldam as principais características e traços de personalidade? DIVERSAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO Essa teoria tem como propositura que as características fundamentais de qualquer organismo vivo estão programadas em sua constituição genética e enraizadas em processos biológicos, significando que há uma sequência ordenada no desenvolvimento do comportamento humano. Para os teóricos maturacionais (ou maturacionistas) o desenvolvimento e aprendizagem se dão por determinantes genéticos e maturacionais. TEORIA MATURACIONAL DO DESENVOLVIMENTO (Arnold Gesell) Para Arnold Gesell, um dos pioneiros acerca da teoria maturacional, o desenvolvimento é um desdobramento natural de um plano biológico, no qual há um padrão de mudanças comum a todos os seres humanos. TEORIA MATURACIONAL Gesell defendia que fatores de maturação influenciavam diretamente na aprendizagem. Sendo operacional Gesell é responsável pela produção de escalas de desenvolvimento. Estas escalas estão dividas em 4 dimensões que são: motora, verbal, adaptativa e social fazendo parte da teoria da maturação. TEORIA MATURACIONAL A principal contribuição dessa teoria para o conhecimento acerca das questões do desenvolvimento e aprendizagem se deu, sobretudo nas décadas de 30, 40 e 50, com os estudos normativos, nos quais o ritmo e as sequências previsíveis do desenvolvimento infantil eram caracterizados. TEORIA MATURACIONAL Há nesta teoria a tentativa de explicar o desenvolvimento intelectual, partindo da ideia de que atos biológicos são atos adaptativos ao meio físico na tentativa de manter o equilíbrio. De acordo com este pensamento, o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico. TEORIA COGNITIVA (Jean Piaget – Epistemologia genética. A Epistemologia Genética é definida como uma disciplina que estuda os mecanismos e os processos mediante os quais o sujeito passa dos estados de menor conhecimento para os estados de conhecimentos mais avançados (PIAGET, 1979). TEORIA COGNITIVA (Jean Piaget – Epistemologia genética. A Teoria piagetiana sobre o desenvolvimento da criança apresenta períodos ou estágios definidos, caracterizados pelo surgimento de novas formas de organização mental. São 4 os estágios sequenciais denominados de fases de transição, os quais são intitulados de Sensóriomotor (do nascimento aos 2 anos); Pré-operatório (2 aos 7, 8 anos); Operatório-concreto (8 aos 11 anos); e Operatório-formal (acima de 12 anos). TEORIA COGNITIVA (Jean Piaget – Epistemologia genética). O estágio Sensório-motor é caracterizado pela construção da primeira estrutura intelectual, pois a partir dos movimentos reflexos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para que possa assimilar mentalmente o meio. O contato com a realidade física se dá pela manipulação de objetos, e o final desse estágio tem como característica o desenvolvimento da linguagem. TEORIA COGNITIVA (Jean Piaget – Epistemologia genética). Na fase Pré-operatória as percepções das crianças são capturadas por sua aparência imediata. Este estágio é conhecido como estágio da Inteligência Simbólica, pois a função simbólica na criança é responsável pela capacidade de substituição do objeto por uma representação. As principais características nesta fase são uma criança egocêntrica, centrada em sim mesma, e que quer explicação para tudo, a chamada fase dos “por quês”. TEORIA COGNITIVA (Jean Piaget – Epistemologia genética). A fase Operatória-concetra é caracterizada pela capacidade das crianças em raciocinar sobre o mundo de uma forma mais lógica e adulta. É o momento do aparecimento das noções temporais, espaciais, de velocidade e ordem. Neste momento, a criança já não depende mais da questão imediata, mas sim do mundo concreto para abstrair. A criança torna-se capaz de compreender o ponto de vista da outra pessoa e de conceitualizar algumas relações. TEORIA COGNITIVA (Jean Piaget – Epistemologia genética). O raciocínio do sujeito chega ao seu ápice no estágio Operatório-Formal, pois neste momento há a capacidade de olhar além da simples aparência dos objetos. O pensamento hipotético ocorre de forma correta. TEORIA COGNITIVA (Jean Piaget – Epistemologia genética). Apresenta preocupação com o contexto sociocultural da criança que é considerado fundamental para o seu desenvolvimento. Não apresenta uma Teoria orientada por etapas como outros estudiosos do desenvolvimento humano, porém dá ênfase à experiência, principalmente por considerar o sujeito como ativo no processo de seu desenvolvimento cognitivo. TEORIA SOCIOCULTURAL (Lev Semenovitch Vygotsky – Teoria da Mediação). É por meio do contexto histórico, social e cultural que este desenvolvimento cognitivo ocorre. As chamadas atividades cognitivas básicas ocorrem de acordo com sua história social. Assim, as habilidades cognitivas e as formas de estruturar o pensamento são resultados das atividades praticadas de acordo com os hábitos sociais da cultura em que o indivíduo está inserido, e não a partir dos fatores congênitos. TEORIA SOCIOCULTURAL (Lev Semenovitch Vygotsky – Teoria da Mediação). TEORIA COMPORTAMENTISTA E PSICANALÍTICA TEORIA COMPORTAMENTISTA (BEHAVIORISMO) O behaviorismo antigo era baseado no realismo, ou seja, defendia que há um comportamento real, que ocorre no mundo real, e que nossos sentidos nos fornecem apenas dados sensoriais sobre aquele comportamento real que nunca conhecemos diretamente (BAUM, 1999). O Behaviorismo Radical pode ser considerado como tendo uma visão de mundo comportamental que se concentra no registro e modificação apenas de comportamentos “objetivos” que são visíveis externamente. TEORIA COMPORTAMENTISTA (BEHAVIORISMO) Nos primórdios do Behaviorismo, John Watson afirmava que a psicologia deveria restringir-se aos dados das ciências naturais, ou seja, àquilo que era passível de ser observado, em outras palavras, o comportamento. Para isso, utilizava-se de alguns métodos de investigação que eram: 1) Observação; 2) Métodos de Teste; 3) Método de Relato Verbal; 4) Método do Reflexo Condicionado. TEORIA COMPORTAMENTISTA (BEHAVIORISMO) 1) Método de Observação – Observação por si só, sem necessidade de mais explicações. É a base de todos os outros métodos. 2) Métodos de Teste – Já eram utilizados, mas Watson colocou que os resultados tivessem o tratamento de amostras de comportamento, e não medidas de qualidades mentais. Isto porque, para ele, os testes não poderiam medir a inteligência e nem a personalidade de uma pessoa. Mas a única coisa que os testes poderiam medir eram as respostas dadas pelo sujeito diante de uma situação de estímulo. TEORIA COMPORTAMENTISTA (BEHAVIORISMO) 3) Método de Relato Verbal - As reações verbais, por serem objetivamente observáveis, são tão significativas para o behaviorismo quanto qualquer outro tipo de reação motora. Método passa a ser limitado para situações passíveis de verificação,isso ocorreu ao perceber que este método é inexato e não substituía satisfatoriamente outros métodos que eram mais objetivos no processo de observação. TEORIA COMPORTAMENTISTA (BEHAVIORISMO) 4) Método do Reflexo Condicionado (Ivan Pavlov) – Mais importante método de investigação, dizendo que o comportamento seria o substituto do estímulo. Esta abordagem proporcionava a Watson um método objetivo de análise do comportamento, ou seja, a redução do comportamento as suas unidades elementares, os vínculos estímulo-resposta. TEORIA COMPORTAMENTISTA (BEHAVIORISMO) De acordo com Burrhus Frederic Skinner, o comportamento é o produto de forças que agem sobre o indivíduo, não de uma escolha pessoal. Devido seu grande interesse pelo comportamento e pouco interesse pelo que ocorre no interior do organismo, este comportamentalismo descritivo tem sido chamado de “abordagem do organismo vazio”. TEORIA COMPORTAMENTISTA (BEHAVIORISMO) Porém, ao contrário do que muitos pensam, Skinner não propõe que os estados internos do organismo não existam, apenas postula que eles não podem servir como as causas em uma análise científica do comportamento. Pois para ele, a melhor maneira de estudar o comportamento é examinar como ele se relaciona a eventos que já ocorreram, assim seria possível explicar e controlar esse comportamento puramente pela manipulação do ambiente em que o organismo se comporta (HALL; CAMPBELL; LINDZEY, 2000). Além disso, Skinner não afirmou que o comportamento de um indivíduo é produto unicamente do ambiente, reconhece que alguns comportamentos podem ter uma base genética. TEORIA COMPORTAMENTISTA (BEHAVIORISMO) Durante seus estudos e publicações, um aspecto que merece ser destacado na Teoria de Skinner é a distinção entre Comportamento Operante e Comportamento Respondente: Descrito nos experimentos de Pavlov, o comportamento respondente é uma resposta comportamental provocada por um estímulo observável específico. Já o comportamento operante, ocorre sem nenhum estímulo externo observável, sendo a resposta do organismo aparentemente espontânea. O foco de Skinner é no comportamento operante, visto que é emitido na ausência de qualquer estímulo motivador. TEORIA COMPORTAMENTISTA (BEHAVIORISMO) Quando uma resposta operante é condicionada, é essencial que o reforço seja apresentado depois da ocorrência da resposta, só dessa maneira a frequência da resposta irá aumentar. Além disso, o comportamento operante opera no ambiente do organismo, e o respondente não. TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) Para se compreender melhor a Psicanálise de Freud é necessário destacar os três elementos (tópicas) principais dessa abordagem: 1 – o papel do inconsciente, 2 – as três instâncias psíquicas, id, ego e superego, 3 – a teoria do desenvolvimento da personalidade que é baseada na sexualidade humana (GRIGGS, 2009). TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) Freud considerava 3 níveis de consciência do ser humano: o consciente, o pré-consciente e o inconsciente. Sendo comparado a um iceberg, o consciente seria a pontinha deste, ou seja, aquilo que fica visível, acima da superfície. A parte do iceberg que fica logo abaixo da superfície é a mente pré-consciente, neste caso corresponde aquilo que está armazenado na memória do sujeito, não se tem consciência deste conteúdo, mas podemos acessá-lo. TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) Mas o investimento de Freud foi mesmo nos achados sobre o inconsciente, é a parte oculta do iceberg, é no inconsciente que segundo Freud, existiam as motivações essenciais de todas as nossas ações e sentimentos. TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) Tendo como objetivo trazer à percepção consciente lembranças ou pensamentos reprimidos (que estão no inconsciente), a Psicanálise supõe que essas lembranças e pensamentos eram a fonte do comportamento anormal do paciente. Por meio da associação livre, técnica desenvolvida após o abandono da hipnose, as lembranças do paciente iam invariavelmente à infância, e muitas destas experiências reprimidas que são recordadas têm relação com questões sexuais (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009). TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) A segunda tópica freudiana corresponde à estrutura da personalidade que para Freud era constituída por três instâncias psíquicas, id, ego e superego. TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) O id contém energia psíquica e tenta a todo o momento satisfazer os impulsos instintivos de acordo com o princípio do prazer. TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) O ego surge como o mediador entre o id e o mundo exterior, facilitando esta interação. Ele representa o que se chama por razão ou racionalidade, por isso opera pelo que Freud denominou princípio da realidade. TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) O superego também deriva da energia do id, porém se desenvolve durante a infância e alcança todos os níveis da consciência. Neste caso, o superego age de acordo com o princípio da moralidade (GRIGGS, 2009). TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) No decorrer dos estágios do desenvolvimento psicossexual, as crianças são consideradas autoeróticas, pois obtêm prazer erótico ou sensual ao estimular as chamadas zonas erógenas do seu corpo, ou ao serem estimuladas pelos pais. Cada estágio do desenvolvimento tende a se localizar em uma zona erógena específica. São cinco as fases do desenvolvimento psicossexual de Freud: 1. Fase oral, 2. Fase anal, 3. Fase fálica, 4. Fase de latência, e 5. Fase genital (FREUD, 1905). TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) Na fase oral, que corresponde do nascimento aos 18 meses, as principais zonas erógenas são a boca, os lábios e a língua, sendo que a criança sente prazer em atividades como morder, sugar ou mastigar. TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) A fase anal (18 meses a 3 anos) é o período em que os esfíncteres são os locais de prazer, no caso, a expulsão das fezes remove o desconforto e produz um sentimento de alívio para a criança. TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) O terceiro estágio é o estágio fálico que ocorre dos 3 aos 6 anos, e a zona erógena está localizada nos genitais, e a consequência é a sensação de prazer vivenciada pelas crianças quando da estimulação genital. TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) Fase de latência (dos 6 anos à puberdade). Essa fase corresponde ao momento em que não há zona erógena, e os impulsos sexuais se encontram menos ativos, sendo que o foco é o desenvolvimento cognitivo e social. TEORIA PSICANALÍTICA (Sigmund Freud) Com o fim da puberdade, começa o estágio genital, que se estende por toda a vida. A zona erógena volta para os genitais e com o passar do tempo começam a ocorrer as relações sexuais, progredindo para os relacionamentos íntimos entre os adultos. MODELOS DE DESENVOLVIMENTO MOTOR MODELOS OU TEORIAS DE APRENDIZAGEM MOTORA MODELOS OU TEORIAS DE APRENDIZAGEM MOTORA Como já vimos teorias são idéias abstratas sobre a natureza e a causa da aquisição ou modificação do movimento. Teorias da Aprendizagem Motora devem ser baseadas no conhecimento da estrutura e da função do sistema nervoso. Teoria do Circuito Fechado de Adams Adams, um pesquisador no campo da Educação Física, foi o primeiro a tentar criar uma teoria abrangente da aprendizagem motora. O aspecto mais importante da Teoria de Adamssão os processos de circuito fechado no controle motor. Em um processo de circuito fechado, o feedback (retro alimentação) sensorial é utilizado para a produção contínua de movimento habilidoso. Teoria do Circuito Fechado de Adams A teoria do circuito fechado da Aprendizagem Motora também propôs que dois tipos distintos de memória eram importantes nesse processo: • O primeiro chamado de traço da memória era utilizado na seleção e na iniciação do movimento. * O segundo, denominado traço perceptivo, construído durante um período de prática, tornava-se a referência interna da exatidão. Teoria do Circuito Fechado de Adams Adams propôs que, após o movimento ser iniciado pelo traço da memória, o traço perceptivo assume e executa um movimento, detectando também os erros (TEORIA DOS SISTEMAS DINÂMICOS). Teoria do Circuito Fechado de Adams A Teoria do Circuito Fechado sugere que para o retreinamento das habilidades motoras é essencial instruir o aluno a praticar exatamente o mesmo movimento, repetidas vezes, até um momento final no qual ele conquiste a acuidade; quanto mais tempo se dedica à prática do movimento da forma mais precisa possível, melhor a aprendizagem. Teoria do Circuito Fechado de Adams Quais são as implicações da Teoria do Circuito Fechado da Aprendizagem Motora? Ela sugere que os alunos, quando estão aprendendo uma nova habilidade de movimento, como pegar uma bola, desenvolvem gradualmente, com a prática, um traço perceptível para o movimento que serve de guia para movimentos posteriores. Quanto mais o aluno praticar o movimento específico, mais forte se torna o traço perceptivo. Teoria do Esquema de Schmidt Essa teoria enfatiza os processos do controle de circuito aberto e o conceito do programa motor generalizado. Embora esse conceito do controle motor fosse considerado essencial para a compreensão, ninguém ainda havia descrito como os programas motores podem ser aprendidos. Teoria do Esquema de Schmidt Schmidt presumiu que durante o aprendizado de um novo programa motor, o indivíduo aprende uma série geral de normas que podem ser aplicadas a uma variedade de contextos. Teoria do Esquema de Schmidt No centro dessa teoria de Aprendizagem Motora está o conceito de esquema. O termo "esquema" originalmente se referia a uma representação abstrata, armazenada na memória após apresentações múltiplas de uma classe de objetos. Teoria do Esquema de Schmidt Por exemplo, já se propôs que, após observar muitos tipos de cães, começamos a armazenar no nosso cérebro uma série de normas abstratas para as qualidades caninas gerais; assim, sempre que vemos um novo cão, independentemente do tamanho, da cor ou do formato, podemos identificá-lo como sendo um cão. Teoria do Esquema de Schmidt Sendo assim, o chamado programa motor generalizado é o que nos permite possuir as normas para criar os padrões espaciais e temporais da atividade muscular, necessários para executar determinado movimento. Teoria do Esquema de Schmidt Schmidt propôs que, após um indivíduo executar um movimento, quatro aspectos são armazenados na memória: a) as condições iniciais do movimento, como a posição do corpo e o peso do objeto manipulado; b) os parâmetros utilizados no programa motor generalizado; c) o efeito do movimento em termos de conhecimento dos resultados (CR); d) as conseqüências sensoriais do movimento, isto é, qual era o seu som, sua aparência e quais sensações ele produzia. Teoria do Esquema de Schmidt Uma das previsões da Teoria do Esquema é que a variabilidade da prática deve melhorar a aprendizagem motora. Schmidt formulou a hipótese de que a aprendizagem não seria afetada apenas pela extensão da prática, mas também pela sua variabilidade. Portanto, com o aumento na variabilidade da prática, as normas generalizadas do programa motor seriam fortalecidas. Teoria do Esquema de Schmidt Quais são algumas das implicações da Teoria do Esquema? De acordo com essa teoria, quando o nosso aluno está aprendendo uma nova tarefa, como alcançar uma bola, a aprendizagem ideal ocorre se essa tarefa for praticada em diversas condições, permitindo que ela desenvolva uma série de normas para alcançar o objeto, que podem ser aplicadas quando ele estende o corpo para alcançar uma variedade de bolas. À medida que as normas do alongamento melhorar, o aluno se tornará mais capaz de produzir estratégias adequadas para pegar a bola que ele não conhece, com menor probabilidade de deixar cair ou derrubar. Modelo dos Três Estágios de Fitts e Posner Fitts e Posner, dois pesquisadores da psicologia, descreveram uma Teoria da Aprendizagem Motora associada aos estágios envolvidos na aprendizagem de uma nova habilidade. Eles sugerem que existem três fases principais envolvidas nessa aprendizagem: - ESTÁGIO COGNITIVO; - ESTÁGIO ASSOCIATIVO; - ESTÁGIO AUTÔNOMO. Modelo dos Três Estágios de Fitts e Posner * Estágio cognitivo, primeiro estágio, o aprendiz está envolvido na compreensão da natureza da tarefa, desenvolvendo estratégias que possam utilizadas para executá-la e determinando como a tarefa deve ser avaliada. Esses esforços exigem alto grau de atividade cognitiva e/ou afetiva, como a atenção. Modelo dos Três Estágios de Fitts e Posner Nessa fase, o indivíduo experimenta uma variedade de estratégias, abandonando aquelas que não funcionam e armazenando as que são úteis. O desempenho tende a ser muito variado, talvez porque muitas estratégias para a execução da tarefa estejam sendo investigadas. No entanto, a otimização do desempenho também é muito grande nesse estágio inicial, talvez como resultado da seleção da estratégia mais eficaz para a tarefa. Modelo dos Três Estágios de Fitts e Posner * Estágio Associativo, o segundo estágio da aquisição de uma habilidade. Nesse momento, o indivíduo já selecionou a melhor estratégia para a tarefa e começa a refinar a habilidade. Portanto, durante esse estágio existe menos variabilidade no desempenho, e a sua otimização também é mais lenta. Modelo dos Três Estágios de Fitts e Posner Foi proposto que os aspectos verbal/cognitivo da aprendizagem são menos importantes nesse estágio, porque a concentração do indivíduo está mais voltada à refinação de um padrão determinado do que à seleção de estratégias alternativas. Esse estágio pode durar dias, semanas ou meses, dependendo do aprendiz e da intensidade da prática. Modelo dos Três Estágios de Fitts e Posner * Estágio autônomo, o terceiro estágio da aquisição de uma habilidade. Fitts e Posner o definem pelo automatismo da habilidade e pelo baixo grau de atenção exigido para o seu desempenho. Modelo dos Três Estágios de Fitts e Posner Assim, nesse estágio o indivíduo pode começar a dedicar a sua atenção a outros aspectos da habilidade em geral, como procurar no ambiente os obstáculos que possam impedir o desempenho, ou concentrar-se em uma tarefa secundária (por exemplo conversar com um amigo durante a execução da tarefa, ou economizar suas energias para evitar a fadiga). Modelo dos Três Estágios de Fitts e Posner Como o modelo dos três estágios nos ajuda a compreender a aquisição das habilidades motoras nos alunos? Essa teoria sugere que o aluno aprenderia a alcançar o objeto da seguinte forma: quando ele tenta pela primeira vez alcançar o objeto, a tarefa exige muita atenção e pensamento consciente. O aluno inicialmente comete muitos erros, à medida que experimenta diferentes estratégias de movimento para executar a tarefa. Quando passa para o segundo estágio, no entanto, seus movimentos na direção do objeto tornam-se precisos,pois ele desenvolveu uma estratégia ideal. Neste ponto, a tarefa não exige toda a sua atenção. No terceiro estágio, que é o autônomo, o aluno será capaz de alcançar o objeto enquanto conversa com alguém ou está envolvido em outras tarefas. TEORIA DO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO Nesta perspectiva o homem é visto como um sistema que recebe, processa, transmite, armazena e utiliza informações. A informação é manipulada pelo indivíduo através de uma seqüência de ações (movimentos), para obtenção de uma resposta. TEORIA DO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO Na aprendizagem motora essa abordagem surgiu com o objetivo de “investigar os mecanismos internos básicos responsáveis pela produção do movimento e a mudança de comportamento”. TEORIA DO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO Surgiram então alguns modelos de Processamento de Informação que explicam como se produz o processo de aprendizagem motora, considerando o ser humano como um computador. O fundamento didático dos modelos está na necessidade de analisar os mecanismos e classificar as tarefas motoras de acordo com as exigências próprias da aprendizagem em cada mecanismo. TEORIA DO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO DE MARTENIUK Marteniuk expõe um traçado pelo qual ocorre a aquisição de movimentos: TEORIA DO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO DE MARTENIUK Ambiente e informação: É o que está disponível no meio ambiente, ou a informação dada. Ex: o professor fala para o aluno fazer 15 abdominais – a informação é o que o aluno houve. Órgãos dos sentidos: São os responsáveis em captar a informação no ambiente e transformá-la em impulso nervoso (que a linguagem que o SNC entende). TEORIA DO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO DE MARTENIUK Mecanismo perceptivo: É o mecanismo responsável em organizar os impulsos nervosos que entraram no SNC. Ele irá discriminar, identificar, classificar, descrever o meio interno e externo do executante. Mecanismo de Decisão: Escolhe o melhor plano motor para satisfazer o objetivo a ser executado, levando em consideração as necessidades do meio interno e externo. TEORIA DO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO DE MARTENIUK Mecanismo efetor: Detalha o plano motor escolhido e o transforma em programa motor (ordens neuronais para a execução do movimento). Integra os comandos motores que produzirão o movimento. Sistema Muscular: Recebe e executa os comandos motores. TEORIA DO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO DE MARTENIUK Feedback: é uma das formas pelas quais o executante pode ter uma resposta sobre como foi à execução de uma habilidade. Há diversas formas de feedback (visual, verbal, sinestésica) e elas devem ser aproveitadas pelo executante para melhorar a performance durante a execução ou após a execução. TEORIA DO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO DE MARTENIUK Feedback Intrínseco: informação fornecida como conseqüência natural do movimento. Ex. O jogador de basquete faz um arremesso na cesta. Ele próprio como uma conseqüência do seu movimento irá ter uma informação – acertou ou errou a cesta. TEORIA DO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO DE MARTENIUK Feedback Extrínseco: informação sobre a performance (fornecido por maio artificial – vídeo - tape, foto, o professor falando para ele o que aconteceu – para aumentar a informação natural disponível). CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS Idéia geral do movimento Muitas pessoas não conseguem realizar vários movimentos, ou nunca tiveram a oportunidade de praticar vários esportes. Mas devido as publicações da mídia esportiva, todos sabemos representar a idéia geral dos movimentos de esportes, como: Surf, Hóquei e salto com vara. Idéia geral do movimento Há outros movimentos que, por falta de conhecimento, não conseguimos reproduzi-los, como: badminton, paintball. ASPECTOS MUSCULARES DE MOVIMENTO Um movimento de coordenação motora grossa envolve o movimento dos grandes grupos musculares do corpo. A maioria das habilidades esportivas é classificada como movimentos de coordenação motora grossa, com exceção talvez do tiro ao alvo, arco e flecha, e alguns outros. ASPECTOS MUSCULARES DE MOVIMENTO Um movimento de coordenação motora fina envolve movimentos de limitadas partes do corpo (pequenos grupos musculares das mãos) no desempenho de movimentos precisos. Os movimentos manipulativos de costurar, escrever e digitar geralmente são considerados movimentos de coordenação motora fina. Deslocamento (andar, correr, saltitar, saltar). Manipulação (segurar, lançar, quicar, chutar). Estabilização (girar, rolar, equilibrar-se). ASPECTOS FUNCIONAIS DO MOVIMENTO ASPECTOS TEMPORAIS DE MOVIMENTO Um movimento discreto apresenta início e fim definidos. O arremesso, o salto, o chute e o toque em uma bola constituem exemplos de movimentos discretos. ASPECTOS TEMPORAIS DE MOVIMENTO Os movimentos em série envolvem a performance de um movimento simples e discreto repetido diversas vezes em uma sucessão rápida. O saltito rítmico, o drible no basquete e a rebatida da bola no futebol americano ou voleibol constituem tarefas típicas em série. ASPECTOS TEMPORAIS DE MOVIMENTO Os movimentos contínuos abrangem os movimentos repetidos durante um determinado tempo: a corrida, a natação e o ciclismo constituem movimentos contínuos comuns. ASPECTOS AMBIENTAIS DE MOVIMENTO Uma tarefa motora aberta é aquela realizada em um ambiente onde as condições estão constantemente mudando. Essas condições mutáveis exigem que o indivíduo faça ajustes ou modificações no padrão de movimento para se adaptar às demandas da situação. ASPECTOS AMBIENTAIS DE MOVIMENTO Necessita-se de plasticidade ou flexibilidade em movimento no desempenho de uma habilidade aberta. A maioria das atividades em dupla ou em grupo envolve habilidades abertas que dependem de um feedback externo ou interno para sua execução com sucesso. ASPECTOS AMBIENTAIS DE MOVIMENTO Por exemplo, a criança que participa de um jogo típico de pega-pega que exige corrida e movimentos súbitos em diversas direções nunca utiliza exatamente os mesmos padrões de movimento durante o jogo. A criança precisa adaptar-se às demandas da atividade por meio de uma variedade de movimentos similares, mas diferentes. ASPECTOS AMBIENTAIS DE MOVIMENTO Uma tarefa motora fechada trata-se de “uma habilidade motora realizada em um ambiente estável ou previsível onde aquele que a executa determina quando iniciará a ação”. ASPECTOS AMBIENTAIS DE MOVIMENTO Uma habilidade de movimento fechada ou um padrão de movimento fundamental demanda rigidez de desempenho. Depende mais de um feedback cinestésico do que visual ou auditivo da execução da tarefa. ASPECTOS AMBIENTAIS DE MOVIMENTO Um jovem que realiza uma parada de mão, tenta acertar um alvo, dá um salto vertical está realizando uma tarefa de movimento fechada. NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO DE MOVIMENTO O movimento pode ser classificado de acordo com seu nível de desenvolvimento, como sendo as fases reflexiva, rudimentar, fundamental ou especializada de desenvolvimento motor. MODELOS UNIDIMENSIONAIS PARA CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS MODELOS BIDIMENSIONAIS PARA CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS MODELOS MULTIDIMENSIONAIS PARA CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS MODELOS MULTIDIMENSIONAIS É possível observar o fenômeno de movimento de todas as cinco dimensões. Isto é, a habilidade de movimento realizada no mundo real pode ser observada sob seus aspectos musculares (grosso/fino), temporal (discreto, em série ou contínuo), do meio ambiente (aberto e fechado), funcional (estabilidade, de locomoçãoou manipulação) e de desenvolvimento (reflexivo, rudimentar, fundamental ou especializado). MODELOS MULTIDIMENSIONAIS (exemplo) Um jogador de futebol habilidoso ao driblar uma bola enquanto corre em um campo durante um jogo está realizando uma habilidade aberta (aspecto do meio ambiente), em série (aspecto temporal), de coordenação motora grossa (aspecto muscular), locomotora (aspecto funcional) no nível de habilidade especializada (aspecto de desenvolvimento). PERGUNTAS IMPORTANTES PARA ANÁLISE DE UM MOVIMENTO: 1) Quais são os requisitos da tarefa de movimento que estou exigindo do aprendiz? - Trata-se de uma habilidade de coordenação motora grossa ou fina? - É um movimento discreto, em série ou contínuo? - É uma habilidade de estabilidade, locomotora ou manipulativa? PERGUNTAS IMPORTANTES PARA ANÁLISE DE UM MOVIMENTO: 2) Qual é o nível de desenvolvimento individual dos aprendizes? - Eles estão na fase reflexiva, rudimentar fundamental ou especializada? PERGUNTAS IMPORTANTES PARA ANÁLISE DE UM MOVIMENTO: 3) Quais são as condições do meio ambiente de aprendizagem? - A habilidade a ser realizada está em um meio ambiente aberto ou fechado? Desenvolvimento Motor e características físicas da Idade Adulta e Idoso (a partir de 20 anos) Gallahue (2005) classifica a idade cronológica adulta da seguinte maneira: Idade adulta jovem = 20-40 anos Meia-idade = 40-60 anos Terceira idade = Início da terceira idade (60 - 70 anos); Período intermediário (70 – 80 anos); Senilidade ( 80 anos ou mais). Cada vez mais a expectativa de vida média do ser humano vem enfrentando aumento estável. Quais seriam os motivos? Possíveis explicações: - Melhoras na saúde (hábitos e avanços na medicina, diminuição da afecção por doenças); - Mudanças no estilo de vida. - A medida que se avança na idade adulta, experimenta-se uma série de alterações fisiológicas e físicas que afetam nosso comportamento. Características individuais (cognitivas, afetivas e motoras), exigências da tarefa e circunstâncias ambientais, são fatores importantes na determinação do nível de sucesso experimentado pelo adulto no desempenho de uma tarefa motora. Exigências da tarefa – envolve elementos como grau de dificuldade, duração e necessidade de velocidade e precisão; Circunstâncias ambientais – envolve temperatura do aposento, iluminação, textura do assoalho e grau de familiaridade ao redor ; Características individuais: - Cognitiva: habilidade de compreender instruções; - Afetiva: motivação, amizade e autoconfiança; - motora: alterações fisiológicas Aspectos do desempenho motor: - Princípio da especificidade da tarefa. O sucesso do indivíduo, ao realizar uma tarefa motora, vai depender das exigências para sua realização. Aspectos do desempenho motor: - Princípio da variação inter-individual O nível de atividade física, o fumo, o estresse, as drogas e a dieta alimentar são variáveis que vão influenciar no número de anos que viveremos e o nível de aptidão que teremos para certos tipos de tarefas motoras. Aspectos do desempenho motor: - Princípio da variação intra-individual Os sistemas fisiológicos não declinam no mesmo ritmo. As características individuais do adulto acompanham seus níveis individuais de desenvolvimento. Desempenho motor e características gerais do adulto jovem: Esta fase é marcada por um indivíduo cheio de energia e com alta capacidade (relacionado aos aspectos de saúde). - Auge do desenvolvimento cardiovascular. - O corpo está maduro fisicamente e sexualmente (auge da atividade reprodutora e sexual). - Nesta fase há mais tecido muscular; um máximo de cálcio nos ossos; mais massa encefálica; melhor visão, audição e olfato; há ainda uma maior capacidade de oxigenação e o sistema imunológico é mais eficiente. Desempenho motor e características gerais do adulto de meia-idade: Esta fase é marcada pela chegada de alterações corporais. - Diminuição da densidade mineral óssea. - Regeneração limitada da cartilagem nas articulações aumentando o risco de artrites. - Ganho de peso natural independente do consumo calórico. - Aumento de cerca de 35% da gordura corporal e diminuição de cerca de 17% na massa magra e teor de água. Desempenho motor e características gerais do adulto de meia-idade: - Decréscimo linear no funcionamento dos órgãos. - Alguns adultos podem experimentar problemas na visão. - O metabolismo desacelera. - A prática de exercícios físicos geralmente diminui com o aumento de responsabilidades na rotina diária. - A partir dos 40 anos as doenças passam a ser a causa principal de morte. Desempenho motor e características gerais do idoso: Esta fase é marcada pela aceleração do declínio fisiológico. Algumas alterações são resultado do envelhecimento biológico e da constituição genética, mas o acúmulo dos fatores comportamentais e do estilo de vida, afetam a probabilidade e o momento de ocorrência das mudanças físicas. Desempenho motor e características gerais do idoso: - Redistribuição dos depósitos de gordura. - Mudanças de pele. - Início da perda da integridade musculoesquelética (sarcopenia; - Esqueleto: encurtamento da estatura – discos intervertebrais (perda de água), mau alinhamento da coluna e aumento da compressão vertebral. - Osteopenia/ osteoporose (diminuição da mineralização óssea). - Mudança nos padrões hormonais (menopausa e andropausa) - Perda de acuidade auditiva. Desempenho motor e características gerais do idoso: - Acionamento dos reflexos de maneira mais lenta. - Diminuição de tônus e força muscular. - Maior prevalência de doenças crônicas. - Sistema Cardiovascular – Paredes arteriais menos elásticas e mais rígidas (arteriosclerose – aumento na calcificação). Já a aterosclerose (doença) depósitos de gorduras nas artérias. Ambas afetam o desempenho do sistema circulatório. - Função pulmonar – sua função declina gradualmente a partir dos 30 anos, declínio de 1% do Vo2máx ao ano. - Flexibilidade (de 20 e 60 anos pode ter uma diminuição de 30 a 60%) Desempenho motor e características gerais do idoso: - ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS SISTEMA NERVOSO. - Células ganglionares perdem a capacidade de se dividir. - Peso do cérebro diminui. - Os neurônios se “atrofiam”. - As ramificações dendríticas tornam-se densas. - Fibras nervosas perdem mielina. - Diminui a vascularização e metabolismo do tecido. - Neurônios ficam menos excitáveis. - Hipóxia – quando o cérebro recebe uma quantidade inadequada de oxigênio. Desempenho motor e características gerais do idoso: - ALTERAÇÕES DO DESEMPENHO MOTOR. - Déficits sensoriais (Visão - propriocepção (senso de consciência corporal e de posição) - audição). - Alteração no equilíbrio: manutenção do controle postural e do equilíbrio torna-se menos eficiente. - Dúvidas no rendimento mecânico. - Habilidade Motora: declínio. Por que envelhecemos ? Alterações no nível celular, no nível de sistema imunológico e/ou na interação dos sistemas fisiológicos podem representar as causas subjacentes do envelhecimento. (Gallahue, 2005) Por que envelhecemos ? Nível celular – integridade da célula - radicais livres, divisão e aumento das células. Sistema imunológico – diminui eficiência – reduz proteção. Sistemas fisiológicos – homeostasia – manutenção da estabilidade dos sistemas do corpo (sensorial, digestivo e cardiovascular) e suas inter-relações.
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