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EXCELENTISSINO SENHOR DOUTOR JUIZ 2ª VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA/GO Processo número 0010001-10.2017.518.0002 Albano Machado, já qualificada nos autos em epígrafe, por intermédio de sua procuradora subscritora, vem, respeitosamente, perante V. Exa., apresentar: CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO Interpondo e requerendo, para tanto, o seu recebimento, regular processamento e posterior remessa ao Egrégio TRT da 3ª Região. Nestes termos, Pede Deferimento. GOIÂNIA/GO, 19 de Dezembro de 2017. ADVOGADO OAB/UF EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA __ REGIÃO CONTRARRAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO Recorrente: ALBANO MACHADO Recorrido: MARIA JOSÉ PEREIRA Processo nº 0010001-10.2017.518.0002 2ª VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA/GO COLENDA TURMA, EMÉRITOS JULGADORES: Em que pese o inconformismo da Recorrente, temos que, a r. sentença, nos pontos atacados, não merece os reparos veiculados pela recorrente, vez que, está em consonância com o acervo probatório carreado aos autos, devendo ser negado provimento ao recurso da Recorrente, conforme as razões de fato e de direito a seguir narradas. DA TEMPESTIVIDADE A decisão recorrida foi prolatada em 11/12/2017. O termo que intimou a ré a contra-arrazoar o Recurso Ordinário da parte autora, a contagem do prazo iniciou-se no dia 21/11/2017, o prazo de 8 (oito) dias para interpor contrarrazões do recurso ordinário, o qual finda no dia 20/12/2017. Portanto, pugna-se pela tempestividade das presentes contrarrazões, concluindo-se pela admissibilidade da presente peça processual, bem como por sua procedência pelos fatos e fundamentos que passa a expor e requerer: FERIADOS LABORADOS EM DOBRO Diz a Recorrente no Recurso Ordinário: "No tocante aos Domingos e Feriados laborados, deferidos em dobro pela r. decisão ora recorrida, há de ser reformado o posicionamento adotado. Pois quando ocorreu labor em Feriados, insta ressaltar que foram corretamente remunerados ou compensados, sendo que foi aplicado o percentual previsto para estes dias, no cálculo das horas extras. Ademais, mantendo a condenação ao pagamento em dobro nestes dias, representará um enriquecimento ilícito do ora recorrido, sendo devido, quando muito, o pagamento de forma simples, conforme orienta o Enunciado da Súmula 146 do TST, que assim dispõe: (...) Merece reforma, pois." Sem razão. Pretende ainda a Recorrente a reforma da r. sentença no tocante ao labor em feriados, em que houve condenação ao pagamento com adicional de 100%, alegando tal condenação importar em enriquecimento ilícito e quando em muito deva ser o pagamento de forma simples. Equivocada a interpretação dada pela Recorrente ao comando sentencial, eis que, o MM. Juízo "a quo" foi claro ao determinar o pagamento de horas laboradas em domingos e feriados com adicional de 100%, o que representa pagamento em dobro, e não, configura qualquer enriquecimento ilícito, como quer se fazer entender a Recorrente. Ademais, foi determinado na r. sentença a compensação de todos os valores pagos, pelo que eventuais pagamentos a título de feriados l de domingos e feriados laborados já serão compensados , inocorrendo prejuízos à parte Reclamada. Assim, neste tópico, deverá ser mantida a condenação de primeira instância. INTERVALOS VIOLADOS Diz a Recorrente no Recurso Ordinário: “é óbvio que o reclamante não ficava trabalhando ininterruptamente durante 12 horas. Embora o enfermo, vítima de acidente vascular cerebral, demandasse cuidados especiais, resta evidente que o trabalhador tinha meios de usufruir da pausa intervalar de uma hora. Isto poderia ser feito, por exemplo, quando o enfermo estava assistindo televisão.” A Reclamada não proporcionava o intervalo para descanso e refeição previsto no art. 71 da CLT, incorrendo, assim, na letra 'd' do artigo 483 texto consolidado, in verbis: Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; O texto da lei mostra-se claro, sendo que qualquer relativização do que seja "obrigação do contrato" constitui-se em verdadeiro retrocesso aos direitos conquistados às duras penas pela classe trabalhadora nas últimas décadas. A ausência de intervalo para descanso e refeição constitui-se em falta grave do empregador, que agride o próprio direito à saúde e integridade física do trabalhador. DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS Doutos, não restam dúvidas de que houve diversos transtornos ao autor, com a anotação de justa causa na CTPS, sendo essa indevida. A decisão de primeiro grau condenou a reclamada ao pagamento de indenização por danos morais no importe de R$ 10.000,00 (dez mil reais) pelo fato de ter sido aposto na CTPS do trabalhador que a rescisão do contrato de trabalho se deu por justa causa. (dez mil reais). O dano moral deve levar em consideração a reparação da suposta dor sofrida pelo lesado, devendo-se, ainda, ter em vista a condição econômica deste e sua participação no evento danoso, se houve ou não culpa concorrente ou culpa exclusiva do suposto ofendido. Portando, requer que seja mantido a R. Sentença e condene o recorrido ao cumprimento da sentença de piso, tendo em vista que não há qualquer dúvida quanto à correção do valor da condenação da Recorrente ao pagamento dos danos morais, já que a indenização não foi fixada em patamar exagerado. DOS PEDIDOS Diante de todas as razões acima expostas, pede e espera a Recorrida que se digne este Egrégio Tribunal de negar provimento ao Recurso Ordinário interposto pela reclamada, para manter a decisão recorrida nos exatos termos em que foi proferida, nos pontos atacados pela Recorrente. Requer ainda a condenação da recorrida ao pagamento de multa por litigância de má fé, no importe de 10% sobre o valor corrigido da causa. Termos em que, Pede deferimento. GOIÂNIA/GO, 19 de Dezembro de 2017. ADVOGADO OAB/UF
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