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UNIDADE 5: SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERIOPERATÓRIO - SAEP Profa. MSc. Luciane Katrine 5.1. Assistência de enfermagem no pré-operatório 5.2. Visita pré-operatória 5.3. Assistência de enfermagem no transoperatório 5.4. Recepção do cliente no CC 5.5. Assistência de enfermagem no pós-operatório 5.6. Preparação para a alta 5.7 Humanização da assistência de enfermagem 5.8 Cirurgia Segura Plano de Ensino: Aula 5 1. Conceito de SAE É a realização da prática de enfermagem de modo sistemático (organizado e planejado), com o objetivo de formular princípios, que quando aplicados às atividades de enfermagem, possam ser efetivos na ajuda ao paciente e na melhoria da assistência de enfermagem a este paciente, contribuindo para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade. 1. SAE É necessário implantar o PE que compreende as seguintes fases: Histórico de enfermagem, Diagnóstico de enfermagem, Prescrição da assistência de enfermagem, Implementação da assistência Avaliação de enfermagem. Diagnóstico de Enfermagem O diagnóstico de enfermagem constitui a segunda etapa do processo de enfermagem. Diagnóstico (identificação do problema), baseia-se tanto nos problemas reais ( voltados para o presente) quanto nos problemas potenciais( voltados para futuros). Componentes estruturais dos diagnóstico de enfermagem-NANDA Enunciado diagnóstico Nome para o diagnóstico Característica definidoras Manifestações clínicas Fatores de risco Vulnerabilidade Fatores relacionados Etiologia Definição Descrição do enunciado Componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem-NANDA Diagnóstico Diagnósticos Reais Características definidoras Fatores relacionados Diagnósticos de risco Fatores de riscos Componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem-NANDA ENUNCIADO DIAGNÓSTICO: Estabelece um nome para diagnóstico ( título do diagnóstico). DEFINIÇÃO: Estabelece significado do diagnóstico ( diz o que é) Componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem-NANDA Dicas importantes: O enunciado do diagnóstico sempre deve ser escrito na íntegra, conforme encontrado nessa taxonomia( sistemas de classificação); Em cada diagnóstico de enfermagem só pode haver um título . Componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem-NANDA CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS: São as manifestações clínicas ( SINAIS E SINTOMAS). Componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem-NANDA Dicas importantes: Utilizar os termos corretos para unir o título às características definidoras, descrita como evidenciadas por... ou caracterizadas por... Exemplo: Deglutição prejudicada evidenciada por dor epigástrica No diagnóstico de enfermagem poderá haver mais de uma característica definidora Exemplo: Deglutição prejudicada evidenciada por dor epigástrica e azia Componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem-NANDA Dicas importantes: Caso não identifique a característica definidora listados na NANDA (TAXONOMIA), o enfermeiro deverá fazer uso do pensamento crítico, e descrevê-los em termos daquilo que foi detectado por ele, mesmo que não conste na taxonomia. Exemplo: Déficit no auto cuidado para o banho evidenciado por presença de sangue no couro cabeludo. ( a evidência descrita não está redigido desse modo na taxonomia NANDA). Componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem-NANDA FATORES RELACIONADOS Constitui a etiologia do problema (CAUSAS), podem ser de natureza fisiológica, psicológica, sociocultural, ambiental e espiritual. Componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem-NANDA Dicas importantes: Utilizar os termos corretos para unir o título aos fatores relacionados, descrita como relacionados (a) ou associados (a). Exemplo: Deglutição prejudicada evidenciado por dor epigástrica relacionada a doença do refluxo gastresofágico Componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem-NANDA Dicas importantes: No diagnóstico de enfermagem poderá haver mais de um fator relacionado Exemplo: Deglutição prejudicada evidenciado por dor epigástrica relacionada a doença do refluxo gastresofágico e defeitos esofágicos. Componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem-NANDA Dicas importantes: Caso não identifique fator relacionado listado na NANDA (TAXONOMIA), o enfermeiro deverá fazer uso do pensamento crítico, e descrevê-los em termos daquilo que foi detectado por ele, mesmo que não conste na taxonomia. Exemplo: Déficit no auto cuidado para o banho evidenciado por presença de sangue no couro cabeludo relacionado a sedação contínua Componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem-NANDA FATORES DE RISCO (Diagnóstico de risco): Fatores ambientais e fisiológicos, psicológicos, genéticos ou químicos que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo, de uma família ou de uma comunidade. Exemplo: Risco para infecção relacionado a desnutrição COMO CONSTRUIR UM DIAGNÓSTICO? Construção do diagnóstico DIAGNÓSTICO REAL Exemplo: Deglutição prejudicada ( diagnóstico real) evidenciado por dor epigástrica ( característica definidora) relacionada a doença do refluxo gastresofágico ( fator relacionado) Construção do diagnóstico DIAGNÓSTICO DE RISCO Exemplo: Risco para infecção (diagnóstico de risco) relacionado a desnutrição ( fator de risco) PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA: RESULTADO ESPERADO Constitui a terceira etapa do processo de enfermagem; São intervenções planejadas para alcançar os resultados esperados em relação a um diagnóstico de enfermagem: PREVENIR, RESOLVER OU CONTROLAR. A mensuração dos resultados valida se os pacientes estão respondendo as intervenções de enfermagem fornecidas e ajuda a determinar se mudanças nos cuidados precisam ser feitas. EXEMPLO Diagnóstico de enfermagem: Risco de Queda relacionado estado mental rebaixado. Resultado Esperado: Durante o período da sua internação não apresentará queda da própria altura e da cama hospitalar. Os resultados esperados devem estar relacionados ao título do diagnóstico Ser centrado ao paciente Ser claro e conciso Ser alcançável Ser mensurável Normas necessárias para os resultados esperados PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM: É o roteiro diário que coordena a ação da equipe de enfermagem nos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas e específicas do ser humano (HORTA, 1979) Normas para prescrição de enfermagem Verbo no infinitivo e ação: FAZER, ORIENTAR, ENCAMINHAR... Conter frases descritivas: O que fazer Como fazer Quando fazer ou com que frequência fazer Onde fazer Por quanto tempo fazer • Numere cada prescrição • Prescrições devem ser claras,precisas e completas. Normas para prescrição de enfermagem Prescrição de enfermagem dirigidas pelos Diagnósticos de enfermagem e outros problemas de enfermagem (prescrição médica, exames e cirurgia etc) Atividade genérica ( sem colocar marca do produto). Acrescente ou retire prescrições conforme evolução do paciente Ser elaborada diariamente para um período de 24 horas Normas para prescrição de enfermagem Especificar os cuidados em ordem cronológica de execução, conforme as prioridades estabelecidas Excluir as ações que o paciente possa fazer sozinho, sem necessidade de acompanhamento, orientação ou supervisão de equipe de enfermagem Não escrever termos redundantes e ter letra legível Checar com rubrica Data, nome e Coren. ( Carimbo) EXEMPLO CONTROLE DE NUTRIÇÃO DEFINIÇÃO: Auxílio ou oferta de ingestão nutricional equilibrada de alimentos e líquidos. 1. Perguntar se o paciente possui alguma alergia alimentar 2. Determinar as preferências alimentares do paciente 3. Encorajar a ingestão de alimentos ricos em ferro, proteínas, vitamina C conforme apropriado. 4. Assegurar que a dieta inclua alimentos ricos em fibras para evitar constipação. 5. Proporcionar a escolha dos alimentos 6. Pesar o paciente em intervalos alternados. 7. Encorajar o paciente a usar dentaduras adequadamente ajustadas e/ou providenciar cuidados dentários. EXEMPLO Diagnóstico de enfermagem: Risco de Queda relacionado estado mental rebaixado. Resultado Esperado: Durante o período da sua internação não apresentará queda da própria altura e da cama hospitalar. Prescrição de enfermagem: 1. Manter cama com grades elevada: M-T-N 2. Auxiliar o paciente na deambulação: M-T-N CLASSIFICAÇÃO DE INTERVENÇÃO E RESULTADOS DE ENFERMAGEM Utilizado para auxiliar na elaboração dos resultados esperados e prescrição: Nursing Interventions Classification (NIC) = Classificação das intervenções de enfermagem. Nursing Outcomes Classification(NOC) = Classificação dos resultados de enfermagem 2. Aspectos Gerais SAEP deve ser desenvolvida pelo enfermeiro. Exige conhecimento do paciente e treinamento da equipe para a implementação das ações. Fases: Visita pré-operatória de enfermagem; Planejamento da assistência perioperatória; Implementação da assistência; Avaliação da assistência; Reformulação da assistência a ser planejada. 3. Objetivos: Levantar e analisar as necessidades individuais do paciente cirúrgico. Ajudar o paciente e família a compreender o problema de saúde e preparar-se para o procedimento. Prever, prover e controlar recursos materiais e humanos necessários ao ato anestésico-cirúrgico Diminuir riscos. Implementar a assistência documentada. 4. Períodos da SAEP Pré-operatório Imediato Transoperatório Recuperação Pós-anestésica Pós-operatório Imediato Pós-operatório Mediato 4.1 Período Pré-Operatório Imediato Lembrar do estresse a que o paciente está submetido e dos riscos. 4.1.1 Visita Pré-operatória: Objetivos: - Identificar, reduzir ou minimizar o nível de ansiedade do doente. - Promover assistência individualizada - Verificar o preparo físico do cliente - Verificar observações no prontuário, como valores dos SSVV - Formular os diagnósticos de enfermagem. 4.1.1 Visita Pré-operatória: Quarto de internação do paciente. Avaliação pré operatória: exame físico, entrevista. Dados relevantes sobre período pré e transoperatório. Diagnósticos de enfermagem. Prescrição de enfermagem para o período transoperatório e SRPA. 4.1.2 Principais Diagnósticos de Enfermagem Ansiedade relacionada à... caracterizado por... --> trabalhar todas as intervenções (pré, trans e pós) que contribuam para o alívio da ansiedade. Risco para infecção relacionado à... (normalmente aos procedimentos invasivos) --> Trabalhar com intervenções que contribuam para a diminuição dos risco de infecção ao qual o paciente possa estar submetido. Risco para temperatura corporal alterada relacionado à... -->Trabalhar as intervenções para o aquecimento do paciente na SO e também na recuperação anestésica. Evolução de Enfermagem no Pré- Operatório Procedimentos realizados no pré-operatório, conforme prescrição ou rotina institucional (banho, higiene oral, mensuração de sinais vitais, retirada e guarda de próteses, roupas íntimas, presença e local de dispositivos – acesso venoso, sondas, local de tricotomia, condições de pele, etc.); Tempo de jejum; Orientações prestadas; Evolução de Enfermagem no Pré- Operatório Esvaziamento de bexiga; Administração de pré-anestésico; Encaminhamento/transferência para o Centro Cirúrgico. Obs.: O registro de antecedentes alérgicos poderá ser incluso nesta anotação, conforme prescrição ou rotina institucional. 4.2 Período Transoperatório Fase da montagem da sala operatória Fase de Recebimento do Cliente: - Confirmar identificação - Analisar o prontuário - Interagir com o paciente referente aos cuidados pré-operatórios Fase Intra-operatória Fase da transferência do Paciente para SRPA Evolução de Enfermagem no Transoperatório Recepção no Centro Cirúrgico e encaminhamento à Sala Cirúrgica; Orientações prestadas; Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional (posicionamento do paciente, instalação e/ou retirada de eletrodos, monitor, placa de bisturi e outros dispositivos – acesso venoso, sondas, SSVV etc.); Composição da equipe cirúrgica; Evolução de Enfermagem no Transoperatório Dados do horário de início e término da anestesia e cirurgia, Tipo de anestesia, nome da cirurgia; Peça de anátomo; Tipo de curativo e local; Intercorrências durante o ato cirúrgico; Registro de materiais utilizados; Encaminhamento à RA (Recuperação Anestésica). 4.3 Período Pós-Operatório Fase do Pós-Operatório Imediato (Visita Pós- Operatória): - SRPA. - Verificar as condições clínicas do paciente. - Realizar orientações necessárias. - Treinamento dos funcionários. 4.3 Período Pós-Operatório Fase do Pós-Operatório Mediato Quarto de internação do paciente Ouvir o paciente e familiares esclarecendo e reforçando as orientações recebidas. Saber como foi a experiência para o paciente. Plano de alta: Ferida operatória Dieta Higiene Deambulação ... Evolução de Enfermagem no POI Posicionamento no leito e instalação de equipamentos (monitores, grades no leito, etc.); Sinais e sintomas observados (cianose, palidez cutânea, dor, náuseas, vômitos, tremores, hipotensão, etc.); Características e local do curativo cirúrgico, conforme prescrição ou rotina institucional; Instalação e/ou retirada de dispositivos, conforme prescrição ou rotina institucional (sondas, acesso venoso, etc.); Orientações prestadas; Encaminhamento/transferência de unidade ou alta hospitalar. 4.4 Humanização da assistência ao cliente cirúrgico Considerar o ser humano como um todo; 2001: Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH); Humanizar é: Esclarecer dúvidas do paciente e seus familiares; Reduzir a ansiedade e o medo do paciente; Recebero paciente no CC chamando-o pelo nome; Zelar pela privacidade do paciente; Permitir a permanência do familiar na SRPA; Prestar atendimento individualizado e personalizado com qualidade. 4.5 Cirurgia Segura Criada pela OMS cujo objetivo é aumentar os padrões de qualidade do cuidado cirúrgico em todo o mundo, contemplando: Prevenção de ISC; Anestesia segura; Equipes cirúrgicas seguras; Indicadores da assistência cirúrgica. Elaboração do checklist (lista de verificação); A Lista de Segurança Cirúrgica da OMS requer comprometimento e adaptação dos profissionais atuantes no CC, para a sua implementação. REFERÊNCIAS Association, N.A.N.G. Diagnóstico de enfermagem da Nanda. Ed.Porto Artmed, 2009-2011. MURTA, G.F. Saberes e Práticas: guia para Ensino e aprendizado de enfermagem. 5ª ed. Difusão, 2009. POSSARI, J. F. Centro Cirúrgico: Planejamento, Organização e Gestão. 4.ª Edição. 2009. São Paulo. SOBECC. Práticas recomendadas em Centro Cirúrgicos, Recuperação Pós-Anestésicas e Central de Material Esterilizado. 2013. São Paulo. Tannure. M.C; Pinheiro. A.M. Sistematização da Assistência de Enfermagem. 2ª ed. Guanabara Koogan, 2011.
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