Buscar

linfoma caes e gatos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 84 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 84 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 84 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
Michelle Balhesteros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINFOMA DE CÃES E GATOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2006
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINFOMA DE CÃES E GATOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2006
Michelle Balhesteros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINFOMA DE CÃES E GATOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2006
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
ADH: Hormônio Antidiurético 
AINEs: Antiinflamatórios Não-Esteróides 
BID: Duas Vezes ao Dia 
CHOP: Ciclofosfamida, Doxorrubicina, Vincristina e Prednisona 
COAP: Ciclofosfamida, Vncristina, Prednisona e Citosina Arabinosida 
COP: Ciclofosfamida, Vincristina e Prednisona 
dl: Decilitro 
DNA: Ácido Desoxirribonucléico 
FeLV: Vírus da Leucemia Felina 
FIV: Vírus da Imunodeficiência Felina 
ICC: Insuficiência Cardíaca Congestiva 
IM: Intramuscular 
IV: Intravenoso 
kg: Kilograma 
LMP: Clorambucil, Metotrexato e Prednisona 
mEq: Miliequivalente 
Mg: Miligrama 
ml: Mililitro 
OMS: Organização Mundial da Saúde 
SNC: Sistema Nervoso Central 
PGE1 e PGE2: Prostaglandinas 
PTH: Paratormônio 
QID: Quatro Vezes ao Dia 
RNA: Ácido Ribonucléico 
SC: Subcutâneo 
SID: Uma Vez ao Dia 
TID: Três Vezes ao Dia 
UI: Unidade Internacional 
VO: Via Oral 
µg: Micrograma 
µl: Microlitro 
 
 4
LISTA DE TABELAS 
 
 
TABELA 1 - SISTEMA DE ESTADIAMENTO TNM PARA CANINOS E FELINOS 
COM LINFOMA.......................................................................................5 
TABELA 2 - SINAIS CLÍNICOS E ACHADOS DO EXAME FÍSICO NOS CANINOS E 
FELINOS COM LINFOMAS EXTRANODAIS.......................................15 
TABELA 3 - AFECÇÕES ASSOCIADAS A HIPERCALCEMIA..................................25 
TABELA 4 - TRATAMENTO DA HIPERCALCEMIA..................................................28 
TABELA 5 - PROTOCOLO PARA O LINFOMA EM CÃES: CICLO INICIAL DE OITO 
TRATAMENTOS...................................................................................35 
TABELA 6 - PROTOCOLO PARA LINFOMA EM GATOS: CICLO INICIAL DE OITO 
TRATAMENTOS...................................................................................36 
TABELA 7 - PROTOCOLOS QUIMIOTERÁPICOS USADOS NO TRATAMENTO 
DOS CANINOS E FELINOS* COM LINFOMA NA OHIO STATE 
UNIVERSITY VETERINARY TEACHING HOSPITAL..........................41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
FIGURA 1 - CADELA BULL MASTIFF, TRÊS ANOS DE IDADE, APRESENTANDO 
AUMENTO DE TONSILAS DECORRENTE DA APRESENTAÇÃO 
MULTICÊNTRICA DO LINFOMA CANINO............................................6 
FIGURA 2 - LINFOMA ALIMENTAR. ESTÔMAGO DE UM CÃO, COM INTENSO 
ESPESSAMENTO DA MUCOSA, ULCERAÇÕES E ÁREAS DE 
HIPEREMIA (setas) DECORRENTES DA INFILTRAÇÃO DE 
CÉLULAS LINFÓIDES NEOPLÁSICAS.................................................7 
FIGURA 3 - LINFOMA MEDISTÍNICO EM UM CÃO, QUE APRESENTAVA EFUSÃO 
PLEURAL E AUMENTO DE LINFONODOS MEDIASTÍNICOS 
(seta).......................................................................................................8 
FIGURA 4 - LINFOMA NÃO EPITELIOTRÓPICO. NÓDULOS NO DORSO DE UM 
CÃO LABRADOR IDOSO.......................................................................9 
FIGURA 5 - LINFOMA NÃO EPITELIOTRÓPICO. VISUALIZAÇÃO PRÓXIMA DO 
CÃO DA FIGURA 4. REALIZOU-SE TRICOTOMIA PARA MELHOR 
VISUALIZAÇÃO DOS TUMORES........................................................10 
FIGURA 6 - LINFOMA NÃO EPITELIOTRÓPICO. O LINFOMA INFILTROU-SE NO 
TECIDO CONJUNTIVO........................................................................10 
FIGURA 7 - LINFOMA NÃO EPITELIOTRÓPICO. TUMOR EM FORMATO DE C NO 
TRONCO DE UM CÃO IDOSO............................................................11 
FIGURA 8 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. PLACA ESCAMOSA ERITEMATOSA 
TÍPICA DE LESÕES NEOPLÁSICAS DISCRETAS.............................12 
FIGURA 9 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. VISUALIZAÇÃO PRÓXIMA DO CÃO 
DA FIGURA 8. LESÕES ULCERADAS E ERITEMATOSAS MAIS 
GRAVES...............................................................................................12 
FIGURA 10 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. VISUALIZAÇÃO DO CÃO DA FIGURA 
8 E 9. NÓDULOS ERITEMATOSOS NO TRONCO.............................13
FIGURA 11 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. VISUALIZAÇÃO PRÓXIMA DO CÃO 
DAS FIGURAS 8 A 10. GRANDE TUMOR ALOPÉCICO 
ERITEMATOSO COM DEPRESSÃO CENTRAL.................................13 
FIGURA 12 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. NÓDULOS E PÁPULAS 
ERITEMATOSAS. OBSERVE A SEMELHANÇA COM AS LESÕES DE 
FOLICULITE.........................................................................................14 
FIGURA 13 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. ULCERAÇÃO DE MUCOSA E 
PROLIFERAÇÃO TECIDUAL SÃO CARACTERÍSTICAS DE LINFOMA 
EPITELIOTRÓPICO. OBSERVE A SEMELHANÇA COM DERMATITE 
AUTO-IMUNE.......................................................................................14 
FIGURA 14 - LINFOMA EXTRANODAL. PRESENÇA D ETECIDO NEOPLÁSICO 
LINFÓIDE EM ÁTRIO ESQUERDO, ENVOLVEMDO A REGIÃSO DA 
VÁLVULA MITRAL, EM UM CÃO QUE APRESENTAVA EFUSÃO 
PERICÁRDICA E DISPNÉIA EXPIRATÓRIA.......................................15 
FIGURA 15 - CÃO COM QUEMOSE (seta preta), NEOVASCULARIZAÇÃO, EDEMA 
DE CÓRNEA (seta branca) E CERATITE ULCERATIVA 
DECORRENTES DE LINFOMA OCULAR PRIMÁRIO........................16 
FIGURA 16 - A, MANIFESTAÇÃO OCULAR DE LINFOSSARCOMA EM UM CÃO, 
COM INFILTRAÇÃO DA ÚVEA ANTERIOR COM CÉLULAS 
NEOPLÁSICAS. B, INFILTRAÇÃO DA ÍRIS COM LINFÓCITOS 
IMATUROS. C, DETALHE DAS CÉLULAS NA ÍRIS............................17 
FIGURA 17 - RADIOGRAFIA ABDOMINAL LATERO-LATERAL. OBSERVA-SE 
EFUSÃO PLEURAL ATRAVÉS DA SEPARAÇÃO DOS LOBOS 
PULMONARES DA PLEURA PARIETAL, COMPRESSÃO PULMONAR 
POR FLUIDO DENSO, SILHUETA CARDÍACA E MEDIASTINO 
CRANIAL NÃO APARENTES...............................................................22 
FIGURA 18 - DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS........................................................33 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
RESUMO...................................................................................................................................1 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................2 
1 ETIOLOGIA.........................................................................................................................3 
2 EPIDEMIOLOGIA ..............................................................................................................4 
3 CLASSIFICAÇÃO E SINAIS CLÍNICOS ........................................................................5 
3.1 CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA.......................................................................5 
3.2 CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA .................................................................18 
3.3 CLASSIFICAÇÃO IMUNOLÓGICA.................................................................19 
4 DIAGNÓSTICO .................................................................................................................20 
4.1 EXAMES COMPLEMENTARES.....................................................................20 
4.2 RADIOGRAFIAS E ULTRA-SONOGRAFIAS.................................................21 
5 SÍNDROME PARANEOPLÁSICA..................................................................................24 
5.1 HIPERCALCEMIA ..........................................................................................24 
5.2 HIPOGLICEMIA..............................................................................................29 
5.3ERITROCITOSE.............................................................................................31 
5.4 ANEMIA..........................................................................................................32 
5.5 FEBRE............................................................................................................33 
6 TRATAMENTO .................................................................................................................34 
6.1 INDUÇÃO DA REMISSÃO .............................................................................37 
6.2 MANUTENÇÃO ..............................................................................................38 
6.3 REINDUÇÃO DA REMISSÃO OU RESGATE................................................39 
6.4 INTENSIFICAÇÃO..........................................................................................40 
6.5 PROCOLOS “BARATOS”...............................................................................40 
7 PROTOCOLOS QUIMIOTERÁPICOS PARA LINFOMA EM CÃES ......................43 
7.1 DOXORRUBICINA .........................................................................................43 
7.2 DOXORRUBICINA, VINCRISTINA E CICLOFOSFAMIDA.............................44 
7.3 CICLOOFOSFAMIDA, VINCRISTINA E PREDNISONA (COP I) ...................45 
7.4 CICLOFOSFAMIDA, VINCRISTINA E PREDNISONA (COP II) .....................46 
7.5 CICLOFOSFAMIDA, VINCRISTINA, PREDNISONA e METOTREXATO .477.6
 CICLOFOSFAMIDA, VINCRISTINA, PREDNISONA e L-ASPARAGINASE..........49 
7.7 CICLOFOSFAMIDA, VINCRISTINA, L-ASPARAGINASE e 
METOTREXATO.......................................................................................................50
7.8 CICLOFOSFAMIDA, VINCRISTINA, PREDNISONA, DOXORRUBICINA e L-
ASPARAGINASE ......................................................................................................51 
7.9 L-ASPARAGINASE, CLORAMBUCIL, VICRISTINA, DOXORRUBICINA e 
PREDNISONA (UNIVERSIDADE DE WISCONSIN – MADISON) ............................52 
7.10 L-ASPARAGINASE, VINCRISTINA, CICLOFOSFAMIDA, DOXORRUBICINA, 
PREDNISONA, METOTREXATO e CITARABINA ARABINOSIDA...........................54 
7.11 CICLOFOSFAMIDA, VINCRISTINA, PREDNISONA, L-ASPARAGINASE, 
DOXORRUBICINA ....................................................................................................56 
7.12 TERAPIA DE RESGATE PARA LINFOMAS CANINOS COM 
DOXORRUBICINA e DACARBAZINA.......................................................................58 
7.13 PROTOCOLOS INTENSIVOS COM MAIORES DOSES E NÚMEROS DE 
TRATAMENTOS, SEM TERAPIA DE MANUTENÇÃO PARA LINFOMAS DE 
CÃES .........................................................................................................................59 
8 PROTOCOLOS QUIMIOTERÁPICOS PARA LINFOMA EM GATOS...................61 
8.1 DOXORRUBICINA .........................................................................................61 
8.2 CICLOFOSFAMIDA, VINCRISTINA e PREDNISONA....................................62 
8.3 CICLOFOSFAMIDA, VINCRISTINA, PREDNISONA e METOTREXATO ......63 
8.4 CICLOFOSFAMIDA, VINCRISTINA, PREDNISONA e DOXORRUBICINA ...65 
8.5 VINCRISTINA, L-ASPARAGINASE, CICLOFOSFAMIDA, DOXORRUBICINA, 
METOTREXATO e PREDNISONA ...........................................................................66 
8.6 VINCRISTINA, L-ASPARAGINASE, CICLOFOSFAMIDA, DOXORRUBICINA, 
METOTREXATO e PREDNISONA ...........................................................................68 
PROGNÓSTICO ....................................................................................................................70 
CONCLUSÃO.........................................................................................................................71 
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................72 
 
 
LINFOMA EM CÃES E GATOS 
 
 
RESUMO 
 
Neoplasia de origem linfóide, o linfoma compreende aproximadamente 83% 
das desordens proliferativas do tecido hematopoiético no cão. Vários critérios são 
utilizados para classificar o linfoma canino. Os linfomas podem ser multicêntrico, 
alimentar, cutâneo, mediastínico ou extranodal. O critério histológico baseia-se na 
morfologia celular e nos padrões teciduais, determinados por sistemas de 
classificação humana e adaptados para a doença canina. Sabe-se que 80% dos 
casos ocorrem em animais entre 5 e 11 anos de idade. Uma condição 
paraneoplásica que sempre, ou quase sempre, acompanha o linfossarcoma é a 
hipercalcemia, que deve ser tratada concomitantemente com a doença neoplásica. 
O diagnóstico é obtido a partir de um exame físico, um hemograma completo, 
contagem de plaquetas, perfil bioquímico, urinálise, exames citológicos e/ou 
histológicos. O tratamento baseia-se na utilização de drogas antineoplásicas. Neste 
trabalho, são revisados os aspectos clínicos, importância da classificação para 
determinar o prognóstico e auxiliar na terapia. 
Palavras-Chave: Cães, neoplasia, sistema linfóide, oncologia, linfoma, 
linfossarcoma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Neoplasia que se origina do tecido linfóide, como linfonodo, baço ou fígado 
(COUTO, 1992), o linfoma é o principal tumor hematopoiético no cão (MORENO, K. 
e BRACARENSE, A.P., 2006). Além desses locais, o linfoma também pode ter 
origem em sítios extranodais como pele, o sistema nervoso central (SNC), ossos, 
coração, cavidade nasal e globo ocular (FIGHERA,R.A. et a.l, 2005). As 
características dessa neoplasia em cães são similares àquelas do linfoma do tipo 
não–Hodgkin humano (FOURNELL-FLEURY, C. et al., 2002). Em cães, o linfoma 
compreende aproximadamente 83% das desordens proliferativas do tecido 
hematopoiético e 7-24% de todas as neoplasias da espécie (VAIL, D.M. et al., 2001). 
O linfoma pode afetar cães de todas as idades, predominantemente aqueles de meia 
idade (5 a 11 anos), não apresenta predileção relacionada ao sexo (MASSONERO, 
K.R., 2000). O linfoma canino, cujo aparecimento é espontâneo, representa 8,5 a 9% 
de todos os tumores caninos, e sua ocorrência só é inferior à de neoplasia mamárias 
e cutâneas. Caracteriza-se por elevada agressividade e, ao contrário do que ocorre 
em felinos, a relação com agentes virais não foi definitivamente demonstrada, 
apesar de relatos anteriores sobre a associação de retrovírus nas células tumorais. 
Alguns estudos apontam a relação entre neoplasia em cães e a exposição a 
herbicidas, principalmente o ácido 2,4-dicloro-fenoxiacético, que em pessoas e 
animais aumentam as possibilidade de aparecimento do tumor (MacEWEN,E.G. et 
al., 2001). 
O linfoma diferencia-se da leucemia por esta ter origem na medula óssea e 
por normalmente não apresentar linfoadenopatia generalizada (LEITER E MATUS, 
1986; RASKIN e KRENBIEL, 1989). A presença de anemia e linfocitose são 
indicativos para biópsia da medula óssea, sendo a realização do mielograma de 
grande importância para o estadiamento do linfoma (MADEWELL e FELDMAN, 
1980; MacEWEN e YOUNG, 1996). 
 
 
 
 
 3
1 ETIOLOGIA 
 
Conforme Amorim et al, 2006, O linfoma é considerada a neoplasia mais 
freqüente em gatos porque, exclusivamente em felinos, essa neoplasia pode ser 
causada pelo retrovírus denominado vírus da leucemia felina (FeLV). 
Aproximadamente 75% dos gatos com linfoma apresentam sorologia positiva para o 
vírus da leucemia felina (FeLV-positivos). 
Nos caninos, a etiologia dos linfomas é considerada multifatorial, pois nenhum 
agente etiológico único foi identificado. No entanto, um componente genético é 
evidente, já que a prevalência dessa neoplasia é elevada em determinadas 
linhagens sanguíneas (NELSON e COUTO, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4
 
2 EPIDEMIOLOGIAExistem duas formas de aparecimento da doença. A primeira apresenta maior 
incidência por volta de três anos de idade e a segunda ocorre aproximadamente 
entre os dez e os doze anos de idade, em felinos. O primeiro grupo é composto, em 
sua maioria, por gatos FeLV-positivos, e o segundo inclui predominantemente gatos 
FeLV-negativos. 
A maioria dos cães com idade entre seis a doze anos, também existe uma 
predisposição racial como Boxer, Basset Hound, Rottweiler, Cocker Spaniel, São 
Bernardo, Scottish Terrier, Aierdale Terrier, Buldog Inglês e Golden Retriever 
(NELSON e COUTO, 2006). Não é observada preferência por sexo (RISSI et al, 
2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5
 
3 CLASSIFICAÇÃO E SINAIS CLÍNICOS 
 
3.1 CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA 
 
Tradicionalmente, o linfoma é classificado com base no local anatômico. 
Também se pode utilizar a classificação anatômica proposta pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda aceita e muito utilizada, embora seja 
considerada incompleta (KIUPEL et al., 1999). Essa classificação também contempla 
o estadiamento clínico do linfoma, determinando a infiltração do tumor em outros 
órgãos e a presença ou ausência de sinais clínicos (Tabela 1). A maioria dos 
animais apresenta grau III ou IV da doença quando da avaliação clínica. Isso ocorre 
devido à demora no encaminhamento do animal ao clínico veterinário, culminando 
com a progressão da doença (OWEN, LN, 1980). 
 
TABELA 1 - SISTEMA DE ESTADIAMENTO TNM PARA CANINOS E FELINOS COM LINFOMA 
ESTÁDIO ASPECTOS CLÍNICOS 
I Comprometimento de um linfonodo solitário 
 
II Mais de um linfonodo aumentado, mas apenas de um 
lado do diafragma (i.e., cranial ou caudal) 
 
III Comprometimento generalizado dos linfonodos 
 
IV Os mesmos achados do estádio III mais hepatomegalia 
e/ou esplenomegalia 
 
V Qualquer um acima, mais comprometimento extranodal 
ou da medula óssea 
 
Subestádio a: Assintomático 
 
Subestádio b: Doente 
TNM, tumor, linfonodo, metástase 
Fonte: NELSO e COUTO. Medicina Interna de Pequenos Animais, 2006. 
 
 
3.1.1 Linfoma Multicêntrico 
 
É a forma mais comum, representa 84% dos casos. Caracteriza-se pelo 
aumento generalizado dos linfonodos superficiais, de consistência firme e indolores, 
 6
podendo haver infiltração das células neoplásicas no fígado, no baço, na medula 
óssea e nas tonsilas (Figura 1). A maioria dos animais são assintomáticos no 
momento da apresentação clínica, porém quando sintomáticos haverá histórico de 
perda de peso, letargia, anorexia e episódios de febre. Em estágios avançados da 
doença pode-se observar hepatoesplenomegalia e em 27 – 34% dos casos observa-
se infiltração pulmonar (MacEWEN et al., 2001). 
 
FIGURA 1 - CADELA BULL MASTIFF, TRÊS ANOS DE IDADE, 
APRESENTANDO AUMENTO DE TONSILAS DECORRENTE 
DA APRESENTAÇÃO MULTICÊNTRICA DO LINFOMA CANINO.
 
Fonte: Revista Clínica Veterinária, ano XI, n. 62, maio/junho, 2006. 
 
 
Quando o linfoma acomete o fígado, pode ocorrer icterícia pela 
hiperbilirrubinemia indireta e ascite pela hipoproteinemia (WILCOCK e YAGER, 
1989). Quando acomete os pulmões, a neoplasia aparece nas radiografias como 
uma área de densidade nodular mal definida, com padrão alveolar irregular, 
raramente como uma lesão única. Sendo assim, o diagnóstico radiográfico é difícil 
de ser feito, a não ser que a lesão esteja associada a linfadenopatia hilar, 
mediastínica ou esternal (ACKERMAN e MADEWELL, 1980). Quando ocorre 
 7
 
infiltração do miocárdio, os sinais se assemelham a várias afecções que induzem 
insuficiência cardíaca (VAN VLEET e FERRANS, 1998). 
Poucas doenças causam linfadenopatia generalizada a ponto de serem 
confundidas com linfoma multicêntrico, mas os diagnósticos diferenciais devem 
incluir histoplasmose, blastomicose, erliquiose, brucelose, mieloma múltiplo, 
leucemia linfóide e lúpus eritematoso sistêmico (VAIL e OGILVIE, 1998). 
 
 
3.1.2 Linfoma Alimentar 
 
O linfoma alimentar representa 5 a 7% dos casos, e localiza-se principalmente 
no estômago (Figura 2) e no intestino delgado. Cães com linfoma alimentar podem 
apresentar sinais gastrentéricos como anorexia, vômito, diarréia, melena e perda de 
peso secundária à síndrome da má-absorção/má-digestão. A ocorrência de enterite 
linfocitária-plasmocitária é um fator de predisposição para o linfoma alimentar em 
cães da raça Basenji. Alguns oncologistas incluem as formas hepática, esplênica e 
renal nesta categoria (MacEWEN et al., 2001). 
 
FIGURA 2 - LINFOMA ALIMENTAR EM ESTÔMAGO DE UM CÃO, 
COM INTENSO ESPESSAMENTO DA MUCOSA, ULCERAÇÕES E 
ÁREAS DE HIPEREMIA (setas) DECORRENTES DA INFILTRAÇÃO DE 
CÉLULAS LINFÓIDES NEOPLÁSICAS. 
 
Fonte: Revista Clínica Veterinária, ano XI, n. 62, maio/junho, 2006. 
 
 8
3.1.3 Linfoma Mediastínico 
 
Esta forma de linfoma ocorre em aproximadamente 5% dos casos, sendo 
caracterizada pelo aumento dos linfonodos mediastínicos (Figura 3) e/ou do timo. 
Como o timo é o órgão linfóide responsável pela maturação dos linfócitos T, os 
linfomas mediastínicos são compostos em sua maioria por células T malignas 
(MacEWEN et al., 2001). Cães com essa apresentação podem manifestar sinais 
respiratórios, efusão pleural, compressão de lobos pulmonares ou síndrome da veia 
cava cranial, que se caracteriza por edema e tumefação simétrica da cabeça, 
pescoço e membros torácicos. Cerca de 40% dos linfomas mediastinais no cão 
associam-se a hipercalcemia, que pode causar poliúria, polidipsia, anorexia e 
fraqueza. 
 
FIGURA 3 - LINFOMA MEDISTÍNICO EM UM CÃO, QUE 
APRESENTAVA EFUSÃO PLEURAL E AUMENTO DE LINFONODOS 
MEDIASTÍNICOS (seta). 
 
Fonte: Revista Clínica Veterinária, ano XI, n. 62, maio/junho, 2006. 
 
 
3.1.4 Linfoma Cutâneo 
 
O linfoma cutâneo pode ter apresentação localizada ou generalizada, sendo 
classificado como epiteliotrópico (Mycosis fungoides), nomeado assim devido à 
forma de cogumelo em humanos e não epiteliotrópico. Pode envolver também a 
mucosa oral e, em casos mais avançados, infiltrar linfonodos, fígado, baço e medula 
óssea. A forma epiteliotrópica é a mais comum e, similarmente ao que ocorre nos 
seres humanos, origina-se nas células T uma variante da Mycosis fungoides, 
 9
caracterizada por envolvimento generalizado da pele com evidências de circulação 
de linfócitos T malignos no sangue periférico, é referida em humanos como 
Síndrome de Sizary e também relatada em cães e gatos (YOUNG et al., 2001). 
 
 
3.1.4.1 Linfoma não epiteliotrópico (Figuras 4 a 7) 
 
Neoplasia maligna oriunda de linfócitos B ou T incomum em cães e gatos, 
com maior incidência em animais idosos. Notam-se, comumente, múltiplos nódulos 
na derme até o subcutâneo, cujas superfícies podem apresentar alopecia e úlcera. 
Localizam-se, mais freqüentemente, no tronco, cabeça e extremidades. Raramente 
atinge a mucosa oral (MEDLEAU e HNILICA, 2003). 
 
FIGURA 4 - LINFOMA NÃO EPITELIOTRÓPICO. NÓDULOS NO 
DORSO DE UM CÃO LABRADOR IDOSO. 
 
Fonte: KEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de Pequenos 
Animais, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10
FIGURA 5 - LINFOMA NÃO EPITELIOTRÓPICO. VISUALIZAÇÃO 
PRÓXIMA DO CÃO DA FIGURA 4. REALIZOU-SE TRICOTOMIA PARA 
MELHOR VISUALIZAÇÃO DOS TUMORES. 
 
Fonte: KEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de Pequenos 
Animais, 2003. 
 
 
FIGURA 6 - LINFOMA NÃO EPITELIOTRÓPICO. O LINFOMA 
INFILTROU-SE NO TECIDO CONJUNTIVO. 
 
Fonte: KEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de Pequenos 
Animais, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11
FIGURA 7 - LINFOMA NÃO EPITELIOTRÓPICO. TUMOR EM 
FORMATO DE C NO TRONCO DE UM CÃO IDOSO. 
 
Fonte: KEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de Pequenos 
Animais,2003. 
 
 
3.1.4.2 Linfoma Epiteliotrópico (Micose Fungóide) (Figuras 8 a 13) 
 
Nos cães, as lesões podem incluir placas e/ou nódulos solitários a múltiplos, 
com diâmetro variando de poucos milímetros a vários centímetros. Pode haver 
alopecia, descamação, prurido e eritema generalizado. Pode ocorrer 
despigmentação mucocutânea e úlcera e/ou estomatite ulcerativa. Em geral, a 
doença evolui lentamente e, nos casos crônicos, pode-se constatar linfadenomegalia 
periférica e sintomas sistêmicos. 
Nos gatos, podem apresentar prurido e eritroderma esfoliativo com alopecia e 
crostas. Pode haver nódulo ou placa eritematosa especialmente na cabeça e no 
pescoço. As lesões orais e mucocutâneas sã menos comuns que em cães 
(MEDLEAU e HNILICA, 2003). 
 
 
 
 
 
 
 
 12
 
 
FIGURA 8 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. PLACA ESCAMOSA 
ERITEMATOSA TÍPICA DE LESÕES NEOPLÁSICAS DISCRETAS. 
 
Fonte: KEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de Pequenos 
Animais, 2003. 
 
FIGURA 9 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. VISUALIZAÇÃO PRÓXIMA 
DO CÃO DA FIGURA 8. LESÕES ULCERADAS E ERITEMATOSAS 
MAIS GRAVES. 
 
Fonte: KEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de Pequenos 
Animais, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13
 
 
 
 
FIGURA 10 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. VISUALIZAÇÃO DO CÃO 
DA FIGURA 8 E 9. NÓDULOS ERITEMATOSOS NO TRONCO. 
 
Fonte: KEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de Pequenos 
Animais, 2003. 
 
FIGURA 11 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. VISUALIZAÇÃO 
PRÓXIMA DO CÃO DAS FIGURAS 8 A 10. GRANDE TUMOR 
ALOPÉCICO ERITEMATOSO COM DEPRESSÃO CENTRAL. 
 
Fonte: KEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de Pequenos 
Animais, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 14
FIGURA 12 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. NÓDULOS E PÁPULAS 
ERITEMATOSAS. OBSERVE A SEMELHANÇA COM AS LESÕES DE 
FOLICULITE. 
 
Fonte: KEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de Pequenos 
Animais, 2003. 
 
FIGURA 13 - LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. ULCERAÇÃO DE 
MUCOSA E PROLIFERAÇÃO TECIDUAL SÃO CARACTERÍSTICAS DE 
LINFOMA EPITELIOTRÓPICO. OBSERVE A SEMELHANÇA COM 
DERMATITE AUTO-IMUNE. 
 
Fonte: KEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de Pequenos 
Animais, 2003. 
 
 
3.1.5 Linfoma Extranodal 
 
As várias formas extranodais de linfoma incluem linfomas ocular, sistema 
nervoso central (SNC), ósseo, cardíaco (Figura 14), renal, vesical e da cavidade 
 15
nasal. Os sinais clínicos e achados do exame físico típicos em caninos e felinos com 
linfomas extranodais estão resumidos na Tabela 2 (NELSON e COUTO, 2006). 
 
FIGURA 14 - LINFOMA EXTRANODAL. PRESENÇA DE TECIDO 
NEOPLÁSICO LINFÓIDE EM ÁTRIO ESQUERDO, ENVOLVEMDO A 
REGIÃSO DA VÁLVULA MITRAL, EM UM CÃO QUE APRESENTAVA 
EFUSÃO PERICÁRDICA E DISPNÉIA EXPIRATÓRIA. 
 
Fonte: Revista Clínica Veterinária, ano XI, n. 62, maio/junho, 2006. 
 
 
TABELA 2 - SINAIS CLÍNICOS E ACHADOS DO EXAME FÍSICO NOS CANINOS E FELINOS COM 
LINFOMAS EXTRANODAIS 
ÓRGÃO ENVOLVIDO APRESENTAÇÃO CLÍNICA ACHADOS FÍSICOS 
SNC Sinais do SNC solitários ou 
multifocais 
 
Qualquer achado neurológico 
Olho Cegueira, infiltrados, fotofobia* Infiltrados, uveíte, 
descolamento de retina, 
glaucoma 
 
Rins Poliúria/Polidipsia, azotemia, 
eritrocitose* 
 
Renomegalia, massas renais 
 
Pulmão Tosse, dispnéia Nenhum, alterações 
radiográficas 
 
Pele Qualquer lesão primária ou 
secundária 
Qualquer lesão primária ou 
secundária 
*Somente nos cães 
Fonte: NELSO e COUTO. Medicina Interna de Pequenso Animais, 2006. 
 
 
 16
3.1.5.1 Linfoma Ocular 
 
Este linfoma maligno é o tumor intra-ocular secundário mais comum no cão 
(ETTINGER E FELDMAN). 
O linfoma ocular ocorre tanto em felinos quanto em caninos. O 
comprometimento ocular em caninos é comumente associado à forma multicêntrica; 
tanto o comprometimento ocular primário quanto o comprometimento ocular 
associado à forma multicêntrica são comum em felinos. Uma variedade de sinais e 
lesões pode estar presente nesses pacientes, incluindo fotofobia, blefaroespasmo, 
epífora, hifema, hipópio, massas oculares, infiltração da terceira pálpebra, uveíte 
anterior, comprometimento coriorretinal e descolamento da retina (NELSON e 
COUTO, 2006). (Figuras 15 e 16A, B e C) 
 
FIGURA 15 - CÃO COM QUEMOSE (seta preta), 
NEOVASCULARIZAÇÃO, EDEMA DE CÓRNEA (seta branca) E 
CERATITE ULCERATIVA DECORRENTES DE LINFOMA OCULAR 
PRIMÁRIO. 
 
Fonte: Revista Clínica Veterinária, anoXI, n. 62, maio/junho, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17
FIGURA 16 - A, MANIFESTAÇÃO OCULAR DE LINFOSSARCOMA EM 
UM CÃO, COM INFILTRAÇÃO DA ÚVEA ANTERIOR COM CÉLULAS 
NEOPLÁSICAS. B, INFILTRAÇÃO DA ÍRIS COM LINFÓCITOS 
IMATUROS. C, CÉLULAS NA ÍRIS. 
 
 
Fonte: SLATTER. Fundamentals of Veterinary Ophthalmology, 1998. 
 
 
3.1.5.2 Linfoma Nasofaríngeo 
 
É relativamente comum nos felinos, mas é extremamente raro nos caninos. 
Os sinais clínicos são semelhantes àqueles vistos nos gatos com qualquer distúrbio 
do trato respiratório superior e incluem espirros, secreção nasal uni ou bilateral 
(variando de mucopurulento a hemorrágica), respiração estertorosa, exoftalmia e 
deformidade facial; esta é uma das formas mais comuns de apresentação do linfoma 
extranodal visto em felinos (NELSON e COUTO, 2006). 
 
 
3.1.5.3 Linfoma Renal 
 
É relativamente comum nos felinos, mas raro nos caninos. Os felinos com 
essa forma anatômica são primeiramente avaliados por apresentarem sinais clínicos 
vagos, geralmente secundários à insuficiência renal crônica. Ao exame físico, o 
felino se encontra emaciado e geralmente anêmico e apresenta rins firmes, 
irregulares e aumentados; ambos os rins são comumente acometidos. Existe uma 
associação significativa entre os linfomas do SNC e renal em felinos, por isso alguns 
clínicos recomendam o uso de drogas antineoplásicas que atinjam altas 
concentrações no SNC (citosina arabinosídeo, lomustina) no tratamento de felinos 
com comprometimento renal com o objetivo de prevenir uma disseminação 
secundária para o SNC (NELSON e COUTO, 2006). 
 
B A C 
 18
3.1.5.4 Linfoma Neural 
 
Os caninos e felinos com linfoma neural apresentam-se com uma variedade 
de sinais neurológicos que refletem a localização e a extensão das neoplasias. Três 
formas de apresentação são clinicamente reconhecíveis: linfoma epidural solitário, 
linfoma do neutróflo (intracraniano ou intra-espinhal) – também chamado de linfoma 
do SNC verdadeiro – e linfoma do nervo periférico. O linfoma epidural solitário é 
comum nos gatos jovens FeLV-positivos. Os linfomas neurais podem ser primários 
(i.e., linfoma epidural) ou podem ser secundários à forma multicêntrica. A recidiva do 
linfoma no SNC é uma forma de apresentação relativamente comum em cães que 
foram tratados com quimioterapia para linfoma multicêntrico por meses a anos; 
esses pacientes desenvolvem um início agudo de sinais neurológicos, tipicamente 
enquanto a neoplasia multicêntrica ainda está em fase de remissão. Essa recidiva do 
SNC tardia é provavelmente relacionada com o fato de que a maioria das drogas 
usadas para tratar linfomas não atravessa a barreira hematoencefálica quando 
usada em doses-padrão; assim, o SNC torna-se um refúgio para as células tumorais. 
 
 
3.2 CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA 
 
Diferentes classificações histológicas para o linfoma humano têm sido 
adaptadas para o linfoma canino (OWEN, LN, 1980). Dois sistemas de classificação 
do linfoma humano, a Working Formulation (National Câncer Institute) e o sistema 
Kiel, foram os mais facilmente adaptados e são considerados mais completos que os 
outros sistemas de classificação. A classificação histológica da OMS abrange os 
seguintes subtipos: pouco diferenciado; linfoblástico, linfocítico e prolinfocítico; e 
histiocítico, histioblásticoe histiolinfocítico. Entretanto, por apresentar baixo valor 
prognóstico, essa classificação é pouco utilizada(MORENO e BRACARENSE, 2006). 
A Working Formulation classifica o tumor com base no padrão tecidual (difuso 
ou folicular) e no tipo celular (pequena e clivada; grande; e imunoblástica). Já o 
sistema Kiel modificado avalia a morfologia celular (antroblástico, centrocítico e 
imunoblástico) e a imunofenotipagem (células B ou T) ambos os sistemas 
classificam se o tumor é de baixa ou alta malignidade (MacEWEN et al., 2001). 
 19
Os sistemas de classificação, auxiliam na determinação do prognóstico dos 
linfomas. A classificação da Working Formulation tem maior correlação na 
determinação do tempo de sobrevida do animal (KIUPEL et al.,1999). O padrão de 
arquitetura folicular em cães não está correlacionado ao prognóstico, sendo 
encontrado na maioria dos casos. Em seres humanos, ao contrário, 
aproximadamente 30% dos linfomas não-Hodkings são foliculares, na maioria dos 
estudos, demonstrou-se que linfomas de alto grau de malignidade apresentam 
remissão completa em resposta à quimioterapia com maior freqüência que aqueles 
de menor malignidade. No entanto, cães com linfoma de baixo grau de malignidade 
têm maior tempo de vida sem quimioterapia agressiva (MacEWEN et al., 2001). 
 
 
3.3 CLASSIFICAÇÃO IMUNOLÓGICA 
 
Nos cães com linfoma, a imunofenotipagem passou a ter importância 
prognóstica, quando se verificou que o linfoma de células T tinha prognóstico pior 
para o tempo de vida e o período livre da doença do que o linfoma de células B 
(KIUPEL et al.,1999). 
A grande dificuldade para a padronização foi a indisponibilidade de 
marcadores para células linfóides de cães. No entanto, nos últimos anos foi 
demonstrado que marcadores de células B e T de humanos são eficazes também na 
marcação de células B e T de alguns animais. Os relatos atuais consideram o 
anticorpo monoclonal anti-mb1 (CD79a) como um marcador pan-B, e o anticorpo 
policlonal humano anti-CD3 como efetivo marcador de células T, ambos em secções 
de tecido fixados em formalina e incluídos em parafina (FOURNELL-FLEURY et al., 
2002). 
Em cães, observa-se maior incidência de linfomas com imunofenótipo B, 
porém há estudos que relatam alta incidência do fenótipo T (37,9%), sem correlação 
entre morfologia celular e imunofenotipagem (MORENO e BRACARENSE, 2006). 
 
 
 
 
 20
 
 
 
4 DIAGNÓSTICO 
 
O linfoma pode ser diagnosticado por meio de exames citológicos ou 
histopatológicos. O diagnóstico precoce depende da forma de apresentação do 
linfoma. Sendo assim, a forma multicêntrica é rapidamente diagnosticada devido à 
apresentação clássica de linfadenomegalia, bastando ao clínico realizar biópsia 
aspirativa por agulha fina e/ou biópsia incisional do(s) linfonodo(s) superficial(is) 
aumentado(s). Cabe ainda, ao clínico veterinário, realizar exames complementares 
para investigar outras possíveis causas de linfadenomegalia. Por outro lado, o 
diagnóstico das apresentações extranodais é mais demorado, pois outras doenças 
provocam os mesmos sinais clínicos observados em cada apresentação (MacEWEN 
et al., 2001). 
Após a confirmação de linfoma, exames complementares são necessários 
para investigar o envolvimento de outros órgãos cujas funções estejam alteradas 
devido à infiltração de células neoplásicas. Recomenda-se realizar os seguintes 
exames complementares: hemograma completo com contagem de plaquetas, perfil 
bioquímico completo, urinálise, análise da medula óssea, radiografias de tórax e 
abdômen, ultrassonografia de tórax e abdômen, eletrocardiograma e 
ecocardiograma, pois fármacos como a doxorrubicina são potencialmente 
cardiotóxicos em doses cumulativas. 
Em algumas situações poderá ocorrer o surgimento de líquidos cavitários 
(efusões), que devem ser analisados para adequada classificação e/ou diagnóstico 
de linfoma pela detecção de células neoplásicas no sedimento. 
 
 
4.1 EXAMES COMPLEMENTARES 
 
As alterações hematológicas resultam da infiltração de células neoplásicas na 
medula óssea, hipofunção ou hiperfunção esplênica (causada por infiltrados 
neoplásicos), doenças crônicas ou anormalidades paraneoplásicas imunomediadas 
(anemia hemolítica ou trombocitopenia imunes). Certas anormalidades 
 21
hematológicas (i.e., monocitose, reações leucemóides) podem ser provocadas pela 
produção local ou sistêmica de substâncias bioativas pelas células tumorais (i.e., 
fatores de crescimento hematopoéticos, interleucinas). As anormalidades 
bioquímicas séricas resultam tanto da produção de substâncias bioativas pelas 
células tumorais (i.e., paraneoplasia) quanto da insuficiência do órgão secundária à 
infiltração neoplásica. Em geral, o hemograma e o perfil bioquímico não são 
diagnósticos nos caninos e felinos com linfoma. 
As anormalidades hematológicas comuns incluem anemia, leucocitose, 
neutrofilia (com ou sem desvio à esquerda), monocitose, presença de células 
linfóides anormais no sangue periférico (i.e., leucemia de células do linfossarcoma), 
trombocitopenia, citopenias isoladas ou combinadas e reações leucoeritroblásticas, 
entre outras. A linfocitose é rara em caninos e felinos com linfoma; quando presente, 
é geralmente de pequena magnitude (i.e., < 10.000 a 12.000/µl). 
As anormalidade bioquímicas séricas são mais comuns nos cães do que nos 
gatos com linfoma e consistem principalmente em hipercalcemia e gamopatias. 
A hiperproteinemia é outra anormalidade paraneoplásica que ocorre em raras 
ocasiões, nos cães e gatos com linfoma. Ela pode ser secundária à produção de 
proteína monoclonal por células do linfoma e pode resultar no desenvolvimento de 
síndromes de hiperviscosidade. 
 
 
4.2 RADIOGRAFIAS E ULTRA-SONOGRAFIAS 
 
As alterações nos cães e gatos variam de acordo com as diferentes formas 
anatômicas, mas em geral são secundárias a linfadenopatia ou organomegalia 
(esplenomegalia, hepatomegalia e renomegalia); ocasionalmente a infiltração em 
outros órgãos (pulmão) pode elevar ao aparecimento de anormalidades radiográficas 
adicionais. 
As alterações radiográficas nos cães e gatos com linfoma multicêntrico 
incluem linfadenopatia esternal ou traqueobrônquica ou ambas; infiltrados 
pulmonares intersticial, broncoalveolar ou mistos; derrame pleural (raro); 
linfadenopatia intra-abdominal (mesentérica ou ilíaca); hepatomegalia; 
esplenomegalia; renomegalia; ou massas intra-abdominais. Raramente, lesões 
 22
ósseas líticas ou proliferativas são identificadas nas radiografias torácicas ou 
abdominais simples. 
Nos caninos e felinos com linfoma mediastinal, as alterações radiográficas 
são geralmente limitadas à presença de uma massa mediastinal anterior com ou 
sem derrame pleural (Figura 17). Em cães e gatos com linfoma alimentar, as 
anormalidades são raramente detectadas nas radiografias abdominais simples 
(<50%). Quando presentes, variam em natureza, mas incluem principalmente 
hepatomegalia, esplenomegalia e massa mesoabdominais. A radiografia contrastada 
positiva do trato gastrintestinal superior geralmente revelam irregularidades nas 
mucosas, defeitos de enchimento luminal e espessamento irregular da parede. 
 
FIGURA 17 - RADIOGRAFIA ABDOMINAL LATERO-LATERAL DE UM 
GATO. OBSERVA-SE EFUSÃO PLEURAL ATRAVÉS DA SEPARAÇÃO 
DOS LOBOS PULMONARES DA PLEURA PARIETAL, COMPRESSÃO 
PULMONAR POR FLUIDO DENSO, SILHUETA CARDÍACA E 
MEDIASTINO CRANIAL NÃO APARENTES. 
 
Fonte: Revista Clínica Veterinária, ano XI, n. 63, julho/agosto, 2006. 
 
A ultra-sonografia em escala de cinza constitui um instrumento valioso na 
avaliação dos cães ou gatos com linfoma intra-abdominal suspeitado ou confirmado. 
A técnica também é útil na avaliação de massa mediastinais em ambas as espécies. 
As alterações na ecogenicidade dos órgãos parenquimatoso (fígado, baço, rins) 
detectadas por essatécnica geralmente refletem mudanças na textura do órgão 
secundárias a infiltrações neoplásicas. Adicionalmente, estruturas ou órgãos 
 23
linfóides aumentados podem ser facilmente identificados usando-se essa técnica. 
Várias anormalidades são comumente detectadas por ultra-sonografia em caninos e 
felinos com linfoma intra-abdominal; isso inclui hepatomegalia, esplenomegalia, 
alterações na ecogeniciddae do fígado ou baço, espessamento intestinal, 
linfadenopatia, massas esplênicas e efusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24
 
 
 
5 SÍNDROME PARANEOPLÁSICA 
 
Conforme OGILVIE (2003), os tumores geralmente induzem o surgimento de 
sinais clínicos diretamente, mediante a invasão ou obstrução de estrutura ou função 
de qualquer parte do corpo, ou indiretamente, pela produção de alterações num 
animal, em local distante do tumor ou de suas metástases. Estes efeitos remotos da 
neoplasia são conhecidos como síndromes paraneoplásicas. 
 
 
5.1 HIPERCALCEMIA 
 
A definição de hipercalcemia é a de uma concentração sérica total de cálcio 
em jejum >12 mg/dl nos cães e >11 mg/dl nos gatos. Os cães jovens podem 
apresentar hipercalcemia suave (geralmente <13 mg/dl) relacionada ao crescimento 
esquelético. As amostras sanguíneas lipêmicas e/ou hemolisadas podem resultar em 
elevações espúricas de cálcio e devem ser interpretadas com cautela (CAROTHERS 
et al, 1998). 
Segundo OGILVIE (2006), esta anormalidade eletrolítica pode resultar em 
depressão, insuficiência renal, encefalopatia, coma e morte. Cerca de 20 a 40% dos 
cães com hipercalcemia associada ao linfoma têm a forma mediastínica anterior da 
moléstia. 
O desenvolvimento de sinais clínicos de hipercalcemia depende da magnitude 
da elevação de cálcio, de quão rapidamente a hipercalcemia se desenvolveu e da 
duração da hipercalcemia. 
A polidipsia e a poliúria constituem os sinais mais comuns da hipercalcemia, 
devido à estimulação direta do centro da sede e a redução da capacidade dos rins 
em concentrar a urina. Podem resultar anorexia, vômito e constipação da redução da 
musculatura lisa gastrintestinal. Podem ocorrer depressão, tremores musculares e 
ataques convulsivos como manifestações neurológicas. Podem se desenvolver 
 25
arritmias cardíacas a partir dos efeitos diretos no miocárdio ou secundárias a 
mineralização cardíaca (CAROTHERS et al, 1998). 
 
TABELA 3 - AFECÇÕES ASSOCIADAS A HIPERCALCEMIA 
Afecções não-patológicas 
Lipemia 
Amostras séricas sem jejum 
Cães jovens em crescimento 
Erro laboratorial de manipulação inadequada da amostra 
 
Afecções Transitórias 
Hemoconcentração 
Hiperproteinemia 
 
Afecções Patológicas 
Hipercalcemia associada a malignidade 
 Linfoma 
 Adenocarcinoma das glândula apócrinas do saco anal 
 Mieloma Múltiplo 
 Tumores ósseos metastáticos 
 Tumores variados (leucemia linfocítica, carcinoma mamário, fibrossarcoma, adenocarcinoma 
pancreático, tumor das células intersticiais testiculares, carcinoma pulmonar, carcinoma de células 
escamosas, adenocarcinoma tireóideo e osteossarcoma) 
Hipoadrenocorticismo 
Insuficiência Renal 
Hipervitaminose D 
 Intoxicação por colecalciferol (rodenticida) 
 Iatrogênica – suplementação dietética 
 Plantas domésticas (Cestrus diurnum (jasmim diurno), Solanum Malacoxylon e Triestum 
flavescens) 
 Doença granulomatosa - blastomicose 
Hiperparatireoidismo primário 
Lesões ósseas – septicemia e osteoporose de desuso 
Hipotermia severa 
Fonte: Distúrbios Paratireóideos e do Metabolismo do Cálcio – Clínica de Pequenos Animais 
 
Foram descritos dois mecanismos principais para a explicação da 
hipercalcemia associada à neoplasia. O primeiro deles, a hipercalcemia osteolítica 
local, resulta da invasão do osso ou da medula óssea por células malignas. A 
 26
hipercalcemia resulta de fatores de reabsorção óssea que atuam localmente, como o 
paratormônio (PTH) ectópico produzido pelo tumor, prostaglandinas (PGE1, PGE2), 
e fatores ativadores dos osteoclastos. Os tumores associados a hipercalcemia 
osteolítica local são o mieloma múltiplo, linfoma e neoplasia mamária. O mecanismo 
mais comum da hipercalcemia associada à neoplasia é a hipercalcemia humoral. 
Nesta forma da síndrome paraneoplásica, o tumor induz os fatores circulantes que 
estimulam a reabsorção óssea osteoclástica e, possivelmente, o aumento na 
reabsorção renal do cálcio. 
Os diagnósticos diferenciais que devem ser considerados quando um animal 
é apresentado devido a hipercalcemia são: erro laboratorial, erro de interpretação 
(cães jovens em crescimento), hiperproteinemia decorrente da desidratação, 
insuficiência renal aguda, intoxicação por vitamina D e cálcio, distúrbios 
granulomatosos, distúrbios ósseos não-neoplásicos, hipoadrenocorticismo e 
hiperparatireoidismo primário. 
As alterações no funcionamento renal são as manifestações clínicas mais 
comuns da hipercalcemia causada pela afecção maligna. O primeiro sinal é a 
incapacidade de concentração da urina. Há uma redução na sensibilidade dos 
túbulos contornados distais e ductos coletores ao hormônio antidiurético (ADH). As 
propriedades vasoconstritoras do cálcio diminuem o fluxo sanguíneo renal e a 
velocidade de filtração renal. O epitélio sofre alterações degenerativas, necrose e 
calcificação. A afecção renal progressiva manifesta-se clinicamente com poliúria, 
polidipsia, vômito, hipostenúria e desidratação. O cálcio também pode afetar 
diretamente os sistemas gastrintestinal, cardiovascular e neurológico, causando 
anorexia, vômito, constipação, bradicardia, hipertensão, astenia da musculatura 
esquelética, depressão, coma e convulsões. 
O diagnóstico da causa de hipercalcemia pode ser difícil. Os achados 
laboratoriais associados freqüentes são: elevação do nitrogênio sérico derivado da 
uréia, normo ou hipofosfatemia, hipercalciúria, hiperfosfatúria, hipernatúria e redução 
da velocidade da filtração glomerular. 
 
 
 
 27
5.1.1 Tratamento 
 
O tratamento mais importante para a hipercalcemia da neoplasia é a 
identificação e, especificamente, eliminação do tumor. Nos casos de linfoma, a 
administração prematura de glicocorticóides ou de qualquer outro agente anticâncer 
pode interferir com a identificação da fonte da anormalidade dificultando que o 
clínico e o patologista obtenham diagnóstico citológico ou histopatológico claro 
durante semanas a meses. A hipercalcemia resultante da moléstia neoplásica é 
tratada mediante o uso apropriado da cirurgia, quimioterapia, radioterapia e 
modificadores da resposta biológica. 
A decisão de tratar especificamente a hipercalcemia depende da sua 
gravidade e da gravidade dos sinais clínicos. Para as elevações leves (12,5 mg/dl) 
em animais com sinais clínicos mínimos, freqüentemente a situação é controlada 
com hidratação adequada e monitoração periódica de cálcio, fósforo e creatinina até 
que seja identificada e eliminada a etiologia subjacente, ou até que a hipercalcemia 
e sinais clínicos subseqüentes progridam até um ponto que necessite de terapia 
adicional. Em casos de hipercalcemia moderada com sinais clínicos concomitantes, 
estará indicado o tratamento agressivo, com freqüência vinculado ao uso de solução 
salina intravenosa em volumes que excedem a manutenção diária (290 ml/kg/dia). 
Evitar a depleção de potássio, mediante o acréscimo de potássio a algum líquido, 
com base nos níveis séricos de potássio. Além disto, o paciente deve ser observado 
para sinais compatíveis com a hiper-hidratação e insuficiência cardíaca congestiva 
(ICC). A administração de NaCl 0,9% IV é eficaz na expansão do volume do líquido 
extracelular, aumento da velocidade de filtração glomerular, diminuição da 
reabsorção tubular renal de cálcio, epromoção da excreção de cálcio e sódio. A 
administração de furosemida, um diurético (2,2 a 8,8 mg/kg, BID, IV ou VO), em 
pacientes hipercalcêmicos bem hidratados inibe a reabsorção de cálcio ao nível da 
alça ascendente de Henle. A prednisona (1,1 a 2,2 mg/kg, BID, VO) é eficaz no 
tratamento porque inibe o fator ativador dos osteoclastos, prostaglandinas, vitamina 
D, e a absorção do cálcio através do trato intestinal. Este glicocorticóide é também 
citotóxico para algumas células tumorais. Portanto, o clínico deve cercar-se de 
precauções ao administrar prednisona, pois o medicamento pode obscurecer a 
extensão do tumor e, assim, pode adiar o diagnóstico de linfoma e protelar o 
tratamento apropriado. Outros tratamentos que podem ser considerado em casos 
 28
incomuns são: calcitonina, mitramicina, inibidores da prostaglandina sintetase, 
bifosfonatos, nitrato de gálio, e fosfato oral. Segundo OGILVIE (2003). com a 
calcitonina (8,8 a 17,6 unidades MRC/kg SC), sugere-se que o medicamento 
provoca redução rápida e dramática nos níveis de cálcio, que poderão permanecer 
baixos durante dias. Mitramicina também é eficaz (55 µg/kg IV), uma a duas vezes 
por semana. Difosfonatos são eficazes para o controle a longo prazo da 
hipercalcemia crônica em seres humanos. Ao contrário dos fosfatos que ligam o 
cálcio no trato gastrintestinal, os bifosfonatos ligam-se a hidroxiapatita no osso, e 
inibem a dissolução dos cristais. Finalmente, o nitrato de gálio foi aprovado 
recentemente para o tratamento da hipercalcemia em seres humanos; 
aparentemente este agente inibe a reabsorção óssea, mediante a adsorção e 
redução da solubilidade dos cristais de hidroxiapatita (Tabela 4). 
 
TABELA 4 - TRATAMENTO DA HIPERCALCEMIA 
Tratamento Dose Indicações Comentários 
Expansores de Volume 
Solução salina a 0,9%* 
SC 
75 – 100 ml/kg/SID Hipercalcemia 
suave 
Contra-indicado no caso 
se encontre presente 
edema periférico 
Solução salina a 0,9%* 
IV 
100 – 125 ml/kg/SID Hipercalcemia 
moderada a severa 
Contra-indicado no caso 
de insuficiência cardíaca 
congestiva e hipertensão 
Diuréticos 
Furosemida 2 – 4 mg/kg, cada 12h 
até cada 8h, IV, SC ou 
VO 
Hipercalcemia 
moderada a severa 
Necessária a expansão de 
volume antes do uso 
dessa droga 
Agente Alcalinizante 
Bicarbonato de sódio 1 mEq/kg, volume 
lento; pode-se 
continuar a 0,3 x 
déficit básico x kg por 
dia 
Hipercalcemia 
severa 
Requer monitoração 
próxima 
Glicocorticóides 
Prednisona 1 – 2,2 mg/kg, BID, 
VO, SC ou IV 
Hipercalcemia 
moderada a severa 
Não utilize essas drogas 
antes da identificação de 
etiologia 
 
 
 29
Continuação: TABELA 4: TRATAMENTO DA HIPERCALCEMIA 
Dexametasona 0,1 a 0,22 mg/kg, BID, 
IV ou SC 
Hipercalcemia 
moderada a severa 
Essas drogas podem 
tornar o diagnóstico 
definitivo difícil 
Inibidores da Reabsorção Óssea 
Calcitonina 4 – 6 UI/kg, SC, cada 
12h até cada 8h 
Intoxicação por 
hipervitaminose D 
A resposta pode ser de 
curta duração; pode 
ocorrer vômito 
Difosfonatos, EHDP 5 mg/kg, diariamente, 
BID 
Hipercalcemia 
moderada a severa 
Caro; o uso nos cães é 
limitado 
Mitramicina 25 µg/kg, EV em D5A, 
por 2 - 4h, cada 2 - 4 
semanas 
Hipercalcemia 
refratária severa 
Uso limitado nos cães e 
gatos; nefrotoxicidade e 
hepatoxicidade 
Vários 
EDTA 25 - 75 mg/kg/h 
 
Hipercalcemia 
refratária severa 
Nefrotóxica 
Diálise peritoneal Dialisado de cálcio 
baixo 
Hipercalcemia 
refratária severa 
Duração de resposta 
curta; não se descreve o 
uso em hipercalcemia 
*Torna-se necessária suplementação com potássio. Acrescente 5 a 40 mEq de KCl/l, dependendo da 
concentração sérica de potássio. 
Fonte: Distúrbios Paratireóideos e do Metabolismo do Cálcio. Clínica de Pequenos Animais 
 
 
5.2 HIPOGLICEMIA 
 
O insulinoma é a neoplasia mais comum associada a hipoglicemia no cão. 
Muitos tumores, exceto os tumores das células das ilhotas, são fontes ectópicas de 
produção do hormônio. Estes tumores são o carcinoma hepatocelular, hepatoma, 
tumor plasmocitóide, linfoma, leiomiossarcoma, melanoma oral, hemangiossarcoma, 
e adenocarcinoma das glândulas salivares. Os possíveis mecanismos da 
hipoglicemia em casos de tumores extrapancreáticos são a secreção de substância 
similar à insulina, a utilização acelerada de glicose pelo tumor, e a não efetivação da 
gliconeogênese e/ou glicogenólise pelo fígado. Os diagnósticos diferenciais mais 
comuns de causas não-malignas de hipoglicemia são o hiperinsulinismo, disfunção 
hepática, insuficiência adrenocortical, hipopituitarismo, tumores extrapancreáticos, 
inanição, infecção, e erro laboratorial. 
 30
Os sinais clínicos associados a hipoglicemia, ocorrentes em animais de 
companhia, são geralmente observados quando a glicose sanguínea cai para 
valores inferiores a 45 mg/dl. Os sinais neurológicos predominam porque a reserva 
de carboidratos é limitada no tecido nervoso, e o funcionamento do cérebro depende 
de quantidade adequada de glicose. Os sinais neurológicos são: debilidade, 
desorientação, e convulsões, que podem progredir até convulsões, coma, e morte. A 
hipoglicemia é o estímulo potente para a liberação de catecolaminas, hormônio do 
crescimento, glicocorticóides, e glucagon. Estas substâncias compensam a 
hipoglicemia, ao promoverem a glicogenólise. Os tumores produtores de insulina são 
diagnosticados pela identificação de concentrações de insulina inadequadas 
(normais ou elevadas) em associação com baixas concentrações sanguíneas de 
glicose. A identificação da hipoglicemia associada à neoplasia em alguns casos 
pode depender da coleta periódica de amostrar durantes um jejum de 72 horas. O 
diagnóstico é firmado quando a glicemia está dramaticamente reduzida, mas com 
níveis de insulina elevados. 
 
 
5.2.1 Tratamento 
 
Visto que muitos tumores indutores da hipoglicemia como síndrome 
paraneoplásica são malignos, a extirpação cirúrgica pode ser o tratamento de 
escolha. No caso de insulinomas, pode estar indicada a pancreatectomia parcial; a 
pancreatite e o diabete melito iatrogênicos são complicações reconhecidas. 
Freqüentemente o tratamento clínico se faz necessário antes, durante e depois da 
terapia definitiva, especialmente em casos de insulinomas, em que a taxa 
metastática é elevada. Prednisona (1,1 a 4,4 mg/kg, BID, VO) é freqüentemente 
eficaz para a elevação dos níveis glicêmicos, por induzir a gliconeogênese hepática 
e por diminuir a utilização periférica da glicose. Diazóxido (22 a 88 mg/kg, BID, VO) 
pode ser efetivo para a elevação dos níveis glicêmicos, mediante a inibição direta da 
secreção de insulina pancreática e da absorção da glicose pelos tecidos, 
incrementando a glicogenólise induzida pela epinefrina, e aumentando a velocidade 
de mobilização dos ácidos graxos livres. Os efeitos hiperglicêmicos do diazóxido 
podem ser potencializados pela administração concomitante de hidroclorotiazida (4,4 
a 8,8 mg/kg, diariamente VO). Propranolol (22 a 88 mg/kg, TID, VO), um agente 
 31
bloqueador β-adrenérgico, pode também ser efetivo no aumento dos níveis 
glicêmicos, mediante os seguintes mecanismos: bloqueio da liberação da insulina, 
bloqueio dos receptores β-adrenérgicos a nível das células beta pancreáticas, 
inibição da liberação de insulina mediante a estabilização das membranas, e 
alteração da afinidade dos receptores periféricos da insulina. 
 
 
5.3 ERITROCITOSE 
 
A eritrocitose secundária à neoplasia resulta do aumento na produção de 
eritropoetina, ou ocorre secundariamente, devido a hipoxia induzida pelo tumor, que 
subseqüentemente deflagra a produção de eritropoetina. A eritropoetina é 
normalmente produzida pelos rins em cães e gatos, e pelos corpos carotídeos dos 
gatos; assim, não surpreende que tumores renais tenham sidoassociados a 
eritrocitose. Os seguintes tumores induzem infrequentemente o aumento patológico 
na massa eritrocitária sanguínea, por meios diretos ou indiretos: tumores celulares 
renais, linfoma e tumores hepáticos. Quando a eritrocitose é secundária a 
concentrações elevadas de eritropoetina, podem ser responsáveis quatro 
mecanismos possíveis: 
1. Produção tumoral de eritropoetina; 
2. Indução da hipoxia por efeito da massa tumoral, quando uma obstrução 
vascular ou hipoxia subseqüentemente induz o aumento na eritropoetina; 
3. Elaboração de fator induzido pelo tumor, que estimula a liberação de 
eritropoetina; 
4. Alteração, induzida pelo tumor, no metabolismo da eritropoetina. 
Outras causas de eritrocitose são: desidratação, distúrbios pulmonares e 
cardíacos, desvios venoarteriais, moléstia de Cushing, administração crônica de 
esteróides adrenocorticais e policitemia Vera. A policitemia Vera é distúrbio 
mieloproliferativo que resulta da proliferação clonal de precursores eritrocitários. A 
eritrocitose de origem paraneoplásica pode ser diferenciada da policitemia Vera pela 
ausência de pancitose ou esplenomegalia, e da policitemia secundária pela não 
ocorrência de saturação de oxigênio arterial. 
 
 32
5.3.1 Tratamento 
 
A remoção cirúrgica do tumor produtor de eritropoetina ou do tumor indutor de 
hipoxia regional ou sistêmica é o tratamento de escolha. Flebotomias podem, 
temporariamente, reduzir a massa eritrocitária no sangue. Hidroxiuréia, em agente 
quimioterápico (88 a 110 mg/kg, BID, VO) pode ser utilizada na indução da 
supressão reversível da medula óssea, mediante a inibição da síntese de DNA, sem 
que ocorra a inibição do RNA síntese de proteína. 
 
 
5.4 ANEMIA 
 
Esta síndrome paraneoplásica pode ser causada pela anemia da moléstia 
crônica, invasão da medula óssea por células tumorais, perda de sangue, supressão 
da medula pela quimioterapia, hiperesplenismo, afecção imunomediada, anemia 
megaloblástica, deficiência de vitaminas e ferro, anemia hemolítica microangiopática 
e aplasia exclusivamente eritrocitária (Figura 18). Na maioria dos pacientes, não é 
detectada uma causa nítida de anemia, sendo firmado o diagnóstico de “anemia de 
moléstia crônica”. A anemia de moléstia crônica é observada geralmente em animais 
com tumores metastáticos ou disseminados, e é a causada por período reduzida de 
vida dos eritrócitos, distúrbio no metabolismo do ferro, depressão da resposta da 
medula óssea e armazenamento desordenado do ferro. O tratamento visa à 
eliminação do problema neoplásico. 
 
 33
FIGURA 18 - DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
 
Fonte: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C.Síndromes Paraneoplásicas – Cap 77, v. 1. p. 737. 
 
 
5.5 FEBRE 
 
A febre é complicação comum do tratamento do câncer e, em muitos casos, a 
pirexia se deve à infecção. Comumente a febre associada ao tumor é definida como 
febre inexplicada que coincide com o crescimento ou eliminação de um tumor. As 
febres induzidas por tumor podem ser decorrentes da liberação de pirógenos pelas 
células tumorais, leucócitos normais, ou outras células normais. Estes pirógenos 
elaborados por tumores podem atuar sobre o hipotálamo, para a variação da 
regulagem da temperatura corporal. Embora a incidência de febre associada ao 
câncer seja desconhecida em animais, poderá ser verificado que a febre de origem 
desconhecida é causada pelo câncer em até 40% das pessoas. 
 
 
5.5.1 Tratamento 
 
A febre diretamente relacionada à moléstia maligna pode ser tratada 
sintomaticamente com antipiréticos ou medicamentos antiinflamatórios não-
esteróides (AINEs). A resolução do distúrbio maligno subjacente comumente resulta 
no desaparecimento da febre. 
 34
 
 
 
6 TRATAMENTO 
 
Uma vez estabelecido o diagnóstico citológico ou histopatológico de linfoma, o 
prognóstico e as opções terapêuticas em potencial devem ser discutidos com o 
proprietário do animal (MacEWEN et al, 2001). As taxas de remissão nos gatos e 
cães com linfoma tratados com vários protocolos quimioterápicos são de 
aproximadamente 65% a 75% e 80% a 90%, respectivamente. A maioria dos felinos 
com linfoma tratados com protocolos quimioterápicos com múltiplos agentes tem 
expectativa de vida de seis a nove meses; aproximadamente 20% dos gatos vivem 
por mais de um ano. A maioria dos caninos tratados de forma semelhante vive por 
mais de 12 a 16 meses; aproximadamente 20% a 30% dos cães continuam vivos 
dois anos após o diagnóstico. A taxa de sobrevida aproximada nos cães e gatos 
com linfoma não-tratados é de quatro a oito semanas. Provavelmente, a razão mais 
importante pela qual a taxa de sobrevida é mais curta nos felinos que nos caninos 
com linfoma, é que a remissão parece difícil de ser reinduzida, uma vez ocorrendo à 
infecção pelo FeLV é um fator prognóstico negativo nos gatos com linfoma. 
Segundo COUTO (2006), mesmo que o paciente apresente um linfoma nodal 
ou extranodal no estádio I no momento da apresentação, a disseminação sistêmica 
da doença geralmente ocorre semanas a meses após o diagnóstico. Portanto, dado 
o fato de que os linfomas são neoplasias sistêmicas, a base do tratamento para 
animais com linfoma é a quimioterapia. 
O tratamento dos cães e gatos com linfoma é dividido em diversas fases ou 
estratégias: indução da remissão, intensificação, manutenção e reindução da 
remissão ou “resgate” (Tabela 5 e 6). A maioria dos protocolos utiliza diferentes 
combinações com os seguintes fármacos: vincristina1, ciclosfosfamida2, 
doxorrubicina3, prednisona4, L-asparginase5, clorambucil6, actinomicina D7, 
 
1
 Oncovin (H), Vincasar. 
2
 Cytosan (V), Genuxal (H), Neosar (V). 
3
 Adriamyan (V), Adriblastina (H). 
4
 Deltasone (V), Meticorten (H). 
5
 Elspar (H), Kidrolase (V). 
6
 Leukeran (H). 
 35
citarabina8, metotrexato9 e mitoxantrona10. A manipulação e a administração devem 
respeitar medidas de segurança para o animal, para o proprietário e para o clínico 
(MacEWEN et al, 2001). 
 
TABELA 5 - PROTOCOLO PARA O LINFOMA EM CÃES: CICLO INICIAL DE OITO TRATAMENTOS 
1ª Semana: L-asparaginase 10.000 UI/m² IM 
 Vincristina 0,6 mg/m² IV 
 Prednisona 2,0 mg/kg VO q24h 
 
2ª Semana: Ciclofosfamida 200 mg/m² IV 
 Prednisona 1,5 mg/kg VO q24h 
 
3ª Semana: Vincristina 0,6 mg/m² IV 
 Prednisona 1,0 mg/kg VO q24h 
 
4ª Semana: Doxorrubicina 30 mg/m² IV 
 Prednisona 0,5 mg/kg VO q24h 
 
6ª Semana: Vincristina 0,6 mg/m² IV 
 
7ª Semana: Ciclofosfamida 200 mg/m² IV 
 
8ª Semana: Vincristina 0,6 mg/m² IV 
 
9ª Semana: Doxorrubicina 30 mg/m² IV 
 
Fonte: BIRCHARD e SHERDING, Clínica de Pequenos Animais, 1998 
 
 
7
 Cosmegen (H). 
8
 Cytasar (V), Cytasar-U (V), Alexan (H). 
9
 Methotrexate (H), Folex, Mexate. 
10
 Novantrone (H). 
 36
TABELA 6 - PROTOCOLO PARA LINFOMA EM GATOS: CICLO INICIAL DE OITO TRATAMENTOS 
1ª Semana: L-asparaginase 10.000 UI/m² IM 
 Vincristina 0,7 mg/m² IV 
 Prednisona 2,0 mg/kg VO q24h 
 
2ª Semana: Ciclofosfamida 200 mg/m² IV 
 Prednisona 2,0 mg/kg VO q24h 
 
3ª Semana: Vincristina 0,7 mg/m² IV 
 Prednisona 2,0 mg/kg PO q24h 
 
4ª Semana: Doxorrubicina 20 mg/m² IV 
 Prednisona 2,0 mg/kg VO q24h 
 
6ª Semana: Vincristina 0,7 mg/m² IV 
 Prednisona 2,0 mg/kg VO q24h 
 
7ª Semana: Ciclofosfamida 200 mg/m² IV 
 Prednisona 2,0 mg/kg VO q24h 
 
8ª Semana: Vincristina 0,7 mg/m² IV 
 Prednisona 2,0 mg/kgVO q24h 
 
9ª Semana: Metotrexato 10-15 mg/m² IV 
 Prednisona 2,0 mg/kg VO q24h 
*No segundo e terceiro ciclos, com início na 11ª semana, não será administrada asparaginase. Os 
tratamentos são aplicados a intervalos de duas semanas no segundo ciclo e de três semanas no 
terceiro ciclo. 
Fonte: Fonte: BIRCHARD e SHERDING, Clínica de Pequenos Animais, 1998 
 
 
Após o diagnóstico, um protocolo quimioterápico de múltiplos agentes, 
relativamente agressivo (ciclofosfamida, vincristina, citosina arabinosida,
prednisona – COAP) é usado para induzir a remissão. Durante essa fase, que dura 
de 6 a 8 semanas, os animais são avaliados semanalmente, recebem injeções 
intravenosas (IV) de um agente antimiótico (vincristina) e sã submetidos a exames 
físicos de rotina com ou sem hemograma. Se ao término dessa fase o paciente for 
considerado em remissão completa, ou seja, todas as massas neoplásicas 
desapareceram completamente, é iniciada a fase de manutenção. Durante essa 
 37
fase, protocolo quimioterápico consiste em três drogas (clorambucil, metotrexato, 
prednisona – LMP) e é administrado oralmente, de maneira que o animal não requer 
monitoração intensiva (uma vez a cada seis a oito semanas). Segunda a experiência 
de COUTO (2006), a quimioterapia de manutenção é necessária quando os 
protocolos utilizados são baseados em COP. 
A reindução continua até ocorrer à recidiva tumoral, e nesse momento inicia-
se a fase de reindução. Essa fase é semelhante à fase de indução, e são utilizados 
tratamentos intensivos. Uma vez a remissão seja obtida, o paciente é submetido 
novamente a um protocolo de manutenção modificado. Se no fim da fase de indução 
o paciente não estiver em remissão completa, é recomendada a intensificação com 
L-asparaginase antes de se iniciar a fase de manutenção. 
 
 
6.1 INDUÇÃO DA REMISSÃO 
 
Os agentes deste protocolo consistem em ciclofosfamida, vincristina, citosina 
arabinosídeo e prednisona. Essas drogas pertencem a quatro diferentes categorias, 
possuem diferentes mecanismos de ação e não apresentam toxicidade por 
sobreposição com exceção da ciclofosfamida e citosina arabinosida, que são 
mielossupressoras; (mas a última é usada apenas por um curto período). A citosina 
arabinosida é geralmente administrada pela via SC, pois, dada a sua meia-vida curta 
e o seu mecanismo de ação específico para a fase S, uma injeção IV resulta em 
morte celular mínima; a administração SC dessa droga é dolorosa nos gatos e em 
alguns cães. A infusão IV do agente também está associada a mielossupressão. A 
fase de indução dura de 6 a 8 semanas e são necessárias visitas semanais. 
Durante a fase de indução, a toxicidade é mínima (< 15% a < 20%) e a 
adesão do cliente é alta, porque a maioria dos sinais tóxicos está relacionada à 
hematologia (citopenias) e geralmente não resulta em sinais clínicos visíveis pelos 
proprietários. A dose limitante da toxicidade do protocolo de indução é hematológica 
mielossupressão levando a neutropenia; o nadir neutrofílico geralmente ocorre no 7º 
ou 8º dia, o que é explicado pelo fato de dois agentes mielossupressores serem 
administrados nos dias 2 e 4 iniciais do tratamento. Na maioria dos casos a 
neutropenia é discreta (2.000 a 3.500 células/µl). A neutropenia é grave se o animal 
 38
apresentar infiltrados neoplásicos na medula óssea anteriores ao início do 
tratamento, mielodisplasia associada ao FeLV ou FIV; distúrbios da medula óssea 
associados a outros retrovírus ou receberam citosina arabinosídeo em taxas 
constantes por infusão IV, em vez de pela via SC. A toxicidade gastrintestinal é 
mínima ou ausente; no entanto, os gatos em tratamento com ciclofosfamida 
ocasionalmente apresentam anorexia. Conseqüentemente, deve-se administrar essa 
droga uma vez a cada três semana nos gatos e em dias alternados nos cães. Se 
ocorrer anorexia, é indicado o tratamento com ciproeptadina, um composto 
anti-serotonina, na dosagem de 1 a 2 mg por gato VO a cada 8 a 12 horas. A perda 
de pêlos também é mínima e ocorre primariamente em cães com pelagem lanosa 
(Poodle, Bichon Frise). 
Durante essa fase, os proprietários são instruídos a monitorar o apetite e as 
atividades de seus animais, examinar os linfonodos e a medir a temperatura retal do 
animal diariamente. Se ocorrer pirexia, os proprietários são instruídos a entrar em 
contato para que o animal seja submetido a um exame completo e hemograma. O 
tratamento com COAP resulta na remissão completa dentro de 1 a 14 dias a partir 
do início da terapia na maioria dos pacientes (> 85% nos cães, > 70% a > 75% nos 
gatos). A remissão geralmente é mantida durante a fase de indução. 
Nos cães com linfoma alimentar difuso e naqueles com micoses fungóides ou 
linfoma mucocutâneo, segunda a experiência de COUTO, 2006, um protocolo mais 
agressivo contendo doxorrubicina (CHOP; Tabela 7), quando comparado ao 
protocolo COAP, é mais dispendioso e apresenta mais probabilidade de causar 
efeitos adversos. 
 
 
6.2 MANUTENÇÃO 
 
O protocolo recomendado para a fase de manutenção do tratamento é o LMP, 
que consiste em clorambucil, metotrexato e prednisona (Tabela 7). Essas três 
drogas também atuam por três diferentes mecanismos de ação, apresentam 
toxicidades diferentes e têm suas eficácias comprovadas como agentes únicos nos 
cães e gatos com linfoma. As vantagens deste protocolo incluem seu custo reduzido; 
 39
ser de fácil administração; apresentar toxicidade mínima; e ser desnecessária a 
monitoração intensiva. 
As toxicidades associadas à quimioterapia de manutenção LMP são mínimas. 
Das três drogas, o metotrexato é o único associado à toxicidade moderada a grave. 
Os sinais do trato gastrintestinal consistem em anorexia, vômitos ou diarréia e 
desenvolvem-se em aproximadamente 25% dos cães e gatos em tratamento com 
metotrexato. A anorexia e o vômito são mais comuns do que a diarréia e geralmente 
ocorrem após o paciente ter recebido a droga por mais de duas semanas. Nesses 
casos, nos dias em que o animal é tratado com metotrexato, a administração de um 
antiemético, como metoclopramida, na dosagem de 0,1 a 0,3 mg/kg VO a cada 8 
horas, diminui ou elimina os sinais do trato gastrintestinal superior. Nos casos de 
diarréia associada ao metotrexato, o tratamento com um produto contendo 
subsalicilato de bismuto pode também diminuir ou eliminar os sinais. No entanto, 
pode ser necessária a descontinuação do tratamento coma droga. A toxicidade 
hematológica associada à terapia LMP é mínima ou ausente. As anormalidades 
bioquímicas séricas consistentes com colestase, que se resolvem com a 
descontinuação da droga, podem evoluir em uma pequena parcela de gatos 
recebendo clorambucil por semanas a meses. 
Durante essa fase, o paciente é examinado a cada seis a oito semanas e é 
submetido a exame físico completo, com a realização de hemograma. Assim como 
nos protocolos de indução, os proprietários são instruídos a monitorar atividade, 
apetite, comportamento, temperatura retal e tamanho dos linfonodos nos seus 
animais. 
 
 
6.3 REINDUÇÃO DA REMISSÃO OU RESGATE 
 
Cão e gato com linfoma, tratado com quimioterapia de manutenção, 
apresentam recidiva, que ocorre geralmente seis a oito meses após o início da 
terapia de indução, mas pode ocorrer dentro de semanas após o início da fase de 
manutenção ou anos após ter sido feito o diagnóstico original. Nesse momento, é 
indicada a reindução da remissão. A remissão pode ser induzida de uma a quatro 
 40
vezes adicionais na maioria dos cães com linfoma recidivante. A reindução da 
remissão geralmente não é tão bem-sucedida nos gatos como nos cães. 
 
6.4 INTENSIFICAÇÃO 
 
Se o cão submetido ao protocolo de indução ocorrer apenas uma remissão 
parcial, pode-se indicar a intensificação com uma ou duas doses de L-asparaginase 
(10.000 a 20.000 UI/m² IM repetidos emintervalos de duas a três semanas). Essa 
droga pode rapidamente induzir a remissão completa na maioria dos cães com 
linfoma que apresentaram somente remissão parcial enquanto tratados com a 
COAP. A asparaginase não deve ser usada com histórico de pancreatite ou 
naqueles que estão em alto risco de sofrer pancreatite aguda. A L-asparaginase 
parece ser menos eficaz nos felinos. A doxorrubicina (1 mg/kg IV a cada 3 semanas) 
ou a mitoxantrona (4 a 6 mg/m² IV a cada 3 semanas) podem ser usadas como 
agentes intensificadores nos felinos. 
 
 
6.5 PROCOLOS “BARATOS” 
 
Muito freqüentemente, o clínico avalia um cão ou um gato com linfoma que 
deve ser tratado com quimioterapia, mas por motivos financeiros ou outros (i.e. 
tempo de comprometimento), os proprietários não se interessam pela abordagem de 
quimioterapia padrão com múltiplos agentes. A maioria desses pacientes é 
assintomática, entretanto, alguma modalidade de tratamento deve ser adotado. 
COUTO (2006), us somente prednisona, prednisona e clorambucil, somente 
clorambucil, somente lomustina11 ou prednisona e lomustina com sucesso nos 
pacientes. Embora a duração da remissão seja mais curta do que quando usa 
protocolos baseados em COP, a maioria desses pacientes e seus proprietários 
desfruta de uma sobrevida prolongada (i.e. meses) e de boa qualidade. 
 
 
 
11
 Citostal (H) 
 41
TABELA 7 - PROTOCOLOS QUIMIOTERÁPICOS USADOS NO TRATAMENTO DOS CANINOS E 
FELINOS* COM LINFOMA NA OHIO STATE UNIVERSITY VETERINARY TEACHING HOSPITAL 
1. Indução da Remissão 
Protocolo COAP† 
Ciclofosfamida:50 mg/m² VO, q48h, nos cães ou 
200-300 mg/m² VO, a cada 3 semanas nos gatos 
Vincristina: 0,5 mg/m² IV semanalmente 
Citosina arabinosida: 100 mg/m² diariamente por 
gotejamento IV ou SC por somente 2 dias nos gatos e 
4 dias nos cães 
Prednisona: 50 mg/m² VO, q24h, por uma semana e 
depois 20 mg/m² VO, q48h 
 
2. Intensificação 
Caninos 
L-asparaginase: 10.000-20.000 UI/m² IM (uma ou 
duas doses) 
ou 
Vincristina: 0,5-0,75 mg/m² IV a cada 1-2 semanas 
 
Felinos 
Doxorrubicina: 1 mg/kg IV a cada 3 semanas 
ou 
Mitoxantrona: 4-6 mg/m² IV a cada 3 semanas 
 
3. Manutenção‡ 
Protocolo LMP 
Clorambucil: 20 mg/m² VO a cada 2 semanas 
Metotrexato: 2,5 mg/m² VO 2 ou 3 vezes por 
semana 
Prednisona: 20 mg/m² VO q48h 
 
Protocolo COAP 
Aplicar da mesma forma acima em semanas 
alternadas por seis tratamentos, depois a cada 3 
semanas por seis tratamentos adicionais, depois tentar 
manter o animal em tratamento a cada 4 semanas. A 
terapia de manutenção é continuada até ocorrer 
recidiva do tumor. 
4. Resgate 
4. Resgate – cont’d 
Cães – cont’d 
Protocolo ADIC (o ciclo é repetido a cada 21 
dias) 
Doxorrubicina: 30 mg/m² (ou 1 mg/kg para 
cães com menos de 10 kg) IV no dia 1 
Dacarbazina13: 700-1.000 mg/m² por infusão 
IV (por mais de 6-8 horas) no dia 1 
 
Protocolo CHOP (ciclo de 21 dias) 
Ciclofosfamida: 200-300 mg/m² VO no dia 10 
Doxorrubicina: 30 mg/m² (ou 1 mg/kg para 
cães com menos de 10 kg) IV no dia 1 
Vincristina: 0,75 mg/m² IV nos dias 8 e 15 
Prednisona: 20-25 mg/m² VO q48h 
 
Gatos 
Protocolo MiC (ciclo de 21 dias) 
Mitoxantrona: 4-6 mg/m² por gotejamento IV 
por mais de 4-6 horas no dia 1 
Ciclofosfamida: 200-300 mg/m² VO nos dias 
10 ou 11 
 
Protocolo AC (ciclo de 21 dias) 
Doxorrubicina: 1 mg/kg no dia 1 
Ciclofosfamida: 200-300 mg/m² VO nos dias 
10 ou 11 
 
Protocolo MiCA (ciclo de 21 dias) 
Mitoxantrona: 4-6 mg/m² por gotejamento IV 
por mais de 4-6 horas no dia 1 
Ciclofosfamida: 200-300 mg/m² VO nos dias 
10 ou 11 
Citosina arabinosídeo: 200 mg/m² por 
gotejamento IV por mais de 4-6 horas 
(misturada no mesmo recipiente com 
mitoxantrona) no dia 1 
Protocolo CHOP (ciclo de 21 dias) 
 
12
 Alkeran 
13
 Asercit (H) 
 43
Caninos 
Protocolo D-MAC (ciclo de 14 dias) 
Dexametasona: 0,23 mg/kg VO ou SC nos dias 1 e 8 
Actinomicina D: 0,75 mg/m² em bolus IV no dia 1 
Citosina arabinosida: 200-300 mg/m² por 
gotejamento IV por mais de 4 horas ou SC no dia 1 
Melfalan12: 20 mg/m² VO no dia 8§ 
 
Protocolo AC (ciclo de 21 dias) 
Doxorrubicina: 30 mg/m² (ou 1 mg/kg para cães com 
menos de 10 kg) IV no dia 1 
Ciclofosfamida: 100-150 mg/m² VO nos dias 15 e 16 
 
Ciclofosfamida: 200-300 mg/m² VO no dia 10 
Doxorrubicina: 1 mg/kg IV no dia 1 
Vincristina: 0,5 mg/m² IV nos dias 8 e 15 
Prednisona: 20-25 mg/m² VO q48h 
 
5. Protocolos “Baratos” 
Prednisona: 50 mg/m² VO q24h por 1 
semana; em seguida, 25 mg/m² VO q48h 
Clorambucil: 20 mg/m² VO a cada duas 
semanas 
Lomustina: 60-90 mg/m² VO a cada 3 
semanas nos cães; 10 mg (dose total) a 
cada 3 semanas nos gatos 
Prednisona e clorambucil: mesmas 
doses acima 
Prednisona e lomustina: mesmas doses 
acima 
*Os protocolos podem ser usados tanto para caninos quanto para felinos, a menos que haja outra 
especificação. 
†Empregar por 6-10 semanas e depois empregar LMP. 
‡Empregar até ocorrer recidiva, depois passar para o “resgate”. 
§Após quatro doses, substituir clorambucil (20 mg/m² VO a cada duas semanas) por melfalan. 
Fonte: NELSON e COUTO. Medicina Interna de Pequenos Animais, 2006 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 44
 
 
 
7 PROTOCOLOS QUIMIOTERÁPICOS PARA LINFOMA EM CÃES 
(RODASKI e DE NARDI, 2006) 
 
7.1 DOXORRUBICINA 
 
Posologia: Doxorrubicina: 30 mg/m² IV, administrada durante 30 minutos. 
 
Esquema para administração: 
Dia Doxorrubicina 
1° X 
21° Repetir a aplicação de doxorrubicina e continua r a administração a cada três 
semanas, num total de seis sessões. 
 
 
Observações: 
Esse protocolo não é indicado para cães com evidência de cardiomiopatias. 
Proceder à avaliação cardíaca (auscultação cardíaca, eletrocardiograma e 
ecocardiografia previamente à primeira aplicação e às sessões subseqüentes), além 
dos exames hematimétricos incluindo a contagem de plaquetas. 
 
 
Variações do protocolo: 
- 30 mg/m² IV, para cães com mais de 10 kg e 1 mg/kg IV, para cães com 
menos de 10 kg; 
- previamente à administração de doxorrubicina, aplicar 1 mg/kg IM de 
cloridrato de difenidramina; 
- perfazer um total de quatro a seis sessões. 
 
 
 45
7.2 DOXORRUBICINA, VINCRISTINA E CICLOFOSFAMIDA 
 
Posologia: Doxorrubicina: 30 mg/m² IV, para cães com mais de 10 kg; 
 1 mg/kg IV, para cães com menos de 10 kg. 
 Vincristina: 0,5 a 0,75 mg/m² IV 
 Ciclofosfamida: 200 mg/m² VO ou IV 
 Cloridrato de difenidramina14: 1 mg/kg IM 
 
 
Esquema para administração: 
Dia Doxorrubicina Ciclofosfamida Vincristina 
1º x x 
15º X 
21º Repetir todo o ciclo num total de três a seis vezes. 
 
 
Observações: 
Aplicar doxorrubicina após prévio tratamento com difenidramina. 
Protocolo contra-indicado para cães com insuficiência cardíaca. 
Avaliar as condições cardíacas através da história, exame semiológico, 
eletrocardiograma e ecocardiografia, previamente e após cada ciclo. 
Proceder à contagem de células sanguíneas e de plaquetas antes de cada 
administração de quimioterápicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14
 Benadryl 
 46
7.3 CICLOOFOSFAMIDA, VINCRISTINA E PREDNISONA (COP I) 
 
Posologia:Ciclofosfamida: 300 mg/m² VO, semanalmente 
 Vincristina: 0,75 mg/m² IV, semanalmente 
 Prednisona: 1 mg/kg VO, a cada 24h ou a cada 48h 
 
Esquema para administração: 
Semana Vincristina Ciclofosfamida Prednisona 
1ª X X X 
(a cada 24h) 
2ª e 3ª X X 
(a cada 48h) 
4ª X X X 
(a cada 48h) 
A partir da 4ª semana repetir os quimioterápicos da 1ª semana a cada 21 dias. Manter

Outros materiais