Buscar

Aula 11

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

5.2. Decadência: a decadência faz perecer o próprio direito, atingindo-o na essência. 
Ela está ligada aos direitos potestativos. É a perda do próprio direito potestativo pelo 
seu não exercício em determinado prazo, quando a lei estabelecer lapso temporal para 
tanto. Em regra, os prazos decadenciais não se interrompem ou suspendem. Exceção: o 
prazo decadencial não corre contra o absolutamente incapaz (art. 208). 
Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas eventualmente prejudicadas pela 
perda de direitos por inércia de seus assistentes ou representantes terão direito de 
cobrar o prejuízo sofrido (art. 195). 
Espécies de decadência: a) decadência ex vi legis (decadência legal) advém de 
expressa previsão de lei, sendo de ordem pública e irrenunciável. b) decadência ex vi 
voluntatis (decadência convencional ou contratual) possui caráter de ordem privada, 
originada da previsão das partes em negócios jurídicos, é renunciável e não pode ser 
declarada de ofício pelo juiz. 
Alegação da decadência: por ser de natureza pública, a decadência pode ser alegada 
a qualquer tempo ou grau de jurisdição. O juiz pode conhecer de ofício a decadência 
legal, mas não a decadência convencional. 
5.2.1. Traços distintivos entre a prescrição e a decadência: 
Prescrição Decadência 
Diz respeito aos direitos subjetivos 
patrimoniais. É o não exercício do direito de 
defesa. 
Diz respeito aos direitos potestativos, que, por 
essência, não possuem pretensão. Refere-se 
aos direitos cujo exercício depende apenas do 
próprio titular. É o não exercício do próprio 
direito. 
Ela fulmina a pretensão de exigir o 
comportamento de alguém. 
Fulmina o próprio direito. 
O prazo pode ser interrompido, suspenso ou 
impedido de fluir. Admite-se a renúncia, após 
consumada. 
O prazo não pode ser interrompido, suspenso 
ou impedido de fluir. A decadência legal não 
admite renúncia, nem depois de consumada. 
O prazo deve estar expressamente previsto em 
lei. As partes não podem estabelecer prazo. 
O prazo pode estar previsto em lei ou ser 
estabelecido pelas partes. 
Não havendo prazo específico previsto em lei, 
aplica-se a regra geral de 10 anos (art. 205). 
Não existindo prazo específico em lei, o 
direito não estará sujeito à extinção pelo não 
exercício. 
O prazo começa a fluir da violação do direito 
(actio nata). 
O prazo começa a fluir juntamente com o 
direito. 
Pode ser declarado de ofício pelo juiz. A decadência legal pode ser conhecida de 
ofício pelo juiz. A convencional não pode ser 
conhecida de ofício pelo juiz. 
Prescrição e decadência e o direito intertemporal: o código civil de 2002 reduziu os 
prazos prescricionais e decadenciais. Assim, foi estabelecida uma regra de direito 
intertemporal. Art. 2.028: serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por esse 
código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade 
do tempo estabelecido na lei revogada.

Outros materiais