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Universidade Federal de Santa Catarina Departamento de Engenharias - Blumenau Curso de Engenharia de Têxtil Polímeros II - Profa. Bruna Liana Mattiuzzi Frainer Resumo do artigo “Materiais Híbridos: natureza têxtil em transformação” Amanda C. Karsten, Lissa M. Siqueira e Quesli Martins O objetivo do artigo é identificar a posição tecnológica da indústria de carpetes no Brasil e como o design estratégico pode ajudar a melhorar esse ambiente. A indústria de carpetes nacional está no estágio de maturidade, porém apresenta declínio econômico devido à sua baixa intensidade tecnológica, ou seja, suas tecnologias são ultrapassadas e a há uma modesta possibilidade de inovação. Desta forma, uma solução seria posicionar o carpete na área de materiais híbridos. É possível que a evolução tecnológica na indústria têxtil nacional entre em conformidade quando comparado com outros setores, porém percebe-se que é dependente de ações coordenadas da indústria como um todo. O futuro da indústria dos carpetes depende de como as empresas reagirão com os desafios de um setor estabelecido, com padrões de tecnologia e competição baseada em lucros. Desta forma, é necessário repensar nos processos de produção e matérias primas utilizadas. Neste meio, torna-se ideal o uso do design estratégico. Os processos de fabricação dos carpetes são divididos em três: tecelagem, agulhagem e tufagem. A tecelagem é o processo mais antigo e foi aprimorado com a invenção do tear do tipo Jacquard. O carpete e tapete produzido na tecelagem são semelhantes ao tecido de vestuário e tem três tipos de fios entrelaçados simultaneamente: fios de urdume, fios de trama e fios de superfície. Agulhagem: revestimento semelhante ao feltro e por isso apresenta limitações estéticas quanto a desenhos e texturas. Tufagem: processo mais eficiente ao conciliar o potencial para produzir variedade estética, elevado padrão de qualidade e custos operacionais baixos. As matérias primas utilizadas são as fibras de superfície, telas de suporte e adesivos. No Brasil a tufagem representa 71% do faturamento e a agulhagem 29%. Esse fato pode estar relacionado a restrições no poder aquisitivo, pois os carpetes agulhados são mais baratos, porém têm menor durabilidade. Para impulsionar o desenvolvimento da indústria de carpetes nacional, deve haver uma convergência entre tecnologias de diversas áreas. Os fios e as fibras continuarão sendo a unidade estrutural têxtil, mas novos materiais híbridos serão capazes de estimular significativas transformações, assim os têxteis terão novas funções. Um dos ramos mais promissores é o da tecnologia têxtil eletrônica. Os componentes eletrônicos, quando incorporados aos têxteis, são capazes de perceber estímulos externos provenientes de fontes mecânicas, térmicas, químicas, elétricas e magnéticas e podem responder a eles. Esses materiais vão alem do propósito convencional dos têxteis. Em carpetes, a inclusão da tecnologia possibilita uma nova definição de segurança. Dessa forma, eles monitoram percursos, notificam quedas e períodos de inatividade e reconhecem o movimento de pessoas com deficiências. Sistemas de LED integrados ao carpete passam a emitir luz e transformam o piso em uma tela dinâmica. Outro ramo promissor é o da nanotecnologia, que é a habilidade de manipular a matéria no nível molecular e atômico. Essa tecnologia é utilizada principalmente para uso militar, médico, esportivo e aeronáutico. No setor têxtil, é utilizada para modificar e criar características específicas nas fibras e objetiva manter as propriedades originais como o toque agradável das fibras. Entretanto, é capaz de desenvolver inovações como retardância à chama, repelência de água e óleo, adição de resistência ao desbotamento e manchas, aumento da comodidade de fibras sintéticas e absorção de odores. Nos carpetes, as aplicações ainda são limitadas, porém promissoras. A nanotecnologia pode aumentar a resistência à estática, à tração, a microrganismos e a chamas. Outro ponto interessante é o beneficio relacionado à higiene: o acabamento superficial no carpete dificulta a penetração de partículas de sujeira no interior da fibra. Desta forma, resistindo à sujeira e manchas, o carpete pode conservar a aparência de novo por mais tempo. Nanomateriais, em geral, permitem o tingimento em lotes de produção mais eficientes, reduzindo o consumo de água, energia e produtos químicos, o que aumenta a escala, reduzindo o custo e, conseqüentemente, o impacto ambiental. Concluímos que o futuro, não apenas da indústria de carpetes, mas de têxteis em geral, são os materiais híbridos. Eles proporcionam novas utilidades para os produtos já existentes e possibilitam o desenvolvimento de novos produtos com objetivos únicos.
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