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Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Aquicultura Construções para Aquicultura Governador Vice Governador Secretária da Educação Secretário Adjunto Secretário Executivo Assessora Institucional do Gabinete da Seduc Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC Cid Ferreira Gomes Domingos Gomes de Aguiar Filho Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Maurício Holanda Maia Antônio Idilvan de Lima Alencar Cristiane Carvalho Holanda Andréa Araújo Rocha Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 1 ÍNDICE PÁGINA CAPÍTULO I - CONSTRUÇÕES DE TANQUES E VIVEIROS PARA AQUICULTURA ..... 1 1. VIVEIROS DE BARRAGEM ............................................................................................. 7 2. VIVEIROS DE DERIVAÇÃO ............................................................................................. 8 3. AGUA PARA ABASTECIMENTO ..................................................................................... 9 3.1. QUANTIDADE DE ÁGUA .............................................................................................. 9 3.2. QUALIDADE DA ÁGUA ............................................................................................... 10 4. TERRENO PARA CONSTRUÇÃO DE VIVEIROS ......................................................... 12 4.1. SOLOS ........................................................................................................................... 12 4.1.3. Propriedades Físicas do Solo ................................................................................. 12 4.1.2. Textura do Solo .......................................................................................................... 12 4.1.3. Testes para a Determinação da Textura do Solo ................................................ 15 4.1.3.1. Teste da Bola Compacta .................................................................................... 15 4.1.3.2. Teste da Garrafa .................................................................................................. 18 5. TOPOGRAFIA DO TERRENO ....................................................................................... 21 6. CARACTERÍSTICAS DE VIVEIROS .............................................................................. 22 6.1. FORMAS DE VIVEIROS .............................................................................................. 22 6.2. ÁREAS DE VIVEIROS ................................................................................................ 24 6.3. PROFUNDIDADE DOS VIVEIROS .............................................................................. 25 7. ELABORAÇÃO DE PROJETOS PARA CONSTRUÇÃO DE VIVEIROS ..................... 26 7.1. DESMATAMENTOS E DESTOCAMENTOS DA ÁREA ............................................... 26 7.2. MARCAÇÃO DOS VIVEIROS ...................................................................................... 29 7.3. ESCAVAÇÃO DOS VIVEIROS ..................................................................................... 31 7.4. CONSTRUÇÃO DE DIQUES E TALUDES .................................................................. 32 7.5. PISO DOS VIVEIROS ................................................................................................... 34 7.6. SISTEMA DE ABASTECIMENTO ................................................................................ 34 7.7. CANAL DE ABASTECIMENTO ................................................................................... 37 7.8. CANAL DE DRENAGEM ............................................................................................. 39 7.9. COMPORTAS ............................................................................................................... 40 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 2 CAPÍTULO II - CONSTRUÇÃO DE TANQUES REDES ...................................................... 44 8. MATERIAL UTILIZADO ................................................................................................. 47 8.1. ESTRUTURA DE ARMAÇÃO ...................................................................................... 47 8.2. TELAS PARA ARMAÇÃO ........................................................................................... 48 8.3. ESTRUTURA DE FIXAÇÃO DOS TANQUES REDE ................................................... 50 8.4. ESTRUTURAS PARA FLUTUAÇÃO ............................................................................ 52 8.5. ESTRUTURAS DE SINALIZAÇÃO ............................................................................... 54 8.6. TANQUES BERÇÁRIOS ............................................................................................... 55 8.7. ESTRUTURA DE COMEDOUROS ............................................................................... 55 8.8. ESTRUTURAS DE APOIO ............................................................................................ 58 9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..................................................................................... 62 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 3 CAPÍTULO I - CONSTRUÇÕES DE TANQUES E VIVEIROS PARA AQUICULTURA Podemos definir viveiros para a aquicultura (Figura 01) como um reservatório artificial construído em terreno natural e que é dotado de mecanismos de abastecimento e drenagem de água, de preferência por gravidade, que permitam seu enchimento e secagem no menor espaço de tempo possível. Figura 01: Viveiros utilizados em aquicultura Os viveiros para aquicultura podem ser construídos de forma elevada, acima do terreno natural, de maneira total ou parcial pelo mo intermédio da elevação de seus diques (Figura 02) ou barragens (Figura 03). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 4 Figuras 02: Diques de viveiros para aquicultura Figuras 03: Barragem açude Castanhão – Ceará Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 5 Em determinadas situações os taludes dos viveiros podem ser protegidos contra infiltrações, erosões e desmoronamentos (Figura 04) através da implantação de proteções de pedra e alvenaria de tijolos Figura 04: Erosões em diques de viveiros para aquicultura Os tanques utilizados em aquicultura apresentam semelhança com os viveiros, porém em sua maioria são construídos e revestidos com alvenaria de tijolos, pedras, concreto (Figura 05) ou lonas plásticas especiais (Figura 06). Os viveiros e tanques podem apresentar várias formas que irão depender de sua utilização dentro dos diversos sistemas de cultivo, como maturação para reprodução (Figura 07), larvicultura (Figura 08), alevinagem/póslarvas (Figura09) e engorda (Figura 10). Para cada sistema relacionado, os sistemas de abastecimento e de drenagem irão se ajustar a estrutura desses sistemas Apesar da diversificação dos sistemas de cultivo, basicamente os viveiros para aquicultura podem ser de barragem ou de derivação Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura– Construções para Aquicultura 6 Figura 05: Tanques para aquicultura construído em alvenaria Figura 06: Tanques revestidos com lonas plásticas de alta resistência Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 7 Figura 07: Maturação para carcinicultura (1). Maturação para piscicultura (2) Figura 08: Larvicultura para carcinicultura (1). Larvicultura para piscicultura (2) Figura 09: Berçários para carcinicultura (1). Alevinagem para piscicultura (2) 1 2 1 2 1 2 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 8 Figura 10: Engorda para carcinicultura (1). Engorda para piscicultura (2) 1. VIVEIROS DE BARRAGEM: São viveiros geralmente construídos em fundos de vales (Figura 11) por onde passam pequenos cursos de água, como riachos, igarapés, dentre outros. Figura 11: Áreas propícias para a construção de viveiros de barragem Para a construção geralmente se faz a elevação de um dique para a barragem da água. Na figura 12, está representada a construção de um viveiro de barragem. Podemos observar que para a construção desse viveiro, foram utilizados materiais que foram trazidos de fora da região natural onde o viveiro está sendo construído. 1 2 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 9 Figura 12: Dique de um viveiro de barragem. As setas indicam os materiais que foram trazidos de outras regiões O abastecimento dos viveiros de barragem é realizado geralmente por açudes, rios perenizados1 ou pequenos córregos 2. VIVEIROS DE DERIVAÇÃO Geralmente os viveiros de derivação são escavados, parcialmente escavados ou elevados em terreno natural. Seu abastecimento de água na maioria dos casos é feita por derivação aproveitando a força gravitacional. O abastecimento de água pode ser realizado através de nascentes naturais, cursos de água, rios, reservatórios e do mar, com a utilização, ou não, de bombeamento. Para a condução da água até os viveiros são utilizados canais de abastecimento, escavados em terreno natural. A escolha do local para a construção de viveiros deve levar em consideração o terreno para a água existente na região. ____________________________________ 1. Fluxo de água contínuo Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 10 3. AGUA PARA ABASTECIMENTO: Deve ser levar em consideração os aspectos qualitativos e quantitativos da água disponível na região onde serão construídos os viveiros para aquicultura. 3.1. QUANTIDADE DE ÁGUA: A capacidade de acumulação de água de um viveiro irá determinar diretamente a quantidade necessária para abastecê-lo. Para a determinação da quantidade de água deve ser utilizado um cálculo baseado na área e a profundidade média do viveiro. Exemplo: Viveiro = 01 hectare (10.000 m2) Profundidade média = 1,5 m Volume de água = 10.000 m2 x 1,5 m = 15.000 m3 O prazo de tempo para o abastecimento de um reservatório irá depender diretamente do manancial, da distância do ponto de captação até o canal de abastecimento, do tamanho dos viveiros e da quantidade de viveiros construídos na unidade produtora. Geralmente ser recomenda um tempo inferior a 72 horas. Esse tempo será necessário para se determinar a vazão (m3/h) Se levarmos em condição o tempo de 72 horas para abastecimento, temos: Volume de água = 10.000 m3 Tempo de abastecimento = 72 horas Vazão necessária em horas = 15.000 m3/72 horas = 208,33 m3/h Vazão necessária em segundos = 15.000.000 Litros/259.200seg = 57,87 L/seg. Novos abastecimentos durante o cultivo devem ser realizados apenas para a reposição de perdas de água por evaporação e infiltração, ou ainda em casos que haja problemas com quedas bruscas de oxigênio e aumentam dos níveis de metabólitos2 perigosos para o cultivo, como por exemplo, a amônia. Logo a demanda por água para abastecimento irá depender de fatores como o sistema de cultivo adotado, pois quanto maior a densidade maior a variação dos parâmetros físico-químicos da água e consequentemente maior a necessidade de renovação de água ____________________________________ 2. Os metabólitos de compostos químicos são formadas como parte do processo bioquímico natural de degradação e eliminação dos compostos Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 11 3.2. QUALIDADE DA ÁGUA: Para se determinar a qualidade da água para aquicultura devemos observar suas características físicas e químicas. Com relação as qualidades físicas as mais importantes são a temperatura, sua transparência e cor. A temperatura influencia diretamente na fisiologia dos organismos cultivados3 bem como em sua reprodução e crescimento. Além disso, interfere diretamente na biota4 natural dos viveiros que servirão de alimento para os animais cultivados ao longo de seu ciclo produtivo. Quanto maior for a temperatura maior será o metabolismo dos organismos que compõem a biota natural dos viveiros, desde que os valores estejam dentro da faixa de segurança para sua sobrevivência, e consequentemente maior será disponibilidade de alimento natural para os organismos cultivados. No entanto em casos extremos de temperatura, sejam altas ou baixas, bem como suas variações haverá uma influencia negativa no crescimento e reprodução dos organismos cultivados. As medições de temperatura devem ser realizadas com o auxílio de um aparelho de medição manual onde se pode medir simultaneamente oxig6enio, temperatura e pH (Figura 13), As medições devem ser realizadas diariamente, pelo menos 04 vezes ao dia. Os locais para serem realizadas as medições na coluna d’água5 do viveiro, devem ser na superfície e fundo. O técnico deverá introduzir a sonda de medição na água do viveiro (Figura 14) em aproximadamente 10 cm abaixo da superfície, medir a temperatura e anotar em seguida deverá descer lentamente a sonda até se aproximar do fundo, sem tocar o solo, medir e anotar a temperatura. Esse processo deve ser realizado em pelo menos 04 pontos do viveiro. ____________________________________ 3. Peixes, camarões, ostras, etc. 4. Biota é o conjunto de seres vivos de um ecossistema, o que inclui a flora, a fauna, os fungos e outros grupos organismos. 5. Distância entre a superfície e o fundo de um corpo d’água. Pode esr medida em centímetros, metros ou quiilómetros Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 12 Figura 13: Aparelho para medição de oxigênio, temperatura e pH Figura 14: Procedimento para medição de temperatura Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 13 4. TERRENO PARA CONSTRUÇÃO DE VIVEIROS: Para a escolha de um terreno apto para a construção de viveiros é necessário que se leve em consideração as características do solo com relação a composição química, bem como suas características topográficas. 4.1. SOLOS: Para que a construção de viveiros para a aquicultura possa proporcionar uma efici6encia produtiva, basicamente, se faz necessário uma escolha adequada das áreas onde serão implantados. Dentro das características importantes que devemser levadas em consideração, a constituição dos solos é fundamental para a eficiência operacional dos viveiros para aquicultura A priori a permeabilidade do solo irá influenciar de forma direta tanto na estabilidade dos taludes6 quanto na infiltração de água no fundo do viveiro. A construção de viveiros em áreas que apresentam solos argilosos são normalmente recomendados, enquanto em áreas onde predominam solos arenosos geralmente não recomendados para esse fim, devido apresentarem alta permeabilidade. Alternativas para a construção de viveiros em solos com baixa estabilidade e permeabilidade podem ser aplicadas, no entanto haverá implicações diretas nos custos finais do projeto Para que se possa entender a influência do solo na construção de viveiros para a aquicultura, devemos considerar alguns de seus princípios básicos e como eles interferem na din6amica dos cultivos. 4.1.1. Propriedades Físicas do Solo: Durante o estudo do solo visando a construção de viveiros pra a aquicultura, as propriedades físicas mais importantes são a textura, a resistência e a permeabilidade do solo. 4.1.2. Textura do Solo: A textura do solo pode ser definida pela proporção relativa de partículas de diversos tamanhos existentes no solo analisado (Figura 15). O conhecimento desses fatores influenciará diretamente na capacidade de permeabilidade do solo, ou seja com a maior ou menor dificuldade de circulação de água em seu interior. Outro fator importante da textura dos solos diz respeito a capacidade de reagir química e fisicamente, pois o tamanho das partículas existentes irão determinar uma maior ou menor solubilidade e consequentemente a necessidade ou não da realização de correções nos Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 14 viveiros ao longo dos cultivos. Figura 15: Diferentes partículas encontradas em solos A textura do solo poderá ser determinada por uma análise granulométrica, através de sucessivos peneiramentos. (Figura 16) Segundo Oliveira (2000), a classificação granulométrica do solo é obtida através de percentagens de areia, silte, e argila obtida em cada peneira ·e que podem ser classificadas através da tabela abaixo. ____________________________________ 6. Paredes dos viveiros Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 15 Tabela 01: Granulometria de solos Tipo de solo Diâmetro Médio das Partículas (mm) Areia muito grossa 1,0 a 2,0 Areia grossa 1,0 a 1,5 Areia média 0,25 a 1,0 Areia fina 0,1 a 0,25 Areia muito fina 0,05 a 0,1 Silte 0,02 a 0,05 Argila < 0,02 Fonte: Oliveira (2000). Figura 16: Peneiras utilizadas para análise granulométrica de solos Geralmente áreas onde os solos que apresentam teores de argila acima de 35%, são mais indicados para a construção de viveiros para a aquicultura.. Por outro lado solos que apresentam teores de areia e pedras acima de 50% não são Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 16 adequados para a construção de viveiros. Solos arenosos que apresentem uma proporção de 20% a 25% de argila podem ser utilizados, porém haverá a necessidade de uma compactação com piçarra ou argila para evitar problemas de infiltração. Outro fator importante da caracterização da textura do solo, diz respeito ao ângulo de inclinação dos taludes dos viveiros. Na Tabela 02 são apresentadas as faixas de inclinação de taludes de montante7 e jusante8, indicados para diferentes tipos de solos. Para a determinação da inclinação dos taludes é necessário a determinação da largura mínima da crista do dique, que pode ser calculada através da fórmula de Preece. Fórmula de Preece: C = 1,1√Pv + 0,9 Onde: C = largura mínima de coroamento do dique do viveiro em metros e Pv= profundidade máxima do viveiro em metros. Tabela 02: Declividades de taludes de viveiros que proporcionam estabilidade com coroamento mínimo estipulado pela fórmula de Preece Tipo de Solo Talude de Montante Talude de Jusante Areno argiloso 2,5:1,0 a 3,0:1,0 1,5:1,0 a 2,0:1,0 Silto argiloso 2,0:1,0 a 2,5:1,0 1,0:1,0 a 1,5:1,0 Argiloso 1,0:1,0 a 2,0:1,0 1,0:1,0 a 1,0:1,0 4.1.3. Testes para a Determinação da Textura do Solo: 4.1.3.1. Teste da Bola Compacta: O primeiro passo é fazer divisão por quadrantes imaginários da área que onde serão construídos os viveiros (Figura 17). Esses quadrantes devem ter no máximo uma área de 1m2 e seus pontos de interseção devem ser marcados (Figura 18). Em seguida devem ser coletas amostra nos pontos de interseção dos quadrantes (Figura 19) ____________________________________ 7. É todo ponto referencial ou seção de rio que se situa antes do ponto referencial qualquer de um curso de água. 8. É todo ponto referencial ou seção de rio compreendido entre o observador e a foz de um curso d’água, ou seja, rio-abaixo em relação a este observador Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 17 1m 1 m Figura 17: Divisão da área do viveiro em quadrantes Figura 18: Pontos de coletas da amostras As amostras devem ser etiquetadas e numeradas (Figura 20). Cada amostra deve ser umedecida e comprimida com as mãos até formar uma bola compacta. Se no momento em que essa amostra for aberta ela se manter coesa, o solo será propicio para a construção de viveiros. Por outro lado, se a bola formada se esfarelar provavelmente o solo será constituído em sua maioria por areia e não será propício para a construção de viveiros. Nesse caso sempre deverá ser feita uma avaliação para determinar as possibilidades, riscos e custo para uma provável correção de solo para a construção. Outra forma eficiente para se avaliar de maneira visual a textura do solo é após umedecer a amostra, tentar moldar a letra C. Se a amostra mantiver esse formato, provavelmente será constituída, em sua maioria, por argila e estará apta para a construção de viveiros. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 18 Figura 19: Amostragem para análise de solo Figura 20: Acondicionamento das amostras de solo para análise. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 19 4.1.3.2. Teste da Garrafa. Os procedimentos descritos no item anterior podem ser utilizados para o teste da garrafa. O técnico pode retirar uma quantidade de solo, durante a amostragem, suficiente para realizar os dois testes. Os mesmos pontos de coleta podem ser utilizados para otimizar o tempo entre as amostragens e a obtenção dos resultados. Após a amostragem deve-se colocar cerca de 300 ml de solo em um recipiente de 01 litro de volume, se possível uma proveta graduada. Em seguida pressionar essa amostra para a retirada completa do ar presente na amostra. Após esse procedimento adicionar 500 ml de água no recipiente e misturar bem para homogeneizar toda a amostra e desagregar todas as partículas presentes no solo analisado(Figura 21). Figura 21: Teste da garrafa Em seguida, tampar bem todos os recipientes e virar repetidamente de cabeça para baixo até obter uma boa mistura e manter em repouso por aproximadamente por 25 segundos. Ao final desse tempo observar a decantação do solo. Se 50% da amostra decantar durante esse tempo, a solo provavelmente será constituído de textura mais grossa. Por outro lado se menos de 50% do material decantar durante o tempo estipulado, provavelmente o solo será constituído de partículas mais finas. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 20 No próximo passo as amostras deverão ser homogeneizadas novamente e permanecer em repouso por um período de 24 horas para a determinação das proporções de cascalho, areia, silte e argila presentes. Após esse período fazer a observação visual das amostras e com o auxílio de uma régua determinar a quantidade de cada partícula para ao final ser calculado seu percentual em cada amostra. Para efeito de ordenamento das camadas, deve-se considerar o sentido crescente de posicionamento das partículas a partir do fundo do recipiente (Figura 22) Se ao observar visualmente as amostras o técnico identificar a formação de 04 camadas distintas, provavelmente a primeira será constituída de cascalho. Se houver a formação de apenas 03 camadas a primeira será constituída de areia. Água + matéria orgânica % de argila % de silte % de areia Figura 22: Observação das diferentes camadas, para a determinação da proporção de partículas presentes na amostra de solo.. Em geral a composição do solo ideal para a construção de viveiros para a aquicultura deverá apresentar, no teste da garrafa, uma transição entre camadas de forma suave, com a participação de areia em torno de 50%, a argila deverá participar com um percentual entre 15 e Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 21 30% e o restante deverá ser formado por silte. 1.2. Permeabilidade de Solo. Podemos definir permeabilidade como a propriedade de escoamento de água e ar apresentada pelo solo. A permeabilidade pode ser expressa numericamente pelo Coeficiente de Permeabilidade (K). A percolação9 de água através de solos porosos pode ser determinada através da Lei de Darcy Lei de Darcy: Q = K x i x S Onde: i = coeficiente hidráulico, dado por i = h / l, (h = altura da carga de água; l = espessura do meio poroso); S = área da seção ocupada pelo elemento filtrante; K = coeficiente de permeabilidade, que depende da porosidade do material. As variações dos valores de K, podem ser observados na Tabela 03. Tabela 03: Valores de K por textura de solos VALORES DE K SOLO K (m/seg.) Cascalho 1,0 Areia grossa 1,0 a 10 -2 Areia média 10 -2 a 5 x 10 -2 Areia fina 5 x 10 -2 a 10 -3 Areia muito fina 2 x 10 – 3 a 10 -4 Silte 5 x 10 -4 a 10 -5 Argila 10 -6 a 10 -9 Fonte: Carvalho, 1989 ____________________________________ 9. Movimento subterrâneo da água através do solo, especialmente nos solos saturados ou próximos da saturação. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 22 Com relação a permeabilidade, em geral, os limites apresentados na tabela abaixo podem ser considerados. Tabela 04: Classificação de permeabilidade de solos. Permeabilidade Coeficiente de permeabilidade (K em cm/seg.) Limite inferior Limite superior Permeável 2 x 10 -5 2 x 10 -3 Semipermeável 5 x 10 -7 1 x 10 -5 Impermeável 2 x 10 -11 1 x 10 -7 Nos casos em que se faz necessário realizar uma impermeabilização do fundo dos viveiros, deve-se utilizar materiais (solos) que apresentem coeficientes de permeabilidade inferiores a K = 104 cm/s. Além disso, devemos seguir as indicações para inclinações de taludes descritas na tabela 02. 5. TOPOGRAFIA DO TERRENO: Para que se escolha uma área propícia para a construção de viveiros, a topografia do terreno deverá ser considerada com muita atenção para que se possa determinar, dentre outros pontos, quais os tipos de viveiros podem ser construídos, seu formato, profundidade, quantidade. Terrenos que apresentam uma declividade muito acentuada não são recomendados, pois se os viveiros de barragem teriam que ser construídos com diques muito elevados e que ao final acumulariam uma quantidade de água, em sua bacia de acumulação, inferior a necessidade do projeto. No caso dos viveiros de derivação a possibilidade de sua construção seria impossível nessas condições, pois esse tipo de viveiro a água necessita ser elevada a um nível que permita aos viveiros serem abastecidos e drenados pela ação da gravidade. No caso de terrenos que apresentem uma declividade muito baixa o ideal é que se construam viveiros de barragem. Para a construção de viveiros é recomendado que se faça um levantamento planialtimétrico10 ____________________________________ 10. É um documento que descreve o terreno com exatidão e nele são anotadas as medidas planas, ângulos e diferenças de nível (inclinação). . Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 23 Para isso é recomendado utilizar curvas de nível11 (Figura 23) de 0,5 em 0,5m ou de 1 em 1m e com escala de 1:500 ou de 1:1.000. Ao realizar o plano altimétrico o técnico deve considerar todas as estruturas que compõem o seu entorno, como imóveis, edificações, fontes de água (açudes, rios, lagos e outros) com todas as cotas de coroamento12 (barragens, sangradouros, espelhos de água, mananciais), estradas, redes elétricas, cercas. Figura 23: Curvas de nível Ao final do levantamento planialtimétrico o técnico será capaz de projetar os tipos de viveiros, quantidade, dimensões, forma, profundidades e as cotas de tomada de água e de drenagem. 6. CARACTERÍSTICAS DE VIVEIROS: 6.1. FORMAS DE VIVEIROS: Viveiros para aquicultura podem ser construídos de diversas formas, como circulares (Figura 24), e quadrados ou retangulares (Figura 25). Em geral os viveiros devem ser construídos levando em consideração a redução do perímetro dos viveiros para evitar custos elevados com escavações e movimentações de terra. ____________________________________ 11. Caracteriza-se como uma linha imaginária que une todos os pontos de igual altitude de uma região representada 12. Remate, ornato que termina o alto de uma edificação. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 24 Figura 24: Viveiros circulares para aquicultura Figura 25: Viveiros retangulares para aquicultura Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 25 6.2. ÁREAS DE VIVEIROS Quando nos referimos a área de viveiros levamos em consideração seu espelho d´água13 (Figura 26). Dependendo do tipo de cultivo cada viveiro terá uma área diferente. Por exemplo, viveiros utilizados para alevinagem ou no segundo estágio de cultivo em camarões geralmente têm uma área 0,02 a 0,5 ha (Figura 27). Os viveiros de engorda geralmente possuemuma área de 01 a 03 ha para piscicultura e de 01 a 20 ha para carcinicultura (Figura 28). Porém é importante observar que essas dimensões irão depender de vários fatores: Como: capacidade produtiva da unidade produtora; tipo de cultivo (reprodução, alevinagem e/ou engorda); topografia do terreno, dentre outros. Figura 26: Espelho d´água de um viveiro para aquicultura. ____________________________________ 13. Área da superfície da água seja de um viveiro, açude, lago, e que são demarcados por suas respectivas margens Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 26 Figura 27: Viveiros para alevinagem em piscicultura (1) e para segundo estágio em carcinicultura (2) Figura 28: Viveiros para engorda em carcinicultura (1) e piscicultura (2) 6.3. PROFUNDIDADE DOS VIVEIROS: A profundidade de um viveiro diz respeito a sua lâmina de água (Figura 29). A profundidade média geralmente varia entre 1, 0 a 1,5 m de profundidade. Não é recomendada a construção e/ou utilização de viveiros com profundidades acima de 3,0 m devido ao fato que haverá uma menor penetração de luz solar que terá como consequencia uma menor produção primária e a redução do alimento natural. Outro fator é a possibilidade da formação de uma termoclina14 (Figura 30), que pode ocasionar a mortalidade dos organismos cultivados. ____________________________________ 14. É a variação brusca de temperatura em uma determinada profundidade do mar ou em ambientes de água doce e salobras 1 2 1 2 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 27 Figura 29: Corte transversal de um viveiro mostrando sua lâmina de água. A determinação da profundidade média de um viveiro dependerá de fatores como: finalidade (viveiros para alevinagem em piscicultura e segundo estágio em carcinicultura mais rasos e viveiros para engorda mais profundos); condições climáticas da região (temperaturas muito altas ou muito baixas requerem viveiros mais profundos) e topografia do terreno. 7. ELABORAÇÃO DE PROJETOS PARA CONSTRUÇÃO DE VIVEIROS: Para a elaboração de um projeto para a construção de uma unidade produtora em aquicultura se faz necessário: (1) levantamento planialtimétrico da área onde se pretende implantar uma unidade produtora, uma planta baixa15 ou de situação16 (Figura 30) e onde devem estar localizados os viveiros, edificações, área de entorno, estradas de circulação interna, arborização, dentre outros; (2) detalhamento de cada viveiro e de outras instalações, com seus respectivos cortes (Figura 31); (3) sistemas de abastecimento (Figura 32). e drenagem (Figura 33) 7.1. DESMATAMENTOS E DESTOCAMENTOS DA ÁREA: Devem ser realizados obedecendo as legislações federais, estaduais e/ou municipais especificas para esse tipo de processo. Nas áreas onde serão construídos os viveiros todas as raízes devem ser retiradas até uma profundidade que permita sua total retirada para evitar problemas de infiltrações futuras. ____________________________________ 15. É onde se especifica quase todo tipo de informação possível do projeto, informações estas de construção, como locação da obra dentro do terreno, e todo tipo de cota possível que mostre distâncias de largura e comprimento do ambiente. 16. Mostra onde o terreno da construção está situado no quarteirão, bairro, rua, ou cidade até, sempre mostrando quando possível um ou mais pontos de referência, como por exemplo, um supermercado, shopping, farmácia, etc. Taludes (diques) Taludes (diques) Lâmina de água Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 28 Figura 30: Exemplo da planta de situação (ZPE – Ceará). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 29 Figura 31: Exemplo de layout de viveiros para aquicultura e de sua área de entorno Figura 32; Sistemas de abastecimento para aquicultura. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 30 Figura 33: Sistema de drenagem de viveiros para aquicultura. 7.2. MARCAÇÃO DOS VIVEIROS Após os levantamentos planialtimétricos e a confecção das plantas dos viveiros e de todas as instalações, os técnicos vão até a área escolhida e passam a fazer as demarcações dos pontos onde serão construídas todas as estruturas da unidade produtora. Recomenda-se que um topógrafo profissional execute e coordene todo o trabalho de demarcação (Figura 34). Basicamente o trabalho a ser realizado será os estaqueamentos dos pontos onde deverão ser realizadas movimentações de terra, sejam para aterros (elevação) ou cortes (escavações). Após a demarcação da área soa inseridos piquetes no solo indicando os locais onde será feitos os aterros e os cortes (Figura 35) Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 31 Figura 34: Trabalhos de topografia para demarcação para construção de viveiros para aquicultura. Figura 35: Exemplo de estaqueamento indicando onde deverão ser realizados corte ou aterros Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 32 7.3. ESCAVAÇÃO DOS VIVEIROS Os processos para construção dos viveiros podem realizados tanto por elevação, quanto por elevação parcial e ainda totalmente elevados em terreno natural. A escavação pode ser realizada tanto manualmente quanto através de máquinas específicas, como retroescavadeiras, tratores de esteiras, dragas, dentre outros. No início da escavação é feita uma vala central e o solo retirado é depositado ao longo dessa vala para a construção dos taludes (Figura 36). Figura 36: Escavação de viveiros e construção de taludes. O excedente de solo é retirado e utilizado para a construção de outros diques ou para outras instalações na própria unidade produtora. No caso de viveiros que necessitam de construção através do processo de elevação, o solo utilizado geralmente deve ser retirado de locais próximos a região, para evitar custos elevados na construção. Em solos que apresentam elevada permeabilidade pode ser usada piçarra para compactar o terreno e reduzir a infiltração de água (Figura 37). Talude Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 33 Figura 37: Compactação de terreno, com as indicações do material utilizado. 7.4. CONSTRUÇÃO DE DIQUES E TALUDES Para a construção dos diques a recomendação é utilizar o próprio material retirado na escavação para evitar a elevação dos custos com transporte de material oriundo de outros locais. A compactação com piçarra ou outro material semelhante devem ser utilizado sempre que o solo local não apresentar uma consistência apropriada, como por exemplo, excesso de areia na sua composição. Quando tratamos da inclinação dos diques podemos observar que no caso em que os mesmos separem dois viveiros, essa inclinação pode ser de 2:1 a 3:1, ou seja, se o coroamento tiver uma largura de 1m, a base do viveiro deverá ter 2 m (Figura 38). Já nos casos dos diquesexternos essa inclinação poderá ser de 1:1 a 2:1 (Figura 39). A largura do coroamento do dique pode variar de 1 a 5m. Isso irá depender da sua utilização. Por exemplo, nos locais de tráfego de carros, caminhões e máquinas (Figura 40), os coroamentos dos diques devem ter uma largura suficiente para o livre trânsito sem riscos de acidentes e/ou comprometimentos das operações normais durante o cultivo. Os demais diques devem ter coroamento de 1 a 2 m. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 34 Figura 39: Corte transversal de 02 viveiros mostrando as inclinações indicadas para os diques. Figura 40: Dique com largura de coroamento própria para tráfego de veículos Taludes (diques) internos Taludes (diques) externos 1 m 2 m 2:1 1 m 2 m 2:1 Coroamento do dique Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 35 7.5. PISO DOS VIVEIROS: O fundo dos viveiros deve ser construído de tal forma que permitam uma boa regularidade, sem depressões e/ou elevações e que possua uma declividade variando de 0,5 a 1,0% para viveiros com grandes e médias dimensões e de 1,0 a 2,0% para viveiros pequenos, sempre no sentido da comporta de abastecimento para a de drenagem (Figura 41). Figura 41: Corte longitudinal de um viveiro demonstrando a inclinação de seu piso. 7.6. SISTEMA DE ABASTECIMENTO: Geralmente os sistemas de abastecimento distribuem a água, captada de uma fonte ou manancial através de canais escavados em solo natural até os viveiros. A principal estrutura para a captação de água é a que faz a transferência da água para os canais de abastecimento. Essas estruturas também são chamadas de Casas de Bombas (Figura 42), pois é onde geralmente estão instaladas as bombas responsáveis pela captação de água, bem como toda a infraestrutura elétrica. Geralmente a Casa de Bombas é instalada no local mais próximo do manancial de captação e no início do canal de abastecimento principal da unidade produtora (Figura 43). Na mesma unidade produtora podem existir sistemas de bombeamento auxiliares que alimentam canais secundários como o intuito de aumentar o potencial de abastecimento do todo o sistema (Figura 43). As bombas para a captação de água podem ser axiais (Figura 44), bombas flutuantes (Figura 45). A potência das bombas e a quantidade devem ser dimensionadas para atender a demanda diária de água para abastecei mento completo dos viveiros, reposição de água por perda e evaporação, abastecimentos de emergência Inclinação do piso do viveiro Abastecimento Drenagem Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 36 Figura 42: Exemplos de Casa de Bombas . Figura 43: Visão aérea de um sistema de abastecimento como suas respectivas estruturas em destaque Canal de abastecimento principal Casa de Bombas Manancial de abastecimento Bombas flutuantes para abastecimento Canal de abastecimento secundário Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 37 Figura 44: Modelos de bombas para captação de água Foto 45: Bomba flutuante Canal de abastecimento principal Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 38 7.7. CANAL DE ABASTECIMENTO: A função principal do canal de abastecimento é conduzir a água captada pela casa de bombas até os viveiros de cultivo. O mesmo deve ter uma altura suficiente que permita o abastecimento desses viveiros pela ação da força gravitacional da Terra (Figura 46) Figura 46: Canal principal sendo abastecido por bombeamento Geralmente o canal de abastecimento é construído em terreno natural sendo necessária uma pequena construção de alvenaria no início do canal para evitar o assoreamento devido a força da água captada e que pode causar rompimento ao longo de sua vida útil (Figura 47) Após sua construção o canal deve sofrer testes periódicos antes do início da operacionalização da unidade produtora. O primeiro passo é ligar o sistema de bombeamento e observar a região do início do canal de abastecimento para constatar que não haja infiltração nos diques. Se for constatada infiltração o bombeamento deve ser interrompido de imediato e os reparos necessários devem ser providenciados imediatamente. Caso não for observado infiltrações, a próxima etapa será abastecer o canal até um nível de 10 cm, para isso deve ser instalada uma régua de madeira graduada dentro do canal (Figura 48). Depois que esse nível for alcançado deve-se observar se não há infiltrações. Caso seja constatada a infiltração toda água deve ser drenada e os reparos providenciados. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 39 Figura 47: Construção de alvenaria no início do canal de abastecimento Figura 48: Régua para controle de nível Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 40 Porém se não for constada infiltração o canal deve ser abastecido com mais 10 cm e observar novamente. Todo esse processo deve ser realizado até completar o nível total do canal, lembrando sempre que as pausas para a observação de possíveis infiltrações devem ser rigorosamente obedecidas, bem como os reparos imediatos necessários. Somente com a completa observação e comprovação da segurança estrutural do canal de abastecimento é que a operação de abastecimento dos viveiros deve ser iniciada. 7.8. CANAL DE DRENAGEM: O canal de drenagem (Figura 49) é construído nos mesmo moldes do canal de abastecimento. Sendo que sua cota deve ser a menor de toda a unidade produtora, haja vista que toda a água utilizada nos viveiros deve ser drenada completamente e no menor espaço de tempo possível. Figura 49: Canal de drenagem Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 41 Os canais de drenagem devem permitir o completo escoamento da despesca dos viveiros da fazenda. Suas dimensões e profundidade variam conforme o porte do empreendimento. A água drenada não deve fluir para a área de coleta da água de abastecimento, pois se isso acontecer, corre-se o risco de captar esta água que apresenta qualidade inadequada para o cultivo; A parte posterior do canal de drenagem deve permitir a instalação de uma rede para coleta dos camarões durante a despesca 7.9. COMPORTAS: As comportas são estruturas de alvenaria que são construídas no centro da parede na largura do viveiro ou na junção entre as paredes do viveiro. (Figura 50). Figura 50: Modelo de comporta Um viveiro possui uma comporta de abastecimento e uma comporta de drenagem. Geralmente as comportas são construídas antes da construção dos diques dos viveiros, haja vista a necessidade de ser feita uma fundação bastante resistentes para evitar desmoronamentos futuros (Figura 51). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 42 Figura 51:Comporta com estrutura comprometida As comportas apresentam estrutura duas asas laterais (Figura 52) que apresentam ranhuras (Figura 53) onde serão instaladas as tábuas de vedação e controle do nível de água, bem como as telas de proteção e filtração e as redes de despesca A altura da comporta deve ser a mesma da crista do dique e a das asas laterais deve ser de acordo com o volume de água dos viveiros. A espessura das paredes das comportas irá depender diretamente do material de que foram construídas. Se forem utilizados tijolos, geralmente sua espessura será de 0,15 m. No caso da utilização de concreto armado, as paredes deverão ter uma espessura de 0,07 m a 0,10 m. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 43 Figura 52: Asas laterais de comportas Figura 53: Ranhuras laterais das comportas mostrando as tábuas de vedação e as telas de proteção e filtragem. Asas laterais das comportas Asas laterais das comportas Ranhuras Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 44 Os testes dos viveiros devem ser realizados da mesma forma dos que são utilizados para o canal de abastecimento. Sendo que nesse caso os pontos principais a serem monitorados são as comportas de abastecimento e drenagem e os diques. Antes dos testes devem-se vedar bem ambas as comportas com as tábuas de madeira. Após o canal de abastecimento estar com sua cota máxima de água o técnico deve retirar as tábuas que se encontram no topo da comporta e observar o comportamento do fluxo da água para dentro do viveiro. Deve observar principalmente a base das comportas e as laterais para se certificar que não estejam havendo desmoronamentos dos diques e infiltrações na base das comportas. Caso haja alguma anormalidade as tábuas devem ser recolocadas o abastecimento do viveiro deverá ser suspenso para correções imediatas. Se o técnico notar que não houve nenhuma anormalidade na estrutura das comportas e dos diques do viveiro, o mesmo deverá retirar mais duas tábuas para aumentar o fluxo e a pressão de água para dentro do viveiro. Novamente o técnico deve observar o comportamento das estruturas. Esse processo deve ser repetido até que o viveiro esteja com sua cota máxima de abastecimento. Ao fim desse processo o viveiro deverá permanecer abastecido e os diques externos e a comporta de abastecimento e drenagem monitorados pelo menos por 02 dias. Ao final do segundo dia o viveiro deverá começar a ser drenado. O técnico deverá realizar os mesmos descritos para o abastecimento do viveiro. Toda a estrutura da comporta de drenagem e dos diques deve ser monitorada para evitar seu comprometimento. Qualquer indício de falha estrutural deve ser acompanhado de suspensão da drenagem para sua correção. Caso não haja falhas os procedimentos devem continuar até a completa drenagem do viveiro, que a partir desse momento poderá iniciar os ciclos de cultivo. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 45 CAPÍTULO II - CONSTRUÇÃO DE TANQUES REDES: Podemos definir tanque rede como uma estrutura flutuante a qual é capaz de confinar peixes de diferentes espécies, onde serão monitorados e alimentados ao longo de um ciclo de cultivo. Os tanques redes permitem o confinamento de uma quantidade de peixes maior do que normalmente se cultiva em viveiros escavados Os tanques redes podem ser construídos tanto para cultivos familiares, bem como em larga escala Basicamente os tanques redes podem ser quadrados, retangulares, cilíndricos, hexagonais ou circulares (Figura 54). Figura 54: Modelos de tanque rede: (1) circular, (2) quadrado, (3) retangular e (4) cilíndrico. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 46 A escolha do tipo de tanque rede a ser utilizado irá depender diretamente de fatores econômicos, tamanho do reservatório, custo do tanque rede, espécies a ser cultivada, sendo que os mais comerciais e utilizados são os tanques redes quadrados e retangulares. As dimensões geralmente utilizadas são: 1. Tanque rede quadrado: • Volume: 4,8 m3 (2,0 x 2,0 x 1,2) – malha de 17 ou 19 mm; • Volume: 6,0 m3 (2,0 x 2,0 x 1,5) – malha de 13 ou 19 mm; • Volume: 13,5 m3 (3,0 x 3,0 x 1,5) – malha de 19 mm; • Volume: 18,0 m3 (3,0 x 3,0 x 2,0) – malha de 19 mm. 2. Tanque retangular: • Volume: 36 m3 (3,0 x 6,0 x 2,0) – malha de 19 mm; • Volume 48 m3 (3,0 x 8,0 x 2,0) – malha 19 mm; • Volume 170 m3 (5,0 x 17,0 x 2,0) – malha 17 mm. Algumas características de diferentes tanques redes podem ser observadas na tabela Tabela 05: Características de tanques redes de pequeno volume/alta densidade (PVAD) e de tanques redes de grandes volumes/baixa densidade (GVBD) Características Tanque rede de PVAD Tanque rede de GVBD Volume útil (m#) Até 06 Acima de 18 Capacidade de renovação de água Maior Menor Biomassa17 econômica (kg/m3) 100 a 250 20 a 80 Custo de implantação pro m3 Maior Menor Porte do empreendimento onde são mais usados Pequeno Grande Tempo de retorno do capital investido Menor Maior Custo de mão de obra/m3 de volume útil Maior Menor Custo de mão de obra/Kg de peixe produzido Menor Maior Fonte: Omo & Kubitza,, 2033. ____________________________________ 17. É a quantidade total de matéria viva existente num ecossistema ou numa população animal ou vegetal Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 47 8. MATERIAL UTILIZADO: 8.1. ESTRUTURA DE ARMAÇÃO: A estrutura de armação dos tanques redes pode ser construída com diferentes materiais como: canos de PVC, vergalhões de aço galvanizado, tubos e cantoneiras de alumínio, dentre outros (Figura 54). Nessa estruturas deverão ser fixadas as malhas, cabos de fixação, flutuadores, comedouros e tampas. Esse conjunto é que irá formar o tanque rede propriamente dito. Figura 54: Armações para tanques rede construídas em PVC (1) e metal (2) No caso de tanque rede construído em PVC a estrutura é confeccionada com tubos para água com ¾ de diâmetro ligados através de conexões de PVC com o mesmo diâmetro dos canos soldados com cola apropriada (Figura 55). Figura 55: “Cotovelos”e T’s de PVC utilizado para conectar os tubos do tanque rede. 1 2 T de PVC “Cotovelo” em PVC Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 48 8.2. TELAS PARA ARMAÇÃO: Envolvendo esta armação serão colocadas telas de polietileno semi-rígida com distância entre nós, de 13 a 19 mm (Figura 56), fixadas nesta estrutura por fios de seda ou soldadas (Figura 57). Figura 56: Tela utilizada em tanque rede Figura 57: Detalhe da fixação da tela na estrutura do tanque rede Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 49 O tipo de material que compõem as telas utilizadas nos tanques redes irá depender de condições ambientais do reservatório ou corpo de água que onde serão instalados os tanques redes. A partir do momento que um tanque rede é instalado o mesmo irá atrair outras espécies de peixes que habitam o reservatório ou corpo de água escolhido e que algumas dessas espécies são carnívoras. Logo, nessescasos, o material que compõem as telas deve ser resistente o suficiente para evitar ataques de peixes carnívoros. Outros fatores a serem observados com relação à malha utilizada é sua capacidade de permitir a renovação de água, não causar ferimentos aos animais cultivados e que não seja oxidável. As malhas utilizadas para a confecção das tampas dos tanques redes (Figura 58) podem ser construídas com a mesma malha do tanque rede ou com uma malha com maior abertura maior. Normalmente a abertura das malhas que compõem a tampa dos tanques redes é de 25 mm. Para evitar a incidência direta dos raios solares que podem influenciar diretamente na pigmentação dos animais cultivado, proporcionando um tom escurecido a pele dos animais, recomenda-se a utilização de sombrites na parte superior do tanque rede (Figura 59) Figura 58: Detalhe da tampa de um tanque rede Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 50 Figura 59: Modelo de sombrite utilizado em tanques rede. Quando a altura do tanque for superior a 1,5 m, as telas deverão ser emendadas por fio de cobre, com diâmetro de 1,5 mm encapado. A tampa dos tanques, que evitam a fuga dos peixes e a entrada de predadores é construída com o mesmo material, com mobilidade suficiente, através de dobradiças localizadas na metade da tampa, o que facilita o manejo. Lateralmente, na metade inferior do tanque, coloca-se uma janela de 60 X 60 cm, por onde é feita a despesca total ou parcial dos peixes. 8.3. ESTRUTURA DE FIXAÇÃO DOS TANQUES REDE: A fixação dos tanques redes pode ser feita através cabos de nylon com espessura variando entre 14 e 20 mm ou ainda com cabos de aço de forma perpendicular a ao longo do sentido da corrente superficial (Figura 59). As extremidades dos cabos serão fixadas em poitas (âncoras) de concreto ou ferro que serão fixadas no fundo do reservatório ou do corpo de água (Figura 60) Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 51 Figura 59: Detalhe dos cabos de fixação dos tanques redes Figura 60: Poitas para ancoragem de tanques redes: (1) concreto. (2) aço. 1 2 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 52 8.4. ESTRUTURAS PARA FLUTUAÇÃO: As estruturas para a flutuação dos tanques redes, geralmente utilizadas são bombonas plásticas (Figura 61) que são fixadas nas laterais da estrutura superior do tanque rede. No caso de tanques redes utilizados para produção em larga escala, os materiais utilizados são tambores de 200 L em material plástico (Figura 62) ou tubos de PVC de 200 mm com tampões nas duas extremidades (Figura 63) Os tubos de PVC geralmente são recomendados para apenas 01 tanque rede (Figura 64). Figura 61: Bombona utilizada para flutuação de tanques redes Bombona plástica para flutuação Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 53 Figura 62: Tambor plástico de 200 L Figura 63: Cano de PVC de 200 mm e tampa para vedação Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 54 Figura 64: Detalhe do cano de PVC no tanque rede 8.5. ESTRUTURAS DE SINALIZAÇÃO: Após a fixação dos tanques redes nos reservatório ou corpo de água deve-se providenciar a sinalização no entorno dos tanques redes para evitar acidentes com embarcações (Figura 65). Em Águas da União essa sinalização deverá ser realizada por bóias luminosas (Figura 66). Figura 65: Bóia utilizada para sinalização de tanques redes Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 55 Figura 66: Exemplo de bóias luminosas 8.6. TANQUES BERÇARIOS: Podemos definir tanques berçários como tanques redes destinados ao cultivo de alevinos18. Esses tanques berçários (Figura 67) são construídos com os mesmos materiais descritos anteriormente, sendo que as dimensões geralmente são menores. As malhas utilizadas variam entre 5 e 8 mm e necessitam de constante limpeza devido ao acúmulo de sedimentos entre as malhas o que irá interferir diretamente na circulação de água. 8.7. ESTRUTURA DE COMEDOUROS: Os comedouros são estruturas confeccionadas em fio de poliéster revestido de PVC, nylon ou plástico e com malha de 01 mm tipo “mosquiteiro”(Figura 68). Essas estruturas são fixadas dentro dos tanques rede na superfície da água, onde 15 a 25 cm ficam fora da água e em torno de 40 a 50 cm abaixo da linha d’água. Os comedouros podem ser confeccionados em diferentes formados, como: 8.7.1. Quadrado: ë o mais utilizado, pois proporciona um melhor aproveitamento da área útil do tanque rede para a alimentação dos peixes (Figura 69) ____________________________________ 18. Estágio da vida de peixes entre a eclosão de ovos e até aproximadamente 60 dias Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 56 8.7.2. Comedouro de faixa: Apresenta uma grande área disponível para a alimentação dos peixes (Figura 70). 8.7.3. Circulares: Dificulta a perda excessiva de ração (Figura 71) Figura 67: Tanques berçários protegidos por estufa Figura 68: Tela tipo mosquiteiro para confecção de comedouros Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 57 Figura 69: Detalhe de um comedouro quadrado Figura 70: Detalhe de um comedouro de faixa Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 58 Figura 71: Detalhe de um comedouro circular 8.8. ESTRUTURAS DE APOIO: Ë recomendável que seja construído um galpão (Figura 72) para a armazenagem de ração, insumos, materiais, dentre outros. O armazenamento da ração (Figura 73) deverá ser realizado em locais protegidos de roedores e outros animais bem como da baixa umidade e ventilação de modo a prevenir a ação de fungos e outras contaminações. O galpão deve possuir boa ventilação e iluminação, além de proteção contra a incidência direta de raios solares (Figura 74) Cuidados devem ser tomados, como: • Deverão ser adotadas práticas de limpeza e manutenção, assim como um programa de controle integrado de pragas (CIP). • O estoque de ração deverá ser protegido do contato direto com o solo através do uso de estrados. • As pilhas estocadas deverão manter uma altura máxima de 10 sacos para evitar danos a integridade física das embalagens e do produto, e um distanciamento de 45cm entre os lotes e as paredes laterais do depósito. Estes distanciamentos facilitarão a circulação de Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 59 ar e dos operadores. • Os produtos retidos para descarte ou devolução deverão ser armazenados em locais designados e registrados em planilhas específicas. • A estocagem deve ser programada com identificadores para controlar os lotes, fabricantes,data da entrada e tipos de ração com relação ao teor de proteínas, etc. • O alimento deverá ser adquirido recém fabricado e mantido em período não superior ao seu prazo de validade. • Adotar método de controle de estoque – Primeiro que entra é o Primeiro que sai (PEPS) ou PVPS (Primeiro que Vence é o Primeiro que Sai). • A ração que será utilizada diariamente nos viveiros de produção deverá ser estocada em silos estrategicamente localizados na Fazenda, os quais deverão ter proteções contra a exposição aos raios solares (ex: tinta branca), calor, chuvas e umidade do solo Figura 72: Galpão de apoio Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 60 Figura 73: Armazenamento de ração Figura 74: Layout para galpão de apoio Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 61 8.9. ESTRUTURA DE BALSA: A balsa (Figura 75) tem a função de auxiliar de garantir a flutuabilidade dos tanques redes, pode ser construídas plataformas de madeira juntamente com uma passarela para facilitar o manejo diário do cultivo, bem como para as operações de biometria e despesca dos peixes cultivados Geralmente são construídas em forma de “U”, ou quadrada podendo ser dotada de guinchos para auxiliar a retirada das gaiolas da água. Podem ser utilizadas também para armazenar a ração que será utilizada durante o dia A balsa pode ser fixa ou móvel, sendo que no segundo caso será necessário o auxiliar de um motor para seu deslocamento. Figura 68: Detalhe das plataformas de madeira para flutuação dos tanques redes Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Aquicultura – Construções para Aquicultura 62 9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: CAPÍTULO I: CARVALHO, L. H. Curso de Barragem de Terra – DNOCS, v, 1, 173 p, Fortaleza, 1989 OLIVEIRA, M. A. Engenharia para Aquicultura. Vol. 1, 1a Ed. D & F Gráfica e Editora, 241 p, Fortaleza, 2005. OLIVEIRA, P. N. Engenharia para Aquicultura. Univ. Fed. Rural de Pernambuco, 294 p, Recife, 2000. CAPÍTULO II: CODEVASF, Manual de Criação de Peixes em Tanques Redes, 64 p, 2008 ONO, E. A.; KUBITZA, F. Cultivo de Peixes em Tanque Rede, 3a Ed. Jundiaí, São Paulo 112 p, 2003. PISICULTURA EM TANQUES REDES, http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Agridata. Hino do Estado do Ceará Poesia de Thomaz Lopes Música de Alberto Nepomuceno Terra do sol, do amor, terra da luz! Soa o clarim que tua glória conta! Terra, o teu nome a fama aos céus remonta Em clarão que seduz! Nome que brilha esplêndido luzeiro Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Chuvas de prata rolem das estrelas... E despertando, deslumbrada, ao vê-las Ressoa a voz dos ninhos... Há de florar nas rosas e nos cravos Rubros o sangue ardente dos escravos. Seja teu verbo a voz do coração, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte! Ruja teu peito em luta contra a morte, Acordando a amplidão. Peito que deu alívio a quem sofria E foi o sol iluminando o dia! Tua jangada afoita enfune o pano! Vento feliz conduza a vela ousada! Que importa que no seu barco seja um nada Na vastidão do oceano, Se à proa vão heróis e marinheiros E vão no peito corações guerreiros? Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas! Porque esse chão que embebe a água dos rios Há de florar em meses, nos estios E bosques, pelas águas! Selvas e rios, serras e florestas Brotem no solo em rumorosas festas! Abra-se ao vento o teu pendão natal Sobre as revoltas águas dos teus mares! E desfraldado diga aos céus e aos mares A vitória imortal! Que foi de sangue, em guerras leais e francas, E foi na paz da cor das hóstias brancas! Hino Nacional Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada,Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado." Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!
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