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Redação. ESsa

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CURSO PRECURSOR WW.PRECURSOR.1BR.NET 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
 
 
 
 
 
 
I COMO ESCREVER BEM................................................................................................. 01 
 
II DESCRIÇÃO...................................................................................................................... 04 
 
III NARRAÇÃO...................................................................................................................... 05 
 
IV DISSERTAÇÃO................................................................................................................ 07 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO PRECURSOR WW.PRECURSOR.1BR.NET 
2 
 
 
I - COMO ESCREVER BEM 
 
Não existe uma fórmula que desenvolva a habilidade 
de escrever. É preciso, antes de tudo, muito esforço. Além 
disso, existem caminhos que podem conduzir ao ato de 
escrever. Entre eles, destacam-se: 
 
Leitura 
O texto nasce do texto. Quem lê adquire vocabulário e 
estruturas frásicas que usará na produção dos seus 
próprios textos. Além disso, a leitura, principalmente de 
obras de ficção, desenvolve o potencial criador da 
imaginação humana. Quem lê acabará escrevendo bem. A 
leitura traz o progresso da escrita. 
 
Diálogo 
Falar e ouvir são atividades que desenvolvem o 
espírito humano, O diálogo é, portanto, importante para o 
desenvolvimento da capacidade intelectual. Através dele, 
podemos obter boas idéias para escrever. 
 
A observação da realidade 
O bom escritor deve ter os olhos bem abertos para a 
realidade da vida. Essa realidade pode ser reproduzida 
objetivamente, ou pode servir apenas para que, a partir 
dela, se possa criar uma nova realidade, usando de 
sensibilidade e imaginação. 
 
Experiência 
Toda pessoa traz dentro de si a experiência que a vida 
lhe deu. Use essa experiência de vida para produzir seus 
textos. Escreva sobre assuntos que você conhece bem. Por 
exemplo, se o tema solicitado envolver a juventude, 
escreva sobre você e seus amigos, pessoas que você 
conhece bem. Enfim, escreva sobre suas experiências 
pessoais, sobre o que a vida lhe ensinou. 
É muito comum quando se pede um tema relacionado 
com preconceito racial o aluno escrever sobre os Estados 
Unidos, país que ele só conhece por informações de 
terceiros, deixando de lado tudo o que ele vivência sobre 
o tema, na sua própria realidade. 
 
Um certo conhecimento gramatical 
É impossível avaliar positivamente um texto onde 
faltam acentos, sinais de pontuação e onde há erros de 
grafia, termos de gíria, impropriedade vocabular etc. 
Por isso, convém fazer um rascunho, onde se pode 
escrever à vontade, reproduzindo as idéias livremente. 
Depois, passa-se o texto a limpo, tomando o cuidado de 
fazer as correções, para que a linguagem fique clara, 
gramaticalmente correta, envolvente. Não se deve 
esquecer também dos parágrafos. 
 
A organização do texto 
Um planejamento, um projeto que anteceda o ato de 
escrever propriamente dito é de suma importância, pois 
faz com que quem escreve organize as idéias e, assim, 
possa redigir com mais segurança e desembaraço. 
 
A originalidade 
A boa redação deve apresentar idéias originais, 
diferentes, criativas. Convém evitar aqueles chavões, os 
clichês, e usar a própria linguagem. Isso você conseguirá 
se pensar, refletir. Não comece a escrever logo que o 
professor lhe der o título da redação. 
 
Fluência 
Escrever é um ato natural; não tenha medo de 
escrever; faça-o com naturalidade, deixando o texto fluir. 
Lembre-se de que depois você poderá corrigir eventuais 
erros. 
 
Clareza 
A clareza reflete um pensamento objetivo. Ela evita 
que as pessoas expressem idéias ambíguas, que podem 
gerar confusão ao receptor. Por isso, devemos usar 
palavras simples, porém corretas, e frases curtas, porém 
bem estruturadas. A correção e a releitura do texto fazem 
com que a clareza esteja mais presente. 
 
Concisão 
A concisão torna o texto mais uniforme e, por isso, 
mais claro para os receptores. Ela evita que o escritor caia 
na prolixidade, isto é, na expressão de vários pensamentos 
ao mesmo tempo, sem que as idéias fiquem bem 
objetivas. Para isso, devemos ir direto ao assunto, sem 
meias-voltas e frases supérfluas. 
(fonte: Cloder, Rivas Martas & Mesquita, Roberto Meio. Técnicas e 
Criatividade de Redação - Ed. Saraiva -1985). 
 
AO REDIGIR NÃO SE ESQUEÇA 
DE: 
1 - Deixar uma linha em branco, após o título, separando-
o do início, dando-lhe aquele destaque. 
 
2 - Enfatizar o título, usando letras maiúsculas iniciais 
com exceção das palavras de pequena extensão, como 
preposições, conjunções. 
 
3 - Usar letra maiúsculas inicial apenas na primeira 
palavra, seja ela artigo, ou verbo, substantivo, preposição 
etc.. 
 
4 - Usar ponto final ou aspas nos títulos, em se tratando 
de frases ou citações 
 
5 - A caligrafia deve ser nítida, clara, legível e bem 
proporcionada. 
 
6 - Focalizar o assunto em torno de uma só idéia 
fundamental, complementando-a com idéias acessórias ou 
secundárias. 
 
7 - Antes de iniciar a redação ou o trabalho, antes mesmo 
do rascunho, fazer um esquema de um roteiro de idéias. 
 
CURSO PRECURSOR WW.PRECURSOR.1BR.NET 
 
3 
8 - Indicar o "tópico frasal"(idéia núcleo) Nas primeiras 
linhas da introdução. 
 
9 - Evitar emprego repetitivo de idéias, palavras ou 
expressões - a não ser que seja importante para a natureza 
da redação 
 
10 - Evitar pormenores desnecessários, acumulações e 
redundâncias. 
 
11 - Procurar não repetir a mesma palavra seguidamente, 
substituindo-a por outra de significado semelhante. 
 
12 - Separar as diferentes idéias, em parágrafos distintos, 
guardando-lhes a devida conexão. 
 
13 - Separar os núcleos de idéias ou centros de interesses 
em parágrafos diferentes, guardando a conexão entre eles. 
 
14 - Não usar abreviações, com : c/, p/, ñ/, s/, m/, q/, etc. 
 
15 - Escrever o número por extenso, como: dois, três, 
oito, quinze, vinte... antes de substantivo funcionando 
como adjunto adnominal. 
 
16 - Não se deve usar "gírias" a não ser que o nível de 
linguagem exija. 
 
17 - Evitar o uso de palavras estrangeiras e, se 
necessárias, colocá-las entre aspas. 
 
18 - Utilizar frases curtas e períodos não muito longos, 
como regra geral, para levar à clareza na exposição e não 
torná-la cansativa. 
 
19 - Se usar citações de outros autores, verificar que elas 
sejam oportunas e significativas para o assunto a ser 
desenvolvido. Coloque-as entre aspas. 
 
20 - Não utilizar expressões vulgares ou chavões. 
 
21 - Ser objetivo no assunto exigido, com simplicidade no 
estilo. Ser natural... 
 
22 - Usar palavras cujo significado domine amplamente, 
completamente. 
 
23 - Evitar o uso de imagens de mau gosto ou expressões 
que constituem chavões e lugares comuns. 
 
24 - Optar pela simplicidade de estilo, clareza de idéias e 
objetividade na análise do assunto. 
 
25 - Formar frases curtas, ao gosto do estilo moderno. 
 
26 - Distribuir harmoniosa e adequadamente as pausas ao 
longo da frase, pontuando-a devidamente. 
 
27 - Revisar com atenção a grafia das palavras 
 
28 - Refletir, pensar, meditar antes de qualquer coisa 
sobre os temas propostos e, principalmente, sobre o tema 
escolhido antes de iniciar a redação. 
 
29 - Cuidar da parte gramatical: ortográfica, pontuação, 
acentuação gráfica, crase, colocação do pronome, 
concordância, regência, vícios de linguagem... 
 
30 - Estruturar a redação em três partes tradicionais: 
 
a)Introdução (apresentação ou proposição disse 
Aristóteles) - "é o que não admite nada antes e pede 
alguma coisa depois." 
Serve par situar o leitor dentro doassunto a ser 
desenvolvido, não apresenta fatos ou razões, pois sua 
finalidade é predispor o espírito do leitor par o que virá a 
seguir. 
 
b)Desenvolvimento - conteúdo ou corpo é a redação 
propriamente dita. Nela vamos tratar do tema de maneira 
decisiva, completa, apresentando os fatos, as idéias e as 
razões, exigidos pelo que foi apresentado na introdução. 
 
c)Fecho ou conclusão - disse Aristóteles: "O fim é o que 
pede alguma coisa antes e nada depois"." 
É o conjunto que encerra a redação, de tal modo que seja 
desnecessário aduzir-se algo mais. 
 
31 - Revisar, ao final do trabalho, todos os aspectos 
anteriormente sugeridos. 
 
COMECE A REDIGIR: AÍ VÃO 
ALGUNS ESQUEMAS PARA VOCÊ: 
 
Titulo : ”Educação e desenvolvimento” 
 
Introdução: 
Modernização da Educação: adaptação do homem ao 
mundo contemporâneo. 
 
Desenvolvimento 
1. Educação X estruturas arcaicas e tradicionais. 
2. Tecnologia e progresso. 
3. A participação do governo nas promoções e 
reformas educacionais. 
4. O despertar das nações subdesenvolvidas para o 
progresso pela educação. 
 
Conclusão: 
1. “A vontade prova-se na ação” — É preciso a 
consciência da renovação cultural. 
2. É preciso reformar a mentalidade avessa às 
mudanças. 
 
Titulo: “A música popular brasileira’’ 
 
Introdução: 
 
1. Retrospecto histórico: os grandes nomes da música 
CURSO PRECURSOR WW.PRECURSOR.1BR.NET 
 
4 
de outros tempos. 
2. O sentido e objetivos da música de Noel Rosa, 
Pixinguinha, Ataulfo Alves e outros. 
 
Desenvolvimento 
 
1. A transformação da nossa música a partir de 1950; 
os influxos estrangeiros. 
2. A bossa nova 
3. A música de protesto social: Chico Buarque de 
Holanda, Geraldo Vandré entre outros. 
4. O movimento tropicalista: Caetano Veloso e 
Gilberto Gil. 
 
Conclusão: 
 
1. O estágio atual de nossa música. 
2. As pesquisas no terreno musical. 
3. Perspectivas futuras. 
 
II – DESCRIÇÃO 
 
DESCREVER É - 
 
DETALHAR – OBSERVAR – PINTAR – 
PORMENORIZAR – RETRATAR – SELECIONAR – 
REPRODUZIR – CARACTERIZAR – SENTIR – 
EXPERIMENTAR – FOTOGRAFAR – ENUMERAR – 
VISUALIZAR 
 
A descrição consiste na enumeração de 
caracteres próprios dos seres (animados ou inanimados), 
coisas cenários, ambientes e costumes sociais; de ruídos, 
odores, sabores e impressões tácteis. 
 
 
COMO SE DESCREVE 
 
A realidade que nos cerca e apreendida por nós através 
dos sentidos. Esses sentidos podem ser comuns como a 
visão, a audição, o tato, o olfato, o paladar, mas também 
podem ser especiais, como o sentido de espaço, de 
formas, de harmonia, de equilíbrio, etc. 
Encontrando-se diante de um determinado ser, nossos 
sentidos tentam captá-lo em sua totalidade. Quanto maior 
for o senso de observação, a curiosidade e o senso de 
análise do observador, tanto mais fiel à imagem que ele 
obterá desse ser. 
Os objetos impressionam nossos sentidos com maior ou 
menor intensidade, provocando sensações visuais, 
auditivas, tácteis, olfativas ou gustativas, dependendo da 
situação. 
Ao descrevermos o objeto percebido, deixamos trans-
parecer tais sensações, principalmente quando se trata de 
descrições subjetivas. 
 
Observe como no texto seguinte predominam as 
sensações auditivas: 
O rio era aquele cantador de viola, em cuja alma se 
refletia o batuque das estrelas nuas, perdidas no vacilo 
milenarmente frio do espaço... Depois ele ia cantando isso 
de perau em perau. de cachoeira em cachoeira... 
O PONTO DE VISTA DE QUEM 
DESCREVE 
 
O autor de uma descrição é indivíduo que observa 
qualquer segmento da realidade e tenta reproduzi-lo 
através de palavras. 
 
Lembre-se de que, quando falamos de realidade 
estamos nos referindo a um mundo concreto ou 
inventado. 
 
Observe os dois textos: 
Fora, abria-se uma noite de luar como poucas. Cada 
folha, cada detalhe do arvoredo se destacava e refletia 
no chão, nítido como em dia. Era até de espantar que 
não cantassem os pássaros. Num sereno cortejo, a lua 
atravessava o céu, seguida de um milhão de estrelas. 
 
O que se descreve 
Todos os seres existentes no universo real físico e 
psicológico ou no imaginário podem ser descritos. Veja-
mos alguns exemplos. 
 
• mundo físico: 
A duquesa era uma grande pata branca, de penas alvas 
e macias... 
 
• mundo psicológico 
A bondade era morna e leve, cinerava a carne crua 
guardada há muito tempo. 
 
• mundo imaginário 
Eu sou a Moça Fantasma 
que espera na Rua do Chumbo 
o carro da madrugada. 
Eu sou branca e longa e fria, 
a minha carne é um suspiro 
na madrugada da serra. 
 
Tipos de descrição: 
 
a) estática: descreve uma imagem sem movimento. 
Ex.: Pousado sobre o galho, o pássaro sereno reverbera 
em cores. 
 
b) dinâmica: descreve uma imagem com movimento. 
Ex.: Reverberando em cores, o pássaro agitou as asas 
alçando um vôo sereno. 
 
e) objetiva: há uma percepção igual a todos os 
CURSO PRECURSOR WW.PRECURSOR.1BR.NET 
 
5 
observadores e a linguagem é referencial. 
Ex.: pracinha deserta, tamborim abandonado. 
 
d) subjetiva: há o predomínio da conotação através da 
linguagem metafórica, sinestésica, impressionista. 
Ex.: movimento macio, sedoso, rumor de coisas. 
 
· Exemplo de descrição subjetiva de paisagem
 
PÔR-DO-SOL 
 
‘A estrada estendia-se deserta; à esquerda os campos 
desdobravam-se a perder de vista, serenos, verdes, 
clareados pela luz macia do sol morrente, manchados de 
pontas de gado que iam se arrolhando nos paradouros da 
noite; à direita, o sol, muito baixo, vermelho-dourado 
entrando em massa de nuvens de beiradas luminosas. 
Nos atoleiros, secos, nem um quero-quero: uma que 
outra perdiz, sorrateira, piava de manso por entre os 
pastos maduros; e longe, entre o resto de luz que fugia de 
um lado e a noite que vinha, peneirada, do outro, alvejava 
a brancura de um joão-grande, voando, sereno, quase sem 
mover as asas, como numa despedida triste, em que a 
gente também não sacode os braços... 
Foi caindo uma aragem fresca; e um silêncio grande 
em tudo.” 
 
 
TEXTO PARA ANÁLISE: 
 
Se eu fosse pintor.. 
 
Se eu fosse pintor começaria a delinear este primeiro 
plano de trepadeiras entrelaçadas, com pequenos jasmins 
e grandes campânulas roxas, por onde flutua uma 
borboleta cor de marfim, com um pouco de ouro nas 
pontas das asas. 
Mas logo depois, entre o primeiro plano e a casa 
fechada, há pombos de cintilante alvura, e pássaros azuis 
tão rápidos e certeiros que seria impossível deixar de fixá-
los, para dar alegria aos olhos dos que jamais os viram ou 
verão. 
Mas o quintal da casa abandonada ostenta uma 
delicada mangueira, ainda com moles folhas cor de 
bronze sobre a cerrada fronde sombria, uma delicada 
mangueira repleta de pequenos frutos, de um verde tenro, 
que se destacam do verde-escuro como se estivessem ali 
apenas para tornar a árvore um ornamento vivo, entre os 
muros brancos, os pisos vermelhos, o jogo das escadas e 
dos telhados em redor. 
E que faria eu, pintor, dos inúmeros pardais que 
pousam nesses muros e nesses telhados, e aí conversam, 
namoram-se, amam-se, e dizem adeus, cada um com seu 
destino, entre a floresta e os jardins, o vento e a névoa? 
Mas por detrás estão as velhas casas, pequenas e 
tortas, pintadas de cores vivas, como desenhos infantis, 
com seus varais carregados de toalhas de mesa, saias 
floridas, panos vermelhos e amarelos, combinados 
harmoniosamente pela lavadeira que ali os colocou. Se eu 
fosse pintor, como poderia perder esse arranjo, tão 
simples e natural, e ao mesmo tempo de tão admirável 
efeito? 
Mas, depois disso, aparecem várias [achadas, que se 
vão sobrepondo umas às outras, dispostas entre palmeiras 
e arbustos vários, pela encosta do morro.Aparecem 
mesmo dois ou três castelos, azuis e brancos, e um deles 
tem até, na ponta da torre, um galo de metal verde. Eu, 
pintor, como deixaria de pintar tão graciosos motivos? 
Sinto, porém, que tudo isso por onde vão meus olhos, 
ao subirem do vale à montanha, possui uma riqueza 
invisível, que a distância abafa e desfaz: por detrás dessas 
paredes, desses muros, dentro dessas casas pobres e 
desses castelinhos de brinquedos, há criaturas que falam, 
discutem, entendem-se e não se entendem, amam, 
odeiam, desejam, acordam todos os dias com mil 
perguntas e não sei se chegam a noite com alguma 
resposta. 
Se eu fosse pintor, gostaria de pintar esse último 
plano, esse último recesso da paisagem. Mas houve 
jamais algum pintor que pudesse fixar esse móvel oceano, 
inquieto, incerto, constantemente variável que é o 
pensamento humano? 
MEIRELES. Cecília. Ilusões do rnundo. Rio 
de Janeiro. Nova Aguilar. 1976. p.17-8.
 
III - NARRAÇÃO 
 
NARRAR É 
 
SUGERIR – COMPOR – RECRIAR – INVENTAR – 
ATUAR – REVELAR – SITUAR – IMAGINAR – 
DINAMIZAR – TESTEMUNHAR – CONTAR- 
EMOCIONAR – RELATAR – ENVOLVER – 
SURPREENDER. 
 
 Narrar é representar fatos reais ou fictícios utilizando 
signos verbais e não-verbais. 
 
Elementos narrativos: 
O quê – o fato, a ação o enredo 
Quem – personagens, protagonista/antagonista 
Como – modo como se desenrolou o fato, a ação 
Quando – época 
Onde – lugar 
Porquê – causa, razão ou motivo 
Por isso – resultado ou conseqüência. 
 
 Nem sempre todos estão presentes, mas quem e 
que são essenciais para que uma narração aconteça. 
 O ponto de vista é importante, pois mostra quem 
conta a história 
 
Foco narrativo. 
- 1ª pessoa (eu, nós) relata o que vê e sente 
- 3ª pessoa (ele, ela, eles) serve como testemunha 
CURSO PRECURSOR WW.PRECURSOR.1BR.NET 
 
6 
 
Enredo 
- exposição, a complicação o clímax e o desfecho. 
 
Tema e assunto 
- decorrem do enredo 
- tema: interpretação que cada autor dá ao assunto 
- assunto: matéria ou objeto de que se trata. 
 
Tempo 
- cronológico: é mensurável, material que segue a 
ordem cronológica, utiliza a explicação que independe de 
tempo. 
- psicológico: não é mensurável, flui na mente das 
personagens. 
 
 
DISCURSOS 
 
Para narrar um fato podemos empregar os seguintes 
discursos: 
1 – Discurso direto: o autor reproduz a fala da 
personagem diretamente. 
 O discurso direto utiliza os verbos dicendi ou de 
elocução para reproduzir os fatos. Os principais verbos 
dicendi são: afirmar, concordar, exclamar, interromper, 
responder, perguntar, explicar. Os verbos de elocução 
podem aparecer antes da falada personagem, depois da 
fala e no meio da fala da personagem. 
 
Exemplo: 
a – O amor, prosseguiu sonhadora, é a grande 
realização de nossas vidas. 
b – João perguntou? Que tal o carro? 
 
2 – Discurso indireto: o narrador conta com suas 
próprias palavras o que a personagem disse. O autor 
funciona como testemunha e passa para o leitor o que 
ouviu. 
Exemplo: 
A certo ponto de conversação, Glória disse que 
desejava muito conhecer Carlota e perguntou por que não 
a levei comigo. 
 
3 – Discurso indireto livre: revela para o leitor o 
mundoda personagem. A fala do narrador funde-se com a 
da personagem. 
Exemplo: 
Saiu correndo pela porta afora. Se me pegam agora, 
pensou, olhando assustado para trás, nunca mais saio 
daqui. 
 
Tipos de texto narrativo: conto, crônica, romance, 
fábula, novela. 
 
 
O QUE SE NARRA 
De acordo com o conceito de narração, podem-se 
narrar tanto fatos reais como fictícios. 
A narração de fatos reais é o relato de ações praticadas 
por pessoas. Ela é comum em livros científicos, livros de 
História, jornais, etc. 
 
COMO SE NARRA 
 
Você já treinou o modo mais comum de narrar: aquele 
em que a história se desenvolve linearmente, numa 
seqüência de começo, meio e fim. É a seqüência narrativa 
mais tradicional e a mais utilizada no nosso dia a dia. 
Mas há outras maneiras mais criativas de fazer isso. É 
claro que, se você for contar um fato a que assistiu como 
testemunha, perante um tribunal, deverá utilizar uma 
seqüência lógica, linear. Os escritores, no entanto, que 
têm o objetivo de provocar emoções no leitor, utilizam 
outros modos de narrar. Ás vezes, com uma simples 
mudança da ordem narrativa, conseguem-se efeitos 
surpreendentes. 
 
Alguns exemplos: 
 
1) PÂNICO DURANTE O ENTERRO, NO RIO 
 
Quando as primeiras pessoas saíram correndo, durante 
o enterro de J.S.S, em Inhaúma, no Estado do Rio, o 
pânico se generalizou e todos fugiram do local. Mas 
poucos sabiam por quê. Até o caixão foi abandonado no 
chão, a poucos metros da sepultura e o cemitério, num 
instante, ficou vazio, depois de gritos, sustos e muita 
correria. Polícia e bombeiros, chegando, o mistério foi 
esclarecido: quem colocara a multidão em pânico foi um 
amigo da família, que tocou “em algo mole”, em uma das 
sepulturas. 
Acontece que era uma casa de abelhas e de lá saiu um 
enxame, enfurecido, atacando algumas das pessoas. 
Depois, com as abelhas sob controle, o enterro foi 
realizado. Mas os bombeiros ficaram no local até a noite, 
matando outras abelhas. 
 (Jornal da Tarde, 02/05/1983.) 
 
2 - Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho, 
do sertão de Pernambuco. Na soalheira do meio-dia, ele 
estava na poeira do caminho, imaginando bobagem, 
quando passou um goro vigário a cavalo. 
– Você aí menino, para onde vai dar essa estrada ? 
– Ela não vai não: nós é que vamos nela. 
– Engraçadinho duma figa! Como você se chama ? 
– Eu não me chamo não, os outros é que me chamam 
de Zé. 
(Mendes Campos, Paulo. Para gostar de ler. 1ª. Ed. São Paulo, Ed. 
Ática, p. 93.) 
 
 
Apresentamos, a seguir, algumas narrativas diferentes. 
O texto que segue é um exemplo de narrativa de fato 
fictício. 
 
TEMA PARA UM TAPETE 
 
O general tem só oitenta homens, e o inimigo, cinco mil. 
Na sua tenda, o general blasfema e chora. Então, escreve 
um proclama inspirado que pombas mensageiras 
derramam sobre o acampamento inimigo. Duzentos 
infantes passam para o lado do general. Segue uma luta 
que o general ganha facilmente, e dois regimentos inteiros 
passam para o seu lado. Três dias depois, o inimigo tem 
só oitenta homens e o general tem cinco mil. Então o 
general escreve outro proclama, e setenta e nove homens 
passam para o seu bando. Resta apenas um inimigo, 
CURSO PRECURSOR WW.PRECURSOR.1BR.NET 
 
6 
acuado pelo exercito do general que espera em silêncio. 
Transcorre à noite e o inimigo não passa para o lado do 
general. O general blasfema e chora na sua tenda. Ao 
amanhecer, o inimigo desembainha lentamente a espada e 
avança até a tenda do general. Entra e aponta a espada 
para ele. O exército do general se dissolve. Sai o sol. 
 (Cortázar, Julio) 
 
 
O texto narra fatos que realmente aconteceram, com 
pessoas que existiram. O narrador não inventou os fatos 
nem as pessoas. 
 
O mestiço Domingos Fernandes Calabar foi um dos 
primeiros a se oferecer como voluntário quando Matias de 
Albuquerque preparava a resistência à invasão holandesa. 
Chegou a ser ferido em combate, mas desertou, 
oferecendo seus préstimos ao governo holandês de Recife. 
Seu ato modificou o curso da guerra, estendendo-se além 
dos limites iniciais. Já major do exército holandês, sofreu 
derrota em Porto Calvo. Preso, foi enforcado no dia 22 de 
julho de 1635. 
 (Enciclopédia Delta, Rio de Janeiro, Ed. Três, p. 891) 
 
 
NARRATIVA DO FATO REAL NUM RELATO 
 
Uma mulher não identificada pegou fogo em plena 
rua, sem razão aparente, no 9° caso de combustão 
espontânea de um ser humano registrado desde o século 
XVIII. Para o legista Robert Stein, de Chicago,onde 
aconteceu o fato, deve ter ocorrido à presença de um 
combustível ainda não identificado. 
 (Jornal da Tarde, 7/8/1982) 
 
A sorte é que o professor é muito legal e não criou 
drama, mas todo mundo sabia que Luís Sérgio fora o 
autor da arte: colocar fogo dentro da lata de lixo. Foi na 
aula de matemática. Todo mundo começou a sentir cheiro 
de queimado e, quando o professor virou, estava saindo 
uma fumaceira danada da lata de lixo. Alguns mais 
metidos tentaram ajudar, trazendo água na concha da 
mão, mas isso serviu apenas para molhar o chão. O 
Alberto foi quem conseguiu apagar o fogo, pisando dentro 
da lata. O Luís Sérgio lá na dele, no mundo da lua... Mas 
ficou por isso mesmo. 
 (Adaptação dos autores) 
 
ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO DA 
NARRATIVA 
 
O processo de construção de uma narrativa fictícia ou 
literária apresenta diversas fases. 
A princípio cria-se um título. A partir desse título 
constrói-se a história. Esta deve conter um enredo: o 
conjunto de fatos de uma história. 
O início da história, chamamos de situação inicial , é 
o momento em que se relata e descreve uma situação 
qualquer. Logo no início do texto já se define o tipo de 
narrador: 1ª ou 3ª pessoa, e os personagens que serão 
os movimentadores da história. (Não existe narrador de 2ª 
pessoa). 
A partir desta situação inicial, cria-se um conflito, 
momento em que o personagem principal está em apuros 
por alguma situação inesperada. Este conflito pode ser 
psicológico, moral, religioso, econômico, amoroso, social, 
etc. e chega ao clímax: momento de tensão máxima na 
narrativa. 
Além destas fases, a narrativa apresenta ainda marcas 
de tempo, espaço e ação. O tempo é marcado através de 
datas, épocas que caracterize o acontecimento. Seria 
incoerente narrar uma situação que teria que se passar 
durante a 1ª Guerra Mundial utilizando objetos e 
vestimentas deste final de século, como celular, internet, 
bombas controladas por radar ou roupas curtas, tinturas 
no cabelo, etc. 
espaço é descrito de acordo com o enredo. A história 
pode se passar dentro de uma casa, num parque, numa 
lanchonete, na igreja, na praia, etc. mas estes espaços 
estão inseridos em espaços maiores que são: a cidade, o 
estado, o país. De acordo com o espaço e o tempo é que 
descrevemos os costumes, a vestimenta, o corte de cabelo, 
o modo de falar, enfim a cultura do(s) personagem(ns). 
Seria incoerente escrevermos uma história que se passa no 
século passado, na praia por exemplo, e descrevermos 
uma personagem feminina de topless. 
A ação é o que dá movimento à história, à medida que 
os fatos vão ocorrendo à história vai caminhando para o 
desfecho. 
As personagens aparecem hierarquicamente, por 
exemplo, existe o personagem principal: aquele que se 
sair da história ela pode existir. E os personagens 
secundários, poderíamos chamá-los de auxiliares do 
personagem principal. Pois serão eles que irão contribuir 
para que ocorra o conflito com o personagem principal e 
conseqüentemente o amigo(a), parentes desconhecido, 
enfim qualquer pessoa que auxilie o personagem 
principal. 
Com estes elementos podemos construir a narrativa de 
ficção, ou seja, a redação narrativa. Não limites de 
parágrafos, e preza-se o discurso indireto livre nas 
narrativas modernas. Mas nada impede que se use o 
discurso direto ou indireto. 
 
 
TEMAS SUGERIDOS 
 
 - Acidente de trânsito (local, envolvidos e desfecho) 
 - Final de campeonato: Grêmio 3 x 3 Internacional 
 - Dia de prova 
 
 O sucesso depende muito de nossa persistência. 
 
 
 
IV - DISSERTAÇÃO 
 
DISSERTAR É: 
 
ARGUMENTAR – OPINAR - EXPOR, SINTETIZAR 
– CONCLUIR – POSICIONAR-SE – QUESTIONAR – 
DEDUZIR – CONVENCER – CONTESTAR – 
DISCUTIR – JUSTIFICAR – CONCORDAR - 
EXPLICAR –INTERPRETAR - DISCORDAR – 
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CRITICAR – DEBATER – ANALISAR - 
EXEMPLIFICAR. 
 
 Em meio a nossa experiência junto aos 
candidatos a exames para vestibulares e concursos , 
pudemos constatar algumas dificuldades bastante 
freqüentes na arca da expressão escrita. Uma delas se 
refere à dificuldade mostrada pelo aluno em variar os 
recursos de argumentação, toda vez em que se propõe a 
discorrer sobre um assunto. O que se constata ao final da 
leitura dos trabalhos é urna sucessão monótona de idéias 
que se repetem e cuja sutil diferença se entreve na forma 
de expressão. 
 Para evitar tal situação, sugerimos ao candidato 
que pratique novas maneiras de apresentar suas idéias, em 
variedade e estilo: 
 
Fazer uma dissertação consiste em defender uma 
idéia. A primeira coisa, antes de começar, é reconhecer a 
diferença que existe entre um TEMA e um TÍTULO. 
O TEMA é assunto sobre o qual você irá 
escrever, ou melhor, a idéia que será defendida ao longo 
da sua composição, Não se pode esquecer de que o 
TÍTULO é a expressão, geralmente, curta, colocada no 
início do trabalho, ele é, na verdade, apenas uma vaga 
referência ao assunto que você abordará. 
Para se fazer dissertação é preciso saber redigir 
com cuidado e coerência para convencer. Para tanto, é 
imprescindível, desde o início: 
1 - determinar o assunto; 
2 - estabelecer a finalidade; 
3 - redigir um tópico frasal que seja à base do 
desenvolvimento; 
4 - desenvolver os elementos primordiais do tópico frasal 
por um; 
5 - encadeamento lógico e sintático específico, de modo 
que se chegue a uma; 
6 - conclusão convincente 
Quanto à estrutura da dissertação podemos afirmar: 
 
a) Introdução - informa claramente, de maneira concisa. 
É a visão coesa do assunto. Deve ser breve e 
generalizante: 
Pode ser 
1 - uma afirmação 
2 - uma negação 
3 - uma interrogação 
4 - uma definição 
5 - uma citação 
 
b) Desenvolvimento - 
 Apresenta cada um dos argumentos 
ordenadamente, analisando com vagar as idéias 
exemplificando de maneira rica e suficiente o 
pensamento. 
 Bem definir é ter idéias claras e precisas, saber 
exatamente o que se quer dizer e encontrar expressões 
adequadas. É decompor o pensamento ou o sentimento 
em seus diferentes aspectos, sublinhar o essencial, indicar 
a nuance exala, não se contentar com a expressão vaga, 
em uma palavra, pensar e falar com justeza. Entre todas as 
diferentes expressões que podem traduzir um dos nossos 
pensamentos, não há se não uma que seja boa. E não a 
encontramos sempre ao falarmos ou escrevermos. É 
verdade que ela existe, e que o homem deve procurar 
encontrá-la, para se fazer entender. Esta justeza e 
propriedade na expressão resultam muitas vezes como o 
fruto de um longo trabalho. 
 
c) Conclusão - Resume todas as idéias apresentadas e 
discutidas no Desenvolvimento, tomando uma posição 
sobre o problema apresentado na Introdução. 
 
SÍNTESE ESQUEMÁTICA 
 
• Recursos a serem observados na correção e 
adequação lingüística 
 
a. Frases curtas; 
b. Construção direta de frase; 
c. Clareza; 
d. Simplicidade; 
e. Eufonia, evitando: 
- sucessão de palavras ásperas, 
- predomínio de consoantes fortes, 
- repetição de sons 
- seqüências de vogais semelhantes, 
- abuso das orações adjetivas; 
f. acúmulo de idéias na frase; 
g. coerência nos recuos lingüísticos utilizados 
h. concordância verbal e nominal corretas; 
i . regência verbal e nominal corretas; 
j. emprego correto 
k. grafia, acentuação e pontuação corretas. 
 
Conteúdo 
 
a. Objetividade no enfoque do assunto: 
adequação, profundidade, coerência, 
criatividade; 
b. disposição ordenada de idéias; 
c. conexão entre as idéias; 
d. divisão em introdução, desenvolvimento e 
conclusão. 
 
 
Forma 
 
a. Clareza, precisão e objetividade 
b. Correção na estrutura da frase: regência, 
concordância, colocação 
c. Grafia e pontuação; 
d. Extensão vocabular; 
e. Concisão;f. Autenticidade de estilo. 
 
Aspecto 
a. margem 
b. parágrafos 
c. caligrafia e limpeza 
 
 
O PARÁGRAFO DISSERTATIVO 
 
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9 
Importância do parágrafo: 
 
O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e 
depois ajustar convenientemente as idéias principais de 
sua composição, permitindo ao leitor acompanhar o 
desenvolvimento do raciocínio no decorrer do texto. 
O parágrafo deve desenvolver, eficazmente, uma 
única idéia núcleo e esse desenvolvimento ou, ainda, 
idéias secundárias, devem explicitar coerentemente a 
idéia principal. 
 
Como a dissertação se realiza no plano das idéias, é 
um trabalho reflexivo que consiste em organizá-las numa 
determinada linha de raciocínio. Essa linha de raciocínio 
está estruturada em um parágrafo. Daí a importância da 
organização de um parágrafo e de conhecer quais são as 
partes que compõem um parágrafo dissertativo. 
 
 
Elementos de estruturação dos parágrafos: 
 
1. O assunto: amplo e genérico deverá sofrer uma 
delimitação. 
2. A delimitação do assunto: seleção e 
organização das idéias que podem ser desenvolvidas em 
relação ao assunto. 
3. Objetivo: organizar o propósito (para quê ?) de 
se discorrer sobre determinado assunto, dentro de 
determinada delimitação. 
4. Após o objetivo chega-se à frase núcleo ou 
tópico frasal o qual já foi explicado anteriormente. 
5. Desenvolvimento: explanação das idéias. 
6. Conclusão: fechamento do parágrafo, nem todo 
texto dissertativo apresenta conclusão dentro de cada 
parágrafo. 
 
Observe o exemplo: 
 
ASSUNTO: A política no Brasil 
 
DELIMITAÇÃO DO ASSUNTO: A corrupção entre 
os políticos no Congresso Nacional. 
 
OBJETIVO: Evidenciar a corrupção existente no 
Congresso Nacional a qual envergonha os filhos dessa 
Pátria. 
 
TÓPICO FRASAL: A cada dia novos escândalos 
políticos referentes à corrupção afrontam e escandalizam 
os eleitores brasileiros. 
 
DESENVOLVIMENTO: 
1. Os corruptos e os corruptores 
2. A mola mestra do ato político; o dinheiro 
 
 
Diferentes possibilidades de organizar um 
tópico Frasal 
 
Tópico Frasal Interrogativo: apresentação do 
parágrafo com uma pergunta direta ou indireta; 
 
Tópico Frasal com Declaração Inicial: afirmação ou 
negação de algo logo de saída, para depois justificar ou 
fundamentar. 
Tópico Frasal por Definição: inicia por definir algo, 
após é organizada a explicação; 
 
Tópico Frasal por Alusão Histórica: remete a um 
fato histórico, lendas, tradições, para despertar a 
curiosidade do leitor; 
 
Tópico Frasal por Impacto: frase com dados 
surpreendentes para prender o leitor. 
 
 
Qualidade do Parágrafo: 
 
1. Unidade: uma só idéia predominante; 
2. Coerência: relação entre essa idéia 
predominante e as secundárias; 
3. Ênfase: idéia predominante aparece sob a forma 
de oração principal, em posição de relevo.
 
 
Exemplo Sugerido: 
 
Assunto: A Função Social do Advogado 
Estilo: Dissertação 
 
Introdução: Conceito de função social 
 
1. Considerações rápidas sobre a vida social e a 
divisão de trabalho, desde os primeiros agrupamentos 
humanos. 
2. A necessidade de o homem conscientizar sua 
importância como ser participante da sociedade, através 
da atividade que desempenha. 
3. Citação de pessoa abalizada que se pronuncie 
sobre o item introdutório, conceituando e ressaltando em 
destaque o significado de função social. 
 
Desenvolvimento: O advogado e a sociedade 
 
1. O julgamento arbitrário a cargo de um homem 
poderoso, nas antigas civilizações, em contraposição aos 
princípios avançados da criminologia. 
2. O advogado e sua importância como homem em 
face do papel que desempenha: necessidade de princípios 
morais, éticos, que norteiam a sua conduta. 
3. Campos de atuação: conhecimentos e aplicação 
das leis; atuação junto ao indivíduo experiência de volta, 
tolerância e compreensão. 
 
 
Conclusão: Qual a função social do advogado? 
 
Através de sua conduta como homem e profissional, 
promovendo: 
 
1. O equilíbrio na interpretação das leis, dentro de 
um criterioso e atual conceito de justiça; 
2. A inclusão do homem em face dos direitos 
individuais que a ele competem; 
3. A orientação correta ao indivíduo, no 
cumprimento de seus deveres sociais. 
 
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10 
 
 
COMPOSIÇÃO QUE SERIA APROVADA EM UM 
CONCURSO 
 
Dissertação: A Punição e o Direito 
(Aluno G.M. – então candidato ao vestibular de Direito) 
 
« Muito se tem falado na facciosidade da justiça em 
face da pena. As opiniões sofrem invariantes, conforme o 
aspecto tempo-lugar. Na maioria das vezes, o homem se 
coloca na posição de crítico arguto da atividade jurídica 
no aspecto punição, legando-lhe posições não assumidas. 
Exemplo típico é a pena de morte. 
Mas vejamos um histórico da humanidade, o homem 
precisou controlar o meio, a fim de elaborar uma 
sociedade justa. Mesmo os povos bárbaros tinham leis 
que regiam a comunidade. Já no Antigo Testamento 
temos um vivo depoimento, quando da desobediência de 
Adão e Eva. As conquistas e os costumes. Classificados 
estes como leis de conduta moral, originaram mais tarde, 
no declinar do Império Romano, o « Corpus Juris Civilis 
», monumento máximo das ciências jurídicas. 
Na França, durante os reinados de Luís XIV e Luís 
XV, o Direito sofreu as maiores deturpações. A pena era 
simplesmente comutada, sem qualquer provimento ou 
lógica jurídica. O Rei era o Estado. Mas, apesar disso, o 
anseio de justiça e a necessidade de punição aos culpados 
levou o povo francês às ruas, a clamar pelo Direito... Era 
a revolução Francesa, a primeira revolução sangrenta por 
questões sociais. O homem libertava-se dos horrores 
constantes das punições injustas e reivindicava igualdade 
e justiça. 
O tempo passou. Estamos em pleno século XX, o 
século das grandes conquistas tecnológicas. Mas ainda os 
povos não conseguiram entender totalmente o significado 
da punibilidade e da justiça social. Os interesses 
partidários e individuais procuram burlar a ciência do « 
Dura Lex, Sed Lex » . Contudo, o homem conseguiu em 
alguns momentos que a justiça lhe valesse e o amparasse. 
Acontece apenas, que as leis não significam propriamente 
justiça; elas são apenas um caminho à punição justa e, 
muitas vezes, são incompreendidas. 
 
 
TEXTO DE APOIO 
 
MISSÃO DE PAZ 
 
Os 51 militares brasileiros que vão SERVIR NA 
FORÇA MULTINACIONAL DE PAZ EM Timor Leste 
iniciam nesta Segunda-feira a maratona aérea até Darwin, 
na Austrália, e de lá para Dili, capital da ex-colônia 
portuguesa. Não podem deixar Darwin sem tomar a 
vacina contra a encefalite japonesa, doença da região para 
a qual não há vacina no Brasil. 
A despedida dos familiares está marcada para as 10:30 
horas, na Base Aérea de Brasília, em solenidade com a 
participação do presidente Fernando Henrique Cardoso, 
do ministro Elcio Álvares (Defesa) e do general Gleuber 
Vieira, comandante do Exército. 
Depois da despedida, os militares do pelotão do 
batalhão de Polícia do Exército seguem para o Rio, onde 
recebem os armamentos pesados e iniciam a parte 
internacional da viagem. O pelotão brasileiro deve ficar 
em Temer cerca de quatro meses. 
 
(internet, 20/09/99) 
 
 
PARÁGRAFOS INCOERENTES: 
 
Os seguintes parágrafos são incoerentes, ou porque os 
conectivos de transição (conjunções, locuções adverbiais 
ou prepositivas) são inadequados às relações que se 
pretendia estabelecer, ou porque o que se diz no 
desenvolvimento não se concilia com o que está expresso 
no tópico frasal; assinale a causa da incoerência e procure 
reestruturar os parágrafos de maneira mais satisfatória. 
I – Na verdade,a televisão é um passatempo 
mortificante, pois, além de proporcionar às famílias 
alguns momentos de distração, reduz-lhe o tempo que 
poderiam dedicar à conversa, que cada vez se torna mais 
rara entre pais e filhos. (Redação de aluno) 
 
II – Imenso tem sido o progresso no século XX. A 
técnica, posta a serviço do homem, fornece-lhe meios 
eficazes para enfrentar a vida e amenizar-lhe as asperezas. 
Somos forçados a reconhecer que uma séria de males 
passaram a afligir a humanidade. (Idem). 
 
III – Desde os mais remotos tempos, o homem se 
sente fascinado pelo mar. Na antigüidade, muitos povos 
singraram o Mediterrâneo em expedições, para a época, 
muito arrojadas. Foram eles os primeiros que se serviram 
das vias marítimas para trocas comerciais ou incursões de 
conquistas. ( Idem) 
 
UNIDADE E COERÊNCIA: PARALELISMO 
SEMÂNTICO 
 
 As seguintes frases( parágrafos ou simples 
períodos), extraídas ou adaptadas, de redações de alunos, 
carecem de unidade de coerência, por falta de paralelismo 
semântico, por associação de idéias desconexas, por 
ausência ou inadequação das partículas de transição ou 
por acumulamentos de informações. Identifique em cada 
uma delas a causa da falta de unidade e de coerência, e 
em seguida reestruture-as: 
 
I - Para se ter uma idéia da disparidade de costumes 
entre os povos, confronte-se a vocação mística e 
espiritualista dos hindus como os burgueses materialistas 
do Ocidente. 
 
II - A França é um pais de grandes poetas e pintores, 
ao passo que os alemães sempre se destacaram como 
músicos e filósofos. 
 
III – Não se deve falar mal dos ausentes nem adquirir 
maus hábitos capazes de prejudicar a saúde. 
 
IV – A casa é muito espaçosa, mas os móveis são 
todos de jacarandá. 
 
CLAREZA E COERÊNCIA 
 
Faça o que for necessário para evitar a incoerência e/ou a 
ambigüidade dos seguintes períodos. 
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10 
 
I – Chegando à estação, já o trem partia. 
 
II – Olhando do alto do Corcovado, a baía da Guanabara 
constitui um espetáculo deslumbrante. 
 
III – Falando sinceramente, a vida é uma fome de tédio. 
 
IV – Saindo de casa, o fogão ficou aceso. 
 
V – Para não ser mordido o cão deve ficar acorrentado. 
 
VI – Desde os três anos, meu pai já me ensinava a ler. 
 
VII – Passando em frente ao cinema, os cartazes me 
chamaram a atenção. 
 
 
TEMAS SUGERIDOS 
 
1. Democracia 
2. O homem como agente social 
3. O homem e a máquina 
4. A importância da matemática 
5. Corrupção 
6. Alguns problemas brasileiros 
7. Ecologia 
8. A importância da televisão 
9. A devastação das nossas florestas 
10. A poluição dos nossos rios 
11. Os computadores e a vida moderna 
12. A violência 
13. A paz 
14. Poluição: preço do progresso 
15. Um sonho 
16. A família 
17. Computador e a vida moderna 
18. O analfabetismo no Brasil 
19. A ética na política 
20. A confiança é valor moral inegociável 
22. “quando vejo um militar” 
23. Ser sargento” 
24. A crise energética 
 
 
AMPLIE SEU VOCABULÁRIO MAS NÃO 
CONFUNDA O SENTIDO DAS PALAVRAS! 
 
É, o vocabulário pode ser grande. Mas você não 
pode confundir por exemplo, incidente com acidente ou 
acender com ascender. Para que tal não aconteça em suas 
redações, saiba que: 
 
Homônimas – são palavras que se igualam na 
pronúncia ou grafia, embora traduzam significados 
diferentes: cesta e sexta são palavras homônimas. 
 
Parônimas – são palavras parecidas, mas com 
sentidos diferentes. São parônimas as palavras acidente 
(choque, colisão) e incidente (desavença, irregularidade). 
 
Convém destacar alguns parônimos e homônimos, 
Como estes: 
 
Acender – ligar, inflamar, acionar. 
Ascender – subir, elevar-se. 
 
Acento – inflexão de voz; sinal gráfico. 
Assento – lugar ou móvel onde sentamos. 
 
Acerto – combinação, ajuste; forma correta. 
Asserto – afirmação, assertiva. 
 
Acessório – avaliar, dar preço. 
Assessório – que assessora (cf. assessor). 
 
Apreçar – avaliar, dar preço. 
Apressar – apurar, acelerar. 
 
Arrear – colocar os arreios no animal. 
Arriar – baixar, descer. 
 
Atuar – agir, representar. 
Autuar – processar, lavar os autos. 
 
Boça – cabo de atracação (náutica) 
Bossa – aptidão, jeito. 
 
Bucho – estômago dos mamíferos e dos peixes; 
 Buxo – arbusto ornamental. 
 
Caçar – perseguir, capturar ou matar animais 
 selvagens. 
Cassar – anular, tornar sem efeito. 
 
Cadafalso – patíbulo, lugar de execução. 
Catafalco – estrado metálico que sustenta o 
 
Censo – levantamento estatístico; recenseamento. 
Senso – juízo, razão. 
 
Cessão – doação, ato de ceder, entregar. 
Sessão – reunião; tempo de duração da atividade 
 pública. 
Seção – repartição, divisão, forma antiga: secção. 
 
Chácara – sítio, granja. 
Xácara – forma narrativa em verso (popular). 
 
Comprimento – extensão em linha, distância. 
Cumprimento – saudação, ascendo; ato de cumprir. 
 
Consertar – combinar, ajustar; harmonizar (música). 
Consertar – reparar, emendar; arranjar as coisas. 
 
Conjetura – suposição, hipótese. 
Conjuntura – situação, conjunto de circunstâncias. 
 
Deferir – conceder, aprovar. 
Diferir – adiar, transferir, diferenciar. 
 
 
Degradar – aviltar, rebaixar, humilhar. 
Degredar – banir, exilar. 
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12 
 
 
Descrição – exposição, ato de descrever. 
Discrição – qualidade do que é discreto; reserva. 
 
Descriminar – absolver, inocentaram tirar a culpa. 
Discriminar – separar, discernir, distinguir. 
 
Despensa – lugar onde se guardam as provisões. 
Dispensa – ato de dispensar, isenção. 
 
Dessecar – enxugar completamente. 
Dissecar – cortar, dividir em partes, examinar. 
 
Emergir – vir à tona, elevar-se. 
Imergir – afundar, submergir. 
 
Emigrar – sair de, abandonar um país ou região. 
Imigrar – entrar em, ingressar num país ou região. 
 
Eminente – elevado; importante, destacado. 
Iminente – prestes a ocorrer, próximo, imediato. 
 
Esperto – astucioso, vivo, sagaz. 
Experto – experiente, perito. 
 
Flagrante – evidente, manifesto; no ato. 
Fragrante – aromático, perfumado. 
 
Incerto – vago, impreciso, duvidoso. 
Inserto – inserido, introduzido. 
 
Incipiente – iniciante, principiante. 
Insipiente – ignorante, insensato. 
 
Indefeso – sem defesa, vulnerável. 
Indefesso – infatigável, laborioso 
 
Infligir – aplicar (pena, castigo); submeter. 
Infringir – transgredir, violar, desrespeitar. 
 
Inerme – desprotegido, sem defesa. 
Inerte – imóvel, desacordado. 
 
Interseção – corte, ponto de cruzamento. 
Intercessão – ato de interceder, intervir. 
 
Óptico – relativo à visão. 
Ótico – relativo ao ouvido (cf. otite) 
 
Prescrever – determinar, fixar, reafirmar. 
Proscrever – proibir, condenar, banir. 
 
Prescrito – determinado, fixado. 
Proscrito – banido, fora da lei. 
 
Ratificar – confirmar, manter, reafirmar. 
Retificar – corrigir, emendar, alterar.

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