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Página 1 Página 2 Página 3 Página 4 Atividade exercida pelo Poder Público, com o fito de arrecadar e aplicar recursos que garantam a realização do bem comum. Atividade Financeira do Estado [...] ideal que promove o bem-estar e conduz a um modelo de sociedade, que permite o pleno desenvolvimento das potencialidades humanas, ao mesmo tempo em que estimula a compreensão e a prática de valores espirituais. (HARADA, 2017, p. 26) Página 5 Atividade Financeira do Estado “É a procura de meios para satisfazer às necessidades públicas.” (DEODATO, 1968, p.01) “Consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu àqueloutras pessoas de direito Público.” (BALEEIRO, 1969, p. 18) “Atuação estatal voltada para obter, gerir e aplicar recursos financeiros necessários à consecução das finalidades do Estado que, última análise, se resumem na realização do bem comum.” (HARADA, 2017, p. 04) Página 6 Fins da Atividade Financeira o Estado desenvolve inúmeras atividades, cada qual objetivando tutelar determinada necessidade pública; finalidade última do Estado é a realização do bem comum; satisfação das necessidades coletivas. Página 7 Fins da Atividade Financeira necessidades coletivas. construções de edifícios públicos, monumentos comemorativos, cemitérios, estádios, aeródromos, hospitais, pontes, praças e viadutos; abertura de ruas, avenidas, estradas vicinais e rodovias; manutenção dos serviços de transportes e comunicações; preservação e conservação de monumentos históricos e artísticos integrados em conjuntos urbanos; defesas interna e externa; prestação jurisdicional; assistência social; previdência social; saúde e higiene; educação e cultura, mais uma infinidade de bens e serviços. Página 8 Fins da Atividade Financeira A atividade financeira do Estado está vinculada à satisfação de três necessidades públicas básicas: 1) Prestação de serviços públicos; 2) Exercício regular do poder de polícia; e 3) Intervenção no domínio econômico. Página 9 Página 10 (...) “é o ramo do direito público que rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere à obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributo” (SOUZA, 1975, p. 40) “é o ramo didaticamente autônomo do Direito, integrado pelo conjunto de proposições jurídico- normativas, que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos.” (CARVALHO, 2004, p. 15) Página 11 “ramo do direito que se ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder.” (MACHADO, 2008, p. 49 “é ramificação autônoma da Ciência Jurídica, atrelada ao direito público, concentrando o plexo de relações jurídicas que imantam o ele “Estado versus contribuinte”, na atividade financeira do Estado, quanto à instituição, fiscalização e arrecadação de tributos.” (SABBAG, 2017, p. 41) Página 12 Direito tributário comporta... O conjunto de normas que regulam o comportamento das pessoas de direcionar dinheiro aos cofres públicos. Página 13 CONCEITO DE TRIBUTO: doutrina e lei É possível dividir a doutrina do Direito Tributário em dois grandes grupos: 1) Pró-contribuintes: aqueles que se encontram “pró-contribuintes”. 2) Pró-fisco: aqueles que se encontram “pró-fisco”. De acordo com o Prof. Ricardo Lobo Torres o conceito de tributo deve ser observado como dever fundamental. Para ele, a partir do momento em que o Estado teria direitos fundamentais a prestar ao contribuinte, teria o contribuinte o pagamento do tributo como verdadeira contraprestação. Página 14 PRINCIPAIS DIFICULDADES Não há (nem haverá) uma definição precisa de direitos fundamentais, o que inviabiliza a definição de uma contraprestação. A FALTA DE UMA DEFINIÇÃO. PORQUE? A grande corrupção impede a eficiente prestação de serviços públicos. Assim, não utilizamos no dia a dia esse conceito. A CORRUPÇÃO. PORQUE? Página 15 TRIBUTOS CTN, art. 3º “Tributo é todo prestação pecuniária compulsória. em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir; que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” Página 16 Detalhando: o TRIBUTO é... a) prestação pecuniária; b) compulsório; c) Instituído por meio de lei; d) não é multa; e) cobrado por meio de lançamento. Página 17 FUNÇÃO DOS TRIBUTOS FISCAL São os arrecadatórios – aqueles que o Fisco tem por propósito buscar recursos para realizar as suas atividades e, assim, as suas despesas. PARAFISCAIS São aqueles que não são arrecadados diretamente pelo Estado, mas aqueles que geram receita para instituições que exercem função pública ou de apoio ao Estado, como as de alguns conselhos de classe e outras autarquias (INSS). EXTRAFISCAIS São aqueles que têm como função servir de instrumento de política econômica. Se prestam a estimular ou desestimular a conduta dos contribuintes. Exemplos: Impostos sobre produtos industrializados (IPI) e o Impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores imobiliários (IOF) Página 18 COMPETÊNCIA FEDERAL MUNICIAL ESTADUAL Página 19 ESPÉCIES TRBUTÁRIAS: CLASSIFICAÇÃO TEORIAS: 1) Bipartite; 2) Tripartite 3) Quadripartites 4) Pentapartite ou quinquipartite Página 20 TEORIA BIPARTITE VINCULADOS NÃO VINCULADOS Reconhecem a existência de cinco tipos de tributos, Inclui os tributos em dois grandes grupos: 1) Vinculados 2) Não vinculados. São adeptos dessa teoria Geraldo Ataliba e Alfredo Augusto Becker. Página 21 TEORIA TRIPARTITE Encontrado no art. 5º do CTN Para essa teoria os tributos são: IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA São adeptos dessa teoria Roque Antonio Carraza e Paulo de Barros carvalho. Página 22 TEORIA QUADRIPARTITE considera que há quatro espécies tributárias, naturalmente, Para BERNARDO RIBEIRO DE MORAES, os tributos são os impostos, as taxas, a contribuição de melhoria e as contribuições especiais. Já para RICARDO LOBO TORRES, os tributos são os impostos, as taxas, as contribuições e os empréstimos compulsórios. Ele reúne todo e qualquer tipo de contribuição em um único grupo. Página 23 TEORIA PENTAPARTITE OU QUINQUIPARTITE teoria adotada pelo STF teoria é a que prevalece São três etapas, seguidas em ordem, para identificar a natureza específica de qualquer cobrança realizada pelo Estado: 1) identificar se é tributo (análise pelo conceito antes apresentado), 2) identificar o fato gerador (na forma da teoria tripartite) e, por fim, se 3) há destinação ou vinculação entre as espécies tributárias. Página 24 TEORIA PENTAPARTITE OU QUINQUIPARTITE Inclui-se mais uma fase, pois é reconhecido que, na Constituição de 1988, temos referência a cinco tributos: Impostos (Artigo 145 I CF), taxas (Artigo 145 II CF); Contribuição de melhoria (Artigo 145 III CF); Empréstimos compulsórios (Artigo 148 CF) ;e Contribuições especiais (Artigo 149 CF). Página 25 TEORIA PENTAPARTITE OU QUINQUIPARTITE A teoria pentapartite é a adotada pelo Supremo Tribunal Federal, vez que, segundo sua jurisprudência, os empréstimos compulsórios (Recurso Extraordinário nº 111.954/PR, DJU 24/06/1988) e as contribuições especiais (AI-AgR 658576/RS, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, Julgamento em 27/11/2007; AI-AgR 679355/RS, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, 1ª Turma,Julgamento em 27/11/2007) são espécies tributárias autônomas, ostentando natureza jurídica própria que as distingue dos impostos, taxas e contribuições de melhoria. Página 26 TRIBUTO é GÊNERO, sendo classificados como: a) IMPOSTOS; b) TAXAS; c) CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA; d) CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS; e) CONTRIBUIÇÕES ECONÔMICAS. f) EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS Art. 149, CF Página 27 IMPOSTOS: Diz o Artigo 16 do CTN: “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa aos contribuintes”. TAXA: Está no Artigo 77 do CTN: “as taxas (...) têm como fato gerador o exercício do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público especifico e divisível, prestado ao contribuinte, ou posto à sua disposição”. Seu parágrafo único completa: “a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idêntico ao imposto, nem ser calculada em função do capital das empresas. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: Pode ser instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária para o contribuinte. Disposto no art. 81, CTN. Página 28 O QUE SÃO CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS? (art. 149, CF) “A contribuição social é espécie tributária vinculada à atuação indireta do Estado. HARADA (2001, p. 259) Divide em três subespécies: a) Contribuições sociais em sentido estrito - destinadas ao custeio da seguridade social (INSS, PIS, COFINS, etc.) b) Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) - são as instituídas com o objetivo de regular determinado mercado, para corrigir distorções (como a CIDE sobre a importação de gasolina, diesel e gás). c) Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas - destinadas ao financiamento das categorias econômicas ou profissionais (OAB, SESI, SENAI, etc.) Página 29 EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS Os empréstimos compulsórios são tributos autônomos, com cláusula de restituição, instituídos pela União, por lei complementar, em face de três pressupostos fáticos: (I) Calamidade pública, (II) Guerra externa e (III) investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional (art. 148, I e II, CF c/c art. 15, I, II e III, CTN). Página 30 TRIBUTOS: Origem e Destino Documentário discute como o Brasil usa o dinheiro arrecadado pelos impostos e como as pessoas percebem o uso destes recursos em áreas como saúde e educação. Fonte: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/tv/materias/DOCUMENTARIOS/197839- TRIBUTO:-ORIGEM-E-DESTINO.html Página 31 Página 32 Página 33 1. FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO A palavra fonte significa origem, causa, a nascente de água. Assim como a água brota da fonte o Direito Tributário também tem suas fontes materiais e formais. Página 34 FONTES MATERIAIS FORMAIS Leis complementares Leis ordinárias Normas constitucionais e emendas constitucionais Leis delegadas Fontes formais secundárias Medidas provisórias Decretos legislativos Resoluções Tratados e convenções internacionais Decretos Página 35 3. FONTES MATERIAIS Fontes materiais ou fontes reais do Direito Tributário são os pressupostos fáticos da tributação; As riquezas ou os bens em geral, utilizados pelo legislador como veículos de incidência tributária, como o patrimônio, a renda e os serviços; É o pressuposto de fato que compõe a norma jurídica definidora do fato gerador da obrigação tributária Página 36 Como diz o art. 114 do CTN: a situação definida em lei como necessária e suficiente a sua ocorrência; A situação é sempre um fato, descrito de forma abstrata e genérica na norma legal, que, uma vez ocorrido em concreto opera-se o fenômeno da subsunção do fato à hipótese legal prevista, isto é, gera a obrigação de pagar tributo. (HARADA, 2017, 340) Página 37 2.3. FONTES FORMAIS: são os atos normativos ou conjunto de normas que dão nascimento ao Direito Tributário. Vide art. 96, CTN As fontes formais são constituídas pelas normas constitucionais e pelos atos normativos referidos no art. 59 da CF, quais sejam: emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. Incluem-se, também, os tratados e as convenções internacionais, além dos decretos. Página 38 NORMAS CONSTITUCIONAIS E EMENDAS CONSTITUCIONAIS CONSTITUIÇÃO - nela estão sistematicamente estruturados os princípios básicos e as normas nucleares pertinentes aos tributos, conforme se depreende ao longo dos arts. 145 a 162, do texto constitucional. EMENDAS - Uma vez aprovadas incorporam-se à Constituição, com igual hierarquia, passando a ter a mesma força das normas constitucionais preexistentes. (art. 60, CF) Página 39 LEIS COMPLEMENTARES Sua função precípua é “complementar” as disposições constitucionais. A Lei Complementar compete, então, estabelecer as normas gerais, regular as limitações constitucionais e dispor sobre conflitos de competência. Compete à Lei Complementar aumentar o grau de detalhamento dos modelos de tributação criados pela Constituição Federal. Exemplo: definir “grandes fortunas”. (art. 69, CF) Página 40 LEIS ORDINÁRIAS É a lei ordinária que exercerá a tarefa de criar, in abstracto, o tributo que, in concreto, nascerá com a ocorrência do fato gerador nela previsto. As leis ordinárias de cada entidade tributante é que instituem o tributo. OBS: excepcionalmente, a constituição impõe a criação de tributos por Lei complementar, como por exemplo, imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII), daquele imposto decretado, pela União, no exercício de sua competência residual (art. 154, I), do empréstimo compulsório (art. 148) e das contribuições sociais previstas no § 4o, do art. 195. Página 41 LEIS DELEGADAS As leis delegadas só diferem das ordinárias por seu processo legislativo. São elaboradas pelo Presidente da República após obtida a delegação do Congresso Nacional, na forma do art. 68 da CF. Ocupam a mesma posição hierárquica das leis ordinárias. Página 42 MEDIDAS PROVISÓRIAS As medidas provisórias surgiram na Carta Política de 1988 (art. 62 e seu parágrafo único) como sucedâneo à extinção do antigo decreto-lei, previsto para as hipóteses do art. 55 da Emenda no 1/69. Elas são editadas pelo Presidente da República, com força de lei, “em caso de relevância e urgência,” expressão que, por si só, está a exigir um acontecimento no mundo fenomênico de um fato anormal superveniente a exigir imediata regulamentação normativa, incompatível com o processo legislativo normal Página 43 DECRETOS LEGISLATIVOS São instrumentos normativos de igual hierarquia de lei ordinária, editados privativamente pelo Congresso Nacional para aprovação de tratados e convenções internacionais (art. 49, I, da CF). Para o Direito Tributário interessa mais de perto os decretos legislativos aprovando convenções internacionais para evitar dupla tributação do imposto sobre a renda, ou para estatuir isenções recíprocas de impostos federais, estaduais e municipais em determinadas circunstâncias. Página 44 RESOLUÇÕES As resoluções são atos normativos de competência exclusiva do Congresso Nacional, bem como de cada uma de suas Casas. Será a Resolução, emanada do Senado Federal, que fixará os limites das alíquotas de certos impostos estaduais, tais como, ICMS e o ITCMD. Página 45 TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS Os tratados e as convenções internacionais têm grande importância no Direito Tributário Interno, tendo em vista sua posição hierárquica; eles situam-se acimadas leis ordinárias, bem como são decorrência da gradativa internacionalização das economias que exigem normas tributárias cada vez mais uniformes. Prescreve o art. 98 do Código Tributário Nacional que: “os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna e serão observados pela que lhes sobrevenha”. Foi recepcionado pela Constituição Federal vigente que em seu art. 4º dispõe: “A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I – independência nacional; ... e IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.” Página 46 DECRETOS Decretos são atos normativos a serem editados exclusivamente pelo Chefe do Poder Executivo. Visam regulamentar a para seu fiel cumprimento. Não podem inovar o texto legal, quer ampliando, quer restringindo seu alcance e conteúdo. Têm por Limite a lei. É possível sustentar que o Decreto pode instituir obrigações acessórias. Página 47 FONTES FORMAIS SECUNDÁRIAS o Código Tributário Nacional enumera, em seu art. 100, as fontes tida como complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos. São os fatos e atos administrativos cuja observância pelo sujeito passivo implica a exclusão de penalidades e da incidência de juros moratórios representando, portanto, uma garantia a mais para os contribuintes. São os instrumentos normativos de hierarquia inferior ao Decreto, as decisões administrativas de órgãos singulares ou colegiados, as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas e os convênios que entre si celebrem as entidades políticas tributantes. Página 48 Página 49 1. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR Os princípios tributários, que regulamentam a tributação, são considerados, LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR. Página 50 Página 51 Se dá em razão da soberania estatal; Por conta do Poder de Tributar, como relevante fragmento. dessa.soberania. Página 52 “o poder de tributar é, portanto, uma decorrência inevitável da soberania que o Estado exerce sobre as pessoas do seu território, ao qual corresponde, por parte dos indivíduos um poder de prestação ” (NOGUEIRA, 1973, p. 140) “a soberania financeira, que é do povo, transfere-se limitadamente ao Estado pelo contrato constitucional, permitindo-lhe tributar e gastar.” (TORRES, 2005, pp. 63-64) 2. CONCEITO Página 53 3. DETALHANDO... O QUE É O PODER DE TRIBUTAR? Um poder de DIREITO; Lastreado no CONSENTIMENTO do cidadão; INVASÃO, do ESTADO, no PATRIMÔNIO tendente à percepção do tributo. Trata-se de UMA FORÇA, INSTITUCIONALIZADA, dotada de juridicidade. Página 54 Página 55 1. CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES Os princípios constituem o escudo de proteção dos contribuintes; Os princípios atuam como freios que limitam o poder de tributação do Estado. Página 56 No dizer de Celso Antônio Bandeira de Mello (2008, p. 948-949), “princípio [...] é por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhe o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. É o conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico positivo” Página 57 Sendo assim... Os princípios são as proposições básicas que informam e orientam as ciências. Para o Direito, o princípio é seu fundamento, a base que irá informar e orientar as normas jurídicas. As normas jurídicas devem ser editadas em rigorosa consonância com eles. Página 58 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS Arts. 150, 151 e 152Anterioridade Legalidade Isonomia Irretroatividade Vedação ao Confisco Não Limitação ao Tráfego de pessoas e Bens e a ressalva do pedágio Uniformidade Geográfica Proibição das isenções heterônomas Proibição da tributação Federal Página 59 Página 60 Marco Legal Art. 150, I da CF/1988 “I – Exigir ou amentar tributo sem lei que estabeleça;” Página 61 Descomplicando... Qualquer pessoas políticas de direito constitucional interno somente poderá instituir tributos mediante expedição de lei; Poderá, por meio da lei, descrever a regra-matriz de incidência ou aumentar os tributos e majorar a base de cálculo ou a alíquota. O veículo introdutor da regra tributária no ordenamento há de ser sempre a lei. Página 62 O TRIBUTO E AS LEIS ORDINÁRIA E COMPLEMENTARES O Consentimento emanará, como regra, de LEI ORDINÁRIA. A LEI ORDINÁRIA... (art. 61, CF/1988) É a lei comum, do dia a dia das casas legislativas; Para sua elaboração prescinde de quorum privilegiado de votantes. Página 63 Existem casos excepcionais, de tributos federais que, que avocam o processo elaborativo desencadeado pela maioria absoluta dos representantes do Poder Legislativo Federal, a edição de LEI COMPLEMENTAR. No Brasil é juridicamente possível a criação de certos tributos por meio de LEIS COMPLEMENTARES: IMPOSTO SOBRE GRANDE FORTUNAS (art. 153, VII, CF); EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art. 148, I e II, CF); IMPOSTOS RESIDUAIS (art. 154, I, CF); CONTRIBUIÇÕES SOCIAL-PREVIDENCIÁRIAS RESIDUAIS (art. 195, § 4º CF c/c art. 154, I, CF) Página 64 A LEGALIDADE ESTRITA A Lei que institui o tributo deve conter elementos obrigatórios, que estão contidos no art. 97 do CTN, a seguir expedida: a) Alíquota b) Base de Cálculo c) Sujeito Passivo d) Multa e) Fato Gerador Página 65 Sendo assim... Ficam reservadas, exclusivamente, à lei estabelecer: 1) Instituição de tributos; 2) Suspensão; 3) Extinção e exclusão do crédito tributário; 4) Cominação de penalidade; 5) Fixação de alíquotas e de base de cálculo; 6) Definição do fato gerador da obrigação principal e de sujeito passivo. Página 66 Exceções ao princípio da legalidade: O PODER EXECUTIVO tem liberdade de alterar as alíquotas dos impostos sobre exportação, importação, produtos industrializados e sobre operações financeiras através de decreto. (art. 153, § 1º, CF) Página 67 Página 68 Marco Legal Art. 150, III da CF/1988 “III – Cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (ANTERIORIDADE ANUAL) c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;” (ANTERIORIDADE NONAGESIMAL) Página 69 Para entender... Proclama o referido artigo que é vedado aos entes tributantes cobrar tributo "no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou". Página 70 O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL Determina que os Entes tributantes (Uniaõ, Estados, Municípios e Distrito Federal) não podem cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei majoradora ou instituidora do Tributo. Art. 150, III, “b” da CF/88 A expressão EXERCÍCIO FINANCEIRO deve ser assimilada como ANO FISCAL, representada no Brasil, como o ANO CIVIL (período entre 1º de Janeiro e 31 de Dezembro). Página 71 O legislador constituinte pode criar ou aumentar tributo a qualquer tempo, no entanto, só poderá incidir no próximo exercício financeiro.EXEMPLOS: Tributo criado ou majorado em março de 2017: incidência em 1º de janeiro de 2018; Tributo criado ou majorado em outubro de 2003: incidência em 1º de janeiro de 2004. Página 72 O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL E O ART. 104 DO CTN O CTN também descreve o princípio da anterioridade anual em seu art. 104. Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. Página 73 Para vários doutrinadores, esse comando se encontra revogado, ou, pelo menos, contempla incisos (I e II) “inapelavelmente derrogados”. Com efeito, o mencionado dispositivo choca-se com o texto constitucional hodierno – a Carta Magna de 1988 –, uma vez que o princípio da anterioridade tributária, na esteira constitucional, diferentemente da dicção do art. 104 do CTN: (1) não diz respeito apenas a impostos sobre o patrimônio e a renda, referindo-se a tributos em geral; (2) não se atrela tão somente a “impostos”, mas a tributos em geral, ressalvados os casos de exceção (art. 150, § 1º, CF); (3) não se refere à “entrada em vigor” da lei, mas à sua eficácia Por outro lado, as Bancas Examinadoras têm considerado o art. 104 do CTN um dispositivo aplicável, a despeito das opiniões de inconstitucionalidade. Página 74 O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL – Art. 150, III, “c” da CF Passou a exigir, a partir de 2004, obediência à anterioridade anual, além da anterioridade nonagesimal, em nítida aplicação cumulativa garantindo-se ainda mais o contribuinte contra uma tributação inopinada. Página 75 1) Lei n. xxx, majorou um tributo em 15 de dezembro de 2015. Quando incidirá tal aumento Página 76 Página 77 AS EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL O art. 150, § 1º, parte inicial, da CF enumera importante lista de exceções ao princípio da anterioridade anual: Art. 150. (...) § 1º. A vedação do inciso III, “b”, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; (...) Página 78 Lista de Exceções à anterioridade: Imposto sobre Importação (II) Impostos sobre Exportação (IE) Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) Impostos sobre operações financeiras (IOF) Imposto Extraordinário de Gerra (IGE) Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública ou Guerra Externa (EC – Calamidade/Guerra Externa) Página 79 PRINCÍPIO DA ISONOMIA OU DA IGUALDADE Página 80 MARCO LEGAL Art. 150, II da CF/1988 A igualdade jurídica dos cidadãos é proclamada no art. 5º, I da CF, que afirma que: "todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza... Página 81 IMPORTANTES RECORTES A regra da igualdade (ou da isonomia) consiste senão em aquinhoar (repartir) igualmente aos iguais e desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Tal afirmação originou-se do sábio ensinamento de Duguit, que, reproduzindo o pensamento de Aristóteles, permitiu que a clássica ideia da igualdade relativa fosse divulgada a nós por Ruy Barbosa Página 82 Página 83 A ISONOMIA TRIBUTÁRIA O princípio da igualdade tributária proíbe distinções arbitrárias, entre contribuintes que se encontrem em situações semelhantes. Para contribuintes que estão em situações distintas é permitido tratamento tributário diferenciado. Página 84 Página 85 MARCO LEGAL Art. 150, III, “a” da CF/1988 Art. 5º, XXXVI, da CF “XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;” Página 86 NOÇÕES IMPORTANTES Não se pode cobrar tributo relativo a situações ocorridas antes do início da vigência da lei que as tenha definido, ou seja, a lei sempre se aplicará a fatos geradores ocorridos após o início da sua vigência. Os fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que houver instituído ou aumentado os tributos não acarretam obrigações. A lei nova NÃO SE APLICA aos fatos geradores já consumados. Página 87 RETROATIVIDADE DA LEI O art. 106 do CTN dispõe que existem duas exceções à regra geral da irretroatividade: 1) No caso de lei interpretativa; 2) No caso de lei mais benéfica. Vide ADI-MC 605/DF, Pleno, rel. Min. Celso Mello, j. em 23-10-1991) Página 88 RETROATIVIDADE DA LEI O art. 106 do CTN dispõe que existem duas exceções à regra geral da irretroatividade: 1) No caso de lei interpretativa; 2) No caso de lei mais benéfica. Vide ADI-MC 605/DF, Pleno, rel. Min. Celso Mello, j. em 23-10-1991) Página 89 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO Página 90 MARCO LEGAL Art. 150, IV, da CF/1988 “IV – Utilizar tributo com efeito de confisco” Página 91 O CONFISCO TRIBUTÁRIO: CONCEITO À luz do vernáculo, define-se confisco ou confiscação como: “o ato pelo qual se apreendem e se adjudicam ao fisco bens pertencentes a outrem, por ato administrativo ou por sentença judicial, fundados em lei”. Diz respeito a apreensão da propriedade pelo Estado sem que se ofereça ao destinatário da invasão patrimonial a compensação ou indenização correspectivas. Página 92 O CONFISCO TRIBUTÁRIO: CONCEITO À luz do vernáculo, define-se confisco ou confiscação como: “o ato pelo qual se apreendem e se adjudicam ao fisco bens pertencentes a outrem, por ato administrativo ou por sentença judicial, fundados em lei”. Diz respeito a apreensão da propriedade pelo Estado sem que se ofereça ao destinatário da invasão patrimonial a compensação ou indenização correspectivas. Página 93 O CONFISCO TRIBUTÁRIO: CONCEITO O princípio da vedação ao efeito confiscatório também poderia ser denominado de princípio da razoabilidade ou proporcionalidade da carga tributária. O legislador, ao se utilizar do poder de tributar que a Constituição lhe confere, deve fazê-lo de forma razoável e moderada, sem que a tributação tenha por efeito: a) impedir o exercício de atividades lícitas pelo contribuinte b) dificultar o suprimento de suas necessidades vitais básicas c) comprometer seu direito a uma existência digna. Página 94 O CONFISCO TRIBUTÁRIO: CONCEITO O princípio da vedação ao efeito confiscatório também poderia ser denominado de princípio da razoabilidade ou proporcionalidade da carga tributária. O legislador, ao se utilizar do poder de tributar que a Constituição lhe confere, deve fazê-lo de forma razoável e moderada, sem que a tributação tenha por efeito: a) impedir o exercício de atividades lícitas pelo contribuinte b) dificultar o suprimento de suas necessidades vitais básicas c) comprometer seu direito a uma existência digna. Página 95 PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA A Constituição Federal trata do princípio no art. 145, § 1.º, nos seguintes termos: “Art. 145. (…) § 1.º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”. Página 96 Considera-se justo que cada pessoa seja solidária na medida de suas possibilidades. Quem mais tem renda, quem mais possui, quem mais importa, quem mais manifesta riqueza, TEM A POSSIBILIDADE MAIOR DE CONTRIBUIR com a sociedade sem comprometer sua subsistência (capacidade contributiva) Quemganha pouco é ISENTO de Imposto de Renda porque o Estado reconhece que praticamente todos os seus rendimentos estão comprometidos com suas necessidades básicas. (ausência de capacidade contributiva) Página 97 O CONFISCO TRIBUTÁRIO E A CAPACIDADE CONTRIBUTIVA Toda entidade impositora que confisca, na seara tributária, vai além da capacidade contributiva do cidadão. O princípio da vedação ao confisco deriva do princípio da capacidade contributiva, atuando aquele em conjunto com este, porquanto essa capacidade econômica se traduz na aptidão para suportar a carga tributária sem que haja perecimento da riqueza tributável que a lastreia, calcada no mínimo existencial. Página 98 “No momento em que a tributação subtrai do contribuinte a capacidade de se sustentar e se desenvolver, afetando a garantia de atendimento às suas necessidades essenciais, tem -se o confisco.” (Ives Gandra, 17 ) “não se pode, em homenagem aos princípios da capacidade contributiva e da não confiscatoriedade, assujeitar um mesmo fato econômico à incidência de tantos impostos, que acabem por retirar do contribuinte o mínimo vital a que estamos aludindo”. (Roque Carraza) Página 99 Página 100 1) INTRÓITO Três diferentes institutos jurídicos podem excepcionar a regra, que é o pagamento do tributo. São eles: a não incidência (que abrange as imunidades); a isenção; e a fixação de alíquota zero. O fenômeno da incidência está ligado à ocorrência na realidade fática da hipótese abstratamente prevista na lei tributária como necessária e suficiente para o surgimento da obrigação tributária (CTN, art. 114). Página 101 A não incidência refere-se às situações em que um fato não é alcançado pela regra da tributação. Tal fenômeno pode decorrer, basicamente de três formas: 1) o ente tributante, podendo fazê-lo, deixa de definir determinada situação como hipótese de incidência tributária. 2) O ente tributante não dispõe de competência para definir determinada situação como hipótese de incidência do tributo, uma vez que a atribuição constitucional de competência não abrange tal fato. Exemplo: propriedade de uma bicicleta, que, por não ser veículo automotor, não é fato idôneo para ensejar o nascimento de obrigação do pagamento do IPVA. Página 102 3) A própria Constituição delimita a competência do ente federativo, impedindo-o de definir determinadas situações como hipóteses de incidência de tributos. Neste caso, o próprio desenho das competências tributárias fica redefinido de forma a obstar a própria atividade legislativa da pessoa tributante. Trata-se do instituto da imunidade. Página 103 As imunidades visam preservar valores políticos, religiosos, sociais e éticos, colocando a salvo da tributação certas situações e pessoas (físicas e jurídicas). a imunidade não exclui nem suprime competências tributárias, uma vez que estas representam o resultado de uma conjunção de normas constitucionais, entre elas, as de imunidade tributária. norma imunitória se mostra como um sinalizador de “incompetência tributária”, Página 104 “A imunidade se define como “a classe finita e imediatamente determinável de normas jurídicas, contidas no texto da Constituição Federal, e que estabelecem, de modo expresso, a incompetência das pessoas políticas de direito constitucional interno para expedir regras instituidoras de tributos que alcancem situações específicas e suficientemente caracterizadas”. (Paulo de Barros Carvalho) Página 105 A imunidade é “obstáculo criado por uma norma da Constituição que impede a incidência de lei ordinária de tributação sobre determinado fato, ou em detrimento de determinada pessoa, ou categoria de pessoas.” (Hugo de Brito Machado) Página 106 2) ESPÉCIES DE IMUDIDADE TRIBUTÁRIA A título de exemplo, existem imunidades relativas a: taxas (CF, art. 5.º, XXXIV), impostos (CF, art. 150, VI), contribuições para a seguridade social (CF, art. 195, § 7.º). Página 107 IMUNIDADES Art. 150, VI, CF Entidade Políticas (alíneas “a”) Imunidades dos templos Religiosos (alínea “b”) Imunidades não autoaplicáveis (alínea “c”) Imunidade de Imprensa (alínea “d”) Imunidade Musical (alínea “e”) Página 108 a) IMUNIDADES DAS ENTIDADES POLÍTICAS A imunidade das entidades políticas, também denominada “imunidade recíproca” (ou “imunidade mútua”), está prevista na alínea “a” do inciso VI do art. 150 da Carta Magna: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI – instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (...) Página 109 Fundamento: Dentro do sistema federativo não existe hierarquia entre seus integrantes, o que vigora é a isonomia. Assim, não há possibilidade de exercício do poder impositivo tributário entre os integrantes da federação. Página 110 b) IMUNIDADES DOS TEMPLOS RELIGIOSOS A imunidade dos templos religiosos demarca uma norma constitucional de não incidência de impostos sobre os templos de qualquer culto, está prevista na alínea “b” do inciso VI do art. 150 da Carta Magna: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI – instituir impostos sobre: b) templos de qualquer culto; (...) Página 111 Fundamento: a República Federativa do Brasil é um Estado laico, sem religião oficial, no qual vigora o princípio da liberdade religiosa (art. 5º, VI a VIII da CF/88). A imunidade tem por objetivo evitar benefício a determinada ordem religiosa em detrimento das demais. Página 112 c) IMUNIDADES NÃO AUTOAPLICÁVEIS Está prevista na alínea “c” do inciso VI do art. 150 da Carta Magna: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI – instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; (...) Página 113 (1) os partidos políticos: Partidos políticos (art. 150, VI, “c”, §4º), veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações. Fundamento: o partido político é o instrumento de organização política da sociedade. É através dele que os cidadãos podem participar ativamente da vida política e concorrer aos cargos eletivos da Administração Pública. Para resguardar seu funcionamento impede-se sua tributação. Página 114 (2) os sindicatos de empregados O art. 150, VI, “c”, §4º, veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços das entidades sindicais. Fundamento: objetiva incentivar o sindicalismo, como forma de contraposição do poder do capital, bem como evitar que se estabelece privilegio entre os sindicatos Página 115 (3) as instituições de educação e (4) Assistência Social Os Art. 150, VI, “c”, §4º, e art. 195, §7º vedam a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços destas instituições. Fundamento: incentivar as instituições filantrópicas que atuam em auxílio do Estado na área de educação e assistência social. Neste caso o benefício somente será concedido se as instituições cumprirem os requisitos estabelecidos no art. 14 do CTN. Página 116 d) IMUNIDADES DE IMPRENSA O art. 150, VI, “d”, da CF prevê a exoneração imunitória para os impostos que incidem sobre o livro, o jornal, o periódico e o papel destinado à impressão de taisveículos de pensamento. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI – instituir impostos sobre: d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (...) Página 117 Fundamento: incentivar a difusão da cultura e garantir a liberdade de expressão. Página 118 e) IMUNIDADE MUSICAL Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI – instituir impostos sobre: e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (...) Página 119 Emenda Constitucional n. 75 – fruto da intitulada “PEC da Música” e publicada em 15 de outubro de 2013 – acrescentou a alínea “e” ao inciso VI do art. 150 da Carta Magna, prevendo, assim, a imunidade musical. Fundamento: desonerar de impostos os fonogramas (a obra artística da produção de som) e videofonogramas (a obra artística da produção de imagem e som), musicais ou literomusicais, produzidos no Brasil, sem prejuízo da extensão da imunidade tributária aos suportes ou arquivos que os contenham. Página 120 Página 121 1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA é a habilidade privativa e constitucionalmente atribuída ao ente político para que este, com base na lei, proceda à instituição da exação (exigência) tributária. (SABBAG, 2017, p. 425) Página 122 Descomplicando: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA é... Aptidão para criar tributos; Repartido entre os vários entes políticos; e Cada ente tem competência para impor prestações tributárias. Página 123 No Estado Federal Brasileiro, coexistem três entidades políticas autônomas e independentes: a UNIÃO, os ESTADOS e os MUNICÍPIOS, além do DISTRITO FEDERAL, que são entidades juridicamente parificadas, que se situam no mesmo plano de igualdade, extraindo as três entidades diretamente da Constituição Federal, seus poderes e suas competências. A ausência de hierarquia entre elas fez que O TEXTO MAGNO ESTABELECESSE a repartição de competência legislativa de cada uma, delimitando o campo de atuação de cada pessoa jurídica de direito público interno, notadamente em matéria tributária, que mereceu um tratamento específico em atenção à tipicidade da Federação Brasileira, onde o contribuinte é súdito, ao mesmo tempo, de três governos distintos. Página 124 2) CLASSIFICAÇÃO C o m p et ên ci a tr ib u tá ri a Privativa Comum Cumulativa Especial Residual Extraordinária Página 125 2.1. PRIVATIVA Poder que têm os entes federativos para instituir os impostos que são enumerados exaustivamente na Constituição Federal. A própria Constituição já determina o rol dos impostos relativos a cada ente tributante. Art. 153 – enumera os impostos federais; Art. 155 – enumera os impostos estaduais Arts. 156 e 147 – enumeram os impostos municipais; Página 126 OBSERVAÇÕES: 1. a Constituição não cria tributos; ela outorga competência tributária, ou seja, atribui aptidão para criar tributos. 2. a Competência Privativa é o poder legiferante (criar ou elaborar leis) das entidades tributantes, quanto à criação de tributos que lhes são genuína e exclusivamente peculiares. Página 127 Incluem-se o poder para criação de outros tributos, diversos dos impostos: Instituído pela UNIÃO >> Empréstimos Compulsórios – art. 148, CF >> Contribuições Sociais – art, 149, caput, CF Página 128 Instituídos pelos ESTADOS, DISTRITO FEDERAL e MUNICÍPIOS >> Contribuições sociais para o custeio do Sistema de Previdência e Assistência Social de seus próprios servidores – art. 149, §1º, CF. Instituídos pelos MUNICÍPIOS e DISTRITO FEDERAL >> Contribuição para o custeio do Serviço de Iluminação Pública (CIP ou COSIP) – art. 149-A, CF – EC n. 39/2002. Página 129 2.2. COMUM A COMPETÊNCIA tributária COMUM está relacionada aos tributos chamados vinculados, isto é, às taxas e às contribuições de melhoria. a COMPETÊNCIA COMUM indica que, “de modo comum”, União, Estados, Municípios ou Distrito Federal, poderão ser os sujeitos ativos das taxas ou contribuições de melhoria, desde que realizem os fatos geradores de tais gravames contraprestacionais. Página 130 Se um Estado -membro prestar um serviço público específico e divisível – um fato gerador de taxa (art. 79, II e III, CTN) –, despontará uma taxa estadual; se um Município realizar uma obra pública da qual decorra valorização imobiliária – o fato gerador de contribuição de melhoria (art. 81, CTN) –, despontará uma contribuição de melhoria municipal. Página 131 2.3. CUMULATIVA A competência doutrinariamente tratada por cumulativa é prevista no art. 147 da CF/1988, nos seguintes termos: “Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais”. A competência cumulativa ou múltipla - prende -se ao poder legiferante de instituição de impostos pela União, nos Territórios Federais, e pelo Distrito Federal, em sua base territorial. Página 132 OBSERVAÇÃO: O ART. 147, da CF, faz menção tão somente a impostos, porém é comando plenamente aplicável às demais espécies tributárias, e.g., às taxas e às contribuições de melhoria. Página 133 EM SUMA... É a competência que tem a UNIÃO, nos territórios não divididos em Municípios, criar impostos federais, estaduais e municipais. E o DISTRITO FEDERAL compete cumulativamente os tributos municipais e estaduais. Página 134 2.4. ESPECIAL A COMPETÊNCIA ESPECIAL traduz -se no poder de instituir os empréstimos compulsórios (art. 148, CF) e as contribuições especiais (art. 149, CF), justificando -se tal classificação pelo fato de terem subsistido, durante largo período, inúmeras polêmicas acerca da natureza tributária desses dois tributos. Página 135 2.4. ESPECIAL A COMPETÊNCIA ESPECIAL traduz -se no poder de instituir os empréstimos compulsórios (art. 148, CF) e as contribuições especiais (art. 149, CF), justificando -se tal classificação pelo fato de terem subsistido, durante largo período, inúmeras polêmicas acerca da natureza tributária desses dois tributos. Página 136 2.5. RESIDUAL A competência residual ou remanescente encontra guarida em dois dispositivos do texto constitucional: o art. 154, I, e o art. 195, § 4º. A temática afia -se ao poder de instituir o tributo diverso daqueles já existentes. Página 137 O art. 154, I, CF trata da competência residual para os impostos; o art. 195, § 4º, CF dispõe acerca da competência remanescente para as contribuições para a seguridade social. Página 138 No campo dos impostos A competência residual indica que o imposto novo deverá ser instituído, por lei complementar, pela União, obedecendo -se a duas limitações: (I) respeito ao princípio da não cumulatividade; e (II) proibição de coincidência entre o seu fato gerador ou a sua base de cálculo com o fato gerador ou a base de cálculo de outros impostos. Página 139 No campo das contribuições para a seguridade social As contribuições para a seguridade social residuais devem respeitar os seguintes parâmetros: a) instituição, por lei complementar, pela União; b) respeito ao princípio da não cumulatividade; c) proibiçãode coincidência entre o seu fato gerador ou a sua base de cálculo com o fato gerador ou a base de cálculo de outras contribuições (e não de impostos!). Página 140 2.6. EXTRAORDINÁRIA A competência extraordinária é o poder de instituição, pela União, por lei ordinária federal, do imposto extraordinário de guerra (IEG), conforme se depreende do art. 154, II, da CF c/c o art. 76 do CTN. Página 141 OBSERVAÇÃO O IEG poderá ser criado na situação de beligerância, na qual se vir inserido o Brasil; com o intuito de gerar receitas extras à manutenção de nossas forças armadas; o contexto é restritivo: guerra externa, iminente ou eclodida, e não uma mera “guerra civil”. Página 142 Página 143 Denominação competência Tributos Entidades Políticas Privativa Impostos, como regra. União, Estados, Municípios e DF Comum Taxas e Contribuições Melhoria idem Cumulativa Impostos em Geral União e DF Especial Empréstimos Compulsórios e Contribuições Especiais União Residual Impostos e Contribuições Seguridade Social União Extraordinária Imposto Extraordinário Guerra União Página 144 Página 145 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL Vínculo jurídico de natureza patrimonial entre o credor/Fazenda Pública (fisco) e o devedor/contribuinte ou responsável tem por objeto uma relação de crédito-débito cuja prestação é o tributo. Página 146 FATO GERADOR Identificação do momento em que nasce a obrigação tributária – que significará definir o regime jurídico tributário aplicável. Determinação do sujeito passivo principal da obrigação tributária. Fixação dos conceitos de incidência, na incidência e isenção. Determinação do regime jurídico da obrigação tributária: alíquota, base de cálculo. Distinção dos tributos in genere. O FATO GERADOR DEVE ESTAR PREVISTO EM LEI! Página 147 FATO GERADOR DA OBROGAÇÃO ACESSÓRIA Art. 115 do CTN. O fato gerador aqui também é próprio e diverso do fato gerador do tributo Aqui o que faz nascer o dever de pagar a multa é a prática de alguma conduta tida como infração. Página 148 HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA dividida em três partes: o aspecto material, o temporal e o espacial. Esses elementos vão dizer o que precisa acontecer, quando se considera acontecido e onde se considera acontecido. A hipótese de incidência é a previsão abstrata da lei enquanto o fato gerador é a situação concreta. É como no direito penal o tipo e o crime Página 149 Página 150 Página 151 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Tanto o CTN quanto a CF/88 preveem certas figuras tributárias. O art. 5º do CTN dispõe que “os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria”. Já a CF/88, estipula em seu art. 145 o seguinte: Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I — impostos; II — taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III — contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. Página 152 2. DEFINIÇÃO O IMPOSTO é uma das espécies do gênero tributo. Diferentemente de outros tributos, como taxas e contribuição de melhoria, é um tributo não vinculado: É devido pelo contribuinte independentemente de qualquer contraprestação por parte do Estado. Destina-se a atender as despesas gerais da administração, pelo que só pode ser exigido pela pessoa jurídica de direito público interno que tiver competência constitucional para tal, não havendo que se falar em vinculação de receita. Todos os fatos geradores dos impostos serão situações praticadas pelo contribuinte, e não pelo Estado, e esta é a marca principal de definição. dos impostos. Página 153 3. DISPOSITIVOS LEGAIS Art. 145, I da CF. Art. 16, do CTN. “para exigir imposto de certo indivíduo, não é preciso que o Estado lhe preste algo determinado” (AMARO, 2010, p.52) Página 154 4. TIPOS DE IMPOSTOS Os impostos podem ser de competência Federal, Estadual, Municipal e Distrital. Nos impostos, não há vinculação quanto ao fato gerador, o qual não se origina de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte; tampouco há vinculação no que se refere ao produto arrecadado, já que a receita oriunda dos impostos deve ser vertida para as despesas genéricas do Estado “EU AJO; EU PAGO.” Página 155 QUADRO-RESUMO TIPOS DE IMPOSTOS ENTE FEDERADO IMPOSTOS MUNICÍPIOS IPTU - Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana ISS - Imposto sobre serviço de qualquer natureza ITBI - Impostos de transmissão de bens imóveis ESTADOS ITCMD - Imposto de transmissão causa mortis e doação IPVA - Imposto sobre a propriedade de veículos automotores ICMS - Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços UNIÃO ITR - Imposto sobre propriedade territorial rural IOF - Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou sobre operações relativas a títulos ou valores mobiliários II - Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros IE - Imposto sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados IPI - Imposto sobre produtos industrializados IR - Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza Página 156 Página 157 1. CRITÉRIO MATERIAL – é o núcleo, pois é o dado central que o legislador passa a condicionar, quando faz menção aos demais critérios. 2. CRITÉRIO TEMPORAL – é aquele no qual se encontram as coordenadas de tempo, em que, se ocorrer o fato descrito no critério material, brotará a relação jurídica prescrita pelo consequente. 3. CRITÉRIO PESSOAL – Ao sujeito ativo caberá o direito de recebimento da respectiva prestação pecuniária, por outro lado, ao sujeito passivo existirá o dever de cumprir essa prestação pecuniária. 4. CRITÉRIO ESPACIAL – local onde ocorreu o fato gerador, 5. CRITÉRIO QUANTITATIVO - na análise do critério quantitativo do consequente da norma da hipótese de incidência que encontraremos, além da base de cálculo, a alíquota do tributo. Página 158 REGRA MATRIZ DO IPTU Critério Material Fato Gerador – ser proprietário pleno, coproprietário em casos de condomínio, fiduciário que exerça a propriedade, enfiteuta, usufrutuário, compromissário-comprador com posse, usuário com posse e/ou titular do direito real de habitação, possuidor com ânimo de ser proprietário. Critério Espacial Zona Urbana do Município (arts. 156, I da CF c/c art. 32 do CTN). Critério Temporal É o momento de apuração, ou seja, anual (1º de janeiro de cada ano). Critério Pessoal Sujeito Ativo - Município da Situação do bem. (art. 156, I da CF) Sujeito Passivo - qualquer pessoa, física ou jurídica, que seja proprietária plena do bem predial ou territorial, ou, quem tenha o domínio útil ou qualquer tipo de posse com ânimo, exercício ou exteriorização de tornar-se proprietário pleno. São exemplos de sujeitos passivos do IPTU o proprietário pleno; o fiduciário que tem a propriedade; o enfiteuta (titular do domínio útil); o usufrutuário; o possuidor com animus domini, ou seja, é a posse da pessoa que já é ou pode ser proprietária da coisa. (art. 32 a 34 do CTN) Critério Quantitativo Base de cálculo – valor venal do bem imóvel (preço à vista que o imóvel alcançaria se colocado à venda em condições normais do mercado imobiliário. (art. 33 do CTN) Alíquota - progressiva e variável em razão do valor venal, da localização e/ou do uso do bem imóvel. (art. 182, §4º, II c/c 156, §1º, I e II – EC n. 29/2000) Página 159 Página 160 REGRA MATRIZ DO ISS Critério Material Fato Gerador – é a prestação, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviços constantes da listaanexa à LC n. 116/2003. Critério Espacial Local em que se ultimou a prestação. (Lei Complementar 116/03, artigo 3º, caput) Critério Temporal Há de se considerar o comportamento identificado no critério material da respectiva regra- matriz de incidência, qual seja, o comportamento prestar serviço, para fins de definição da coordenada de tempo do mencionado fato, o que deverá ser considerado por ocasião da conclusão da obrigação de fazer, objeto do referido comportamento. Critério Pessoal Sujeito Ativo – Município em que ocorreu o fato jurídico-tributário. (Art. 156, inciso III da CF) Sujeito Passivo – o prestador de serviço, na condição de empresa (ex. Hotel) , ou de profissional autônomo (ex. médico, dentista, advogado, contador, ou seja, todos os vendedores dos bens imateriais), com ou sem estabelecimento fixo. Critério Quantitativo Base de cálculo – a remuneração do serviço. (Artigo 7º da Lei Complementar 116/03) Alíquota - A Lei Complementar 116/03 apenas estabelece em seu artigo 8º, inciso II a alíquota máxima, fixando-a em 5% (cinco por cento), deixando de fazê-lo, no entanto, em relação à alíquota mínima, o que impõe que prevaleça, para tal fim, a regra de transição veiculada pela EC 37, que determina aos Municípios a observância de alíquota mínima de 2% (dois por cento). A EC 37 criou regra de transição em seu artigo 3º, introduzindo, entre outros, o artigo 8850 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Página 161 Página 162 REGRA MATRIZ DO ICMS Critério Material Fato Gerador: art. 155, II, da CF a) na circulação de mercadorias; b) na prestação de serviço de transporte (interestadual e intermunicipal); c) na prestação de serviço de comunicação. d) sobre a produção, importação, circulação, distribuição e consumo de combustíveis líquidos e gasosos e energia elétrica Critério Espacial Todas as operações que acarretem a circulação de mercadorias dentro do território de um determinado Estado, será tributado pelo ICMS do respectivo Estado. Critério Temporal O art. 12, I da LC 87/96 - no momento em que a mesma sair do estabelecimento do comerciante, salvo exceções. Critério Pessoal Sujeito Ativo: Estado e DF Sujeito Passivo: a) pessoas que pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias; b) importadores de bens de qualquer natureza; c) prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal; d) prestadores de serviços de comunicação. OBS: Petróleo e seus derivados e Energia Elétrica (LC 87/1996) Responsável Tributário Critério Quantitativo Base de Cálculo: A base de cálculo do ICMS será: a) No caso de operação de circulação de mercadoria: o valor da operação; b) No caso de serviço de transporte ou comunicação: o preço do serviço; c) No caso de importação de bens: o valor da mercadoria ou bem importado, acrescido do IPI, IOF, II e das despesas aduaneiras. Alíquota: Existem dois tipos de alíquotas: (Resolução 22/1989 do Senado Federal): 1) Internas: fixadas livremente pelos Estados e com valor normalmente entre 17% ou 18%. 2) Interestaduais: são fixadas pela referida resolução. Página 163 REGRA MATRIZ DO IR Critério Material Fato gerador - é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, integrando o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos como os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda. (art. 153, III, da CF e o artigo 43, do CTN) Critério Espacial se baseia na renda ou provento percebido no território nacional, por residentes e não residentes no país e no exterior, sendo o limite para a aplicação desse imposto a própria soberania tributária do Estado brasileiro. Critério Temporal um critério de periodicidade anual, denominado período base, ou ano-calendário. Conforme é previsto a lei, o período se inicia no dia primeiro de janeiro com término em trinta e um de dezembro de cada ano. Critério Pessoal Sujeito Ativo – União Federal, sendo que sua administração cabe à Secretaria da Receita Federal Sujeito Passivo – pessoa física ou jurídica que adquire renda ou proventos. Critério Quantitativo Base de cálculo - Quando se trata de pessoa jurídica, a base de cálculo do imposto é o lucro, que pode ser real, arbitrado e presumido. Tratando-se de pessoa física o imposto incide. Em regra. Sobre o rendimento bruto mensal auferido pela pessoa física. Alíquota - é definida e publicada pela a Receita Federal, órgão responsável em administrar e gerir o imposto de renda. Varia de 7,5% a 22,5%. Página 164 Página 165 REGRA MATRIZ DO IPI Critério Material Fato gerador - sobre operações jurídicas praticadas com produtos industrializados. Nos termos da Constituição, ele deve ter por hipótese de incidência o fato de alguém industrializar produto e leva-lo para além do estabelecimento produtor, por força de um negócio jurídico translativo de sua posse ou propriedade. (art. 46, do CTN) Critério Espacial 1) Na hipótese de incidência prevista no inciso II ("industrializar produtos"), o critério espacial compreenderá todo o território nacional, já que o IPI é de competência da União. 2) Na hipótese de incidência elencada no inciso I ("importar produtos industrializados"), o aspecto temporal advirá em qualquer parte do território nacional em que ocorrer a entrada de produto industrializado estrangeiro (aeroporto, porto e fronteiras alfandegárias). 3) Na hipótese de incidência do inciso III ("arrematação de produtos industrializados"), o local onde ocorrer a arrematação decorrente de leilão de produtos apreendidos, inclusive decorrentes da pena de perdimento, ou abandonados. Critério Temporal Fato gerador instantâneo. a) Na saída do produto industrializado do estabelecimento industrial; b) desembaraço aduaneiro; arrematação de produtos em leilão. Critério Pessoal Sujeito Ativo – União Sujeito Passivo – a pessoa (física ou jurídica), capaz de integrar relações jurídicas do imposto, por praticarem ou estarem prontos para realizar operações tipificadas em lei. Critério Quantitativo Base de Cálculo - art. 47, do CTN Alíquota – é um imposto proporcional, sua alíquota varia de forma constante, em função da grandeza econômica tributada. Variam de 0% a 365,63% (no caso de cigarros) Página 166 Página 167 Página 168 CRÉDITO TRIBUTÁRIO É O DIREITO QUE A FAZENDA TEM DE RECEBER O PAGAMENTO DO TRIBUTO. É O ELEMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA QUE CORRESPONDE AO DIREITO DO FISCO. Página 169 RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA A) No primeiro momento, com a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação tributária. Por essa obrigação tributária o fisco tem o direito de lançar, mas para o contribuinte ou responsável já nasce a obrigação de pagar o tributo. B) Num segundo momento, com a realização do lançamento, nasce o crédito tributário. Página 170 Página 171 LANÇAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO A formalização do crédito tributário pode se dar por ato do fisco ou mesmo do contribuinte. o lançamento poderá ser declaratório ou constitutivo. Página 172 LANÇAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO A formalização do crédito tributário pode se dar por ato do fisco ou mesmo do contribuinte. LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO (art. 147, do CTN ): o sujeito passivo declara ao fisco as informações de fato indispensáveis à realização do lançamento. LANÇAMENTO POR ARBITRAMENTO (art. 148, do CTN): é aquela em que deverá ser feito com base na declaração do contribuinte. Entretanto, essa declaração não merece confiança do fisco. Página 173 LANÇAMENTO DE OFICIO (art. 149, do CTN ): é aquele realizado pela autoridade administrativa sem qualquer participação do contribuinte. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO: é ocorre nas hipóteses em que o sujeito passivo presta informações ao fisco, calcula o montantedo tributo devido e antecipa o pagamento. Caberá ao fisco apenas chancelar tal conjunto de condutas se entender correta. Página 174 EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO MORTE DO DEVEDOR INSOLVENTE - temos uma situação em que o devedor falece sem deixar patrimônio que seja suficiente para satisfazer seus credores. Como poderá o crédito tributário ser devidamente pago? De nenhuma forma. Página 175 CONFUSÃO - teremos a figura do credor e devedor conjugados na mesma pessoa. Por algum motivo, credor e devedor se confundem, ou melhor dizendo, são a mesma pessoa. Seria imaginável que o credor promovesse uma execução contra ele mesmo? Bem, situações como essa já aconteceram. Em alguns municípios, onde não há cadastro de dívida ativa bem organizado, e onde há convênio com o Tribunal de Justiça competente para promover a execução fiscal eletronicamente, basta que um botão seja acionado e tudo funciona. Até o momento em que a citação chegar à sede da prefeitura ninguém perceberá. Será que neste caso não haverá extinção do crédito tributário? É claro que sim! No caso da confusão, o crédito também se extingue. Página 176 NOVAÇÃO - uma causa de extinção da obrigação pela qual credor e devedor, em comum acordo, decidem extinguir a obrigação anterior criando uma nova obrigação. (art. 156, do CTN) Página 177 Página 178 PROCESSO ADMISTRATIVO O processo administrativo tributário é o mecanismo colocado à disposição do sujeito passivo para a solução de conflitos que tenham por objeto o pagamento de tributos ou o cumprimento das chamadas obrigações acessórias. Tem por funções a legitimação da atividade administrativa, garantia dos direitos do administrado, facilitação do controle da Administração Pública, fornecimento de informações, proteção da eficácia das decisões e controle do mérito dos atos administrativos. Página 179 PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO Assegurar a efetividade da tutela buscada; Permitir a participação dos interessados; Definir e delimitar a atuação de juízes impondo-lhes deveres e impedindo-lhes de praticar excessos e abusos. Página 180 AÇÕES DE INICIATIVA DO FISCO EXECUÇÃO FISCAL CAUTELAR FISCAL Página 181 AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA – ICMS TRANSFERÊNCIA CONTRATUAL DA SUJEIÇÃO PASSIVA TRIBUTÁRIA EMBARGOS DO EXECUTADO (OU DO DEVEDOR) MANDADO DE SEGURANÇA Página 182 AÇÃO ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO AÇÃO DECLARATÓRIA AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO Página 183 Página 184
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