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Variações no ambiente físico de ecossistemas aquáticos As correntes oceânicas redistribuem calor no planeta As condições físicas dos oceanos, assim como da atmosfera são extremamente dinâmicas. Os grandes cinturões de ventos no planeta, impulsionam as correntes oceânicas de superfície que também sofrem interferência das variações da topografia das bacias oceânicas. Além disso, as correntes profundas são estabelecidas pela diferença de salinidade e temperatura das diferentes massas d’água (que afetam a densidade destas águas). Estas correntes circulam através dos oceanos, formando um complexo sistema de circulação oceânica, chamada de Circulação Termohalina. Esta circulação é responsável pelo transporte de oxigênio e nutrientes entre as diversas partes dos oceanos, e pelo transporte de calor na superfície dos oceanos. Em época passadas, variações climáticas já causaram sérias mudanças neste padrão de circulação, acarretando uma grande mortalidade de organismos aquáticos. O aquecimento global, atualmente pode estar colocando novamente em risco a integridade desta importante circulação oceânica. As águas oceânicas profundas geralmente são ricas em nutrientes, pois possuem uma baixa velocidade de deslocamento, portanto ao longo do percurso, vão acumulando nutrientes que afundam de profundidades menores (superfície). Em algumas regiões oceânicas ocorre uma movimentação destas águas profundas para a superfície, esta movimentação é chamada de ressurgência. Isto ocorre quando correntes superficiais divergem umas das outras, puxando as águas profundas para a superfície. Porém, as maiores regiões de ressurgência ocorrem nas costas ocidentais dos continentes, onde as correntes frias de superfície se movem em direção dos trópicos. A rotação da Terra ocasiona uma deflecção destas águas para longe das bordas continentais, auxiliadas pelos ventos. Esta movimentação provoca o afloramento de águas profundas ricas em nutrientes. As Zonas de Ressurgência são regiões de alta produtividade biológica. Evento ENOS: El Niño – Oscilação Sul Na costa oeste da América do Sul, a cada ano uma corrente quente, conhecida como “El Niño” se move para o sul ao longo da costa na direção do Peru. Em alguns anos, esta corrente flui com força suficiente para forçar a fria Corrente do Peru a se desviar da costa, enfraquecendo a ressurgência local e exaurindo a fonte alimentar de diversas espécies aquáticas e da produção pesqueira local. Durante os anos “normais” um vento constante sopra no Oceano Pacífico central equatorial (de uma área de baixa pressão (Taiti) para uma de alta pressão (Austrália)). Os eventos El Niño são desencadeados por uma reversão destas áreas de pressão (assim chamado de Oscilação Sul) e dos ventos entre esta áreas. Com isto, a corrente El Niño se acumula ao longo da costa da América do Sul. Os eventos de El Niño são frequentemente seguidos por La Niña, um período de fortes ventos alíseos que acentuam as correntes oceânicas normais e a ressurgência e também trazem climas extremos a uma grande parte do planeta. Registros históricos da pressão atmosférica no Taiti e na Austrália e da temperatura da superfície do mar na costa do Peru revelam pronunciados eventos ENOS (El Niño – Oscilação Sul) a intervalos irregulares de 2 – 10 anos. Ciclos sazonais de lagos temperados As variações sazonais (temperatura) que ocorrem nas regiões temperadas desencadeiam várias mudanças nos lagos destas regiões: ü Inverno Água mais fria (0ºC) na superfície, abaixo do gelo. A temperatura aumenta até cerca de 4ºC até o fundo do lago. ü Primavera O sol aquece a superfície gradualmente, a água superficial aquecida afunda causando uma mistura vertical (perfil uniforme de temperatura). Os ventos causam profundos movimentos verticais da água, misturando os nutrientes do sedimento para a superfície e oxigênio para o fundo do lago, aumentando a produção primária do lago (Bloom da primavera). ü Verão A água da superfície se aquece rapidamente, causando uma estratificação térmica da temperatura. Esta estratificação forma 3 camadas na coluna d’água: ü Epilímnio (quente, com oxigênio e sem nutrientes) ü Metalímnio (mudança brusca na temperatura) ü Hipolímnio (fria, sem oxigênio e com nutrientes) Com isso, após se esgotarem os nutrientes da superfície a produção primária cai drasticamente. ü Outono As camadas superficiais esfriam mais rapidamente que as profundas, tornam-se mais densas e afundam, causando uma mistura vertical. Lagos subtropicais e tropicais Em lagos localizados em regiões quentes, a estratificação térmica pode ser mais constante e estável durante o ano, e a mistura vertical pode ocorrer apenas: ü No inverno; ü Durante períodos aleatórios de menor temperatura atmosférica; Durante a noite (lagos rasos).
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