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HISTORICO DA OCEANOGRAFIA A Biologia da PESCA A Biologia da Pesca é dividida em dinâmica das populações, detecção de recursos pesqueiros e avaliação de recursos pesqueiros. A dinâmica das populações estuda as variações de tamanho de uma população, que são determinadas por quatro elementos básicos: recrutamento, crescimento, mortalidade natural e mortalidade por pesca. Ao capturar-se parte da população através da pesca, haverá uma redução do tamanho do estoque, mas a população tem a capacidade de substituir essa parte perdida. Porém, se a influência da pesca for grande demais, além da perda da capacidade de recuperação, a população perderá o seu equilíbrio e chegará à extinção. Por isso, a pesca tem de operar dentro do limite desses dois níveis. O estudo da dinâmica da população procura justamente o nível máximo de exploração de cada população. Um controle adequado da pesca tem de ser introduzido. Adequado significa que o controle de pesca deve ser aplicado para obtenção da produção máxima sustentável. O controle de pesca possui dois objetivos: proteger os reprodutores e proteger os jovens. Esses objetivos serão alcançados através de vários métodos como: → Proibição da área de pesca; → Proibição da época de pesca; → Controle do número de esforços e aparelhos de pesca; → Limite de captura máxima; → Controle do tamanho mínimo do pescado. Quanto aos métodos de avaliação da potencialidade pesqueira, podemos relacionar: → Extrapolação de tendência do aumento da captura total; → Extrapolação de valores de produção conhecidos, para áreas desconhecidas; → Estimativa através da produtividade primária da região de cada nível trófico. Para a estimativa de biomassa de uma região desconhecida, além desses métodos, é necessário fazer uma investigação dirigida; e, conforme a natureza do comportamento dos peixes, as metodologias adotadas para peixes pelágicos ou demersais serão diferentes. No caso dos demersais, pode-se usar rede de arrastão ou outro aparelho para calcular a densidade do estoque por área. Entretanto, a estimativa para peixes marinhos pelágicos não é tão fácil porque estes formam cardumes densos, que migram constantemente a grandes distâncias. Para avaliar o tamanho do estoque neste caso, são usados vários métodos: → Observação visual; → Levantamento sonoro acústico; → Estudo de ovos e larvas; → Pesca exploratória; → Marcação de peixes; → Análise de dados estatísticos. A Tecnologia da PESCA A tecnologia da pesca diz respeito à Engenharia de Pesca e Tecnologia de Alimentos. A industrialização do pescado pode ser feita por vários processos: resfriamento, congelamento, salga, defumação, enlatamento, farinha e óleo. HISTÓRICO DA OCEANOGRAFIA Numa breve abordagem histórica do relacionamento homem-oceano, vamos supor que possamos voltar no tempo e analisar melhor, com os conhecimentos de hoje, o que se passou. Isso só estaria certo se a abordagem começasse referindo-se ao século XIX, pois a oceanografia é recente. No período Pré-Histórico, o primata encarava o oceano como uma barreira impenetrável, apenas um elemento da natureza. Depois, para auxiliar na travessia de rios e lagos, utilizaram-se de troncos de árvores e madeiras flutuantes. Após essa fase, vieram as pirogas – madeiras cavadas e abertas – e só muito depois, com o desenvolvimento da carpintaria primitiva, surgiu a construção de barcos. Em certos lugares, como no Egito e Mesopotâmia, os homens desenvolveram barcos primitivos, como a arca de junco, aquela em que Moisés foi escondido, construída com o mesmo material usado para a confecção de barcos-cestos. Barcos de couro e de junco ou vime são usados até hoje, como, por exemplo, na costa ocidental da Irlanda. Esses barcos existem também no Alasca e ainda são utilizados na travessia da América para a Sibéria. Os barcos assumiram, desde muito cedo, uma importância considerável como meio de transporte nos grandes rios, inicialmente o homem aprendeu os rudimentos do trabalho nas lagunas e enseadas, depois foi se aventurando em barcos maiores, capazes de suportar o mar. O grande impulso na navegação oceânica é dado com a organização das frotas marítimas por parte dos gregos, e principalmente dos fenícios, peritos marinheiros e grandes comerciantes. Assim foi o que o oceano efetivamente deixou de ser considerado como uma barreira impenetrável. Marinheiros fenícios de Tyre e Sidon aventuravam-se através dos Pilares de Hércules, no Estreito de Gibraltar. A descoberta das Ilhas Canárias pode ser creditada aos fenícios. Alguns estudiosos acreditam que os fenícios viajaram ao redor da África, acompanhando uma missão grega, por volta de 600 a. C. Nos séculos seguintes, o interesse dos navegantes voltou-se para o lado leste (Índia) em virtude do promissor mercado de jóias, pedra preciosas, especiarias, etc. No período do Império Romano, diversos navios cruzaram o Oceano Índico em ambas as direções com a ajuda de ventos predominantes na região. Mais tarde, durante a Idade Média, registros confirmaram que a exploração das costas da Índia e do leste da Ásia foram privilégio exclusivo dos árabes, até que os portugueses espanhóis iniciaram uma nova era de exploração com as viagens de colonização. O primeiro e mais importante instrumento dos marinheiros para descobrir o seu caminho no mar foi a BÚSSOLA. A segunda inovação técnica foi o ASTROLÁBIO, instrumento que determina a altitude do sol e de outros corpos celestes, acima do horizonte. Em meados dos século XV, foi utilizado o SEXTANTE, instrumento para medição de ângulos e altitudes de corpos celestes e de ângulos entre pontos conhecidos da costa. Contudo, somente no início do século XIX é que a oceanografia se iniciou como ciência sistemática. Junto com três fatores que rapidamente levaram ao seu desenvolvimento no campo das ciências geofísicas. Primeiro fator: necessidade urgente de medição das profundidades para finalidades de engenharia. Segundo fator: urgência de pesquisas sistemática oceanográfica e da meteorologia marinha. Terceiro fator: necessidade de um campo acadêmico ou basicamente da pesquisa oceanográfica Por muito tempo, zoólogos e biólogoss acreditavam que as grandes profundidades oceânicas eram virtualmente sem vida. Em 1843, Edward Forbes estabeleceu a Teoria Abissal que defendia a não existência de vida nas camadas oceânicas mais profundas, de escuridão absoluta, abaixo de 550 metros. Simultaneamente, o capitão Ross, com suas sondagens sucessivas, em 1840 encontrou provas de vida em grandes profundidades, ele encontrou uma estrela-do-mar agregada ao cabo de sondagem. A evidência cresceu após vinte anos, quando os cabos submarinos foram recuperados para reparos do fundo do mar (3000 m abaixo da superfície) com isso a Teoria Abissal ficou insustentável e os biólogos iniciaram vigorosamente as explorações marinhas. OCEANOGRAFIA - divisões A Oceanografia apresenta uma atividade diversificada: ocupa-se com o estudo dos oceanos, seus limites e seus habitantes. Na verdade, todos os ramos da Oceanografia estão grandemente inter-relacionados. Assim, ao falar da migração de peixes, é preciso ligá-la com às correntes oceânicas, responsáveis pela distribuição dos nutrientes nos oceanos e pelo seu transporte. Analisar esse inter-relacionamento é essencial para que se possa entender os processos e as relações que ocorrem nos oceanos. Assim, a energia que o oceano recebe da atmosfera é originalmente produzida pelo sol; este aquece a superfície e gera o padrão de circulação das águas, que transportam materiais diluídos de um lugar para outro (por exemplo, os nutrientes). A diversidade de peixes e seres aquáticos integrantes do oceano interage com as características físico-químicas deste meio; os restos de plantas e animais queacabam por constituir os sedimentos e as rochas sedimentares.da interação de fatores físicos, químicos, biológicos e geológicos, surge um campo de conhecimento único que é a oceanografia. Para fins didáticos, a oceanografia divide-se em quatro campos básicos: oceanografia física, geológica, química e biológica. OCEANOGRAFIA GEOLÓGICA: se preocupa com o estudo do fundo e das margens dos oceanos, descrevendo os aspectos do relevo submarino e a composição física e química dos materiais do fundo. Estuda também a integração dos sedimentos e rochas com o ar e a água do mar, bem como a ação das várias formas de ondas na crosta terrestre. OCEANOGRAFIA QUÍMICA: estuda a composição química dos sólidos e gases dissolvidos no mar, além dos materiais em suspensão, variabilidade da composição e suas propriedades, relacionadas aos domínios do fundo oceânico e da atmosfera. Os estudos químicos fornecem dados de salinidade, teores de nutrientes, dosagem de oxigênio, etc. OCEANOGRAFIA BIOLÓGICA: pode ser definido com o estudo da vida no mar. O oceano é o mais extraordinário reservatório e seres vivos na Terra, constituindo um ambiente maravilhosamente rico para os estudos de Oceanografia Biológica. Desse modo, no ambiente marinho, os organismos aquáticos podem ser classificados pelos seus nichos ecológicos, baseados em sua posição na cadeia alimentar, como produtores, consumidores e decompositores. Denominam-se plâncton, bentos e nécton. OCEANOGRAFIA FÍSICA: estuda diretamente o oceano, para preparação de mapas das profundidades oceânicas, como também as teorias dos processos físicos, para a compreensão dos das massas de águas oceânicas. Tem como objetivo uma descrição sistemática da natureza das águas e de seus movimentos, como as correntes, por exemplo. RELEVO DOS OCEANOS O Oceano Índico representa 24% em área e o Atlântico, cerca de 23% da área total coberta pelos oceanos. A profundidade média dos oceanos é estimada em 3.870m, com as maiores profundidades localizadas no Challenger Deep (11.037m) na Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico que, entre todos os oceanos, é o que possui também a maior profundidade média (4.282m) com cerca de 87% de seus fundos localizados a mais de 3.000m. A análise da configuração atual do relevo da crosta terrestre presente sob a coluna de água dos oceanos tem possibilitado a compartimentação dos fundos marinhos atuais em grandes unidades de relevo, moldadas tanto pelos processos tectônicos globais como pelos eventos relacionados a dinâmica sedimentar atuante nos últimos milhares de anos. Grande parte dos depósitos sedimentares marinhos é composta por um tipo predominante ou misturas variadas de sedimentos originários de fontes diversas. Estas podem ser: a) precipitados de sais a partir da água do mar; b) conchas e matéria orgânica derivadas da vida marinha e terrestre; c) produtos vulcânicos das atividades magmáticas; d) uma pequena quantidade de fragmentos cósmicos, atraídos pela gravidade terrestre. Processos Oceânicos e Produtos Sedimentares A salinidade da água decorre de dois fatores. Um é o transporte, em solução, dos elementos químicos dissolvidos a partir do intemperismo das rochas da crosta continental, cujos constituintes mais abundantes e mais solúveis são: Na, Ca, Mg e K e, portanto, são os mais lixiviados durante a denudação das terras emersas. Deles, apenas a Na se mantém dissolvido em grande quantidade no oceano. O Ca e o Mg participam de precipitações minerais, contribuindo à extensa formação dos calcários oceânicos, orgânicos ou não. O K fica retido nos argilominerais dos solos e pouco chega ao ambiente marinho. Além desses, o Si, apesar de pouco solúvel, também é levado ao ambiente oceânico, participando da sedimentação profunda, com parcela orgânica. O outro fator para a salinidade das águas é o vulcanismo oceânico, que traz, do manto, água juvenil carregada em elementos químicos metálicos dissolvidos das rochas atravessadas. Esses elementos podem ser a fonte para os nódulos polimetalicos observados em certas regiões do assoalho oceânico.
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