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APOSTILA 2016 HENRIQUE CORLEONE 1

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Henrique Corleone atualizada em 2016 www.henriquecorleone.com 
1 
 
AGENTE PENITENCIÁRIO MG – 
 APOSTILA COMENTADA 
 
 
 Professores: 
Aderbal Junio Lopes C.– Raciocínio Lógico 
Luciano Rodrigues – Português 
Carlos Matola – Legislação 
Francisco Carlos (Carioca) - Legislação 
Henrique Corleone - Legislação 
 
 
I N D I C E 
 
 
PAG- 02 .......................................................PORTUGUÊS E TÓPICOS DE REDAÇÃO 
 
PAG- 105 ...................................CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
PAG-194.....................................................ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚB LICOS - MG 
PAG- 253................................................................LEI 7.210/84 - LEI DE EXECUÇÃO PENAL 
PAG- 324............................................................REGULAMENTO DISCIPLINAR PRISIONAL 
PAG- 352....................... CÓDIGO PENAL – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
PAG- 364 .........................................DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 
PAG- 380.............. LEI 14.695/03 - TRATA DA CARREIRA DO AGENTE PENITENCIÁRIO –MG 
PAG- 394 ...................................................LEI 9.455/97 – DEFINE OS CRIMES DE TORTURA 
PAG- 398............................................................................................ RACIOCÍNIO LÓGICO 
505-............................................................................................................................DEDICATÓRIA 
 
Henrique Corleone atualizada em 2016 www.henriquecorleone.com 
2 
 
 
PORTUGUÊS 
CAPÍTULO 1 
EXPLICAÇÕES PRELIMINARES 
 
I) Para interpretar bem 
Todos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo 
normal, inevitável. Importante é enfrentar o problema e, com segurança, 
progredir. Aliás, progredir muito. Leia com atenção os itens abaixo. 
1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, 
textos publicitários, listas telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que 
estiver ao seu alcance. Mas leia com atenção, tentando, pacientemente, 
apreender o sentido. O mal é “ler por ler”, para se livrar. 
2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos 
consultar. Faça exercícios de sinônimos e antônimos. (Consulte o nosso 
Redação para Concursos, que tem uma seção dedicada a isso.) 
3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. 
Na realidade, eles nos oferecem um mundo de informações que nos fornecerão 
grande prazer interior. Abra sua mente e seu coração para o que o texto lhe 
transmite, na qualidade de um amigo silencioso. 
4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, 
atentamente, antes de tentar responder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso 
captar sua mensagem, entende-lo como um todo, e isso não pode ser alcançado 
com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada leitura, 
novas ideias serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. 
Só depois tente resolver as questões propostas. 
5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, 
voltadas só para um determinado trecho) ou referir-se ao conjunto, às ideias 
gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o trecho (às vezes uma linha) 
referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto mais você 
ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai 
acostumar-se a agir dessa forma. Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo. 
6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele 
pode aludir a uma determinada personalidade da história ou da atualidade, e ser 
cobrado do aluno ou candidato o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha feito. 
Por isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi dito. Procure 
estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas. 
 
II) Paráfrase 
Chama-se paráfrase a reescrita de um texto sem alteração de sentido. Questões 
de interpretação com frequência se baseiam nesse conhecimento, nessa 
técnica. Vários recursos podem ser utilizados para parafrasear um texto. 
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3 
 
 
1) Emprego de sinônimos. 
Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais preocupados. 
Conquanto retornasse cedo, deixava os genitores preocupados. 
2) Emprego de antônimos, com apoio de uma palavra negativa. 
Ex.: Ele era fraco. 
Ele não era forte. 
3) Utilização de termos anafóricos, isto é, que remetem a outros já citados 
no texto. 
Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio; Antônio, ao cinema. 
Paulo e Antônio já saíram. Aquele foi ao colégio; este, ao cinema. 
Aquele = Paulo 
Este = Antônio 
4) Troca de termo verbal por nominal, e vice-versa. 
Ex.: É necessário que todos colaborem. 
É necessária a colaboração de todos. 
Quero o respeito do grupo. 
Quero que o grupo me respeite. 
5) Omissão de termos facilmente subentendidos. 
Ex.: Nós desejávamos uma missão mais delicada, mais importante. 
Desejávamos missão mais delicada e importante. 
6) Mudança de ordem dos termos no período. 
Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo aquilo seria esquecido 
após três ou quatro meses de investigação. 
Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo aquilo, após três ou quatro 
meses de pesquisa, seria esquecido. 
7) Mudança de voz verbal 
Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz ativa) 
Uma roseira foi plantada pela mulher em seu jardim. (voz passiva analítica) 
Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3ª pessoa do plural sem o 
sujeito expresso na frase), haverá duas mudanças possíveis. 
Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa) 
Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica) 
Plantou-se uma roseira. (voz passiva sintética) 
8) Troca de discurso 
Naquela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo: - Cortarei a grama sozinho. 
(discurso direto) 
Naquela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo que cortaria a grama 
sozinho. 
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4 
 
(discurso indireto) 
9) Troca de palavras por expressões perifrásticas (vide perífrase, no 
capítulo seguinte) e vice-versa 
Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano. 
O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele ano. 
10) Troca de locuções por palavras e vice-versa: 
Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do céu. 
O homem urbano não conhece a linguagem celeste. 
Da cidade e do céu são locuções adjetivas e correspondem aos adjetivos 
urbano e celeste. É importante conhecer um bom número de locuções adjetivas. 
Consulte o assunto em nosso livro Redação para Concursos. 
Numa paráfrase, vários desses recursos podem ser utilizados 
concomitantemente, além de outros que não foram aqui referidos, mas que a 
prática nos apresenta. O importante é ler com extrema atenção o trecho e suas 
possíveis paráfrases. Se perceber mudança de sentido, a reescritura não pode 
ser considerada uma paráfrase. Há muitas questões de provas baseadas nisso. 
Vamos então fazer um exercício. Leia com atenção o trecho abaixo e anote 
a 
alternativa em que não ocorre uma paráfrase. 
O homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado, por não 
reconhecer no 
seu íntimo a importância de todos os instantes, de todas as coisas, simples 
ou 
grandiosas. 
a) Frequentemente sem rumo, segue o homem pela vida, por não 
reconhecer no seu íntimo o valor de todos os instantes, de todas as coisas, sejam 
simples ou grandiosas. 
b) Não reconhecendo em seu âmago a importância de todos os momentos, 
de todas as coisas, simples ou grandiosas, o homem caminha pela vida muitas 
vezes desnorteado. 
c) Como não reconhece no seu íntimo o valor de todos osmomentos, de 
todas as coisas, sejam elas simples ou não, o homem vai pela vida 
frequentemente desnorteado. 
d) O ser humano segue, com frequência, vida afora, sem rumo, porquanto 
não reconhece, em seu interior, a importância de todos os instantes, de todas as 
coisas, simples ou grandiosas. 
e) O homem caminha pela vida sempre desnorteado, por não reconhecer, 
em seu mundo íntimo, o valor de cada momento, de cada coisa, seja ela simples 
ou grandiosa. O trecho foi reescrito cinco vezes. Utilizaram-se vários recursos. 
Em quatro opções, o sentido é rigorosamente o mesmo. Tal fato não se dá, 
porém, na letra e, que seria o gabarito. O texto original diz que “o homem 
caminha pela vida muitas vezes desnorteado...”, contudo a reescritura nos diz 
“sempre desnorteado”. Ora, muitas vezes é uma coisa, sempre é outra, bem 
diferente. 
Observações 
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5 
 
a) Tenha cuidado com a mudança de posição dos termos dentro da frase. 
Palavras ou expressões podem alterar profundamente o sentido de um texto. 
Ex.: Encontrei determinadas pessoas naquela cidade. 
Encontrei pessoas determinadas naquela cidade. 
Na primeira frase, determinadas é um pronome indefinido, equivalente a 
certas, umas, algumas; na segunda, é um adjetivo e significa decididas. 
b) Cuidado também com a pontuação, que costuma passar despercebida. 
Ex.: A criança agitada corria pelo quintal. 
A criança, agitada, corria pelo quintal. 
Na primeira frase, o adjetivo agitada indica uma característica da criança, 
algo inerente a ela, isto é, trata-se de uma pessoa sempre agitada. Na segunda, 
as 
vírgulas indicam que a criança está agitada naquele momento, sem que 
necessariamente ela o seja no seu dia-a-dia. 
 
CAPÍTULO 2 
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO. FIGURAS 
I) Denotação 
Consultando o dicionário Houaiss, encontramos para a palavra joia as 
seguintes definições: 
1. objeto de metal precioso finamente trabalhado, em que muitas vezes se 
engastam pedras preciosas, pérolas etc. ou a que é aplicado esmalte, us. 
como 
acessório de vestuário, adorno de cabeça, pescoço, orelhas, braços, dedos 
etc. 
2 Pedra preciosa de grande valor. 
3 p. ext. qualquer objeto caro e trabalhado com arte (estatueta, relógio, 
cofre, vaso etc). 
As definições são claras, precisas. Todas giram em torno de um objeto de 
valor. A partir dessas definições, podemos criar frases com muita 
segurança. 
Ex.: Essa joia em seu pescoço está há várias gerações em nossa família. 
O rubi é uma joia que encanta meus olhos. 
Aquele vaso, provavelmente chinês, é uma joia de raro acabamento. 
A palavra joia, presente nas três frases citadas, foi empregada em seus 
sentidos reais, primitivos. A isso se dá o nome de denotação. 
II) Conotação 
Voltando ao dicionário citado, encontramos na sequência da leitura o 
seguinte: 
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4 fig. pessoa ou coisa muito boa e querida (sua sobrinha é uma joia. 
O próprio dicionarista nos dá um exemplo. Vejamos outras frases abaixo. 
Ela é uma joia de menina. 
Que joia esse cachorrinho! 
Minha irmã se tornou uma joia muito especial. 
Observe que, em todas as frases, a palavra joia extrapolou o sentido 
original de objeto caro. Ela está se referindo a pessoas e animais, que, na 
realidade, não podem ser joias, se levarmos em conta o sentido denotativo do 
termo. Há uma comparação implícita em cada frase: bonito ou bonita como uma 
joia. Dizemos então que se trata de conotação. 
 
Vamos comparar as duas frases abaixo: 
Comi uma fruta deliciosa. 
Ela escreveu uma frase deliciosa. 
Na primeira, o adjetivo deliciosa está empregado denotativamente, pois 
indica o gosto agradável da fruta; trata-se do sentido real do termo. Na segunda, 
o adjetivo não pode ser entendido “ao pé da letra”, uma vez que frase não tem 
gosto, não tem sabor. É um emprego especial, estilístico da palavra deliciosa. 
Assim, ela está usada conotativamente. 
Muitas vezes, as perguntas de interpretação se voltam para o emprego 
denotativo ou conotativo dos vocábulos. E mais: o entendimento global do 
texto 
pode depender disso. Leia-o, pois, com atenção. A leitura atenta é tudo. 
 
III) Figuras de linguagem 
As figuras constituem um recurso especial de construção, valorizando e 
embelezando o texto. Há questões de provas, inclusive em concursos públicos, 
que cobram, direta ou indiretamente, o emprego adequado da linguagem 
figurada. 
Vejamos as mais importantes, que você não pode desconhecer. Elas não 
serão, aqui, agrupadas de acordo com sua natureza: de palavras, de 
pensamento e de sintaxe. Não há importância nessa distinção, para 
interpretarmos um texto. 
1) Comparação ou simile 
Consiste, como o próprio nome indica, em comparar dois seres, fazendo 
uso de conectivos apropriados. 
Ex.: Esse liqüido é azedo como limão. 
A jovem estava branca qual uma vela. 
2) Metáfora 
Tipo de comparação em que não aparecem o conectivo nem o elemento 
comum aos seres comparados. 
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Ex.: “Minha vida era um palco iluminado...” (Minha vida era alegre, bonita 
etc. como um palco iluminado.). 
Tuas mãos são de veludo. (Entenda-se: mãos macias como o veludo) 
“A vida, manso lago azul...” (Júlio Salusse) 
(Neste exemplo, nem o verbo aparece, mas é clara a idéia da comparação: 
a vida é suave, calma como um manso lago azul.) 
3) Metonímia 
Troca de uma palavra por outra, havendo entre elas uma relação real, 
concreta, objetiva. Há vários tipos de metonímia. 
Ex.: Sempre li Érico Veríssimo, (o autor pela obra) 
Ele nunca teve o seu próprio teto. (a parte pelo todo) 
Cuidemos da infância. (o abstrato pelo concreto: infância / crianças) 
Comerei mais um prato. (o continente pelo conteúdo) 
Ganho a vida com meu suor. (o efeito pela causa) 
4) Hipérbole 
Consiste em exagerar as coisas, extrapolando a realidade. 
Ex.: Tenho milhares de coisas para fazer. 
Estava quase estourando de tanto rir. 
Vive inundado de lágrimas. 
5) Eufemismo 
É a suavização de uma idéia desagradável. Chamado de linguagem 
diplomática. 
Ex.: Minha avozinha descansou. (morreu) 
Ele tem aquela doença. (câncer) 
Você não foi feliz com suas palavras. (foi estúpido, grosseiro) 
seis) Prosopopéia ou personificação 
Consiste em se atribuir a um ser inanimado ou a um animal ações próprias 
dos seres humanos. 
Ex. A areia chorava por causa do calor. 
As flores sorriam para ela. 
7) Pleonasmo 
Repetição enfática de um termo ou de uma idéia. 
Ex.: O pátio, ninguém pensou em lavá-lo. (lo = O pátio) 
Vi o acidente com olhos bem atentos. (Ver só pode ser com os olhos.) 
8) Anacoluto 
É a quebra da estruturação sintática, de que resulta ficar um termo sem 
função sintática no período. É parecido com um dos tipos de pleonasmo. 
Ex.: O jovem, alguém precisa falar com ele. 
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Observe que o termo O jovem pode ser retirado do texto. Ele não se 
encaixa sintaticamente no período. Caso disséssemos Com o jovem, 
teríamos um 
pleonasmo: com o jovem = com ele. 
9) Antítese 
Emprego de palavras ou expressões de sentido oposto. 
Ex.: Era cedo para alguns e tarde para outros. 
“Não és bom, nem és mau: és triste e humano.” (Olavo Bilac) 
10) Sinestesia 
Consiste numa fusão de sentidos. 
Ex.: Despertou-me um som colorido. (audição e visão) 
Era uma beleza fria. (visão e tato) 
11) Catacrese 
É a extensão de sentido que sofrem determinadas palavras na falta ou 
desconhecimento do termo apropriado. Essa extensão ocorre com base na 
analogia. Por isso, ela é uma variação da metáfora. 
Ex.: Leito do rio. Dente de alho. Barrigada perna. Céu da boca. 
Curiosas são as catacreses constituídas por verbos: embarcar num trem, 
enterrar uma agulha no dedo etc. Embarcar é entrar no barco, não no trem; 
enterrar é entrar na terra, não no dedo. 
12) Hipálage 
Adjetivação de um termo em vez de outro. 
Ex.: O nado branco dos cisnes o fascinou, (brancos são os cisnes) 
Acompanhava o vôo negro dos urubus, (negros são os urubus) 
13) Quiasmo 
Ao mesmo tempo repetição e inversão de termos, podendo haver algumas 
alterações. 
Ex.: “No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do 
caminho “(C. D. Andrade) 
“Vinhas fatigada e triste, e triste e fatigado eu vinha.” (Olavo Bilac) 
14) Silepse 
Concordância anormal feita com a idéia que se faz do termo e não com o 
próprio termo. Pode ser: 
a) de gênero 
Ex.: V Sa é bondoso. 
A concordância normal seria bondosa, já que V. Sa é do gênero feminino. 
Fez-se a concordância com a idéia que se possui, ou seja, trata-se de um 
homem. 
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9 
 
b) de número 
Ex.: O grupo chegou apressado e conversavam em voz alta. 
O segundo verbo do período deveria concordar com grupo. 
Mas a idéia de plural contida no coletivo leva o falante a botar o verbo no 
plural: conversavam. Tal concordância anormal não deve ser feita com o 
primeiro verbo. 
c) de pessoa. 
Ex.: Os brasileiros somos otimistas. 
Em princípio, dir-se-ia são, pois o sujeito é de terceira pessoa do plural. 
Mas, por estar incluído entre os brasileiros, é possível colocar o verbo na 
primeira pessoa: somos. 
15) Perífrase 
Emprego de várias palavras no lugar de poucas ou de uma só. 
Ex.: “Se lá no assento etéreo onde subiste...” (Camões) 
assento etéreo = céu. 
Morei na Veneza brasileira. 
Veneza brasileira = Recife 
Não provoque o rei dos animais. 
rei dos animais = leão. 
Obs.: Questões que envolvem perífrase pedem, freqüentemente, 
conhecimento independente do texto. 
16) Assíndeto 
Ausência de conectivo. É um tipo especial de elipse, que é a omissão de 
qualquer termo. 
Ex.: Entrei, peguei o livro, fui para a rede. 
Ligando as duas últimas orações, deveria aparecer a conjunção e. 
17) Polissíndeto 
Repetição da conjunção, geralmente e. 
Ex.: “Trejeita, e canta, e ri nervosamente.” (Padre Antônio Tomás) 
“E treme, e cresce, e brilha, e afia o ouvido, e escuta.” (Olavo Bilac) 
18) Zeugma 
Omissão de um termo, geralmente verbo, empregado anteriormente. 
Variação da elipse. 
Ex.: “A moral legisla para o homem; o direito, para o cidadão.” (Tomás 
Ribeiro) 
“São estas as tradições das nossas linhagens; estes os exemplos de 
nossos avós.” (Herculano) 
Obs. Na primeira frase, está subentendida a forma verbal legisla; na 
segunda, são. 
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10 
 
19) Apóstrofe 
Chamamento, invocação de alguém ou algo, presente ou ausente. 
Corresponde ao vocativo da análise sintática. 
Ex.: “Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?!” (Castro Alves) 
“Erguei-vos, menestréis, das púrpuras do leito!” (Guerra Junqueiro) 
20) Ironia 
Consiste em dizer-se o contrário do que se quer. É figura muito importante 
para a interpretação de textos. 
Ex.: “Moça linda bem tratada, três séculos de família, burra como uma 
porta, um amor.” (Mário de Andrade) 
Observe que, após chamar a moça de burra, o poeta encerra a estrofe com 
um aparente elogio: um amor. 
12 
21) Hipérbato 
É a inversão da ordem dos termos na oração ou das orações no período. 
Ex.: “Aberta em par estava a porta.” (Almeida Garrett) 
“Essas que ao vento vêm 
Belas chuvas de junho!” (Joaquim Cardozo) 
22) Anástrofe 
Variante do hipérbato. Consiste em se inverter a ordem natural existente 
entre o termo determinado (principal) e o determinante (acessório). 
Ex.: Sentimos do vento a carícia. 
Determinado: a carícia 
Determinante: do vento 
Obs.: Nem sempre é simples a distinção entre hipérbato e anástrofe. Há 
certa discordância entre os especialistas do assunto. 
23) Onomatopeia 
Palavra que imita sons da natureza. 
Ex.: O ribombar dos canhões nos assustava. 
Não aguentava mais aquele tique-taque insistente. 
“Não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado 
de Assis) 
24) Aliteração 
Repetição de fonemas consonantais. 
Ex.: Nem toda tarefa é tão tranquila. 
“Ruem por terra as emperradas portas.” (Bocage) 
“Os teus grilhões estrídulos estalam.” (Raimundo Correia) 
Obs.: Nos dois últimos exemplos, as aliterações procuram reproduzir, sons 
naturais, constituindo-se também em onomatopeias. 
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25) Enálage 
Troca de tempos verbais. 
Ex.: Se você viesse, ganhava minha vida mais entusiasmo, 
Agora que murcharam teus loureiros 
Fora doce em teu seio amar de novo.” (Álvares de Azevedo) 
 
Obs.: Na primeira frase, ganhava está no lugar de ganharia; na segunda, fora 
substitui seria. 
 
CAPÍTULO III 
DEZ DICAS DE COMO INTERPRETAR TEXTOS. 
 
A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo assim, temos 
vários tipos de gêneros textuais, formas de escrita; mas a grande dificuldade 
encontrada pelas pessoas é a interpretação de textos. Muitos dizem que não 
sabem interpretar, ou que é muito difícil. Concordo. Se você tem pouca leitura, 
consequentemente terá pouca argumentação, pouca visão, pouco ponto de vista 
e um grande medo de interpretar. A interpretação é o alargamento dos 
horizontes. E esse alargamento acontece justamente quando há leitura. Somos 
fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de nossas histórias, 
muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes você não leu algo e pensou: 
“Nossa, ele disse tudo que eu penso." Com certeza, várias vezes. Temos aí a 
identificação de nossos pensamentos com os pensamentos dos autores, mas 
para que aconteça, pelo menos não tenha preguiça de pensar, refletir, formar 
ideias e escrever quando puder e quiser. 
A prática das escolas em relação à escrita e interpretação tem mudado, 
mas a passos lentos, aliás como tudo que acontece na educação. Ainda temos 
professores em sala de aula que cortam a veia literária de seus alunos com 
comentários medíocres, que permitem apenas uma interpretação possível, a que 
vem no livro do professor com a tarja "uso do professor/venda proibida". 
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país é uma 
tarefa árdua, mas acredite, valerá a pena para sua vida futura. E, mesmo, que 
você diga que interpretar é difícil, você exercita isso a todo o momento. Exercita 
através de sua leitura de mundo. Você sabe, por exemplo, quando alguém lhe 
manda um olhar de desaprovação mesmo sem ter dito nada. Sabe, quando a 
menina ou o menino está a fim de você numa boate pela troca de olhares. A todo 
e qualquer tempo, em nossas vidas, interpretamos, argumentamos, expomos 
nossos pontos de vista. Mas, basta o (a) professor (a) dizer "Vamos agora 
interpretar esse texto" para que as pessoas se calem. E ninguém sabe o que 
Henrique Corleone atualizada em 2016 www.henriquecorleone.com 
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calado quer... Pois ao se calar você perde oportunidades valiosas de interagir e 
crescer no conhecimento. Perca o medo de expor suas ideias. Faça isso como 
um exercício diário mesmo e verá que antes que pense, o medo terá ido embora. 
 
Vou colocar aqui algumas dicas para quando você interpretar um texto: 
 
 
• O autor escreveu com uma intenção - tentar descobrir qual é ela é 
a chave. 
• Leia todo o texto uma primeira vez de forma despreocupada - 
assim você verá apenas os aspectos superficiais primeiro 
• Na segunda leitura observe os detalhes, visualizeem sua mente o 
cenário, os personagens - Quanto mais real for a leitura na sua mente, mais 
fácil será para interpretar o texto. 
• Duvide do(a) autor(a) - Leia as entrelinhas, perceba o que o(a) 
autor(a) te diz sem escrever no texto. 
• Não tenha medo de opinar - Já vi em sala de aula muitos alunos 
terem medo de dizer o que achavam e a resposta estaria correta se tivessem 
dito. 
• Visualize vários caminhos, várias opções e interpretações - Só não 
viaje muito na interpretação. Veja os caminhos apontados 
pela escrita do(a) autor(a). Apegue-se aos caminhos que lhe são mostrados. 
• Identifique as características físicas e psicológicas dos 
personagens - Se um determinado personagem tem como característica ser 
mentiroso, por exemplo, o que ele diz no texto poderá ser mentira não é 
mesmo? Analisar e identificar os personagens são pontos necessário para 
uma boa interpretação de texto. 
• Observe a linguagem, o tempo e espaço - A sequência dos 
acontecimentos, o feedback, conta muito na hora de interpretar. 
• Analise os acontecimentos de acordo com a época do texto - É 
importante que você saiba ou pesquise sobre a época narrada no texto, 
assim, certas contradições ou estranhamentos vistos por você podem ser 
apenas a cultura da época sendo demonstrada. 
• Leia quantas vezes achar que deve - Não entendeu? Leia de novo. 
Nem todo dia estamos concentrados e a rapidez na leitura vem com o 
hábito. 
Bem, não digo que seguindo essas dicas você agora interpretará todo texto 
que ler, mas já é um caminho. E, lembre-se: o hábito da leitura auxilia 
automaticamente a sua maneira de interpretar. 
 
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AGORA VAMOS COLOCAR EM PRÁTICA ESTAS DEZ DICAS: 
 
EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
 
COMO O REI DE UM PAÍS CHUVOSO 
 
Um espectro ronda o mundo atual: o espectro do tédio. Ele se manifesta de 
diversas maneiras. Algumas de suas vítimas invadem o “shopping center” e, 
empunhando um cartão de crédito, comprometem o futuro do marido ou da 
mulher e dos filhos. A maioria opta por ficar horas diante da TV, assistindo a 
“reality shows”, os quais, por razões que me escapam, tornam interessante para 
seu público a vida comum de estranhos, ou seja, algo idêntico à própria rotina 
considerada vazia, claustrofóbica. 
 
O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, 
julgávamos naturalmente imunizadas a seu contágio. Crianças sempre foram 
capazes de se divertir umas com as outras ou até sozinhas. Dotadas de cérebros 
que, como esponjas, tudo absorvem e de um ambiente, qualquer um, no qual 
tudo é novo, tudo é infinito, nunca lhes faltam informação e dados a processar. 
Elas não precisam ser entretidas pelos adultos, pois o que quer que estes façam 
ou deixem de fazer lhes desperta, por definição, a curiosidade natural e aguça 
seus instintos analíticos. E, todavia, os pais se veem cada vez mais compelidos 
a inventar maneiras de distrair seus filhos durante as horas ociosas destes, um 
conceito que, na minha infância, não existia. É a idéia de que, se a família os 
ocupar com atividades, os filhos terão mais facilidades na vida. 
 
Sendo assim, os pais, simplesmente, não deixam os filhos pararem. Se o mal 
em si nada tem de original e, ao que tudo indica, surgiu, assim como o medo, o 
nojo e a raiva, junto com nossa espécie ou, quem sabe, antes, também é verdade 
que, por milênios, somente uma minoria dispunha das precondições necessárias 
para sofrer dele. Falamos do homem cujas refeições da semana dependiam do 
que conseguiria caçar na segunda-feira, antes de, na terça, estar fraco o 
bastante para se converter em caça e de uma mulher que, de sol a sol, 
trabalhava com a enxada ou o pilão. Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio, 
que pressupõe ócio abundante e sistemático para se manifestar em grande 
escala. Ninguém lhe oferecia facilidades. Por isso é que, até onde a memória 
coletiva alcança, o problema quase sempre se restringia ao topo da pirâmide 
social, a reis, nobres, magnatas, aos membros privilegiados de sociedades que, 
organizadas e avançadas, transformavam a faina abusiva da maioria no luxo de 
pouquíssimos eleitos. 
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O tédio, portanto, foi um produto de luxo, e isso até tão recentemente que 
Baudelaire, para, há século e meio, descrevê-lo, comparou-se ao rei de um país 
chuvoso, como se experimentar delicadeza tão refinada elevasse socialmente 
quem não passava de “aristocrata de espírito”. 
 
Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que, previamente, 
eram raridades reservadas a uma elite mínima. E, se houve um produto que se 
difundiu com sucesso notável pelos mais inesperados andares e cantos do 
edifício social, esse produto foi o tédio. Nem se requer uma fartura de Primeiro 
Mundo para se chegar à sua massificação. Basta, a rigor, que à satisfação do 
biologicamente básico se associe o cerceamento de outras possibilidades 
(como, inclusive, a da fuga ou da emigração), para que o tempo ocioso ou inútil 
se encarregue do resto. Foi assim que, após as emoções fornecidas por Stalin e 
Hitler, os países socialistas se revelaram exímios fabricantes de tédio, único bem 
em cuja produção competiram à altura com seus rivais capitalistas. O tédio não 
é piada, nem um problema menor. Ele é central. Se não existisse o tédio, não 
haveria, por exemplo, tantas empresas de entretenimento e tantas fortunas 
decorrentes delas. Seja como for, nem esta nem soluções tradicionais (a alta 
cultura, a religião organizada) resolverão seus impasses. Que fazer com essa 
novidade histórica, as massas de crianças e jovens perpetuamente 
desempregados, funcionários, gente aposentada e cidadãos em geral 
ameaçados não pela fome, guerra ou epidemias, mas pelo tédio, algo que ainda 
ontem afetava apenas alguns monarcas? 
 
ASCHER, Nélson, Folha de S. Paulo, 9 abr. 2007, Ilustrada. (Texto adaptado) 
 
“Como o rei de um país chuvoso” 
 
1) O título do texto contém, sobretudo, 
A) uma alusão à antítese entre a facilidade de provimento das necessidades 
materiais e o vazio decorrente do ócio e da monotonia pela ausência de motivos 
por que lutar. 
B) uma comparação que trata da dificuldade de convivência entre a opulência do 
poder e a manipulação decorrente do consumismo exacerbado. 
C) uma metáfora relacionada à coabitação da angústia existencial 
contemporânea com a busca de sentidos para a vida, especialmente entre os 
membros da aristocracia. 
D) uma referência ao conflito advindo da solidão do poder, especialmente no que 
se refere ao desânimo oriundo da ausência de perspectivas para a vida em 
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sociedade. 
 
 
2) O texto NÃO menciona como causa para a presença do tédio na 
sociedade moderna 
A) a ausência de atividades físicas compulsórias relacionadas com a 
sobrevivência. 
B) a facilidade de acesso aos bens que proveem as necessidades físicas 
primárias. 
C) a limitação da mobilidade física e privação de certas liberdades. 
D) a proliferação de empresas e de espaços de lazer e de consumo. 
 
3) A alternativa em que o termo destacado NÃO está corretamente 
explicado entre parênteses é: 
A) “[...] aos membros privilegiados de sociedades que [...] transformavam a faina 
abusiva da maioria no luxo de pouquíssimos eleitos.” (linhas 30-32) (A 
CARÊNCIA, A MISÉRIA) 
B) “Basta [...] que à satisfação do biologicamente básico se associe o 
cerceamento de outras possibilidades [...]” (linhas 41-43) (A RESTRIÇÃO, A 
SUPRESSÃO) 
C) “[...] os países socialistas serevelaram exímios fabricantes do tédio[...]” 
(linhas 45- 46) (EMINENTES, PERFEITOS) 
D) “Um espectro ronda o mundo atual: o espectro do tédio.” (linha 1) (UM 
FANTASMA, UMA AMEAÇA) 
 
4) “O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, 
julgávamos naturalmente imunizadas a seu contágio.” (linhas 8-9) 
A expressão destacada pode ser substituída sem alteração significativa do 
sentido por: 
A) a uma ou duas gerações. 
B) acerca de duas gerações. 
C) há uma ou duas gerações. 
D) por uma ou duas gerações. 
 
5) “Se não existisse o tédio, não haveria, por exemplo, tantas empresas de 
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.” (linhas 47-49) 
Alterando-se os tempos verbais, haverá erro de coesão em: 
A) Não existindo o tédio, não haveria, por exemplo, tantas empresas de 
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas. 
B) Se não existe o tédio, não terá havido, por exemplo, tantas empresas de 
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entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas. 
C) Se não existir o tédio, não vai haver, por exemplo, tantas empresas de 
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas. 
D) Se não tivesse existido o tédio, não teria havido, por exemplo, tantas 
empresas de entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas. 
 
6) A supressão da vírgula implica alteração do sentido em: 
A) “Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que, 
previamente, eram raridades reservadas a uma elite mínima.” (linhas 37-38) 
Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que previamente 
eram raridades reservadas a uma elite mínima. 
B) “Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio, que pressupõe ócio abundante 
e sistemático [...]” (linhas 26-27) Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio que 
pressupõe ócio abundante e sistemático [...] 
C) “O tédio não é piada, nem um problema menor.” (linha 47) 
O tédio não é piada nem um problema menor. 
D) “[...] também é verdade que, por milênios, somente uma minoria dispunha das 
precondições necessárias [...]” (linhas 21-23) [...] também é verdade que por 
milênios somente uma minoria dispunha das precondições necessárias [...] 
 
GABARITO 
1B 2D 3A 4C 5C 6A 
 
CAPÍTULO IV 
ERROS MAIS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO TEXTUAL: 
As questões de interpretação de 
textos vêm ganhando espaço nos 
concursos públicos. Também é a 
partir de textos que as questões 
normalmente cobram a aplicação 
das regras gramaticais nos grandes 
concursos de hoje em dia. 
Por isso, é cada vez mais 
importante observar os comandos 
 (significado das palavras, aí incluídos 
homônimos, parônimos, sinônimos, 
denotação, conotação), e a 
capacidade de observação, de síntese 
e de raciocínio. 
Erros comuns de Interpretação: 
EXTRAPOLAÇÃO (viagem): 
· Ocorre quando o candidato sai 
do contexto, acrescentando ideias que 
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das questões. Normalmente o 
candidato é convidado a: 
 Identificar: 
Reconhecer elementos 
fundamentais apresentados no 
texto. 
 Comparar: 
Descobrir as relações de 
semelhanças ou de diferenças entre 
situações apresentadas no texto. 
Comentar: 
Relacionar o conteúdo apresentado 
com uma realidade, opinando a 
respeito. 
Resumir: 
Concentrar as ideias centrais em um 
só parágrafo. 
Parafrasear: 
Reescrever o texto com outras 
palavras. 
Continuar: 
Dar continuidade ao texto 
apresentado, mantendo a mesma 
linha temática. 
São condições básicas para o 
candidato interpretar textos: o 
não estão no texto, normalmente 
porque já conhecia o tema por uso de 
sua imaginação criativa. 
· Portanto, é proibido viajar. 
REDUÇÃO: 
· É o oposto da extrapolação. 
· Dá-se atenção apenas a um ou 
outro aspecto, esquecendo-se de que 
o texto é um conjunto de ideias. 
CONTRADIÇÃO: 
· É comum as alternativas 
apresentarem ideias contrárias às do 
texto, fazendo o candidato chegar a 
conclusões equivocadas, de modo a 
errar a questão. 
· Portanto, internalize as ideias do 
autor e ponha-se no lugar dele. 
· Só contradiga o autor se isso for 
solicitado no comando da questão. 
Exemplo: “Indique a alternativa que 
apresenta idéia contrária à do texto” 
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conhecimento histórico (aí incluída a 
prática da leitura), o conhecimento 
gramatical e semântico 
Cada vez torna-se mais usada a interpretação de textos em testes 
importantes, como vestibular, concursos públicos e provas de proficiência. 
Eles costumam ser o “bicho-papão” que apavora os alunos, mas não deveria 
ser assim, já que provavelmente são a única parte do teste que já traz suas 
próprias respostas, bastando que o aluno as encontre. 
Antes de interpretar um texto o aluno deve entender que tipo de análise está 
sendo proposto. Basicamente existem dois tipos de análise: 
Subjetiva 
 
Nesse tipo de análise pede-se que o aluno responda o que ele pensou, sua 
opinião e deduções sobre o texto. A margem de acerto é mais elástica, sendo 
permitida uma variação maior nas respostas, mas por ser também mais difícil 
de corrigir devido à sua subjetividade é pouco frequente o encontrarmos em 
provas importantes, como vestibular ou concursos públicos. Costuma ser 
mais empregado no primeiro ou segundo graus, quando a meta a ser atingida 
é que o aluno aprenda a escrever e ordenar ideias, ou aprender figuras de 
linguagem e emprego de vocabulário mais rico. 
Nesse tipo de análise existem questões como: 
Quando o autor diz “sentado à beira do caminho”, o que você acha que ele 
quis dizer? 
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Como se vê, é pedida uma conclusão ou opinião do aluno, o que é comum 
nesse tipo de análise. Esse tipo de análise pode ser apresentado como 
múltipla escolha ou dissertativo. 
Objetiva 
Esse é o tipo de análise mais usado hoje em provas oficiais, pede-se que seja 
citado exatamente o que constava do texto, explícita ou implicitamente. 
Exemplo: 
No texto consta: “Maria costumava chegar atrasada no início da semana.” 
Questão: Qual era o problema de Maria? 
Nesse caso a resposta pode estar explícita se a alternativa correta for “chegar 
atrasada no início da semana” ou implícita se for “chegar atrasada às 
segundas”. Apesar de a segunda hipótese (chegar atrasada às segundas) não 
estar literalmente contida no texto, ela está implícita, uma vez que segunda-
feira é o início da semana. 
Tome cuidado nesse tipo de análise para citar exatamente o que está no texto. 
Muitas alternativas são semelhantes, mas escolha sempre aquela que mais se 
aproxima ao texto em significado. Na análise objetiva de um texto científico 
sobre assunto específico, cite apenas o que está no texto. 
Análises sobre assuntos muito debatidos e atuais costumam prejudicar o 
aluno porque muitas vezes há alternativas com elementos que não estão no 
texto mas são informações que o aluno já tinha anteriormente sobre o 
assunto. 
Tome também cuidado porque não se pedem respostas “morais”, ou seja, 
não se leva em conta a sua opinião, e sim o que o autor escreveu. Se o texto 
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é sobre o aborto e lá constar que “o aborto é a melhor solução quando a mãe 
é de uma família de baixa renda” é isso que você deve colocar como resposta 
na questão: 
“Segundo o autor, qual a melhor solução para grávidas de famílias de baixa 
renda?” 
 
Não importa o que você acha, o queimporta é apenas interpretar o texto, 
portanto se você é contra o aborto, nada de marcar outra resposta que não 
seja “o aborto“. 
Erros comuns na interpretação objetiva 
Os alunos pecam essencialmente por: 
1- Excesso – algumas alternativas vão além do que está no texto, induzindo 
o aluno desatento ao erro. 
No texto: “Maria estava muito triste.” 
Resposta incorreta: Maria estava muito triste e chorou. 
Note que no texto não se disse que ela chorou. O fato de o início da frase ser 
semelhante à frase do texto induz o aluno ao erro, pois ele lê apenas o 
começo da frase, não percebendo que o final “e chorou” é uma informação 
não contida no texto. 
2- Falta de elementos importantes – o aluno assinala uma resposta 
incompleta em relação ao que está sendo pedido. 
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No texto: “Maria costumava chegar atrasada ao trabalho às segundas” 
 
Resposta incorreta: “Maria costumava se atrasar às segundas.” 
Antes de assinalar essa resposta, veja se não há outra especificando que ela 
chegava atrasada ao trabalho, pois o texto não sugere que ela chegue 
atrasada a outros lugares, apenas ao trabalho. 
3- Semelhança – por conter muitas palavras semelhantes ao texto o aluno 
assinala respostas cujo sentido é um pouco ou totalmente divergente do que 
está escrito. 
No texto: “Maria às vezes chegava atrasada ao trabalho.” 
Resposta incorreta: “Maria sempre chegava atrasada ao trabalho.” 
Nesse tipo de questão costuma haver uma alternativa, que mesmo não 
contendo exatamente as mesmas palavras do texto, é semelhante em seu 
sentido. A resposta correta poderia ser, por exemplo: “Maria nem sempre 
chegava ao trabalho no horário.” 
 
Se dizemos que Maria chegava atrasada às vezes e se dizemos que ela nem 
sempre chegava no horário, o significado é basicamente o mesmo. 
Conclusão 
Da próxima vez em que for analisar um texto, lembre-se de não incorrer 
nesses erros e preste muita atenção ao que está sendo pedido, pois algumas 
questões costumam ser fatais se você não ler o enunciado. São comuns 
enunciados como abaixo: 
• Assinale o que não foi citado no texto. 
• Segundo o texto, o que é falso. 
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Veja que nesse tipo de questão você terá que encontrar exatamente o 
contrário do que está no texto. 
EXERCÍCIOS: 
TEXTO I 
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto 
é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso 
vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar 
diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, 
mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o 
escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua 
morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o 
Pentateuco. (Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas) 
 
1) Pode-se afirmar, com base nas idéias do autor-personagem, que se trata: 
a) de um texto jornalístico 
b) de um texto religioso 
c) de um texto científico 
d) de um texto autobiográfico 
e) de um texto teatral 
 
2) Para o autor-personagem, é menos comum: 
a) começar um livro por seu nascimento. 
b) não começar um livro por seu nascimento, nem por sua morte. 
c) começar um livro por sua morte. 
d) não começar um livro por sua morte. 
e) começar um livro ao mesmo tempo pelo nascimento e pela morte. 
 
3) Deduz-se do texto que o autor-personagem: 
a) está morrendo. 
b) já morreu. 
c) não quer morrer. 
d) não vai morrer. 
e) renasceu. 
 
4) A semelhança entre o autor e Moisés é que ambos: 
a) escreveram livros. 
b) se preocupam com a vida e a morte. 
c) não foram compreendidos. 
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d) valorizam a morte. 
e) falam sobre suas mortes. 
 
5) A diferença capital entre o autor e Moisés é que: 
a) o autor fala da morte; Moisés, da vida. 
b) o livro do autor é de memórias; o de Moisés, religioso. 
c) o autor começa pelo nascimento; Moisés, pela morte. 
d) Moisés começa pelo nascimento; o autor, pela morte. 
e) o livro do autor é mais novo e galante do que o de Moisés. 
 
6) Deduz-se pelo texto que o Pentateuco: 
a) não fala da morte de Moisés. 
b) foi lido pelo autor do texto. 
c) foi escrito por Moisés. 
d) só fala da vida de Moisés. 
e) serviu de modelo ao autor do texto. 
 
7) Autor defunto está para campa, assim como defunto autor para: 
a) intróito 
b) princípio 
c) cabo 
d) berço 
e) fim 
 
8) Dizendo-se um defunto autor, o autor destaca seu (sua): 
a) conformismo diante da morte ; 
b) tristeza por se sentir morto 
c) resistência diante dos obstáculos trazidos pela nova situação 
d) otimismo quanto ao futuro literário 
e) atividade apesar de estar morto 
 
TEXTO II 
Segunda maior produtora mundial de embalagem longa vida, a SIG Combibloc, 
principal divisão do grupo suíço SIG, prepara a abertura de uma fábrica no Brasil. 
A empresa, responsável por 1 bilhão do 1,5 bilhão de dólares de faturamento do 
grupo, chegou ao país há dois anos disposta 5 a brigar com a líder global, Tetrapak, 
que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado. Os estudos para a 
implantação da fábrica foram recentemente concluídos e apontam para o Sul do 
país, pela facilidade logística junto ao Mercosul. Entre os oito atuais clientes da 
Combibloc na região estão a Unilever, com a marca de atomatado Malloa, no Chile, 
e a 10 italiana Cirio, no Brasil. (Denise Brito, na Exame, dez./99) 
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9) Segundo o texto, a SIG Combibloc: 
a) produz menos embalagem que a Tetrapak. 
b) vai transferir suas fábricas brasileiras para o Sul. 
c) possui oito clientes no Brasil. 
d) vai abrir mais uma fábrica no Brasil. 
e) possui cliente no Brasil há dois anos, embora não esteja instalada no país. 
 
10) Segundo o texto: 
a) O Mercosul não influiu na decisão de instalar uma fábrica no Sul. 
b) a SIG Combibloc está entrando no ramo de atomatado. 
c) a empresa suíça SIG ocupa o 2o lugar mundial na produção de embalagem longa 
vida. 
d) a Unilever é empresa chilena. 
e) a SIG Combibloc detém 2/3 do faturamento do grupo. 
 
11) Os estudos apontam para o Sul porque: 
a) o clima favorece a produção de embalagens longa vida. 
b) está próximo aos demais países que compõem o Mercosul. 
c) a Cirio já se encontra estabelecida ali. -v-.v. 
d) nos países do Mercosul já há clientes da Combibloc. 
e) o Sul é uma região desenvolvida e promissora. 
 
12) “...que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado.” (/. 5-6) Das 
alterações feitas nessa passagem do texto, a que não mantém o sentido original 
é: 
a) a qual detém cerca de 80% dos negócios em tal mercado. 
b) que possui perto de 80% dos negócios nesse mercado. 
c) que detém aproximadamente 80% dos negócios em tais mercados. 
d) a qual possui aproximadamente 80% dos negócios nesse mercado. 
e) a qual detém perto de 80% dos negócios nesse mercado. 
 
13) “...e apontam para o Sul do país...” O trecho destacado só não pode ser 
entendido, no texto, como: 
a) e indicam o Sul do pai 
b) e recomendam o Sul do país 
c) e incluem o Sul do país 
d) e aconselham o Sul do país 
e) e sugerem o Sul do país 
TEXTO III 
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no 
desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram,eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, 
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na pesca, em determinados ofícios 5 mecânicos e na criação do gado. 
Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a 
exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos 
sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade forçada e sem vigilância 
e fiscalização de estranhos. (Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) 
14) Segundo o autor, os antigos moradores da terra: 
a) foram o fator decisivo no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. 
b) colaboravam com má vontade na caça e na pesca. 
c) não gostavam de atividades rotineiras. 
d) não colaboraram com a indústria extrativa. 
e) levavam uma vida sedentária. 
 
15) “Trabalho acurado” (l. 6) é o mesmo que: 
a) trabalho apressado 
b) trabalho aprimorado 
c) trabalho lento 
d) trabalho especial 
e) trabalho duro 
 
16) Na expressão “tendência espontânea” (/. 7), temos uma(a): 
a) ambiguidade 
b) cacofonia 
c) neologismo 
d) redundância 
e) arcaísmo 
 
17) Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: 
a) os portugueses 
b) os negros 
c) os índios 
d) tanto os índios quanto os negros 
e) a miscigenação de portugueses e índios 
 
18) Pelo visto, os antigos moradores da terra não possuíam muito (a): 
a) disposição 
b) responsabilidade 
c) inteligência 
d) paciência 
e) orgulho 
 
TEXTO III 
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Com todo o aparato de suas hordas guerreiras, não conseguiram as bandeiras 
realizar jamais a façanha levada a cabo pelo boi e pelo vaqueiro. Enquanto que 
aquelas, no desbravar, sacrificavam indígenas aos milhares, 
despovoando sem fixarem-se, estes foram 5 pontilhando de currais os desertos 
trilhados, catequizando o nativo para seus misteres, detendo-se, enraizando-se. 
No primeiro caso era o ir e voltar; no segundo, era o ir-e-ficar. E assim foi o curral 
precedendo a fazenda e o engenho, o vaqueiro e o lavrador, realizando uma obra 
de conquista dos altos sertões, exclusive a pioneira. (José Alípio Goulart, in Brasil 
do Boi) 
19) Segundo o texto: 
a) tudo que as bandeiras fizeram foi feito também pelo boi e pelo vaqueiro. 
b) o boi e o vaqueiro fizeram todas as coisas que as bandeiras fizeram. 
c) nem as bandeiras nem o boi e o vaqueiro alcançaram seus objetivos. 
d) o boi e o vaqueiro realizaram seu trabalho porque as bandeiras abriram o 
caminho. 
e) o boi e o vaqueiro fizeram coisas que as bandeiras não conseguiram fazer. 
 
20) Com relação às bandeiras, não se pode afirmar que: 
a) desbravaram 
b) mataram 
c) catequizaram 
d) despovoaram 
e) não se fixaram 
 
21) Os índios foram: 
a) maltratados 
b) aviltados 
c) expulsos 
d) presos 
e) massacrados 
 
22) O par que não caracteriza a oposição existente entre as bandeiras e o 
boi e o vaqueiro é: 
a) aquelas (/. 3) / estes (/. 4) 
b) ir-e-voltar (/. 6/7) / ir-e-ficar (/. 7) 
c) no primeiro caso (/. 6) / no segundo (/. 7) 
d) enquanto (/. 3) / e assim [1.7) 
e) despovoando (/. 4) / pontilhando (/. 5) 
 
23) “...catequizando o nativo para seus misteres...” Das alterações feitas na 
passagem acima, a que altera basicamente o seu sentido é: 
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a) doutrinando o indígena para seus misteres 
b) catequizando o aborigine para suas atividades 
c) evangelizando o nativo para seus ofícios 
d) doutrinando o nativo para seus cuidados 
e) catequizando o autóctone para suas tarefas 
 
24) O elemento conector que pode substituir a preposição com (/. 1), 
mantendo o sentido e a coesão textual, é: 
a) mesmo 
b) não obstante 
c) de 
d) a respeito de 
e) graças a 
 
25) “...o aparato de suas hordas guerreiras...” sugere que as conquistas dos 
bandeirantes ocorreram com: 
a) organização e violência 
b) rapidez e violência 
c) técnica e profundidade 
d) premeditação e segurança 
e) demonstrações de racismo e violência 
GABARITO 
1.D 2.C 3.B 4.E 5.D 6.C 7.D 8.E 9.E 10.E 
11.B 12.C 13.C 14.C 15.B 16.D 17.C 18.B 19.E 20.C 
21.E 22.D 23.D 24.B 25.A 
 
CAPÍTULO V 
ORTOGRAFIA: 
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia 
correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão 
culto da língua. 
 
As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial 
no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo 
significados diferentes. Essas palavras são chamadas 
de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, 
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do latim, significa música vocal). As palavras 
homônimas dividem-se em homógrafas, quando tem a 
mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do 
singular do verbo gostar) e homófonas, quando tem o 
mesmo som (paço, palácio ou passo, movimento 
durante o andar). 
 
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se 
observar as seguintes regras: 
 
O fonema s: 
 
Escreve-se com S e não com C/Ç: 
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta das palavras. Essa grafia baseia-
se no padrão culto da língua. 
As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no que se refere a sua grafia e 
pronúncia, mesmo tendo significados diferentes. Essas palavras são chamadas de homônimas 
(canto, do grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal). As palavras 
homônimas dividem-se em homógrafas, quando tem a mesma grafia (gosto, substantivo e 
gosto, 1ª pessoa do singular do verbo gostar) e homófonas, quando tem o mesmo som (paço, 
palácio ou passo, movimento durante o andar). 
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se observar as seguintes regras: 
O fonema s: 
Escreve-se com S e não com C/Ç: 
• as palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e 
sent. 
Exemplos: pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - 
inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo / 
compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir - 
sensível / consentir - consensual 
Escreve-se com SS e não com C e Ç: 
impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / 
regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso / submeter - submissão 
• quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por s 
Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir - ressurgir 
• no pretérito imperfeito simples do subjuntivo 
Exemplos: ficasse, falasse 
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS: 
• os vocábulos de origem árabe: 
Exemplos: cetim, açucena, açúcar 
• os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica 
Exemplos: cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique 
• os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu. 
Exemplos: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço 
• nomes derivados do verbo ter. 
Exemplos: abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção 
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• após ditongos 
Exemplos: foice, coice, traição 
 
OBSEVAÇÃO: 
• os nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com 
verbos terminados por tir ou meter 
Exemplos: agredir - agressivo / imprimir 
• os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos etítulos 
nobiliárquicos. 
Exemplos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc. 
• os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose. 
Exemplos: catequese, metamorfose. 
• as formas verbais pôr e querer. 
Exemplos: pôs, pus, quisera, quis, quiseste. 
• nomes derivados de verbos com radicais terminados em d. 
Exemplos: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difundir - difusão 
• os diminutivos cujos radicais terminam com s 
Exemplos: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho 
• após ditongos 
Exemplos: coisa, pausa, pouso 
• em verbos derivados de nomes cujo radical termina com s. 
Exemplos: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar 
 
Escreve-se com Z e não com S: 
• os sufixos ez e eza das palavras derivadas de adjetivo 
Exemplos: macio - maciez / rico - riqueza 
• os sufixos izar (desde que o radical da palavra de origem não termine com s) 
Exemplos: final - finalizar / concreto - concretizar 
• como consoante de ligação se o radical não terminar com s. 
Exemplos: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho 
 
• palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r) 
Exemplos: marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção 
 
Escreve-se com J e não com G: 
• as palavras de origem latinas 
Exemplos: jeito, majestade, hoje. 
• as palavras de origem árabe, africana ou exótica. 
Exemplos: alforje, jibóia, manjerona. 
• as palavras terminada com aje. 
Exemplos: laje, ultraje 
 
Observação 
Exceção: pajem 
• as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio. 
Exemplos: sufrágio, sortilégio, litígio, relógio, refúgio. 
• os verbos terminados em ger e gir. 
Exemplos: eleger, mugir. 
• depois da letra "r" com poucas exceções. 
Exemplos: emergir, surgir. 
• depois da letra a, desde que não seja radical terminado com j. 
Exemplos: ágil, agente. 
 
O fonema j: 
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Escreve-se com G e não com J: 
• as palavras de origem grega ou árabe 
Exemplos: tigela, girafa, gesso. 
• estrangeirismo, cuja letra G é originária. 
Exemplos: sargento, gim. 
• as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções) 
Exemplos: imagem, vertigem, penugem, bege, foge. 
 
O fonema ch: 
Escreve-se com X e não com CH: 
• as palavras de origem tupi, africana ou exótica. 
Exemplo: abacaxi, muxoxo, xucro. 
• as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J). 
Exemplos: xampu, lagartixa. 
• depois de ditongo. 
Exemplos: frouxo, feixe. 
• depois de en. 
Exemplos: enxurrada, enxoval 
Observação: 
Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) 
 
Escreve-se com CH e não com X: 
• as palavras de origem estrangeira 
Exemplos: chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha. 
As letras e e i: 
• os ditongos nasais são escritos com e: mãe, põem. Com i, só o ditongo interno cãibra. 
 
Parônimos e Homônimos 
 
Parônimos: são palavras que apresentam significados diferentes embora sejam parecidas na 
grafia ou na pronúncia. 
“Estória” é a grafia antiga de “história” e essas palavras possuem significados diferentes. Quando 
dizemos que alguém nos contou uma estória, nos referimos a uma exposição romanceada de 
fatos imaginários, narrativas, contos ou fábulas; já quando dizemos que fizemos prova de 
história, nos referimos a dados históricos, que se baseiam em documentos ou testemunhas. 
Ambas as palavras constam no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia 
Brasileira de Letras. Porém, atualmente, segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua 
Portuguesa, é recomendável usar a grafia “história” para denominar ambos os sentidos. 
Outros exemplos: Flagrante (evidente) / fragrante (perfumado) 
Mandado (ordem judicial) / mandato (procuração) 
Inflação (alta dos preços) / infração (violação) 
Eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer) 
Arrear (pôr arreios) / arriar (descer, cair) 
 
Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, mas significados diferentes. 
Acender (pôr fogo) / ascender (subir) 
Estrato (camada) / extrato (o que se extrai de) 
Bucho (estômago) / buxo (arbusto) 
Espiar (observar) / expiar (reparar falta mediante cumprimento de pena) 
 
 
 
Por que / Por quê / Porque ou Porquê? 
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Existem várias formas de diferenciar a forma exata de utilizar os porquês, entenda em quais 
situações utilizar cada um. 
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a seguir, 
pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão a respeito 
desse assunto. 
 
Por que 
O por que tem dois empregos diferenciados:Quando for a junção da reposição por + pronome 
interrogativo ou indefinido que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”: 
Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão) 
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo) Quando for a junção da preposição por + 
pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, 
pelos quais, pelas quais. Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual) 
 
Por quê 
Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá vir 
acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”. 
 
Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê? 
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro. 
 
 
Porque 
 
É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”. 
 
Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois) 
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que) 
 
Porquê 
 
É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, 
pronome, adjetivo ou numeral. 
 
Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo) 
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão) 
 
O emprego do hífen 
O hífen representa um sinal gráfico, cujas funções estão associadas a uma infinidade de 
ocorrências linguísticas, tais como: 
 
ligar palavras compostas; 
- fazer a junção entre pronomes oblíquos e algumas formas verbais, 
representadas pela mesóclise e ênclise; 
- separar as sílabas de um dado vocábulo; 
 
- ligar algumas palavras precedidas de prefixos. 
Com o advento da Nova Reforma Ortográfica, houve algumas mudanças em relação à 
sua aplicabilidade. Sendo assim, dada a complexidade que se atribui ao sinal em 
questão, o presente artigo tem por finalidade evidenciá-las, procurando enfatizar, em 
alguns casos, o que antes prevalecia e o que atualmente vigora. Mediante tais 
pressupostos, constatemos, pois: 
Circunstâncias linguísticas a que se deve o emprego do hífen: 
# O hífen passa a ser usado quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra 
começa com a mesma vogal. 
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Antes Depois 
antiinflamatório Anti-inflamatório 
Antiinflacionário Anti-inflacionário 
microondas Micro-ondas 
Microorganismo Micro-organismo 
Nota importante: 
- Essa regra padroniza algumas exceções já vigentes antes do Acordo. 
auto-observação – auto-ônibus – contra-atacar 
 
 
- Tal regra não se aplica aos prefixos “-co”, “-pro”, “-re”, mesmo que a segunda palavra 
comece com a mesma vogal que termina o prefixo. 
coobrigar – coadquirido - coordenar – reeditar – proótico - proinsulina... 
# Com prefixos, emprega-se o hífen diante de palavras iniciadas com “h”. 
anti-higiênico – anti-histórico – co-herdeiro - extra-humano – pró-hidrotópico - super-
homem... 
# Emprega-se o hífen quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra 
começar com a mesma consoante. 
inter-regional – sub-bibliotecário – super-resistente...# Com o prefixo “-sub”, diante de palavras iniciadas por “r”, usa-se o hífen. 
sub-regional – sub-raça – sub-reino... 
# Diante dos prefixos “-além, -aquém, -bem, -ex, -pós, -recém, -sem, - vice, usa-se o 
hífen. 
além-mar – aquém-mar – recém-nascido – sem-terra – vice-diretor... 
# Diante do advérbio “mal” , quando a segunda palavra começar por vogal ou “h”, o hífen 
está presente. 
mal-humorado – mal-intencionado – mal-educado... 
# Com os prefixos “-circum” e “-pan”, diante de palavras iniciadas por “vogal, m, n ou h”, 
emprega-se o hífen. 
circum-navegador - pan-americano – circum-hospitalar – pan-helenismo... 
# Usa-se o hífen em casos relacionados à ênclise e à mesóclise. 
 
entregá-lo – amar-te-ei – considerando-o... 
# Com sufixos de origem tupi-guarani, representados por “-açu”, “-guaçu”, “-mirim”, usa-se o 
hífen. 
jacaré-açu – cajá-mirim – amoré-guaçu... 
Casos em que não se emprega o hífen: 
# Não se usa mais o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar por 
uma vogal diferente. 
Antes Depois 
Auto-avaliação Autoavaliação 
Auto-escola Autoescola 
Auto-estima Autoestima 
Co-autor Coautor 
Infra-estrutura Infraestrutura 
Semi-arido semiarido 
Nota importante: 
- Essa nova regra padroniza algumas exceções existentes antes do Acordo. 
 
aeroespacial – antiamericano – socioeconômico... 
# Não se usa mais o hífen em determinadas palavras que perderam a noção de composição. 
Antes Depois 
Manda-chuva Mandachuva 
Pára-quedas Paraquedas 
Pára-quedista paraquedista 
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Observação: 
 - O hífen ainda permanece em palavras compostas desprovidas de elemento de ligação, como 
também naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas. 
azul-escuro – bem-te-vi – couve-flor – guarda-chuva – erva-doce – pimenta-de-cheiro... 
# Não se emprega mais o hífen em locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, 
adverbiais, prepositivas ou conjuntivas. 
fim de semana – café com leite... 
 
Exceções: 
O hífen ainda permanece em alguns casos, expressos por: 
 
água-de- colônia – água-de-coco – cor-de-rosa... 
 
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS 
Para analisar a formação de uma palavra, deve-se procurar a origem dela. Caso seja formada 
por apenas um radical, diremos que foi formada por derivação; por dois ou mais radicais, 
composição. São os seguintes os processos de formação de palavras: Derivação: 
Formação de novas palavras a partir de apenas um radical. 
Derivação Prefixal 
Acréscimo de um prefixo à palavra primitiva; também chamado de prefixação. 
Por exemplo: antepasto, reescrever, infeliz. 
Derivação Sufixal 
Acréscimo de um sufixo à palavra primitiva; também chamado de sufixação. 
Por exemplo: felizmente, igualdade, florescer. 
Derivação Prefixal e Sufixal 
Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, em tempos diferentes; também chamado de prefixação 
e sufixação. 
Por exemplo: infelizmente, desigualdade, reflorescer. 
Derivação Parassintética 
Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, simultaneamente; também chamado deparassíntese. 
Por exemplo: envernizar, enrijecer, anoitecer. 
Obs.: A maneira mais fácil de se estabelecer a diferença entre Derivação Prefixal e Sufixal e 
Derivação Parassintética é a seguinte: retira-se o prefixo; se a palavra que sobrou existir, será 
Der. Pref. e Suf.; caso contrário, retira-se, agora, o sufixo; se a palavra que sobrou existir, será 
Der. Pref. e Suf.; caso contrário, será Der. Parassintética. Por exemplo, retire o prefixo de 
envernizar: não existe a palavra vernizar; agora, retire o sufixo: também não existe a palavra 
enverniz. Portanto, a palavra foi formada por Parassíntese. 
Derivação Regressiva 
É a retirada da parte final da palavra primitiva, obtendo, por essa redução, a palavra 
derivada. 
Por exemplo: do verbo debater, retira-se a desinência de infinitivo -r: formou-se o 
substantivo debate. 
Formação de novas palavras a partir de dois ou mais radicais. 
Composição por justaposição 
Na união, os radicais não sofrem qualquer alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao 
se unirem os radicais ponta e pé, obtém-se a palavra pontapé. O mesmo ocorre 
commandachuva, passatempo, guarda-pó. 
Composição por aglutinação 
Na união, pelo menos um dos radicais sofre alteração em sua estrutura. Por exemplo: 
ao se unirem os radicais água e ardente, obtém-se a palavra aguardente, com o 
desaparecimento do a. O mesmo acontece com embora (em boa 
hora), planalto (plano alto). 
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Hibridismo 
É a formação de novas palavras a partir da união de radicais de idiomas diferentes. 
Por exemplo: automóvel, sociologia, sambódromo, burocracia. 
Onomatopéia 
Consiste em criar palavras, tentando imitar sons da natureza. Por exemplo: zunzum, 
cricri, tiquetaque, pingue-pongue. 
Abreviação Vocabular 
Consiste na eliminação de um segmento da palavra, a fim de se obter uma forma mais 
curta. 
Por exemplo: de extraordinário forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; 
de cinematografia, cinema ou cine. 
Neologismo semântico 
Forma-se uma palavra por neologismo semântico, quando se dá um novo significado, 
somado ao que já existe. 
Por exemplo, a palavra legal significa dentro da lei; a esse significado somamos 
outro:pessoa boa, pessoa legal. 
Empréstimo linguístico 
É o aportuguesamento de palavras estrangeiras; se a grafia da palavra não se modifica, 
ela deve ser 
escrita entre aspas. Por exemplo: estresse, estande, futebol, bife, "show", xampu, 
"shopping center". 
Siglas 
As siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma sequência de 
palavras que constitui um nome. 
Por exemplo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); IPTU (Imposto 
Predial, Territorial e Urbano). 
 
ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras estabelecidas pela 
Gramática Normativa. Esta compõe-se de algumas particularidades, às quais devemos 
estar atentos, procurando estabelecer uma relação de familiaridade e, 
consequentemente, colocando-as em prática na linguagem escrita. 
 
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de redigir, 
automaticamente aprimoramos essas competências, e tão logo nos adequamos à forma 
padrão. 
 
Em se tratando do referido assunto, devemos nos ater à questão das Novas Regras 
Ortográficas da Língua Portuguesa, as quais entraram em vigor desde o dia 1º de 
janeiro de 2009. E como toda mudança implica em adequação, o ideal é que façamos 
uso das novas regras o quanto antes. 
O estudo exposto a seguir visa aprofundar nossos conhecimentos no que 
se refere à maneira correta de grafarmos as palavras, levando em consideração 
as regras de acentuação por elas utilizadas. Lembrando que elas já estão 
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voltadas para o novo acordo ortográfico. 
 
Regras básicas – Acentuação tônica 
 
A acentuação tônica implica na intensidade com que são pronunciadas as sílabas das 
palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. 
 
As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas deátonas. 
 
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como: 
 
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba. 
 
Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel 
 
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na penúltima sílaba. 
 
Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível 
 
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na antepenúltima 
sílaba. 
 
Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus 
 
Como podemos observar,mediante todos os exemplos mencionados, os vocábulos 
possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba 
somente: são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados, apresentam certa 
diferenciação quanto à intensidade. 
 
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em uma dada sequência de 
palavras. Assim como podemos observar no exemplo a seguir: 
 
“Sei que não vai dar em nada, 
Seus segredos sei de cor”. 
 
Os monossílabos ora em destaque, classificam-se como tônicos; os demais, como 
átonos (que, em, de). 
 
Acentuação gráfica 
 
Os acentos 
 
# acento agudo (´) – Colocado sobre as letras "a", "i", "u" e sobre o "e" do grupo “em” 
indica que estas letras representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, 
público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto. 
 
Ex.: herói – médico – céu 
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# acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o”, indica além da 
tonicidade, timbre fechado: 
 
Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs 
 
# acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes. 
 
Ex.: à – às – àquelas – àqueles 
 
# O trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras. Há 
uma exceção: é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. 
 
Ex.: mülleriano (de Müller) 
 
# O til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais. 
 
Ex.: coração – melão – órgão – ímã 
 
Regras fundamentais: 
 
Palavras oxítonas: 
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: "a", "e", "o", "em", seguidas ou não 
do plural(s): 
 
Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s) 
 
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos: 
 
Monossílabos tônicos terminados em "a", "e", "o", seguidos ou não de “s”. 
 
Ex.: pá – pé – dó – há 
 
Formas verbais terminadas em "a", "e", "o" tônicos, seguidas de lo, la, los, lãs. 
 
respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo 
 
Paroxítonas: 
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: 
 
- i, is 
 
táxi – lápis – júri 
 
- us, um, uns 
 
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vírus – álbuns – fórum 
 
- l, n, r, x, ps 
 
automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps 
 
- ã, ãs, ão, ãos 
 
ímã – ímãs – órfão – órgãos 
 
-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”. 
 
água – pônei – mágoa – jóquei 
 
Regras especiais: 
 
#Os ditongos de pronúncia aberta "ei", "oi", que antes eram acentuados, perderam o 
acento de acordo com a nova regra. 
Ex.: 
Antes Agora 
Assembléia Assembleia 
Idéia Ideia 
Geléia Geleia 
Jibóia Jiboia 
Apóia (verbo apoiar) Apoia 
Paranóico Paranoico 
 
Observação importante – O acento das palavras herói, anéis, fiéis ainda permanece. 
# Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados ou não de "s", haverá 
acento: 
 
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís 
 
Observação importante: 
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem depois 
de ditongo: 
Ex.: 
Antes Agora 
bocaiúva bocaiuva 
feiúra feiura 
Sauípe Sauipe 
# O acento pertencente aos hiatos “oo” e “ee” que antes existia, agora foi abolido. Ex.: 
 
Antes Agora 
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crêem creem 
lêem leem 
vôo voo 
enjôo enjoo 
 
#Não se acentuam o "i" e o "u" que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba, 
de l, m, n, r ou z: 
Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz 
 
#Não se acentuam as letras "i" e "u" dos hiatos se estiverem seguidas do dígrafo nh: 
 
ra-i-nha, ven-to-i-nha. 
 
#Não se acentuam as letras "i" e "u" dos hiatos se vierem precedidas de vogal 
idêntica: 
 
xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba 
 
No entanto, tratando-se de palavra proparoxítona haverá o acento, já que a regra de 
acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos: 
 
fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo 
 
# As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido 
de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i" não serão mais acentuadas. 
Ex.: 
 
Antes Depois 
apazigúe (apaziguar) apazigue 
averigúe (averiguar) averigue 
argúi (arguir) argui 
 
 
 
# Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do plural de: 
ele tem – eles têm 
ele vem – eles vêm 
# A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster. 
ele contém – eles contêm 
ele obtém – eles obtêm 
ele retém – eles retêm 
ele convém – eles convêm 
 
# Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram acentuadas para 
diferenciá-las de outras semelhantes. Apenas em algumas exceções, como: 
 
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo 
indicativo) ainda continua sendo acentuada para diferenciar-se depode (terceira 
pessoa do singular do presente do indicativo). 
 
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da preposição por. 
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Palavras homógrafas 
 
pola (ô) substantivo – pola (ó) substantivo 
polo (s) (substantivo) - polo (s) (contração de por + o) 
pera (substantivo) - pera (preposição antiga) 
para (verbo) - para (preposição) 
pelo(s) (substantivo) - pelo (do verbo pelar) 
pela, pelas (substantivo e verbo) - pela,pelas (contração de preposição +artigo) 
SINAIS DE PONTUAÇÃO 
Os sinais de pontuação representam 
os recursos atribuídos à escrita. Dentre 
suas muitas finalidades, está a de 
reproduzir pausas e entonações da 
fala. 
Para que servem os sinais de 
pontuação? No geral, para 
representar pausas na fala, nos casos 
do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou 
entonações, nos casos do ponto de 
exclamação e de interrogação, por 
exemplo. 
Além de pausa na fala e entonação da 
voz, os sinais de pontuação 
reproduzem, na escrita, nossas 
emoções, intenções e anseios. 
Vejamos aqui alguns empregos: 
1. Vírgula (,) 
É usada para: 
a) separar termos que possuem 
mesma função sintática na oração: 
O menino berrou, chorou, 
esperneou e, enfim, dormiu. 
Nessa oração, a vírgula separa os 
verbos. 
b) isolar o vocativo: Então, minha 
cara, não há mais o que se dizer! 
 
c) isolar o aposto: O João, ex-
integrante da comissão, veio assistir à 
reunião. 
d) isolar termos antecipados, como 
complemento ou adjunto: 
1. Uma vontade indescritível de beber 
água, eu senti quando olhei para 
aquele copo suado! (antecipação de 
complemento verbal) 
2. Nada se fez, naquele momento, para 
que pudéssemos sair! (antecipação de 
adjunto adverbial) 
confraternização? 
b) Para indicar surpresa, expressar 
indignação ou atitude de expectativa 
diante de uma determinada 
situação: 
O quê? não acredito que você tenha 
feito isso! (atitude de indignação) 
Não esperava que fosse receber 
tantos elogios! Será que mereço 
tudo isso? (surpresa) 
Henrique Corleone atualizada em 2016 www.henriquecorleone.com 
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e) separar expressões explicativas, 
conjunções e conectivos: isto é, ou 
seja, por exemplo, além disso, pois, 
porém, mas, no entanto, assim, etc. 
f) separar os nomes dos locais de 
datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009. 
g) isolar orações adjetivas explicativas: 
O filme, que você indicou para mim, é 
muito mais do que esperava. 
 2. Pontos 
 
2.1 - Ponto-final (.) 
É usado ao final de frases

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